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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU – ESQUEMATIZADA

Prof. Gilcimar Rodrigues

SUMÁRIO
Legislação Aplicada ao Ministério Público da União ..........................................3
I – Deinição de Ministério Público Pela CF/1988 .............................................5
II – Autonomia do Ministério Público ........................................................... 18
III – Princípios Institucionais ...................................................................... 27
IV – Principais Funções e Instrumentos de Atuação Funcional do Ministério
Público .................................................................................................... 38
V – Ministério Público Brasileiro .................................................................. 53
VI – Ministério Público da União .................................................................. 61
VI – Ministério Público Federal .................................................................... 70
VII – Ministério Público do Trabalho ............................................................. 88
VIII – Ministério Público Militar ................................................................. 110
IX – Ministério Público do Distrito Federal e Territórios ................................. 128
X – Garantias dos Membros ..................................................................... 143
XI – Carreiras dos Membros do Ministério Público........................................ 150
XII – Prerrogativas dos Membros .............................................................. 157
XIII – Férias e Licenças ........................................................................... 170
XIV – Deveres ........................................................................................ 175
XV – Sanções e Instrumentos de Apuração de Penalidades ........................... 176
XVI – Instrumentos de Apuração de Penalidade .......................................... 179

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Prof. Gilcimar Rodrigues

GILCIMAR RODRIGUES
Mestrando em Direito pela UCB – Universidade Católica de Brasília,
na linha de pesquisa Direito, Ciências, Instituições e Desenvolvimento;
pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Dom
Bosco do Paraná; possui graduação em Direito pela UDF – Centro Uni-
versitário do Distrito Federal. Atualmente, é professor em diversos cur-
sos preparatórios para concurso público; é servidor público efetivo do
Conselho Nacional do Ministério Público; é colaborador na Assessoria
de Gabinete de Procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios. Tem experiência na área de Direito, com ênfase
em Direito Público, atuando principalmente nos seguintes temas: Mi-
nistério Público, setor público, contrato administrativo, licitação pública,
regimento interno e concurso público.

LEGISLAÇÃO APLICADA AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

Olá, amigos e amigas!! Apresento o presente material super e megacompleto

sobre a legislação do Ministério Público da União, com resumo teórico dos principais

e importantes temas da Lei Complementar n. 75/1993.

Destaco que, logo após a explicação de cada tópico, coloco questões que já fo-

ram objeto de concurso público sobre o tema. E, para incrementar o seu estudo,

comento cada questão. Muito show!!!

Como todos nós sabemos, o Ministério Público da União é concurso especíico e

diferenciado por alguns aspectos. Vejamos: por ser um concurso de nível nacional,

ou seja, a prova será aplicada em todos os estados da federação, há uma quantida-

de expressiva de interessados no certame. O candidato poderá escolher para qual

estado deseja concorrer. Além disso, o MPU tem por histórico realizar muuuuitas

nomeações. No último concurso, houve, só em Brasília, mais de 980 nomeações!

Sem contar para as demais regiões. É muita nomeação! Vale o seu estudo. Além

disso, a mobilidade de ambientes de trabalho é um fator diferencial, visto que o

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servidor do MPU tem à sua disposição um instrumento valioso, que é a remoção.

Ela dá a oportunidade de você escolher, após 1 (um) ano de efetivo exercício, o lo-

cal onde deseja laborar. Isso quer dizer que você poderá escolher qualquer unidade

do MPU espalhada por todo o Brasil. Olha que maravilha! O MPU dispõe de excelen-

te ambiente de trabalho, grupo de servidores compromissados com as funções do

órgão, remuneração interessante e atrativa, dentre outras vantagens.

Então... Você tem razões fundamentais para se dedicar ao concurso do MPU e

este material lhe auxiliará na sua conquista. Vamos em frente! A vaga será sua!!

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I – Deinição de Ministério Público Pela CF/1988

A evolução histórica do Ministério Público passou por conturbadas deinições. O


Ministério Público brasileiro, ao longo de sua história, foi um órgão subordinado ao
Poder Executivo e também vinculado à estrutura do Poder Judiciário. O Ministério
Público Federal já teve a competência de defender os interesses da União (função
atualmente realizada pela Advocacia-Geral da União), foi órgão de cooperação das
atividades governamentais e atuou como iscal da lei por algum tempo, até receber
um novo peril na Constituição Federal de 1988.
Nota-se que, ao longo de sua experiência, o Ministério Público teve um posicio-
namento no ordenamento jurídico um tanto controverso, resultando na já citada
dúvida sobre sua natureza jurídica e seu endereçamento na Constituição.
Será que o Ministério Público é um quarto Poder? A qual dos Poderes ele está
subordinado? Na lição do mestre e doutor Hugo Nigro Mazzilli, ele sintetiza a dei-
nição do Ministério Público:

A opção do constituinte de 1988 foi, sem dúvida, conferir um elevado status constitucio-
nal ao Ministério Público brasileiro, quase o erigindo a um quarto Poder: desvinculou a
instituição dos Capítulos do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Poder Executivo;
fê-lo instituição permanente, essencial à prestação jurisdicional do estado.

Já no entendimento de Emerson Garcia, temos que:

A Constituição Federal de 1988 não considerou o Ministério Público como um quarto Po-
der, tendo-o situado no Capítulo IV, do Título IV, relativo às funções essenciais à justiça.
Com isso, afastou quaisquer dúvidas quanto à sua ampla e irrestrita desvinculação das
outras funções estatais: é um órgão independente, a exemplo do Tribunal de Contas.

Diante do exposto, o Ministério Público contemporâneo não se vincula a qual-


quer Poder da República, muito menos se trata de um quarto Poder. Ministério Pú-
blico é uma instituição independente, dotada de autonomia administrativa, inan-

ceira e funcional.

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O conceito de Ministério Público está descrito no art. 127 da Constituição Fede-

ral. Reza o artigo:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

A partir dessa deinição, é importante uma relexão de cada palavra, pois outras

vertentes conceituais são envolvidas. Sendo assim, partiremos para a interpreta-

ção do texto constitucional.

Instituição

Segundo o texto constitucional, o Ministério Público é uma instituição. Isso sig-

niica que o Ministério Público é uma estrutura organizacional do Estado com a i-

nalidade de realizar funções e atividades de cunho social.

Permanente

O Ministério Público é permanente no regime democrático brasileiro, não

podendo sofrer Proposta de Emenda à Constituição que imponha limites ou ten-

da a abolir sua atuação. O constituinte originário vedou, implicitamente, que

o constituinte derivado exterminasse ou extinguisse a instituição do Ministério

Público.

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O motivo dessa impossibilidade de abolição do Ministério Público, segundo a

lição do autor Emerson Garcia, se justiica pelo fato de

o Ministério Público ser órgão constituído do Estado, com a inalidade de preservar os


direitos e garantias expressos na Constituição e ainda zelar pelo efetivo respeito dos Po-
deres da República, promovendo as medidas necessárias a sua garantia. Tais direitos são
matérias de Cláusula Pétrea expressa no Art. 61, § 4º da Constituição Federal. Parece-nos
que a preservação da atividade inalística do Ministério Público está associada à própria
preservação dos direitos fundamentais. O autor inaliza informando que a existência do
Ministério Público deve ser inserida no plano dos direitos e garantias, reletindo uma ‘ga-
rantia institucional’ ao exercício de inúmeros direitos assegurados no texto constitucional.

Essencial à função jurisdicional do Estado

A palavra “essencial” tem a concepção de “necessário, fundamental e que não

pode ser afastado”. Nota-se, então, que a instituição do Ministério Público é fun-

damental para a prestação da atividade judiciária. É relevante destacar que nem

todos os procedimentos que tramitam na esfera judiciária precisam de intervenção

do Ministério Público. A essencialidade do Ministério Público icará evidente nos pro-

cessos que envolvam direito individual indisponível ou direito geral.

Nessa linha, pensa o autor Hugo Nigro:

Desde que haja alguma característica de indisponibilidade parcial ou absoluta de um


interesse, ou desde que a defesa de qualquer interesse, disponível ou não, convenha à
coletividade como um todo, será exigível a iniciativa ou intervenção do Ministério Público
junto ao Poder Judiciário.

A essencialidade tem a ideia de singularidade no desempenho da atividade

ministerial. Apenas o Ministério Público poderá atuar em suas atividades, não

havendo qualquer hipótese de delegação de função. Segundo Emerson Garcia:

É possível airmar que somente o Ministério Público pode desempenhar as atividades


que lhe tenham sido privativamente outorgadas pela Constituição Federal.

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Defesa da ordem jurídica

O constituinte originário estabeleceu a competência do Ministério Público para

defender a ordem jurídica (conjunto de normas que regulamentam a vida em so-

ciedade, em sentido jurídico). É necessário compreender que o Ministério Público

não iscalizará todas as leis e atos normativos existentes no Brasil; ele atuará nos

que se inspiram dentro das inalidades gerais da instituição.

Emerson Garcia destaca que o

Ministério Público não cumpre a defesa ampla e irrestrita da ordem jurídica, mas sim
da parcela que aglutine os interesses tutelados pelas denominadas ‘normas de ordem
pública’ que abarcam, além dos interesses sociais, os individuais, ainda que disponíveis,
que gerem relexos relevantes e imediatos na própria coletividade.

Regime democrático

A República Federativa do Brasil é um Estado democrático de direito, no qual

o poder supremo emana da participação do povo, de forma direta ou indireta, na

condução do País. Hugo Nigro salienta que o Estado democrático é aquele em que

o povo, de acordo com o seu entender livre, toma decisões concretas em matéria

política ou, ao menos, decide as linhas diretivas a que se deve ater a ação dos que

são colocados no governo.

Emerson Garcia informa que a democracia tem alguns requisitos:

I) participação popular na escolha dos representantes e na edição das leis, pois todo
poder emana do povo (Art. 1º, parágrafo único da CF/88); II) preservação do princípio
da separação dos poderes, o qual, em última circunstância, visa evitar o arbítrio e asse-
gurar a liberdade (Art. 2º CF/88); III) concreção dos direitos fundamentais assegurados
na Constituição, em especial do princípio da igualdade (Arts. 3º, I e 5º, caput, CF/88);
IV) pluralismo político, garantindo-se a participação das minorias (Art. 17 CF/88); e V)
eleições periódicas dos governantes.

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Sendo assim, o Ministério Público utilizará os seus instrumentos de atuação para

coibir ato atentatório de qualquer autoridade ou Poder contra o Estado democrático

de direito.

Interesses sociais

Compete ao Ministério Público proteger os interesses sociais que dizem respei-

to à tutela dos direitos difusos e coletivos, sendo de interesse da coletividade. Os

interesses sociais transcendem a subjetividade dos demais interesses individuais,

ensina Emerson Garcia.

A atuação do Ministério Público, em regra, buscará tutelar os interesses de toda

a sociedade, sem olhar para individualidade ou pessoalidade, priorizando, assim,

uma intenção difusa e coletiva.

Interesses individuais indisponíveis

Como é sabido, o Ministério Público busca zelar pelo interesse social, difuso e

coletivo. Será o que Ministério Público também atuará em questões individuais?

Segundo o art. 127 da CF, se o interesse for individual indisponível, sim. Interes-

se individual indisponível seria aquele direito que faz parte do que é essencial ao

indivíduo, não podendo dele abrir mão, vender, trocar ou alugar, visto que não há

possibilidade de realizar tais transações.

O direito à liberdade, à vida e à saúde são exemplos clássicos de direitos in-

disponíveis, não negociáveis. Nesse caso, o Ministério Público atuará. Humberto

Theodoro Júnior ensina:

Pode-se dizer que direitos indisponíveis são os direitos essenciais da personalidade,


também chamados fundamentais, absolutos, personalíssimos, eis que inerentes da pes-
soa humana.

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Destaca-se que, se o interesse individual for disponível, em regra, não haverá a

intervenção ministerial. Contudo, Emerson Garcia salienta:

Será legítima a defesa de interesses individuais, ainda que não sejam indisponíveis,
desde que seja divisado um interesse social em sua tutela.

Na mesma linha pensa Hugo Nigro, airmando que:

Pode ocorrer, e não raro ocorre, que a defesa de interesses transindividuais, ainda que
não propriamente indisponíveis, possa convir à coletividade como um todo, à vista de
sua abrangência ou repercussão social (como em matéria de interesses individuais ho-
mogêneos de largo alcance social); nessa hipótese, será justiicada a atuação judicial ou
extrajudicial do Ministério Público, na defesa do bem geral (interesse público primário).

ESQUEMA

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1. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT-8ª REGIÃO/2016)


Incumbe ao Ministério Público, entre outras importantes delegações constitucio-
nais, a defesa do regime democrático e dos interesses sociais indisponíveis.1

2. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJDFT/2015) O Ministério Público detém legiti-


midade para postular, em juízo, direitos individuais homogêneos quando estes se
enquadrem como subespécie de direitos coletivos indisponíveis e desde que haja
relevância social.2

3. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-CE/2014) O Ministério Público, instituição per-


manente que desempenha atividade essencial à função jurisdicional do Estado, é
subordinado administrativamente ao Poder Judiciário.3

4. (CESPE/ASSISTENTE/MPU/1996) O Ministério Público de um dos Territórios bra-


sileiros é uma instituição
a) funcionalmente independente, mas com autonomia parcial por estar adstrita ao
Território.
b) permanente e essencial à função jurisdicional local.
c) com atribuição restrita à área geográica do respectivo Território.

1
Certo. Em que pese a questão estar incompleta do ponto de vista do conceito do Ministério Público, isso não
a torna incorreta, pois compete ao Ministério Público defender o regime democrático de direito e os interes-
ses sociais e os individuais indisponíveis.
2
Certo. Em regra, o Ministério Público defende os interesses individuais exclusivamente indisponíveis. Toda-
via, quando houver interesses individuais homogêneos (relacionados a um determinado grupo ou classe
social), mesmo sendo disponíveis, o Ministério Público poderá atuar, desde que haja relevância social. Em
suma, se a questão não explicitar a relevância social nos interesses individuais disponíveis, em regra, o
Ministério Público não terá competência.
3
Errado. Como bem explicitado, o Ministério Público não é subordinado administrativamente a nenhum dos
3 (três) poderes constituídos do Estado.

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d) com orçamento vinculado ao da União, já que os Territórios são autarquias


federais.
e) inexistente.4

5. (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPU/1999) Suponha que, na data marcada


para a realização de um julgamento pelo júri, em que é imprescindível a participa-
ção do membro do Ministério Público, o juiz tenha tido ciência de que o único pro-
motor da comarca está enfermo e não pode comparecer ao tribunal do júri. Nessas
circunstâncias, assinale a opção correta.
a) O juiz pode, querendo, nomear o advogado mais antigo da comarca para de-
sempenhar as funções do Ministério Público naquele júri especíico.
b) O juiz pode, querendo, nomear algum professor de direito, que resida na comar-
ca, mesmo que não seja membro do Ministério Público, para fazer as vezes deste.
c) O juiz deve nomear um advogado, à sua escolha, para atuar, naquele caso,
como membro do Ministério Público.
d) O juiz deve nomear três advogados, indicados pela Ordem dos Advogados do
Brasil, para atuarem, naquele caso, como membros do Ministério Público.
e) Alguém que não pertença à carreira do Ministério Público não pode desempe-
nhar as funções do Ministério Público no caso.5

6. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/MP/2008) O Ministério Público da


União é a instituição que, diretamente ou por intermédio de órgão vinculado, re-

presenta a União, Judicial e extrajudicialmente.6

4
Letra e. Como a Constituição Federal destaca, os Territórios não possuem autonomia; diante disso, cabe à
União manter e organizar o Ministério Público nos Territórios. Reza o art. 22, XVII: “Compete privativamente
à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público dos Territórios, bem como a organização
deste”. O Ministério Público que atuará nos Territórios é o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
– MPDFT, que é um ramo do Ministério Público da União – MPU.
5
Letra e. As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, ou seja, aque-
les que foram aprovados em concurso público de provas e títulos para os cargos do Ministério Público.
6
Errado. É vedado ao Ministério Público representar judicial ou extrajudicialmente ou exercer consultoria
para as entidades públicas. Essa função foi desempenhada pelo Ministério Público antes da Constituição
Federal de 1988. Com o nascimento da Carta Magna em vigência, foram criadas as Advocacias Públicas esta-
duais e da União, que representam os Estados e a União, respectivamente, em caso judicial ou extrajudicial.

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7. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/MP/2008) Ao Ministério Público, ins-


tituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, incumbe a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.7

8. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISITRATIVO/MPE/2008) O MP é órgão do Poder


Judiciário e uma de suas atribuições é formular denúncias na esfera criminal.8

9. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISITRATIVO/MPE/2008) Ao MP, instituição per-


manente e essencial à função jurisdicional do Estado, incumbe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.9

10. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISITRATIVO/MPE/2008) De acordo com a


Constituição Federal, o MP, a defensoria pública, a advocacia e a polícia são funções
essenciais à Justiça.10

11. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISITRATIVO/MPE/2008) Segundo a Constitui-


ção Federal, o MP não integra os órgãos de segurança pública.11

12. (CESPE/RR-ASSISTENTE ADMINISITRATIVO/MPE/2008) O MP estadual e a po-

lícia civil são subordinados ao governador do estado.12

7
Certo. O conceito do Ministério Público é: uma instituição permanente essencial à função jurisdi-
cional do Estado, incumbindo-lhe a tutela ou defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
8
Errado. Ministério Público não é órgão do Judiciário nem está subordinado a ele.
9
Certo. Esse é o conceito e definição de Ministério Público.
10
Errado. O Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia são instituições essenciais à justiça. A polícia
não é órgão essencial à justiça, mas, sim, um órgão de segurança pública.
11
Certo. O Ministério Público é uma instituição que defenderá os interesses da sociedade e os interesses indi-
viduais indisponíveis e não integra os órgãos de segurança pública.
12
Errado. O Ministério Público está em um capítulo especial e é insubordinado ao Poder Executivo, Legislativo
ou Judiciário, sendo assim uma instituição autônoma.

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13. (FCC/RN-PROMOTOR/MP/2004) O Ministério Público é instituição permanen-

te, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem

jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponí-

veis, sendo seus princípios institucionais a unidade, a indivisibilidade e a inde-

pendência funcional.13

14. (FCC/SC-TÉC. ADMIN./MP/2004) O Ministério Público é instituição permanente,

essencial à função jurisdicional do Estado, sendo-lhe defeso agir acerca da ordem

jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.14

15. (FCC/PE-ANALISTA ADMIN./MP/2006) Com relação ao Ministério Público,

considere:

É incumbência do Ministério Público, entre outras, a defesa do regime democrático.15

16. (FCC/PE-ANALISTA ADMIN./MP/2006) A Constituição vigente considera o Mi-

nistério Público como órgão de cooperação nas atividades governamentais.16

17. (NCE/MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO/2001) A Constituição Federal

brasileira deine o Ministério Público com as seguintes características, dentre outras:

a) uma instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a de-


fesa dos interesses individuais disponíveis;

13
Certo. A questão salientou a definição e o conceito do Ministério Público e ainda os princípios expressos da
unidade, indivisibilidade e independência funcional. Os princípios serão estudados no capítulo IV.
14
Errado. O erro da questão está no significado da palavra “defeso”, que indica proibição, impedimento ou
vedação. O Ministério Público não é proibido de agir acerca da ordem jurídica; é seu dever funcional atuar
para tutelar os direitos sociais, a ordem jurídica e os direitos individuais indisponíveis.
15
Certo. Compete ao Ministério Público defender a ordem jurídica, que consiste no conjunto de leis que regu-
lam a vida em sociedade.
16
Errado. A função do Ministério Público como órgão de cooperação das atividades governamentais foi apon-
tada na Constituição de 1937. Atualmente o Ministério Público não desempenha tal atividade.

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b) uma instituição permanente, não essencial à função jurisdicional do Estado, in-


cumbindo-lhe a defesa dos interesses individuais indisponíveis;
c) uma instituição não permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, in-
cumbindo-lhe a defesa dos interesses sociais;
d) uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
bindo-lhe a defesa dos interesses individuais indisponíveis;
e) uma instituição não permanente, não essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa dos interesses individuais indisponíveis.17

18. (NCE/PA-DIREITO/MP/2004) O Ministério Público é instituição permanente


a) essencial à função jurisdicional do Estado.
b) integrante do poder jurisdicional do Estado.
c) essencial à proteção dos interesses individuais disponíveis.
d) essencial à função executiva do Estado.
e) essencial à proteção dos interesses públicos, sociais e individuais disponíveis.18

19. (NCE/UFRJ/ES – AGENTE ADMINISTRATIVO/MP/2007) O Ministério Públi-


co é permanente, essencial à função ___________ do Estado, incumbindo-lhe a
______________, do regime democrático e dos interesses sociais e ____________.

As lacunas são corretamente preenchidas respectivamente por:


a) iscalizatória – administração da justiça – individuais indisponíveis;
b) iscalizatória – defesa da ordem jurídica – individuais indisponíveis;
c) jurisdicional – administração da justiça – coletivos;
d) iscalizatória – administração da justiça – coletivos;
e) jurisdicional – defesa da ordem jurídica – individuais indisponíveis.19

20. (ESAF/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2004) À luz da Lei Complementar n. 75/93,


julgue os itens abaixo a respeito do peril constitucional do Ministério Público da
União (MPU).

17
Letra d. Novamente uma questão que cobrou a definição de Ministério Público. É uma instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa dos direitos individuais indisponíveis.
18
Letra a. Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado.
19
Letra e. Questão simples, fora do padrão (preencher lacunas) e que cobrou mais uma vez a definição de
Ministério Público.

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I – O MPU é instituição permanente.


II – O MPU defende os interesses individuais disponíveis.
III – Incumbe ao MPU medidas paliativas para a garantia do respeito à ordem jurídica.
IV – O MPU exerce o controle interno da atividade de polícia judiciária.

O número de itens corretos é:


a) zero.
b) três.
c) dois.
d) um.
e) quatro.20

21. (UFRG/RS-AGENTE ADMINISTRATIVO/MP/2008) A Constituição Federal vigen-


te situa o Ministério Público
a) dentro do Poder Judiciário.
b) dentro do Poder Executivo, em capítulo especial.
c) em capítulo especial, fora da estrutura dos demais poderes da República.
d) dentro do Poder Legislativo.
e) como órgão de cooperação das atividades do Poder Executivo.21

22. (CESPE/TJ/RR-TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Ao Ministério Público (MP), órgão in-

tegrante do Poder Executivo, compete a defesa dos direitos individuais e coletivos.22

20
Letra d.
I – Certo. O Ministério Público é uma instituição permanente.
II – Errado. O Ministério Público não defende interesses individuais disponíveis, em regra; somente se forem
interesses individuais disponíveis homogêneos.
III – Errado. As medidas paliativas são providências que não curam o defeito. O Ministério Público atuará
com instrumentos funcionais concretos e eficientes em busca da solução do problema.
IV – Errado. O Ministério Público exerce o controle externo da atividade policial, e não interno.
21
Letra c. O Ministério Público está situado em um capítulo especial, fora do âmbito e estrutura dos demais
poderes da República.
22
Errado. O Ministério Público não integra o Poder Executivo.

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23. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TST/2008) A Defensoria Pública da União é o


órgão do Ministério Público da União responsável por oferecer assistência judiciária
gratuita à população.23

24. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) O MP é instituição essencial à


função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica das entidades
públicas e a defesa das minorias.24

25. (CESPE/TJ-SE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2006) O


Ministério Público, a advocacia e a defensoria pública constituem funções essenciais
à justiça.25

26. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2010) Ao MP incumbe a


defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indivi-
duais indisponíveis e a observância dos princípios institucionais da unidade, indivi-
sibilidade e independência funcional, previstos na CF.26

27. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) É vedado ao MP exercitar a


chamada administração pública de interesses privados.27

28. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) A CF conferiu elevado status


constitucional ao MP, desvinculando-o dos capítulos dos Poderes Legislativo, Exe-

cutivo e Judiciário.28

23
Errado. A Defensoria Pública da União não faz parte do Ministério Público da União.
24
Errado. É vedado ao Ministério Público representar e exercer consultorias para as entidades públicas.
25
Certo. O Ministério Público, a Defensoria e a Advocacia são essenciais à justiça.
26
Certo. A questão abordou o conceito e os princípios da unidade, da indivisibilidade e da independência funcional.
27
Errado. Questão interessantíssima! Alguns atos privados repercutem na vida social, transcendendo a Admi-
nistração Pública. Por exemplo, as fundações privadas têm um cunho social e, nesse caso, há a participa-
ção do Ministério Público na atividade das fundações, seja para legitimar ou ratificar sua atuação junto ao
aspecto social. Sendo assim, o Ministério Público poderá exercer a administração pública de interesses pri-
vados, pois a atuação de alguns entes privados poderá repercutir em âmbito social.
28
Certo. Questão frequente nas provas! Ministério Público é uma instituição desvinculada dos poderes da República.

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29. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) São aplicáveis ao MP os de-

cretos, os regulamentos e os atos normativos derivados que venham a ser expe-

didos pelo Poder Executivo, pois o MP deve submeter-se ao poder regulamentar

do Poder Executivo.29

30. (CESPE/TRT-17ª REGIÃO(ES)/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) No tocante à or-

ganização do Estado brasileiro, a CF estabeleceu que o Ministério Público é institui-

ção permanente, essencial à justiça, à qual compete representar a União, judicial

e extrajudicialmente.30

31. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2010) O MPU é instituição permanen-

te, essencial ao exercício de todas as funções do Estado Democrático de Direito.31

II – Autonomia do Ministério Público

“Autonomia” é uma palavra de origem grega (autos – si próprio, nemein – go-

vernar), cujo signiicado está ligado aos conceitos de independência, autogoverno

e autossuiciência. No caso do Ministério Público, a autonomia lhe dá o poder de

preencher seus interesses institucionais.

A Constituição Federal estabelece ao Ministério Público três formas de autono-

mia: funcional, administrativa e inanceira.

29
Errado. Os atos normativos do Poder Executivo não deverão ser submetidos ao Ministério Público, mas sim
obedecidos pelos órgãos do próprio Poder Executivo. O Ministério Público pode usar norma do Executivo, mas
sem vinculação ou subordinação a ele.
30
Errado. Ministério Público não poderá representar ente público.
31
Errado. O Ministério Público da União é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, e não a todas as funções do Estado democrático.

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a) Autonomia funcional

A autonomia funcional indica que a instituição do Ministério Público, no momen-

to de realizar suas competências constitucionais e legais, se submeterá unicamente

aos ditames da lei, não podendo sofrer qualquer tipo de inluência externa, coação

ou limites por órgãos ou outro Poder.

A concepção de autonomia funcional se relaciona com o Ministério Público en-

quanto instituição, isto é, o órgão Ministério Público é autônomo perante os demais

órgãos ou Poderes da República, sujeitando-se apenas ao controle do Poder Judi-

ciário, quando houver excesso ou abuso de poder cometido pelo órgão ministerial.

b) Autonomia administrativa

A autonomia administrativa disciplina que o Ministério Público tem o domínio de

seus atos de gestão administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo a criação e a

extinção de seus cargos e a ixação dos vencimentos de seus membros e servidores.

Uma questão frequentemente abordada pelas bancas de concursos é se o Minis-

tério Público pode criar e extinguir os seus cargos e ixar os vencimentos de seus

membros e servidores. Atenção! Somente se cria cargo público mediante lei em

sentido formal. O Ministério Público não é autoridade constitucional competente

para legiferar no processo legislativo; tal competência cabe ao Poder Legislativo e

sua sanção ao Poder Executivo. Sendo assim, a competência do Ministério Público

se resume a elaborar o projeto de lei de criação de seus cargos e enviá-lo ao Po-

der Legislativo, efetuando-se o mesmo processo para ixar os vencimentos de seus

agentes públicos.

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É importante evidenciar que a competência de elaborar o projeto de lei de cria-

ção de cargos do Ministério Público é concorrente com o Presidente da República,

conforme o art. 61, § 1º, II, alínea d:

São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: II - disponham sobre


d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (negrito meu)

Todavia, o art. 127, § 2º da Constituição Federal salienta que o Ministério Públi-

co poderá propor a criação de seus cargos:

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,


observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção
de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou
de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre
sua organização e funcionamento. (negrito meu)

Diante do exposto, a competência para a iniciativa de projeto de lei de criação

de cargos do Ministério Público é concorrente.

Com a criação de cargos efetivada, cumpre ao Ministério Público seu devido

provimento, ou seja, para nomear candidatos aprovados em concursos públicos do

Ministério Público não se faz necessária a interferência de outra autoridade.

A Constituição e a Lei Orgânica do Ministério Público disciplinam que o Ministério

Público deverá realizar suas licitações públicas e contratos administrativos e editar

seus atos administrativos, gerindo seus negócios jurídicos, bem como atos de ges-

tão de pessoas (admissão, exoneração, designação, disponibilidade, aposentadoria

etc.), sem interferência alheia, submetendo-se ao controle externo pelo Tribunal

de Contas.

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Por im, a lição de Hugo Nigro nos esclarece que:

São inaplicáveis ao Ministério Público os decretos, os regulamentos e atos normativos


derivados, que venham a ser expedidos pelo Poder Executivo; a autonomia administrati-
va do Ministério Público submete-se à Constituição e às leis, não ao poder regulamentar
do Executivo.

c) Autonomia inanceira

A autonomia inanceira do Ministério Público aborda duas premissas básicas: 1ª –

Capacidade de elaborar a sua proposta orçamentária nos limites e nas condições

da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; 2ª – Executar, gerir e aplicar os recursos

destinados a prover os serviços do órgão proprietário da dotação orçamentária.

Compete ao Ministério Público da União elaborar a sua proposta orçamentária,

devendo encaminhá-la ao Poder Executivo, para consolidação das propostas dos

demais órgãos da Administração Pública Federal. No momento de elaborar a pro-

posta orçamentária, o Ministério Público deverá obedecer aos limites da LDO, bem

como da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Se a proposta do Ministério Público

estiver em desacordo com os limites, o Poder Executivo procederá aos ajustes ne-

cessários para ins de consolidação da proposta orçamentária anual.

O Poder Executivo não elaborará a proposta orçamentária do Ministério Público

nem poderá cortar o orçamento no momento da consolidação da proposta. Só é

permitido ao Poder Executivo ajustar a proposta orçamentária do Ministério Público

quando esta estiver em desacordo com a LDO.

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Caso o Ministério Público não encaminhe a sua proposta orçamentária dentro do

prazo estabelecido na LDO, o Poder Executivo considerará, para ins de consolida-

ção da proposta orçamentária anual, os valores constantes na lei orçamentária do

ano vigente, ajustando os limites estipulados na LDO.

Aprovada a Lei Orçamentária Anual – LOA, cumpre ao Ministério Público gerir

e executar as dotações que lhe são asseguradas, conforme o seu cronograma de

gestão orçamentária e inanceira.

Também é de competência do Ministério Público emitir os documentos hábeis

de execução orçamentária e inanceira, sem interferência de ente externo. Salienta

Hugo Nigro:

Não pode o Poder Executivo limitar os valores inanceiros de empenho e movimentação


inanceira, pois isso seria uma interferência do Executivo em domínio constitucional-
mente reservado à atuação autônoma dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministé-
rio Público.

É importante ressaltar que, apesar de o Ministério Público deter a autonomia

inanceira e administrativa, ele se submeterá ao controle externo do Tribunal de

Contas, bem como ao controle do Conselho Nacional do Ministério Público, órgão

criado pela Emenda Constitucional n. 45/2004, que tem por objetivo exercer o

controle sobre a atuação administrativa e inanceira do Ministério Público quando

houver alguma ilegalidade nessa atuação.

1. (CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2012) A Constituição Federal confere

ao Ministério Público autonomia para elaborar sua proposta orçamentária anual,

que deverá consistir nos valores aprovados na lei orçamentária em vigor, ajustados

até os novos limites estabelecidos pela lei de diretrizes orçamentárias.32

32
Errado. O Ministério Público elaborará a sua proposta orçamentária nos limites da Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias – LDO, e não nos limites da Lei Orçamentária Anual – LOA em vigor.

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2. (CESPE/JUIZ/TRF-2ª REGIÃO/2011) Ao MP é assegurada autonomia funcional e


administrativa, cabendo ao Poder Executivo apenas propor ao Congresso Nacional
a criação e a extinção dos cargos e serviços auxiliares do MP.33

3. (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/2011) Ao MP é assegurada autonomia funcional e ad-


ministrativa, mas não inanceira, pois a elaboração de sua proposta orçamentária é
realizada pelo Poder Executivo.34

4. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Compete ao STF elaborar a pro-


posta orçamentária do MP em conformidade com os limites estabelecidos na lei de

diretrizes orçamentárias.35

5. (CESPE/MPE-RN/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2009) O MP, apesar de dotado de au-

tonomia inanceira, não é obrigado a elaborar sua proposta orçamentária dentro

dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.36

6. (CESPE/TRE-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Apesar de ser assegurada auto-

nomia funcional e administrativa ao MP, a iniciativa legislativa para criação e ex-

tinção de seus cargos e serviços auxiliares, a política remuneratória e os planos de

carreira dos seus servidores cabem ao Poder Judiciário.37

33
Errado. O Ministério Público tem autonomia administrativa para propor a criação e extinção de seus cargos.
A proposta de criação de cargos é concorrente com o Presidente da República.
34
Errado. O Ministério Público possui autonomia administrativa, funcional e financeira, podendo
elaborar sua proposta orçamentária.
35 Errado. O Supremo Tribunal Federal não elaborará a proposta orçamentária do Ministério Público.
Essa função é desempenhada pelo próprio Ministério Público.
36
Errado. O Ministério Público, no momento de elaborar a sua proposta orçamentária, deverá
observar os limites da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
37
Errado. A proposta de criação e extinção de cargos do Ministério Público é elaborada pelo próprio
Ministério Público, na concepção de sua autonomia administrativa. Lembrando que a iniciativa é
concorrente com o Presidente da República.

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7. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Os atos de gestão administra-

tiva do MP, incluindo convênios, contratações, aquisições e alienações de bens e

serviços, podem ser condicionados à apreciação prévia do Poder Executivo, pois

não gozam de eicácia plena e executoriedade imediata.38

8. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) É possível a delegação legis-

lativa em matéria relativa à organização do MP, à carreira e à garantia de seus

membros.39

9. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) A CF erigiu à condição de crime

de responsabilidade do presidente da República os seus atos que atentem contra o

livre exercício do MP.40

10. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2010) A proposta orçamentária é ma-


téria que exige a demarcação de diretrizes. Para tanto, é necessária a compatibiliza-
ção dos diferentes ramos do MPU, na forma da lei de diretrizes orçamentárias.41

11. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) No exercício de sua autono-


mia funcional, administrativa e inanceira, cabe ao MPU propor ao Poder Legislativo
a criação e a extinção de seus cargos, assim como a ixação dos vencimentos dos
seus membros e servidores.42

38
Errado. Os atos administrativos do Ministério Público não precisarão de análise prévia ou posterior do Poder
Executivo, já que não há subordinação entre eles.
39
Errado. Não poderão ser objeto de delegação legislativa matérias sobre a organização do Ministério Público.
40
Certo. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra o livre exercício do Ministério Público.
41
Certo. Cada ramo do Ministério Público da União deverá elaborar a sua proposta orçamentária que será
consolidada na proposta orçamentária da instituição, na forma da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
42
Certo. O Ministério Público poderá propor a criação e a extinção de seus cargos, bem como a política remu-
neratória de seus membros e servidores.

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12. (CESPE/MPU/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2010) As funções institucionais do


MPU deinidas pela Constituição Federal são enumeradas de modo taxativo.43

13. (FCC/MPE-SE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2009) As decisões do Mi-


nistério Público fundadas em sua autonomia funcional, administrativa e inanceira,
obedecidas as formalidades legais, têm eicácia plena e executoriedade imediata,
não se sujeitando o Ministério Público à competência dos Tribunais de Contas.44

14. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) A criação de cargos por meio


de ato administrativo é inerente à autonomia administrativa e inanceira assegura-
das pela Constituição Federal ao Ministério Público da União.45

15. (ESAF/MPU/ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO/2004) À luz da autonomia constitucional


do Ministério Público e da legislação infraconstitucional, analise as assertivas abaixo.
I – Há três modalidades de autonomias para o Ministério Público: funcional, ad-
ministrativa e inanceira.
II – Todos os ramos do Ministério Público gozam da autonomia funcional, adminis-
trativa e inanceira, inclusive o Ministério Público junto aos Tribunais de Contas.
III – A capacidade de gerir e aplicar os recursos orçamentários destinados à insti-
tuição destaca uma expressão da autonomia inanceira do Ministério Público.
IV – Cabe exclusivamente ao Ministério Público, o projeto de criação de cargos e

ixação de subsídios. São assertivas corretas

43
Errado. As funções institucionais do Ministério Público na Constituição Federal e na Lei Complementar n.
75/1993 são exemplificativas, e não taxativas.
44
Errado. Autonomias administrativa e financeira não poderão ser confundidas com soberania, tendo em vista
que os atos administrativos e financeiros do Ministério Público serão submetidos ao Tribunal de Contas, que
realizará o controle externo. Com o advento da Emenda Constitucional n. 45, o Conselho Nacional do Ministé-
rio Público também poderá apreciar a legalidade dos atos administrativos e financeiros do Ministério Público.
45
Errado. Para a criação e extinção de cargo, a Constituição Federal exige uma lei em sentido formal. Ato
administrativo é o instrumento constitucional para a criação de cargos; sendo assim, para o Ministério
Público criar cargos, deverá elaborar um projeto de lei de criação ou extinção de cargos e encaminhá-lo ao
Poder Legislativo.

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a) II e III.

b) I e IV.

c) I e III.

d) III e IV.

e) II e IV.46

16. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) A autonomia administrativa e inan-

ceira assegurada constitucionalmente ao Ministério Público abrange a iniciativa le-

gislativa para criação de seus cargos e serviços auxiliares e a legitimidade para ela-

borar a proposta inanceira, mas não alcança a possibilidade de ixação da própria

política remuneratória, que é estabelecida pelo Poder Executivo.47

17. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Constitui crime de responsabilidade


do Presidente da República atentar contra o livre exercício do Ministério Público.48

18. (CESPE/TÉCNICO DO MPU/SEGURANÇA INSTITUCIONAL E TRANSPORTE/2015)


Se o MP elaborar proposta orçamentária em desacordo com os limites estabeleci-
dos na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para ins de consolidação da proposta orçamentária anual.49

46
Letra c.
I – Certo. Existem três autonomias ao Ministério Público: administrativa, financeira e funcional.
II – Errado. Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não faz parte da estrutura do Ministério Público
brasileiro. No Capítulo VI, teremos observações importantes sobre o assunto.
III – Certo. A autonomia financeira se resume em duas atividades: elaborar a sua proposta orçamentária e
gerir as suas dotações orçamentárias.
IV – Errado. O Ministério Público não tem exclusividade de iniciar projeto de lei de criação de seus cargos,
pois essa atividade também cabe ao Presidente da República. Sendo assim, a competência é concorrente.
47
Errado. A autonomia administrativa e financeira do Ministério Público abrange também a proposta de lei para
a fixação de sua política remuneratória.
48
Certo. É crime de responsabilidade do Presidente da República atentar contra o livre exercício do Ministério Público.
49
Certo. O MP, para elaborar sua proposta orçamentária, deverá se limitar pelas regras da Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Caso o MP não obedeça às regras da LDO, o Poder Executivo, para fins de consolidação, pro-
cederá os devidos ajustes.

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III – Princípios Institucionais

Entende-se por princípios institucionais do Ministério Público o conjunto de nor-


mas de condutas direcionadas aos membros e integrantes da carreira ministerial.
Tais princípios possuem acentuado grau de imperatividade, o que denota o seu
caráter normativo, como frisa o autor Emerson Garcia. Os princípios expressos são
aqueles escritos no texto constitucional e legal; também são chamados de princí-
pios codiicados, por estarem registrados no ordenamento jurídico.
A Constituição Federal proclama como princípios institucionais do Ministério Pú-
blico a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Reza o art. 127,
parágrafo 1o:

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional.

Esse artigo é repetido na Lei Complementar n. 75/1993, no art. 4o.


O Ministério Público também possui princípios não expressos, ou seja, princípios
que não estão escritos no texto constitucional ou legal, mas que se aplicam ao ór-

gão, são estudados por doutrinadores e fazem parte de jurisprudências.

Estudaremos os três princípios expressos na Constituição Federal e os dois prin-

cípios não expressos mais relevantes na doutrina: princípio do promotor natural e

da irresponsabilidade.

a) Princípios expressos

1. Princípio da unidade

A unidade signiica que os membros do Ministério Público integram um só órgão,

sob a direção administrativa de um só Procurador-Geral, de uma só organização,

em nome da qual atuam.

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É importante destacar que a unidade só existe dentro de cada Ministério Pú-

blico, não havendo unidade, por exemplo, entre o Ministério Público do Trabalho

e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, tendo em vista que cada

ramo do Ministério Público da União – MPU (Ministério Público Federal, Ministério

Público do Trabalho, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Fe-

deral e Territórios) e dos Ministérios Públicos dos estados possui estrutura orgâ-

nica e Procuradores-Gerais distintos.

Podemos concluir que o princípio da unidade indica que o Ministério Público,

apesar de agir por meio de diversos membros ou agentes públicos, está sob con-

trole de comando único, na igura do Procurador-Geral.

Destaca-se que, conforme decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de

Justiça – STJ, no Resp 1327573, de 17/12/2014, o Ministério Público estadual tem

legitimidade para atuar, como parte, perante o Superior Tribunal de Justiça, nos

recursos direcionados à Corte Cidadã. O STJ seguiu entendimento do Supremo

Tribunal Federal – STF, que em 2011, na Rcl 7358/SP, reconheceu a legitimidade

do MP estadual para atuar, como parte, diretamente junto ao Supremo Tribunal

Federal, em seus recursos. Portanto, o Ministério Público estadual poderá atuar

junto ao STF ou STJ, quando houver recurso às Cortes Superiores.

Para inalizar, existe unidade orgânica entre o MPU e o Ministério Público es-

tadual? Não, pois cada um tem sua estrutura organizacional e seu Procurador-

Geral.

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2. Princípio da Indivisibilidade

O princípio da indivisibilidade signiica que os membros do Ministério Público


poderão substituir uns aos outros, o que em nada comprometerá o exercício mi-
nisterial, desde que sejam observadas as exigências legais, tendo em vista que os
atos praticados pelos membros são do Ministério Público, e não do agente que os
praticou.
Os atos processuais do Ministério Público não possuem “donos” dentro do Minis-
tério Público; os atos são do próprio Ministério. O membro que ajuizou uma ação
penal pública não necessariamente será o mesmo no momento do julgamento da
ação, por exemplo. Sendo assim, há a permissão de um membro ser substituído
por outro dentro de um mesmo processo, desde que se observe a autorização legal,
não podendo ocorrer a substituição irresponsável ou leviana por parte do Procu-
rador-Geral. A substituição deve respeitar a legalidade, como nos casos de férias,
ausências, licenças, impedimentos, suspeições etc.
É relevante destacar que, segundo o Superior Tribunal de Justiça, não pode o
Ministério Público cindir-se em ações diversas, reivindicando posições diametral-
mente opostas ao oferecer a denúncia e ao mesmo tempo pugnar pelo trancamento
da ação penal, pois isso seria estimular o confronto entre membros do Ministério
Público. Ou seja, na substituição de membros do Ministério Público, a posição do
novo membro não pode ser oposta à posição do anterior.

3. Princípio da Independência Funcional

O princípio da independência funcional aponta que os membros do Ministé-


rio Público, quando estiverem no desempenho de seus deveres funcionais, devem
obedecer à Constituição Federal, às leis e, principalmente, à sua consciência, não
sendo vinculados às instruções normativas de órgãos superiores ou atos norma-
tivos de órgãos externos. Os membros do Ministério Público, no momento de sua
atuação funcional, não poderão ser responsabilizados pelos atos que praticarem

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para o exercício dos deveres funcionais. A independência funcional torna-se, então,


estritamente relacionada ao exercício da atuação funcional do membro.
Os membros têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos ju-
ízes nos seus julgamentos e, para tanto, icam a salvo de responsabilidade civil por
seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira,
má-fé ou abuso de poder, segundo Hely Lopes Meirelles.
A intenção do princípio da independência funcional é evitar qualquer tipo de
coação, censura ou limite no poder funcional dos membros, que podem agir inde-
pendentemente de hierarquia e contra quem quer que seja.

Sob o âmbito administrativo, devem os membros do Ministério Público se sujeitar


aos ditames dos órgãos superiores e ao Procurador-Geral, ou seja: a hierarquia do
Procurador-Geral limita-se aos aspectos administrativos, como imposição de san-
ção, possibilidade de remoção a pedido, aprovação em estágio probatório, dentre
outros atos administrativos.

O princípio da independência funcional não pode ser invocado para quebrar o


princípio da unidade, isto é, os membros não poderão atuar de forma independente
sem observar a unidade do Ministério Público.

b) Princípios não expressos

1) Princípio do promotor natural

O princípio do promotor natural deine que os órgãos superiores do Ministério

Público não poderão designar, de forma discricionária, os membros do Ministério

Público para atuarem em um determinado processo.

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O princípio do promotor natural é derivado do princípio do juiz natural, que

proclama que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade

competente. Em âmbito ministerial, ninguém será acusado senão pela autoridade

competente. Esse princípio evita designações casuísticas, partidárias ou pessoais

do Procurador-Geral ou órgão de cúpula do Ministério Público. Os promotores serão

escolhidos por critérios objetivos, prévios e legais, evitando os chamados “promo-

tores de encomenda”.

O Superior Tribunal de Justiça decidiu:

O promotor ou o procurador não pode ser designado sem obediência ao critério legal, a
im de garantir julgamento imparcial, isento. Veda-se, assim, designação de promotor
ou procurador ad hoc, no sentido de ixar prévia orientação, como seria odioso indica-
ção singular de magistrado para processar e julgar alguém. Importante e fundamental
é preixar o critério de designação. O réu tem direito público e subjetivo de conhecer o
órgão do Ministério Público, como ocorre com o juízo natural. (RESP n. 11722/SP, Rela-
tor Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro, 6ª Turma, 08/09/1992).

Até 2011, o Supremo Tribunal Federal não aplicava o respectivo princípio por

entender que não era imanente ao ordenamento jurídico pátrio, ou seja, para ser

aplicado, fazia-se necessária a previsão legal do princípio. Todavia, o STF se re-

posicionou no HC n. 103.038, que decidiu que o promotor natural tem por escopo

impedir que cheias institucionais do Ministério Público determinem designações

casuísticas e injustiicadas. Conclui-se, portanto, que atualmente as duas Cortes

brasileiras tendem a aplicar o princípio do promotor natural.

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2. Princípio da Irresponsabilidade

O princípio não expresso da irresponsabilidade determina que os membros do

Ministério Público não são responsáveis por sua atuação funcional, não podendo

responder civilmente pelos seus atos quando no exercício das suas funções insti-

tucionais. Porém, essa irresponsabilidade não tem caráter absoluto, pois caso se

comprove que membro do Ministério Público agiu com dolo ou fraude, para omitir,

retardar ou recusar uma atuação funcional, o membro poderá responder em âmbi-

to administrativo, civil e penal.

1. (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA/2009) São princípios institucionais do MP a

unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.50

2. (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA/2009) O fato de o promotor de justiça


que ofereceu a denúncia ter acompanhado a lavratura do auto de prisão em la-
grante e os demais atos investigatórios induz a nulidade da ação penal, uma vez
que resta ferido o princípio da imparcialidade, de forma que, para que isso não
ocorresse, caberia ao procurador-geral de justiça designar outro membro para ofe-
recer a peça acusatória e acompanhar a ação penal.51

50
Certo. Os princípios da unidade, da indivisibilidade e da independência funcionais são princípios expressos
na Constituição Federal e na Lei Complementar n. 75/1993.
51
Errado. De acordo com o princípio da indivisibilidade, os membros do Ministério Público poderão substituir
uns aos outros no mesmo processo, pois os membros não se vinculam aos processos em que atuam. As
designações de membros para atuarem deverão obedecer à lei, para evitar o acusador de exceção. O princí-
pio do promotor natural veda designações arbitrárias, casuísticas ou partidárias de membros.

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3. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) O princípio do promotor natural,


imanente ao sistema constitucional brasileiro, impede que, em situações estritas e
deinidas na lei, seja afastado o promotor de justiça do processo em que deveria
atuar ou removido da promotoria de que seja titular.52

4. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Pelo princípio da indivisibilida-


de, quem está presente em qualquer processo é o MP, ainda que por intermédio de
determinado promotor ou procurador de justiça, podendo os membros da institui-
ção ser substituídos uns por outros no processo, nos casos legalmente previstos,
sem que isso constitua alteração processual.53

5. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) O procurador-geral de justiça


pode impor procedimento funcional a membro do MP, mediante recomendação com

caráter vinculativo, com vistas a servir aos interesses da lei.54

6. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) O promotor de justiça que substi-

tui outro no transcorrer de um processo ica vinculado ao parecer de seu antecessor.55

52
Errado. Até o ano de 2011, o Supremo Tribunal Federal tinha um posicionamento contrário ao princípio do
promotor natural: “enfatizou-se que o STF, por maioria dos votos, refutara a tese de sua existência (promo-
tor natural) no ordenamento jurídico brasileiro”. Sendo assim, segundo o STF, o promotor natural não era
imanente ao ordenamento jurídico brasileiro. Todavia, em 2011, o STF se reposicionou no Habeas Corpus n.
103.038, que decidiu que o promotor natural tem por escopo impedir que chefias institucionais do Ministério
Público determinem designações casuísticas e injustificadas. Como a questão foi cobrada em 2010, o Cespe
respondeu com o mesmo entendimento do STF (não imanente no mundo jurídico). Agora, se essa mesma
questão fosse objeto de prova hoje, o Cespe deveria colocá-la como certa.
53
Certo. A questão abordou por completo a definição do princípio da indivisibilidade, que permite substituições
de membros dentro do mesmo processo, pois quem está presente no processo é o Ministério Público, sendo
os membros seus representantes legais.
54
Errado. Pelo princípio da independência funcional, os membros do Ministério Público deverão se submeter
aos ditames da Constituição Federal, da lei e da sua consciência. O Procurador-Geral poderá fazer recomen-
dações funcionais, mas não serão vinculantes.
55
Errado. Membro do Ministério Público, quando for substituir outro no processo, tem independência funcional
para desempenhar suas funções, ficando vinculado apenas à Constituição, às leis e à sua consciência.

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7. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Pelo princípio da unidade, todos

os membros de determinado MP formam parte de único órgão, sob a direção do

mesmo chefe, guiados pelos mesmos fundamentos e com as mesmas inalidades,

constituindo, pois, uma única instituição.56

8. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Nos planos administrativo e

funcional, há subordinação hierárquica dos membros do MP à cheia e aos órgãos

de direção superior da instituição.57

9. (CESPE/STF/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2008) Em ação penal ajuizada contra um ci-

dadão, um promotor de justiça fez uma narração genérica dos atos que, a seu ver,

haviam importado na coniguração de um crime. O processo foi bastante demorado

e transcorreram-se mais de 6 anos sem que sequer a sentença do juízo do primeiro

grau de jurisdição tivesse sido prolatada. Um segundo promotor, que veio a subs-

tituir o primeiro, observou que o fato imputado ao cidadão na verdade não coni-

gurava crime e pediu ao juiz, em alegações inais, que reconhecesse a atipicidade

da conduta, ou seja, que a conduta do cidadão não conigurava qualquer delito.

Tendo por base a situação hipotética descrita, julgue o item que se segue.

O segundo promotor ofendeu o princípio da unidade do Ministério Público, pois não

poderia atuar no caso discordando dos encaminhamentos realizados pelo primeiro

promotor de justiça.58

56
Certo. O princípio da unidade significa que os membros do Ministério Público integram um só órgão, sob a
direção administrativa de um só Procurador-Geral, de uma só organização em nome da qual atuam.
57
Errado. No plano administrativo, há subordinação hierárquica. Entretanto, no plano funcional não há de se
falar em subordinação, pois os membros, no desempenho de suas funções, são submetidos aos ditames da
Constituição, das leis e da sua consciência. Não há hierarquia funcional entre os membros do Ministério Público.
58
Errado. O segundo promotor, que atuou no processo, agiu na sua independência funcional. Se a lei permitir
a absolvição de um determinado acusado, o Ministério Público poderá retirar a acusação.

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10. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2010) A preservação da ordem pú-

blica, a independência funcional e a indisponibilidade da persecução penal são prin-

cípios institucionais do MPU.59

11. (CESPE/MPU/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2010) Pelo princípio da indivisibilida-

de, há possibilidade de um procurador substituir outro no exercício de suas funções.60

12. (CESPE/MPU/ANALISTA-ARQUIVOLOGIA/2010) O princípio do promotor natu-

ral decorre da independência funcional e da garantia da inamovibilidade dos mem-

bros da instituição.61

13. (FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS/2010) São princípios institucio-

nais do Ministério Público da União a unidade, a indivisibilidade e a independência

funcional.62

14. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) O membro do Ministério Públi-


co que deixa de se manifestar em processo judicial, embora solicitado pelo juiz, por
entender que o interesse envolvido na causa não justiica sua intervenção

59
Errado. A preservação da ordem pública e a indisponibilidade da persecução penal não são princípios expres-
sos do Ministério Público da União.
60
Certo. Questão fácil. Indivisibilidade significa substituição de membros.
61
Certo. O princípio do promotor natural é corolário da garantia da inamovibilidade prevista no art. 128, §
5º, I, b, da Constituição Federal, que veda remover e retirar membros do Ministério Público de sua lotação
funcional sem que haja interesse público, e também da garantia da independência funcional dos integrantes
do Ministério Público, prevista no art. 127, § 1°, da CF, que indica que os membros do Ministério Público não
poderão sofrer intervenção funcional de quem quer que seja. Então, a garantia da inamovibilidade e o prin-
cípio da independência funcional ensejaram o princípio do promotor natural, que veda designar membros do
parquet (Ministério Público) sem observância da lei, evitando o acusador de exceção.
62
Certo. A questão apresenta os princípios expressos do Ministério Público (unidade, indivisibilidade e indepen-
dência funcional).

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a) pode ser obrigado a fazê-lo, por determinação do procurador-geral da República.


b) viola um dever do cargo.
c) age amparado por sua independência funcional.
d) pratica ato de improbidade.
e) descumpre um comando hierárquico.63

15. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) O princípio da independência funcional signiica,


entre outras considerações, que cada membro e cada órgão do Ministério Público
gozam de independência para exercer suas funções em face dos outros membros e
órgãos da mesma instituição.64

16. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) No Ministério Público, existe hierarquia fun-


cional entre a cheia do Ministério Público e seus membros, devendo os pare-
ceres e pronunciamentos ministeriais ser aprovados pela cheia da instituição.65

17. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) Pelo princípio da unidade, todo e qualquer mem-


bro do Ministério Público pode exercer quaisquer das atribuições previstas na legis-

lação constitucional e infraconstitucional.66

63
Letra c. Os integrantes do Ministério Público manifestar-se-ão no processo judicial quando a lei determinar
e de acordo com sua consciência. Se o membro entender que não há necessidade de se posicionar em um
determinado processo, o juiz não poderá obrigá-lo, pois o integrante do Ministério Público age amparado por
sua independência funcional.
64
Certo. A independência funcional denota três prismas básicos:
● independência perante seus pares, podendo discordar dos demais integrantes;
● independência perante os órgãos superiores; e
● independência perante demais autoridades externas ao Ministério Público.
É importante salientar que a independência funcional não poderá prejudicar a unidade do Ministério Público,
devendo existir Câmaras de Coordenação e Revisão dos membros em cada ramo do Ministério Público.

65
Errado. Não há hierarquia funcional entre os membros e órgãos superiores do Ministério Público.
66
Errado. Não há condições de um membro do Ministério Público exercer todas as atribuições do órgão, porque
existem divisões de competências entre os Ministérios Públicos estaduais e o Ministério Público da União.
Um Promotor de Justiça de um determinado estado não poderá desempenhar atribuições de um Procurador
Regional da República, por exemplo.

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18. (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Considere a seguinte situação

hipotética. Um promotor de justiça lotado na promotoria do júri da capital paulista foi

especiicamente designado pelo procurador-geral de justiça para atuar, excepcional-

mente, em um caso de grande repercussão ocorrido no interior paulista e que, a prin-

cípio, seria de atribuição do promotor de São José do Rio Preto – SP. Nessa situação,

de acordo com o regime jurídico do MP, a conduta do procurador-geral foi correta.67

19. (CESPE/TRE-PI/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016) Dado o princípio da unidade, os

membros do MP podem ser substituídos uns pelos outros, desde que sejam da

mesma carreira.68

20. (CESPE/TRE-PI/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016) Em decorrência do princípio da

independência funcional, cada um dos membros do MP vincula-se somente à sua

convicção jurídica, quando se trata de assunto relacionado com sua atividade

funcional.69

21. (CESPE/TRE-PI/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016) Em decorrência do princípio da

indivisibilidade, os promotores e os procuradores integram um só órgão, sob a di-

reção de um só chefe.70

67
Errado. O Procurador-Geral não poderá realizar designações especiais, casuísticas, partidárias, evitando,
assim, o “Promotor de exceção”.
68
Errado. A questão utilizou o conceito do princípio da indivisibilidade para definir o princípio da
unidade. Para não esquecer: princípio da unidade significa que os membros do MP integram um
só órgão, sob a direção de um Procurador-Geral.
69
Certo. O princípio da independência funcional significa que os membros do MP, no desempenho
de suas atividades funcionais, devem prestar obediência à Constituição, às leis e às suas convic-
ções jurídicas.
70
Errado. A questão novamente trocou os conceitos dos princípios. O princípio da indivisibilidade
significa que os membros do MP poderão ser substituídos uns pelos outros dentro de um mesmo
processo, sem que ocorra alteração processual.

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IV – Principais Funções e Instrumentos de Atuação Funcional


do Ministério Público

a) Promover, privativamente, a ação penal pública

A ordem jurídica vem para disciplinar a vida em sociedade, por meio de regras

de conduta, gerando direitos e obrigações. Quando ocorre transgressão de uma

norma do direito penal, o acusado poderá sofrer uma ação penal, podendo ser pú-

blica ou privada, conforme o seu delito.

O juiz, para aplicar a penalidade a um transgressor, precisará ser provocado,

conforme o princípio da inércia do magistrado. O instrumento institucional, que o

Ministério Público possui para provocar o magistrado, é a ação penal pública, de

forma privativa. A peça inaugural da ação penal pública é a denúncia.

Sendo assim, o Ministério Público é o proprietário da ação penal pública, é o

órgão do Estado legitimado e competente para iniciar o devido processo legal para

aplicação de penalidade a um transgressor penal. Segundo o STF:

A Constituição Federal deferiu ao Ministério Público o monopólio da ação penal pública. O


exercício do jus actionis, em sede processual penal, constitui inderrogável função insti-
tucional do Ministério Público, a quem compete promover, com absoluta exclusividade, a
ação penal pública. A cláusula de reserva, pertinente à titularidade da ação penal pública,
sofre apenas uma exceção, constitucionalmente autorizada (Art. 5°, LIX), na hipótese
singular de inércia do parquet (STF, RHC 68.314).

Fique alerta! Na inércia ou omissão do Ministério Público, surge a possibilidade de

promover uma ação penal privada subsidiária da pública, conforme o art. 5°, LIX, da

Constituição. É importante frisar que o ofendido promoverá uma ação penal privada,

tendo em vista que a ação penal pública é de competência do órgão ministerial.

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Na lição de Hugo Nigro:

Ao requerer o arquivamento do inquérito policial ao juiz, fazendo-o de maneira fun-


damentada e processualmente oportuna, o Ministério Público dá literalmente a última
palavra a respeito, pois, se o magistrado não deferir o arquivamento, poderá remeter
os autos ao Procurador-Geral; mas o arquivamento será indeclinável, se for objeto de
insistência do Procurador-Geral.

b) Promover o inquérito civil e a ação civil pública

A Constituição proclama a competência do Ministério Público para promover o

inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,

do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

O inquérito civil destina-se ao recolhimento e coleta, por parte do Ministério

Público, das provas e elementos necessários para promover a ação civil pública,

no âmbito de tutela do meio ambiente, do patrimônio público, artístico, estético,

histórico, turístico, paisagístico e do consumidor.

A ação civil pública se destina a defender os interesses difusos e coletivos, os

sociais e os individuais e indisponíveis. O Ministério Público poderá promover ação

civil pública a interesse individual disponível, caso tenha caráter social e geral, in-

teresse também denominado de direito individual homogêneo.

Uma observação importante é que, quando o Ministério Público age em defesa

do patrimônio público, ele não mais o faz na qualidade de representante da Fazen-

da, na lição de Hugo Nigro.

Diferentemente do que ocorre na ação penal pública, na seara cível, não há ex-

clusividade de promoção de ação civil ao Ministério Público, diferentemente da ação

penal pública. Podem propor uma ação civil pública: Ministério Público, Defensoria

Pública, entes da Federação e até mesmo associações. O cidadão também poderá

promover uma ação para proteção do patrimônio público, por meio da ação popular.

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A legitimação do Ministério Público para as ações civis não impede a de tercei-

ros, nas mesmas hipóteses, segundo a Constituição e as leis. Ele poderá atuar na

ação civil pública como autor ou iscal da lei: o art. 5°, § 1°, da Lei n. 7.347/1985,

disciplina que “o Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará

obrigatoriamente como iscal da lei”.

c) Promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-


ção para ins de intervenção da União e dos Estados

Dentre os diversos legitimados para propor uma ação de inconstitucionalidade

– ADIN, encontra-se o Procurador-Geral da República, que poderá promover ADIN

perante o Supremo Tribunal Federal, enquadrando-se como um legitimado universal,

que dispensa a análise da pertinência temática para propositura, na lição de Clever

Rodolfo Carvalho.

A propositura de ação de inconstitucionalidade não é privativa ao Ministério Público.

O art. 103, da Constituição Federal, dispõe sobre os legitimados.

A representação para ins de intervenção federal ou estadual será originada no

STF, por ADIN interventiva promovida pelo Procurador-Geral da República. Caso a

representação seja deferida pelo STF, cumpre ao Presidente da República decretar

a intervenção.

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d) Exercer o controle externo da atividade policial

Compete ao Ministério Público exercer o controle externo da atividade policial,


com a intenção de proteger o inquérito policial e controlar os atos de investigação
promovidos pelas autoridades da polícia investigativa. Em regra, o inquérito policial
pode ensejar a propositura de uma ação penal pública da qual o Ministério Público
seja titular.

Novamente, tome cuidado, pois o controle externo nada tem a ver com hierarquia
orgânica entre a autoridade policial e o Ministério Público, já que o Ministério não
exerce controle interno.

Segundo a Lei Complementar n. 75/1993, no intuito de promover o controle


externo da atividade policial, o Ministério Público poderá ter livre ingresso em esta-
belecimentos policiais ou prisionais; ter acesso a quaisquer documentos relativos à
atividade-im policial; representar à autoridade competente pela adoção de provi-
dências para sanar a omissão indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou
abuso de poder; requisitar à autoridade competente para instauração de inquérito
policial sobre a omissão ou fato ilícito ocorrido no exercício da atividade policial e
promover a ação penal por abuso de poder.

e) Outras funções institucionais

Compete ao Ministério Público promover a arguição de descumprimento de pre-


ceito fundamental decorrente da Constituição Federal; promover a representação
para intervenção federal nos estados e no Distrito Federal; impetrar habeas corpus
e mandado de segurança e promover outras ações, nelas incluído o mandado de in-
pode delegar suas funções quando se tratar de inquérito civil

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junção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos

direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,

à soberania e à cidadania, quando forem difusos os interesses a serem protegidos.

Outras funções que também cabem ao Ministério Público são: promover ação

visando ao cancelamento de naturalização, em virtude de atividade nociva ao inte-

resse nacional; promover a responsabilidade dos executores ou agentes do estado

de defesa ou do estado de sítio, pelos ilícitos cometidos no período de sua duração;

defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas, incluídos

os relativos às terras por elas tradicionalmente habitadas, propondo as ações cabí-

veis; manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo solicitação do juiz

ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse em causa que justiique

a intervenção.

1. (CESPE/TJ-PI/JUIZ/2012) Compete ao MP, com exclusividade, promover o in-

quérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social e

do meio ambiente.71

2. (CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2012) Compete privativamente ao MP

promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio pú-

blico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.72

71
Errado. O inquérito civil, instituído pela Lei n. 7.347/1985, destina-se à arrecadação de elementos funda-
mentais e necessários à propositura da ação civil, nas áreas de proteção do meio ambiente, do consumidor e
do patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, possibilitando o ajuizamento de uma ação
mais bem sofisticada e instruída e, inclusive, apurando a desnecessidade de impetrar a ação civil, levando
ao arquivamento do inquérito, o que auxilia no alívio dos serviços judiciais. Na área cível, não existe exclu-
sividade à iniciativa ministerial, pois a legitimação do Ministério Público para as ações civis não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses.
72
Errado. Na área cível não existe exclusividade à iniciativa ministerial, pois a legitimação do Ministério Público
para as ações civis não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses.

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3. (CESPE/IBRAM-DF/ADVOGADO/2009) O Ministério Público da União está legi-


timado para promover o inquérito civil e a ação civil pública visando proteção do
meio ambiente, mas não para defender direitos difusos e coletivos.

COMENTÁRIO
3) Os interesses difusos são aqueles em que uma parcela indeterminada de pes-
soas ligadas por uma mesma circunstância de fato está sendo atingida nos seus
direitos de natureza indivisível. Nos interesses coletivos, os destinatários são deter-
mináveis, porque são identiicados através de uma relação jurídica, tendo natureza
indivisível. Nos interesses homogêneos, os destinatários são determináveis e os
direitos são divisíveis.

INTERESSE ABRANGÊNCIA NATUREZA

Pessoas e quantidade
Difuso Indivisível
indeterminadas
Pessoas e quantidade
Coletivo Indivisível
determinadas
Pessoas e quantidade
Individual homogêneo Divisível
determinadas

O Ministério Público tem legitimidade para defender direitos difusos, coletivos e


ainda os direitos individuais homogêneos.

Resposta: Errado.

4. (CESPE/PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) Entre as funções institucionais do


Ministério Público, estão o controle da atividade policial e a requisição de diligências
investigatórias e da instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos ju-

rídicos de suas manifestações processuais.73

73
Certo. O Ministério Público exercerá o controle externo da atividade policial; é o órgão destinatário das
investigações policiais a fim de que se promova a ação penal. Desse modo, o Ministério Público avalia
a necessidade de realizar uma excelente investigação, podendo requisitar diligências investigatórias e
inquérito policial. Fique atento: o Ministério Público não poderá instaurar e presidir inquérito policial,

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5. (CESPE/INSS/ENGENHEIRO CIVIL/2010) O Ministério Público pode determinar a

violação de domicílio alheio para a realização de uma busca e apreensão de mate-

riais e equipamentos que possam servir como prova em um processo.74

6. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) O rol de funções do Ministério Pú-

blico constante da CF é taxativo, cabendo a esse órgão cingir-se ao exercício das

atribuições descritas nos dispositivos constitucionais.75

7. (CESPE/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2010) Considere que o MP tenha ajuizado

ação em face de determinado ente da Federação, visando obter provimento juris-

dicional que assegurasse o fornecimento de medicamentos a pessoa considerada

hipossuiciente. Nessa situação, apesar de o MP ter agido em defesa de interesses

sociais e individuais indisponíveis, resta conigurada, segundo entendimento do

STF, a usurpação de competência da DP, visto que se busca assegurar o direito à

saúde de pessoa hipossuiciente.76

pois essa é uma atividade desenvolvida pela autoridade policial. Porém, o Ministério Público dispõe de
competência para proceder à investigação criminal, com a finalidade de apurar a ocorrência de infrações
penais de natureza pública, como preparação para deflagrar a ação penal pública. Resumindo: o Ministé-
rio Público não instaura inquérito policial, mas poderá requisitá-lo junto à autoridade policial e também
poderá promover investigações criminais.
74
Errado. O Ministério Público não dispõe de competência para violar domicílio alheio.
75
Errado. O rol de funções do Ministério Público constante na Constituição Federal é exemplificativo, podendo
a lei atribuir outras funções ao Ministério Público.
76
Errado. Segundo o STF, no Recurso Extraordinário n. 554088, “A Constituição do Brasil, em seu artigo 127,
confere expressamente ao Ministério Público poderes para agir em defesa de interesses sociais e individuais
indisponíveis, como no caso de garantir o fornecimento de medicamentos a hipossuficiente. Não há que se falar
em usurpação de competência da defensoria pública ou da advocacia privada”. Portanto, o Ministério Público
poderá ajuizar ação para assegurar o fornecimento de medicamentos à pessoa considerada hipossuficiente.

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8. (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA/2009) De acordo com a jurisprudência


do STF, o MP tem legitimidade ativa ad causam para requerer a internação compul-
sória, para tratamento de saúde, de pessoa vítima de alcoolismo, ainda que exista
defensoria pública com atuação efetiva no local, uma vez que o direito em questão
é indisponível.77

9. (CESPE/MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Entre as funções institucionais do


Ministério Público, está a de promover, em caráter exclusivo, a ação civil pública
para a promoção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros in-
teresses difusos e coletivos.78

10. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Constitui função institucional


do MP promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para ins de in-
tervenção da União, nas hipóteses constitucionalmente estabelecidas.79

11. (CESPE/MPE-RN/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2009) De navio petroleiro que


transitava pela costa brasileira, em razão de seu péssimo estado de conserva-
ção e de negligência de seus tripulantes, vazou grande quantidade de óleo,
poluindo diversas praias do litoral de determinado estado. O péssimo es-
tado de conservação do navio já havia sido constatado pelos iscais da au-
tarquia responsável pela iscalização ambiental. Contudo, o presidente des-
sa autarquia decidiu, contrariando a posição técnica dos iscais, que o navio
estava apto a navegar. Posteriormente, apurou-se que o irmão do presidente da
autarquia ambiental era um dos diretores da empresa dona do petroleiro, levantan-

do-se a suspeita de favorecimento à empresa.

77
Errado. Segundo o STF, no Recurso Extraordinário n. 496718, “O Ministério Público não tem legitimidade
ativa ad causam para requerer a internação compulsória, para tratamento de saúde, de pessoa vítima de
alcoolismo. Existindo defensoria pública organizada, tem ela competência para atuar nesses casos”.
78
Errado. Na área cível, não existe exclusividade à iniciativa ministerial, pois a legitimação do Ministério
Público para as ações civis não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses.
79
Certo. O Ministério Público tem função institucional de promover ação direta de inconstitucionalidade e pro-
mover a representação para fins de intervenção federal da União.

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Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta.

a) Na situação apresentada, o MP pode instaurar inquérito policial para a apuração

de delitos ambientais.

b) Ao MP compete promover privativamente a ação civil pública para a defesa do

meio ambiente.

c) A CF conferiu ao MP o poder de expedir notiicações, requisitar diligências in-

vestigatórias e documentos, a im de instruir procedimento administrativo de sua

competência.

d) Caso não haja membro do MP lotado na comarca do local do dano, o procura-

dor-geral poderá nomear bacharel em direito para que este desempenhe as fun-

ções de promotor ou procurador ad hoc.

e) Caso o membro do MP lotado na comarca do local do dano não tenha experiên-

cia em direito ambiental, o procurador-geral pode removê-lo e lotar, na comarca,

outro membro habilitado para a condução da apuração.80

12. (CESPE/MPE-RN/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2009) É função institucional do MP

defender judicialmente os direitos e os interesses das populações carentes.81

80
Letra c.
a) O Ministério Público não instaura inquérito policial, mas poderá requisitar o inquérito junto à autoridade poli-
cial e, ainda, poderá promover investigações criminais.
b) Na área cível, não existe exclusividade à iniciativa ministerial, pois a legitimação do Ministério Público para
as ações civis não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses.
c) O Ministério Público pode requisitar diligências investigatórias, documentos, inquérito policial e expedir noti-
ficações, no intuito de instruir procedimento administrativo de sua competência.
d) As competências do Ministério Público só poderão ser realizadas pelas autoridades competentes, ou seja, os
membros ministeriais.
e) Não poderá ocorrer remoção ou designação de membros de forma arbitrária ou ilegal, no intuito de não ferir
o princípio do promotor natural.

81
Errado. Essa atribuição é da Defensoria Pública.

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13. (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/2009) Compete privativamente ao MP

promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio pú-

blico e social, do meio ambiente e de interesses difusos e coletivos.82

14. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ/2009) As funções institucionais do MP estão pre-

vistas na CF, em rol taxativo, sendo que sua legitimação para as ações civis nele

previstas não impede a legitimação de terceiros, nas mesmas hipóteses.83

15. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Na esfera cível, o papel do MP

é tão relevante como na esfera criminal, porém sua atuação limita-se a oiciar nos

feitos como órgão interveniente, em razão da qualidade de uma parte ou da natu-

reza da lide.84

16. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Cabe ao MP zelar pelo efetivo

respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos as-

segurados na CF e promover as medidas necessárias à sua garantia. Essa é função

autenticamente de defensor do povo, o chamado ombudsman.85

82
Errado. Na área cível não existe exclusividade à iniciativa ministerial, pois a legitimação do Ministério Público
para as ações civis não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses.
83
Errado. O rol de funções do Ministério Público constante da Constituição Federal é exemplificativo, podendo
a Lei atribuir outras funções ao Ministério Público.
84
Errado. O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal
da lei. Sendo assim, pode atuar como autor ou parte processual ou como fiscal da lei.
85
Certo. A função de ombudsman tem origem remota na Constituição sueca de 1809, que criou a figura do
justitieombudsman, expressão traduzida para o vernáculo como “comissário de Justiça”, com a atribuição de
supervisionar a observância dos atos dos juízes e servidores públicos, frisa Roberto de Castro. Na Constitui-
ção Federal de 1988, conferiu-se ao Ministério Público a função de ombudsman, que seria zelar pelo efetivo
respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição,
promovendo as medidas necessárias.

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17. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) A outorga constitucional de


funções de polícia judiciária à instituição policial não impede nem exclui a possibili-
dade de o MP determinar a abertura de inquéritos policiais, requisitar esclarecimen-
tos e diligências investigatórias, sem prejuízo de outras medidas que lhe pareçam
indispensáveis à formação da opinio delicti, além de conferir ao MP possibilidade de
assumir a presidência do inquérito policial.86

18. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) A cláusula de exclusividade


inscrita na CF no sentido de que a Polícia Federal destina-se a exercer, com exclu-
sividade, as funções de polícia judiciária da União inibe a atividade de investigação
criminal do MP.87

19. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) O MP, diante da iscalização


intraorgânica e daquela desempenhada pelo CNMP, não está permanentemente
sujeito ao controle jurisdicional dos atos que pratique no âmbito das investigações
penais que promova ex propria auctoritate.88

20. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Há legitimidade constitucional


no poder de investigar do MP, pois os organismos policiais (embora detentores da
função de polícia judiciária) não têm, no sistema jurídico brasileiro, o monopólio da
competência penal investigatória.89

21. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Na seara criminal, o MP não


possui poder de investigar, por autoridade própria, pois tal possibilidade não se
encontra expressa na CF, de onde emergem, de modo taxativo, suas funções
institucionais.90

86
Errado. O Ministério Público não instaura inquérito policial, mas poderá requisitá-lo junto à autoridade poli-
cial e, ainda, poderá promover investigações criminais.
87
Errado. O Ministério Público não poderá instaurar e presidir inquérito policial, pois, como já foi dito, essa é
uma atividade desenvolvida pela autoridade policial. Conclui-se que o Ministério Público não instaura inqué-
rito policial, mas poderá requisitá-lo junto à autoridade policial e promover investigações criminais.
88
Errado. O Ministério Público, no momento de realizar suas investigações criminais, deverá observar as
regras estabelecidas em lei, como a inviolabilidade do domicílio, do sigilo fiscal, telefônico, dentre outros. O
Poder Judiciário pode exercer um controle judicial sobre a atuação do Ministério Público, quando não obser-
vada a lei.
89
Certo. Questão bastante cobrada em prova! Vide questão 18.
90
Errado. A questão proclamou dois erros. O Ministério Público possui poder de investigação criminal; e as
funções do Ministério Público não são taxativas na Constituição Federal.

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22. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2007) A CF previu no ato das disposições


constitucionais transitórias que os procuradores da República, os quais exerciam as
funções de representação judicial da União, poderiam optar, de forma irretratável,
entre as carreiras do Ministério Público Federal e as da AGU.91

23. (CESPE/TCU/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2008) Um promotor de jus-


tiça ingressou com ação civil pública contra a companhia de saneamento básico
de seu estado, por estar essa companhia realizando obras que provocam o as-
soreamento das margens de um importante rio que banha vários municípios. Na
exordial, pediu a condenação da companhia em substancial quantia em dinheiro e
também na obrigação de cessar a realização das obras. Diante de tal quadro, o juiz
poderá acolher a ambos os pedidos deduzidos pelo órgão ministerial, considerando
que a condenação pecuniária in casu tem caráter punitivo pelo dano já causado e
a condenação na obrigação de não fazer tem caráter acautelatório de impedir a
ampliação do dano.92

24. (CESPE/STF/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) Desde que o crime envolva desvio


de recursos públicos, o Ministério Público, com base no princípio da publicidade e
diante do poder de requisitar documentos atribuído aos seus membros, pode pro-
mover a quebra de sigilos bancário e iscal.93

25. (CESPE/STF/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O Ministério Público pode determi-


nar a violação de domicílio para a realização de busca e apreensão de objetos que
possam servir de provas em processo criminal, desde que tal violação ocorra no
período diurno.94

91
Certo. Antes da Constituição Federal de 1988, o Ministério Público Federal realizava as funções que hoje
são desempenhadas pela Advocacia-Geral da União. Com o advento da CF atual, os membros do Ministério
Público Federal deveriam optar, de forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e as
da Advocacia-Geral da União.
92
Errado. Segundo a Lei n. 7.347/1985 (Lei de Ação Civil Pública), a ação civil poderá ter por objeto a conde-
nação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Ou seja, o Ministério Público pode-
ria ajuizar ação civil para condenação em dinheiro ou então em obrigação de fazer ou não fazer.
93
Errado. O Ministério Público não tem legitimidade para quebrar o sigilo bancário ou fiscal ou telefônico.
94
Errado. O Ministério Público não tem competência para violação de domicílio para busca e apreensão de objetos.

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(CESPE/ANTAQ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2009) Considere que determinado


navio petroleiro, ao fazer a aproximação no porto de Santos, no estado de São
Paulo, tenha colidido com outra embarcação, causando signiicativo dano ambiental
nas praias daquele estado. Com relação a esse caso hipotético, julgue os itens 26
e 27 a seguir, acerca da organização do Ministério Público.

26. A ação judicial de reparação de danos ambientais não será de competência

privativa do Ministério Público.95

27. (CESPE/ANTAQ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2009) Nesse caso, caberá exclusi-


vamente ao Ministério Público do estado de São Paulo propor a devida ação penal.96

28. (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2009) O Ministério Público é parte legítima


para propor ação civil pública com o objetivo de tutelar direitos individuais indispo-
níveis, como o de recebimento de medicamento de uso contínuo por pessoa idosa.97

29. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2009) O poder investigatório do


Ministério Público e sua ingerência no inquérito policial, objeto de veemente debate
nacional, foram motivados por edição de medida provisória.98

30. (CESPE/TRE-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Entre as atribuições do Minis-


tério Público previstas na CF está a defesa dos necessitados, que não dispõem de

recursos para pagar um advogado.99

95
Certo. Na esfera cível, a atuação do Ministério Público não exclui a competência de outras autoridades.
96
Errado. Apesar de o dano ter ocorrido no estado de São Paulo, não temos elementos suficientes na questão
para sacramentar a competência exclusiva do Ministério Público do estado de São Paulo.
97
Certo. Vide questão 7.
98
Errado. Não houve edição de medida provisória autorizando o Ministério Público a investigar (medida provi-
sória não é o instrumento adequado para organizar o funcionamento do Ministério Público).
99
Errado. Essa competência é da Defensoria Pública.

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31. (CESPE/TRE-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Segundo a CF, cabe ao Ministé-

rio Público exercer o controle externo da atividade policial.100

32. (CESPE/TRE-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Entre as atribuições do Ministé-

rio Público previstas na CF está a representação judicial e a consultoria jurídica de

entidades públicas.101

33. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) Para exercer o controle ex-

terno da atividade policial, o MPU emprega meios estritamente judiciais e só pode

representar à autoridade competente requerendo a instauração de inquérito.102

34. (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) O membro do Ministério Pú-

blico pode expedir notiicações para colher depoimentos a im de instruir inquéritos

civis e procedimentos administrativos e, quando a pessoa notiicada não compare-

cer, o próprio membro do MP pode requisitar condução coercitiva pela polícia militar

ou pela polícia civil, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.103

35. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) Assinale, entre as opções abai-

xo, a que não corresponde a nenhuma das atribuições e poderes conferidos pela lei

ao Ministério Público da União.

100
Certo. Segundo a Lei Complementar n. 75/1993, no intuito de promover o controle externo da atividade
policial, o Ministério Público poderá:
● ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais;
● ter acesso a quaisquer documentos relativos à atividade-fim policial;
● representar à autoridade competente pela adoção de providências para sanar a omissão indevida, ou para
prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;
● requisitar à autoridade competente para instauração de inquérito policial sobre a omissão ou fato ilícito ocor-
rido no exercício da atividade policial e promover a ação penal por abuso de poder.
101
Errado. É vedado ao Ministério Público representar ou exercer consultoria a entidades públicas.
102
Errado. Vide questão 31.
103
Certo. O Ministério Público poderá notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, em caso de
ausência injustificada.

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a) Promover, privativamente, a ação penal pública.

b) Requisitar informações e documentos a entidades privadas.

c) Promover a responsabilidade disciplinar dos servidores públicos lotados no Executivo.

d) Notiicar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausência

injustiicada.

e) Promover a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente

da Constituição Federal.104

36. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) As atribuições do Ministério Pú-

blico da União são de natureza regimental.105

37. (CESPE/TRE-RS/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) Ao Ministério Público não com-

pete exercer o controle externo da atividade policial.106

38. (CESPE/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) O Ministério Público possui le-

gitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos das populações

indígenas.107

39. (CESPE/TRT 10ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) O Ministério Público tem

legitimidade para propor ação civil pública em defesa dos direitos e interesses di-

fusos e coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos dos idosos.108

104
Letra c. O Ministério Público não tem legitimidade para promover a responsabilidade disciplinar dos servi-
dores públicos lotados no Poder Executivo.
105
Errado. As atribuições do Ministério Público são de natureza constitucional e legal.
106
Errado. Vide questão 31.
107
Certo. Compete ao Ministério Público a defesa dos direitos e interesses coletivos, especialmente das comu-
nidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso.
108
Certo. O Ministério Público tem legitimidade para defender direitos difusos, coletivos e ainda os individuais
homogêneos. Vide também a questão 38.

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40. (CESPE/CADE/NÍVEL SUPERIOR/2014) A promoção de ação de inconstitucio-


nalidade e a representação ao STF para ins de intervenção da União em um estado
da Federação constituem funções institucionais do Ministério Público.109

41. (CESPE/PC-CE/AGENTE DE POLÍCIA/2016) As funções institucionais do MP in-


cluem promover, privativamente, a ação penal pública e exercer o controle externo
da atividade policial, assim como a representação judicial e a consultoria jurídica
de entidades públicas.110

42. (CESPE/MPU/ANALISTA DIREITO/2013) O MPU possui competência para ajui-


zar, em defesa do meio ambiente, ação civil pública cujo pedido principal seja a
declaração de inconstitucionalidade de determinada lei federal.111

43. (CESPE/MPU/ANALISTA DIREITO/2013) Os instrumentos de atuação do MPU


na defesa da ordem jurídica incluem o ajuizamento, pelo procurador-geral da Re-
pública, de ADC de lei ou ato normativo federal e de ADPF decorrente da CF.112

V – Ministério Público Brasileiro

A República Federativa do Brasil possui como forma de Estado o Federalismo,


constituído por União, Estados e Municípios, todos dotados de autonomia e com
competências distintas. A Constituição Federal subdividiu o Ministério Público nas
concepções do sistema federativo brasileiro, abrangendo o Ministério Público da

União e os Ministérios Públicos dos Estados.

109
Certo. Dentre as funções institucionais do MP, encontram-se a promoção de ação de controle de constitu-
cionalidade e a ação de representação junto ao STF para intervenção federal no estado.
110
Errado. O erro da questão encontra-se no final, pois é vedado ao MP representar judicial e extrajudicial-
mente as entidades públicas.
111
Errado. Ajuizar ação civil pública para promover o controle de constitucionalidade, como pedido prin-
cipal, é vedado. O controle de constitucionalidade, via ação civil pública, é admitido apenas quando o
pedido for secundário. Em outras palavras, a ação civil pública não pode ter como objeto principal o
controle de constitucionalidade, todavia, ser for caráter incidental, é possível.
112
Certo. O Procurador-Geral da República tem legitimidade para promover as respectivas ações de con-
trole de constitucionalidade. Previsão no art. 6°, Lei Complementar n. 75/1993.

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Cada Ministério Público possui sua parcela de autonomia administrativa, inan-

ceira e funcional, não existindo, assim, qualquer tipo de subordinação hierárquica

ou funcional entre eles. É importante também saber que não existe Ministério Pú-

blico dos municípios, tendo em vista que tais entes da Federação não têm autono-

mia para manter e prover órgão ministerial.

Dessa forma, o Ministério Público brasileiro abrange:

a) Ministério Público da União, que compreende:


• Ministério Público Federal

• Ministério Público do Trabalho

• Ministério Público Militar

• Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

b) Ministérios Públicos dos estados

Ministério Público da União Ministérios Públicos dos estados


Organizado e mantido pela União, Organizados e mantidos pelos respectivos estados,
mediante a Constituição Federal e a Lei mediante normas gerais da Constituição Federal e
Complementar n. 75/1993. Estadual, Lei Complementar Estadual e Lei Fede-
ral n. 8.625/1993. Cada estado deverá elaborar
Lei Complementar Estadual para organizar o seu
Ministério Público.
Tem como chefe o Procurador-Geral da Tem como chefe o Procurador-Geral de Justiça do
República, nomeado pelo Presidente da estado, nomeado pelo Governador do estado.
República.
A área de atuação pode ser observada Os demais interesses sociais e individuais indis-
na leitura dos artigos 109, 114 e 124 da poníveis, não abrangidos pelo Ministério Público
Constituição Federal, que dispõem sobre da União, são atribuições do Ministério Público do
as competências da justiça federal, do estado. Com atuação, em regra, na justiça comum
trabalho, militar e eleitoral, bem como as dos estados (juízes de 1o grau e Tribunal de Justiça
competências dos Tribunais Superiores e dos estados).
do Supremo Tribunal Federal.

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O Ministério junto aos Tribunais de Contas não abrange o Ministério Público bra-
sileiro; apesar da denominação “Ministério Público”, sua organização é mantida
pelas leis orgânicas dos Tribunais de Contas, que, a propósito, não são órgãos do
Poder Judiciário. A atuação do Ministério Público junto a esses colegiados é restrita
às atribuições dos Tribunais de Contas, que não integram o Ministério Público da
União nem os Ministérios Públicos dos estados. Portanto, o Ministério junto aos Tri-
bunais de Contas não é instituição autônoma e não possui as mesmas prerrogativas
institucionais, sendo vedado aos membros do Ministério Público da União ou dos
estados o exercício de suas atribuições nos Ministérios Públicos junto aos Tribunais
de Contas. Por im, embora o art. 130 da Constituição Federal determine que “aos
membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as dispo-
sições pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura”, não existe qualquer
tipo de vínculo entre tais integrantes.

Como visto, o Ministério Público abrange o Ministério Público da União e o Mi-


nistério Público dos estados. A Lei Orgânica do Ministério Público da União é a Lei
Complementar n. 75/1993; a Lei de Organização dos Ministérios Públicos dos es-
tados é a Lei Federal n. 8.625/1993 e ainda cada estado deverá elaborar uma lei
complementar estadual para estruturar seu Ministério Público.

1. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) O MP que atua junto ao tribunal de


contas é instituição distinta do MP comum, sendo-lhes aplicado, contudo, os mes-

mos direitos, vedações e forma de investidura.113

113
Certo. O art. 130 da Constituição Federal determina que “aos membros do Ministério Público junto aos Tri-
bunais de Contas aplicam-se as disposições pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura”.

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2. (CESPE/TJ-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Em caso de urgência ou interesse

público relevante, o procurador-geral da República poderá convocar extraordinaria-

mente o Congresso Nacional.114

3. (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/JUIZ/2011) Conforme a CF, o MPU compreende o MP

Militar, o MP do Trabalho e o MP Eleitoral, todos dotados de estrutura própria.

Comentário

O Ministério Público abrange o Ministério Público dos estados e o Ministério Pú-

blico da União, que compreende o Ministério Público Federal, o Ministério Público

do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal

e Territórios.

Resposta: Errado.

114
Errado. O Procurador-Geral da República não possui competência para convocar o Congresso Nacional.

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4. (CESPE/SEAD-SE/FPH/PROCURADOR/2009) Jorge é procurador-geral de justiça


do seu estado, ou seja, é o chefe do Ministério Público estadual. Nessa situação, é
correto airmar que Jorge foi escolhido pelo procurador-geral da República mediante
lista tríplice entre os integrantes da carreira, e que cabe a ele a promoção das ações
civis públicas para proteção de interesses difusos e coletivos no âmbito do estado.115

5. (CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Os membros do Ministério Público


junto ao Tribunal de Contas do estado do Espírito Santo compõem o Ministério Pú-
blico do estado do Espírito Santo.116

6. (CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) O procurador-geral de justiça de


um estado federado poderá ser destituído por deliberação da maioria absoluta da
respectiva assembleia legislativa, na forma da lei complementar pertinente.117

7. (CESPE/TJ-SE/JUIZ/2008) O procurador-geral de justiça acumula a cheia do


Ministério Público estadual com o cargo de chefe do Ministério Público junto ao tri-
bunal de contas do estado.118

8. (CESPE/TRE-ES/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) A legislação municipal pode esta-


belecer ao membro do Ministério Público em atuação no município atribuições além

das estabelecidas pela legislação federal.119

115
Errado. Jorge, Procurador-Geral de Justiça, será escolhido pelo Chefe do Poder Executivo estadual (Governador).
116
Errado. O Ministério junto aos Tribunais de Contas não abrange o Ministério Público brasileiro; apesar da
denominação “Ministério Público”, sua organização é mantida pelas leis orgânicas dos Tribunais de Contas,
que, a propósito, não são órgãos do Poder Judiciário. A atuação do Ministério Público junto a esses colegia-
dos é restrita às atribuições dos Tribunais de Contas, que não integram o Ministério Público da União nem os
Ministérios Públicos dos estados.
117
Certo. O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído pelo Poder Legislativo local, mediante maioria
absoluta, após representação do Chefe do Poder Executivo.
118
Errado. Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não faz parte da estrutura do Ministério Público.
119
Errado. Município não tem autonomia para legislar sobre a organização e o funcionamento do Ministério Público.

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9. (CESPE/TCE-BA/PROCURADOR/2010) Aos membros do MPE junto ao TCE/BA


devem ser aplicados os direitos, as vedações e a forma de investidura aplicados aos
demais membros do MP.120

10. (CESPE/MPE-RN/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2009) Segundo a CF, o MP brasileiro


compreende apenas o MP Federal e o MP dos estados e do DF.121

11. (CESPE/AGU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O Ministério Público abrange o


Ministério Público da União, que compreende, entre outros, os Ministérios Públicos
dos estados. Todavia, há outro órgão estatal, dotado de identidade e de isionomia
próprias que o tornam inassimilável à instituição do Ministério Público comum da
União e dos estados-membros, qual seja: o Ministério Público junto ao Tribunal de
Contas.122

12. (CESPE/TRE-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) O MP da União engloba, entre


outros, o MPDFT.123

13. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Aos MPEs não se aplica a Lei


Orgânica do MPU, mas a Lei Orgânica do MP.124

14. (CESPE/TRF-1ªREGIÃO/JUIZ/2009) Conforme posicionamento do STF, será


constitucional norma estadual que atribuir o exercício das funções dos membros do

MP especial no tribunal de contas do estado aos membros do MP estadual.125


120
Certo. Vide questão 1.
121
Errado. Vide questão 3.
122
Errado. Ministério Público estadual não faz parte da estrutura do Ministério Público da União. Vide também
a questão 3.
123
Certo. O MPDFT faz parte do MPU. Vide questão 3.
124
Errado. Aos Ministérios Públicos dos estados poderá ser aplicada a Lei Orgânica do MPU (Lei Complementar
n. 75/1993) de forma subsidiária.
125
Errado. Os integrantes do Ministério Público não poderão exercer suas funções no Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas.

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15. (CESPE/TRE-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Segundo a CF, o Ministério Pú-

blico da União (MPU) compreende vários ramos. Assinale a opção que não corres-

ponde a ramo do MPU.

a) Ministério Público Federal

b) Ministério Público Eleitoral

c) Ministério Público do Trabalho

d) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios126

16. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) A estrutura completa do MPU

é constituída por: Ministério Público Federal e Ministério Público do Distrito Federal

e Territórios.127

17. (CESPE/TRT-17ªREGIÃO-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2009) O Ministério Público

brasileiro é composto pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público dos

estados e do Distrito Federal. O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos do

Ministério Público Federal.128

18. (FCC/TRT1° REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) Leis complementares, de

iniciativa facultada ao Procurador-Geral da República, estabelecerão a organização,

as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União e dos Ministérios Públicos

dos estados.129

126
Letra b. Não existe o Ministério Público Eleitoral, como instituição; mas existem as funções eleitorais, que
serão realizadas pelo Ministério Público Federal. No capítulo VIII estudaremos de forma mais detalhada.
127
Errado. O MPU compreende o MPF, o MPT, o MPM e o MPDFT.
128
Errado. Vide questão 1.
129
Errado. O Procurador-Geral da República terá a faculdade de iniciar projeto de Lei Complementar Federal
para organizar o Ministério Público da União. A iniciativa das leis complementares que organizarão os Minis-
térios Públicos dos estados caberá a cada Procurador-Geral de Justiça do estado.

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19. (FCC/TRT1° REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) O Ministério Público do Tra-

balho integra o Ministério Público da União, tendo por chefe o Procurador-Geral da

República, o qual é nomeado pelo Presidente da República, após a aprovação de

seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de

dois anos, permitida a recondução.130

20. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Ministério Público abrange o Minis-

tério Público da União, composto pelo Ministério Público Federal, Ministério Público

do Trabalho, Ministério Público Militar, Ministério Público Eleitoral e Ministério Públi-

co do Distrito Federal e Territórios; e os Ministérios Públicos dos estados.131

21. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2009) Assinale a alternativa CORRETA:

a) O Ministério Público Eleitoral é uma instituição dotada de autonomia administra-

tiva, inanceira e orçamentária.

b) O princípio da indivisibilidade é inerente a todos os ministérios públicos que o

sistema jurídico brasileiro instituiu.

c) Existe unidade entre o Ministério Público Federal e os Ministérios Públicos estaduais.

d) O Ministério Público exerce suas funções por meio de órgãos próprios conforme

os princípios de unidade, indivisibilidade e independência funcional e com sujeição,

em todo caso, a legalidade e imparcialidade.

e) Não respondida.132

130
Certo. O Ministério Público do Trabalho faz parte da estrutura do Ministério Público da União.
131
Errado. Vide questão 15.
132
Letra d. O Ministério Público exerce suas funções institucionais, conforme a Constituição Federal e a Lei Com-
plementar n. 75/1993, observando os princípios da unidade, da indivisibilidade e da independência funcional.

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VI – Ministério Público da União

O Ministério Público da União – MPU é organizado e mantido pela União. Seu


estatuto ou lei de organização é a Lei Complementar n. 75/1993, cuja área de atu-
ação está nas competências da justiça federal, do trabalho, militar e eleitoral e nas
jurisdições dos Tribunais Superiores e do Supremo Tribunal Federal. Tem por chefe
o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República.

a) Procurador-Geral da República

O Ministério Público da União – MPU é cheiado e comandado pelo Procurador-


-Geral da República, que será escolhido de forma livre pelo Presidente da Repúbli-
ca, dentre os integrantes da carreira do MPU, com idade superior a 35 anos, após
aprovação do Senado Federal.

1. Escolha do nome

O Procurador-Geral da República será escolhido pelo Presidente da República e a


escolha deverá recair dentre quaisquer membros das quatro carreiras que integram
o MPU, não existindo obrigatoriedade de ser membro vitalício ou integrante da
última classe. A Constituição Federal proclama que a escolha será de forma livre,
podendo o Presidente apontar qualquer integrante que seja maior de 35 anos (não
há previsão de o Presidente da República escolher mediante lista tríplice).

2. Aprovação pelo Senado Federal

Após a escolha, o nome do provável Procurador-Geral deverá ser encaminhado


ao Senado Federal. Ao chegar, o escolhido será submetido à arguição pública ou
sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania do Senado Federal.
Aprovado na sabatina, o indicado será submetido à aprovação do Plenário do Sena-

do Federal, devendo a maioria absoluta, em votação secreta, aprovar aquele nome.

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3. Nomeação

Com a aprovação do Senado, compete ao Presidente da República nomear o


futuro Procurador-Geral da República.

4. Mandato

O cargo de dirigente do Ministério Público da União é político, tendo, portanto,


mandato. O Procurador-Geral da República, a partir da posse, terá um mandato de
2 (dois) anos, podendo ser reconduzido por inúmeras vezes, desde que seja apro-
vado e nomeado novamente pelo Presidente da República, isto é, para cada recon-
dução deverá haver aprovação do Senado Federal e nomeação pelo Presidente da
República.

5. Destituição

O Procurador-Geral da República poderá ser destituído do cargo, antes do térmi-


no do seu mandato, por iniciativa do Presidente da República, após autorização da
maioria absoluta do Senado Federal, em votação secreta. A destituição se difere da
perda do cargo: para a perda do cargo, faz-se necessária a ocorrência de crime de
responsabilidade ou impeachment. É importante frisar que o Senado Federal não
destitui, mas apenas autoriza que o Presidente o faça.

6. Vice-Procurador-Geral da República

O Procurador-Geral da República designará, dentre os integrantes da carrei-


ra, maiores de trinta e cinco anos, o Vice-Procurador-Geral da República, que o
substituirá em seus impedimentos. No caso de vacância, exercerá o cargo o Vice-
-Presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, até o provimento
deinitivo do cargo.

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7. Competência

O Procurador-Geral da República – PGR, como chefe do Ministério Público da

União, tem a competência de dirigir e coordenar a instituição, podendo: represen-

tar o Ministério Público da União; propor ao Poder Legislativo projetos de lei sobre

o Ministério Público da União; apresentar a proposta de orçamento do Ministério

Público da União, compatibilizando os anteprojetos dos diferentes ramos da insti-

tuição, na forma da Lei de Diretrizes Orçamentárias; dirimir conlitos de atribuição

entre integrantes de ramos diferentes do Ministério Público da União; praticar atos

de gestão administrativa, inanceira e de pessoal; prover e desprover os cargos

das carreiras do Ministério Público da União e de seus serviços auxiliares; exercer

o poder regulamentar.

Dentre as competências mais nobres do Procurador-Geral da República estão a

nomeação e posse dos cargos de:

• Vice-Procurador-Geral da República

• Procurador-Geral do Trabalho

• Procurador-Geral da Justiça Militar

Cuidado! O Procurador-Geral da República não é autoridade competente para no-

mear o Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios; quem o faz é o

Presidente da República. A competência do Procurador-Geral da República, em re-

lação ao Procurador-Geral do Distrito Federal e Territórios, se resume a duas ativi-

dades: encaminhar ao Presidente da República a lista tríplice para nomeação e dar

posse ao nomeado. No capítulo destinado ao Ministério Público do Distrito Federal

e Territórios falaremos mais sobre o assunto.

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É também competência do Procurador-Geral da República encaminhar aos res-


pectivos presidentes as listas sêxtuplas para composição dos seguintes tribunais:
• Tribunais Regionais Federais
• Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
• Superior Tribunal de Justiça
• Tribunal Superior do Trabalho
• Tribunais Regionais do Trabalho

Lembrando que o Procurador-Geral da República não elabora a lista sêxtupla das in-
dicações de membros do MPU para comporem os tribunais, simplesmente a encaminha.

b) Conselho de Assessoramento Superior

O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União é um


órgão opinativo sobre as matérias de interesse geral da instituição. Destaca-se que
o Procurador-Geral da República deverá sempre convocar o Conselho de Asses-
soramento, quando envolver competências relacionadas logo abaixo.

1. Composição: 5 integrantes

Procurador-Geral da República (Presidente)


Vice-Procurador-Geral da República
Procurador-Geral do Trabalho
Procurador-Geral da Justiça Militar
Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios

2. Competências

Opinar sobre projetos de lei de interesse comum do Ministério Público da União, ne-
les incluídos: os projetos que visem alterar normas gerais da Lei Orgânica do Ministério
Público da União, a proposta de orçamento do Ministério Público da União e os projetos
que proponham a ixação dos vencimentos nas carreiras e nos serviços auxiliares.

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O Conselho de Assessoramento Superior poderá propor aos Conselhos Superio-


res dos diferentes ramos do Ministério Público da União medidas para uniformizar
os atos decorrentes de seu poder normativo.

3. Reuniões

As reuniões do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da


União serão convocadas pelo Procurador-Geral da República, podendo solicitá-las
qualquer um de seus membros.

c) Ramos do Ministério Público da União

O Ministério Público da União é composto por quatro ramos, todos com autono-
mia funcional para desempenhar suas atribuições.
Compreende o Ministério Público da União:
• Ministério Público Federal
• Ministério Público do Trabalho
• Ministério Público Militar
• Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

1. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) Em caso de urgência ou interesse


público relevante, o procurador-geral da República poderá convocar extraordinaria-
mente o Congresso Nacional.133

2. (CESPE/TRF-2ª REGIÃO/Juiz/2011) A destituição do procurador-geral da Repú-


blica ocorre por iniciativa do presidente da República, precedida de autorização da
maioria absoluta do Senado Federal.134

133
Errado. O Procurador-Geral da República não tem competência para convocar o Congresso Nacional.
134
Certo. O Procurador-Geral da República poderá ser destituído do cargo, antes do término do seu mandato,
por iniciativa do Presidente da República, após autorização da maioria absoluta do Senado Federal, em vota-

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3. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011) O procurador-geral da República goza

de vitaliciedade, sendo vedada sua destituição antes do término do mandato.135

4. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) O procurador-geral da Repúbli-

ca será nomeado pelo presidente da República para mandato de quatro anos, ve-

dada a recondução.136

5. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Constitui condição necessária

para a destituição do procurador-geral da República, por iniciativa do presidente da

República, a autorização de um terço dos membros do Senado Federal.137

6. (CESPE/TRE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) A destituição do procurador-geral da

República, por iniciativa do presidente da República, prescinde de autorização do

Senado Federal.138

7. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) Na defesa dos direitos consti-

tucionais do cidadão, o procurador-geral da República representa ao poder compe-

tente para a promoção da responsabilidade nos casos comprovados de omissões

inconstitucionais.139

ção secreta. O Senado Federal não destitui, mas autoriza o Presidente da República para que o faça.
135
Errado. O cargo de Procurador-Geral da República – PGR é político, com mandato de dois anos, podendo
ser prorrogado. O membro ministerial que ocupa o cargo de PGR tem vitaliciedade, mas o próprio cargo não
possui tal garantia, pois há um mandato para o seu exercício.
136
Errado. O mandato para o exercício do cargo de Procurador-Geral da República é de dois anos, podendo
ser reconduzido.
137
Errado. O quórum de autorização de destituição do Procurador-Geral da República é de maioria absoluta,
e não um terço.
138
Errado. A palavra “prescinde” significa “desnecessário”, “dispensável”. Para a destituição do Procurador-Ge-
ral da República, é indispensável a autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
139
Errado. A competência para representar ao poder competente para a promoção de responsabilidade, nos
casos comprovados de omissões constitucionais na defesa dos direitos constitucionais do cidadão, não é do

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8. (FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS/2010) O Procurador-Geral da Re-

pública é o chefe do Ministério Público da União, nomeado pelo Presidente da Re-

pública dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, permitida a

recondução precedida de nova decisão do Senado Federal.140

9. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) Assinale a alternativa INCORRETA:

a) o Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União é com-

posto apenas pelo Procurador-Geral da República, que o preside, pelo Procurador-

-Geral do Trabalho, pelo Procurador-Geral da Justiça Militar e pelo Procurador-Geral

de Justiça do Distrito Federal e Territórios;

b) qualquer dos membros do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério

Público da União poderá solicitar reuniões;

c) o Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União deverá

opinar, dentre outras matérias, sobre a organização e o funcionamento da Direto-

ria-Geral e dos Serviços da Secretaria do Ministério Público da União;

d) o Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União pode-

rá propor aos Conselhos Superiores dos diferentes ramos do Ministério Público da

União medidas para uniformizar os atos decorrentes de seu poder normativo;

e) não respondida.141

Procurador-Geral da República, mas sim do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, em âmbito federal,
ou do Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão, em âmbito do Distrito Federal, conforme o art. 14 da Lei
Complementar n. 75/1993.
140
Certo. O Procurador-Geral da República será nomeado pelo Presidente da República, dentre integrantes da
carreira do Ministério Público da União, maiores de 35 anos, após aprovação de maioria absoluta do Senado
Federal, para mandato de dois anos, podendo ser reconduzido várias vezes, desde que sejam observadas
nova aprovação do Senado Federal e nomeação pelo Presidente da República. Não há lista tríplice para a
escolha do Procurador-Geral da República e não há necessidade de o integrante ser do último nível da car-
reira. Também não existe a obrigatoriedade de o membro ser vitalício.
141
Letra a. O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União tem a composição de cinco
integrantes (Procurador-Geral da República, Vice-Procurador-Geral da República, Procurador-Geral do Tra-
balho, Procurador-Geral da Justiça Militar e Procurador-Geral de Justiça). A alternativa não mencionou o

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10. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Assinale a alternativa INCORRETA:


a) o Procurador-Geral da República é o Chefe do Ministério Público da União, po-
dendo ser reconduzido por mais de duas vezes, sendo que, cada nova recondução
deverá ser precedida de decisão do Senado Federal;
b) a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-
sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria simples do
Senado Federal, em votação aberta;
c) é atribuição do Procurador-Geral da República, como chefe do Ministério Público
da União, dirimir conlitos de atribuição entre integrantes de ramos diferentes do
Ministério Público da União;
d) o Procurador-Geral da República poderá delegar aos Procuradores-Gerais a prá-
tica de atos de gestão administrativa, inanceira e de pessoal;
e) não respondida.142

11. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Leia com atenção as assertivas


abaixo:
I – o Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União é
composto pelo Procurador-Geral da República, que o preside, pelo Vice-Pro-
curador-Geral da República, pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Procu-
rador-Geral da Justiça Militar e pelo Procurador-Geral de Justiça do Distrito

Federal e Territórios;

Vice-Procurador-Geral da República e o Procurador-Geral do Trabalho.


142
Letra b.
a) Alternativa correta. O Procurador-Geral da República é chefe do Ministério Público da União e poderá ser
reconduzido por mais de duas vezes, desde que o Senado Federal aprove cada recondução.
b) Alternativa incorreta. O quórum de autorização do Senado Federal para destituição do Procurador-Geral da
República é de maioria absoluta.
c) Alternativa correta. O conflito de atribuições tem dois alcances:
se houver conflito dentro de cada ramo, o órgão competente para dirimir o conflito é a Câmara de Coordenação
e Revisão do respectivo ramo, cabendo recurso ao seu Procurador-Geral;
se houver conflito entre integrantes de ramos diferentes do MPU, a competência será do chefe do Ministério
Público da União, Procurador-Geral da República.
d) O Procurador-Geral da República, como chefe do Ministério Público da União, poderá delegar aos Procurado-
res-Gerais dos ramos a competência para a prática de atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal.

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II – as reuniões do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público


da União serão convocadas pelo Procurador-Geral da República, podendo so-
licitá-las qualquer de seus membros;
III – o Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União deve-
rá opinar, dentre outras matérias, sobre a organização e o funcionamento da
Diretoria-Geral e dos serviços da Secretaria do Ministério Público da União;

Assinale a alternativa CORRETA:


a) todas as assertivas estão corretas;
b) todas as assertivas estão incorretas;
c) apenas as assertivas I e II estão corretas;
d) apenas a assertiva I está correta;
e) não respondida.143

12. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) Quanto ao Conselho de Assessora-


mento Superior do Ministério Público da União, assinale a alternativa INCORRETA:
a) é presidido pelo Procurador-Geral da República e integrado pelo Vice-Procura-
dor-Geral da República, pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Procurador-Geral
da Justiça Militar e pelo Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios;
b) as suas reuniões serão convocadas pelo Procurador-Geral da República, poden-
do ser solicitadas por qualquer de seus membros;
c) poderá propor aos Conselhos Superiores dos diferentes ramos do Ministério
Público da União medidas para uniformizar os atos decorrentes de seu poder nor-
mativo, sempre depois de ouvidos os Corregedores-Gerais dos quatro ramos do

Ministério Público da União;

143
Letra a.
I – Item correto. O Conselho de Assessoramento Superior do MPU – CASMPU tem a composição de cinco inte-
grantes (Procurador-Geral da República, Vice-Procurador-Geral da República, Procurador-Geral do Trabalho,
Procurador-Geral da Justiça Militar e o Procurador-Geral de Justiça).
II – Item correto. As reuniões do CASMPU deverão ser convocadas pelo Procurador-Geral da República, podendo
qualquer integrante solicitar reuniões.
III – Item correto. O CASMPU poderá opinar sobre a organização e o funcionamento da Diretoria-Geral do MPU.

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d) deverá opinar sobre as matérias de interesse geral da instituição e, dentre ou-


tras, sobre os projetos de lei de interesse comum do Ministério Público da União,
neles incluídos os que proponham a ixação dos vencimentos nas carreiras e nos
serviços auxiliares.
e) não respondida.144

13. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) O Procurador-Geral da República será


nomeado pelo Presidente da República, dentre integrantes da Instituição, com mais
de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos de carreira, escolhidos em lista tríplice
mediante o voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores,
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta do Senado Federal, para man-
dato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo processo.145

14. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Cabe ao procurador-geral da República apre-


sentar a proposta de orçamento do MPU, que é feita com base na compatibilização
dos anteprojetos originários dos diferentes ramos da instituição, e é objeto de ava-
liação obrigatória do Conselho de Assessoramento Superior do MPU.146

VI – Ministério Público Federal

a) Competências do Ministério Público Federal


O Ministério Público Federal – MPF tem suas competências disciplinadas na Lei
Complementar n. 75/1993, exercendo atuação nas causas e competências do Su-

premo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, das instâncias da Justiça

144
Letra c. O erro da alternativa c é que o CASMPU não precisa escutar os Corregedores-Gerais dos quatro
ramos do MPU para propor aos Conselhos Superiores medidas para uniformizar os atos decorrentes do seu
poder normativo.
145
Errado. O Presidente da República não precisa de lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral da República.
146
Certo. Compete ao Conselho de Assessoramento Superior do MPU analisar previamente a proposta
orçamentária do MPU.

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Federal e da Justiça Eleitoral. O MPF tem legitimidade para atuar em qualquer juízo,

quando envolver defesa de direitos e interesses dos índios e das populações indí-

genas, do meio ambiente, de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,

turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio nacional, bem como na interpo-

sição de recurso extraordinário das decisões da justiça dos estados nas represen-

tações de inconstitucionalidade.

b) Órgãos do Ministério Público Federal


São órgãos do Ministério Público Federal:

• o Procurador-Geral da República;

• o Colégio de Procuradores da República;

• o Conselho Superior do Ministério Público Federal;

• as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;

• a Corregedoria do Ministério Público Federal;

• o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão;

• os Subprocuradores-Gerais da República;

• os Procuradores Regionais da República;

• os Procuradores da República.

1. Procurador-Geral da República

O Procurador-Geral da República, além de ser chefe do Ministério Público da

União, é também chefe do Ministério Público Federal, concentrando as atribuições

de comando dos dois Ministérios. O Procurador-Geral da República também será o

Procurador-Geral Eleitoral, como observaremos mais adiante neste capítulo.

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1.1. Competências funcionais do Procurador-Geral da República

Uma das competências do Procurador-Geral da República é atuar junto ao Su-

premo Tribunal Federal, manifestando-se previamente em todos os processos do

Tribunal, podendo propor ação de inconstitucionalidade e representação para in-

tervenção federal. O Procurador-Geral da República designará os Subprocurado-

res-Gerais da República que exercerão, por delegação, suas funções junto aos di-

ferentes órgãos jurisdicionais do Supremo Tribunal Federal. Não existe previsão de

delegação para atuar junto ao Plenário do Supremo Tribunal Federal.

Outra competência do Procurador-Geral da República é atuar junto ao Superior

Tribunal de Justiça – STJ nos casos de crime comum contra governadores e nos

crimes de desembargadores, membros de tribunais de contas e membros do Minis-

tério Público da União que oiciem perante tribunais. Diferentemente da primeira,

nessa competência pode haver delegação ao Subprocurador-Geral da República,

mesmo que seja no Pleno do Superior Tribunal de Justiça.

1.2. Competências do Procurador-Geral da República, como


Chefe do Ministério Público Federal

São competências do Procurador-Geral da República, na atribuição de Chefe do

Ministério Público Federal:

• representar o Ministério Público Federal;

• integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores da Repú-

blica, o Conselho Superior do Ministério Federal e a Comissão de Concurso;

designar o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão e os titulares da Procura-

doria nos estados e no Distrito Federal;

• designar um dos membros e o coordenador de cada uma das Câmaras de

Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;

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• nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público Federal, segundo lista for-

mada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal;

• decidir, em grau de recurso, os conlitos de atribuições entre órgãos do Minis-

tério Público Federal;

• decidir sobre processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos

serviços auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;

• elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público Federal, submetendo-a,

para aprovação, ao Conselho Superior;

• dar posse aos membros do Ministério Público Federal;

• praticar atos de gestão administrativa, inanceira e de pessoal;

• determinar a abertura de correção, sindicância ou inquérito administrativo;

• autorizar o afastamento de membros do Ministério Público Federal, depois de

ouvido o Conselho Superior, nas hipóteses previstas em lei;

• homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para ingres-

so na carreira.

1.3. Ação Penal contra o Procurador-Geral da República

A ação penal pública contra o Procurador-Geral da República, quando no exer-

cício do cargo, caberá ao Subprocurador-Geral da República que for designado pelo

Conselho Superior do Ministério Público Federal.

2. Colégio de Procuradores da República

2.1. Composição
O Colégio é composto por todos os membros ativos de todos os níveis da car-

reira do Ministério Público Federal.

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2.2. Competências

São competências do Colégio de Procuradores da República:


• elaborar listas sêxtuplas para a composição do Superior Tribunal de Justiça
e os Tribunais Regionais Federais, mediante voto plurinominal, facultativo e
secreto, sendo elegíveis os membros do MPF com mais de 35 e menos de 65
anos e com mais de 10 anos de carreira;
• eleger 4 (quatro) Subprocuradores-Gerais da República para comporem o
Conselho Superior do Ministério Público Federal, mediante voto plurinominal,
facultativo e secreto e opinar sobre assunto de interesse geral do Ministério
Público Federal.

2.3 Reuniões

Em regra, não há necessidade de reunião para elaborar listas sêxtuplas e eleger


Subprocurador-Geral. A exceção existe em caso de relevante interesse da insti-
tuição. Para tanto, o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local designado pelo
Procurador-Geral da República, desde que convocado por ele ou pela maioria de
seus membros.

3. Conselho Superior do Ministério Público Federal – CSMPF

3.1. Composição
A composição do Conselho Superior do Ministério Público Federal é de 10 membros:
• Procurador-Geral da República;
• Vice-Procurador-Geral da República;
• 4 Subprocuradores-Gerais da República, eleitos pelo Colégio de Procuradores;
• 4 Subprocuradores-Gerais da República, eleitos por seus pares. Nesse caso,
o eleitor será necessariamente Subprocurador-Geral da República e os eleitos
serão os demais Subprocuradores.

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Serão suplentes dos Subprocuradores-Gerais, os demais votados, em ordem

decrescente.

3.2. Competências do Conselho Superior do Ministério


Público Federal

São competências do Conselho Superior:

• exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público Federal;

• aprovar o nome do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão;

• indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e Revisão;

• destituir, por iniciativa do Procurador-Geral da República e pelo voto de dois

terços de seus membros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;

• elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do Ministério Público Federal;

• elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;

• aprovar a lista de antiguidade dos membros do Ministério Público Federal e

decidir sobre as reclamações a ela concernentes;

• indicar o membro do Ministério Público Federal para promoção por antiguidade;

• designar o Subprocurador-Geral da República para conhecer o inquérito, pe-

ças de informação ou representação sobre crime comum atribuível ao Procu-

rador-Geral da República e, sendo o caso, promover a ação penal;

• determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios

correspondentes;

• determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado

seja membro do Ministério Público Federal, apreciar seus relatórios e propor

as medidas cabíveis;

• decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do Ministério

Público Federal, encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral da Re-

pública, quando for o caso, para ser efetivada sua exoneração;

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• decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do Ministério Público Fe-

deral, por motivo de interesse público;

• autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral da

República ajuíze a ação de perda de cargo contra membro vitalício do Minis-

tério Público Federal;

• opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número de

cargos da carreira;

• deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira;

• designar os membros da Comissão de Concurso e opinar sobre a homologa-

ção dos resultados;

• aprovar a proposta orçamentária do Ministério Público Federal que integrará

o projeto de orçamento do Ministério Público da União.

3.3. Reuniões do Conselho Superior do Ministério Público


Federal

• Ordinária: 1 (uma) vez por mês, em dia previamente ixado;

• Extraordinária: convocação de ofício pelo Procurador-Geral da República ou

por proposta da maioria absoluta do Conselho Superior do MPF.

3.4. Deliberações do Conselho Superior do Ministério Público


Federal

Em regra, as deliberações são feitas por maioria dos votos, presente pelo menos

a maioria absoluta do Conselho Superior. Em caso de empate, prevalecerá o voto

do Presidente do Conselho (o Procurador-Geral da República); em caso de sanção,

prevalecerá a votação mais favorável ao acusado.

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4) Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal

As Câmaras de Coordenação e Revisão são órgãos setoriais de coordenação e


integração dos membros do Ministério Público, organizadas por função e por maté-
ria. Os membros do Ministério Público possuem independência funcional, devendo
prestar contas à Constituição Federal e às leis, observando os princípios de unidade
e integração. Desse modo, é incumbência das Câmaras de Coordenação desempe-
nhar a atividade de integração e coordenação dos membros, na intenção de pre-
servar tais princípios.

4.1. Composição das Câmaras de Coordenação

As Câmaras de Coordenação e Revisão serão compostas por 3 (três) membros


do Ministério Público Federal do último nível da carreira (Subprocurador-Geral da
República):
• 1 (um) integrante que será indicado pelo Procurador-Geral da República, bem
como o suplente;
• 2 (dois) integrantes serão indicados pelo Conselho Superior, bem como os
suplentes.

Os integrantes terão mandato de 2 (dois) anos e, dentre eles, 1 (um) será de-
signado como coordenador, pelo Procurador-Geral da República.

4.2) Competências das Câmaras de Coordenação

As competências das Câmaras de Coordenação são as seguintes:


• promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais que atuem
em ofícios ligados ao setor de sua competência, observado o princípio da in-
dependência funcional;

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• manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas ains;

• encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais que

atuem em seu setor;

• manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamen-

tar ou peças de informação, exceto nos casos de competência originária do

Procurador-Geral;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reitera-

ção, devam receber tratamento uniforme;

• resolver sobre a distribuição especial de inquéritos, feitos e procedimentos,

quando a matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir;

• decidir os conlitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal.

5) Corregedoria do Ministério Público Federal

A Corregedoria é órgão iscalizador das atividades funcionais e da conduta dos

membros do Ministério Público. O Corregedor-Geral será designado pelo Procura-

dor-Geral dentre os Subprocuradores-Gerais, integrantes de lista tríplice elaborada

pelo Conselho Superior. É preciso destacar que os membros do Conselho Superior

do MPF não poderão constar na lista tríplice.

O Corregedor-Geral terá o mandato de 2 (dois) anos, que pode ser renovado

uma vez.

Competências do Corregedor-Geral

São competências do Corregedor-Geral:

• participar sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;

• realizar, de ofício, ou por determinação do Procurador-Geral ou do Conselho

Superior, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;

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• instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Supe-


rior a instauração do processo administrativo consequente;
• acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal;
• propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público
Federal que não cumprir as condições do estágio probatório.

6) Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos

O Procurador-Geral da República designará, após aprovação do nome pelo Con-


selho Superior do MPF, o Procurador Federal dos Direitos dos Cidadãos, dentre os
Subprocuradores-Gerais da República, exercendo o mandato de 2 (dois) anos, po-
dendo ser reconduzido por mais uma vez.

O Procurador Federal dos Direitos dos Cidadãos não é um nível da carreira do


Ministério Público Federal, mas sim uma função para ser exercida por um Subpro-
curador-Geral.

O Procurador Federal dos Direitos dos Cidadãos visa defender os direitos dos
cidadãos, podendo agir de ofício ou por representação, garantindo o respeito aos
direitos humanos por parte dos prestadores de serviços públicos e órgãos do Po-
der Público. Ele poderá expedir recomendações a órgãos ou prestadores de servi-
ços públicos, para que sejam observados os direitos humanos e as normas legais
e constitucionais que tutelam o cidadão, desenvolvendo campanhas e integração
com os Ministérios Públicos dos estados e com representantes da sociedade, para
aprimorar o cumprimento dos direitos do cidadão nos temas relacionados ao traba-
lho escravo e infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, discriminação

e violência contra as mulheres e homossexuais, dentre outros.

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É importante observar que o Procurador Federal dos Direitos dos Cidadãos não

promove ação para defender direitos individuais lesados.

7. Subprocurador-Geral da República

Os Subprocuradores-Gerais da República são membros integrantes do último

nível da carreira do Ministério Público Federal, estão no topo da carreira. Eles serão

designados para oiciar junto ao Supremo Tribunal Federal, ao Superior Tribunal de

Justiça, ao Tribunal Superior Eleitoral e nas Câmaras de Coordenação e Revisão. No

Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral, os Subprocuradores-Ge-

rais da República atuarão por delegação do Procurador-Geral da República.

Os Subprocuradores-Gerais da República serão lotados na Procuradoria-Geral

da República.

Suas funções privativas são:

• Vice-Procurador-Geral da República;

• Vice-Procurador-Geral Eleitoral;

• Corregedor-Geral do Ministério Público Federal;

• Procurador Federal dos Direitos do Cidadão;

• Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

8. Procurador Regional da República

Os Procuradores Regionais da República são membros integrantes do nível interme-

diário da carreira do MPF e serão designados para oiciar junto aos Tribunais Regionais

Federais. Já a designação para oiciar em órgãos jurisdicionais diferentes dos previstos

para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior. Os Procuradores Re-

gionais da República serão lotados nas Procuradorias Regionais da República.

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9. Procuradores da República

Os Procuradores da República são membros integrantes do nível inicial da carrei-

ra do Ministério Público Federal, lotados nos ofícios nas Procuradorias da República

nos estados e no Distrito Federal, designados para oiciar junto aos Juízes Federais,

e junto aos Tribunais Regionais Eleitorais onde não houver sede da Procuradoria

Regional da República.

A designação de Procurador da República para oiciar em órgãos jurisdicionais

diferentes dos previstos para a categoria dependerá de autorização do Conselho

Superior.

c) Das funções eleitorais do Ministério Público Federal

As funções eleitorais do Ministério Público serão desempenhadas pelo Ministério

Público Federal, com atuação em todas as fases da justiça eleitoral.

O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República. O Procurador-Geral

da República tem diversas atribuições: Chefe do MPU, do MPF, Presidente do Conselho

Superior do MPF e Procurador-Geral Eleitoral. O art. 130-B da Constituição Federal ain-

da evidencia outra atribuição: a de ser Presidente do Conselho Nacional do Ministério

Público.

O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da

República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimen-

tos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento deinitivo. Compete

ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas

de competência do Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Em caso de necessidade de

serviço, o Procurador-Geral Eleitoral poderá designar membros do MPF para atua-

rem junto ao TSE.

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O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designa-

do pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República

nos estados e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da

República vitalícios, para um mandato de dois anos.

As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas

Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral, que será o membro do Ministério

Público local que oicie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.

Membros do Ministério Público Função Eleitoral Órgão Jurisdicional Eleitoral


Procurador-Geral da República – Procurador-GeralEleitoral Tribunal Superior Eleitoral
PGR – PGE
Procurador Regional da República Procurador Regional Elei-
Tribunal Regional Eleitoral
toral
Promotor de Justiça Promotor Eleitoral Vara Eleitoral

É importante destacar que a iliação a partido político impede o exercício de

função eleitoral.

1. (CESPE/TJ-CE/JUIZ/2012) O MP do Trabalho não dispõe de legitimidade para

atuar perante o STF, atribuição privativa do procurador-geral da República.147

2. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DE ESTADO/2009) O Ministério Público Eleitoral

é um componente do MP da União.148

147
Errado. O Ministério Público Federal exercerá as funções nas causas de competência do Supremo Tribunal
Federal, incumbindo ao Procurador-Geral da República exercer as funções do Ministério Público perante o
Supremo Tribunal Federal. Todavia, o Procurador-Geral da República poderá delegar aos Subprocuradores-
-Gerais a incumbência para atuar junto aos órgãos jurisdicionais do Supremo Tribunal Federal.
148
Errado. Não existe o Ministério Público Eleitoral como instituição; existem, na verdade, funções eleitorais,
que serão realizadas pelo Ministério Público Federal.

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3. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Inexiste, no Brasil, MP eleitoral

como instituição; existem apenas funções eleitorais do MP.149

4. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Entre as relevantes funções do

MP Federal está a representação judicial da União.150

5. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2010) O colégio de procuradores da

República é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério

Público Federal.151

6. (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) As funções eleitorais do Ministério Público Federal

perante os juízes e juntas eleitorais serão exercidas pelo promotor eleitoral.152

7. (FCC/MPU/TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/TRANSPORTE/2007) Dentre

outras, compete ao Conselho Superior do Ministério Público Federal

a) dar posse aos membros do Ministério Público Federal.

b) elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento.

c) acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal.

d) decidir os conlitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal.

e) realizar, de ofício, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos rela-

tórios.153

149
Certo. Existem apenas funções eleitorais do Ministério Público, que serão realizadas pelo Ministério Público
Federal em todas as fases.
150
Errado. Ao Ministério Público Federal é vedado representar judicialmente a União.
151
Certo. O colégio de Procuradores da República é composto por todos os membros do Ministério Público
Federal em atividade.
152
Certo. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os juízes de 1a instância ou juntas eleito-
rais serão exercidas por promotor eleitoral, que faz parte do Ministério Público local.
153
Letra b.
a) Dar posse aos membros do Ministério Público Federal é competência do Procurador-Geral da República.

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8. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) A respeito da terminologia dos cargos do Ministé-


rio Público, à luz da organização administrativa do Ministério Público da União e da
Constituição Federal, assinale a opção correta.
a) Procurador do estado é membro do Ministério Público estadual.
b) Procurador de Justiça é membro da primeira instância do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios.
c) Procurador da República é membro do Ministério Público Federal.
d) Procurador do Trabalho é membro da terceira instância do Ministério Público do
Trabalho.
e) Procurador-Geral do estado é o chefe do Ministério Público estadual.

COMENTÁRIOS DA QUESTÃO 8
Procurador da República é membro do Ministério Público Federal da carreira inicial.

Segue abaixo um quadro de nomenclaturas de “Procuradores”:

CARGO FUNÇÃO ATUAÇÃO (regra)


Procurador-Geral da República Chefe do Ministério Público da União STF, STJ, TSE
Procurador Regional da República Membro do MPF TRF ou 2a instância
Procurador da República Membro do MPF Juiz Federal ou 1a instância
Chefe do Ministério Público do
Procurador-Geral do Trabalho TST
Trabalho
Procurador-Geral da Justiça Militar Chefe do Ministério Público Militar STM
Procurador-Geral de Justiça do DF Chefe do MPDFT TJDFT (Plenário)
TJDFT (Câmaras) ou
Procurador de Justiça do MPDFT Membro do MPDFT
2a instância
Varas judiciais ou
Promotor de Justiça do MPDFT Membro do MPDFT
1a instância

b) Elaborar lista tríplice para promoção por merecimento é competência do Conselho Superior do Ministério
Público Federal.
c) Acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal é competência do Corregedor-
-Geral.
d) Decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal é competência das Câmaras
de Coordenação e Revisão do MPF, cabendo recurso ao Procurador-Geral da República.
e) Realizar, de ofício, correições e sindicâncias é competência do Corregedor-Geral.

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Tribunal estadual ou
Procurador de Justiça estadual Membro do MPE
2a instância
Varas judiciais ou
Promotor de Justiça estadual Membro do MPE
1a instância
Defesa dos interesses do
Procurador-Geral do estado Chefe da Procuradoria do estado
estado
Defesa dos interesses do
Procurador do estado Membro da Procuradoria do estado
estado
Defesa dos interesses da
Advogado-Geral da União Chefe da Advocacia Pública da União
União

Resposta: Letra d.

9. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) São privativos dos subprocura-


dores-gerais da República os(as) seguintes cargos/funções, exceto
a) procurador-geral da República.
b) vice-procurador-geral da República.
c) vice-procurador-geral eleitoral.
d) procurador federal dos direitos do cidadão.
e) coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.154

10. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) O procurador-geral eleitoral é


órgão integrante da estrutura do Ministério Público Federal.155

11. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) A ação penal pública contra o Pro-


curador-Geral da República, quando no exercício do cargo, caberá ao Subprocura-
dor-Geral da República mais antigo na carreira.156

154
Letra a. O cargo de Procurador-Geral da República não é privativo para ocupantes do último nível da car-
reira do Ministério Público Federal. São funções privativas de Subprocurador-Geral da República: Vice-Pro-
curador-Geral da República, Vice-Procurador-Geral Eleitoral, Corregedor-Geral do Ministério Público Federal,
Procurador Federal dos Direitos do Cidadão e Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.
155
Certo. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do
Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. O Procurador-Geral Eleitoral
é o Procurador-Geral da República.
156
Errado. A ação penal pública contra o Procurador-Geral da República, quando no exercício do cargo, caberá
ao Subprocurador-Geral da República que for designado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.

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12. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) O Procurador-Geral da República

poderá delegar a Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão a atribuição

de coordenação das atividades do Ministério Público Federal.157

13. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) O Procurador-Geral da República

será nomeado pelo Presidente da República, dentre integrantes do último grau da

carreira, com mais de trinta e cinco anos de idade, integrantes de lista tríplice es-

colhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procura-

dores para um mandato de dois anos.

COMENTÁRIO

O Presidente da República nomeará o Procurador-Geral da República, dentre quais-

quer integrantes do Ministério Público da União, maiores de 35 anos. Não existe a

obrigatoriedade de ser membro integrante do último nível da carreira.

Para informações complementares sobre impedimento e vacância do Procurador-

-Geral da República – PGR, segue quadro:

Se o impedimento
Exercerá: Se a vacância for: Exercerá:
for:
Na cheia do MPU Vice-PGR Na cheia do MPU Vice-Presidente do CSMPF
Na cheia do MPF Vice-PGR Na cheia do MPF Vice-Presidente do CSMPF
Vice-Presidente
No Conselho Superior No Conselho Superior Vice-Presidente do CSMPF
do CSMPF
Vice-Procurador-
Nas funções eleitorais Nas funções eleitorais Vice-Procurador-Geral Eleitoral
-Geral Eleitoral

Resposta: Errado.

157
Certo. Coordenar as atividades do Ministério Público Federal é função do Procurador-Geral da República, que
poderá delegar ao Coordenador das Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF.

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14. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2013) O procurador-geral da Repú-


blica exerce as funções do Ministério Público, nas ações cabíveis, perante o Supre-
mo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça.158

15. (CESPE/MPU/TÉCNICO INFORMÁTICA/2013) A destituição, pelo presidente da


República, do procurador-geral da República depende de autorização da maioria
absoluta do Congresso Nacional.159

16. (CESPE/MPU/TÉCNICO INFORMÁTICA/2013) Competirá à correspondente Câ-


mara de Coordenação e Revisão dirimir o conlito de atribuição entre órgãos do MP
Federal no caso de haver divergência acerca do oferecimento da denúncia causada
pelo fato de determinada infração penal ter se iniciado em local diverso do de sua
consumação.160

17. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Em uma operação das Forças Armadas em área


urbana, um militar disparou sua arma de fogo e o projétil atingiu e feriu um tran-
seunte civil. No desenrolar das investigações, foi suscitado conlito de atribuição
entre um promotor de justiça militar e um procurador da República. Nessa situa-
ção, caberá à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal de-
cidir acerca do conlito.161

18. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) O procurador-geral da República é a maior autori-


dade na hierarquia do MPU, e sua nomeação, pelo presidente da República, está con-
dicionada à aprovação de seu nome pela maioria simples do Congresso Nacional.162

158
Certo. Compete ao PGR desempenhar as funções do MP junto ao STF e STJ, como regra.
159
Errado. A destituição do PGR dependerá de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
160
Certo. Compete à Câmara de Coordenação e Revisão resolver sobre o conflito de competências entre os
órgãos da instituição, cabendo recurso ao Procurador-Geral do respectivo ramo.
161
Errado. Como se trata de conflito de competência entre membros de ramos diferentes (Promotor de justiça
militar – MPM x Procurador da República – MPF), compete ao Procurador-Geral da República, como chefe do
MPU, dirimir o respectivo conflito. Art. 26, inciso VII, da LC 75/1993.
162
Errado. A nomeação do PGR está condicionada à aprovação de seu nome pela maioria absoluta do Senado
Federal.

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Complementar n. 75/1993.

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VII – Ministério Público do Trabalho

O Ministério Público do Trabalho tem suas competências disciplinadas nos arts.

83 e 84 da Lei Complementar n. 75/1993. A instituição atuará nas causas de compe-

tência da Justiça do Trabalho, em todas as suas instâncias. O Ministério do Trabalho

disporá dos interesses sociais e gerais, desempenhando a função de iscal da lei em

relações trabalhistas individuais, porém não poderá atuar como autor das mesmas.

a) Principais competências do Ministério Público do Trabalho

O Ministério Público do Trabalho se manifestará em todas as fases dos processos

trabalhistas, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender

existente interesse público que justiique a intervenção. O Ministério Público do

Trabalho também promoverá a ação civil no âmbito da justiça do trabalho, para

defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitu-


cionalmente garantidos e proporá as ações cabíveis para declaração de nulidade de
cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades
individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores.

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b) Órgãos do Ministério Público do Trabalho

• Procurador-Geral do Trabalho;
• Colégio de Procuradores do Trabalho;
• Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
• Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
• Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
• Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
• Procuradores Regionais do Trabalho;
• Procuradores do Trabalho.

Os órgãos do Ministério Público do Trabalho são semelhantes aos do Ministério


Público Federal, com a mesma composição e competências.

1. Procurador-Geral do Trabalho

1.1. Requisitos para nomeação

O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo Procurador-Geral da Repú-


blica, mediante lista tríplice, elaborada pelo Colégio de Procuradores do Trabalho,
por voto plurinominal, facultativo e secreto. Poderão integrar a lista os membros
do Ministério Público do Trabalho maiores de 35 anos de idade e com mais de cinco
anos na carreira. Caso não existam membros suicientes com mais de cinco anos
na carreira, poderão participar os membros com mais de dois anos.

1.2. Mandato

O Procurador-Geral do Trabalho terá mandato de dois anos, podendo ser recon-


duzido uma vez, observado o mesmo processo da nomeação.

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1.3. Exoneração do Procurador-Geral do Trabalho

O Procurador-Geral do Trabalho será exonerado por proposta de 2/3 do Conse-


lho Superior do Ministério Público do Trabalho, mediante voto secreto, cumprindo a
exoneração ao Procurador-Geral da República.

1.4. Impedimentos e vacância do Procurador-Geral do Trabalho

Em caso de impedimento do Procurador-Geral do Trabalho, assumirá o comando


do Ministério Público do Trabalho o Vice-Procurador-Geral do Trabalho. A substituição é
temporária, tendo em vista que o Procurador-Geral do Trabalho retornará, após o seu
impedimento. Se ocorrer a vacância do cargo, o Vice-Presidente do Conselho Superior
do Trabalho o assumirá, até que seja designado um novo Procurador-Geral do Trabalho.

1.5. Vice-Procurador-Geral do Trabalho


Compete ao Procurador-Geral do Trabalho designar, dentre os Subprocurado-
res-Gerais do Trabalho, o Vice-Procurador-Geral do Trabalho, que o substituirá em
caso de impedimento.

1.6. Competências Funcionais do Procurador-Geral do Trabalho

O Procurador-Geral do Trabalho exercerá as funções do Ministério Público junto


ao Plenário do Tribunal Superior do Trabalho, propondo as ações cabíveis e mani-
festando-se nos processos de sua competência.

1.7. Principais competências do Procurador-Geral do Trabalho,


como Chefe do Ministério Público do Trabalho

São competências do Procurador-Geral do Trabalho, no exercício da cheia do


Ministério Público do Trabalho:

• representar o Ministério Público do Trabalho;

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• integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores do Traba-

lho, o Conselho Superior do Ministério do Trabalho e a Comissão de Concurso;

• designar um dos membros e o coordenador de cada uma das Câmaras de

Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;

• nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho, segundo lista

formada pelo Conselho Superior;

• decidir, em grau de recurso, os conlitos de atribuições entre órgãos do Minis-

tério Público do Trabalho;

• decidir sobre processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos

serviços auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;

• elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho, subme-

tendo-a, para aprovação, ao Conselho Superior;

• dar posse aos membros do Ministério Público do Trabalho;

• praticar atos de gestão administrativa, inanceira e de pessoal;

• determinar a abertura de correção, sindicância ou inquérito administrativo;

• autorizar o afastamento de membros do Ministério Público do Trabalho, de-

pois de ouvido o Conselho Superior, nas hipóteses previstas em lei;

• homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para ingres-

so na carreira.

2. Colégio de Procuradores do Trabalho

2.1 Composição

O Colégio é composto por todos os membros ativos de todos os níveis da car-

reira do Ministério Público do Trabalho.

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2.2 Competências

São competências do Colégio de Procuradores do Trabalho:

elaborar a lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral do Trabalho, median-

te voto plurinominal, facultativo e secreto;

• elaborar lista sêxtupla para a composição do Tribunal Superior do Trabalho,

mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, sendo elegíveis os mem-

bros do Ministério Público do Trabalho com mais de 35 e menos de 65 anos de

idade e com mais de 10 anos de carreira;

• elaborar lista sêxtupla para a composição dos Tribunais Regionais do Tra-

balho, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, sendo elegíveis os

membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos na carreira

(Cuidado! A Lei Complementar n. 75 não indicou a idade mínima e máxima

para a composição nos Tribunais Regionais do Trabalho nas vagas destinadas

a membros do Ministério Público do Trabalho);

• eleger 4 (quatro) Subprocuradores-Gerais do Trabalho para comporem o Con-

selho Superior do Ministério Público do Trabalho, mediante voto plurinominal,

facultativo e secreto;

• opinar sobre assunto de interesse geral do Ministério Público do Trabalho.

2.3. Reuniões

Em regra, não há necessidade de reunião para elaborar listas tríplices e sêxtu-

plas e eleger Subprocurador-Geral. A exceção se dá em caso de interesse relevante

da instituição, quando o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local designado

pelo Procurador-Geral do Trabalho, desde que convocado por ele ou pela maioria

de seus membros.

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3. Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho – CSMPT

3.1. Composição

A Composição do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho é de 10

membros:

• Procurador-Geral do Trabalho;

• Vice-Procurador-Geral do Trabalho;

• 4 Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos pelo Colégio de Procuradores;

• 4 Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos por seus pares. Nesse caso,

o eleitor será necessariamente Subprocurador-Geral do Trabalho e os eleitos

serão os demais Subprocuradores.

Serão suplentes dos Subprocuradores-Gerais, os demais votados, em ordem

decrescente.

3.2. Competências do Conselho Superior do Ministério Público


do Trabalho

As competências do Conselho Superior do MPT são as seguintes:

• exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público do Trabalho;

• indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e Revisão;

• destituir, por iniciativa do Procurador-Geral do Trabalho e pelo voto de dois

terços de seus membros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;

• elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho;

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• elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;

• aprovar a lista de antiguidade dos membros do Ministério Público do Trabalho

e decidir sobre as reclamações a ela concernentes;

• indicar o membro do Ministério Público do Trabalho para promoção por anti-

guidade;

• determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios

correspondentes;

• determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado

seja membro do Ministério Público do Trabalho, apreciar seus relatórios e pro-

por as medidas cabíveis;

• decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do Ministério

Público do Trabalho, encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral do

Trabalho, quando for o caso, para ser efetivada sua exoneração;

• decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do Ministério Público do

Trabalho, por motivo de interesse público;

• autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral da

República ajuíze a ação de perda de cargo contra membro vitalício do Minis-

tério Público do Trabalho;

• opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número de

cargos da carreira;

• deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira, designar

os membros da Comissão de Concurso e opinar sobre a homologação dos

resultados;

• aprovar a proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho que inte-

grará o projeto de orçamento do Ministério Público da União.

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3.3. Reuniões do Conselho Superior do Ministério Público


do Trabalho

• Ordinária: 1 (uma) vez por mês, em dia previamente ixado;

• Extraordinária: convocação de ofício pelo Procurador-Geral do Trabalho ou

por proposta da maioria absoluta do Conselho Superior do MPT.

3.4. Deliberações do Conselho Superior do Ministério Público


do Trabalho

As deliberações são feitas por maioria dos votos, presentes pelo menos a maio-

ria absoluta do Conselho Superior do MPT. Em caso de empate, prevalecerá o voto

do Presidente do Conselho (Procurador-Geral do Trabalho), salvo em caso de san-

ção, em que prevalecerá a votação mais favorável ao acusado.

4. Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do


Trabalho

As Câmaras de Coordenação e Revisão são órgãos setoriais de coordenação e


integração dos membros do Ministério Público do Trabalho, organizadas por função
e por matéria. Os membros do Ministério Público possuem independência funcional,
devendo prestar contas à Constituição Federal e às leis, observando os princípios
de unidade e integração. Desse modo, é incumbência das Câmaras de Coordenação
desempenhar a atividade de integração e coordenação dos membros, na intenção
de preservar tais princípios.

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4.1. Composição das Câmaras de Coordenação e Revisão

As Câmaras de Coordenação e Revisão serão compostas por 3 (três) membros


do Ministério Público do Trabalho do último nível da carreira (Subprocurador-Geral
do Trabalho):
• 1 (um) integrante que será indicado pelo Procurador-Geral do Trabalho, bem
como o suplente;
• 2 (dois) integrantes que serão indicados pelo Conselho Superior, bem como
os suplentes.
Os integrantes terão mandato de 2 anos e, dentre eles, 1 (um) será designado
como coordenador, pelo Procurador-Geral do Trabalho.

4.2. Competências da Câmara de Coordenação e Revisão

São competências da Câmara de Coordenação e Revisão:


promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais que atuem em
ofícios ligados ao setor de sua competência, observado o princípio da independên-
cia funcional;

• manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas ains;

• encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais que atuem

em seu setor;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reitera-

ção, devam receber tratamento uniforme;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos e procedimentos, quando a

matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir;

• decidir os conlitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público do

Trabalho.

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5. Corregedoria do Ministério Público do Trabalho

A Corregedoria é órgão iscalizador das atividades funcionais e da conduta dos

membros do Ministério Público. O Corregedor-Geral será designado pelo Procura-

dor-Geral dentre os Subprocuradores-Gerais, integrantes de lista tríplice elaborada

pelo Conselho Superior. Os membros do Conselho Superior não poderão constar na

lista tríplice.

O Corregedor-Geral terá o mandato de 2 (dois) anos, podendo ser renovado

uma vez.

5.1. Competências do Corregedor-Geral

São as seguintes:

participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;

• realizar, de ofício, ou por determinação do Procurador-Geral ou do Conselho

Superior, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;

• instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Supe-

rior a instauração do processo administrativo consequente;

• acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público do

Trabalho;

• propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público

do Trabalho que não cumprir as condições do estágio probatório.

6. Subprocurador-Geral do Trabalho

Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho, lotados na Procuradoria-Geral do Tra-

balho, são membros integrantes do último nível da carreira do Ministério Público

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do Trabalho e serão designados para oiciar junto ao Tribunal Superior do Traba-

lho e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão. São funções privativas de

Subprocurador-Geral do Trabalho:

• Vice-Procurador-Geral do Trabalho;

• Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho;

• Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

7. Procurador Regional do Trabalho

Os Procuradores Regionais do Trabalho, lotados nos ofícios nas Procuradorias

Regionais do Trabalho, são membros integrantes do nível intermediário da carreira

do Ministério Público do Trabalho e serão designados para oiciar junto aos Tribu-

nais Regionais do Trabalho. A designação de Procurador Regional do Trabalho para

oiciar em órgãos jurisdicionais diferentes dos previstos para a categoria dependerá

de autorização do Conselho Superior.

8. Procuradores do Trabalho

Os Procuradores do Trabalho, lotados nos ofícios nas Procuradorias Regionais do


Trabalho, são membros integrantes do nível inicial da carreira do Ministério Público
do Trabalho e serão designados para funcionar junto aos Tribunais Regionais do
Trabalho e, na forma das leis processuais, nos litígios trabalhistas que envolvam,
especialmente, interesses de menores e incapazes. A designação de Procurador do
Trabalho para oiciar em órgãos jurisdicionais diferentes dos previstos para a cate-
goria dependerá de autorização do Conselho Superior.

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1. (CESPE/TRT-5ªREGIÃO-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O Ministério Público

do Trabalho integra o Ministério Público da União.163

2. (CESPE/MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) A participação de membros do Mi-

nistério Público do Trabalho em comissões técnicas ou cientíicas relacionadas à

instituição ocorre mediante a designação do procurador-geral do trabalho, ouvido o

conselho superior respectivo.164

3. (FCC/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) O Procurador-Geral do Trabalho é

nomeado pelo Presidente da República, dentre integrantes da instituição, com mais

de trinta e cinco anos de idade, constantes de lista tríplice escolhida mediante voto

plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores, para um mandato

de dois anos, permitida uma recondução.165

4. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) As Câmaras de Coordenação e

Revisão são órgãos setoriais presentes em cada um dos ramos do Ministério Público

da União, subordinados aos respectivos procuradores-gerais.166

163
Certo. O Ministério Público do Trabalho é um ramo do Ministério Público da União.
164
Certo. Compete ao Procurador-Geral do Trabalho designar membros do Ministério Público do Trabalho – MPT
para integrar comissões técnicas ou científicas, relacionadas às funções da instituição, ouvido o Conselho
Superior do MPT. Essa possibilidade acontece também nos demais ramos do Ministério Público da União.
165
Errado. O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo Procurador-Geral da República, mediante lista
tríplice, elaborada pelo Colégio de Procuradores do Trabalho, por voto plurinominal, facultativo e secreto.
Poderão integrar a lista os membros do Ministério Público do Trabalho maiores de 35 anos de idade e com
mais de cinco anos na carreira. Caso não existam membros suficientes com mais de cinco anos na carreira,
poderão participar os membros com mais de dois anos.
166
Errado. As Câmaras de Coordenação e Revisão são órgãos setoriais presentes em cada um dos ramos do
Ministério Público da União, porém não há subordinação funcional perante os Procuradores-Gerais.

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5. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) Assinale a alternativa INCORRETA:


a) além de um dos membros da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
Público do Trabalho, o Procurador-Geral do Trabalho tem por atribuição designar o
respectivo Coordenador;
b) é atribuição do Procurador-Geral do Trabalho decidir, em grau recursal, os con-
litos de atribuição entre os órgãos do Ministério Público do Trabalho;
c) é atribuição do Procurador-Geral do Trabalho determinar o afastamento do exer-
cício de suas funções, de membro do Ministério Público do Trabalho indiciado ou
acusado em processo disciplinar, e o seu retorno;
d) é atribuição do Procurador-Geral do Trabalho dar posse aos membros do Minis-
tério Público do Trabalho;
e) não respondida.167

6. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) Assinale a alternativa CORRETA:


a) cabe aos Subprocuradores-Gerais do Trabalho, privativamente, apenas o exer-
cício das funções de membros do Conselho Superior do Ministério Público do Traba-
lho, Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho e Coordenador da Câmara
de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
b) é atribuição do Procurador-Geral do Trabalho decidir processo disciplinar contra

membro da carreira, aplicando as sanções que sejam de sua competência;

c) é atribuição do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho elaborar a

proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho;

d) é atribuição do Procurador-Geral do Trabalho elaborar a lista tríplice destinada à

promoção por merecimento.

e) não respondida.168

167
Letra c. A atribuição de determinar o afastamento (e também o retorno) de membro do Ministério Público
do Trabalho do exercício de suas funções, indiciado ou acusado em processo disciplinar, é do Conselho Supe-
rior do MPT.
168
Letra b.
a) Não mencionou a função de Vice-Procurador-Geral do Trabalho.
b) Compete ao Procurador-Geral decidir processo disciplinar e aplicar as sanções.

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7. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) O Procurador-Geral do Trabalho será


nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes da instituição,
com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, integrantes
de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo
Colégio de Procuradores para um mandato de dois anos.169

8. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Leia com atenção as assertivas abaixo:


I – o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho é composto somente por
Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos para um mandado de dois anos;
II – o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho é composto: pelo
Procurador-Geral do Trabalho e o Vice-Procurador-Geral do Trabalho, como
membros natos; por quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho eleitos pelo
Colégio de Procuradores do Trabalho e por quatro Subprocuradores-Gerais do
III – Trabalho eleitos por seus pares, para um mandato de dois anos, mediante
voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição;
IV – o Presidente do Conselho Superior indicará o seu Vice-Presidente, que o
substituirá em seus impedimentos e em caso de vacância.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) todas as assertivas estão corretas;
b) todas as assertivas estão incorretas;
c) apenas a assertiva II está correta;
d) apenas a assertiva III está correta;
e) não respondida.170

c) O Conselho Superior não elabora a proposta orçamentária dos ramos, simplesmente a aprova.
d) A elaboração de lista tríplice para promoção por merecimento é competência do Conselho Superior.
169
Certo. Vide questão 3.
170
Letra c.
I – Item errado. O Conselho Superior é composto por dez integrantes (Procurador-Geral do Trabalho, Vice-
Procurador-Geral do Trabalho e oito Subprocuradores-Gerais do Trabalho, sendo que quatro serão eleitos
pelo Colégio de Procuradores e quatro serão eleitos por seus pares).
II – Item certo. Essa é a composição do Conselho Superior.
III – Item errado. O Vice-Presidente do Conselho Superior será eleito pelo próprio Conselho.

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9. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Assinale a alternativa CORRETA:

a) a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho é orga-

nizada por ato normativo, cumprindo-lhe dispor sobre seu funcionamento em regi-

mento interno;

b) a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho é com-

posta por três membros do Ministério Público do Trabalho, todos eles indicados pelo

Conselho Superior, juntamente com os seus suplentes, para um mandato de dois

anos, sempre que possível dentre integrantes do último grau da carreira;

c) o Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do

Trabalho é designado pelo Procurador-Geral do Trabalho, dentre os Subprocurado-

res-Gerais do Trabalho;

d) incumbe ao Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério

Público do Trabalho participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Supe-

rior do Ministério Público do Trabalho;

e) não respondida.171

10. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Leia com atenção as assertivas a

seguir:

I – a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho, dirigida pelo Corregedor-

-Geral, é o órgão de coordenação, de integração e de revisão do exercício

funcional na instituição;

171
Letra c.
a) Errado. O ato normativo da Câmara de Coordenação e Revisão é elaborado e aprovado pelo Conselho Superior.
b) Errado. A Câmara de Coordenação e Revisão é composta por três integrantes, sendo 1 (um) indicado pelo
Procurador-Geral e dois escolhidos pelo Conselho Superior, juntamente com seus suplentes, para mandato
de dois anos, dentre integrantes do último nível da carreira, sempre que possível.
c) Certo. O Coordenador da Câmara é designado pelo Procurador-Geral, dentre os Subprocuradores-Gerais.
d) Errado. O Coordenador da Câmara não participa das reuniões do Conselho Superior.

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II – o Corregedor-Geral é nomeado pelo Procurador-Geral do Trabalho, dentre os

Subprocuradores-Gerais do Trabalho, integrantes de lista tríplice elaborada

pelo Conselho Superior, para mandato de dois anos, renovável uma vez;

III – O Corregedor-Geral poderá ser destituído, por iniciativa do Procurador-Ge-

ral do Trabalho, antes do término do mandato, pelo voto de dois terços dos

membros do Conselho Superior.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) todas as assertivas estão corretas;

b) todas as assertivas estão incorretas;

c) apenas a assertiva I está correta;

d) apenas as assertivas II e III estão corretas;

e) não respondida.172

11. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Quanto aos Órgãos do Ministério


Público do Trabalho:

I – o Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo Procurador-Geral da Re-

pública, dentre integrantes da instituição, com mais de trinta e cinco anos

de idade e de cinco anos na carreira, integrantes de lista tríplice escolhida

mediante voto plurinominal, obrigatório e secreto, pelo Colégio de Procura-

dores, para um mandato de dois anos, permitida a recondução, observado o

mesmo processo;

172
Letra d.
I – Item errado. A Corregedoria não é órgão de coordenação, de integração e de revisão do exercício funcio-
nal; essa incumbência é da Câmara de Coordenação e Revisão. A Corregedoria é órgão de fiscalização das
atividades funcionais.
II – Item certo.
III – Item certo.

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II – o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho é composto pelo Pro-

curador-Geral do Trabalho e pelo Vice-Procurador-Geral do Trabalho, como

membros natos; por quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos

para um mandato de dois anos, pelo Colégio de Procuradores, mediante voto

plurinominal, facultativo e secreto, permitida a reeleição; e por mais quatro

Subprocuradores-Gerais do Trabalho, eleitos para um mandato de dois anos,

pelos Procuradores do Trabalho de todo Brasil, mediante voto plurinominal,

facultativo e secreto, permitida a reeleição. Referido órgão é presidido pelo

Procurador-Geral do Trabalho;

III – a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho é com-

posta por três Membros do Ministério Público do Trabalho, sendo um indicado

pelo Procurador-Geral do Trabalho e dois pelo Conselho Superior do Ministé-

rio Público do Trabalho, juntamente com seus suplentes, para um mandato

de dois anos, sempre que possível, dentre integrantes do último grau da

carreira.

Analisando-se as asserções acima, pode-se airmar que:


a) todas estão corretas;
b) todas estão incorretas;
c) apenas a de número II está incorreta;

d) apenas as de números I e II estão incorretas;

e) não respondida.173

173
Letra d. Os itens I e II estão incorretos.
I – Item errado. A eleição da lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral do Trabalho será mediante voto
facultativo, secreto e plurinominal, pelo Colégio de Procuradores do Trabalho.
II – Item errado. Vide questão 8, item I.
III – Item certo. Vide questão 9, alternativa b.

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12. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Assinale a alternativa CORRETA. Em

caso de vacância, o cargo de Procurador-Geral do Trabalho será exercido pelo:

a) Vice-Procurador-Geral do Trabalho;

b) Vice-Presidente do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;

c) Coordenador da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do

Trabalho;

d) Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho, se a vacância ocorrer na

primeira metade do mandato do Procurador-Geral do Trabalho, até a realização de

novo processo de nomeação; e pelo Vice-Presidente do Conselho Superior do Mi-

nistério Público do Trabalho, se a vacância ocorrer na segunda metade do mandato

do Procurador-Geral do Trabalho, até seu termo inal;

e) não respondida.

COMENTÁRIO

Em caso de vacância do cargo de Procurador-Geral do Trabalho, exercerá a cheia do

Ministério Público do Trabalho o Vice-Presidente do Conselho Superior, até o seu pro-

vimento deinitivo. Não confundir vacância com impedimento ou ausência: na vacân-

cia o cargo está vago ou vazio, enquanto na ausência ou impedimento o cargo está

provido, mas o ocupante por algum motivo não poderá exercê-lo temporariamente.

Vacância do Cargo de Exerce o Vice-Presidente do Conselho Superior,


Procurador-Geral até o provimento deinitivo.
Impedimentos ou ausências Exerce o Vice-Procurador-Geral, até cessar o
do Procurador-Geral impedimento ou a ausência do Procurador-Geral.

Resposta: Letra b.

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13. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Sobre a possibilidade de Membro do

Ministério Público do Trabalho ser designado, excepcionalmente, para exercer atri-

buições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios diferentes dos estabelecidos

para cada categoria, assinale a alternativa CORRETA:

a) não é possível, em hipótese alguma;

b) é possível, se assim o exigir a necessidade de serviço, independentemente da

anuência do designado, desde que autorizado pelo Conselho Superior do Ministério

Público do Trabalho, cuja deliberação deverá ser tomada com o voto favorável de

dois terços dos Membros Conselheiros;

c) é possível, se houver interesse do serviço e anuência do designado, bem como

autorização do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, cuja deliberação

deverá ser tomada com o voto favorável de dois terços dos Membros Conselheiros;

d) é possível, desde que autorizado pelo Conselho Superior do Ministério Público

do Trabalho, cuja deliberação deverá ser tomada com o voto favorável de dois quin-

tos dos Membros Conselheiros, apenas para as hipóteses de atuação no primeiro

grau de jurisdição, considerando-se a repercussão social das ações coletivas;

e) não respondida.174

14. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) Procurador-Geral do Trabalho será

nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes do último grau

da carreira, com mais de trinta e cinco anos de idade, integrantes de lista tríplice

escolhida mediante o voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Pro-

curadores para um mandato de dois anos, permitida a recondução, observado o

mesmo processo.175

174
Letra c. É possível a designação de membro para exercer atribuições processuais perante juízos, tribunais
ou ofícios diferentes dos estabelecidos para cada categoria, se houver interesse do serviço, anuência do
designado e autorização do Conselho Superior, mediante a deliberação de dois terços dos Conselheiros.
175
Errado. O Procurador-Geral do Trabalho não precisa ser integrante do último nível da carreira. Vide também
questão 3.

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15. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) Quanto ao Colégio de Procuradores,


no âmbito do Ministério Público do Trabalho, assinale a alternativa INCORRETA:
a) eleger, dentre os Subprocuradores-Gerais do Trabalho e mediante voto plurino-
minal, facultativo e secreto, quatro membros do Conselho Superior do Ministério
Público do Trabalho;
b) eleger, dentre os integrantes da Instituição, os Coordenadores e Vice-Coordena-
dores das Coordenadorias Nacionais temáticas das metas institucionais prioritárias;
c) elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para
a composição do Tribunal Superior do Trabalho, sendo elegíveis, os membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de carreira, tendo mais de
trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos;
d) elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para
os Tribunais Regionais do Trabalho, dentre os Procuradores com mais de dez anos
de carreira.
e) não respondida.176

16. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) Os conlitos de atribuição entre os


órgãos do Ministério Público do Trabalho são decididos:
a) pela Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e, em
grau de recurso, pelo Procurador-Geral do Trabalho;
b) pela Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e, em
grau de recurso, pelo Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
c) pelo Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho e, em grau de recurso,
pela Coordenadoria de Recursos Judiciais da Procuradoria-Geral do Trabalho;
d) pelo Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho e, em grau de recurso,
pelo Corregedor Nacional do Ministério Público da União.

e) não respondida.177

176
Letra b. O Colégio de Procuradores não tem competência para eleger Coordenadores das Coordenadorias
Nacionais Temáticas. Não há essa previsão na Lei Complementar n. 75/1993.
177
Letra a. Os conflitos de atribuições entre integrantes do Ministério Público do Trabalho serão dirimidos pela
Câmara de Coordenação e Revisão, cabendo recurso ao Procurador-Geral do Trabalho.

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17. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) São atribuições do Ministério Públi-


co do Trabalho:
I – recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário,
tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oiciar como
iscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurispru-
dência do Tribunal Superior do Trabalho;
II – propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato,
acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou
coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores;
III – propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses de crianças e
adolescentes, quando inexistente representante legal e de indígenas, quando
integrados à sociedade, sempre e quando os direitos eventualmente existen-
tes decorram das relações de trabalho.

Analisando-se as asserções, pode-se airmar que:


a) todas estão incorretas;
b) apenas a de número III está correta;
c) apenas a de número I está correta;
d) apenas as de número I e II estão corretas.
e) não respondida.178

18. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Considerando-se as proposições


abaixo a respeito do Ministério Público do Trabalho:
I – Compete ao Procurador-Geral do Trabalho integrar, como membro nato, e
presidir o Colégio de Procuradores do Trabalho, o Conselho Superior do Mi-
nistério Público do Trabalho e a Comissão de Concurso.
II – O Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho é órgão normativo,
competindo-lhe, entre outras funções, decidir os conlitos de atribuição entre
os órgãos da instituição.

178
Letra d.
I – Item correto.
II – Item correto.
III – Item errado. A competência para propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses da
criança ou adolescente é do Ministério Público Federal.

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III – Incumbe ao Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho acompanhar


o estágio probatório dos membros e decidir sobre o vitaliciamento ou a exo-
neração daquele que não cumprir as condições do referido estágio.
IV – Os cargos de Procurador do Trabalho, Procurador Regional do Trabalho,
Subprocurador-Geral do Trabalho e Procurador-Geral do Trabalho constituem
a carreira do Ministério Público do Trabalho, sendo o cargo inicial de Procura-
dor do Trabalho e o do último nível o de Procurador-Geral do Trabalho.

Marque a alternativa CORRETA:


a) apenas a assertiva II está correta;
b) apenas as assertivas III e IV estão corretas;
c) apenas a assertiva III está correta;
d) apenas a assertiva I está correta;
e) não respondida.179

19. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) O Ministério Público do Trabalho


tem por chefe o Procurador-Geral do Trabalho, nomeado pelo Procurador-Geral da
República. Em caso de vacância, exercerá o cargo o Vice-Procurador-Geral do Tra-
balho, até o provimento deinitivo.180

20. (CESPE/MPU/ANALISTA DIREITO/2013) O MPT não possui legitimidade para


atuar no âmbito do STF.181

179
Letra d.
I – Item correto.
II – Item errado. Não compete ao Conselho Superior decidir sobre os conflitos de atribuições de integrantes
do ramo. É competência da Câmara de Coordenação e Revisão, cabendo recurso ao Procurador-Geral.
III – Item errado. Ao Corregedor-Geral compete o acompanhamento do estágio probatório; a competência
para decidir sobre o vitaliciamento ou exoneração é do Conselho Superior do ramo.
IV – Item errado. São níveis de carreira do Ministério Público do Trabalho: nível inicial – Procurador do Tra-
balho; nível intermediário – Procurador Regional da República; último nível – Subprocurador-Geral da Repú-
blica. O cargo de Procurador-Geral do Trabalho não constitui carreira no Ministério Público do Trabalho, e sim
apenas uma função política com mandato de dois anos.
180
Errado. Em caso de vacância do cargo de Procurador-Geral do Trabalho, exercerá a chefia do Ministério Público
do Trabalho o Vice-Presidente do Conselho Superior do MPT, até o seu provimento definitivo. Vide questão 12.
181
Certo. Segundo o STF, o MPT não tem legitimidade para atuar junto ao STF. A Rcl 5543 – AgR determina: “O
MPT não dispõe de legitimidade para atuar, em sede processual, perante o STF, eis que a representação institu-
cional do MPU, nas causas instauradas na Suprema Corte, inclui-se na esfera de atribuições do PGR, que é, por
definição constitucional, o chefe do Ministério Público da União, em cujo âmbito se acha estruturado o MPT”.

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VIII – Ministério Público Militar

O Ministério Público Militar é o ramo do Ministério Público da União que atua pe-
rante os órgãos da Justiça Militar da União, oiciando em primeira instância através
da Auditoria Militar ou do Superior Tribunal Militar. O Ministério Público Militar pro-
move ações penais públicas de sua competência e declarações de indignidade ou de
incompatibilidade para o oicialato, manifestando-se em qualquer fase do processo
e acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente in-
teresse público que justiique a intervenção.
a) São órgãos do Ministério Público Militar:
• Procurador-Geral da Justiça Militar;
• Colégio de Procuradores da Justiça Militar;
• Conselho Superior do Ministério Público Militar;
• Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar;
• Corregedoria do Ministério Público Militar;
• Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar;
• Procuradores da Justiça Militar;
• Promotores da Justiça Militar.

1. Procurador-Geral da Justiça Militar

1.1. Requisitos de nomeação

O Procurador-Geral da Justiça Militar será nomeado pelo Procurador-Geral da


República, mediante lista tríplice, elaborada pelo Colégio de Procuradores, por voto
plurinominal, facultativo e secreto. Poderão integrar a lista os membros do Ministé-
rio Público Militar maiores de 35 anos de idade e com mais de 5 anos na carreira.
Caso não existam membros suicientes com mais de 5 anos na carreira, poderão
participar os membros com mais de 2 anos.

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1.2. Mandato

O Procurador-Geral da Justiça Militar terá mandato de 2 (dois) anos, podendo

ser reconduzido uma vez, observado o mesmo processo da nomeação.

1.3. Exoneração do Procurador-Geral da Justiça Militar

O Procurador-Geral da Justiça Militar será exonerado por proposta de 2/3 do

Conselho Superior do Ministério Público Militar, mediante voto secreto, cumprindo

a exoneração ao Procurador-Geral da República.

1.4. Impedimentos e vacância do Procurador-Geral da Justiça


Militar

Em caso de impedimento do Procurador-Geral da Justiça, assumirá o comando

do Ministério Público Militar o Vice-Procurador-Geral da Justiça Militar. A substitui-

ção é temporária, tendo em vista que o Procurador-Geral da Justiça Militar retorna-

rá, após o seu impedimento. Se ocorrer a vacância do cargo, o Vice-Presidente do

Conselho Superior do Ministério Público Militar o assumirá, até que seja designado

um novo Procurador-Geral.

1.5. Vice-Procurador-Geral da Justiça Militar

Compete ao Procurador-Geral da Justiça Militar designar, dentre os Subprocura-

dores-Gerais da Justiça Militar, o Vice-Procurador-Geral, que o substituirá em caso

de impedimento.

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1.6. Competências Funcionais do Procurador-Geral da Justiça


Militar

O Procurador-Geral da Justiça Militar exercerá as funções do Ministério Público

junto ao Tribunal Superior Militar, propondo as ações cabíveis e manifestando-se

nos processos de sua competência.

1.7. Principais competências do Procurador-Geral da Justiça


Militar, como Chefe do Ministério Público Militar

São competências do Procurador-Geral da Justiça Militar, no exercício da cheia

do Ministério Público do Trabalho:

• representar o Ministério Público Militar;

• integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores, o Conse-

lho Superior e a Comissão de Concurso;

• designar um dos membros e o Coordenador de cada uma das Câmaras de

Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar;

• nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público Militar, segundo lista forma-

da pelo Conselho Superior;

• decidir, em grau de recurso, os conlitos de atribuições entre órgãos do Minis-

tério Público Militar;

• decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos servi-

ços auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;

• elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público Militar, submetendo-a,

para aprovação, ao Conselho Superior;

• dar posse aos membros do Ministério Público Militar;

• praticar atos de gestão administrativa, inanceira e de pessoal;

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• determinar a abertura de correção, sindicância ou inquérito administrativo;

• autorizar o afastamento de membros do Ministério Público Militar, depois de

ouvido o Conselho Superior, nas hipóteses previstas em lei;

• homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para ingres-

so na carreira.

2. Colégio de Procuradores da Justiça Militar

2.1. Composição

O Colégio de Procuradores da Justiça Militar é composto por todos os membros

ativos de todos os níveis da carreira do Ministério Público Militar, integrantes do

Ministério Público Militar.

2.2. Competências

São competências do Colégio de Procuradores da Justiça Militar elaborar a lista

tríplice para a escolha do Procurador-Geral da Justiça Militar, mediante voto pluri-

nominal, facultativo e secreto e opinar sobre assunto de interesse geral do Minis-

tério Público Militar.

 Obs.: o Colégio de Procuradores da Justiça Militar não elabora lista sêxtupla para

composição de tribunais.

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2.3. Reuniões

Em regra, não há necessidade de reunião para elaborar listas tríplice e eleger o

Subprocurador-Geral. A exceção se dá em caso de interesse relevante da institui-

ção, quando o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local designado pelo Procu-

rador-Geral da Justiça Militar, desde que convocado por ele ou pela maioria de seus

membros.

3. Conselho Superior do Ministério Público Militar – CSMPM

3.1. Composição

A Composição do Conselho Superior do Ministério Público Militar é a seguinte:

• Procurador-Geral da Justiça Militar;

• Vice-Procurador-Geral da Justiça Militar;

• Todos os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar.

A composição do Conselho Superior do MPM é diferente da dos outros ramos do

Ministério Público da União. Todos os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar

compõem o Conselho Superior do MPM, enquanto nos demais ramos há eleição de

Subprocurador-Geral.

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3.2. Competências do Conselho Superior do Ministério Público


Militar

As competências do Conselho Superior do MPM são as seguintes:

• exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público Militar;

• indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e Revisão;

• destituir, por iniciativa do Procurador-Geral da Justiça Militar e pelo voto de dois

terços de seus membros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;

• elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do Ministério Público Militar;

• elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;

• aprovar a lista de antiguidade dos membros do Ministério Público Militar e

decidir sobre as reclamações a ela concernentes;

• indicar o membro do Ministério Público Militar para promoção por antiguidade;

• determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios

correspondentes;

• determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado

seja membro do Ministério Público Militar, apreciar seus relatórios e propor as

medidas cabíveis;

• decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do Ministério

Público Militar, encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral da Justiça

Militar, quando for o caso, para ser efetivada sua exoneração;

• decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do Ministério Público Mi-

litar, por motivo de interesse público;

• autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral da

República ajuíze a ação de perda de cargo contra membro vitalício do Minis-

tério Público Militar;

• opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número de

cargos da carreira;

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• deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira, designar


os membros da Comissão de Concurso e opinar sobre a homologação dos
resultados;
• aprovar a proposta orçamentária do Ministério Público Militar que integrará o
projeto de orçamento do Ministério Público da União.

3.3. Reuniões do Conselho Superior do Ministério Público


Militar

Ordinária: 1 (uma) vez por mês, em dia previamente ixado;


Extraordinária: convocação de ofício do Procurador-Geral da Justiça Militar –
PGJM ou por proposta da maioria absoluta do Conselho Superior do MPM.

3.4. Deliberações do Conselho Superior do Ministério Público


Militar
As deliberações são feitas por maioria dos votos, presentes pelo menos a maio-
ria absoluta do Conselho Superior do MPM. Em caso de empate, prevalecerá o voto
do Presidente do Conselho Superior do MPM (Procurador-Geral da Justiça Militar),
salvo em caso de sanção, em que prevalecerá a votação mais favorável ao acusado.

4. Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar

As Câmaras de Coordenação e Revisão são órgãos setoriais de coordenação e


integração dos membros do Ministério Público do Trabalho, organizadas por função
e por matéria. Os membros do Ministério Público possuem independência funcional,
devendo prestar contas à Constituição Federal e às leis, observando os princípios
de unidade e integração. Desse modo, é incumbência das Câmaras de Coordenação
desempenhar a atividade de integração e coordenação dos membros, na intenção
de preservar tais princípios.

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4.1. Composição das Câmaras de Coordenação e Revisão

As Câmaras de Coordenação e Revisão serão compostas por 3 (três) membros

do Ministério Público Militar do último nível da carreira (Subprocurador-Geral da

Justiça Militar):

• 1 (um) integrante que será indicado pelo Procurador-Geral da Justiça Militar,

bem como o suplente.

• 2 (dois) integrantes serão indicados pelo Conselho Superior, bem como os

suplentes.

Os integrantes terão mandato de 2 anos e, dentre eles, 1 (um) será designado

como coordenador, pelo Procurador-Geral da Justiça Militar.

4.2. Competências da Câmara de Coordenação

São competências da Câmara de Coordenação e Revisão:

• promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais que atuem

em ofícios ligados ao setor de sua competência, observado o princípio da in-

dependência funcional;

• manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas ains;

• encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais que atuem

em seu setor;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reitera-

ção, devam receber tratamento uniforme;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos e procedimentos, quando a

matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir;

• decidir os conlitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Militar.

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5. Corregedoria do Ministério Público Militar

A Corregedoria é órgão iscalizador das atividades funcionais e da conduta dos

membros do Ministério Público. O Corregedor-Geral será designado pelo Procura-

dor-Geral dentre os Subprocuradores-Gerais, integrantes de lista tríplice elaborada

pelo Conselho Superior.

Fique alerta! Os membros do Conselho Superior do MPM não poderão constar na

lista tríplice.

O Corregedor-Geral terá o mandato de 2 (dois) anos, podendo ser renovado

uma vez.

5.1. Competências do Corregedor-Geral

São competências do Corregedor-Geral:

• participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;

• realizar, de ofício, ou por determinação do Procurador-Geral ou do Conselho

Superior, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;

• instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Supe-

rior a instauração do processo administrativo consequente;

• acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público do Militar;


• propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público
Militar que não cumprir as condições do estágio probatório.

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6. Subprocurador-Geral da Justiça Militar

Os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar, lotados na Procuradoria-Geral da


Justiça Militar, são membros integrantes do último nível da carreira do Ministério
Público Militar e serão designados para oiciar junto ao Superior Tribunal Militar
e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão. São funções privativas de
Subprocurador-Geral da Justiça Militar:
• Vice-Procurador-Geral da Justiça Militar;
• Corregedor-Geral do Ministério Público Militar;
• Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

7. Procurador da Justiça Militar

Os Procuradores da Justiça Militar, lotados nos ofícios nas Procuradorias da Justi-


ça Militar, são membros integrantes do nível intermediário da carreira do Ministério
Público Militar e serão designados para oiciar junto às Auditorias Militares. A desig-
nação de Procurador da Justiça Militar para oiciar em órgãos jurisdicionais diferen-
tes dos previstos para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior.

8. Promotores da Justiça Militar

Os Promotores da Justiça Militar, lotados nos ofícios nas Procuradorias da Justiça


Militar, são membros integrantes do nível inicial da carreira do Ministério Público do
Militar e serão designados para oiciar junto às Auditorias Militares. A designação
de Promotores da Justiça Militar para oiciar em órgãos jurisdicionais diferentes dos

previstos para a categoria também dependerá de autorização do Conselho Superior.

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1. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DE ESTADO/2009) Os membros do Ministério


Público Militar que atuam na Justiça Militar de 1ª instância compõem a estrutura do
MP estadual.182

2. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) A iscalização das atividades


funcionais e de conduta dos membros do MPU é incumbência da Corregedoria do
Ministério Público Militar.183

3. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) A iscalização das atividades fun-


cionais e da conduta dos membros do Ministério Público da União é tarefa atribuída
pela Lei Complementar n. 75/1993.
a) ao corregedor-geral do Ministério Público da União.
b) ao procurador-geral da República.
c) ao Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União.
d) ao corregedor-geral designado no âmbito de cada carreira.
e) ao órgão do Poder Judiciário perante o qual atue.184

4. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) O Conselho Superior do Ministério


Público Militar é formado pelo Procurador-Geral da Justiça Militar, pelo Vice-Procu-
rador-Geral da Justiça Militar, por quatro Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar
eleitos pelo Colégio de Procuradores da Justiça Militar e por quatro Subprocurado-
res-Gerais da Justiça Militar eleitos por seus pares.185

182
Errado. Os membros do Ministério Público Militar – MPM que atuam na Justiça Militar de 1a instância com-
põem a estrutura do próprio MPM e são denominados Promotores da Justiça Militar.
183
Errado. Cada ramo do Ministério Público da União tem uma Corregedoria-Geral. A fiscalização das atividades fun-
cionais e de conduta dos membros do Ministério Público da União é incumbência da Corregedoria de cada ramo.
A Corregedoria do Ministério Público Militar fiscalizará apenas os membros do MPM, e não do MPU como um todo.
184
Letra d. A fiscalização das atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público da União
é tarefa atribuída ao Corregedor-Geral designado no âmbito de cada carreira.
185
Errado. O Conselho Superior do MPM é composto pelo Procurador-Geral da Justiça Militar, Vice-Procurador-
Geral da Justiça Militar e por todos os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar. A composição do Conselho
Superior do MPM é diferente da composição dos outros Conselhos Superiores do MPU.

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5. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) O Procurador-Geral da Justiça Militar

será nomeado pelo Presidente da República, dentre integrantes da instituição, com

mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, escolhido em lista

tríplice elaborada mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Conselho

Superior do Ministério Público Militar, para um mandato de dois anos, observado o

mesmo processo.186

6. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) O Procurador-Geral da Justiça Militar

será nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes da Institui-

ção, com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos de carreira, escolhi-

dos em lista tríplice mediante o voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colé-

gio de Procuradores, para um mandato de dois anos, permitida uma recondução,

observado o mesmo processo.187

7. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2005) A Câmara de Coordenação e Re-

visão do Ministério Público Militar:

a) É composta de três membros, todos subprocuradores-gerais da Justiça Militar e

indicados pelo Procurador-Geral da Justiça Militar.

b) Decide, em última instância, sobre arquivamento de inquérito policial militar e

de procedimentos de investigação criminal.

186
Errado. O Procurador-Geral da Justiça Militar será nomeado pelo Procurador-Geral da República, mediante
lista tríplice, elaborada pelo Colégio de Procuradores, por voto plurinominal, facultativo e secreto. Poderão
integrar a lista os membros do Ministério Público Militar maiores de 35 anos de idade e com mais de cinco
anos na carreira. Caso não existam membros suficientes com mais de cinco anos na carreira, poderão par-
ticipar os membros com mais de dois anos.
187
Certo. Vide questão 5.

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c) Tem um de seus membros designados para a função de Coordenador pelo Pro-

curador-Geral da Justiça Militar.

d) É organizada por regimento interno elaborado pelo seu Coordenador e aprovado

pelo Procurador-Geral da Justiça Militar.188

8. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2005) Sobre a Corregedoria-Geral do

Ministério Público Militar podemos airmar que:

a) O Corregedor-Geral do Ministério Público Militar é indicado diretamente pelo

Procurador-Geral da Justiça Militar, mediante escolha livre entre os subprocurado-

res-gerais da Justiça Militar.

b) O Corregedor-Geral é nomeado para mandato de dois anos, que pode ser reno-

vado uma vez.

c) A função de Corregedor-Geral é de coniança do Procurador-Geral da Justiça

Militar, que pode destituí-lo antes do término de seu mandato.

d) O Corregedor-Geral depende de autorização do Conselho Superior do Ministério

Público Militar para instaurar inquérito contra integrante da carreira.189

188
Letra c.
a) Errado. A Câmara de Coordenação e Revisão é composta por três integrantes, sendo 1 (um) escolhido
pelo Procurador-Geral da Justiça Militar e dois escolhidos pelo Conselho Superior do Ministério Público Militar,
dentre Subprocuradores-Gerais, sempre que possível.
b) Errado. As Câmaras não decidem sobre o arquivamento de inquérito policial, mas apenas se manifestam
sobre o arquivamento.
c) Certo. Um integrante da Câmara será indicado pelo Procurador-Geral para a função de Coordenador.
d) Errado. A competência para elaborar o regimento interno das Câmaras é do Conselho Superior.
189
Letra b.
a) Errado. O Corregedor-Geral será escolhido pelo Procurador-Geral, mediante lista tríplice elaborada pelo
Conselho Superior.
b) Certo. O Corregedor-Geral será nomeado pelo Procurador-Geral para mandato de dois anos, podendo ser
prorrogado uma vez.
c) Errado. O Corregedor-Geral não é cargo de confiança do Procurador-Geral, e a destituição do Corregedor-
-Geral é competência do Conselho Superior, com aprovação de dois terços, após iniciativa do Procurador-Geral.
d) Errado. O Corregedor-Geral poderá instaurar, de ofício, inquérito administrativo para apurar responsabili-
dades de membros, podendo propor ao Conselho Superior a instauração de processo administrativo.

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9. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2005) Com relação ao Conselho Supe-

rior do Ministério Público Militar, podemos airmar que:

a) Todos os subprocuradores-gerais da Justiça Militar integram-no como membros

natos.

b) Se houver empate nas suas deliberações, o voto do seu presidente prevalecerá

sempre.

c) Está entre as suas atribuições autorizar o afastamento temporário de membro

do Ministério Público Militar.

d) Substitui o seu presidente, nos casos de impedimento ou de vacância, o Vice-

Procurador-Geral da Justiça Militar.190

10. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2005) É atribuição privativa do Procu-

rador-Geral da Justiça Militar:

a) Nomear e dar posse aos membros do Ministério Público Militar.

b) Determinar a instauração de processos administrativos contra membro do Mi-

nistério Público Militar.

190
Letra a.
a) Certo. Todos os Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar compõem o Conselho Superior do MPM.
b) Errado. Se houver empate nas deliberações do Conselho Superior, prevalecerá o voto do Presidente, salvo
em caso de sanção, em que prevalecerão os votos mais favoráveis ao acusado.
c) Errado. Atenção! Existem dois tipos de afastamento de membro: o preventivo, nos casos em que o
membro seja indiciado ou acusado em processo disciplinar, e o temporário, que poderá ser para qualquer
outra situação. Nos afastamentos temporários, o Conselho Superior apenas opinará sobre o assunto. Nos
afastamentos preventivos, o Conselho Superior determinará o afastamento. Como a questão expressou o
caso de afastamento temporário, então compete ao Conselho Superior apenas opinar, e não determinar.
d) Errado. Durante as reuniões do Conselho Superior, se o Presidente do Conselho não estiver presente,
quem presidirá a reunião do Conselho será o Vice-Presidente do Conselho.

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c) Elaborar e aprovar os critérios de promoção por merecimento na carreira.

d) Decidir, em grau de recurso, os conlitos de atribuições entre os órgãos do Mi-

nistério Público Militar.191

11. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) Compete à Câmara de Coorde-

nação e Revisão do Ministério Público Militar:

a) Decidir sobre o arquivamento de inquérito policial militar, exceto nos casos de

competência originária do Procurador-Geral.

b) Opinar sobre a designação de membro do Ministério Público Militar, para inte-

grar comissões temáticas ou cientíicas relacionadas às funções da instituição.

c) Decidir os conlitos de atribuição entre os órgãos do Ministério Público Militar.

d) Aprovar o seu regimento interno.192

12. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) As Câmaras de Coordenação e

Revisão do Ministério Público Militar serão organizadas por função ou por matéria

através de ato normativo:

a) De atribuição privativa do Procurador-Geral da Justiça Militar.

191
Letra d.
a) Errado. Nomear os membros de todos os ramos do Ministério Público da União é competência do Procu-
rador-Geral da República. A posse é competência dos Procuradores-Gerais dos ramos.
b) Errado. A competência para instaurar processo administrativo é do Conselho Superior. Vide questão 8,
alternativa e.
c) Errado. Compete ao Conselho Superior elaborar e aprovar os critérios de promoção por merecimento na
carreira.
d) Certo. Compete ao Procurador-Geral da Justiça Militar decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribui-
ções entre os órgãos do Ministério Público Militar.
192
Letra c.
a) Errado. As Câmaras não decidem sobre o arquivamento de inquérito policial, mas apenas se manifestam
sobre o arquivamento.
b) Errado. Compete ao Conselho Superior opinar sobre a designação de membro para compor comissões
técnicas.
c) Certo. Compete às Câmaras decidir sobre os conflitos de atribuições, cabendo recurso ao Procurador-Geral.
d) Errado. Quem aprova o regimento é o Conselho Superior.

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b) Do Conselho Superior do Ministério Público Militar.

c) Do Colégio de Procuradores e Promotores da Justiça Militar.

d) Do Procurador-Geral da Justiça Militar, ouvido o Conselho Superior do Ministério

Público Militar.193

13. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) Veriicando-se a vacância do

cargo de Procurador-Geral da Justiça Militar:

a) Completará o seu mandato o Vice-Procurador-Geral da Justiça Militar.

b) Passará a exercer o cargo o Vice-Presidente do Conselho Superior, até o seu

provimento deinitivo.

c) O Conselho Superior, por maioria de dois terços, elegerá o seu substituto para

completar o mandato.

d) O mandato será completado pelo Vice-Presidente do Conselho Superior que

passará, automaticamente, a exercer o cargo.194

14. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) Constitui atribuição privativa do

cargo de Subprocurador-Geral da Justiça Militar:

a) Integrar a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.

b) O exercício do cargo de Procurador-Geral da Justiça Militar.

c) O exercício do cargo de Corregedor-Geral do Ministério Público Militar.

d) Funcionar nos órgãos em que a participação do Ministério Público Militar seja

legalmente prevista.195

193
Letra b. Compete ao Conselho Superior aprovar o regimento das Câmaras.
194
Letra b. Verificando vacância do cargo de Procurador-Geral da Justiça Militar, exercerá a chefia do Ministério
Público Militar o Vice-Presidente do Conselho Superior, até o seu provimento definitivo.
195
Letra c. São funções privativas de Subprocurador-Geral da Justiça Militar: Vice-Procurador-Geral da Justiça
Militar, Corregedor-Geral do Ministério Público Militar, Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

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15. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) Somente pelo voto de dois ter-

ços dos seus membros, poderá o Conselho Superior do Ministério Público Militar:

a) Deliberar sobre a realização de concurso para ingresso na carreira.

b) Autorizar a designação, em caráter excepcional, de membros do MPM, para

exercício de atribuições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios diferentes

dos estabelecidos para cada categoria.

c) Aprovar a proposta de lei para o aumento do número de cargos da carreira e

dos ofícios.

d) Opinar sobre os pedidos de reversão de membros da carreira.

COMENTÁRIO

Deliberações dos Conselhos Superiores dos ramos do Ministério Público da União


Regra: Maioria simples, presente a maioria absoluta nas reuniões.
• Elaborar e aprovar o seu regimento interno, o dos Colégios e os das Câmaras de
Coordenação e Revisão;
• Elaborar e aprovar os critérios de promoção por merecimento na carreira;
• Autorizar a designação, em caráter excepcional, de membros, para exercício de
atribuições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios diferentes dos estabe-
lecidos para cada categoria;
Salvo: Dois terços • Determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado seja
dos integrantes membro, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabíveis;
• Determinar o afastamento preventivo do exercício de suas funções, do membro
indiciado ou acusado em processo disciplinar, e o seu retorno;
• Designar a comissão de processo administrativo em que o acusado seja membro;
• Opinar sobre os pedidos de reversão de membro da carreira;
• Aprovar a destituição do Procurador Regional Eleitoral (este último caso aplica-se
somente ao Conselho Superior do MPF).

Resposta: Letra b.

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16. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) O MPM oicia perante os órgãos da

justiça militar, compostos por circunscrições de justiça militar estadual e da União

e o Superior Tribunal Militar e tem por chefe o Procurador-Geral da Justiça Militar,

nomeado pelo Procurador-Geral da República.196

17. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) O Conselho Superior dos ramos do

MPU, composto de 10 (dez) membros, é integrado pelo Procurador-Geral e pelo Vi-

ce-Procurador como Membros natos, 04 (quatro) Membros eleitos pelo Colégio de

Procuradores e 4 (quatro) pelos respectivos Conselhos.197

18. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Assinale a resposta incorreta:

a) Na hipótese de ocorrer conlito de atribuições entre membros de um Ministério

Público estadual, compete ao Procurador-Geral de Justiça dirimir o conlito.

b) Ocorrendo conlito de atribuições entre dois Membros do Ministério Público do

Trabalho, compete à Câmara de Coordenação e Revisão decidir o conlito, com re-

curso para o Procurador-Geral do Trabalho.

c) Quando o conlito for identiicado entre membros do MPM, compete à Câmara

de Coordenação e Revisão decidir o conlito, com recurso para o Procurador-Geral

da Justiça Militar.

d) Existindo conlito de atribuições entre um membro do MPF e um membro do

Ministério Público estadual, a competência para dirimir o conlito é do Conselho

Nacional do Ministério Público.198

196
Errado. O Ministério Público Militar oficiará apenas perante a Justiça Militar da União.
197
Errado. Conselho Superior do MPF, MPT e MPDFT tem a composição de 10 integrantes, sendo 2 natos
(Procurador-Geral e Vice-Procurador-Geral do respectivo ramo) e 8 eleitos (4 eleitos pelo Colégio do respec-
tivo ramo e 4 por seus pares). Agora, a composição do Conselho Superior do MPM é diferente, pois não há
integrantes eleitos. Veja a composição: Procurador-Geral, Vice-Procurador-Geral e TODOS os Subprocura-
dores-Gerais do MPM.
198
Letra d. Ocorrendo conflito de atribuições entre membros do Ministério Público estadual e membros do
Ministério Público Federal compete ao Supremo Tribunal Federal dirimir o conflito.

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IX – Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT é o ramo do Mi-

nistério Público da União que oicia perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal

e Territórios e Juízes do Distrito Federal e Territórios. O Distrito Federal não tem

autonomia constitucional para organizar e manter o seu Ministério Público, compe-

tindo à União organizá-lo e mantê-lo, ou seja, o MPDFT está vinculado ao Ministério

Público da União.

O “T” de Territórios signiica que o MPDFT exercerá a função de Ministério Públi-

co, caso seja criado um Território (hoje no Brasil, não existem Territórios).

a) Competências do Ministério Público do Distrito Federal e


Territórios

São competências do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios:

• instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos correlatos;

• requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, po-

dendo acompanhá-los e apresentar provas;

• requisitar à autoridade competente a instauração de procedimentos admi-

nistrativos, ressalvados os de natureza disciplinar, podendo acompanhá-los e

produzir provas;

• exercer o controle externo da atividade da polícia do Distrito Federal e da dos

Territórios;

• iscalizar a execução da pena, nos processos de competência da Justiça do

Distrito Federal e Territórios.

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b) Órgãos do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

• Procurador-Geral de Justiça;
• Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça;
• Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
• Corregedoria do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
• Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios;
• Procuradores de Justiça;
• Promotores de Justiça;
• Promotores de Justiça Adjuntos.

1. Procurador-Geral de Justiça

O Procurador-Geral de Justiça é o Chefe do Ministério Público do Distrito Federal


e Territórios.

1.1. Requisitos de nomeação

O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo Presidente da República, me-


diante lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça.

Cuidado: não há participação do Governador do Distrito Federal na nomeação do


Procurador-Geral de Justiça, incumbindo ao Presidente da República tal função.
Concorrerão à lista os membros do MPDFT com mais de 5 anos de carreira que não
tenham sofrido nos últimos 4 anos qualquer condenação deinitiva e que não este-

jam respondendo a processo penal ou administrativo.

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1.2. Mandato

O Procurador-Geral de Justiça terá o mandato de 2 anos, podendo ser prorroga-

do uma vez, precedida de nova lista tríplice.

1.3. Destituição

A destituição do Procurador-Geral de Justiça dependerá de deliberação da maioria

absoluta do Senado Federal, por meio de representação do Presidente da República.

 Obs.: a destituição é executada pelo Senado Federal, diferentemente da destitui-

ção do Procurador-Geral da República, em que o ato é feito pelo Presidente

da República, com autorização do Senado.

1.4. Impedimentos e vacância do Procurador-Geral de Justiça

Em caso de impedimento do Procurador-Geral da Justiça, assumirá o comando

do MPDFT o Vice-Procurador-Geral da Justiça. A substituição é temporária, tendo

em vista que o Procurador-Geral da Justiça retornará, após o seu impedimento.

Se ocorrer vacância do cargo de Procurador-Geral, assumirá o Vice-Presidente do

Conselho Superior do MPDFT, até que seja designado um novo Procurador-Geral.

1.5. Vice-Procurador-Geral de Justiça

Compete ao Procurador-Geral de Justiça designar, dentre os Procuradores de

Justiça, o Vice-Procurador-Geral, que o substituirá em caso de impedimento.

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1.6. Competências funcionais do Procurador-Geral de Justiça

O Procurador-Geral de Justiça exercerá as funções do Ministério Público no Ple-


nário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

1.7. Principais competências do Procurador-Geral de Justiça,


como chefe do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

As competências do Procurador-Geral de Justiça, no exercício da cheia do MPDFT,


são as seguintes:
• representar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
• integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores, o Conse-
lho Superior e a Comissão de Concurso;
• designar um dos membros e o coordenador de cada uma das Câmaras de
Coordenação e Revisão do MPDFT;
• nomear o Corregedor-Geral do MPDFT, segundo lista formada pelo Conselho
Superior;
• decidir, em grau de recurso, os conlitos de atribuições entre órgãos do MPDFT;
• decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos servi-
ços auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;
• elaborar a proposta orçamentária do MPDFT, submetendo-a, para aprovação,
ao Conselho Superior;
• dar posse aos membros do MPDFT;
• praticar atos de gestão administrativa, inanceira e de pessoal;
• determinar a abertura de correção, sindicância ou inquérito administrativo;
• autorizar o afastamento de membros do MPDFT, depois de ouvido o Conselho
Superior, nas hipóteses previstas em lei;
• homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para ingres-
so na carreira.

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2. Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça

2..1 Composição

O Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça é composto por todos os


membros ativos de todos os níveis da carreira do MPDFT.

2.1. Competências

São competências do Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça:


elaborar a lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral de Justiça, mediante
voto plurinominal, facultativo e secreto;
• elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, lista sêxtupla para
a composição do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, sendo
elegíveis os membros do MPDFT com mais de dez anos de carreira;
• eleger, dentre os Procuradores de Justiça e mediante voto plurinominal, facul-
tativo e secreto, quatro membros do Conselho Superior do MPDFT;
• elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, lista sêxtupla para
a composição do Superior Tribunal de Justiça, sendo elegíveis os membros do
MPDFT, com mais de 35 e menos de 65 anos de idade;
• opinar sobre assunto de interesse geral do MPDFT.

2.3. Reuniões

Em regra, não há necessidade de reunião para elaborar listas sêxtuplas e trí-


plice e eleger o Subprocurador-Geral, exceto em caso de interesse relevante da
instituição, quando o Colégio de Procuradores reunir-se-á em local designado pelo

Procurador-Geral, desde que convocado por ele ou pela maioria de seus membros.

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3. Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Federal e


Territórios – CSMDFT

3.1. Composição
A Composição do Conselho Superior do MPDFT é de 10 membros:

• Procurador-Geral de Justiça;

• Vice-Procurador-Geral de Justiça;

• 4 Procuradores de Justiça, eleitos pelo Colégio de Procuradores;

• 4 Procuradores de Justiça, eleitos por seus pares. Nesse caso, o eleitor será

necessariamente Procurador de Justiça e os eleitos serão os demais Procura-

dores de Justiça.

Serão suplentes dos Procuradores de Justiça os demais votados, em ordem de-

crescente.

3.2. Competências do Conselho Superior do Ministério Públi-


co do Distrito Federal e Territórios

São as seguintes:

• exercer o poder normativo no âmbito do MPDFT;

• indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e Revisão;

• destituir, por iniciativa do Procurador-Geral de Justiça e pelo voto de dois

terços de seus membros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;

• elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do MPDFT;

• elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;

• aprovar a lista de antiguidade dos membros do MPDFT e decidir sobre as re-

clamações a ela concernentes;

• indicar o membro do MPDFT para promoção por antiguidade;

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• determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios

correspondentes;

• determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado seja

membro do MPDFT, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabíveis;

• decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do MPDFT,

encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral de Justiça, quando for o

caso, para ser efetivada sua exoneração;

• decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do MPDFT, por motivo de

interesse público;

• autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral da

República ajuíze a ação de perda de cargo contra membro vitalício do MPDFT;

• opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número de

cargos da carreira;

• deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira, designar

os membros da Comissão de Concurso e opinar sobre a homologação dos

resultados;

• aprovar a proposta orçamentária do MPDFT que integrará o projeto de orça-

mento do Ministério Público da União.

3.3. Reuniões do Conselho Superior do Ministério Público do


Distrito Federal e Territórios

• Ordinária: 1 (uma) vez por mês, em dia previamente ixado;

• Extraordinária: convocação de ofício do Procurador-Geral de Justiça ou por

proposta da maioria absoluta do Conselho Superior do MPDFT.

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3.4. Deliberações do Conselho Superior do Ministério Público


do Distrito Federal e Territórios

As deliberações serão feitas pela maioria dos votos, presentes pelo menos a

maioria absoluta do Conselho Superior do MPDFT. É importante frisar que em caso

de empate, prevalecerá o voto do Presidente do Conselho Superior do MPDFT (Pro-

curador-Geral de Justiça), salvo em caso de sanção, em que prevalecerá a votação

mais favorável ao acusado.

4. Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público do


Distrito Federal e Territórios

As Câmaras de Coordenação e Revisão são órgãos setoriais de coordenação e

integração dos membros do Ministério Público do Trabalho, organizadas por função

e por matéria. Os membros do Ministério Público possuem independência funcional,

devendo prestar contas à Constituição Federal e às leis, observando os princípios

de unidade e integração. Desse modo, é incumbência das Câmaras de Coordenação

e Revisão desempenhar a atividade de integração e coordenação dos membros, na

intenção de preservar tais princípios.

4.1. Composição das Câmaras de Coordenação e Revisão

As Câmaras de Coordenação e Revisão são compostas por 3 (três) membros do

MPDFT do último nível da carreira (Procurador de Justiça):

• 1 (um) integrante que será indicado pelo Procurador-Geral de Justiça, bem

como o suplente;

• 2 (dois) integrantes que serão indicados pelo Conselho Superior, bem como

os suplentes.

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Os integrantes terão mandato de 2 anos e, dentre eles, 1 (um) será designado

como coordenador, pelo Procurador-Geral de Justiça.

4.2. Competências das Câmaras de Coordenação e Revisão

São as seguintes:

• promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais que atuem

em ofícios ligados ao setor de sua competência, observado o princípio da in-

dependência funcional;

• manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas ains;

• encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais que atuem

em seu setor;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reitera-

ção, devam receber tratamento uniforme;

• resolver sobre a distribuição especial de feitos e procedimentos, quando a

matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir;

• decidir os conlitos de atribuições entre os órgãos do MPDFT.

5. Corregedoria do Ministério Público do Distrito Federal e


Territórios

A Corregedoria é órgão iscalizador das atividades funcionais e da conduta dos

membros do Ministério Público. O Corregedor-Geral, que terá o mandato de 2 (dois)

anos, podendo ser renovado uma vez, será designado pelo Procurador-Geral dentre

os Procuradores de Justiça, integrantes de lista tríplice elaborada pelo Conselho

Superior.

Os membros do Conselho Superior do MPDFT não poderão constar na lista tríplice.

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5.1. Competências do Corregedor-Geral

São competências do Corregedor-Geral:


• participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;
• realizar, de ofício, ou por determinação do Procurador-Geral ou do Conselho
Superior, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;
• instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Supe-
rior a instauração do processo administrativo consequente;
• acompanhar o estágio probatório dos membros do MPDFT;
• propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do MPDFT que não
cumprir as condições do estágio probatório.

6. Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão

O Procurador-Geral de Justiça designará, após aprovação do nome pelo Con-


selho Superior do MPDFT, o Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão – PDDC,
dentre os Procuradores de Justiça, exercendo o mandato de 2 (dois) anos, podendo
ser reconduzido por mais uma vez. O PDDC não é um nível da carreira do Ministé-
rio Público Federal, mas sim uma função para ser exercida por um Procurador de
Justiça, visando defender os direitos dos cidadãos, podendo agir de ofício ou por
representação e garantindo o respeito aos direitos humanos por parte dos presta-
dores de serviços públicos e órgãos do Poder Público do Distrito Federal.
O PDDC poderá expedir recomendações a órgãos ou prestadores de servi-
ços públicos, para que sejam observados os direitos humanos e as normas legais
e constitucionais que tutelam o cidadão, desenvolvendo campanhas e integração
com os Ministérios Públicos dos estados e com representantes da sociedade para
aprimorar o cumprimento dos direitos do cidadão nos temas relacionados ao traba-
lho escravo e infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, discriminação,

violência contra as mulheres e homossexuais, dentre outros.

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Cuidado! O PDDC não promove ação para defender direitos individuais lesados.

6. Procurador de Justiça

Os Procuradores de Justiça, lotados na Procuradoria-Geral de Justiça, são mem-

bros integrantes do último nível da carreira do MPDFT e serão designados para oi-

ciar junto ao Tribunal de Justiça e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão.

São funções privativas de Subprocurador-Geral do Trabalho:

• Vice-Procurador-Geral de Justiça;

• Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho;

• Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão;

• Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão.

7. Promotor de Justiça

Os Promotores de Justiça, lotados nas Promotorias de Justiça, são membros

integrantes do nível intermediário da carreira do MPDFT e serão designados para

oiciar junto às Varas de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

8. Promotor de Justiça Adjunto

Os Promotores de Justiça Adjuntos, lotados nas Promotorias de Justiça, são

membros integrantes do nível intermediário da carreira do MPDFT e serão designa-

dos para oiciar junto às Varas de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

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1. (CESPE/TJ-CE/JUIZ/2012) No que se refere aos MPs dos estados e do DF e

territórios, a destituição do procurador-geral de justiça antes do inal do man-

dato exige a deliberação da maioria absoluta das respectivas assembleias legis-

lativas.199

2. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2008) Paulo, membro do Ministério Público do

Distrito Federal e Territórios, propôs procedimento investigatório contra Francis-

co, visando apurar eventual prática de crime contra a ordem tributária.

Considerando essa situação hipotética e as funções essenciais à justiça, julgue

o item subsequente.

Compete ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios julgar o ha-

beas corpus a ser impetrado por Francisco visando trancar o referido procedi-

mento. 200

3. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) O procurador-geral do DF e

territórios poderá ser destituído por deliberação da maioria relativa dos mem-

bros da Câmara Legislativa do DF.201

199
Errado. Os Procuradores-Gerais nos estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. No caso
do Procurador-Geral de Justiça do MPDFT, o Poder Legislativo será o Senado Federal, tendo em vista que a
Câmara Legislativa do DF não tem competência para organizar e manter o MPDFT, mas sim a União. Dessa
forma, o art. 156, § 2º, da Lei Complementar n. 75/1993, proclama: “O Procurador-Geral poderá ser des-
tituído, antes do término do mandato, por deliberação da maioria absoluta do Senado Federal, mediante
representação do Presidente da República” (grifo meu). Neste caso, o Senado Federal destituirá o Procura-
dor-Geral mediante representação do Presidente da República.
200
Errado. Compete ao Tribunal Regional Federal processar e julgar os Promotores de Justiça do MPDFT.
201
Errado. A Câmara Legislativa não destitui o Procurador-Geral de Justiça do MPDFT. Vide questão 1.

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4. (CESPE/TRE-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Os MPs dos estados e o MPDFT


formam lista tríplice entre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
escolha de seu procurador-geral, que é nomeado pelo presidente do tribunal de
justiça, para mandato de três anos, permitida uma recondução.202

5. (CESPE/MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Para concorrer à lista tríplice do Mi-


nistério Público do Distrito Federal, o membro desse ministério tem como elemento
de eliminação apenas o seu tempo de exercício nas funções de carreira.203

6. (CESPE/MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Os promotores de justiça e os pro-


motores de justiça adjuntos devem oiciar junto às varas da justiça do Distrito Fe-
deral e territórios.204

7. (FCC/MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2007) O Procurador-Geral do Ministério Pú-


blico do Distrito Federal e dos Territórios será nomeado pelo
a) Presidente da Câmara Legislativa dentre integrantes da carreira, maiores de
trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos mem-

bros do Senado Federal.

202
Errado. O Procurador-Geral de Justiça do MPDFT será nomeado pelo Presidente da República dentre inte-
grantes de lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça, para mandato de
dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova lista tríplice. Concorrerão à lista tríplice os mem-
bros do Ministério Público do Distrito Federal com mais de cinco anos de exercício nas funções da carreira e
que não tenham sofrido, nos últimos quatro anos, qualquer condenação definitiva ou não estejam respon-
dendo a processo penal ou administrativo.
203
Errado. São requisitos para escolha do Procurador-Geral de Justiça do MPDFT:
● ser integrante do MPDFT com mais de cinco anos de exercício nas funções;
● não ter sofrido qualquer condenação definitiva, nos últimos quatro anos;
● não estar respondendo a processo penal ou administrativo.
204
Certo. Os Promotores de Justiça, lotados nas Promotorias de Justiça, são membros integrantes do nível
intermediário da carreira do MPDFT e serão designados para oficiar junto às Varas de Justiça do Distrito
Federal e Territórios. Os Promotores de Justiça Adjuntos, lotados nas Promotorias de Justiça, são membros
integrantes do nível inicial da carreira do MPDFT e também serão designados para oficiar junto às Varas de
Justiça do Distrito Federal e Territórios.

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b) Presidente da República dentre integrantes de lista tríplice elaborada pelo Colé-

gio dos Procuradores e Promotores de Justiça.

c) Procurador-Geral da República, depois de aprovada a escolha pela maioria ab-

soluta dos membros do Colégio dos Procuradores.

d) Governador do Distrito Federal dentre os membros do Ministério Público da

União integrantes de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior.

e) Chefe do Ministério Público da União dentre integrantes da instituição, escolhi-

dos em lista tríplice mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Conse-

lho Superior.205

8. (FCC/MPE-SE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2009) A organização, as


atribuições e o estatuto do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios serão
objeto da Lei Orgânica do Ministério Público da União.206

9. (FCC/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) O Procurador-Geral de Justiça do


Distrito Federal e Territórios é nomeado pelo Governador do Distrito Federal dentre
integrantes de lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores
de Justiça, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, precedida de
nova lista tríplice.207

10. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) Os Conselhos Superiores dos


diversos ramos do Ministério Público da União são órgãos de assessoramento, ca-
bendo-lhes opinar sobre as matérias de interesse geral da instituição.208

205
Letra b. O Procurador-Geral de Justiça do MPDFT será nomeado pelo Presidente da República. Vide questão 4.
206
Certo. A Lei Orgânica do Ministério Público da União, Lei Complementar n. 75/1993, organiza o Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios, que é mantido pela União.
207
Errado. Vide questão 4.
208
Errado. Os Conselhos Superiores dos diversos ramos do Ministério Público da União são órgãos normativos
e deliberativos.

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11. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) O Procurador-Geral de Justiça do


Distrito Federal e Territórios será nomeado pelo Procurador-Geral da República den-
tre os integrantes de lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promo-

tores de Justiça, para um mandato de dois anos.209

12. (MPT/PROCURADO DO TRABALHO/2006) O Procurador-Geral de Justiça do Dis-


trito Federal e Territórios será nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre

integrantes da Instituição, com mais de cinco anos de exercício nas funções da

carreira e que não tenham sofrido, nos últimos quatro anos, qualquer condenação

deinitiva ou não estejam respondendo a processo penal ou administrativo, esco-

lhidos em lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores de

Justiça, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova

lista tríplice.210

13. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) O Procurador-Geral de Justiça

do Distrito Federal e Territórios, nomeado pelo Presidente da República, poderá ser

destituído do cargo antes do término do seu mandato:

a) Por deliberação de 2/3 dos membros do Conselho Superior do MPDFT.

b) Mediante proposta do Procurador-Geral da República ao Presidente da República.

c) Por deliberação da maioria absoluta do Senado Federal, mediante representação

do Presidente da República.

d) Através de apresentação ao Presidente da República de nova lista tríplice pelo

Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça, reunido extraordinariamente para

esse im.211

209
Errado. Vide questão 4.
210
Errado. Vide questão 4.
211
Letra c. O Procurador-Geral de Justiça do MPDFT poderá ser destituído por deliberação da maioria absoluta
do Senado Federal, mediante representação do Presidente da República. Vide também a questão 1.

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14. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) O Procurador-Geral da Justiça é o

chefe do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, nomeado pelo Presiden-

te da República, e somente poderá ser destituído, antes do término do mandato,

por deliberação da maioria absoluta do Senado Federal, mediante representação do

Presidente da República.212

15. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) A nomeação e a posse do procurador-geral de

justiça do Distrito Federal e dos territórios e do procurador-geral da justiça militar

são de responsabilidade do procurador-geral da República.213

X – Garantias dos Membros

As garantias funcionais do Ministério Público são a segurança para os membros

ministeriais poderem atuar com liberdade funcional e de forma imparcial. Os mem-

bros do Ministério Público não poderão sofrer coações para atuar ou deixar de agir.

Sendo assim, a Carta Magna outorgou-lhes garantias – vitaliciedade, inamovibili-

dade e irredutibilidade de subsídios – que visam o pleno e independente exercício

das funções ministeriais.

a) Vitaliciedade

A vitaliciedade se relaciona ao cargo em que o agente público se encontra. A

intenção é assegurar ao membro do Ministério Público independência e liberdade

suicientes para o exercício do ofício ministerial, sem limitações ou amedrontamen-

to de perda de seu cargo em âmbito administrativo.

212
Certo. Vide questões 1 e 4.
213
Errado. Compete ao Presidente da República nomear o Procurador-Geral de Justiça do MPDFT, e a posse
será de competência do PGR.

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A vitaliciedade signiica que os membros do Ministério Público só poderão perder

o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado. Fique atento: não é qual-

quer sentença de juiz, mas sim uma sentença deinitiva, que transitou em julgado,

não sendo passível de recurso.

1. Aquisição da Vitaliciedade

Segundo a Lei Complementar n. 75/1993, a vitaliciedade será adquirida após

dois anos de efetivo exercício (e não na posse). É importante salientar que esse

tempo poderá ser maior de 2 anos, pois licenças ou afastamentos não são compu-

tados como efetivo exercício.

A partir da posse do cargo inicial, o membro ministerial passará por um estágio

probatório que será acompanhado pelo Corregedor-Geral do ramo respectivo. Cabe

ao Corregedor-Geral fazer o relatório de conclusão do estágio e enviar ao Conselho

Superior, que decidirá sobre seu cumprimento. Cópia da decisão é encaminhada ao

Procurador-Geral da República, para providenciar a exoneração do membro, se for

o caso. Com a aprovação do estágio probatório e a conirmação do vitaliciamento,

o membro passará a ser vitalício.

2. Perda da Vitaliciedade

Após o vitaliciamento, o membro do Ministério Público somente poderá perder o

cargo por sentença judicial transitada em julgado, proferida em ação civil própria e

especíica de perda de cargo.

Quem poderá ajuizar uma ação civil para perda de cargo de membro vitalício? O

Conselho Superior, por meio de um processo disciplinar e proposta ao Procurador-

Geral da República. Independentemente do ramo a que o membro seja vinculado,

a autoridade competente para ajuizar tal ação é o Procurador-Geral da República.

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Quando decorrente de proposta do Conselho Superior do ramo respectivo de-

pois do processo administrativo, a propositura da ação para perda de cargo acar-

retará o afastamento do membro do Ministério Público de suas funções, com perda

dos vencimentos e vantagens pecuniárias.

Casos passíveis de perda de cargo:

• lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio nacional ou de bens con-

iados à sua guarda;

• improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal;

• condenação por crime praticado com abuso de poder ou violação de dever

para com a Administração Pública, quando a pena aplicada for igual ou

superior a dois anos;

• incontinência pública e escandalosa que comprometa gravemente, por sua

habitualidade, a dignidade da instituição;

• abandono de cargo;

• revelação de assunto de caráter sigiloso, que conheça em razão do cargo ou

função, comprometendo a dignidade de suas funções ou da justiça;

• aceitação ilegal de cargo ou função pública e reincidência no descumprimen-

to do dever legal, anteriormente punido com a suspensão.

b) Inamovibilidade

Os membros ministeriais possuem a garantia da inamovibilidade, ou seja, so-

mente poderão ser removidos a pedido, e não de ofício pela administração. Toda-

via, a Constituição Federal considerou a possibilidade de remoção de membro do

Ministério Público em caso de interesse público.

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A inamovibilidade não é uma garantia absoluta, podendo ser afastada por de-

cisão da maioria absoluta dos membros do Conselho Superior do ramo respectivo,

assegurados ao membro a ampla defesa e o contraditório, por meio de um processo

administrativo. Fique atento! O art. 17, II, da Lei Complementar n. 75/1993 não

se aplica atualmente:

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do Con-


selho Superior, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa.
(negrito meu)

A Emenda Constitucional n. 45/2004 modiicou o art. 128, § 5º, I, b, da Consti-


tuição Federal. Hoje, a decisão sobre a remoção de membro é por maioria absoluta.
Reza o art. 128:

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do ór-


gão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004) (negrito meu)

Com o advento da Emenda Constitucional n. 45, o Conselho Nacional do Minis-


tério Público recebeu a prerrogativa de remover membros do Ministério Público. A
garantia da inamovibilidade somente poderá ser quebrada se houver interesse pú-
blico (evidência da supremacia do interesse público em confronto com o interesse
particular ou privado). Mesmo que conigure interesse público, a remoção não será
um ato unitário do Procurador-Geral; deverá ter um processo administrativo em
que seja assegurada a ampla defesa ao membro.

c. Irredutibilidade de subsídios

A garantia da irredutibilidade de subsídios nasceu da intenção de os membros


ministeriais promoverem suas atribuições e funções, independentemente de rece-
ber eventuais retaliações em sua remuneração.

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Membro do Ministério Público tem autonomia funcional, não podendo sofrer pe-

nalidades nas pecúnias recebidas por agir ou atuar contra uma determinada auto-

ridade pública, “vedando a redução do que se tem, tornando-se intangível o direito

que já nasceu e não pode ser suprimido”, diz a Revista Trimestral de Jurisprudência

n. 118/300.

1. (CESPE/TJ-RR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Os membros do MP gozam de vita-

liciedade, após dois anos de exercício, e só perderão o cargo por sentença judicial

transitada em julgado.214

2. (CESPE/AL-ES/PROCURADOR/2011) O membro do MP pode ser removido por

decisão do órgão colegiado competente pelo voto da maioria simples de seus mem-

bros, desde que assegurada ampla defesa.215

3. (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA/2009) Uma das garantias do MP é a vitali-

ciedade, após três anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sen-

tença judicial transitada em julgado.216

4. (CESPE/MPE-RN/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2009) Entre as garantias concedidas

aos membros do MP está a estabilidade após três anos de efetivo exercício.217

214
Certo. A vitaliciedade será adquirida após dois anos de efetivo exercício (e não na posse). É importante
salientar que esse tempo poderá ser maior que dois anos, pois licenças ou afastamentos não são computados
como efetivo exercício. Após o vitaliciamento, o membro do Ministério Público somente poderá perder o cargo
por sentença judicial transitada em julgado, proferida em ação civil própria e específica de perda de cargo.
215
Errado. A inamovibilidade não é uma garantia absoluta, podendo ser afastada por decisão da maioria abso-
luta dos membros do Conselho Superior do ramo respectivo, assegurados ao membro a ampla defesa e o
contraditório, por meio de um processo administrativo.
216
Errado. A vitaliciedade será adquirida após dois anos, e não três anos.
217
Errado. Membro do Ministério Público não possui estabilidade, mas sim vitaliciedade.

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5. (CESPE/TRE-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) A CF garante, em favor dos mem-


bros do MP, a vitaliciedade e a inamovibilidade de forma absoluta.218

6. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Pode-se incluir na relação de


garantias dos membros da instituição a aposentadoria com remuneração inte-
gral, obrigatória aos setenta anos de idade e facultativa aos trinta e cinco anos
de contribuição.

COMENTÁRIO
Questão muito confusa (não concordo com o gabarito do Cespe). A questão cobrou
a literalidade dos artigos 231 e 232 da Lei Complementar n. 75:

Art. 231. O membro do Ministério Público da União será aposentado, compulsoriamen-


te, por invalidez ou aos setenta anos de idade, e facultativamente aos trinta anos
de serviço, após cinco anos de exercício efetivo na carreira. (negrito meu)
(30 anos de serviço + 5 anos na carreira = 35 anos de serviço).
Art. 232. Os proventos da aposentadoria serão integrais.

De acordo com os artigos 231 e 232, da Lei Complementar n. 75/1993, a questão


está corretíssima. Mas tais artigos foram revogados tacitamente por duas emendas
constitucionais: a n. 20/1998 e a n. 41/2003, que proclamaram uma nova redação
para as aposentadorias dos agentes públicos. O art. 40, § 1º, II, da Constituição
Federal informa:

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao


tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observa-
das as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e
cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 20, de 15/12/98)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 15/12/98)

218
Errado. As garantias não são absolutas.

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Sendo assim, na concepção constitucional, a questão deveria ser errada. Contudo,

a banca considerou a literalidade da lei complementar sem se importar com revo-

gações ou alterações (cobrou aquilo que está expressamente na lei complementar).

Não podemos concordar com esses tipos de “peguinhas”; o conhecimento técnico

do candidato não foi cobrado, e sim apenas a literalidade de um artigo da lei com-

plementar que havia sido revogado tacitamente.

Resposta: Certo.

7. (CESPE/TRE-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) Os membros do Ministério Públi-

co gozam da garantia da vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo

perder o cargo senão por votação da maioria absoluta dos membros do Conselho

Superior do Ministério Público.219

8. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2010) Em caso de reintegração de

membro do MPU na carreira, ele deve ser ressarcido de apenas metade dos ven-

cimentos e das vantagens que deixou de receber, não sendo contado o tempo de

serviço referente ao afastamento para ins de aposentadoria.220

9. (ESAF/MPU/ANALISTA-ARQUITETURA/2004) A vitaliciedade somente será alcan-

çada após três anos de efetivo exercício.221

219
Errado. Os membros vitalícios não poderão perder o cargo por decisão ou deliberação do Conselho Superior;
perderão apenas com uma sentença judicial transitada em julgado.
220
Errado. A reintegração, que decorrerá de decisão judicial transitada em julgado, é o reingresso do membro
do Ministério Público da União na carreira, com ressarcimento dos vencimentos e vantagens deixados de
perceber em razão da demissão, contando-se o tempo de serviço correspondente ao afastamento. A ques-
tão informou que o reintegrado receberá a metade dos vencimentos. Errado! Ele receberá os vencimentos
integrais que deixou de receber.
221
Errado. A vitaliciedade será adquirida após dois anos de efetivo exercício.

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10. (ESAF/MPU/ANALISTA-ARQUITETURA/2004) O cargo de procurador-geral do


trabalho é de provimento vitalício.222

11. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Os membros do Ministério Público


gozam da garantia da inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, me-
diante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da
maioria absoluta de seus integrantes, assegurada ampla defesa.223

12. (CESPE/TRE-RS/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) Aos membros do MP, desde a pos-


se, é garantida a vitaliciedade, que limita a perda do cargo apenas às hipóteses de
sentença judicial transitada em julgado e de processo administrativo disciplinar.224

13. (FCC/TRT-1ªREGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) Aos membros do Ministério


Público é garantida inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, median-
te decisão do órgão colegiado competente, pelo voto de dois terços de seus mem-
bros, assegurada ampla defesa.225

XI – Carreiras dos Membros do Ministério Público

As carreiras dos membros integrantes do Ministério Público da União – MPU são


independentes, cabendo a cada ramo organizá-las. Os cargos do MPU são inicial-
mente providos por nomeação em concurso público de provas e títulos, mediante
concurso especíico para cada ramo, e possuem vitaliciedade, sendo vedada sua
transferência ou aproveitamento, mesmo que sejam do mesmo ramo.

222
Errado. Os cargos de Procuradores-Gerais não possuem a vitaliciedade, pois são cargos de direção com
mandato de dois anos, podendo ser reconduzido.
223
Certo. Vide questão 2.
224
Errado. A vitaliciedade será adquirida após dois anos de efetivo exercício (e não na posse).
225
Errado. A inamovibilidade não é uma garantia absoluta, podendo ser afastada por decisão da maioria absoluta
dos membros do Conselho Superior do ramo respectivo, assegurados ao membro a ampla defesa e o contra-
ditório, por meio de um processo administrativo. Cuidado com o art. 17, II, da Lei Complementar n. 75/1993,
pois foi revogado tacitamente pela Emenda Constitucional n. 45/2004. Atualmente, os Conselhos Superiores
precisam apenas da maioria absoluta para remover membros, por interesse público, e não dois terços.

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Os cargos de Procurador-Geral da República, Procurador-Geral do Trabalho, Procu-

rador-Geral da Justiça Militar e Procurador-Geral de Justiça são funções políticas,

exercidas através de mandatos, não havendo vitaliciamento.

a) Concurso

O ingresso na carreira nos ramos do Ministério Público da União far-se-á me-

diante concurso público (em âmbito nacional) de provas e títulos, assegurada a

participação da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, em todas as fases do con-

curso, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurí-

dica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classiicação.

Cuidado! A comprovação dos três anos de atividade jurídica deverá ser no mo-

mento da inscrição deinitiva no concurso, segundo o Supremo Tribunal Federal, na

Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.460.

A Comissão de Concurso será integrada:

• pelo Procurador-Geral (Presidente da Comissão);

• por dois membros do respectivo ramo do Ministério Público e por um jurista

de reputação ilibada, indicados pelo Conselho Superior;

• por um advogado indicado pelo Conselho Federal da OAB.

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Não serão nomeados os candidatos aprovados no concurso que tenham comple-

tado 65 anos ou que venham a ser considerados inaptos para o exercício do cargo,

em exame de higidez física e mental. O prazo de eicácia do concurso, para efeito

de nomeação, será de dois anos contados da publicação do ato homologatório,

prorrogável uma vez, pelo mesmo período.

b) Posse e exercício dos membros

O prazo para a posse nos cargos de membros do Ministério Público da União é

de 30 dias, contado da publicação do ato de nomeação, prorrogável por mais 60

dias, mediante comunicação do nomeado, antes de indo o primeiro prazo. O em-

possado prestará compromisso de bem cumprir os deveres do cargo, em ato sole-

ne, presidido pelo Procurador-Geral.

Já para entrar no exercício do cargo, o empossado terá o prazo de 30 dias, pror-

rogável por igual período, mediante comunicação, também antes de indo o prazo

inicial. Caso não haja a comunicação do candidato, o prazo da posse não poderá

ser prorrogado.

c) Estágio probatório

É o período que compreende os dois primeiros anos de efetivo exercício no car-

go do Ministério Público, no qual o membro mostrará a sua aptidão para continuar

em suas atribuições, acompanhado pelo Corregedor-Geral do ramo.

Compete ao Conselho Superior do ramo decidir pelo cumprimento do estágio

probatório. Existe, ainda, a possibilidade de o membro, durante o estágio, perder

o cargo, mediante processo disciplinar, tendo em vista que ele ainda não adquiriu

a garantia da vitaliciedade. Para tanto, é necessária a decisão da maioria absoluta

do respectivo Conselho Superior.

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d) Promoções dos membros

Os membros dos ramos do Ministério Público da União poderão ser promovidos

pelos critérios de antiguidade ou merecimento, de forma alternada.

1) Antiguidade

A antiguidade é um critério objetivo, sendo mais antigo o membro de acordo

com seu nível na carreira. A lista de antiguidade será organizada no primeiro tri-

mestre de cada ano, aprovada pelo Conselho Superior e publicada no Diário Oicial

até o último dia do mês seguinte.

O desempate na classiicação por antiguidade será determinado:

• pelo tempo de serviço na respectiva carreira do Ministério Público da União;

• pelo tempo de serviço público federal;

• pelo tempo de serviço público em geral e

• pela idade dos candidatos, em favor do mais idoso.

O Ministério Público poderá recusar a promoção de membros pelo critério da

antiguidade por deliberação de 2/3 do Conselho Superior respectivo, assegurada

ampla defesa.

2) Merecimento

O merecimento, para efeito de promoção, será apurado mediante critérios de

ordem objetiva, ixados em regulamento elaborado pelo Conselho Superior do res-

pectivo ramo. Só poderão concorrer os membros do Ministério Público da União:

• que tenham pelo menos dois anos de exercício na categoria e

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• que sejam integrantes da primeira quinta parte da lista de antiguidade, salvo


se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
• que não tenham sofrido penalidade de censura ou suspensão, no período de
um ano imediatamente anterior à ocorrência da vaga, em caso de censura ou
de dois anos, em caso de suspensão.

Para que a promoção seja obrigada pelo critério do merecimento, é preciso que
o membro:
• igure 3 vezes consecutivas na lista elaborada pelo Conselho Superior ou
• igure 5 vezes alternadas na lista elaborada pelo Conselho Superior.

A promoção será proibida no critério do merecimento quando:


• até um dia após o regresso, o membro do Ministério Público da União afasta-
do da carreira exercer cargo eletivo ou a ele concorrer, ou exercer outro cargo
público permitido por lei;
• o membro do Ministério Público esteja desempenhando atribuições no Conse-
lho Nacional do Ministério Público, por até 2 anos após o im do seu mandato
no Conselho.

1. (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA/2009) Os três anos de atividade jurídica


exigidos pela CF ao candidato para inscrição deinitiva em concurso de ingresso na
carreira do MP contam-se da data da colação de grau, e não da conclusão do curso
superior de direito, e incluem o tempo de curso de pós-graduação na área jurídica
concluído com êxito pelo candidato.226

226
Errado. Os três anos de atividade jurídica deverão ser preenchidos após o bacharelado. “Os três anos de
atividade jurídica exigidos ao candidato para inscrição definitiva em concurso de ingresso na carreira do
Ministério Público contam-se da data de conclusão do curso de Direito, não da colação de grau, e incluem
tempo de curso de pós-graduação na área jurídica. (STF, MS 26682, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribu-
nal Pleno, julgado em 15/05/2008, DJe-117 DIVULG 26/06/2008 PUBLIC 27/06/2008.”

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2. (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) A promoção de membros do MPU ocorre por an-


tiguidade ou merecimento, independentemente de solicitação, interesse público ou
autorização do órgão colegiado.227

3. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) Os cargos das classes iniciais serão providos por


nomeação, em caráter vitalício, mediante concurso público genérico para todos os
ramos.228

4. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) É facultada a transferência de membros de um


para outro de seus ramos.229

5. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) Poderão inscrever-se no concurso para membro


do Ministério Público da União bacharéis em Direito formados há pelo menos dois
anos, de comprovada idoneidade moral.230

6. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) Para entrar no exercício do cargo de


Procurador do Trabalho, o candidato empossado terá o prazo de 30 dias, improrro-
gáveis.231

7. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) As promoções dos membros inte-


grantes dos quatro ramos do Ministério Público da União deverão ser realizadas até

trinta dias da ocorrência da vaga.232

227
Errado. As promoções deverão ser apreciadas pelo Conselho Superior do ramo.
228
Errado. As carreiras dos ramos são independentes, cabendo a cada ramo a organização de suas carreiras.
Os cargos do Ministério Público da União são inicialmente providos por nomeação em concurso público de
provas e títulos, mediante concurso específico para cada ramo.
229
Errado. É vedada a transferência ou aproveitamento de um ramo para outro.
230
Errado. São três anos de atividade jurídica comprovada.
231
Errado. O prazo para a posse nos cargos de membros do Ministério Público da União é de 30 dias, contado
da publicação do ato de nomeação, prorrogável por mais 60 dias, mediante comunicação do nomeado, antes
de findo o primeiro prazo.
232
Certo. A promoção deverá ser realizada até 30 dias a partir da ocorrência da vaga; não decretada no prazo
legal, a promoção produzirá efeitos a partir do termo final dele.

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8. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2005) Nas promoções no Ministério Pú-

blico da União deverá ser observado:

a) Se o critério for de antiguidade, o mais antigo poderá ser recusado pelo Conse-

lho Superior pelo voto da maioria absoluta de seus integrantes.

b) Em qualquer dos critérios, antiguidade ou merecimento, só poderá concorrer o

membro que estiver em atividade na carreira por mais de dois anos.

c) Se não realizada até 30 (trinta) dias da ocorrência da vaga, a promoção produ-

zirá efeitos a partir do termo inal desse prazo.

d) Não poderá concorrer à promoção, em qualquer dos critérios, o membro que

tenha sofrido penalidade de censura ou suspensão, no período de um ano imedia-

tamente anterior à ocorrência da vaga.233

9. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) Constitui atribuição privativa do


Procurador-Geral da Justiça Militar:
a) Propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público Mi-
litar que não cumprir as condições de estágio probatório.
b) Instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Superior
a instauração do processo administrativo consequente.
c) Promover a coordenação dos órgãos institucionais do Ministério Público Militar.
d) Determinar a instauração de inquérito ou processo administrativo contra servi-
dores dos serviços auxiliares.234

233
Letra c. Vide questão 7.
234
Letra d.
a) Errado. Propor a exoneração de membro por não cumprir estágio probatório é competência do Corregedor-
Geral.
b) Errado. Instaurar inquérito administrativo é competência do Corregedor-Geral.
c) Errado. Promover a coordenação é competência da Câmara de Coordenação, que recebeu delegação do
Procurador-Geral.
d) Certo. Determinar a instauração de inquérito ou processo administrativo contra servidores é competência
do Procurador-Geral. Atenção! Se for instauração de processo administrativo contra membros, a competên-
cia é do Conselho Superior.

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10. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Os membros do Ministério Públi-

co enquadram-se na categoria geral de servidores públicos, em razão do regi-

me jurídico que lhes é aplicado, não assumindo a condição de agentes públicos,

reservada especiicamente àqueles que exercem função própria e originária do

estado.235

11. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Para que um procurador da República que es-

teja afastado da carreira para exercer outro cargo público possa ser promovido

por merecimento, é necessária a aprovação pelo Conselho Superior do Ministério

Público Federal.236

XII – Prerrogativas dos Membros

As prerrogativas dos membros não podem ser confundidas com “privilégios”, o

que signiicaria rompimento com o princípio da isonomia, beneiciando um indiví-

duo em detrimento de outro. É preciso entender que as prerrogativas se ligam às

funções e atribuições do cargo do membro e visam assegurar a plenitude do exer-

cício das funções institucionais do cargo.

As prerrogativas também se diferenciam das garantias: apesar de ambas serem

irrenunciáveis e inerentes ao exercício das funções, as prerrogativas dizem respeito

às atribuições do cargo, enquanto as garantias têm caráter pessoal e estão relacio-

nadas diretamente com o membro.

235
Errado. Os membros do Ministério Público da União são enquadrados como agentes públicos, recebendo
subsídios, pois são agentes de representação do estado.
236
Errado. Caso o membro esteja afastado para desempenhar outras funções, não poderá ser promovido
por merecimento. Art. 201, da LC n. 75/1993.

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a) Prerrogativas institucionais

São prerrogativas institucionais dos membros do Ministério Público da União:

• sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou

presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oiciem;

• usar vestes talares;

• ter ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, em qualquer recinto públi-

co ou privado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domi-

cílio (tal prerrogativa se dá sempre em razão de serviço, ou seja, é completa-

mente vedado a membro do Ministério Público requerer, em proveito próprio,

acesso livre a shows, por exemplo);

• a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou

privado, no território nacional, quando em serviço de caráter urgente;

• o porte de arma, independentemente de autorização, tendo em vista que os

membros ministeriais atuam contra criminosos, icando vulneráveis a possí-

veis vinganças;

• carteira de identidade especial.

b) Prerrogativas processuais

As prerrogativas processuais possuem quatro prismas:

• Tribunal competente para julgar membros do Ministério Público da União;

• prisão de membro;

• intimação aos membros;

• membro ser ouvido como testemunha.

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b.1. Tribunal competente para julgar membros do Ministério


Público da União

Sobre este tema, uma das perguntas mais frequentes é: qual é o tribunal compe-
tente para julgar membros do MPU em caso de crime comum ou de responsabilidade?
Ora, depende de qual membro e qual crime. Vejamos especiicamente cada caso:
• o Procurador-Geral da República será processado e julgado, nos crimes co-
muns, pelo Supremo Tribunal Federal – STF e pelo Senado Federal, nos crimes
de responsabilidade, e terá as mesmas honras e tratamento dos ministros do
STF (os demais membros da instituição terão as mesmas honras e tratamento
dos magistrados perante os quais oiciem);
• o membro do MPU que oicie perante Tribunais será processado e julgado, nos
crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justiça;
• o membro do MPU que oicie perante a primeira instância será processado e
julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos Tribunais Regionais
Federais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

CRIME
MEMBROS CRIME DE RESPONSABILIDADE
COMUM
Procurador-Geral da República STF SENADO
Membro que atua em Tribunal STJ STJ
Membro que atua em juízo** TRF** TRF**

** Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (TRE), em caso de crime eleitoral.

b.2. Prisão de membros do Ministério Público da União

Existem duas possibilidades nas quais membro do MPU pode ser preso:
• mediante ordem escrita do Tribunal competente (conforme visto no item an-
terior, se for prisão do Procurador-Geral da República, o órgão competente
será o Supremo Tribunal Federal);
• por lagrante delito em caso de crime inaiançável.

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A autoridade policial deverá fazer, de imediato, a comunicação da prisão ao

Tribunal competente e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsa-

bilização caso não o faça. O membro do Ministério Público da União que for preso,

provisoriamente, será recolhido a uma prisão especial ou sala especial do Estado-

-Maior, com privacidade, em caso de prisão antes da sentença inal. Se o membro

for cumprir uma decisão inal de prisão, ele será apenas separado dos demais pre-

sos, sem qualquer diferenciação.

 Obs.: membro do Ministério Público da União não poderá ser investigado em inqué-

rito policial! Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de

infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade poli-

cial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral

da República, que designará membro do Ministério Público para prossegui-

mento da apuração do fato.

b.3. Membro testemunha

O membro do Ministério Público da União será ouvido, como testemunha, em dia,

hora e local previamente ajustados com o magistrado ou a autoridade competente.

b.4. Intimação

O membro do Ministério Público da União receberá intimação pessoalmente

nos autos em qualquer processo e grau de jurisdição, nos feitos em que tiver que

oiciar.

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1. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2008) Paulo, membro do Ministério Público do

Distrito Federal e Territórios, propôs procedimento investigatório contra Fran-

cisco, visando apurar eventual prática de crime contra a ordem tributária.

Considerando essa situação hipotética e as funções essenciais à justiça, julgue o

item subsequente.

Eventual crime de abuso de autoridade praticado por Paulo será processado e jul-

gado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

COMENTÁRIO

Temos aqui outra questão com “defeito” e que poderia ser objeto de um excelente

recurso. Vamos aos fatos: a referida questão em momento algum falou que Paulo
é Promotor de Justiça Adjunto, Procurador de Justiça ou ainda Procurador-Geral
de Justiça; falou apenas que Paulo é membro do MPDFT. Para airmar qual tribunal
será competente para julgar um determinado membro do MPU, é preciso saber em
qual juízo ou tribunal o membro oicia. A Constituição e a Lei Complementar disci-
plinam o assunto de prerrogativa processual com maestria, não deixando qualquer
tipo de dúvida.
Vejamos. Se o membro do MPU (não importa de qual ramo) oicia ou atua perante
juiz (1o grau), ele será processado e julgado no Tribunal Regional Federal, ressal-
vada a competência da Justiça Eleitoral. Se o membro do MPU (novamente, não
importa de qual ramo) oicia ou atua perante quaisquer tribunais (seja tribunal re-
gional ou superior), será processado e julgado no Superior Tribunal de Justiça. Se
o membro ocupa o cargo de Procurador-Geral da República, ele será processado e
julgado, em crime comum, no Supremo Tribunal Federal, e no Senado Federal, em
crime de responsabilidade.

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A questão falou apenas que Paulo é membro do MPDFT e será julgado no Tribunal
Regional Federal. Na concepção da Constituição e da Lei Complementar 75/1993,
isso é errado, pois existem membros do MPDFT que não serão julgados no Tribunal
Regional Federal, mas sim no Superior Tribunal de Justiça, caso atuem perante Tri-
bunais. O gabarito dessa questão deveria ser alterado para “errado”. Bem provável
que ninguém entrou com recurso. Para concluir, segue abaixo um quadro dos Tri-
bunais competentes para processar e julgar os membros do Ministério Público da
União.

MEMBROS CRIME COMUM CRIME DE RESPONSABILIDADE


Procurador-Geral da República STF SENADO
Membro que atua em Tribunal STJ STJ
Membro que atua em juízo** TRF** TRF**

** Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (TRE), em caso de crime eleitoral.

Resposta: Certo.

2. (CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Um promotor de justiça do DF, que

vier a cometer um crime comum, deverá ser processado e julgado no Superior Tri-

bunal de Justiça (STJ).237

3. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Um promotor de justiça estadual

que praticar um crime comum será processado e julgado por juiz de direito de uma

das varas criminais do estado.238

237
Errado. Os Promotores de Justiça do Distrito Federal atuam perante as Varas Judiciais (1o grau ou juízo).
Caso cometam um crime comum, serão processados e julgados no Tribunal Regional Federal, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral.
238
Errado. Os Promotores de Justiça estadual são integrantes do Ministério Público estadual. A Lei Complemen-
tar n. 75/1993 não faz referência às prerrogativas dos membros dos estados. Mas, nesse caso, os Promoto-
res de Justiça estadual serão processados e julgados nos Tribunais de Justiça dos estados.

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4. (CESPE/MPU/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2010) É da competência do Senado

Federal processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os membros do MPU.239

5. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) É prerrogativa processual do

procurador-geral da República ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo

Supremo Tribunal Federal.240

6. (FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS/2010) É prerrogativa do Procura-

dor-Geral da República, dentre outras, ser processado e julgado, nos crimes de res-

ponsabilidade, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça,

nos crimes comuns.241

7. (FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS/2010) As garantias e prerrogati-

vas dos membros do Ministério Público da União são inerentes ao exercício de suas

funções e irrenunciáveis.242

8. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) Os membros do Ministério Pú-

blico da União que oiciem perante juízos de primeira instância são processados e

julgados, nos crimes comuns e de responsabilidade

a) pelos Tribunais Regionais Eleitorais, nos crimes de sua competência.

b) pelo Superior Tribunal de Justiça, quando integrantes de órgão superior da Ins-

tituição.

239
Errado. O Senado Federal processará e julgará apenas 1(um) integrante do Ministério Público da União, que
é o Procurador-Geral da República, nos crimes de responsabilidade.
240
Certo. Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar o Procurador-Geral da República (apenas o
PGR).
241
Errado. Vide as questões 1, 3 e 4.
242
Certo. As garantias e prerrogativas dos membros do Ministério Público da União são inerentes ao exercício
de suas funções e irrenunciáveis. Literalidade do art. 21, da Lei Complementar n. 75/1993.

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c) pelos Tribunais Regionais Federais, qualquer que seja a natureza do delito.

d) pelos Juízes Federais de primeira instância, exceto se procuradores regionais da

República.

e) pelo Supremo Tribunal Federal.243

9. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) Aos membros do Ministério Públi-

co da União a lei confere as seguintes prerrogativas de caráter irrenunciável, exceto

a) ser intimado pessoalmente, com a remessa dos autos.

b) não ser indiciado em inquérito policial.

c) ser ouvido, como testemunha, em dia e local previamente ajustados com o ma-

gistrado ou a autoridade competente.

d) não ser preso em razão de lagrante de crime inaiançável.

e) ter ingresso e trânsito livres, em razão do serviço, em qualquer recinto público

ou privado.244

10. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) A proteção dos direitos consti-

tucionais do cidadão, conferida ao procurador dos Direitos do Cidadão, não com-

preende o poder de

a) notiicar a autoridade questionada para que preste informações.

b) promover em juízo a defesa de direitos individuais lesados.

243
Letra a. A questão fez nada menos que um “peguinha”. Os membros do MPU que oficiem perante os juízos
de primeira instância são processados e julgados, nos crimes comuns e de responsabilidade, no Tribunal
Regional Federal, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. A questão não cobrou a regra (processados
no Tribunal Regional Federal), mas sim a exceção (processados na Justiça Eleitoral). Ou seja, os membros
que oficiem na primeira instância serão processados e julgados nos Tribunais Regionais Eleitorais, nos crimes
de sua competência, isto é, nos crimes de competência da Justiça Eleitoral. Fiquem atentos à exceção!
244
Letra d. O membro do MPU não possui a prerrogativa de não ser preso em razão de flagrante de crime ina-
fiançável (poderá ser preso nesse caso). A autoridade policial deverá fazer, de imediato, a comunicação da
prisão ao Tribunal competente e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilização caso não
o faça. O membro do Ministério Público da União que for preso, provisoriamente, será recolhido a uma prisão
especial ou sala especial do Estado-Maior, com privacidade, em caso de prisão antes da sentença final.

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c) notiicar o responsável para que determine a cessação do desrespeito veriicado.

d) representar à autoridade competente para que promova a responsabilidade pela

ação ou omissão inconstitucionais.

e) agir de ofício.245

11. (ESAF/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2004) Assinale a opção correta, nos

termos da Lei Orgânica do Ministério Público da União.

a) O membro do Ministério Público pode, por motivos pessoais, renunciar às suas

prerrogativas e garantias.

b) Os membros do Ministério Público podem portar armas, desde que devidamente

autorizados pelo procurador-geral da República.

c) O membro do Ministério Público não pode ser preso antes de transitada em jul-

gado a sentença condenatória.

d) O membro do Ministério Público não pode ser indiciado em inquérito policial.

e) e) O procurador-geral da República tem as mesmas honras e tratamento do mi-

nistro do Superior Tribunal de Justiça.246

245
Letra b. O Procurador dos Direitos do Cidadão não tem competência para promover em juízo a defesa de
direitos individuais lesados, tendo em vista que o Ministério Público atuará na defesa dos direitos do cidadão
de cunho social, difuso e coletivo.
246
Letra d.
a) Os membros do MPU não poderão renunciar às suas prerrogativas.
b) Os membros do MPU poderão portar armas, independentemente de autorização.
c) A regra é que os membros do MPU só poderão ser presos depois de uma sentença condenatória, salvo em
razão de flagrante de crime inafiançável.
d) O membro do MPU não poderá ser indiciado em inquérito policial. Quando, no curso de investigação,
houver indício da prática de infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial,
civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro
do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato.
e) O Procurador-Geral da República terá as mesmas honras e tratamentos dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal.

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12. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) Quanto às prerrogativas processu-


ais, o Membro do Ministério Público da União tem assegurado:
I – nos crimes comuns e de responsabilidade, o seu processamento e julgamen-
to no Superior Tribunal de Justiça, se oiciar perante Tribunais;
II – nos crimes comuns e de responsabilidade, o seu processamento e julgamen-
to nos Tribunais Regionais Federais, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral, se oiciar perante juízos de primeira instância;
III – o recebimento de intimação pessoal, nos autos, em qualquer processo e grau
de jurisdição nos feitos em que tiver que oiciar.

Analisando-se as asserções acima, pode-se airmar que:


a) todas estão corretas;
b) todas estão incorretas;
c) apenas a de número I é correta;
d) apenas as de números I e III estão corretas;
e) não respondida.247

13. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2007) No exercício de suas atribuições, o

Membro do Ministério Público da União poderá:


I – ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou
relativo a serviço de relevância pública;
II – requisitar informações e documentos a entidades privadas, sendo que, na
hipótese de usá-los de forma indevida, poderá ser responsabilizado civil e
criminalmente e eventual ação penal poderá ser proposta também pelo ofen-

dido, subsidiariamente, na forma da lei processual penal;

247
Letra a.
I – Item correto. Compete ao STJ processar e julgar os membros do MPU que oficiem perante tribunais.
II – Item correto. Compete ao TRF processar e julgar os membros do MPU que oficiem perante juízos, res-
salvada a competência da Justiça Eleitoral.
III – Item correto. Os membros serão intimados pessoalmente nos autos em que tiverem que atuar.

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III – notiicar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de au-


sência, ainda que por motivo de força maior, considerando-se a relevância
social das investigações ministeriais.

Analisando-se as asserções acima, pode-se airmar que:


a) todas estão corretas;
b) todas estão incorretas;
c) apenas as de números II e III estão incorretas;
d) apenas a de número III está incorreta;
e) não respondida.248

14. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) São prerrogativas institucionais dos


Membros do Ministério Público do Trabalho:
a) usar vestes talares nos Tribunais Superiores;
b) ter ingresso e trânsito livres em recinto público e privado, em qualquer situação;
c) a prioridade permanente em qualquer serviço de transporte ou comunicação, pú-
blico ou privado, no território nacional, independentemente de autorização judicial;
d) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou
presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oiciem.
e) não respondida.249

248
Letra d.
I – Item correto. O membro do MPU poderá ter acesso a banco de dados de caráter público ou serviços de
relevância pública.
II – Item correto. Os membros do MPU poderão requisitar informações e documentos e entidades privadas.
Se usá-los de forma incorreta, responderão civil e penalmente.
III – Item incorreto. Os membros poderão notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, em
caso de ausências injustificadas.
249
Letra d.
a) Errado. Os membros usarão vestes talares em qualquer juízo e tribunal.
b) Errado. Os membros poderão ter ingresso e trânsito livres em recinto público ou privado, respeitada a
inviolabilidade do domicílio.
c) Errado. A prioridade em serviço de transporte ou comunicação não é permanente, pois dependerá da urgên-
cia necessária.
d) Certo. Sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes dos órgãos
judiciários perante os quais oficiem.

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15. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2006) Assinale a alternativa INCORRETA:

São prerrogativas processuais do Membro do Ministério Público do Trabalho:

a) não ser indiciado em inquérito policial e, se no curso de investigação houver in-

dício da prática de infração penal pelo Membro, a autoridade policial, civil ou militar,

remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral do Trabalho, que designará

membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato;

b) ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão

de lagrante de crime inaiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunica-

ção àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade;

c) ser ouvido, como testemunha, em dia, hora e local previamente ajustados com

o magistrado ou a autoridade competente;

d) receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e graus de

jurisdição nos feitos em que tiver que oiciar.

e) não respondida.250

16. (MPM/PROMOTOR DA JUSTIÇA MILITAR/2004) Consiste em prerrogativa insti-

tucional dos membros do Ministério Público da União:

a) Praticar atos próprios de gestão.

b) Ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais.

c) Usar vestes talares.

d) Representar a instituição.251

250
Letra a. A autoridade policial deverá remeter os autos ao Procurador-Geral da República, como Chefe do
Ministério Público da União, seja de qual ramo for o membro do Ministério Público da União. Vide questão
11, alternativa d.
251
Letra c. Usar vestes talares é prerrogativa institucional dos membros do Ministério Público da União.

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17. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Constitui prerrogativa institucional


ter ingresso e trânsito livres, apenas em razão do serviço, em qualquer recinto
público ou privado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade de do-
micílio, salvo hipóteses de lagrante delito, a exemplo da constatação de trabalho
infantil doméstico em condições análogas à de escravo.252

18. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Constituem prerrogativas legais a


presença e a palavra asseguradas em todas as sessões dos órgãos colegiados em
que oiciem, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que
entender necessário, e também solicitar as diligências que julgar convenientes, in-
dependentemente de requerimento escrito.253

19. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) As prerrogativas são irrenunciáveis


e sua enumeração é taxativa, estando previstas exclusivamente na Lei Comple-
mentar n. 75/1993.254

20. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2012) Não é permitido ao membro do Mi-


nistério Público do Trabalho, para o exercício de suas atribuições, nos termos legais:
a) A requisição de condução coercitiva de testemunha e do representante da parte
investigada, no âmbito da instrução do inquérito civil, em caso de ausência injus-
tiicada.
b) A realização de inspeções e diligências de natureza investigatória, diretamente,
ou com acompanhamento de outros órgãos de iscalização.
c) A requisição à administração pública de serviços temporários de seus servidores
e meios de materiais necessários para a realização de atividades especíicas.

252
Certo. Vide questões 9 e 15.
253
Certo. Os membros poderão se manifestar nos processos nos quais atuam, podendo usar da palavra.
254
Errado. As prerrogativas são irrenunciáveis e estão previstas na Lei Complementar n. 75/1993 e na Cons-
tituição Federal.

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d) A realização de audiências públicas, para discussão de temas e coleta de infor-


mações necessárias à sua atuação.
e) Não respondida.255

21. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Caso o procurador-geral da República cometa


homicídio qualiicado, ele deverá ser processado e julgado por esse crime perante
o Senado Federal.256

22. (CESPE/MPU/TÉCNICO SEGURANÇA INSTITUCIONAL/2015) Se, em investigação


realizada pela Polícia Federal, forem constatados indícios da prática de infração penal
por membro do MPU, e se a infração for da competência da justiça federal, a autorida-
de responsável poderá indiciar o referido membro, mas deverá informar o andamento
das investigações ao procurador-geral da República e ao corregedor-geral do MPF.257

XIII – Férias e Licenças

a) Férias

Os membros do Ministério Público terão direito a férias de 60 dias por ano,


contínuos ou divididos em dois períodos iguais, salvo acúmulo por necessidade de
serviço e pelo máximo de dois anos. Os períodos de gozo de férias dos membros
do Ministério Público da União, que oiciem perante Tribunais, deverão ser simultâ-
neos com os das férias coletivas destes, salvo motivo relevante ou o interesse do

serviço.

255
Letra a. Não é permitido aos membros do Ministério Público da União requisitar a condução coercitiva do
representante da parte investigada. Os membros do MPU poderão requisitar a condução coercitiva apenas
de testemunhas que receberam notificações e não compareceram por ausência injustificada.
256
Errado. Compete ao STF processar e julgar o PGR em crime comum. A competência nos julgamentos do
Senado será para os crimes de responsabilidade.
257
Errado. Vide questão 15.

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Independentemente de solicitação, será paga ao membro do Ministério Público


da União, por ocasião das férias, importância correspondente a um terço da remu-
neração do período em que as mesmas devam ser gozadas.
O direito a férias será adquirido após o primeiro ano de exercício.

b) Licenças

1. Por motivo de doença em pessoa da família

A licença por motivo de doença em pessoa da família será precedida de exame


por médico ou junta médica oicial, considerando-se pessoas da família o cônjuge
ou companheiro, o padrasto, a madrasta, o ascendente, o descendente, o enteado,
o colateral consanguíneo ou aim até o segundo grau civil. A licença estará subme-
tida, ainda, às seguintes condições:
• somente será deferida se a assistência direta do membro do Ministério Públi-
co da União for indispensável e não puder ser dada simultaneamente com o
exercício do cargo;
• será concedida sem prejuízo dos vencimentos, vantagens ou qualquer direi-
to inerente ao cargo, salvo para contagem de tempo de serviço em estágio
probatório, até 90 dias, podendo ser prorrogada por igual prazo nas mesmas
condições. Excedida a prorrogação, a licença será considerada como para tra-
tar de interesses particulares.

2. Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro

A licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro poderá ser


concedida quando o cônjuge ou companheiro for deslocado para outro ponto do
território nacional, para o exterior ou para exercício de mandato eletivo dos Po-
deres Executivo e Legislativo. Será por prazo indeterminado e sem remuneração,

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salvo se o membro do Ministério Público da União puder ser lotado, provisoriamen-

te, em ofício vago no local para onde tenha se deslocado e compatível com o seu

cargo, caso em que a licença será convertida em remoção provisória.

É vedado o exercício de atividade remunerada.

3. Prêmio por tempo de serviço

A licença por prêmio por tempo de serviço será devida após cada quinquênio inin-

terrupto de exercício, pelo prazo de três meses, observadas as seguintes condições:

• será convertida em pecúnia em favor dos beneiciários do membro do Minis-

tério Público da União falecido, que não a tiver gozado;

• não será devida a quem houver sofrido penalidade de suspensão durante o

período aquisitivo ou tiver gozado as licenças por motivo de afastamento de

cônjuge ou companheiro, ou para tratar de interesse particular;

• será concedida sem prejuízo dos vencimentos, vantagens ou qualquer direito

inerente ao cargo;

• para efeito de aposentadoria, será contado em dobro o período não gozado.

4. Para tratar de interesses particulares

A licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida ao membro

do Ministério Público da União vitalício, pelo prazo de até dois anos consecutivos,

sem remuneração, observadas as seguintes condições:

• poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do interessado ou no

interesse do serviço;

• não será concedida nova licença antes de decorrido dois anos do término da

anterior.

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5. Para desempenho de mandato classista

A licença para desempenho de mandato classista será devida ao membro do

Ministério Público da União investido em mandato em confederação, federação,

associação de classe de âmbito nacional ou sindicato representativo da categoria,

observadas as seguintes condições:

• somente farão jus à licença os eleitos para cargos de direção ou representan-

tes nas referidas entidades, até o máximo de três por entidade;

• a licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada no caso

de reeleição, e por uma única vez;

• será concedida sem prejuízo dos vencimentos, vantagens ou qualquer direito

inerente ao cargo.

6. Para tratamento de saúde

A licença para tratamento de saúde pode ser a pedido ou de ofício, com base em

perícia médica e observadas as seguintes condições:

• a licença será concedida sem prejuízo dos vencimentos e vantagens do cargo;

• a perícia será feita por médico ou junta médica oicial, se necessário, na

residência do examinado ou no estabelecimento hospitalar em que estiver

internado;

• inexistindo médico oicial, será aceito atestado passado por médico particular;

• indo o prazo da licença, o licenciado será submetido a inspeção médica oi-

cial, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela

aposentadoria;

• a existência de indícios de lesões orgânicas ou funcionais é motivo de ins-

peção médica.

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7. Por acidente em serviço

Devem ser observadas as seguintes condições na licença por acidente em serviço:

• conigura acidente em serviço o dano físico ou mental que se relacione, me-

diata ou imediatamente, com as funções exercidas;

• equipara-se ao acidente em serviço o dano decorrente de agressão não pro-

vocada e sofrida no exercício funcional, bem como o dano sofrido em trânsito

a ele pertinente;

• a licença será concedida sem prejuízo dos vencimentos e vantagens inerentes

ao exercício do cargo;

• o acidentado em serviço, que necessite de tratamento especializado, não

disponível em instituição pública, poderá ser tratado em instituição privada,

à conta de recursos públicos, desde que o tratamento seja recomendado por

junta médica oicial;

• a prova do acidente deverá ser feita no prazo de dez dias, contado de sua

ocorrência, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

8. À gestante

A licença à gestante será de 120 dias, observadas as seguintes condições:

• poderá ter início no primeiro dia no nono mês de gestação, salvo antecipação

por prescrição médica;

• no caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto;

• no caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento a mãe será submetida a

exame médico e, se julgada apta, reassumirá as suas funções;

• em caso de aborto atestado por médico oicial, a licença dar-se-á por 30 dias,

a partir da sua ocorrência.

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9. Pelo nascimento ou adoção de ilho (licença para o pai ou


adotante)

O pai ou adotante membro do Ministério Público tem direito à licença pelo nas-

cimento ou adoção de ilho por até cinco dias consecutivos.

10. Pela adoção ou obtenção de guarda judicial de criança de


até um ano de idade

O prazo da licença do adotante ou detentor da guarda será de 30 dias.

XIV – Deveres

O membro do Ministério Público da União, em respeito à dignidade de suas funções

e à Justiça, deve observar as normas que regem o seu exercício e, especialmente:

• cumprir os prazos processuais;

• guardar segredo sobre assunto de caráter sigiloso que conheça em razão do

cargo ou função;

• velar por suas prerrogativas institucionais e processuais;

• prestar informações aos órgãos da administração superior do Ministério Públi-

co, quando requisitadas;

• atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obri-

gatória a sua presença, ou assistir a outros, quando conveniente ao interesse

do serviço;

• declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;

• adotar as providências cabíveis em face das irregularidades de que tiver co-

nhecimento ou que ocorrerem nos serviços a seu cargo;

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• tratar com urbanidade as pessoas com as quais se relacione em razão


do serviço;
• desempenhar com zelo e probidade as suas funções;
• guardar decoro pessoal.

XV – Sanções e Instrumentos de Apuração de Penalidades

Os membros do Ministério Público da União estarão sujeitos às seguintes pena-


lidades:

1. Advertência

A pena de advertência será aplicada, reservadamente e por escrito, em caso de


negligência no exercício das funções.
A falta punível com advertência prescreve em 1 (um) ano, começando a correr
no dia da falta ou no dia em que cessar, em caso de falta continuada. A prescrição é
interrompida quando instaurado o Processo Administrativo Disciplinar ou na citação
em caso de ação para perda de cargo.

2. Censura

A pena de censura será aplicada, reservadamente e por escrito, em caso de rein-


cidência em falta anteriormente punida com advertência ou de descumprimento de
dever legal. Considera-se reincidência a prática de nova infração, dentro de quatro
anos após cientiicado o infrator do ato que lhe tenha imposto sanção disciplinar.
A falta punível com censura prescreve em 1 (um) ano, começando a correr no
dia da falta ou no dia em que cessar, em caso de falta continuada. A prescrição é
interrompida quando instaurado o Processo Administrativo Disciplinar ou na citação
em caso de ação para perda de cargo.

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3. Suspensão

A penalidade de suspensão será aplicada, até 45 dias, em caso de reincidência

em falta anteriormente punida com censura ou com suspensão de 45 a 90 dias, em

caso de inobservância das vedações impostas na lei complementar ou de reincidên-

cia em falta anteriormente punida com suspensão até 45 dias.

A suspensão importa, enquanto durar, na perda dos vencimentos e das vanta-

gens pecuniárias inerentes ao exercício do cargo, vedada a sua conversão em mul-

ta. A falta punível com suspensão prescreve em dois anos, começando a correr no

dia da falta ou no dia em que cessar, em caso de falta continuada, e é interrompida

quando instaurado o Processo Administrativo Disciplinar ou na citação em caso de

ação para perda de cargo.

4. Demissão

Poderá ser aplicada a penalidade de demissão, via processo administrativo, aos

membros não vitalícios, nas seguintes situações:

• lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio nacional ou de bens con-

iados à sua guarda;

• improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição Fe-

deral;

• condenação por crime praticado com abuso de poder ou violação de dever

para com a Administração Pública, quando a pena aplicada for igual ou supe-

rior a dois anos;

• incontinência pública e escandalosa que comprometa gravemente, por sua

habitualidade, a dignidade da instituição;

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• abandono de cargo (considera-se abandono do cargo a ausência do membro

do Ministério Público ao exercício de suas funções, sem causa justiicada, por

mais de 30 dias consecutivos e equipara-se ao abandono de cargo a falta in-

justiicada por mais de sessenta dias intercalados, no período de 12 meses;

• revelação de assunto de caráter sigiloso, que conheça em razão do cargo ou

função, comprometendo a dignidade de suas funções ou da justiça;

• aceitação ilegal de cargo ou função pública;

• reincidência no descumprimento do dever legal, anteriormente punido com a

suspensão.

Se o membro do Ministério Público da União for vitalício e cometer quaisquer atos

acima citados, deverá o Procurador-Geral da República ajuizar uma ação civil para

perda de cargo, e o membro só será demitido por meio de uma sentença judicial

transitada em julgado. Lembrando que se a ação civil foi proposta pelo Conselho

Superior do respectivo ramo, o membro será automaticamente afastado de suas

atribuições.

Cuidado! A lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio nacional ou de bens

coniados à sua guarda e reincidência no descumprimento do dever legal – ante-

riormente punido com a suspensão quando de pequena gravidade o fato ou irrele-

vantes os danos causados – poderão ser convertidos uma única vez, em suspensão.

A prescrição é interrompida quando instaurado o Processo Administrativo Dis-

ciplinar ou na citação em caso de ação para perda de cargo. A falta punível com

demissão prescreve em quatro anos, começando a correr no dia da falta ou no dia

em que cessar, em caso de falta continuada.

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5. Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade

A cassação de aposentadoria ou de disponibilidade será aplicada nos casos de

falta punível com demissão praticada quando no exercício do cargo ou função.

A falta punível com cassação prescreve em quatro anos, começando a correr no

dia da falta ou no dia em que cessar, em caso de falta continuada, e é interrompida

quando instaurado o Processo Administrativo Disciplinar ou na citação em caso de

ação para perda de cargo.

XVI – Instrumentos de Apuração de Penalidade

1. Sindicância

A sindicância é o procedimento que tem por objeto a coleta sumária de dados

para instauração, se necessário, de inquérito administrativo.

2. Inquérito Administrativo

O inquérito administrativo, de caráter sigiloso, será instaurado pelo Correge-

dor-Geral, mediante portaria, em que designará comissão de três membros para

realizá-lo, sempre que tomar conhecimento de infração disciplinar.

2.1. Presidência

A comissão, que poderá ser presidida pelo Corregedor-Geral, será composta de

integrantes da carreira vitalícios e de classe igual ou superior à do indicado.

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2.2. Publicações

As publicações relativas a inquérito administrativo conterão o respectivo núme-

ro, omitido o nome do indiciado, que será cientiicado pessoalmente.

2.3. Prazo de conclusão

O prazo para a conclusão do inquérito e apresentação do relatório inal é de 30

dias, prorrogável, no máximo, por igual período.

2.4. Produção de provas

A comissão procederá à instrução do inquérito, podendo ouvir o indiciado e

testemunhas, requisitar perícias e documentos e promover diligências, sendo-lhe

facultado o exercício das prerrogativas outorgadas ao Ministério Público da União

para instruir procedimentos administrativos. Concluída a instrução do inquérito,

abrir-se-á vista dos autos ao indiciado, para se manifestar, no prazo de 15 dias.

2.5. Parecer conclusivo

A comissão encaminhará o inquérito ao Conselho Superior, acompanhado de

seu parecer conclusivo, pelo arquivamento ou pela instauração de processo admi-

nistrativo.

O parecer que concluir pela instauração do processo administrativo formulará a

súmula de acusação, que conterá a exposição do fato imputado, com todas as suas

circunstâncias e a capitulação legal da infração.

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2.6. Deliberação do Conselho Superior

O inquérito será submetido à deliberação do Conselho Superior, que poderá:


• determinar novas diligências, se o considerar insuicientemente instruído;
• determinar o seu arquivamento;
• instaurar processo administrativo, caso acolha a súmula de acusação;
• encaminhá-lo ao Corregedor-Geral, para formular a súmula da acusação, caso
não acolha a proposta de arquivamento.

3. Processo Administrativo Disciplinar

3.1. Instauração

No processo administrativo, instaurado por decisão do Conselho Superior, serão


assegurados a ampla defesa e o contraditório ao acusado.

3.2. Comissão

A decisão que instaurar processo administrativo designará comissão composta


de três membros escolhidos dentre os integrantes da carreira, vitalícios, e de clas-
se igual ou superior à do acusado, indicará o presidente e mencionará os motivos
de sua constituição. Da comissão de processo administrativo não poderá participar
quem haja integrado a precedente comissão de inquérito.

3.3. Prazo de conclusão

O prazo para a conclusão do processo administrativo e apresentação do relató-


rio inal é de 90 dias, prorrogável, no máximo, por 30 dias, contados da publicação
da decisão que o instaurar.

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3.4. Citação

A citação será pessoal, com entrega de cópia da portaria, do relatório inal do

inquérito e da súmula da acusação, cientiicado o acusado do dia, da hora e do local

do interrogatório. Não sendo encontrado o acusado em seu domicílio, proceder-se-á

à citação por edital, publicado no Diário Oicial, com o prazo de 15 dias.

3.5. Defesa

O acusado, por si ou através de defensor que nomear, poderá oferecer defesa

prévia, no prazo de 15 dias, contado do interrogatório, assegurada a ele vista dos

autos no local em que funcione a comissão. Se o acusado não tiver apresentado

defesa, a comissão nomeará defensor, dentre os integrantes da carreira e de classe

igual ou superior à sua, reabrindo o prazo. Em defesa prévia, poderá o acusado

requerer a produção de provas orais, documentais e periciais, inclusive pedir a re-

petição daquelas já produzidas no inquérito.

A comissão poderá indeferir, fundamentadamente, as provas desnecessárias ou

requeridas com intuito manifestamente protelatório e, encerrada a produção das

mesmas, a comissão abrirá vista dos autos ao acusado, para oferecer razões inais,

no prazo de 15 dias.

Havendo mais de um acusado, os prazos para defesa serão comuns e em dobro.

Também é preciso lembrar que, em qualquer fase do processo, será assegurada à

defesa a extração de cópia das peças dos autos.

3.6. Relatório da comissão

Decorrido o prazo para razões inais, a comissão remeterá o processo, dentro de

15 dias, ao Conselho Superior, instruído com relatório dos seus trabalhos.

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3.7. Deliberação do Conselho Superior

O Conselho do Ministério Público, apreciando o processo administrativo, poderá:

• determinar novas diligências, se o considerar insuicientemente instruído,

caso em que, efetivadas estas, proceder-se-á a revisão do processo, confor-

me os artigos 264 e 254, da Lei Complementar n. 75/1993.

• propor o seu arquivamento ao Procurador-Geral;

• propor ao Procurador-Geral a aplicação de sanções que sejam de sua compe-

tência;

• propor ao Procurador-Geral da República o ajuizamento de ação civil para:

a) demissão de membro do Ministério Público da União com garantia de vitali-

ciedade;

b) cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Não poderá participar da deliberação do Conselho Superior quem haja oiciado na

sindicância ou integrado as comissões do inquérito ou do processo administrativo.

3.8. Afastamento do membro

Havendo prova da infração e indícios suicientes de sua autoria, o Conselho

Superior poderá determinar, fundamentadamente, o afastamento preventivo do

indiciado, enquanto sua permanência for inconveniente ao serviço ou prejudicial à

apuração dos fatos.

O afastamento do indiciado não poderá ocorrer quando ao fato imputado cor-

responderem somente as penas de advertência ou de censura e também não ultra-

passará o prazo de 120 dias, salvo em caso de alcance. O período de afastamento

será considerado como de serviço efetivo, para todos os efeitos.

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3.9. Normas subsidiárias

Aplicam-se, subsidiariamente, ao processo disciplinar, as normas do Código de


Processo Penal.

1. (ESAF/MPU/ANALISTA/2004) À luz da legislação orgânica do Ministério Público

da União, não é caso de demissão dos membros do Ministério Público da União

a) lesão aos cofres públicos.

b) desrespeito ao princípio do promotor natural.

c) improbidade administrativa.

d) abandono de cargo.

e) aceitação ilegal de cargo ou função pública.258

2. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) A pena de advertência será aplicada

ao membro do Ministério Público do Trabalho de forma pública e por escrito.259

258
Letra b. Desrespeitar o princípio do promotor natural não é caso de demissão. Os casos que poderão ensejar
a demissão de membros do Ministério Público da União são:
• improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal;
• lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio nacional ou de bens confiados à sua guarda;
• condenação por crime praticado com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública, quando a pena aplicada for igual ou superior a dois anos;
• incontinência pública e escandalosa que comprometa gravemente, por sua habitualidade, a dignidade da
instituição;
• abandono de cargo (considera-se abandono do cargo a ausência do membro do Ministério Público ao exer-
cício de suas funções, sem causa justificada, por mais de 30 dias consecutivos e equipara-se ao abandono de
cargo a falta injustificada por mais de sessenta dias intercalados, no período de 12 meses);
• revelação de assunto de caráter sigiloso, que conheça em razão do cargo ou função, comprometendo a
dignidade de suas funções ou da justiça;
• aceitação ilegal de cargo ou função pública;
• reincidência no descumprimento do dever legal, anteriormente punido com a suspensão.
259
Errado. A pena de advertência será aplicada reservadamente e por escrito.

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3. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) Equipara-se ao abandono do cargo


de Procurador do Trabalho a ausência do membro ao exercício de suas funções,
sem causa justiicada, por mais de quarenta e cinco dias intercalados, no período
de doze meses.260

4. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2008) Leia com atenção as assertivas abaixo:


I – A sindicância é o procedimento que tem por objetivo a coleta sumária de da-
dos para instauração, se necessário, de inquérito administrativo.
II – O Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho poderá, caso não acolha
a proposta de arquivamento do inquérito administrativo formulada pela Comis-
são, encaminhá-la ao Corregedor-Geral para formular a súmula de acusação.
III – Havendo prova da infração e indícios suicientes de sua autoria, o Conselho
Superior poderá determinar, fundamentadamente, o afastamento preventivo
do indiciado em Processo Administrativo, enquanto sua permanência for in-
conveniente ao serviço ou prejudicial à apuração dos fatos.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) todas as assertivas estão corretas;
b) apenas a assertiva I está correta;
c) apenas as assertivas I e III estão corretas;
d) apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) não respondida.261

260
Errado. Equipara-se ao abandono de cargo a falta injustificada por mais de 60 dias intercalados, no período
de 12 meses.
261
Letra a.
I – Item correto. A sindicância é o procedimento que tem por objeto a coleta sumária de dados para instau-
ração, se necessário, de inquérito administrativo.
II – Item correto. O Conselho Superior poderá encaminhar o inquérito ao Corregedor-Geral, para formular a
súmula da acusação, caso não acolha a proposta de arquivamento.
III – Item correto. Havendo prova da infração e indícios suficientes de sua autoria, o Conselho Superior
poderá determinar, fundamentadamente, o afastamento preventivo do indiciado, enquanto sua permanência
for inconveniente ao serviço ou prejudicial à apuração dos fatos.

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