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ARTIGO ORIGINAL (ORIGINAL PAPER)

TALK TEST E LIMIARES DE


TRANSIÇÃO METABÓLICA DURANTE
O EXERCÍCIO
TEST TALK AND THRESHOLDS METABOLIC TRANSITION DURING EXERCISE

Leonardo de Lucca1, Fernando Roberto De Oliveira2, Lorival José Carminatti3


1
Mestre em Ciências do Movimento Humano – Universidade do Estado de Santa Catarina
Florianópolis, SC
2
Professor Doutor da Universidade Federal de Lavras – Departamento de Educação
Física - Lavras, MG
3
Doutorando em Educação Física – Universidade Federal de Santa Catarina, Professor do
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina,

Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 3, p. 174-184, 2012 (ISSN 1981-6324)


Florianópolis, SC.

Endereço para correspondência:


Leonardo de Lucca
R. Almirante Lamego 748
Florianópolis, SC, Brasil. CEP: 88015-600
Fone: (048) 9612-8252
E-mail: leodelucca85@hotmail.com

Submitted for publication: Nov 2011


Accepted for publication: Jul 2012

RESUMO
LUCCA, L.; OLIVEIRA, F. R.; CARMINATTI, L. J.  Talk test e limiares de transição metabólica durante o
exercício. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 6, n. 3, p. 174-184, 2012. A dificuldade na fala é utilizada no
controle da intensidade de exercício através de uma metodologia conhecida como Talk Test (Talk Test). O
objetivo do presente estudo foi comparar os estágios do Talk Test com limiares de transição metabólica.
Treze sujeitos do sexo masculino realizaram um teste incremental até a exaustão para determinação do
primeiro (LL1) e segundo (LL2) limiar de transição metabólica, frequência cardíaca (FC) e Percepção
subjetiva de esforço (PSE). Em cada estágio do teste os indivíduos deveriam recitar uma frase padrão com
64 letras por duas vezes consecutivas e determinar um de três níveis possíveis de fala confortável (Sim,
Talvez e Não). Para posterior análise nos interessava o último estágio onde a fala ainda era confortável
(Usim), o último estágio de dúvida sobre essa percepção subjetiva (Utalv) e o primeiro estágio negativo
(PN). Os valores de potência (WLL2) e FC (FCLL2) no LL2 (169,5 ± 22,6W; 157 ± 14 bpm) não foram
diferentes significativamente dos valores no Utalv (178, 8± 30,3W; 161 ± 15 bpm) (p=0,195) com os valores
de FC sendo correlacionados significativamente (r=0,57; p<0,05). Os valores de Potência (WUsim) e FC

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(FCUsim) do Usim foram significativamente maiores que os valores no LL1 e menores que o LL2. As
variáveis derivadas do PN foram significativamente maiores que todos os outros limiares. Pode-se concluir
que o Talk Test pode ser utilizado nesta população para prescrever exercício, pois aproxima a intensidade
referência do segundo limiar de transição metabólica.

Palavras-chave: Talk Test, Limiares Metabólicos, prescrição de exercício, avaliação aeróbia.

ABSTRACT
LUCCA, L.; OLIVEIRA, F. R.; CARMINATTI, L. J.  Test talk and thresholds metabolic transition during
exercise. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 6, n. 3, p. 174-184, 2012. The speech production difficult is
used to control aerobic exercise intensity by the Talk Test method (Talk Test). The aim of the present study
was to compare the Talk Test variables to metabolic thresholds during exercise. Thirteen male subjects
performed an incremental cycle test to identify the first (LL1) and the second (LL2) metabolic transition
thresholds, heart rate values (HR) and rates of perceived exertion (RPE). Subjects should recite two times a
standard paragraph with 64 lyrics and chose one from 3 possible levels of comfortable speech production
(Yes, Maybe or Not). For further analysis we took the last positive (Usim), last equivocal (Utalv) and first
negative stages (PN) of this subjective perception. The power output (WLL2) and HR (FCLL2) at LL2 (169,5 ±
22,6W; 157 ± 14 bpm) were not significantly different to Utalv (178, 8± 30,3W; 161 ± 15 bpm) (p=0,195) and
HR values were correlated (r=0,57; p<0,05). The power output (W-USim) and HR (FC-Usim) at Usim were
significantly higher than WLL1 and lower than WLL2. PN values were significantly higher than all other Talk
Test and metabolic thresholds values. Based on these results, we concluded that Talk Test can be used in
this population to prescribe exercise, once it approaches the second metabolic transition threshold intensity.

Key-words: Talk Test, Metabolic Thresholds, exercise prescription, aerobic evaluation.

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INTRODUÇÃO
Variáveis submáximas discriminantes da intensidade do exercício, como a frequência cardíaca
(FC), medidas da concentração sanguínea de lactato [La], equivalente metabólico (MET), razão de
troca respiratória (QR), consumo de oxigênio (VO2) e percepção subjetiva de esforço (PSE) são os
parâmetros mais confiáveis e utilizados para prescrição de atividades físicas (HILLS et al., 1998).
Com base no comportamento de variáveis fisiológicas em teste incremental, alguns limiares de
transição podem ser identificados e servirem como subsídio para determinar zonas de treinamento
aeróbio e domínios fisiológicos de intensidade de esforço.
Wasserman e Macllory (1964) introduziram o termo limiar anaeróbio sugerindo que parâmetros
ventilatórios poderiam ser utilizados para se estimar o ponto de inflexão da curva de lactato
sanguíneo, sendo que os modelos diretos mais utilizados na sua identificação são o Limiar de
Lactato (LL) e Limiar Ventilatório (LV). Entretanto, para mensurar diretamente estes limiares são
necessários aparelhos de custo elevado, além de locais específicos e mão de obra especializada.
Estas dificuldades na mensuração de variáveis submáximas fizeram com que pesquisadores
fossem em busca de métodos alternativos menos invasivos e de baixo custo. Na ausência de
aparelhos específicos, a intensidade de exercício pode ser determinada através das medidas de
variáveis como a Percepção Subjetiva de Esforço (BORG, 1973) e o Limiar de Conversação ou
Talk Test (RECALDE et al., 2002; VOELKER et al., 2002; PERSINGER et al., 2004; BRAWNER et
al., 2006; FOSTER et al., 2008; JEANS et al., 2011; QUINN e COONS, 2011)
No Talk Test a intensidade do exercício pode ser determinada apenas pela observação se
o indivíduo pode ou não conversar confortavelmente em cada intensidade. Os atrativos principais
do Talk Test são a simplicidade e acessibilidade, pois não requer investimento em tecnologia
sofisticada, além de não serem utilizados métodos invasivos ou estratégias complexas

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(PERSINGER et al., 2004). Na literatura, variáveis do Talk Test já serviram como marcadores de
intensidade de exercício em grupos de cardiopatas (VOELKER et al., 2002), estudantes
universitários (DEHART-BEVERLY, 2000) e atletas (RECALDE et al., 2002).
O modelo teórico do Talk Test é sustentado pelas mudanças que ocorrem a partir do LV, dado
pela perda da eficiência ventilatória e incremento preferencial da frequência ventilatória a partir
desta intensidade (JAMES et al., 1989). Nesta faixa, o incremento da ventilação pode influenciar e
dificultar a manutenção de uma conversa confortável durante o exercício (PERSINGER et al.,
2004), sendo esta a razão do LV ser a variável mais utilizada para relacionar e explicar os
momentos de transição do Talk Test. Foi demonstrado que a zona de intensidade do exercício
correspondente ao último estágio onde o indivíduo consegue conversar confortavelmente estaria
entre 85 a 88% da FCmáx, e acima de 90% quando a fala confortável não era mais possível, sendo
essa intensidade acima dos limites recomendados pelo American College of Sports Medicine
(2000) como zona de segurança para treinamento cardiopulmonar (DEHART-BEVERLY et al.,
2000). Utilizando o LV como referência, foi observado que: a) a fase positiva – intensidade na qual
a fala ainda é confortável - consiste numa intensidade recomendável para exercício abaixo do LV;
b) o último estágio onde o sujeito tinha dúvida se a fala estava confortável seria correspondente
ao LV e; c) o primeiro estágio negativo, ou seja, onde o avaliado não conseguia mais falar
confortavelmente estaria acima de uma zona de segurança recomendável para exercício aeróbio
ou acima do LV (PERSINGER et al., 2004; BRAWNER et al., 2006;)
Apesar do seu largo emprego, o LV pode ser considerado um método indireto ou duplamente
indireto, pois a sua sustentação está basicamente dependente do comportamento das [La] e
variáveis associadas, o que diz contra a sua utilização como critério para obtenção de evidências
de validade de variáveis do Talk Test, como observado em estudos anteriores. Neste item, é mais

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que óbvia a necessidade da realização de estudos tendo como critério o comportamento das [La]
e limiares derivados. Assim, o propósito do presente estudo foi comparar as intensidades
correspondentes aos estágios do Talk Test com os limares de lactato durante o exercício
progressivo.
MATERIAIS E MÉTODOS
Sujeitos
Participaram do estudo 13 estudantes universitários fisicamente ativos e aparentemente
saudáveis. Os sujeitos assinaram um termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos local, protocolo n.14/2007, antes do início
da participação no estudo.
Procedimentos de coleta de dados
Foi recomendado aos indivíduos que evitassem a ingestão de alimentos sólidos no período de 2
horas antes dos testes, com permissão para ingestão de líquidos, principalmente água. Os
mesmos foram não poderiam realizar atividade física intensa nas 24 horas anteriores aos testes.
Após o preenchimento do TCLE e avaliação antropométrica, os sujeitos realizaram um teste
incremental em ciclo ergômetro eletromagnético (Ergo Cycle 170), com carga inicial de 50 W e
incrementos de 25 W a cada 3 minutos até a exaustão. A cadência de pedalada poderia variar
somente entre 60 - 70 rpm. O teste foi realizado em sala climatizada com temperatura e umidade
relativa do ar controlada. A FC foi monitorada durante todo o teste através de um
cardiofrequencímetro da marca POLAR® modelo S610I e a PSE de cada estágio era registrada
com o emprego da escala de 10 pontos de Borg (BORG, 1973).
Foram realizadas coletas de amostras de sangue (25µl) do lóbulo da orelha para
mensurar a [La] em repouso antes do início do teste, nos últimos 10 segundos de cada

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estágio e três minutos após o término do teste. Essas amostras foram analisadas através
de um lactímetro Yellow Springs® (modelo 1500 Sport). Após os dados serem plotados
em gráficos [la] vs carga, o primeiro limiar de lactato (LL1) foi identificado como sendo o
menor valor do equivalente das [la]/carga (BERG et al., 1990). O segundo limar de
transição (LL2) foi identificado pelo método Dmáx ADAPT proposto pelo Australian
Institute of Sport (BOURDON, 2000). Esse método consiste em calcular a maior distância
entre a curva formada pelos pontos da [la] em função da carga e uma reta traçada a partir
do LL1 e o último ponto da curva. O ponto da curva onde se localiza a maior distância
entre a curva e a reta foi considerado como o Limiar Anaeróbio (LL2). Esse método já teve
sua validade testada em Laboratórios australianos que realizam avaliações de atletas de
elite. O erro técnico de mensuração do LL1 e LL2 utilizando o ADAPT mostrou grande
precisão ao ser aplicado na avaliação de atletas de endurance como ciclistas, corredores
e remadores (BOURDON, 2000) e apresentou correlação com variáveis fisiológicas
obtidas em teste de 30 minutos em ciclistas veteranos (FELL, 2008).
Para determinar a dificuldade na produção de fala, uma placa foi colocada na altura dos
olhos do indivíduo, a 2 metros de distância do cicloergômetro para facilitar a leitura. Nesta
placa estava escrita a seguinte frase:
“parabéns pra você nesta data querida, muitas felicidades muitos anos de vida”.
A escolha da frase justifica-se pela fácil assimilação por parte do avaliado, pois é muito
conhecida pela população brasileira. O sujeito deveria recitar em voz alta por duas vezes
consecutivas essa frase durante os últimos 30 segundos de cada estágio do teste. Após
recitar a frase este era questionado pelo avaliador: Você pode recitar o “parabéns pra
você” confortavelmente? Os sujeitos deveriam responder de forma direta se “sim” o que

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seria considerado um estágio positivo do Talk Test (USim); se “talvez” o que seria
considerado o estágio de dúvida do Talk Test (Utalv) ou que “não”, ou seja, o primeiro
estágio negativo do Talk Test (PN) de acordo com metodologias utilizadas anteriormente
(PERSINGER et al., 2004; DEHART-BEVERLY et al., 2000; QUINN e COONS, 2011).
Procedimentos Estatísticos
Para o tratamento dos dados, foram calculados os valores de média e desvio padrão. O teste de
normalidade utilizado foi o de Shapiro-Wilk. Os valores absolutos e relativos de potência no Talk
Test (Utalv, Usim e PN), LL1 e LL2 foram comparados através do teste não-paramétrico de
Friedman e Post-Hoc de Wilcoxon. Para verificar o grau de associação entre essas variáveis foi
utilizada a correlação de Spearman Rank, considerando p< 0,05. Os valores absolutos e relativos
de FC para Utalv, Usim, PN, LL1 e LL2 foram comparados por ANOVA para medidas repetidas e
Post-Hoc de Bonferroni. O grau de associação entre esses valores foi verificado pela correlação
de Pearson, considerando-se p< 0,05.

RESULTADOS

A tabela 1 mostra os valores referentes ao resultado do teste progressivo realizado em ciclo


ergômetro e a caracterização física dos sujeitos.

Tabela 1: Variáveis Morfofisiológicas de caracterização dos sujeitos

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VARIÁVEIS MÉDIA ± DP
Idade (anos) 20,6 ± 2,0
Massa corporal (kg) 75,9 ± 14,0
Estatura (cm) 176,8 ± 7,4 cm
Potência Máxima (W) 230 ± 23,0
Frequência Cardiaca de Máxima (bpm) 187 ± 9
Pico de Concentração de Lactato
11,7 ± 2,7
Sanguíneo (mmol.L-1)
Percepção Subjetiva de Esforço máxima 9±1

As variáveis fisiológicas determinantes da aptidão aeróbia que foram utilizadas no estudo


estão apresentadas em valores relativos e absolutos na tabela 2.

Tabela 2: Variáveis de limiares de transição fisiológica e Talk Test obtidas durante o teste
progressivo

Potência (W) FC (bpm) % Wmáx % FCmáx

LL1 88,4 ± 21,9a 115 ± 15a 38,3 ± 8,6a 61,5 ± 7,4 a

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LL2 169,5 ± 22,6b 157 ± 14 b 73,5 ±5,4 b 83,7± 6,7 b

Usim 126,9 ± 25,9 131 ± 21 55,0 ± 8,3 70,0±9,1

Utalv 178, 8± 30,3b,c 161 ± 15 b,c 77,6 ± 8,4 b,c 86,3 ± 7,3 b,c

PN 203,4 ±29,3 a,c 174±13a,c 88,4±8,2a,c 93,1±5,5a,c

LL1: primeiro limiar de lactato; LL2: segundo limiar de lactato; FC: Frequência Cardíaca; %Wmáx: Valores relativos à Potência Máxima;
%FCmáx: Valores relativos à Frequência Cardíaca Máxima; Usim: Último estágio positivo do Talk Test; Utalv: Último estágio de dúvida
do Talk Test; PN: Primeiro estágio negativo do Talk Test. (a) Diferença significativa pra LL2, USim e UTalvez; (b) Diferença Significativa
para USim; (c) Diferença significativa para LL1.

Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre os valores
de Potência no LL2 (WLL2) e Utalv (W-Utaltv) (p=0,195), com uma tendência de correlação
(ρ=0,53; p=0,061) não significativa entre as duas intensidades de exercício (tabela 3). A potência
no PN (W-PN) foi significativamente mais alta que o LL1, LL2, Usim e Utalv (p<0,001). Não foram
encontradas diferenças significativas entre percentual da Potência máxima no LL2 (%W-LL2) e
Utalv (%W-Utalv) e esses valores não foram correlacionados. A W-Usim foi significativamente
maior que a potência no LL1 (W-LL1), e menor que o W-LL2, Utalv e PN. A W-LL2 foi
correlacionada significativamente W-Usim.

Os valores de FC no LL2 e no Utalv não apresentaram diferenças significativas (p=0,476), com


correlação moderada e significativa (tabela 3). Os valores relativos (%FCmáx) não apresentaram
diferença significativa e não foram correlacionados. Os valores de Potência no LL1 foram
correlacionados a W-Usim (tabela 3) e a FC no LL1 também foi correlacionada a FC no Usim

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(r=0,78; p<0,01). A %FCmáx no LL1 e %FCmáx no Usim foram significativamente diferentes, mas
apresentaram correlação significativa (r=0,70; p<0,01).

Tabela 3: Matriz de correlação entre os valores de Potência e Frequência Cardíaca nos limiares
de transição fisiológica e Talk Test

Potência (ρ de Spearman) Frequência Cardíaca (r de Pearson)

LL2 USim Utalv PN LL2 USim Utalv PN

LL1 0,72** 0,57* 0,45 0,45 0,73** 0,78** 0,61* 0,54

LL2 0,64* 0,53 0,53 0,64* 0,57* 0,35

USim 0,74** 0,74** 0,88** 0,85**

Utalv 0,99** 0,88**

LL1: primeiro limiar de lactato; LL2: segundo limiar de lactato; Usim: Último estágio positivo do Talk Test; Utalv: Último estágio de dúvida
do Talk Test; PN: Primeiro estágio negativo do Talk Test . (**) Correlação significativa para o nível de significância de 0,01; (*)
Correlação significativa para o nível de significância de 0,05.

DISCUSSÃO

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  durante o exercício parece delimitar algumas
A partir do pressuposto de que a dificuldade na fala
zonas de transição quando associada ao LV, no presente estudo foi colocada à prova a hipótese
de que variáveis do Talk Test seriam boas preditoras dos limiares de lactato (LL1 e LL2) durante o
exercício máximo.
Ao analisarmos a relação entre o Talk Test e os limiares de lactato, não foram encontradas
diferenças significantes entre as intensidades absolutas e relativas e FC absoluta no LL2 e último
estágio de dúvida do Talk Test (Utalv). Esses achados indicam que o inicio da dificuldade na
produção da fala aconteceu concomitantemente à intensidade de referência da máxima fase
estável de lactato. Recentemente, Queen e Coons (2011) utilizaram a mesma metodologia do
presente estudo, com amostra similar, porém os testes foram feitos em esteira. Esses autores
reportaram que os valores de FC, VO2 e %VO2máx no limiar de lactato e no Talk Test (nos três
níveis) foram significativamente maiores que os do limiar ventilatório. Já os valores do Limiar de
Lactato foram similares aos do Talk Test no Usim e Utalv, o que corrobora em parte com os
achados do presente estudo no que diz respeito ao Utalv.
Os LV têm sido utilizados como estimativas não-invasivas dos limiares de lactato e, na maioria
das condições, ocorrem no mesmo domínio em exercício progressivo ou na mesma porcentagem
do VO2máx (JAMES et al., 1983; JONES e DOUST,1998; MCLELAN, 1976). Portanto podemos
perceber que assim como nos estudos anteriores, em nossos achados o último estágio de dúvida
do Talk Test (Utalv) foi um bom preditor de uma intensidade ótima para exercício aeróbio. Os
valores de FC correspondentes ao LL2 e Utalv também não tiveram diferenças estatisticamente
significativas suportando o principio de que o máximo estado estável de lactato sanguíneo e a
dificuldade na produção da fala pertencem ao mesmo domínio fisiológico. Em nosso modelo
teórico, a existência do limiar de frequência respiratória, como sugerido por Whalund (1948) e
demonstrado por James et al (1983), levaria a dificuldades na manutenção da fala normal. Esta
zona de intensidade existiria em função do aumento desproporcional da ventilação estar na
dependência do aumento abrupto da frequência respiratória (JAMES et al., 1983). A hipótese
prévia implícita é de que a partir do Talk Test seria possível encontrar a faixa de intensidade de
referência da máxima fase estável, o que dentro do escopo do presente estudo foi corroborada.

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Persinger et al (2004) demonstraram que valores de VO2 no LV não foram significativamente
diferentes do VO2 do Usim e do estágio de dúvida. Nos estudos de Dehart-Beverly et al (2000) e
Recalde et al (2002) com adultos jovens, não foram encontradas diferenças significativas no VO2,
%VO2pico, FC, %FCmáx no LV e no estágio de dúvida com correlação significativa entre estes. De
maneira similar aos achados do presente estudo, esses pesquisadores encontraram diferenças
significativas para todos os resultados entre LV e PN bem como LV e Usim. Voelker et al. (2002)
não encontraram diferença significativa entre VO2 no LV e VO2 no Usim e estágio de equívoco
(talvez) bem como correlação entre VO2 no LV e VO2 no Usim, Utalv e PN em pacientes com
doença cardíaca.
O interesse em comparar as variáveis do LL1 com valores do Talk Test, se fez necessário a partir
da ausência de análises comparativas que abordassem também o primeiro limiar de transição (LL1
ou LV1) na literatura. Além disso, as terminologias empregadas para diferenciar o primeiro e
segundo limiar de transição geram dúvidas de interpretação dos resultados. No presente estudo,
pode-se evidenciar que os estágios de dúvida estão próximos ao LL2 acima do LL1, e que o Usim,
ao contrário de hipótese prévia, não corresponde a intensidades próximas ao LL1 e ao contrário de
outros estudos (PERSINGER et al., 2004; VOELKER et al., 2002) encontra-se abaixo do LL2 .
Apesar de os resultados mostrarem que a potência, % da potência máxima, FC e %FCmáx no LL2 e
Utalv não apresentaram diferença significativa, apenas os valores de FC foram correlacionados.
Dehart-Beverley et al. (2004) demonstraram que quando os indivíduos não estavam mais aptos a
manter uma conversa confortável durante o exercício, a intensidade estaria por volta dos 90% da
FCmáx e serviria como um indicador de um limite para exercício aeróbio. Esses pesquisadores
relataram que no último estágio de dúvida do Talk Test os sujeitos estavam se exercitando em
média a 87,8% da FCmáx. Persinger et al (2004) mostraram valores de 89% em esteira e 82% no
cicloergômetro. Esses valores são muito próximos aos encontrados no presente estudo, onde os
sujeitos estavam em média a 86,3% da FCmáx no momento do Utalv. Além disso, as variáveis
derivadas do PN indicam que a percepção de impossibilidade em manter a fala confortável estaria

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acima do limite superior para exercício aeróbio de 90% da FCmáx corroborando com o resultado de
outros estudos (PERSINGER et al., 2004; VOELKER et al., 2002; DEHART-BEVERLY et al.,
2000). O %FCmáx encontrado (93,1%) é semelhante ao evidenciado por Persinger et al (2004), que
encontraram valores de 91,6% da FCmáx no PN em exercício incremental no cicloergômetro e
Volker et al (2002) que demostraram 94,8% em pacientes com doença cardíaca em esteira.
Portanto, podemos fortalecer ainda mais a premissa de que o Talk Test é um bom método para
delimitar a intensidade de exercício utilizando-se valores de FC de acordo com a faixa entre 55-
90% da FCmáx estabelecida pela ACSM (2000) como zona de treinamento aeróbio.
Com o intuito de controlar a intensidade de exercício aeróbio contínuo, Jeans et al. (2011)
submeteram 14 sujeitos treinados a 3 corridas de 40 minutos em velocidades correspondentes ao
estágio anterior ao último sim (USim-1), ao USim e Primeiro estágio de Dúvida (Talv-1). Foi
demonstrado que após 20 minutos de exercício, a FC e %FCmáx foram maiores durante o Talv-1
em comparação ao USim-1 e USim e permaneceram mais altas até o final do exercício. Durante
as três atividades, houve aumento significativo da FC e %FCmáx entre o 20o e o 40o minuto. Os
escores do Talk Test e da PSE aumentaram significativamente após 20 minutos de exercício na
velocidade do Talv-1 em comparação ao USim-1 e USim. Embora tenha ocorrido um desvio para
cima dos escores do Talk Test em todas as velocidades, tal que nem todos os sujeitos tinham a
fala confortável durante o USim-1 e USim, a magnitude do desvio foi pequena, e portanto, é
plausível afirmar que os sujeitos, em geral, estavam falando confortavelmente nestas duas
intensidades. Já no Utalv-1 nenhum sujeito conseguiu falar confortavelmente. Assim, foi possível
“traduzir” parâmetros derivados de um teste incremental para intensidades absolutas de exercício.
Em outro estudo (FOSTER et al., 2009) foi evidenciado que a FC durante exercício em estado
estável ou treinamento intervalado pode ser mais alta (desvio cardiovascular) que a predita a partir
do Talk Test durante o exercício incremental. Os autores ainda sugerem que existe uma
“downregulation” da intensidade absoluta de treinamento, em compensação ao desvio das
respostas fisiológicas que ocorrem durante o exercício submáximo prolongado. Essa
“downregulation” pode ser de ~10% da intensidade ou pelo menos um estágio. Quando os autores

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assumiram que o Talv-1 aproxima o LV2, a “downregulation” requerida para confirmar que a
intensidade absoluta de treinamento está abaixo do LV2 foi de 2 estágios, no caso o USim-1.
Assim, essa estratégia foi útil, pois os resultados da avaliação do exercício submáximo puderam
ser utilizados para definir uma intensidade absoluta de treino abaixo do LV, porém sem os
requerimentos técnicos de mensuração do LV em laboratório. Dessa forma, percebe-se que o
problema de predizer intensidades absolutas de treinamento a partir dos limiares metabólicos
obtidos em teste incremental reside no fato de haver um atraso nas respostas do método de
detecção (padrão de fala ou VE/[La]). Assim, a intensidade absoluta que produz a resposta
desejada durante o treinamento é constantemente mais baixa que a intensidade durante o
exercício incremental.
O presente estudo teve algumas limitações técnicas. Primeiro, o protocolo com estágios de 3
minutos fez-se necessário, pois entre 3-5 min é possível alcançar estados estáveis de FC e VO2.
Com isso as variáveis do Talk Test foram limitadas por 3 minutos de intervalo podendo ter afetado
a resolução temporal da relação com outras variáveis, os estágios de dificuldade na fala poderiam
ser mais precisos com maior variabilidade de valores de potência e melhor analisados com as
variáveis fisiológicas se o protocolo permitisse um maior número de estágios. Segundo, para a
determinação do Talk Test utilizamos um parágrafo que continha 24 palavras e 126 letras no total,
caracterizando uma passagem longa e provavelmente mais extensa do que seria comumente
falada durante o exercício. Esse método é similar ao de Persinger et al. (2004) e Recalde et al.
(2002) que adotaram uma passagem com 31 palavras e diferente do utilizado por Dehart-Beverly
et al. (2000) que utilizaram 101 palavras. E ainda, por se tratar de um método subjetivo, onde o
sujeito determinava o grau de dificuldade da fala, a real situação de comprometimento da
vocalização devido a parâmetros ventilatórios, talvez não foi bem elucidada e poderia ser avaliada
de forma menos subjetiva por outros avaliadores de acordo com uma escala de dificuldade
previamente elaborada. Outro ponto que deve ser questionado é se realmente os sujeitos
recitaram o parágrafo em voz alta, pois caso o tom de voz tenha sido baixo, os sujeitos poderiam

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se exercitar em uma intensidade maior, pois o aumento da frequência ventilatória, que ocorre no
LV, interfere no controle ventilatório que é necessário para a vocalização.
Diferentes metodologias têm sido adotadas para a avaliação da dificuldade de produção de fala
durante o exercício. Rotstein et al. (2004) utilizaram uma escala contendo 13 níveis de dificuldade
desde a fase caracterizada como “nada difícil falar” até “impossível falar”. Normann et al. (2002)
elaboraram um método de contagem do tipo um-mil, dois mil, três-mil, onde o último número
falado sem a necessidade de uma segunda inspiração era registrado. E a exemplo do presente
estudo, outros pesquisadores adotaram como metodologia o ato de recitar um parágrafo padrão e
a auto-avaliação da dificuldade de produção de fala em diferentes estágios do teste progressivo
(DEHART-BEVERLY et al., 2000; PERSINGER et al., 2004; ROTSTEIN et al., 2004) Portanto, a
comparação dos resultados entre os diferentes estudos torna-se difícil, uma vez que não existe
uma linha metodológica validada para a utilização da dificuldade de produção de fala como
determinante da intensidade de exercício.
Além do mais, algumas variáveis fisiológicas têm suas respostas alteradas durante o exercício
devido à produção de fala. Meckel, Rotstein e Inbar (2002) reportaram que o VO2 foi reduzido pela
produção de fala durante 3 intensidades de exercício devido a uma redução na ventilação para
manter um fluxo expiratório adequado para a fonação. A produção de fala também causou um
aumento significante na [La] durante a intensidade mais baixa, porém não alterou essa variável
em outras duas intensidades mais altas. Segundo esses autores, esse aumento na [La] pode
indicar uma maior utilização de fontes anaeróbias de produção energética com a produção da fala.
Estudos anteriores abordaram a eficácia do Talk Test como preditor da intensidade de exercício
em populações distintas como cardiopatas (BRAWNER et al., 2006) estudantes universitários
(DEHART-BEVERLY et al., 2000) e atletas (RECALDE et al., 2002). O presente estudo pode dar
ainda mais suporte a eficácia do Talk Test como preditor da intensidade de exercício pra
estudantes universitários ativos saudáveis, e ainda acrescentar um ponto de discussão na
literatura ao analisar a relação com limiares de lactato, uma vez que a maioria das pesquisas
utilizou somente parâmetros ventilatórios e valores de FC e VO2 para identificar em qual domínio

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fisiológico estaria o Talk Test. Além disso, a possibilidade de estimar a carga do segundo limiar de
lactato bem como intensidades de esforço de acordo com %FCmáx pode auxiliar treinadores e
demais profissionais que trabalham com o exercício físico na sua prescrição e monitoramento de
maneira simples e com baixo custo.

APLICAÇÕES PRÁTICAS
De acordo com os resultados apresentados, o Talk Test parece ser um bom método subjetivo
para estimar o segundo limiar de lactato e bastante válido para controle de intensidade de
exercícios aeróbios de maneira simples e sem custos adicionais. O último estágio de dúvida do
Talk Test parece acontecer em intensidades próximas ao inicio do acúmulo de lactato sanguíneo e
abaixo de 90% da FCMax. Assim, o treinador pode exigir que os atletas mantenham a conversa
confortável para intensidades abaixo do segundo limiar, conversa com algum desconforto para
intensidades correspondentes ou próximas ao limiar e conversa muito desconfortável ou
impossibilidade de fala para intensidades do domínio severo. Nas sessões de treinamento
contínuo e intervalado devem ser também avaliadas outras respostas psicofísicas, pois existe a
necessidade de se estimar a carga interna das intensidades derivadas do Talk Test em exercício
incremental.

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AUTHOR BIOGRAPHY
 
Name: Leonardo de Lucca

Employment: Analista de Esporte – Secretaria de Estado de Turismo,


Cultura e Esporte de Santa Catarina.

Degree: Bacharel em Educação Física e Esporte (UDESC); Mestre em


Ciências do Movimento Humano (UDESC)

Research interests: Fisiologia do Exercício, Treinamento Esportivo,


Avaliação Aeróbia, Futsal, Políticas Públicas para o Esporte, Gestão
Esportiva.

Email: leodelucca85@hotmail.com

Name: Fernando Roberto de Oliveira

Employment: Professor da Universidade Federal de Lavras – Departamento


de Educação Física

Degree: Doutor em Atividade Física e Esporte – Universidad Del Pais


Vasco, Espanha.

Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 3, p. 174-184, 2012 (ISSN 1981-6324)


Research interests: Avaliação Aeróbia e Anaeróbia, Testes de Campo,
Atletismo, Seleção e detecção de talentos.

Email: deoliveirafr@hotmail.com

Name: Lorival José Carminatti

Employment: Professor do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte –


Universidade do Estado de Santa Catarina

Degree: Doutorando em Educação Física – Universidade Federal de Santa


Catarina

Research interests: Cineantropometria, Avaliação Laboratorial e de


Campo, Testes Intermitentes, Treinamento Esportivo, Ciclismo.

Email: carminattilj@brturbo.com.br

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