Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FOTO CAPA
TECNOLOGIA EM
MEIO AMBIENTE
UNIDADE 1
TECNOLOGIA E O PENSAMENTO
CIENTÍFICO NA HISTÓRIA
De forma simplificada, tecnologia pode ser entendida como: o estudo da técnica e da habili-
dade do fazer que dispõe uma sociedade em qualquer fase histórica.
Não se pode, assim, ignorar o fato de que o desenvolvimento tecnológico está associado
ao Pensamento Científico. Porém, antes de definir o Pensamento Científico, deve-se
entender como pré-requisito o Princípio Socrático da Aceitação do ser humano da
própria ignorância, pois o conhecimento do cientista termina onde sua ignorância come-
ça e, assim, cria-se a necessidade de estudar e descobrir. A própria figura do cientista,
nesse contexto, se apresenta e se define por aquele que busca o conhecimento.
10
Produção tecnológica e seus impactos U1
ia e
H
og d
ab test
s
al so
ilid ar
an u
ad hip
e do
e ót
as e
de es
or ad
áf id
ge es
Pensamento
et c
m apa
ra
Científico
re
C
Desenvolver e utilizer
ferramentas na resolução
de problemas
Fonte: elaborada pelo autor
Importante
Lembre-se que, a contagem dos séculos no período antes de Cristo, ou seja, a.C. é decrescente.
É possível também realizar alguns paralelos com a produção tecnológica que está sem-
pre ampliando seu domínio sobre as áreas do planeta, pois, o homem coletor da Pré-
-História teve seus hábitos modificados pela produção tecnológica. Nesse momento, a
prática de caça e coleta deixa de ser feita de forma natural e instintiva e se inicia a caça
racional, com o uso de técnicas desenvolvidas e seus ensinamentos.
Fonte: 123rf
As ferramentas, desde então, são tecnologias revolucionárias que serviram e servem
para promover o acesso e a facilitação dos recursos necessários para a sobrevivência
e recursos capazes de oferecer o conforto na existência em sociedade. Assim, a vida
do homem muda cada vez mais, ferramentas são feitas de metais, e novos metais são
descobertos e, até mesmo, aprimorados, como é o caso do ferro e do aço. O homem se
apresenta forjando sua própria sobrevivência, absorvendo o conhecimento do mundo
para sua adaptação ao ambiente.
Por último e não menos importante, assim como não possui a intenção de extinguir a
análise das diversas tecnologias que surgiram no período pré-histórico, é preciso destacar
o fogo como tecnologia que foi capaz de alterar a forma de viver da sociedade. O fogo se
tornou ferramenta para iluminar os ambientes escuros, para afugentar os animais ferozes
e propiciou uma mudança no hábito alimentar ao permitir o cozimento dos alimentos.
caso de guerras, eles poderiam ser lançados contra navios maiores, pois sua grande
velocidade e proa pontiaguda (frente do navio) eram capazes de perfurar seus cascos.
Outra civilização de destaque são os Egípcios, que controlavam as cheias do rio Nilo,
que trazia às terras egípcias o Húmus, ou seja, um material orgânico que fertilizava o solo
propiciando plantio e fartas colheitas. No entanto, nas cheias do rio Nilo, popularmente,
eram concebidas como um ritual cíclico da deusa Isis de luto pela morte de Osíris, onde
suas lágrimas criariam a cheia. Heródoto comprovou que esse fato era falso ao observar
que as cheias aconteciam após o desgelo da neve nas montanhas ao sul do Egito.
Essa forma de pensamento provavelmente não foi exclusiva de Sócrates, ela poderia ter
vindo, inconscientemente, para outros, mas ele foi o primeiro a organizar e praticar conscien-
temente esse pensamento científico.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/
d9/Via_appia.jpg. Acesso em: 14 dez. 2020.
No auge do poder de Roma foram construídos cerca de 85.000km de estradas que liga-
vam a capital às fronteiras mais distantes do império. Irradiavam de Roma 29 grandes
estradas militares, das quais a mais conhecida é a via Ápia, que se estendia por 660km
e chega a ter 10 metros de largura em certos trechos.
Nesse período, pode-se lembrar do Império Mongol, quando Gengis Khan iniciou uma
grande rota de comércio e comunicação internacional. A comunicação tomou veloci-
dade, segundo Weatherford (2010), a notícia de uma morte foi levada da Mongólia a
Budapeste em apenas três semanas, em 1241, o que é impressionante, pois se trata de
uma distância de mais de 6.000km.
estação e pegar de volta em outra. O império Mongol aprendeu a fazer vidro com os
iranianos, e o Irã aprendeu a fazer pólvora com os Mongóis. Dessa maneira, ocorreu
uma certa união das civilizações importantes da época ao se permitirem efetuar trocas
de tecnologia.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gengis_
Khan#/media/Ficheiro:Genghis_Khan.jpg.
Acesso em: 29 mar. 2021.
Durante a Idade Média, na Europa, ocorreu um recuo dos habitantes das cidades para o
campo devido às invasões bárbaras que ocorriam nas cidades. Isso levou a devastação
de áreas de bosques e florestas. O homem medieval devastou as florestas em busca de
madeira, promovendo o esgotamento de uma série de reservas minerais. Porém, ao in-
vadir o meio natural, o homem se tornou suscetível a uma série de doenças endêmicas
desse ambiente selvagem, que não os atingiam no meio urbano, como o vírus Ebola.
Por sua vez, a sustentabilidade deixou de existir no processo de avanço da civilização,
já que os recursos naturais eram abundantes e disponíveis.
Figura 06. René Descartes A partir desse período histórico, a Revolução In-
dustrial teve seu estopim, além disso, também foi
o início da crise ambiental no mundo, pois ainda
não se considerava as consequências do desen-
volvimento das tecnologias em relação aos recur-
sos utilizados em tecnologias e produtos.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, ocorre a Polarização da economia, por meio
da disputa EUA X URSS (capitalismo x socialismo). O mundo Bipolar chega ao fim
quando o homem pisa na lua. Contudo, nesse processo, o desenvolvimento de novas
tecnologias avança velozmente e o acesso às novas tecnologias torna-se cada vez
mais popular. O mundo Multipolar tem início e o desenvolvimento tecnológico chega a
sua maturidade, mas não em seu fim.
SUSTENTABILIDADE
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) foi criado pela Lei Federal nº
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre este órgão, acesse o link disponível em: http://www2.mma.gov.
br/port/conama/. Acesso em: 15 jan. 2021.
Primavera Silenciosa (Silent Spring), de Rachel Carson, em 1962, foi a primeira obra a
detalhar os efeitos adversos da utilização dos pesticidas e inseticidas químicos sintéti-
cos, iniciando o debate acerca das implicações da atividade humana sobre o ambiente
e o custo ambiental dessa contaminação para a sociedade humana. Essa obra causou
um despertar para as questões relacionadas à natureza, e os países passaram a teste-
munhar desastres ambientais em seus próprios territórios.
De 1953 até 1997, 12.500 pessoas foram diagnosticadas com o “Mal de Minamata”.
Assim, a doença que degenera o sistema nervoso, provocada pelo despejo de efluentes
industriais, sobretudo mercúrio, contaminou o pescado da região, na Baía de Minamata,
no Japão.
No ano 2000, a Baía de Guanabara sofreu com um grave vazamento de óleo, em que
um navio petroleiro e cerca de 1 milhão de litros de óleo foram derramados. Nesse caso,
o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
aplicou multas à Petrobras, que totalizaram em cerca de R$ 52 milhões, pelos danos
causados a fauna e flora local.
O efeito estufa é um fenômeno natural que possibilita a existência de vida na Terra, esse
fenômeno, por sua vez, é caracterizado pela presença de vapor de água e gases na
atmosfera, elementos que absorvem parcialmente a radiação solar e mantêm a tempe-
ratura média do planeta próximo a 15ºC.
Sendo assim, o aquecimento do planeta por meio do efeito estufa é natural, no entanto,
o fato que não é natural é a intensificação dessa temperatura, isto é, do efeito estufa. A
essa intensificação convencionou-se chamar de Aquecimento Global, que é ocasionado
pela liberação de gases de efeito estufa por meio da queima de combustíveis fósseis e
áreas florestais e, também, pelas atividades industriais.
Fonte: 123rf
Nesse sentido, determinou-se que uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corres-
ponde a 1 crédito de carbono. Com esse crédito, o país poderá realizar negociações
internacionais. Além do dióxido de carbono, existem outros gases que também podem
ser reduzidos e serem transformados em créditos de carbono, para essa conversão
utiliza-se do conceito de Carbono Equivalente.
Um último contraponto está no fato de que o país determina a sua meta de emissão de
Gases de Efeito Estufa (GEE) e, também, determina o quanto foi lançado na atmosfera, ou
seja, os países que tiverem uma emissão abaixo da quantidade permitida poderão vender
essa sobra para outros países que desejam emitir gases além dos limites estabelecidos.
Nesse contexto, o Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam
desse mercado, com cerca de 5% do total mundial. Esse mecanismo incentivou a criação de
novas tecnologias para a redução das emissões de gases poluentes no Brasil.
Além disso, há outro grupo mais tímido de pesquisadores mais céticos em relação as
consequências do Aquecimento Global, esse grupo propõe a tese que o planeta ao lon-
go de sua história passou por vários momentos quentes e frios, sendo que o último ciclo
quente do passado não está relacionado com as ações humanas, já que a interferência
humana existente no passado era quase nula. Nesse sentido, as mudanças climáticas
estariam associadas aos fenômenos externos, como manchas solares, e fenômenos
internos, como vulcanismos. Para os céticos, uma evidência desse ciclo está no fato de
que, entre os anos de 1998 e 2007, a temperatura do planeta diminuiu, mesmo existindo
uma imensa concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
Dessa forma, podemos observar que tratar sobre aquecimento global é um desafio,
logo, é preciso ponderações cientificas e políticas e, acima de tudo, equilíbrio, pois o
meio ambiente está sofrendo em diferentes aspectos com as ações humanas, por isso,
é preciso rever nossos hábitos e comportamentos. Por fim, é necessário cuidar do pla-
neta que é a casa da humanidade.
Figura 09. Timeline (Linha do Tempo)
Fatalismo
x
Ceticismo
Futuro
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BRASIL. Resolução Conama nº 001, de 23 de 6. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. De-
janeiro de 1986. Disponível em: http://www2.mma. claração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente
gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso Humano. In: Anais Conferência das Nações Uni-
em: 29 mar. 2021. das sobre Meio Ambiente Humano. Estocolmo, 6p.,
2. DENNETT, D. Consciousness Explained. Nova 1972. Disponível em: https://www.nescon.medicina.
York: Little, Brown & Company, 1991. ufmg.br/biblioteca/imagem/2167.pdf. Acesso em: 5
abr. 2021.
3. HOBSBAWM, E. J. Mundos do trabalho: novos 7. SMITH, R. Aristotle’s logic. The Stanford En-
estudos sobre história operária. Rio de Janeiro: Paz cyclopedia of Philosophy. Stanford, 17 fev. 2017.
Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/
e Terra, 2000. fall2020/entries/aristotle-logic/. Acesso em: 5 abr.
2021.
4. MITHEN, S. A pré-história da mente: uma bus-
8. THOMPSON, E. P. A formação da classe ope-
ca das origens da arte, da religião e da ciência. São rária inglesa: a árvore de liberdade. Rio de Janeiro:
Paulo: Unesp, 2002. Paz e Terra, 1989.
5. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. 9. WEATHERFORD, J. Gêngis Khan e a formação
Declaração do Rio de Janeiro. Estudos Avançados. do mundo moderno. Rio de Janeiro: Bertrand Bra-
vol.6 no.15 São Paulo May/Aug. 1992. Disponível em: sil, 2010.
https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200013.
Acesso em: 14 dez. 2020.