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FACULDADE UNINASSAU

INGRID MAGNÓLIA FERREIRA NÓBREGA DINIZ

INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I NAS ESCOLAS PÚBLICAS:


PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE ENSINO

JOÃO PESSOA, PB
2018
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INGRID MAGNÓLIA FERREIRA NÓBREGA DINIZ

INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I NAS ESCOLAS PÚBLICAS:


PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE ENSINO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação em
Pedagogia da Faculdade UNINASSAU,
como requisito para obtenção do título de
Licenciatura em Pedagogia.
Orientador: Prof. Dr. Ronilson Ferreira dos
Santos

JOÃO PESSOA, PB
2018
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TERMO DE APROVAÇÃO

INGRID MAGNÓLIA FERREIRA NÓBREGA DINIZ

INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I NAS ESCOLAS PÚBLICAS:


PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE ENSINO

Monografia aprovada, como requisito parcial à obtenção do grau de licenciado (a)


em Pedagogia – UNINASSAU, pela seguinte banca:

Aprovado (a) em _____________/______________/__________

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ronilson Ferreira dos Santos - orientador

Prof.ª Dra. Fabíola Nóbrega Silva - Examinador I

Prof.ª. Dra. Tatiana de Medeiros Santos Examinador II

JOÃO PESSOA, PB
2018
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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a Deus que me ajudou a chegar ao final desse curso, a
minha família que me apoiou e foi um suporte para conseguir chegar até onde
cheguei e a todos que me ajudaram de alguma forma, seja com palavras ou com
qualquer outra atitude positiva.
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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me iluminou nas palavras dessa monografia e por ter me ajudado a
chegar até o final desse curso.

A minha mãe que foi usada por Deus para me motivar a continuar o curso e que me
ajudou a enfrentar as situações que achava difíceis no decorrer do curso.

A minha irmã Ionara, que ajudou no aconselhamento dessa monografia e aos


demais membros familiares que, de alguma forma, me ajudaram no decorrer desses
quatro anos.

Ao meu orientador, pela motivação com palavras positivas, contribuindo na


realização dessa monografia, direcionando o meu pensamento, sanando as duvidas
e ainda por ser uma pessoa que transmite simpatia, carisma, confiança.

Aos meus professores, por me mostrar, durante o curso, atitudes tanto positivas
quanto negativas e me fazer refletir a respeito do tipo de profissional que almejo ser.

Aos professores que passaram no curso de pedagogia e por um motivo ou outro não
chegaram no final do curso, mas marcou também por sua grande eficiência.

Aos meus colegas de sala, por suportar os meus questionamentos em quase todas
as aulas.

E a todos aqueles que passaram na minha vida, que me ajudaram para a realização
dessa monografia e me desejaram sucesso na carreira profissional.
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RESUMO

Estudantes brasileiros que estão terminando o ensino médio sabem que, ao concluí-
lo, terá que realizar o ENEM. O mesmo serve, hoje em dia, para medir o
conhecimento dos alunos, tanto os de escolas públicas como os de escolas
particulares, tendo como razão principal a sua aptidão para continuar a próxima
etapa, a faculdade/universidade. Todavia, para conseguir ingressar nesse campo de
ensino, o aluno necessitará obter um resultado que permitirá a sua entrada. Na
prova, existem várias disciplinas que o aluno precisa ter domínio. Dentre elas está a
parte de línguas estrangeiras. Nessa parte o candidato pode escolher entre duas
opções, inglês ou espanhol. Grande parte dos brasileiros escolhe a língua
espanhola. Todavia, quando se fala de percentual de acertos, a língua inglesa sai na
frente. Sabendo dessa importância mais o ENEM, as escolas particulares estão
aderindo a esse ensino desde cedo e as de escolas públicas começam a ser
lecionadas a partir do sexto ano do ensino fundamental II. De certa forma, os alunos
de escolas particulares saem na frente daqueles que estudam em escolas públicas.
Sendo assim, essa pesquisa classifica-se como bibliográfica básica, visto que busca
discutir o conhecimento científico centrada na educação. Para se chegar nessa
observação, o uso dos Parâmetros Curriculares Nacional, do ensino fundamental I e
II e do ensino médio, como também referências de autores como Berger (2014)
Pereira, Perez (2011), serão de suma importância para a realização. Então, se
mostra com neste estudo que aqueles que estão na rede particular tem um ensino
diferente do público e que os mesmos merecem ter uma grade curricular similar dos
daqueles que estão tendo um ensino pago como forma de, ao chegar no ENEM, se
ter uma avaliação justa, já que nas demais disciplinas o aluno, tanto de escola
particular como publica, tem disponível, exceto línguas estrangeiras.

Palavras-chaves: Língua estrangeira. Educação infantil. Escolas públicas. Inglês.


Aprendizado.
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ABSTRACT

Brazilians students, who are finishing the high school, know that they have to do the
National High School Exam. It measures , nowadays, the knowledge of the ones
who study at a public and private school, having as a main reason to check if they
are able to go to the next level of the student career, college/university. However, in
order to get into the college, the students have to get the necessary final result that
will allow them to continue the next step of their academic career. On the exam, there
are many subjects that will request them a certain high level of knowledge about
whatever it is. Among many subjects there is foreign language part. The student has
the right to choose between English or Spanish on the test. But most part of the
Brazilians students choose to take the Spanish part on ENEM. When it comes to the
percentage of right answers, English is the subject which has the high number of
right answered questions. Knowing that English is important for both, job and
academic career, plus the ENEM, private schools is teaching this subject starting
from the elementary school while public schools start teaching it from middle school.
Somehow students from private schools have more advantages than the ones who
study at public schools. So, seeing this inequality, this monograph wants to develop a
basic research because it aims to discuss the scientific knowledge on education. To
get to this result, the Brazilian Curricular Parameters of the elementary to high
school, plus some more bibliographical references as Berger (2017), Pereira, Perez
(2011) and some other references searched on articles will be helpful. This
monograph intends to show that those who are in public school deserve to have the
same subjects of the ones who is in private school as a way to get a fair result when
they are going to take the test, knowing that the student, both from the private and
public school, has the same subject available to everyone but foreign languages.

Key-Words: Foreign language. Children education. Public school. English. Learning.


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SIGLAS

PCN – Parâmetro Curricular Nacional


PCNEF – Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Fundamental
PCNEM – Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Médio
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 09
2 PARÂMETRO CURRICULAR NACIONAL: UMA ABORDAGEM
DESCRITIVA.................................................................................................... 12
3 O APRENDIZADO NUM CONTEXTO BIOLÓGICO.................................... 16
4 A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO PROCESSO DE ENSINO
......................................................................................................................... 18
4.1 O CONTEXTO ACADÊMICO .................................................................... 19

4.2 O CAMPO DE TRABALHO ....................................................................... 22


CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 26
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 28
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1 INTRODUÇÃO
A aquisição de um segundo idioma, nos dias de hoje, é algo fundamental para
todos que desejam, de alguma forma, ter uma boa carreira ou um bom emprego.
Numa entrevista de trabalho, é questionado se a pessoa tem um idioma além da
língua materna e, caso a mesma tenha, já tem um atrativo a mais para que seja
contratada. Então, é importante que o indivíduo tenha o domínio de um idioma nem
que seja de forma básica ou intermediária.

Todavia, esse tipo de educação, na qual o inglês foi incluso na grade


curricular desde o infantil, acontece nas escolas particulares. Porém, as crianças que
estudam em escolas públicas têm certa desvantagem em relação a esse tipo de
ensino, as mesmas começam a ter um contato, dentro da escola, a partir do sexto
ano do ensino fundamental II, dificultando a sua habilidade com a língua, obtendo no
futuro, menor pontuação no ENEM, já que o mesmo tem questões de idiomas.
Assim, essa falta do componente de língua estrangeira no fundamental I para os
alunos de escola pública, vai gerando um déficit que, apesar de no ensino médio os
mesmos terem o ensino de inglês, não se faz suficiente para concorrer de forma
igualitária com aqueles alunos do ensino particular.

Para obter esse resultado, os objetivos específicos contemplam descrever os


Parâmetros Curriculares Nacionais de todo o ensino da escola brasileira desde o
Ensino Fundamental I até o Ensino Médio, como também apresentar fatores
biológicos, os quais tentam expor a facilidade da criança de ter mais abertura para
assimilar o conteúdo na primeira infância, ou seja, nos seis primeiros anos de idade
e, por fim, valorizar a inclusão do ensino da língua inglesa como fator favorável ao
aprendizado e formação do aluno de escola pública.

Entretanto, o aporte teórico que norteará este estudo pontua as contribuições


de Berger (2017), de PEREIRA, PEREZ (2011) e das diretrizes normativas do ensino
(PCNs).

Sendo assim, essa pesquisa visa ressaltar a compreensão de que aqueles que
estudam em escolas públicas merecem ter um ensino da língua estrangeira desde
as series iniciais, pois nessa fase da infância as crianças tem mais facilidade para
aprender o idioma e, por fim, a importância que a língua tem na vida pessoal e
acadêmica.
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No que concerne aos procedimentos metodológicos, está pesquisa classifica-


se como básica, visto que busca discutir o conhecimento científico da aprendizagem
de um idioma, como mostra Berger (2014), Pereira, Perez (2011) e outros centrados
na educação. Por essa razão, o estudo tem caráter subjetivo por trabalhar as
particularidades do objeto pesquisado e pontuar experiências individuais, dando a
esta pesquisa um tratamento qualitativo.

Logo, estando o objeto definido enquanto fenômeno no processo do ensino da


língua estrangeira, consideramos esta pesquisa explicativa porque discutiu e
aprofundou o fato de uma dada realidade.

Para tanto, usamos como técnica a pesquisa bibliográfica, uma vez que
pautamos o estudo em documentos oficiais, artigos pesquisados na internet e livros
de abordagem específica ao tema desenvolvido, que serviram de base para a
investigação.

Nesse sentido, a pesquisa apresenta a seguinte divisão:

No capítulo dois - Um olhar sobre os Parâmetros Curriculares - cuidamos de


um dos documentos que o professor tem a seu favor para fazer que a sua aula se
torne mais eficiente, o PCN. Logo depois, analisamos o Parâmetro Curricular do
Ensino Fundamental II, que relata a introdução de línguas estrangeiras nas escolas
e também os fatores que os motivaram a escolher determinado idioma para ser
aplicado em sala. E por fim, debatemos sobre o Parâmetro Curricular do Ensino
Médio, onde se tem a consciência de que o aluno foi privado do conhecimento dessa
língua tão importante e que busca agora compensar o tempo perdido, todavia sem
muita qualidade.

Já no terceiro capítulo – O aprendizado no contexto biológico – conversamos


em razão do motivo pela qual o individuo aprende melhor o conteúdo nos primeiros
anos de idade, ou seja, mostramos a facilidade que o mesmo tem para assimilar o
que está sendo lecionado quando se é mais jovem, citado por BERGER (2014),
Lennenberg (1967) apud Pereira e Perez (2011) e alguns outros estudiosos da área
da infância como forma de expor essa facilidade de aprendizagem idiomática
quando se é criança.

O quarto capítulo – A importância da inclusão da língua estrangeira – examina-


se a relevância de incluir um ensino de língua estrangeira no que diz respeito ao
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fator acadêmico. Para isso, começamos mostrando o que é o ENEM, para que ele
serve e qual o objetivo do mesmo na vida acadêmica dos estudantes brasileiros.
Logo em seguida, comparamos o ensino de idiomas nas escolas públicas e
particulares no que diz respeito à preparação dos alunos para a prova de conclusão
do ensino médio. E, por fim, na perspectiva do mercado de trabalho, expondo a
importância do aprendizado dessa língua quando o individuo vai à procura de um
emprego e ressaltando o peso que o idioma tem nos dias de hoje.

Portanto, levantamos o seguinte questionamento: quais entraves existem no


ensino público que não permitem o ensino da língua estrangeira a partir da
educação infantil, uma vez em que esse ensino se faz presente na escola particular?
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2. PARÂMETRO CURRICULAR NACIONAL: UMA ABORDAGEM DESCRITIVA

Um dos principais meios do docente ter o seu norte quando diz respeito à
educação é o PCN. Esses parâmetros orientam o professor a respeito do que irá
propor ou ensinar em sala de aula. Para se obter uma melhor compreensão a
respeito do tema, “os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial
de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País [...]”. (PCN,
1997, p.13)

De acordo com o próprio documento, ele é utilizado como um meio de


melhoria e como investimento educacional, ou seja, uma forma de garantir uma
educação de qualidade a todos como também de orientar essa qualidade educativa.

Todavia, quando se fala sobre o ensino de um idioma e da inclusão de uma


nova língua estrangeira ocorre uma ausência no PCN do ensino fundamental I, uma
série na qual seria adequado ter um contato com a língua, como nos mostra Berger
(2017) em seu livro O desenvolvimento da Pessoa. A autora alega que a primeira
infância é um bom momento para assimilar uma nova língua.

Quando falamos do ensino privado, nos vem à mente que na escola privada
existe uma educação de qualidade. De fato, o ensino privado solicita do aluno uma
atenção redobrada para a matéria que está sendo ensinada em sala e, também, os
pais dos alunos dessas escolas investem e ficam atentos quanto à aprendizagem do
seu filho para que seja de forma eficiente e para que a sua criança aprenda com
precisão o conteúdo.

Quanto ao ensino de línguas estrangeiras e da sua legalidade para inserir-se


na grade curricular das escolas, não existe uma lei que afirme que a escola particular
adquira esse ensino bilíngue a partir de uma série indicativa, como existe na LDBEN
(9394/96) a respeito da escola pública. O artigo 209 da Constituição Federal alega
que “[...] o ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - Cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo poder público”,


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Ou seja, se fala a respeito do que é necessário para que a escola seja aberta
e não do ensino da língua estrangeira na grade curricular.

Em contrapartida, a lei 9394/96 (LDBEN) no artigo 26, inciso 5, nos mostra


que “[...] no currículo do ensino fundamental, a partir do sexto ano, será ofertada a
língua inglesa”, deixando claro a partir de que ano será inserido esse tipo de
componente.

Ao ler o PCN (1998) do Ensino Fundamental II, podemos encontrar o ensino


de língua estrangeira. O próprio documento vai nos mostrar a importância do ensino
da língua para o aluno, ao alegar que

[...] a aprendizagem de leitura em Língua Estrangeira pode


ajudar o desenvolvimento integral do letramento do aluno. A
leitura tem função primordial na escola e aprender a ler em
outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como
leitor em sua língua materna (PCNEF, 1998, p 20).

Tendo ciência de que uma língua estrangeira poderá ajudar no


desenvolvimento integral do letramento do aluno, fica-se clara a importância e a
relevância que esse componente curricular tem para o aluno em formação, por mais
que o mesmo documento nos mostre mais a frente que a língua estrangeira no
âmbito oratório, ou seja, no que se diz respeito à fala não seja tão importante para o
que chegue a ser necessário, nesse caso os vestibulares, e que, também, exponha
a situação didática e da realidade que os profissionais da disciplina de língua
estrangeira encontram como, por exemplo, resumir o conteúdo ao quadro negro, giz
e, também, pelo fato de ter professores com uma eficiência na língua
consideravelmente baixa.

Todavia, vale ressaltar o ano em que foi escrito o referido documento: 1998.
Felizmente, o professor hoje em dia tem a sua disposição vários recursos materiais
como, por exemplo, o aparelho eletrônico mais popular entre os jovens e até entre
as crianças que é o celular.

O Parâmetro Curricular vai nos ajudar a escolher uma língua estrangeira


especifica para ser aprendida em sala de aula. E também vai nos mostrar que para
ter um ensino de uma língua estrangeira, temos que ter como base três fatores
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essenciais para a escolha do idioma que irá ser aplicado em sala de aula. E os
fatores são: históricos, relativo à comunidade local e, por fim, à tradição.

No que diz respeito ao fator histórico, o PCN (1998) expressa que esse fator
leva em conta a história que há por trás da língua, como por exemplo, o Inglês. O
parâmetro nos mostra quando o inglês atingiu o apogeu, cuja forte ascensão foi na
Segunda Guerra Mundial e nos informa que ela é a língua mais falada no mundo.

Já no fator relacionado à comunidade local, o documento expõe que devemos


nos preocupar com os demais cidadãos no país de origem, como a comunidade
surda e a indígena. Porém, como hoje em dia as escolas públicas já aderem ao
ensino de Libras e a indígena é muito restrita à comunidade, não se faz urgente ser
aprendido em sala de aula, como acontece com a Libras ou inglês.

E, por fim, o terceiro e último fator vai falar sobre a tradição. A tradição nos
mostra o papel que determinada língua tem desempenhado em suas relações
culturais entre os países. O parâmetro do ensino fundamental II, usa como exemplo
o francês, mas a importância do inglês é mais notória quando olhamos a nossa volta.
O inglês está atualmente, tão intrínseco no dia a dia que basta olhar para a forma
que as pessoas costumam falar, como por exemplo, a palavra brother, que já há
compreensão do significado, independentemente do nível acadêmico ou social.

O parâmetro relata que a importância de aprender a língua estrangeira está


relacionada, também, aos vestibulares. O mais conhecido é o ENEM, o Ensino
Nacional de Ensino Médio.

Ao acessar o documento nacional do ensino médio nos deparamos com uma


ressalva muito importante:

No âmbito da LDB, as Línguas Estrangeiras Modernas recuperam, de


alguma forma, a importância que durante muito tempo lhes foi negada.
Consideradas, muitas vezes e de maneira injustificada como disciplina
pouco relevante, elas adquirem, agora, a configuração de disciplina tão
importante como qualquer outra do currículo, do ponto de vista da formação
do individuo. (PCN Ensino Médio, p 25, 2000)

O documento relata que o ensino dessa língua é importante para o aluno e


fala que a mesma foi negada e que agora quer repor o tempo perdido. De fato há um
tempo perdido em comparação aos que estudam em escolas particulares, que tem
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esse contato conforme Berger (2014), desde a primeira infância, ou seja, desde os
cinco primeiros anos.

Diante desse fato citado, o PCN (2000) visa correr atrás do tempo perdido,
mas tendo consciência de que não será com a mesma qualidade que deveria ter,
nos mostrando que de fato ocorre certa desigualdade educacional, pois se os
alunos, tanto de escolas particulares como públicas, vão realizar uma prova com as
mesmas questões, seria justo ambos terem a mesma qualidade de ensino e os
mesmos componentes como forma de igualdade a todos.

Outro ponto importante que vale ser ressaltado é o contexto da época para
inserir o ensino de algum idioma estrangeiro. De acordo com o PCN-EM

Evidentemente, não se chegou a essa situação por acaso. Além da carência


de docentes com formação adequada e o fato de que, salvo exceções, a
língua estrangeira predominante no currículo ser o inglês, reduziu muito o
interesse pela aprendizagem de outras línguas estrangeiras e a
consequente formação de professores de outros idiomas. Portanto, mesmo
quando a escola manifestava o desejo de incluir a oferta de outra língua
estrangeira, esbarrava na grande dificuldade de não contar com
profissionais qualificados. Agravando esse quadro, o país vivenciou a
escassez de materiais didáticos que, de fato, incentivassem o ensino e a
aprendizagem de Línguas Estrangeiras; quando os havia, o custo os tornava
inacessíveis a grande parte dos estudantes. (PCN Ensino Médio, p 25,
2000)

Esse tipo de pensamento ainda é recente. Muitos alunos de escolas públicas


não veem um sentido para estarem aprendendo uma língua estrangeira, sem contar
com os preconceitos com a língua que passam de geração em geração, alegando
que o inglês é uma língua difícil e/ou até mesmo perguntando-se “por que eu vou
aprender essa língua?” e conclui essa fala com essa frase “Não falo nem português
direito imagina inglês?!”.

Esse tipo de fala tem que ser quebrado. É importante que os alunos tenham
consciência de que aprendendo esse idioma mais os demais componentes
curriculares e o seu esforço para obter uma boa nota, vão levá-los a uma boa
pontuação no ENEM e, consequentemente, será algo positivo no que tange ao ramo
de trabalho, já que precisamos, hoje em dia, de uma língua estrangeira.

Outro fator que se torna preocupante quando se diz respeito ao ensino de


línguas estrangeiras no Ensino Médio é que devido à falta de interesse e, até mesmo
falta motivação do ensino, tanto por parte do aluno como do professor, o PCN-EM
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(2000) relata o que acontece no Ensino Médio nos dias atuais que é o estudo dos
ensinos gramaticais, repetição de palavras, memorização, de forma
descontextualizada, etc.

Como afirmação desse fato relatado pelo parâmetro existe pessoas nativas da
língua inglesa que ensinam a sua língua materna para outras pessoas de outros
países em um site de plataforma digital conhecido mundialmente, o YouTube. Esses
professores nativos da língua lembram aos que estão assistindo que muitas vezes
são ensinados para aqueles que estão aprendendo não da forma “errada”, mas de
uma maneira de falar que não se aplica na realidade, ou seja, as pessoas nativas da
língua não costumam falar daquela determinada forma que é ensinada para os
brasileiros na sala de aula. Esses mesmos professores aconselham para quem os
assistem que, fiquem imersos no inglês, seja ouvindo musicas, assistindo séries em
inglês e com legendas no idioma, e até a lerem coisas que gostem, objetivando
familiaridade com o idioma, essa atitude é positiva até para aqueles que irão fazer o
ENEM.

Para a prova do ENEM é necessário que o aluno tenha domínio da leitura de


textos, que saiba compreender o que está lendo e saiba interpretá-lo para responder
de forma correta. A mesma coisa se dá com a língua portuguesa. É necessário que,
para se obter uma boa interpretação textual, a leitura seja constante na vida pessoal.
Por fim, o PCNEM vai finalizar mostrando as habilidades que o aluno deve obter no
final do ano letivo.

Nesse sentido, podemos ver que devido à falta do ensino da língua inglesa
nas séries que iniciam a jornada acadêmica do aluno, muitas vezes não tem como
repor essa falha, seja por qual motivo for, falta de estimulação para aprender o
conteúdo, recursos e materiais reduzidos, professores não qualificados, etc. Desse
modo, percebe-se como as escolas particulares optam por investir cedo nesta língua
estrangeira, enquanto os alunos da escola pública esbarram na falta de legislação
que obrigue os nossos governantes a instituí-la nas séries iniciais.
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3 O APRENDIZADO NUM CONTEXTO BIOLÓGICO

De acordo com o Dicionário do Aurélio, a língua materna é a língua relativo à


pátria. Porém, existem casos em que o pai fala um idioma e a mãe fala outro.
Sabendo dessa realidade, a criança pode adquirir o conhecimento nas duas línguas.
Então esse indivíduo é considerado uma pessoa bilíngue.

O bilinguismo, segundo estudiosos da área, como Cristina Flores, diretora do


Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos na Universidade do Minho, em
Portugal, mostra que a definição de bilinguismo "Para alguns autores [...] significa ter
a necessidade de usar duas (ou mais) línguas no seu dia-a-dia, independentemente
da idade ou do contexto em que adquiriu essas línguas". Ou seja, se a criança tem
pais e familiares que falem português e ela consegue falar com eles normalmente,
essa pessoa tem fluência em uma língua.

O termo usado para aquele que fala apenas um idioma é monolíngue. Se


essa mesma pessoa tem amigos que moram na França e consegue falar com eles
em francês, ela é fluente em francês. Sendo assim, essa pessoa já não é mais
monolíngue e, sim, bilíngue. Porém, quando a pessoa fala mais de dois idiomas, fala
três idiomas, se torna trílingue. Já o poliglota fala mais de três idiomas.

Para aprender um idioma, caso a pessoa não tenha nascido com pais que
falem outra língua, além da regional, pode ser uma coisa fácil ou complicada, tudo
dependerá do que irá motivar a mesma.

Os jovens de escolas particulares, majoritariamente, são motivados pelos pais


que podem sair com os seus filhos para outro país onde as pessoas falam outro
idioma e assim faz-se necessário a aprendizagem dessa língua.

Por outro lado, os jovens de escolas públicas, de forma geral, faz com que a
aquisição dessa língua se torne mais difícil devido ao seu dia a dia, que exige deles
maior atenção ao trabalho e, quando os pais priorizam a formação acadêmica dos
mesmos, a conclusão do ensino básico.

Mas vale ressaltar que devido a essa exigência de trabalho para o seu
sustento familiar, alguns chegam até a abandonar os estudos para poderem ter o
básico para sobreviver.
19

Sabendo desta realidade, pode-se notar, mais uma vez, as vantagens que
aqueles que frequentam a rede privada têm em relação aos que vão para a rede
pública. Mas essa desigualdade, que diz respeito a línguas estrangeiras, pode ser
modificada quando o docente explica aos seus discentes o motivo pelo qual eles
estão aprendendo esse componente tão diferenciado. Ou seja, para que o aluno
tenha essa abertura ao desconhecido, nesse caso para o ensino de línguas
estrangeiras, faz-se necessário mostrar o motivo pelo qual ele está aprendendo.

Quando se fala a respeito de línguas estrangeiras, PEREIRA, PEREZ (2011)


no artigo intitulado por A criança e a língua estrangeira: contribuições
psicopedagógicas para o processo ensino e aprendizagem, mostra o melhor
momento para aprender o idioma. O mesmo nos relata que

a idade crítica para a aprendizagem de uma língua estrangeira, sem que


haja comprometimento neurológico, reside entre os vinte e um e os trinta e
seis meses de vida da criança. Entretanto, até os doze anos de idade ela
ainda consegue aprender sem muito esforço. Para ele, a partir dos quatorze
anos a capacidade de assimilação e aprendizagem do ser humano começa
a diminuir gradativamente, o que não impede que a aprendizagem ocorra,
porém, é necessária maior dedicação tanto por parte do aprendiz como do
professor. (LENNENBERG (1967) apud PEREIRA, PEREZ (2011) p. 4)

A informação dada nos mostra a importância de se ter o contato com a língua


logo na primeira infância e vai também alegar que, ao chegar os doze anos, o
aprendiz pode assimilar alguma coisa do idioma, mas para se obter um bom
resultado, irá necessitar de algum esforço para que essa aprendizagem se dê de
forma satisfatória. Ou seja, o aluno de sexto ano até o oitavo ano, já que no oitavo
ano o aluno nessa série tem catorze anos, pode conseguir aprender o que está
sendo exposto, vai necessitar de um esforço e de uma disponibilidade maior para
esse determinado conteúdo; e o professor terá de se esforçar mais para fazer com
que se torne mais fácil e também para que o mesmo consiga compreender e passar
para o próximo conteúdo.

Berger (2014) informa a respeito da idade ideal para o aprendizado do aluno


em relação à língua estrangeira como forma de fortalecer a aquisição do ensino.

Não há dúvida de que a primeira infância é a melhor época para aprender


uma língua. A neurociência descobriu que adultos que aprenderam a
segunda língua quando eram crianças têm as duas línguas localizadas na
mesma área do cérebro. [...] Eles podem levar um milissegundo a mais para
responder quando trocam de língua, mas seus cérebros funcionam melhor
de maneira geral (BERGER, p. 198, 2014).
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Tanto BERGER (2014) como PEREIRA, PEREZ (2011) concordam que para
a assimilação de uma língua a melhor fase é a primeira infância ou, pelo menos, até
os doze (12) anos de idade. Ambos concordam a respeito da idade adequada para
aprender um ou mais idioma. Mas segundo PEREIRA, PEREZ (2011) o mesmo
precisará de mais esforço para conseguir aprender de forma eficiente. Por isso as
escolas particulares tem esse ensino desde muito cedo para fazer com que seja
mais fácil a compreensão. Isso não se aplica apenas para o ensino de línguas
estrangeiras, mas para tudo que vá ser exposto para a criança, nessa idade, em
termos de componentes curriculares acadêmicos.

BERGER (2014) vai nos mostrar, também, o motivo pelo qual a criança vai
aprender de forma mais proveitosa determinado conteúdo se for solicitado para que
aprenda nos primeiros anos de vida, alegando que

[...] a primeira infância é um período sensível para o aprendizado da


linguagem – para o domínio mais rápido e fácil do vocabulário, da gramática
e da pronúncia. As crianças pequenas são chamadas de “esponjas de
linguagem” porque elas absorvem cada parte da língua com que se
deparam (BERGER, p 194, 2014).
De fato, a criança tem a facilidade de perceber coisas de forma simples que
muitas vezes o adulto não percebe e também de se encantar por acontecimentos
externos de forma muito fácil.

Isso também pode se aplicar na área do conhecimento. Estudos da


universidade de Washington mostram que a criança nos 7 primeiros anos pode
aprender facilmente duas línguas e eles aprendem de forma mais fácil do que
pessoas com idade mais avançada.

Cientistas relatam, em uma entrevista ao site internacional NBC News (2009),


a respeito dessa facilidade que a criança tem com um ou mais idiomas expostos
para a mesma. A matéria mostra que pelo simples fato de se comunicar com uma
criança em dois idiomas, elas irão aprender da mesma forma e no mesmo tempo
que a criança monolíngue aprende o seu de origem, ou seja, da mesma maneira que
esse pequeno individuo é exposto em uma só língua e aprende, acontecerá o
mesmo com aqueles que forem expostos a dois ou mais idiomas ao mesmo tempo.

A fonoaudióloga Kuhl (2009) diz que o cérebro nesse período é mais plástico,
ou seja, faz com que a criança que está aprendendo um idioma consiga assimilar
algo de forma mais natural do que aqueles que aprendem mais na frente, com doze,
treze anos e diz, também, que com o adulto, o processo é totalmente diferente, não
21

conseguindo obter a mesma qualidade que uma pessoa nativa da língua tem, assim
como as crianças podem ter ao serem expostas logo nos primeiros anos de vida.

A diretora do The Kids Club, Sylvia H. P. de Moraes Barros (2016), uma


especialista no ramo da aprendizagem de línguas, diz que “[...] a habilidade de
aprender línguas [...] é entre os dois a quatro anos de idade e conforme os anos vão
passando [...] essa facilidade de aprender vai se perdendo”

Como prova dessa capacidade de a criança aprender uma língua fácil aos
seus sete primeiros anos de idade, temos o caso brasileiro do menino Rafael Mayer,
diagnosticado aos 2 anos com autismo. Os pais, ao notarem que a criança não
conseguia ter uma relação com os demais, buscaram um meio para desenvolver as
habilidades de interação, como mostra o site Catraca Livre.

A criança aos quatro anos já falava inglês fluentemente. O mesmo adquiriu


essa fluência quando aprendeu a mexer em um tablet. O garoto ia à procura de
desenhos animados e ficou encantado com aqueles que eram em inglês e interagiu
tanto com esse conteúdo que as suas primeiras palavras não foram em português, e
sim no idioma inglês. Vale ressaltar que a família do mesmo não é nativa na língua
inglesa.

Devido ao isolamento da sua realidade e a imersão no mundo de língua


inglesa, fez com que o mesmo aprendesse o inglês primeiro. Segundo outro site de
noticias Saúde da Gente, o Rafael fala, hoje em dia, oito idiomas. São eles,
Português, Inglês, Libras, Russo, Japonês, Esperanto, Espanhol, Italiano e Alemão,
tudo isso apenas com vídeos na internet.

Hoje em dia o professor pode chamar a atenção fácil dos seus alunos, como
foi dito no segundo capitulo a respeito dos recursos materiais. Se antes, como
mostra o PCN-EF (1998), o professor não tinha recursos bons o suficiente para tirar
uma boa didática a ponto de fazer com que a criança se interessasse pelo assunto,
hoje há vários meios que podem até entrar em pauta de discussão, como é o fato do
aparelho eletrônico em sala de aula, até então rejeitado fortemente em muitas
escolas.

Por fim, compreendemos que quanto mais nova a criança for exposta a vários
idiomas, mais ainda, ela vai conseguir ter uma adaptação rápida e se tornará melhor
até para os próximos professores e etapas de ensino na questão da língua inglesa
22

nas escolas públicas, já que o aluno vai ter o conhecimento da língua e precisará
apenas ir se aprofundando nos conteúdos.

Realizando esse aprofundamento nas séries anteriores, o professor poderá


focar no que é solicitado ao aluno no ENEM na parte de Linguagens e suas
Tecnologias, que é a interpretação textual.
23

4 - A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO PROCESSO DE ENSINO

Tendo consciência de que se faz necessário ter o conhecimento de outro


idioma na vida acadêmica de um estudante, fica clara a importância de obter contato
e domínio com uma língua extra. Sabemos também que não é obrigatório de ter dois
ou mais idiomas porque o individuo pode viver a sua vida sendo monolíngue, porém
há um facilitador nesse processo no que se refere à vida.

Quando a pessoa tem um domínio de um idioma, seja português, inglês,


francês, etc. faz com que seu currículo seja mais relevante quando o mesmo vai à
procura de um emprego, pois a globalização está muito avançada e a facilidade de
encontrar uma pessoa de outro país é maior e quando se mora em estados onde o
fluxo de turismo do país é grande, o valor do conhecimento dessa língua torna-se
mais urgente devido à necessidade dessa troca de informações.

Como forma de esclarecer o valor de um idioma no dia a dia, podemos expor


a seguinte situação: algumas pessoas do Japão estão no Brasil, por algum motivo,
mas para que essas que estão chegando ao Brasil tenha uma comunicação com
aquelas que já estão no país, ela necessita ter um domínio de uma língua ou ter
alguém no grupo que saiba o básico de algum idioma para que ambos, tanto os
brasileiros quanto os japoneses que estão a visitar o país, consigam se comunicar e
trocar informações de forma positiva.

O grupo de japoneses pode até não saber falar o português, mas eles irão
precisar de algum outro idioma, como também os nativos do país que estão a visitar,
para que consigam ter essa troca de experiência.

Sendo assim, o inglês se torna a língua que faz esse elo entre as duas
nacionalidades, por isso ele se torna mais necessário, devido ao fato de que a
maioria das pessoas que está no mundo não fala a língua que os brasileiros falam,
mas sim inglês.

A língua inglesa, como nos mostra o PCN-EF(1998), teve a sua ascensão na


Segunda Guerra Mundial. Porém não foi apenas a língua que se tornou algo popular
mundialmente. As palavras, os jogos, a musica, enfim, tudo isso faz parte da
concepção sócio histórica de sujeitos sociais ativos na sua relação com o mundo e
com o outro.
24

Sendo assim, é de suma importância mostrar a relevância do inglês nos dias


de hoje em duas esferas da vida de um cidadão na vida acadêmica e no ramo de
trabalho.

3.1 O Contexto Acadêmico

Por mais que algumas pessoas que estão na sua conclusão acadêmica
venham com esse tipo de pergunta “Por que aprender inglês se eu não vou sair do
Brasil?” ou até digam que o inglês não é importante e também até mesmo achem o
idioma difícil, vale expor as mesmas que elas irão necessitar desse conhecimento no
final da conclusão da sua vida acadêmica. Ou seja, que elas irão precisar para a
realização do ENEM.

O ENEM é um evento nacional criado em 1998, pelo ministro da educação


Paulo Renato Souza, no governo de Fernando Henrique Cardoso. O mesmo teve à
principio o objetivo de avaliar o ensino de todas as escolas brasileiras, sejam elas,
particular ou pública.

Aqueles que estão concluindo o ensino médio não têm que fazer,
necessariamente, a prova, mas devido às faculdades e as universidades começarem
a aderir a esse evento como forma de ingressar nelas, o aluno se torna obrigado a
fazer e mais ainda, escolher fazer um curso em uma universidade publica. Sendo
assim a realização dessa prova para o aluno que está concluindo o ensino médio é
necessário e importante.

O ENEM acontece em dois dias. Inicialmente, era num sábado e domingo, em


um final de semana. Entretanto, no ano de 2017 o mesmo começou a ser realizado
em dois domingos. As provas que são realizadas nesses dois domingos são de
Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias,
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e, por fim,
redação.

Cada prova contém cerca de 45 questões, totalizando cento e oitenta


questões por dia que o aluno terá que realizar. Na parte de linguagens, o aluno terá
que escolher entre espanhol ou inglês.

Grande parte dos brasileiros escolhe o idioma espanhol para a realização


devido ao fato da língua se parecer mais com o português, todavia, quando
25

analisamos a questão de acertos, na porcentagem de acertos, inglês dispara na


frente.

Fonte: https://blog.enem.com.br/enem-2016-ingles-ou-espanhol/

Esse fator de grande percentual no inglês e não no espanhol se dá ao fato de


que muitos escolhem o idioma que irá ser fácil, pois os falantes nativos de língua
portuguesa conseguem entender aqueles que falam espanhol, já que grande parte
do vocabulário dessa língua se assemelha com o português. Portanto, isso prova
uma grande dificuldade linguística que grande parte da população brasileira
encontra.

Na questão da parte de linguagens, o candidato que vai fazer a prova do


ENEM precisa ter um conhecimento do idioma estrangeiro. Em uma entrevista
concedida ao Universia Brasil (2007), o coordenador do departamento de educação
de escola de idioma CNA, Marcos Frasson Ruiz relata que o conhecimento da
gramática é importante e continua sua fala ao dizer que, “A maioria das
universidades não quer que o aluno saiba somente gramática [...] o candidato deve
mostrar que sabe compreender [...] um texto em outra língua”. Sendo assim, é
importante que o aluno que vai fazer o ENEM não se foque exclusivamente na
gramática como também na interpretação textual, pois é o que vai contar na hora da
prova.
26

No que diz respeito à quantidade de perguntas, são apenas cinco


questões na parte de línguas estrangeiras. O candidato, ao realizar essa parte,
necessita saber interpreta-la para responder corretamente. As provas de língua
inglesa podem vir tanto como charge (imagem 1) quanto como perguntas com textos
interpretativos (imagem 2), como mostram as imagens.

Titulo: Questões de prova de Língua Estrangeira, ENEM


Imagem 1

Foto: https://www.educamaisbrasil.com.br/

Imagem 2:

Foto: https://www.educamaisbrasil.com.br/

Ou seja, as questões de línguas estrangeiras no ENEM vão exigir do candidato


um domínio a mais da língua para poder responder e não apenas o verbo “to be”.
27

Sabendo da composição da prova que ocorre anualmente, as escolas


particulares lecionam o inglês e foca na interpretação textual desde o ensino
fundamental, como é o caso de um colégio particular em João Pessoa, que
disponibilizou em seu site oficial a ocorrência do ensino da língua estrangeira.

No site do colégio, encontramos uma explicação para as aulas de inglês nas


três etapas de ensino, o ensino fundamental I, II e o médio.

No ensino fundamental I, o ensino de inglês ocorre diariamente,


proporcionando ao aluno uma imersão na língua com mais eficiência. Já no ensino
fundamental II, o site do colégio mostra que nessa etapa de ensino, eles já vão
preparando o aluno nos quatro fatores essenciais para ser fluente em um idioma que
é a leitura, a fala, a escrita e a audição.

Quando o aluno chega no ensino médio, o site do colégio relata que dá uma
disponibilidade de dupla certificação, fazendo com que o aluno possa concluir os
seus estudos em uma universidade do exterior.

Ou seja, em uma escola particular, existem vários benefícios, como esse de


estudar fora do país, podendo alavancar o seu aprendizado no idioma e ter mais
facilidade no acesso a uma boa educação.

Já na escola pública, muitas pessoas pensam que o ensino é ruim devido a


várias razões como relacionamento aluno-professor, por um preconceito a respeito
das pessoas que vivem em condições não muito valorizadas, pela forma das
pessoas se comportarem, enfim por várias razões e isso interfere na visão do
ensino-aprendizagem dos mesmos.

Quando se diz respeito ao ensino da língua estrangeira nas escolas na visão


dos professores, MICOLLI (2016) afirma que “Muitos professores de língua
estrangeira, ao chegarem a uma escola pública, entram em sala previamente
desesperançados”. Mas isso acontece devido ao fato de que grande parte dos
brasileiros não acredita no ensino público pois há casos onde escolas são
abandonadas pelo governo chegando, até mesmo, ao ponto de ser fechada.

Costa (2003) tenta expor as possíveis causas que afetam negativamente o


ensino do inglês nas escolas publicas. Segundo a autora,
28

Observamos que fatores internos como o medo de errar, vergonha e


timidez, sobressaem aos outros motivos. Enquanto que dos fatores
externos, o método adotado pelo professor é o que mais desagrada e
desmotiva os aprendizes.

Portanto, tanto o pensamento de vergonha, medo, timidez, etc. quanto à


metodologia aplicada nas escolas podem chegar a interferir no aprendizado do aluno
e no seu progresso com a língua. Todavia, isso não acontece apenas com as
pessoas de escolas públicas. Muitos brasileiros têm ainda receio de falar em inglês.

Já no âmbito externo, é comum, não apenas na questão do ensino de inglês,


mas em todos os demais componentes curriculares existentes, de ter professor que
não possui uma boa didática para fazer com que o aluno aprenda de forma
prazerosa. O lúdico é uma forma de fazer com que aqueles que estão aprendendo,
consiga compreender melhor, sem muita preocupação e de forma fácil qualquer
conteúdo. A ludicidade é muito apreciada pelos pedagogos devido a forma que o
conteúdo pode chegar para o discente sem que ele “sofra” para aprender.

É importante afirmar que existem escolas públicas que são referências para
os que estão trilhando o caminho acadêmico. Porém, as escolas públicas que
existem na Paraíba e que são referências podem ser contadas nos dedos em
relação ao grande numero de escolas públicas que existe em todo o estado.

Assim como foi exposto que existe uma escola particular de João Pessoa que
tem um ensino de língua estrangeira motivador para que o aluno almeje estudar fora
do país, a escola pública também tem. Mas é um programa de intercâmbio onde vai
permitir que o aluno, ao conseguir notas acima da média, consiga viajar pro Canadá
para praticar o seu inglês. De acordo com o site do Jornal da Paraíba, o programa
funciona da seguinte forma

os estudantes selecionados cursarão um semestre letivo (com duração em


torno de cinco meses) em escola de nível médio no Canadá, com data de
embarque prevista para o mês de agosto. Antes da viagem os selecionados
irão participar de um curso de imersão na língua inglesa (durante 20 dias)

O programa é um ótimo incentivo para que os alunos de rede pública consiga


obter nota maior e consiga superar as falas que foram mencionadas no inicio desse
capitulo. Esse programa de intercâmbio pode ser usado para mostrar a relevância
que o inglês tem na vida dos alunos. Mas para que isso aconteça de forma eficiente,
é louvável que as escolas de ensino público tenham esse ensino desde o ensino
fundamental I, pois é nessa idade que a criança fica fascinada pelos conteúdos que
29

são expostos a mesma. Ou seja, se sente mais atraída por algo diferente, por algo
novo e, o inglês é um componente curricular que pode chamar atenção dos alunos.

Portanto, o contato com a língua inglesa desde cedo juntamente com esse
incentivo governamental, pode fazer com que o aluno da escola pública tenha mais
uma razão para aprender o inglês, beneficiando-o mais tarde também na prova do
ENEM.

3.2 No Ramo de Trabalho

O inglês no mercado de trabalho de forma geral não é um dos requisitos, mas,


se agrega valor. Pode-se encontrar um emprego sem saber o idioma mas caso
queira ter um avanço a mais, seja de forma financeira ou educacional, o inglês é
uma língua que poderá oferecer mais vantagens.

Existem vários benefícios para quem sabe inglês. Uma pessoa que sabe ler
em inglês não precisará esperar uma tradução de um livro para o seu idioma de
origem, para poder ler. A pessoa que conhece o idioma, tem uma boa fluência,
podem ter melhores empregos e consequentemente salários.

Atualmente, numa empresa bem conceituada, empresários e contratantes já


se preocupam em procurar pessoas que tenham domínio na língua mais falada no
mundo dos negócios, o inglês.

Sabendo falar o idioma, a pessoa terá muitos benefícios na vida pessoal,


como por exemplo salários maiores do que aqueles que são monolíngues, caso
decida fazer uma viagem internacional e não saiba ocorrerá uma grande defasagem
de conhecimento e/ou precisará sempre de um suporte, que nesse caso seria um
tradutor para a mesma. Enfim, existem várias razões pelas quais se deve saber esse
idioma.

No mercado de trabalho, segundo Vieitas (2016) o inglês é como o latim na


idade média. Muitas pessoas utilizam essa língua para se comunicar com outras
pessoas de outras nacionalidades. Não acontece apenas com os brasileiros. O russo
que está na China, pode falar com um chinês se ambos souberem o idioma que faz
um elo das duas culturas, o Inglês. Ou o idioma de origem. Todavia, para se
comunicar com todas as pessoas ao redor do mundo não se faz necessário
aprender todos os idiomas existentes. Falando a língua que faz esse elo, consegue-
30

se ter contato com várias pessoas e isso é o que interessa para aqueles que tem um
negócio.

Sendo assim, para que uma pessoa consiga ter uma boa posição no ramo de
trabalho, se faz necessário ter esse domínio, pois no Brasil não há nem 10% de
pessoas que falem o idioma dos negócios.
31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aprendemos que a língua inglesa tem uma importância hoje em dia na vida do
individuo. Grande parte dos brasileiros podem até não saber falar o idioma ou ter
alguma fluência. Todavia, o inglês não deixará de ser importante quando se fala na
questão de trabalho. Uma pessoa que tem um idioma a mais no seu currículo tem
um passo à frente nos demais candidatos concorrentes. Diante disso, muitas escolas
particulares aderem ao ensino de inglês desde cedo, como forma da criança se
familiarizar com a língua, como acontece com o Português.

De acordo com o foi exposto até aqui, aprendemos que durante muito tempo,
como nos relata o Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Médio, o aluno teve a
disciplina de língua estrangeira negada. De fato, os alunos de escolas públicas são
aqueles que mais sofrem no que diz respeito a esse componente curricular, pois de
acordo com a LDB, o ensino de língua estrangeira começa a partir do sexto ano do
ensino fundamental II, quando eles têm 11, 12 anos de idade. Porém, no terceiro
capítulo, Berger (2014) e Pereira, Perez (2011) mostra a melhor hora para se
aprender um idioma, que é na primeira infância, que vem a ser de 2 a 6 anos, como
relata a autora Berger (2014) primeiros anos de vida, ou seja, até o pré 2, onde já
está sendo lecionado nas escolas particulares, aperfeiçoando apenas a habilidade
idiomática no decorrer dos demais anos letivos.

Mas é unânime a defesa de que eles podem aprender com mais idade.
Crianças com idade avançada podem conseguir assimilar a disciplina até os doze
anos, mas vai precisar de mais esforço no âmbito de motivação e aprendizado da
língua inglesa.

Sabendo disso, no capitulo quatro, o citado colégio particular de João Pessoa


mostra em seu site oficial como funciona o ensino de inglês na escola e mostra que
a referida escola dá capacidade para o aluno até de se formar no exterior,
capacitando-o mais ainda. Porém esse tipo de beneficio não se restringe apenas a
esse colégio de João Pessoa. O Governo do Estado da Paraíba oferece benefícios
para aqueles que querem conhecer o mundo e, com essa atitude, estimula até os
alunos quanto aos professores, tendo consciência de que até os professores de
escolas públicas podem participar do programa de intercâmbio.
32

Por fim, o capitulo termina falando a respeito do inglês no mercado de


trabalho, ressaltando que o inglês é o latim da idade média, como mostra Vieitas
(2016), e também ressalta que aqueles que tem um domínio da língua possui uma
melhor posição no mercado de trabalho e, ainda, benefícios a respeito de
remuneração salarial.

Sendo assim, essa monografia visa mostrar que o inglês é uma língua
importante na vida pessoal do aluno e também questionar o motivo pela qual apenas
escola particular tem o ensino de inglês desde as primeiras séries(ensino
fundamental I), enquanto o ensino público tem a partir do ensino fundamental II e
mostrar que ao aderir o ensino de línguas estrangeiras nas escolas públicas, os
alunos tanto de um quanto de outra, vão ter um ensino igualitário, fazendo com que
na hora da prova do ENEM possam concorrer a sua vaga na universidade de forma
justa, já que se tem o mesmo tipo de questões para todos que estão concluindo o
ensino médio.

Podemos concluir, assim, esse trabalho tentando expor que o mesmo


envereda por uma discussão que contemple uma mudança documental na qual está
inserido o currículo escolar, como forma de se obter uma qualificação durante o
processo de ensino. E, também, ressalta a importância para uma proposta curricular
quanto ao ensino de inglês nas escolas públicas visando uma educação mais justa
durante toda a carreira acadêmica a fim de atingir, não somente o mercado de
trabalho, mas também o ENEM onde permite ao aluno ingressar na faculdade.
33

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LIVRE, Catraca - Rafael, de 4 anos, é Autista e Surpreende ao Falar só em


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