conquistou os países do Oriente Médio, a língua grega tornou-se o idioma comum das terras conquistadas. Muitos judeus abandonaram o aramaico pelo grego, principalmente em centros helenísticos corno Alexandria, no Egito. Foi durante o reinado de Ptolomeu Filadelfo (285-246 a.C.), que os judeus de Alexandria sentiram a necessidade de uma tradução grega do Antigo Testamento, porque não mais utilizavam nem compreendiam o hebraico. Elaborou-se então uma versão grega padrão conhecida como Septuaginta (LXX), palavra grega para “setenta". Segundo se conta, o bibliotecário de Alexandria teria persuadido Ptolomeu a traduzir a Torah para o grego, para ser utilizada pelos judeus alexandrinos. Foram selecionados seis tradutores de cada uma das doze tribos, os quais concluíram a tradução em apenas 72 dias. Embora os detalhes dessa história sejam certamente fictícios, o certo é que a Septuaginta realmente foi produzida para o uso dos judeus de língua grega em Alexandria. Os primeiros cristãos usavam com frequência a Septuaginta na propagação e defesa de sua fé. A Septuaginta difere do cânon hebraico tanto na qualidade de sua tradução como em seu conteúdo e arranjo. Além dos 22 livros do Antigo Testamento hebraico, a Septuaginta continha uma série de livros bastante difundidos no mundo de língua grega, mas que nunca fizeram parte do cânon hebraico. Além de ser geralmente fiel às interpretações do texto original hebraico, a Septuaginta é importante por uma série de razões: (1) Constituiu a ponte sobre o abismo religioso existente entre os povos que falavam hebraico e os que falavam grego, uma vez que supriu as necessidades dos judeus alexandrinos; (2) preencheu a lacuna histórica entre o Antigo Testamento hebraico dos judeus e os cristãos de língua grega que usaram a Septuaginta e o Novo Testamento; e (3) estabeleceu um precedente para os missionários fazerem traduções das Escrituras em várias línguas e dialetos (adaptado de N. L. Geisler e W. E. Nix, A General Introduction to the Bible [Chicago, MI: Moody Press, 1986], p. 530).