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Perspectivas futuras da diplomacia nuclear (desafios e oportunidades)

Interesses de segurança

Interpretada de forma ampla, a diplomacia nuclear é utilizada para satisfazer vários interesses. A
sobrevivência, que pode ser alargada a considerações de segurança, é o incentivo mais óbvio
para uma comunidade nacional e, mais especificamente, para um Estado se envolver na
diplomacia nuclear. Este critério pode levar uma potência média a tomar diversas decisões.

Os Estados são, de facto, obrigados a proteger o seu território e a sua população da utilização ou
da ameaça de utilização de armas nucleares. Aos olhos da maioria, este risco diminui se menos
Estados possuírem estas armas, se as suas posturas nucleares forem tão limitadas quanto possível
e incluírem garantias de segurança, se a implantação dos seus arsenais for circunscrita e se o seu
desenvolvimento qualitativo e quantitativo for verificado, e se intervenientes não estatais forem
impedidos de aceder a material nuclear ou radiológico que possa potencialmente ser utilizado
num ataque terrorista.

Interesses políticos

A diplomacia nuclear tem sido utilizada para garantir a autonomia de um país e, assim, promover
os seus interesses políticos. Quanto à segurança, os interesses políticos podem ser vistos pelos
líderes como um incentivo para desenvolver um arsenal nuclear ou, pelo contrário, para se
absterem dele. As potências médias sem armas nucleares também melhoram a sua posição
política e, portanto, preservar a sua autonomia de política externa formando uma coligação

Bem-estar económico

As considerações económicas desempenham geralmente um papel importante para convencer


uma potência média a empenhar-se na diplomacia nuclear. Os Estados e os intervenientes
económicos que contam ou desejam desenvolver a energia nuclear nos seus países têm
naturalmente um forte incentivo para tentar influenciar as normas internacionais que regem a
forma como podem aceder, desenvolver e vender materiais e tecnologias. Para servir os
interesses económicos, deve-se a agir diplomaticamente para alterar as regras comerciais
nacionais, regionais ou internacionais que têm impacto na transferência de tecnologia, nos
controlos de exportação e nas práticas industriais. A aplicação das normas de não-proliferação
está frequentemente associada à adopção de sanções.

Referencias bibliográficas

 Bunn, M., Roth, N. & Tobey, W.H., 2019. Revitalizing Nuclear Security in an Era of
Encertainty., Belfer Center Harvard Kennedy School [Online] Available at:
https://www.belfercenter.org/publication/revitalizing-nuclear-security-era-uncertainty
[Acedido em 08 de setembro de 2023].
 Center for Nuclear Non-Proliferation and Disarmament, Australia National University,
2014. 4. Peaceful Uses of Nuclear Energy, Camberra: s.n.
 Nuclear Suppliers Group, 2019. [online] https://www.nuclearsuppliersgroup.org/en/
[acedido em 08 de setembro de 2023].
 WROBEL, Paulo. “A Diplomacia Nuclear Brasileira: A Não-Proliferação Nuclear e o
Tratado de Tlatelolco.” Contexto Internacional, Rio de Janeiro, Vol.15, no. 1, jan/jun
1993. Pg.27-56

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