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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
ISC B99 – TRABALHO, EDUCAÇÃO E SAÚDE: BASES EPISTEMOLÓGICAS E DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
(2021/2)
Docentes Responsáveis: Isabela Cardoso de Matos e Liliana Santos
Docente colaborador: Tiago Santos Almeida
Tirocinante: Joseane Aparecida Duarte

10 de agosto a 30 de novembro de Terças-feiras, das 10:00 as Carga Horária: 34 horas


2021 12:00

Ementa: O mundo do trabalho é historicamente formado por diversificados processos educacionais com bases
epistemológicas que se inter-relacionam com a sociedade e com o setor saúde em que estão inseridos,
materializados em políticas e práticas de saúde. Observa-se na contemporaneidade que o trabalho na saúde
experimenta rápidas e profundas mudanças que se configuram como desafios para o conjunto de trabalhadores,
gestores e instituições formadoras. Neste sentido, o curso Trabalho, Educação e Saúde: bases epistemológicas
e desafios contemporâneos (ISC B99) pretende contribuir para a formação, reflexão e discussão sobre esses
temas, introduzindo conceitos, teorias, tendências e possibilidades para enfrentar os desafios que a
complexidade do trabalho em saúde exige.
Objetivos:
● Discutir aspectos filosóficos e epistemológicos acerca do conceito de saúde e sua relação com o trabalho
e a educação na saúde;
● Debater acerca da interface entre tecnologia, trabalho, educação e saúde enfatizando os contextos de
trabalho em equipe e interprofissionalidade;
● Discutir sobre os desafios do mundo do trabalho na saúde na contemporaneidade.
Estratégia pedagógica:
Componente curricular oferecido em formato de metodologia híbrida, utilizando-se de recursos como
seminários e aulas invertidas.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


10/08 e 17/08: Aspectos filosóficos e epistemológicos do conceito de saúde
Leitura obrigatória:
CZERESNIA, Dina. “O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção”. In: CZERESNIA, Dina,
FREITAS, Carlos Machado de (orgs.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Ed.
Fiocruz, 2003, p. 39-54.
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CAPONI, Sandra. “A saúde como abertura ao risco”. In: CZERESNIA, Dina, FREITAS, Carlos Machado de (orgs.).
Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003, p. 55-77.

Leitura complementar:
CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico (Segunda Parte, Capítulo IV: “Doença, cura, saúde”). Trad. Ma.
T. Redig. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007, p. 71-80.

24/08 e 31/08: Processo de trabalho em saúde


Leitura obrigatória:
MENDES GONÇALVES, R. B. Práticas de Saúde: processos de trabalho e necessidades. In: MENDES-GONÇALVES,
R. B.; AYRES, R. C. M. e SANTOS, L. (orgs.). Sociedade, saúde e história. São Paulo: HUCITEC; Porto Alegre: Rede
Unida. 2017. p. 298-374.
Leitura complementar:
PAIM, J. S. Da teoria do processo de trabalho em saúde aos modelos de atenção. In: MENDES-GONÇALVES, R.
B.; AYRES, R. C. M. e SANTOS, L. (orgs.) Sociedade, saúde e história. São Paulo: HUCITEC; Porto Alegre: Rede
Unida. 2017. p. 375-392.
PEDUZZI, M. e SCHRAIBER, L. B. Processo de trabalho em saúde. In: PEREIRA, I. B. e LIMA, J. C. F. (orgs.) Dicionário
da educação profissional em saúde. 2.ed. rev. ampl. - Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. Acesso:
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l43.pdf.

14/09 e 21/09: Tecnologias e seu impacto no processo de trabalho em saúde


Leitura obrigatória:
PEDUZZI, M. Mudanças tecnológicas e seu impacto no processo de trabalho em saúde. In: Trabalho, educação
e saúde. v.1 n.1 Rio de Janeiro, 2003. p. 75-91.
MERHY, E. E. Um Ensaio sobre o médico e suas valises tecnológicas: contribuições para compreender as
reestruturações produtivas do setor saúde. Interface (Botucatu), Botucatu, v.4. n.6, fev. 2000.
Leitura complementar:
SCHRAIBER, L. B.: MOTA, A. e NOVAES, H.M.D. Tecnologias em Saúde. In: PEREIRA, I.B. e LIMA, J.C.F. (orgs.).
Dicionário da educação profissional em saúde. 2 ed. Ver. Ampl. – Rio de Janeiro: EPSJV. 2008. Acesso:
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l43.pdf.

28/09: Desafios contemporâneos do trabalho em saúde


Leitura obrigatória:
MARQUES, A.P.P. Reestruturação Produtiva e recomposição do trabalho e emprego. Um périplo pelas “novas”
formas de desigualdade social. In: Trabalho, Educação e Saúde: tendências e perspectivas. Ciência & saúde
coletiva, vol.10, n.6, 2013 (1545-1554).

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MARTINS, M.I.C.; MOLINARO, A. Reestruturação produtiva e seu impacto nas relações de trabalho nos serviços
públicos de saúde no Brasil. In Ciência & saúde coletiva, vol.10, n.6, 2013 (1667-1676).
Leitura complementar:
MERHY, E. E.; FRANCO, T. B. Reestruturação produtiva em saúde. In: PEREIRA, I. B. e LIMA, J. C. F. (orgs.)
Dicionário da educação profissional em saúde. 2.ed. rev. ampl. - Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. Acesso:
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/
TEIXEIRA M., MARTINS M.I.C., SILVA V. Novos desenhos institucionais e relações de trabalho no setor público
de saúde no Brasil: as organizações sociais e as fundações estatais de direito privado. In: Martins MIC, Marques
AP, Costa NR, Matos A (org). Trabalho em saúde, desigualdades e políticas públicas. Braga: Editora Universidade
do Minho; 2014. p. 100-123.

05/10: Desafios contemporâneos da gestão do trabalho em saúde


PINTO, I.C.M. et al. De Recursos Humanos a Trabalho e Educação na Saúde: o estado da arte no campo da Saúde
Coletiva. In: Saúde Coletiva: teoria e prática. In: PAIM, J. ; ALMEIDA FILHO, N. (org.) 1ª Ed. Rio de Janeiro:
MedBook, 2014. p 611-624.
PADILLA, M.; PINTO I.C.M.; NUNES, T. C. M. Trabalho e educação em saúde: desafios para a garantia do direito
à saúde e acesso universal às ações e serviços no Sistema Único de Saúde. In: Organização Pan-Americana da
Saúde. Relatório 30 anos de SUS, que SUS para 2030? Brasília: OPAS; 2018.
Leitura complementar:
MACHADO, M.H. Gestão do Trabalho em Saúde no contexto de mudanças. In: RAP Rio de Janeiro 34(4):133-46,
jul. /ago. 2000.
PIERANTONI, C.R. et al. Gestão do Trabalho e da educação em saúde: recursos humanos em duas décadas de
SUS. In: PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, v.18, n.4. Rio de Janeiro, 2008.

19 e 26/10: Educação e complexidade: desafios da integração entre formação e processos de trabalho na


saúde
Leitura obrigatória:
MORIN, E. A Construção da sociedade democrática e o papel da educação e do conhecimento para a formação
do imaginário do futuro. IN: Grossi, E.P. e Bordin, J. (org.). Construtivismo Pós – Piagetiano: Um novo
paradigma sobre aprendizagem. Petropólis, RJ: Vozes, 1993. (11-25).
DIAS, H.S.A.; LIMA, L.D.; TEIXEIRA, M. A trajetória da política nacional de reorientação da formação profissional
em saúde no SUS. In Ciência & saúde coletiva, vol.10, n.6, 2013 (1613-1624).
PAZETO, A. E. Universidade, formação e mundo do trabalho: superando a visão corporativa. Ensaio: avaliação e
políticas públicas em educação. Rio de Janeiro, v. 13, n. 49, Dez. 2005.
Leitura complementar:
MOTTA, J. I. J., BUSS, P. e NUNES, T. C. M. Novos desafios educacionais para a Formação de Recursos Humanos
em Saúde. Olho Mágico. Vol. 8 (3). 2001.

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SANTOS, B. S. A ideia de universidade e a universidade das ideias. In: Pela mão de Alice: o social e o político na
pós-modernidade. São Paulo, Cortez, 1995. (187-233).
FRIGOTTO, G. Trabalho, conhecimento, consciência e a educação do trabalhador: impasses teóricos e práticos.
In GOMES, C.M. et al. Trabalho e conhecimento: dilemas da educação do trabalho. São Paulo: Cortez, 1987.
(13-26).

09 e 16/11: Desafios e estratégias educacionais demandadas pelo trabalho na saúde.


Leitura obrigatória:
PAIM, J.S. Propostas de mudança na formação de pessoal de saúde. In: Recursos Humanos em Saúde no Brasil:
problemas crônicos e desafios agudos. São Paulo, Faculdade de Saúde Pública/USP, 1994. (52-67)
CANÁRIO, R. Formação e Mudança no Campo da Saúde. In: Canário, R. (org.) Formação e Situações de Trabalho.
Porto Editora, 1997 P 117-136.
Leitura complementar:
CECCIM, R. B.; FERLA, A. A. Educação Permanente em Saúde. In: PEREIRA, I. B. e LIMA, J. C. F. Dicionário da
educação profissional em saúde. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008.
DAVINI, M. C. Educación Permanente en Salud. Washington D.C.: OPS, 1995. (Serie PALTEX para ejecutores de
programas de salud, 38). (13-27)

23/11: O uso de tecnologias e a produção da capacidade crítica em saúde.

Conferência de Naomar de Almeida Filho

30/11: Interdisciplinaridade, interprofissionalidade e transdisciplinaridade nas práticas e formação


profissional em saúde.
Leitura obrigatória:
TOASSI, R. F. C. (org.) Interprofssionalidade e formação na saúde: onde estamos? Porto Alegre: Rede UNIDA,
2017. (p. 28-48)
PEDUZZI, M. et al. Educação interprofissional: formação de profissionais de saúde para o trabalho em equipe
com foco nos usuários. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2013, vol.47, n.4, pp.977-983.
ALMEIDA FILHO, N. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 2, n. 1-
2, p. 5-20, 1997.
Leitura complementar:
TOASSI, R. F. C. (org.) Interprofssionalidade e formação na saúde: onde estamos? Porto Alegre: Rede UNIDA,
2017. (p. 14-27)

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ALMEIDA FILHO, N. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 2, n. 1-
2, p. 5-20, 1997.
ASSMAN, H. Sociedade Aprendente e Sensibilidade Solidária. In: Reencantar a Educação: rumo a sociedade
aprendente. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. (17-56)
BELLONI, M.L. Educação à Distância. Campinas. SP. Autores Associados. 1999.
BOLLE, W. A Idéia de formação na modernidade. In: Ghiraldelli Jr., P. (org.) Infância, Escola e Modernidade. São
Paulo: Cortez; Curitiba: Editora da universidade Federal do Paraná.1997. (9-32)
BRAGA, J.L. e CALAZANS, R. Educação. In: Comunicação e Educação. São Paulo: Hacker, 2001 pp.36-70.
BRAVERMANN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista – A degradação do Trabalho no Século XX. Editora
Guanabara. 2012. 3ª. edição
BRZEZINSKI, I. (org.) LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997.
CECCIM, R. B.; Feuerwerker, L. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e
controle social. Physis - Revista de Saúde Coletiva, v.14, n.1, p.41-65, 2004.
COSTA, P. P. Dos Projetos à Política Pública: reconstruindo a História da Educação Permanente em Saúde.
Dissertação de Mestrado. FIOCRUZ/ENSP, 2006.
FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. Disponível em: www.paulofreire.ce.ufpb.br.
FREIRE. P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREITAG, B. Aspectos filosóficos e sócio – antropológicos do construtuvismo pós – piagetiano. IN: N: Grossi, E.P.
e Bordin,J. (org.). Construtivismo Pós – Piagetiano: Um novo paradigma sobre apredizagem. Petropólis,
RJ:Vozes, 1993. p.26-34
FROMM. E. Trabalho alienado. In: Conceito Marxista do Homem. Rio de Janeiro: Zahar. 1975. p.89-102.
MACHADO, M. H.; STIEBLER, A. L.; OLIVEIRA, E. S. Gestão, Trabalho e Educação em Saúde: perspectivas teórico-
metodológicas. In: Baptista, TWF; Azevedo, S; Machado, CV. Políticas, Planejamento e Gestão em Saúde:
abordagens e métodos de pesquisa. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2015, v. 001, p. 293-321.
NUNES, T.C.M. Educação Permanente: um novo olhar sobre a aprendizagem no trabalho. Cadernos da ABEM.
Coletânea de Artigos e Entrevistas. Vol.1, 2004
OLIVEIRA, C. R. História do trabalho. São Paulo: Ática, 2006.
PEDUZZI, M. et all. Atividades educativas de trabalhadores na atenção primária: concepções de educação
permanente e de educação continuada em saúde presentes no cotidiano de Unidades Básicas de Saúde em
São Paulo. Interface Comunicação Saúde Educação. V.13, n 30 pp.121-134, 2009.
SILVEIRA, D.S. et al. Gestão do trabalho, da educação, da informação e comunicação na atenção básica à saúde
de municípios das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.26, n.9, Set 2010.
TOASSI, R. F. C. (org.) Interprofissionalidade e formação na saúde: onde estamos? Porto Alegre: Rede UNIDA,
2017. (p. 14-27)

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