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Termoquímica

https://youtu.be/OOkcXQsii9I
Nesta subseção de Termoquímica você encontrará textos que abordam reações químicas
e mudanças de estado físico que envolvem trocas de calor.

O “vulcão” acima é a decomposição do


dicromato de amônio, uma reação
exotérmica, ou seja, que libera grande
quantidade de energia na forma de calor

A Termoquímica é um ramo da Físico-Química que estuda as trocas


de calor associadas às reações químicas ou às mudanças de estado
físico.

Na introdução ao estudo da Termoquímica, é importante conhecer


alguns conceitos. Por exemplo, as reações que ocorrem com
liberação de calor são denominadas de reações exotérmicas,
enquanto as que absorvem calor são as reações endotérmicas.
Outros conceitos importantes são a entalpia (H) e a variação da
entalpia (?H), que estão relacionadas com a quantidade de calor
transferida nesses processos.

As transformações que ocorrem com transferência de energia na


forma de calor são muito importantes para a manutenção da vida,
para o nosso bem-estar e para o desenvolvimento da sociedade. Um
exemplo que mostra isso são as reações de combustão ou de
queima, que são exotérmicas. A combustão de uma fogueira libera
calor que mantém uma pessoa aquecida em uma noite fria, além de
também fornecer luz. A combustão de combustíveis fósseis, como a
gasolina e o carvão, fornece a energia necessária para fazer
indústrias e automóveis funcionarem.

Entenda melhor sobre o calor envolvido nas reações químicas lendo


os textos listados abaixo! Bons estudos!

Entalpia
https://youtu.be/IZOyl1ifTn8

A entalpia (H) corresponde à energia interna que as moléculas de uma substância possuem,
mas costuma-se determinar a variação da entalpia dos processos (?H).
De onde veio a energia liberada na combustão dessa fogueira?

Na Termoquímica, estudam-se os processos físicos e as reações


químicas que envolvem troca de calor, sendo que os processos
endotérmicos são aqueles em que o calor é absorvido, enquanto os
processos exotérmicos são os que liberam calor. Por exemplo, a
combustão da madeira em uma fogueira libera energia na forma de calor
e, portanto, é uma reação exotérmica.

Mas, então, surge uma pergunta: De onde surgiu essa energia que foi
liberada?

Na verdade, essa energia estava contida nos reagentes e, quando eles se


transformaram nos produtos, ela foi liberada. A energia já existente nas
moléculas é proveniente da sua movimentação, que no estado gasoso é
caótica. Esse conteúdo específico de energia interna que cada
substância possui é denominado de entalpia e é simbolizado por “H”.

No entanto, até o momento, não se sabe uma forma de determinar


experimentalmente o valor exato da entalpia de cada um dos reagentes ou
de cada um dos produtos. O que se costuma determinar é a variação da
entalpia (ΔH) do processo. Para tal, usam-se calorímetros, que são
aparelhos que medem a quantidade de calor liberada em uma reação.

A fórmula usada para calcular a variação da entalpia é:

ΔH = HFINAL – HINICIAL ou ΔH = HPRODUTOS – HREAGENTES

Se o valor der negativo, isso significa que a reação é exotérmica, pois foi
liberado calor e o valor da entalpia dos produtos é menor que a entalpia
dos reagentes. Por outro lado, se o valor de ΔH der positivo, a reação é
endotérmica, pois com a absorção de energia, a entalpia dos produtos
será maior que a dos reagentes.

● ΔH < 0 → exotérmica;
● ΔH > 0 → endotérmica.

Por exemplo, a queima do carvão libera 393 kJ de energia na forma de


calor, assim o valor da variação da entalpia nessa reação é dado por: ΔH =
-393 kJ.

C(s) + O2(g) → CO2(g) ΔH = -393 kJ


Já a reação de decomposição da água, mostrada abaixo, absorve calor e
sua variação de entalpia é positiva:

H2O (Δ) → H2(g) + ½ O2(g) ΔH = +285,5 kJ

Outro ponto importante é que visto que o ΔH depende de uma série de


fatores, tais como temperatura, pressão, estado físico e número de mol,
criou-se um referencial para que se compare a entalpia da substância, que
foi denominada entalpia padrão (H0), que considera a substância no
seu estado mais estável, sob pressão de 1 atm e temperatura de 25ºC.

Quando todos os reagentes e produtos de uma reação estão no seu


estado padrão, a variação de entalpia será denominada variação de
entalpia padrão (ΔH0).

Existem vários tipos de entalpia, dependendo dos vários tipos de reações


e mudanças de estado físico. Eles são:

● Entalpia de Mudança de Estado Físico: energia necessária para


que 1 mol de substância, nas condições padrão de temperatura e
pressão, mude de estado físico e inclui entalpia de vaporização,
entalpia de fusão, entalpia de liquefação e entalpia de
solidificação;
● Entalpia de Formação: calor liberado ou absorvido na formação de
1 mol de uma substância a partir de seus elementos constituintes,
que são substâncias simples, no estado padrão, com a entalpia igual
a zero;
● Entalpia de Combustão: energia liberada na combustão completa
de 1 mol de uma substância no estado padrão;
● Entalpia de Neutralização: é a energia liberada na forma de calor,
na reação entre 1 mol de H+(aq) e 1 mol de OH-(aq), fornecidos
respectivamente por um ácido e uma base fortes, para a formação
de 1 mol de água;
● Entalpia de Solução: é a soma da entalpia reticular (absorve
energia) e da entalpia de hidratação (libera energia). Ocorre quando
se dissolve um soluto na água, gerando uma solução.

Processos endotérmicos e exotérmicos

Os processos endotérmicos e exotérmicos envolvem trocas de calor e são estudados pela


Termoquímica.

A termoquímica estuda processos em


que há trocas de calor, tanto absorção (endotérmicos) quanto liberação
(exotérmicos)
Em nosso cotidiano, várias reações químicas e processos físicos envolvem
trocas de energia na forma de calor. Por exemplo, quando queimamos o
carvão, temos uma reação química de combustão com liberação de
energia na forma de calor. Por outro lado, a fotossíntese é uma reação
química em que as folhas da planta absorvem a energia do sol para
transformar o gás carbônico e a água em glicose e oxigênio.

O campo que estuda essas trocas de calor nas reações químicas e nas
mudanças de estado físico é a Termoquímica.

Existem dois tipos desses processos, que são: endotérmicos e


exotérmicos.

● Processos endotérmicos: São aqueles em que ocorre a


absorção de calor. O prefixo endo significa “para dentro”.

Visto que nesses processos a entalpia (energia global simbolizada por H)


dos produtos é maior que a entalpia dos reagentes, a variação da
entalpia (ΔH) ou o calor envolvido nos processos endotérmicos será
sempre um valor positivo. Assim, temos que as equações químicas que
simbolizam essas reações são representadas genericamente da seguinte
forma:

Reagentes + calor → Produtos


ou
Reagentes → Produtos ΔH > 0
É possível representar as reações endotérmicas por meio de um gráfico de
entalpia em função do caminho da reação. Abaixo temos um gráfico desse
para uma reação genérica:

Exemplo genérico de gráfico de processo endotérmico

Por exemplo, a síntese do iodeto de hidrogênio é uma reação endotérmica


que pode ser representada da seguinte forma:

1 H2(g) + 1 I2(g) → 2 HI(g) ΔH = + 25,96 kJ/mol

O gráfico dessa reação química seria assim:

Gráfico da variação de entalpia da síntese do iodeto de hidrogênio


A fotossíntese mencionada é outro exemplo de reação endotérmica. Veja
agora mais casos:

- Reações químicas:

- A eletrólise da água produz os gases oxigênio e hidrogênio, que têm


maior energia potencial que a água;

- A bolsa de gelo instantâneo contém cápsulas de NH4NO3 e água.


Quando se partem essas substâncias, elas misturam-se de forma
endotérmica e produzem a sensação de frio;

- Na produção de ferro a partir da hematita ocorre a absorção de 491,5


kJ;

- A decomposição térmica do calcário (CaCO3) para a produção da cal


virgem (CaO) é um processo endotérmico, que absorve 178 kJ/mol.

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Exemplos de reações endotérmicas: produção de ferro e bolsa de gelo instantâneo

- Mudanças de estado Físico:

- Na evaporação da água, 1 mol dela precisa absorver cerca de 44 kJ


para passar do estado líquido para vapor;

- Fusão da água (a quantidade de calor necessária para transformar 1 mol


de gelo em água líquida é de 7,3 kJ).
Exemplos de processos endotérmicos: evaporação e fusão

● Processos exotérmicos: São aqueles em que ocorre liberação


de calor. O prefixo exo significa “para fora”.

Nesse caso, como se libera calor, a entalpia dos produtos é menor que a
dos reagentes, por isso a variação de entalpia dos processos exotérmicos
sempre será negativa:

Reagentes → Produtos + calor


ou
Reagentes → Produtos ΔH < 0

O seu gráfico é representado da seguinte forma:


Exemplo genérico de gráfico de processo exotérmico

Por exemplo, a combustão do gás hidrogênio libera para o meio 68,3 kcal
por mol de H2 que reage:

1 H2(g) + 1/2 O2(g) → 2 H2O(g) ΔH = -68,3 kcal/mol

Gráfico da variação de entalpia da combustão do gás hidrogênio

Outros exemplos de reações exotérmicas são:

- Reações químicas:

- Qualquer tipo de queima ou combustão, tais como a da gasolina, álcool


e óleo diesel dos automóveis, bem como a queima de papel, gases, entre
outros, são exemplos de reações que liberam calor;
- Bolsa de aquecimento: quando o plástico é removido, o ferro em pó
reage com o oxigênio do ar e essa reação libera calor durante 5 horas;

Exemplos de reações exotérmicas: combustão da gasolina e queima de carvão

- Mudanças de estado Físico:

- Na solidificação da água, 1 mol de água no estado líquido precisa


liberar 7,3 kJ de calor;

- Na condensação da água, a quantidade de calor que 1 mol de vapor


deve perder para passar para o estado líquido é 44 kJ.

Exemplos de processos exotérmicos: solidificação e condensação


Introdução à Cinética Química
https://youtu.be/bqIFA-x6FpE

A cinética química estuda a velocidade das reações e os fatores que a influenciam, bem como a
possibilidade de controlá-la, tornando a reação mais rápida ou mais lenta.

Lançamento de ônibus espacial em


Cabo Canaveral por meio de energia fornecida por uma reação rápida entre hidrogênio e oxigênio líquidos*

Existem reações em nosso cotidiano que são extremamente rápidas, como


a explosão da nitroglicerina. Já outras são muito lentas, como a reação
entre o gás hidrogênio e o oxigênio para a formação de água.
Em virtude dessas diferenças de velocidade das reações, podemos
expressar o tempo em que elas ocorrem com unidades convenientes em
cada caso. Por exemplo, quando falamos do tempo que leva para se
formar o petróleo, essa reação é tão lenta que usamos “anos” ou alguns de
seus múltiplos, como “século” ou “milênio”. No entanto, para calcular a
velocidade da explosão de certa quantidade de pólvora, uma unidade mais
apropriada seria “segundos” ou alguns de seus submúltiplos, como o
“microssegundo”.

Baseado na velocidade das reações, temos três categorias para elas:


rápidas ou instantâneas, moderadas e lentas. Veja alguns exemplos de
cada uma:
Exemplos de algumas reações rápidas, moderadas e lentas

É importante estudar as velocidades com que as reações ocorrem para


poder interferir nelas quando necessário. Nas indústrias, isso ocorre muito,
pois é interessante acelerar reações que ocorrem muito lentamente. Já em
outros casos, como em reações que trazem algum dano ao meio ambiente
e/ou ao ser humano, é importante retardá-las o máximo possível.
No cotidiano também fazemos isso, quando colocamos alimentos na
geladeira para diminuir a velocidade de sua decomposição ou quando
colocamos o feijão em uma panela de pressão para aumentar a velocidade
de seu cozimento.

O campo que estuda os fatores que influenciam na velocidade das


reações químicas e os mecanismos por meio dos quais eles se
processam é a Cinética Química.

Entre os fatores que influenciam a rapidez com que uma reação se


processa, temos:

● Superfície de contato: Quanto maior a superfície de contato, maior


a velocidade da reação;
● Temperatura: Um aumento na temperatura, geralmente, aumenta a
velocidade das reações;
● Catalisadores: São substâncias químicas capazes de acelerar
determinadas reações sem serem consumidas durante o processo;
● Concentração dos reagentes: Com o aumento da concentração
dos reagentes há um aumento no número de choques efetivos entre
suas partículas constituintes, o que resulta em um aumento da
velocidade da reação.

Cálculo da velocidade em uma reação

O cálculo da velocidade em uma reação química leva em consideração a concentração de cada


um dos participantes e o tempo em que elas sofrem variações.
A queima do metal sódio é um exemplo de uma reação química que se processa de forma muito rápida

A Cinética Química tem como principal objetivo o estudo da velocidade


em que uma determinada reação química processa-se. A partir desse
estudo, temos condição de especificar se uma reação ocorreu de forma
rápida ou lenta.

Ao falarmos de velocidade (v), devemos relembrar que a Física trabalha


essa grandeza por meio da relação entre a variação do espaço (ΔS) e a
variação do tempo (Δt):

v = ΔS
Δt
Na Química, não avaliamos o espaço que uma reação percorre, já que ela
não se desloca de um lugar para outro. Na verdade, damos ênfase na
variação das quantidades de reagentes e produtos durante uma reação
expressa em termos de molaridade (concentração em mol/L). A variação
da concentração é dada pela simbologia Δ[ ].

Durante uma reação química, os reagentes são consumidos para que os


produtos sejam formados. Por essa razão, podemos calcular a velocidade
em que um reagente é consumido ou a velocidade em que um
produto é formado, por exemplo. Em ambos os casos, sempre vamos
realizar o cálculo a partir da relação entre a variação da concentração e a
variação do tempo:

v = |Δ[ ]|
Δt

Observação: O módulo |Δ[ ]| é necessário porque a velocidade não pode


ser negativa. Além disso, existe a possibilidade de, ao calcular a variação
da concentração (Δ[ ]), o resultado ser negativo (principalmente nos
reagentes, pois a concentração final é menor que a inicial).

Para determinar a velocidade média em que uma reação (vr) é


processada, devemos obrigatoriamente conhecer a velocidade (vx) de
qualquer um dos participantes da reação e dividi-la pelo seu coeficiente
estequiométrico da reação:

vr = vx
n
Para exemplificar os cálculos da velocidade em uma reação química,
vamos utilizar como base a equação que representa a reação de formação
da amônia.

1 N2 + 3 H2 → 2 NH3

Nessa reação, o N2 e o H2 são reagentes, enquanto o NH3 é o produto. À


medida que o tempo passa, a quantidade de reagentes diminui e a
quantidade de produtos aumenta, de acordo com a tabela a seguir:

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Utilizando os dados acima, é possível determinar a velocidade de cada um


deles em qualquer intervalo de tempo. Para exemplificar, determinaremos
a velocidade de cada um no intervalo de 0 a 2 minutos de reação:

Para o N2

→ A concentração varia de:

Δ[ ] = |0,1 – 0,2|

Δ[ ] = 0,1 mol/L

→ O tempo varia de:


Δt = 2 – 0

Δt = 2 min

→ A velocidade de consumo de N2 será, então:

v = |Δ[ ]|
Δt

v = 0,1
2

v = 0,05 mol.L-1.min-1

Para o H2

→ A concentração varia de:

Δ[ ] = |0,3 – 0,6|

Δ[ ] = 0,3 mol/L

→ O tempo varia de:

Δt = 2 – 0

Δt = 2 min

→ A velocidade de consumo de N2 será, então:


v = |Δ[ ]|
Δt

v = 0,3
2

v = 0,15 mol.L-1.min-1

Para o NH3

→ A concentração varia de:

Δ[ ] = |0,2 – 0|

Δ[ ] = 0,2 mol/L

→ O tempo varia de:

Δt = 2 – 0

Δt = 2 min

→ A velocidade de formação de NH3 será, então:

v = |Δ[ ]|
Δt

v = 0,2
2
v = 0,1 mol.L-1.min-1

A velocidade média da reação de formação do NH3 pode ser determinada


por meio de qualquer uma das velocidades conhecidas de qualquer um
dos participantes da reação. Nós dividiremos a velocidade deles pelo
coeficiente da reação. A tabela a seguir traz o cálculo feito com as
velocidades e os coeficientes dos três participantes:

Analisando a tabela, podemos concluir que o resultado do cálculo da


velocidade média de uma reação será o mesmo independentemente do
participante utilizado no cálculo.

Por Jennifer Fogaça


Graduada em Química

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