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SCHOLA DIGITAL
2018
Pintura e Revestimento
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
Aula 1: Tintas I
1. A História da Tinta
Para que fosse possível "pintar" era necessário um ligante que pudesse fixar os
pigmentos à superfície conferindo alguma durabilidade. A solução foi misturá-los ao sebo ou
seiva vegetal.
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Aula 1 – Tintas I
PINTURA E REVESTIMENTO
1.2. Egito
1.5. As Américas
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Aula 1 – Tintas I
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
Durante o século XX, a indústria de tintas passou por grande evolução tecnológica, o
que gerou o aparecimento de novos materiais, cada vez mais adequados ao usuário. Os
desenvolvimentos também trouxeram produtos de maior resistência, garantindo
longevidade às superfícies tratadas.
A história da indústria de tintas brasileira teve início por volta do ano 1900, quando os
pioneiros Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina
São Cristóvão, ambos imigrantes alemães, iniciaram suas atividades na nova pátria e lar.
Sucessivamente outras empresas, atraídas pelo novo mercado potencial, começaram a se
instalar em nosso País e desenvolver fortemente o setor.
2. Tipos
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Aula 1 – Tintas I
PINTURA E REVESTIMENTO
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Aula 1 – Tintas I
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As tintas à base de óleo têm boa cobertura (característica da tinta de cobrir ou mudar
a superfície original) e adesão ao substrato aplicado. Por outro lado, em aplicações
externas, algumas destas tintas tendem a oxidar, fazendo com que a película, com o passar
do tempo torne-se quebradiça, ocorrendo diversas linhas de trincas e fissuras. Em
aplicações internas, costuma ocorrer o amarelamento e, às vezes, pequenos
desplacamentos da película. Estas tintas são mais difíceis de aplicação que as formuladas
com látex, demorando de 8 a 24 horas para proceder a secagem da película aplicada.
Não devem ser aplicadas sobre superfícies com características alcalinas e, mais
especificamente, sobre aquelas que não se apresentem totalmente curadas. Também não
devem ser aplicadas diretamente sobre superfícies metálicas galvanizadas. Em ambos os
casos há esta contra indicação devido ao fato de que, desta forma, haverá a saponificação
do filme.
As tintas à base de PVA oferecem mais qualidades para fins externos que as tintas à
base de óleo, já que apresentam maior variedade de cores, retenção do brilho, melhor
resistência à surgência de fissuras, à radiação UV e ao desenvolvimento de mofo.
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Aula 1 – Tintas I
PINTURA E REVESTIMENTO
A qualidade das tintas à base de látex para utilização externa, hoje, é inquestionável,
Particularmente aquelas formuladas com resinas 100% acrílicas, já que seu filme mantém a
flexibilidade por anos.
3. Componentes
Todas as tintas são compostas por quatro componentes básicos, que darão efeitos
particulares em suas performances, desconsiderando o fato de serem à base de solvente ou
água. Os componentes são: O pigmento, a resina, a porção líquida e os aditivos. Os três
últimos formam o veículo da tinta.
3.1. Pigmento
São materiais insolúveis, geralmente com grande finura, sendo sintéticos ou naturais,
que dão cor e poder de cobertura à tinta. O dióxido de titânio, pigmento branco, é o mais
empregado na formulação das tintas, é um dos ingredientes que melhora a qualidade da
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3.2. Resina
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A porção volátil mais freqüente nas tintas à base de óleo são: a trupentina (solvente
destilado do pinheiro) e os derivados do petróleo como xilol, toluol, etc., que dissolvem a
resina.
São os produtos que tem a capacidade de dissolver outros materiais sem alterar suas
propriedades químicas. O resultado dessa interação é denominado solubilização. Os
solventes são, via de regra, voláteis e na sua maioria inflamáveis. Eles estão presentes nas
tintas com duas finalidades:
• Solubilizar a resina;
• Conferir viscosidade adequada à aplicação.
A solubilização da resina é necessária para que haja um melhor contato da tinta com o
substrato, favorecendo a aderência. A utilização de solventes inadequados, que não tenham
poder de solvência sobre a resina, pode causar problemas nas tintas, como a coagulação ou
precipitação da resina, perda de brilho, diminuição da resistência à água.
• Incolores;
• Voláteis, sem formação de resíduos;
• Quimicamente estáveis, não se alterando no armazenamento;
• Neutros (não devem reagir com os demais componentes da tinta);
• Inodoros ou de odor fraco ou agradável;
• Estáveis, com propriedades físicas constantes.
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PINTURA E REVESTIMENTO
A água é o único solvente absolutamente sem perigo como, porém, muitas substâncias
não se dissolvem na água, houve na segunda guerra um extraordinário desenvolvimento do
uso de solventes orgânicos.
Entre eles alguns são poucos nocivos, como o etanol e a acetona. Outros como o
benzeno, o dissulfeto de carbono e o sulfato de dimetila, são extremamente perigosos. Em
função do perigo potencial que eles representam os higienistas fixaram limites de tolerância
diária, os quais não devem ser ultrapassados em locais de trabalho. Estes limites estão
definidos nas NR’s.
Nas tintas à base de látex, a porção líquida principal é a água, que não dissolve a
resina, mantendo-a apenas dispersada, funcionando como um diluente. Além da água, nas
tintas à base de látex, são usados outros solventes coalescentes que aderem à resina,
amolecendo-a, fazendo com que a tinta sofra uma secagem mais rápida.
3.4. Aditivos
Os modificadores reológicos são uma outra linha de aditivos usado nas tintas à base de
látex, coma função de melhorar suas propriedades de aplicação e a aparência do produto
final, fazendo com que o sistema tenha boa fluidez ou espalhamento, interferindo
eficazmente na cobertura da pintura e, principalmente, em sua durabilidade.
• Aditivos de cinética
✓ Secantes
✓ Catalisadores
✓ Antipeles
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• Aditivos de Reologia
✓ Espessantes
✓ Niveladores
✓ Antiescorrimento
• Aditivos de processo
✓ Surfactantes
• Aditivos de preservação
✓ Biocidas
✓ Estabilizantes de ultravioleta
4. Qualidade
Por exemplo, as tintas comuns à base de látex apresentam-se com cerca de 15 a 20%
de sólidos em volume e 80 a 85% de água. As boas tintas ou de qualidade, normalmente
apresentam cerca de 35 a 45% de sólidos e, consequentemente, 55 a 65% de água.
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4.2. Componentes
Características:
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Ba s ea do e a da ptado de Gi ul l i a no
Pol i to. Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
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Aula 2 – Tintas II
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Aula 2: Tintas II
Na construção civil a pintura representa uma operação de grande importância, uma vez que
as áreas pintadas são, normalmente, muito extensas, implicando num alto custo. Há uma
tendência natural em considerar a pintura uma operação de decoração, porém, além de
decorar e proteger o substrato, a tinta pode oferecer melhor higienização dos ambientes,
servindo também para sinalizar, identificar, isolar termicamente, controlar luminosidade e
podendo ainda ter suas cores utilizadas para influir psicologicamente sobre as pessoas.
À primeira vista, uma parede interna ou uma fachada bem acabada aparenta formar a
base ideal para receber uma pintura, entretanto, a pintura sobre superfícies de reboco ou
de concreto não é assim tão simples como parece, constituindo-se num problema onde os
riscos e as dificuldades surgem em grande número. Os materiais de construção empregados
na preparação e no acabamento das paredes são quimicamente agressivos, podendo,
consequentemente, atacar e destruir as tintas aplicadas sobre elas.
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
Os materiais de alvenaria são, via de regra, porosos, e absorvem e podem reter água,
desenvolver e abrigar fungos e possuem comportamento alcalino. As madeiras são porosas,
higroscópicas e sofrem decomposição superficial sob efeito dos fungos e das radiações
solares (raios infravermelho e ultravioleta). Por absorverem umidade, sofrem alteração
dimensional provocando empenamentos. Os metais, basicamente as ligas ferrosas, são
altamente sensíveis à corrosão quando em contato com a umidade, o oxigênio e os
elementos poluentes.
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UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
Além desses cuidados, outras considerações devem ser levadas em conta em relação à
superfície que será pintada, que serão estratificadas a seguir.
Aguardar pelo menos 30 dias para cura total. Sobre rebocos fracos, deve-se aplicar o
fundo preparador de paredes para aumentar a coesão das partículas da superfície, evitando
problemas de má aderência e descascamento. Quando essas superfícies tiverem absorções
diferenciadas, deverá ser aplicado um selador acrílico pigmentado para uniformizar a
absorção. O concreto deve estar seco, limpo, isento de pó, sujeira, óleo e agentes
desmoldantes.
1.2.2. Fibrocimento
1.2.3. Pisos
Só podem ser pintados os tipos porosos, pois pisos vitrificados (concreto liso, ladrilhos,
etc.) não proporcionam boa aderência. O piso deverá estar limpo e seco, isento de
impregnações (óleo, graxa, cera, etc.). Pisos de concreto liso (cimento queimado) devem ser
submetidos a um tratamento prévio com solução de ácido muriático e água (1:1), que terá a
finalidade de abrir porosidade na superfície. Após esse tratamento, o piso deve ser
enxaguado, seco e então pintado. O tratamento com ácido muriático é ineficaz sobre pisos
de ladrilhos vitrificados.
1.2.4. Madeira
Deve ser limpa, aparelhada, seca e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros
contaminantes. Madeiras resinosas ou áreas que contém nós devem ser seladas com verniz.
Um procedimento aconselhável é selar a parte traseira e os cantos da madeira antes de
instalá-la, para evitar a penetração de umidade por esse lado. Uma cuidadosa vedação de
furos, frestas, junções é necessária para prevenir infiltrações de água de chuva.
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específicas de cada tipo de tinta. Alguns tipos de tinta têm uma boa aderência somente
quando a superfície é preparada com jateamento abrasivo, que produz um perfil rugoso
adequado para a perfeita ancoragem do revestimento.
1.2.6. Alumínio
É um metal facilmente atacado por ácidos ou álcalis, e sua preparação deve constar de
uma limpeza com solventes para eliminar óleo, gordura, graxas, ou outros contaminantes.
Aplicar inicialmente um primer de ancoragem para garantir uma perfeita aderência do
sistema de pintura.
É um metal ferroso com uma camada de zinco, usado para dar proteção à corrosão por
mecanismos físicos e químicos, portanto, não é o ferro que será pintado, mas sim zinco, que
é um metal alcalino. As superfícies galvanizadas devem ser limpas, secas e livres de
contaminantes. Um primer específico para este tipo de superfície, também denominado
primer de aderência, deve ser aplicado inicialmente.
Devem ser cuidadosamente limpam, com a total destruição destas colônias. Para
tanto, deve-se escovar a superfície, e, a seguir, lavá-la com uma solução de água potável e
água sanitária (1:1), deixando agir por cerca de 30 minutos, após o que a superfície deve ser
novamente lavada com água potável, aguardando a completa secagem antes de iniciar a
pintura.
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Não oferecem boa base para pintura, tornando-se necessário uma raspagem completa
seguida de aplicação do fundo preparador de paredes.
Quando a superfície estiver em boas condições, será suficiente limpá-la bem, após um
lixamento, e a seguir aplicar as tintas de acabamento escolhidas. Quando em má condições,
a tinta antiga deve ser completamente removida e a seguir deve-se proceder como se fosse
superfície nova.
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UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
2. Métodos de Aplicação
• Temperatura Ambiente
✓ 5° C é a temperatura mínima de aplicação para a maior parte das tintas à
base de água ou de solvente, seja em relação à superfície a ser pintada ou
ao ambiente;
✓ Temperaturas muito baixas dificultam as pinceladas e passadas de rolo,
prolongam o tempo de secagem, o que faz com que a tinta fique mais
sujeita a adesão de partículas de poeira do ar;
✓ Temperaturas muito elevadas podem fazer com que a tinta seque rápido
demais, comprometendo a durabilidade da pintura.
✓ Devem ser evitadas pinturas temperatura do ar ou da superfície superior a
30 °C;
✓ Devem ser evitadas pinturas com luz do sol direta, principalmente ao usar
cores escuras.
• Ventilação
✓ Ao usar tintas à base de solventes, cuide para que o local seja muito bem
ventilado. Isso evitará que forte odor do solvente, prejudicial à saúde das
pessoas, permaneça no local por muito tempo.
Ao abrir a embalagem disponível no mercado seja de quarto (0,9L), galão (3,6L) ou lata
(16L ou 18L), a tinta não deve apresentar elevada sedimentação, coagulação,
empedramento, formação de película superior, odor desagradável ou sinais de corrosão.
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
Porém, quando a tinta está estocada por muito tempo há certa dificuldade de
dispersar os pigmentos na tinta. Neste caso, deve seguir os seguintes procedimentos:
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
pintura, por ser uma ferramenta simples e, consequentemente de baixo custo, além de não
requerer grande capacitação do aplicador. É mais indicado para aplicação da primeira
demão de tinta em reentrâncias, cantos vivos e demais acidentes, onde outros métodos de
aplicação poderiam deixar falhas, devido à dificuldade de penetração ou à cavidade e às
demais regiões de difícil acesso.
2.2. Rolo
Os rolos fabricados a partir de pelo de carneiro são de melhor qualidade para aplicação
da maioria das tintas utilizadas em pintura. O rolo mais utilizado na construção civil tem
largura de 23 cm, sendo eventualmente utilizado o de 30 cm de acordo com a preferência
do profissional.
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Aula 2 – Tintas II
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
Aplicação a rolo não deve ser mergulhado todo na tinta. Deve ser mergulhada na tinta
depositada em uma bandeja ou recipiente, que possui uma região que permite a retirada de
excessos, que pode gerar escorrimentos ou desperdícios, espalhando-se a tinta na
superfície dada uma sobreposição de 50 mm. A pressão do rolo sobre a superfície deve ser
controlada para obter um filme de espessura uniforme. Para superfícies muito rugosas o
rolo deve ser passado em várias direções indo e voltando para fazer a tinta penetrar nas
irregularidades. A cada novo início de espalhamento da tinta, o rolo acumula muita tinta e
no final do percurso já esta com pouca, devido a isto é importante fazer o repasse em
sentido contrário ao primeiro movimento uniformizando a camada. Ao final da aplicação, o
rolo deve ser imediatamente limpo com solvente ou água (dependendo da tinta que foi
aplicada), para que possa ser reaproveitado.
A aplicação da tinta pelo método da pistola convencional requer que a mesma seja
diluída mais que qualquer outro método, para adequar sua viscosidade, de forma que ela
possa fluir do recipiente até a pistola pela ação da pressão do ar. Como consequência dessa
excessiva diluição, o método tem duas desvantagens significativas. A primeira é que, com a
evaporação do solvente, há uma sensível redução da espessura da película úmida para seca.
O método de aplicação por pistola convencional apresenta ainda como limitação o fato de
levar à excessivas perdas de tinta durante a aplicação, da ordem de 30 %, e os riscos de
segurança, observados quando a aplicação é feita em ambientes fechados, são
significativos, devido ao excessivo acúmulo de solventes.
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
A instalação para aplicação das tintas pelo método de pistola convencional consiste
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Aula 2 – Tintas II
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
Aplicação pistola deve ser posicionada com o leque do fluído constituído de tinta e ar,
incidindo perpendicularmente em relação à superfície a pintar e deslocada em movimentos
de ida e volta paralela aquela superfície. Neste movimento de ida e volta, deve haver uma
sobreposição da passada subsequente para que haja continuidade da película aplicada. A
sobreposição deve ser da ordem de 50%. A distância do bico da pistola à superfície deve
oscilar entre 15 e 20 cm. A aplicação com a pistola muito próxima da superfície causa o
defeito de escorrimento da película e, com a pistola muito distante, o efeito de
sobreposição ou overspray (depósitos sobre a superfície em forma de pó ou grânulos). A
velocidade de passagem do leque de fluido em um sentido e outro também pode causar tais
defeitos. O defeito do overspray é ainda muito comumente observado em aplicação de
tintas pelo método de pistola convencional quando o pintor não tem a necessária
qualificação e é influenciado pela diluição, seleção do bico, pressão do ar, distância
inadequada da pistola à superfície e movimentos irregulares.
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
A pintura com pistola “airless spray” ou pistola sem ar, também conhecida como
pistola hidráulica, é um método de aplicação por pulverização indicado para pintura de
grandes áreas, como casco de navios, tanques de armazenamento, etc. Ao contrário da
pistola convencional, que utiliza o ar para atomização da tinta, a pintura sem ar utiliza uma
bomba, acionada pneumaticamente, para pressurizar à tinta, e a energia com que a mesma
chega ao bico da pistola provoca sua pulverização.
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Aula 2 – Tintas II
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
A pintura por imersão pode ser dividida em imersão eletroforética e imersão simples.
Na imersão eletroforética, a peça a ser pintada é mergulhada em um banho de tinta contida
em um tanque, sendo que entre o tanque e a peça é estabelecida uma diferença de
potencial em torno de 300 volts, com película uniforme, da ordem de 15 a 30 µm. O banho
dever ser mantido com agitação constante. Já na imersão simples, não é estabelecida a
diferença de potencial entre a peça e o tanque, havendo simplesmente o banho de tinta
com agitação constante. A tinta não deve ter “pot life” curto. O método de aplicação
conhecido como “Flooding” pode substituir a pintura por imersão. Faz-se um esguicho com
mangueira, dando um banho de tinta na peça. Este método é utilizado para pintura de
transformadores elétricos. Como principal vantagem da pintura por imersão pode-se citar a
minimização de perdas. Entretanto, esta técnica possui a desvantagem de gerar muitos
problemas de escorrimentos.
3. Armazenamento e Manuseio
Com exceção das tintas à base de água, as tintas possuem solventes que são
inflamáveis. Logo, defeitos na embalagem, estocagem inapropriada, manuseio incorreto e
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Aula 2 – Tintas II
PINTURA E REVESTIMENTO
As embalagens não devem ser lavadas para não lançar efluentes poluidores e devem
ser inutilizadas no momento do descarte, evitando seu uso para outros fins. As latas com
filme de tinta seco podem ser encaminhadas para área de transbordo e triagem ou para a Ba s ea do e a da ptado de Gi ul l i a no
Pol i to. Edi ções s em prejuízo de
reciclagem. Outras instruções devem ser seguidas conforme fornecidas na embalagem do conteúdo.
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Aula 3 – Agentes Diversos
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
A tinta a base de cal é uma tinta inorgânica composta por uma dispersão aquosa de cal
hidratada contendo frequentemente diversos tipos de aditivos e/ou pigmentos. A sua
pintura origina um acabamento de aspecto fosco, não totalmente uniforme, e poroso
bastante permeável ao vapor de água, exigindo uma manutenção freqüente. No entanto
devido ao seu caráter inorgânico não é propícia à biodegradação ou à fixação de vegetação
parasitária.
A cal em contato com os gases sulfurosos degrada-se originando sulfatos que são
solúveis na água da chuva, conduzindo a uma rápida degradação da pintura de cal. Sendo
por isso necessário ponderar muito bem a sua possível utilização em cidades com grandes
níveis de poluição.
Este tipo de pintura à base de cal não é indicado para aplicação nas superfícies de
concreto armado, pois a porosidade da película permite a passagem do dióxido de carbono
o que vai originar a corrosão das armaduras e que consequentemente poderá provocar
manchas indesejáveis na superfície de pintura.
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Aula 3 – Agentes Diversos
PINTURA E REVESTIMENTO
Devido a sua alcalinidade suas cores são limitadas. A maioria dos pigmentos orgânicos
é incompatível com este tipo de pintura, devido a sua suscetibilidade à alcalinidade. Já os
pigmentos minerais são compatíveis, principalmente óxidos de ferro. Se comparada às
tintas convencionais e à pintura de base de cimento, forma uma camada mais permeável
permitindo a transpiração do substrato úmido. Possui baixa resistência a ácidos e elevada
resistência à alcalinidade e à água. A resistência à alcalinidade torna-a muito recomendada
para aplicação em substratos com base de cimento ou cal recém-executados, não sendo
adequada para aplicação em ambientes industriais onde o meio é ácido.
2. Fundos
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Aula 3 – Agentes Diversos
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
pintura com cores irregulares, o selador pigmentado já forma uma barreira de cor única
facilitando a aplicação da tinta no final. O selador transparente apenas corrige a absorção
e/ou fixa pequenos resíduos soltos na parede, mas não altera a aparência do substrato.
mesmo entre os profissionais especializados existe muita dúvida na hora de escolher o
produto certo que irá preparar a parede para pintura. O selador é conhecido entre os
profissionais como santo milagreiro, mas pode se tornar o vilão da história. Isso porque
muitos acreditam, equivocadamente, que ele pode ser utilizado, por exemplo, para “selar a
umidade” ou preparar uma superfície para ser repintada. A aplicação incorreta pode
provocar o descascamento da pintura ou a calcinação da superfície e deixar o acabamento
muito grosso, o chamado efeito casca de laranja.
Na verdade, o selador tem apenas uma função: dar preenchimento a superfícies muito
porosas porque ele penetra e se expande proporcionando uniformidade. Ele é indicado para
reboco novo, concreto aparente, blocos de concreto e fibrocimento. A vantagem da
utilização do selador é que, além de melhorar o acabamento, ele faz os produtos aplicados
posteriormente como a massa, textura ou tinta renderem mais. Por exemplo, sem selador,
um galão de tinta premium (3,6 litros) cobre uma área média de 35 m² por demão.
Utilizando o selador, é possível pintar em média 50 m² por demão.
Porém, existe o alerta que lojas de tinta e pintores confundem o selador com fundo
preparador de paredes. O fundo preparador é indicado para repintura, para paredes em
gesso, paredes descascadas, paredes pintadas com cal que estão esfarelando ou ainda para
dar mais firmeza ao reboco fraco. O que este produto faz é fixar bem essas partículas para
que a superfície fique pronta para receber a pintura. O fundo preparador aglutina as
partículas soltas, proporcionando melhor aderência da tinta. O produto pode ser indicado
até mesmo antes da pintura com tinta emborrachada, por exemplo.
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Aula 3 – Agentes Diversos
PINTURA E REVESTIMENTO
3. Massas
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Aula 3 – Agentes Diversos
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
Quando uma pintura é realizada sem o emprego de massa corrida ou ainda com a
aplicação errada, os resultados são claramente insatisfatórios e podem inviabilizar toda uma
reforma. Em casos assim, é possível perceber rachaduras, buracos, furos, imperfeições e
diferenças na textura e nivelamento.
Com o intuito de facilitar a vida das pessoas, já existem no mercado opções de massas
corridas coloridas que dispensam a utilização da tinta. Outro recurso bastante explorado é a
decoração de ambientes com esse tipo de produto. É possível conseguir efeitos de textura e
formas que dão um ar descontraído e moderno aos ambientes.
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Aula 3 – Agentes Diversos
PINTURA E REVESTIMENTO
aquosa isenta de solventes orgânicos, liberando baixo teor de orgânicos voláteis (baixa
toxidade).
Secagem rápida, permitindo lixar e aplicar a tinta de acabamento no mesmo dia para
dar proteção e resistência à massa. Se comparada a massa corrida (vinílica) possui maior
resistência à aderência, à alcalinidade e à água. Porém, maior dificuldade de aplicação e
lixamento.
3.3. Aplicação
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Aula 3 – Agentes Diversos
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
3.4. Lixamento
O procedimento se inicia com uma demão de massa corrida, secagem, e posterior lixa
um pouco mais grossa para tirar as imperfeições e preparar melhor a parede para receber a
segunda demão na massa. Uma lixa de gramatura 150 pode ser útil. Após aplicação da
segunda demão da massa e secagem, lixa-se novamente, só que desta fez com uma lixa fina
de gramatura 220 e com o auxílio de uma lâmpada. Isto é necessário para garantir que
pequenas imperfeições na parede possam ser vistas e corrigidas.
4. Texturas
Porém, estas tintas, devido ao fato de apresentarem rugosidades elevadas, têm grande
tendência para acumular sujeiras. A grande espessura torna as superfícies mais
impermeáveis aos vapores de água, não deixando passar água do exterior para o interior e
também não deixando passar do interior para o exterior, ou seja, não permitem a libertação
de vapores que se formam quando a diferença de temperatura entre o exterior e o interior
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Aula 3 – Agentes Diversos
PINTURA E REVESTIMENTO
Em muitos países, parte das cargas constituintes das tintas texturizadas é também
chamada de agregados, que correspondem às partículas de minerais inertes com tamanho
maior que 250 µm.
5. Vernizes
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Aula 3 – Agentes Diversos
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
5.1. Aplicação
O primeiro ponto importante é definir em que local o verniz será aplicado, isto faz toda
a diferença para o tipo de verniz que se deverá utilizar, pois cada local da edificação possui
características únicas que podem ser mais bem atendidas por determinados tipos de verniz.
De um modo geral a maior preocupação é realmente com água e também com Sol,
estes dois fatores são os que costumam causar maiores danos para as madeiras de sua casa,
se vai utilizar verniz em áreas que recebem chuva deve procurar algum verniz com proteção
UV, desta forma estará protegendo sua madeira.
Para áreas que receberão chuva o ideal é utilizar verniz naval (o mesmo utilizado para
madeiras em barcos), este tipo de verniz oferece uma grande resistência à água, torna a
madeira realmente impermeável, é um pouco mais caro que um verniz comum.
Ba s ea do e a da ptado de Gi ul l i a no
Pol i to, Ma ga l i Lopes de Al mei da .
Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
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Aula 4 – Manutenção e Conservação
PINTURA E REVESTIMENTO
Os problemas que surgem nos acabamento em pintura são muitos e diversos, obrigando a
uma boa prevenção e reparação, podendo surgir devido à ação de vários agentes, como a
água, o ar/vento, o sol, a alcalinidade do substrato e a poluição.
1. Inspeção
Antes de tentar resistir à água com o uso de materiais com propriedades hidrofugantes
o ideal é não deixá-la disseminar no sistema. A velocidade com que líquidos e vapores se
movem no interior do substrato é determinado pela permeabilidade do mesmo. Portanto, é
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Aula 4 – Manutenção e Conservação
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
A elasticidade deve ser suficiente para evitar trincas e fissuras, permitindo ao sistema
acompanhar as variações e dilatações da estrutura. Porém, ainda que o acabamento tenha
propriedades elásticas, é importante que ele esteja bem aderido ao substrato. Esta
resistência de aderência está diretamente condicionada à compatibilidade química do
substrato com o acabamento. Os ligantes devem possuir propriedades capazes de se
manter aderidos ao substrato, independente dos agentes de degradação.
O teste da lixa é uma continuação do teste do risco. Uma vez riscado a superfície,
aplicar movimentos para baixo e para cima (10 ciclos) acima dos sulcos, com lixa de 36 de
gramatura. Se os riscos forem apagados, significa que a superfície possui baixa resistência à
abrasão.
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Aula 4 – Manutenção e Conservação
PINTURA E REVESTIMENTO
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Aula 4 – Manutenção e Conservação
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
A inspeção final, após os términos dos serviços, deve ser efetuada junto com o
contratante e a mão de obra que executou, antes mesmo da retirada dos andaimes. Nesta
etapa é importante verificar se há imperfeições, escorrimentos, salpicos, fissuras, se a
película ou camada de textura está uniforme e bem aderida e se o substrato está todo
coberto.
Caso seja necessário, o inspetor pode recomendar reparos, repinturas ou até mesmo a
retirada da película com raspagem seguida da pintura correta. Para repinturas, é necessário
analisar as naturezas químicas das tintas antigas e das que serão aplicadas pois, caso forem
diferentes, há necessidade de realizar testes de compatibilidade entre elas. Um teste
prático para reconhecer a natureza da tinta é através do uso de um pano embebido por
solvente esfregado na superfície. Após a ação do solvente, podem-se encontrar as seguintes
reações:
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Aula 4 – Manutenção e Conservação
PINTURA E REVESTIMENTO
Porém, deve-se evitar repinturas frequentes, pois tornam a película muito espessa e
consequentemente mais quebradiça. Já reparo em texturas são difíceis de solucionar. Em
caso de manchas, deslocamentos e diferença de textura a opção é aplicar uma textura mais
grossa, rugosa e fosca por cima da existente para tentar disfarçar as imperfeições ou até a
retirada da camada de textura seguida de uma nova aplicação. Esquema com as etapas
gerais de inspeção em sistemas de pintura:
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Aula 4 – Manutenção e Conservação
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
trazem enormes prejuízos e perda de tempo nas operações de reparo devido a baixa
durabilidade das edificações. A experiência mostra que as falhas existentes com a pintura
normalmente manifestam-se de duas maneiras: na interface da película com o substrato de
aplicação ou na própria película de pintura.
45
Aula 4 – Manutenção e Conservação
PINTURA E REVESTIMENTO
O ar/vento não tem uma ação direta sobre as superfícies pintadas, mas transporta
partículas sólidas que podem originar fenômenos de degradação das camadas superficiais.
A poluição atmosférica é hoje em dia um agente que ataca bastante as fachadas dos
edifícios; pequenas partículas suspensas no ar fixam-se nas fachadas e se estas estiverem
úmidas ou amolecidas pela ação do sol, esse fenômeno é ainda potencializado. A poluição
atmosférica vai também originar as chuvas ácidas, que penetram nos suportes devido à
fraca qualidade dos revestimentos e contribuem para o seu envelhecimento e degradação.
2.2. Manutenção
46
Aula 4 – Manutenção e Conservação
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
47
Aula 4 – Manutenção e Conservação
PINTURA E REVESTIMENTO
• Para manchas mais agressivas, como caneta, lápis, gorduras, que não sejam
removíveis utilizando detergente líquido neutro e esponja macia, deve ser
realizada a repintura de toda a superfície atingida;
• Quanto ao aparecimento de mofo, a superfície deve ser limpa utilizando uma
solução de água sanitária e água na proporção de 1:1;
• Caso necessário, efetuar reparos/retoques de pintura, pintar a parede por
inteiro até uma descontinuidade (como um canto) antes que a película se
encontre em estado completo de degradação.
A repintura é um dos grandes problemas atuais da construção civil. Uma pintura deve
ser inspecionada periodicamente para se detectar a tempo o aparecimento de possíveis
patologias e se poder atuar sobre estas, assim que surgirem. Antes de se realizar uma
repintura deve fazer-se uma análise da superfície, de modo a detectar se o revestimento
existente atingiu o seu tempo de vida útil, ou se o estado de degradação é devido a outros
fatores. Tendo assim, no segundo caso, que se eliminar as patologias antes de se proceder à
repintura.
A reparação da pintura deve ser feita logo que sejam visíveis os primeiros sinais de
deterioração, pois a reparação tardia das superfícies encarece a manutenção e a repintura,
dando origem a filmes menos duráveis que os realizados sobre uma base sã. Deve atuar-se
o mais cedo possível, limitando o envelhecimento e tentando que as camadas mais
profundas não sejam atingidas. No entanto, é recomendável que se estabeleçam planos de
manutenção ou programas de fachadas, que incluam a repintura, com periodicidade
adequada ao tipo de pintura e seu comportamento, não fazendo depender a decisão de
repintura apenas do aparecimento de patologias.
48
Aula 4 – Manutenção e Conservação
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
No caso das “tintas à óleo”, por exemplo, a sua remoção poderá ser feita por
aquecimento, através da aplicação na pintura de uma corrente de ar aquecido que
consegue atingir temperaturas até os 600ºC, o que é suficiente para a remoção deste tipo
de tinta. A remoção de tinta por queima só deverá ser utilizada quando a base tiver pouca
condutibilidade térmica, sendo por isso este método mais utilizado nas madeiras. Neste
processo usam-se maçaricos, sendo a chama passada na tinta apenas o tempo suficiente
para amolecê-la.
As “tintas látex”, embora não sejam solúveis em água, poderão perder aderência e
amolecer quando muito umedecidas ou molhadas; deste modo, este tipo de tintas
consegue remover-se pela projeção de jatos de vapor sobre a pintura.
Na maior parte das vezes é necessária a remoção total da tinta, sendo nestes casos o
mais aconselhável o uso de decapantes, pois este produto atua sobre a tinta empolando-a e
destacando-a do substrato. O uso deste produto deve ser feito com bastante cautela para
não danificar as superfícies onde as tintas estão aplicadas. É preferível o uso de decapantes
baseados em solventes que atacam e amolecem a película de tinta sem penetrar no
substrato, que posteriormente por evaporação poderia afetar a tinta aplicada
subseqüentemente. Os métodos mecânicos mais usuais para a remoção das tintas poderão
ser jatos abrasivos, escovas de arames manuais ou rotativos, raspadeiras, lixas, etc. Estes
métodos são mais frequentemente aplicados em superfícies metálicas.
Para se conseguir um resultado com sucesso e uma longa durabilidade numa repintura
é essencial uma boa preparação da superfície. Antes de se realizar a repintura existem
ensaios simples para fazer uma avaliação do estado da superfície, quer da pintura, quer do
próprio reboco, que também é relevante estudar.
49
Aula 4 – Manutenção e Conservação
PINTURA E REVESTIMENTO
Para se analisar, de forma rápida, se a superfície possui grande absorção, basta molhá-
la com água e se esta for absorvida em menos de um minuto é porque a superfície é muito
absorvente; se a água escorrer então ela não é tão absorvente. Se a intenção for fazer a
repintura sobre um revestimento e este não se encontrar bem coeso, a solução é removê-
lo. Na análise da coesão dos suportes pode-se utilizar um martelo, batendo com este nas
superfícies; se soar a oco, então o suporte nessa zona não estará suficientemente aderente.
A dureza do reboco pode ser verificada tentando perfurá-lo com um canivete. Se o canivete
não penetrar no reboco, então este está duro; se penetrar ligeiramente, o reboco não está
duro, mas é suficientemente coeso; caso penetre em profundidade, então o reboco tem
muito pouca coesão e resistência e deverá ser removido.
Para se verificar se a tinta está pulverulenta basta passar a mão sobre a pintura ou
utilizar uma escova; caso se soltem algumas partículas então não se deve realizar a
repintura sobre a tinta existente. Quando a pintura inicial tiver apenas uma desintegração
uniforme por pulverulência e não apresentar fissuras significativas ou esfoliação, para tratar
da superfície basta limpar e lavar bem, efetuando-se depois uma listagem de modo a obter
uma base de pintura nivelada e uniforme. No caso de a superfície conter gorduras, deve
utilizar-se produtos de limpeza e desengordurastes adequados. A limpeza inicial das
paredes deverá realizar-se da base para o topo, para se evitarem depósitos na base da
parede. A lavagem final é feita no sentido inverso.
Nas fachadas em que grande parte da pintura se encontra em boas condições, apenas
com algumas zonas localizadas deterioradas, basta remover a tinta nas zonas danificadas
até encontrar uma base em bom estado, passando-se depois às reparações locais, aplicando
o selador e massa corrida, de modo a obter um nivelamento geral.
50
Aula 4 – Manutenção e Conservação
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS
No caso da pintura existente ser de “tinta látex”, a tinta de acabamento poderá ser
aplicada diretamente sobre esta; no entanto, se forem “tintas esmalte”, estas devem ser
todas lixadas antes da repintura.
Ba s ea do e a da ptado de Ma ga l i
Lopes de Al mei da . Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
51
Aula 5 – Patologias Congênitas
PINTURA E REVESTIMENTO
1. Introdução
É comum ouvirmos dizer que irão tratar uma patologia, porém é errôneo afirmar isso.
Pois após sabermos o significado da palavra patologia, é fácil concluir que estudamos e
tratamos os defeitos causados por ela e não ela propriamente dita. Os objetivos principais
dos estudos de Patologias são a elaboração de diagnósticos e consequentemente um
52
Aula 5 – Patologias Congênitas
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
prognóstico para sua recuperação. A seguir, serão apresentados os casos mais típicos quais
se deparam os profissionais da construção civil em sistemas de pinturas.
Influência do Influências
Meio-Ambiente FATORES Específicas
Interface
Superfície DEGRADAÇÃO Pintura
Fissuramento;
Flexibilidade;
Distenção ou
deformação por
Tração;
Fissuras em "V" no
filme;
Enfraquecimento:
- Térmico;
- Químico.
Possíveis causas:
Soluções:
53
Aula 5 – Patologias Congênitas
PINTURA E REVESTIMENTO
Possíveis causas:
Soluções:
• Todo e qualquer ponto de ferrugem deve ser eliminado com auxílio de uma
escova de aço e em seguida aplique sobre o substrato um selador resistente à
corrosão (uma demão é, geralmente, suficiente);
54
Aula 5 – Patologias Congênitas
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
• Ao pintar pela primeira vez ou repintar uma superfície galvanizada que não
apresente pontos de ferrugem, pode-se utilizar um látex acrílico sem
aplicação prévia de selador. No caso de usar tintas base óleo ou látex vinílico
em superfície bruta, a aplicação de um selador se torna fundamental.
Possíveis causas:
Soluções:
• O ideal é deixar a superfície sem pintura por até um ano, para que o concreto
seque bem. Se não for possível, espere pelo menos 30 dias. Antes iniciar a
pintura, aplique sobre o substrato um selador resistente à alcalinidade;
• Prefira tintas 100% acrílicas, porque são mais resistentes a esse problema.
55
Aula 5 – Patologias Congênitas
PINTURA E REVESTIMENTO
Possíveis causas:
Soluções:
• Tintas base água de alta qualidade contêm mais emulsão, ingrediente que
ajuda a evitar com que as manchas penetrem na superfície pintada. Com isso,
a sujeira pode ser removida com facilidade;
• Superfícies novas, que tenham sido seladas, proporcionam formação do filme
em uma espessura correta, oferecendo fácil remoção de manchas.
56
Aula 5 – Patologias Congênitas
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possíveis causas:
Soluções:
Possíveis causas:
57
Aula 5 – Patologias Congênitas
PINTURA E REVESTIMENTO
• Uso de tinta alto brilho base óleo ou alquídica em locais que recebem direta
luz do sol;
• A incidência luz do Sol diretamente sobre a superfície pode comprometer a
emulsão e os pigmentos da tinta, provocando a calcinação e perda de brilho.
Soluções:
• Com o passar do tempo, toda tinta perde um pouco do seu brilho inicial,
porém as de baixa qualidade o processo se dá mais rapidamente;
• Emulsões usadas em tintas acrílicas são mais resistentes aos raios UV,
enquanto as presentes em tintas base óleo e alquídicas absorvem a radiação,
causando seu comprometimento;
• A preparação da superfície deve ser a mesma de locais que apresentam sinais
de calcinação (ver Calcinação).
Possíveis causas:
Soluções:
58
Aula 5 – Patologias Congênitas
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possíveis causas:
Soluções:
59
Aula 5 – Patologias Congênitas
PINTURA E REVESTIMENTO
Ba s ea do e a da ptado de Gi ul l i a no
Pol i to. Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
60
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
1. Introdução
61
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
2. Demais Patologias
2.1. Bolhas
Possíveis causas:
Soluções:
2.2. Bolor
62
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possíveis causas:
Soluções:
2.3. Calcinação
63
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
Possíveis Causas:
Soluções:
2.4. Crateras/Espumação
Possíveis causas:
Soluções:
64
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
2.5. Desbotamento
Possíveis causas:
Solução:
65
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
2.6. Descamação
Possíveis causas:
Soluções:
66
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
2.7. Eflorescência/Manchas
Possíveis causas:
Soluções:
67
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
Possíveis causas:
Soluções:
68
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
2.9. Enrugamento
Formação de rugas e ondulações sobre a superfície ocorrem quando a tinta ainda está
úmida.
Possíveis causas:
• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa (mais provável com uso de
tintas alquídicas ou base óleo);
• Pintura realizada sob condições extremas de calor ou frio. Isso faz com que a
camada mais externa do filme seque mais rápido, enquanto que a camada de
baixo ainda permaneça úmida;
• Expor uma superfície, que não esteja totalmente seca, a muita umidade.
• Aplicação de uma camada de tinta, sem que, o selador esteja totalmente
seco;
• Pintura sobre superfície suja ou engordurada.
Soluções:
69
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
Possíveis causas:
Soluções:
70
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possíveis causas:
Soluções:
• Se a tinta ainda estiver úmida, passe o rolo novamente sobre o local a fim de
uniformizar a superfície;
• Se a tinta estiver seca, lixe a superfície e reaplique uma nova demão;
• Não dilua a tinta para fazê-la render mais;
• Evite realizar a pintura sob condições de frio e umidade;
• Lixe superfícies brilhantes, antes de pintá-las;
• A tinta deve ser aplicada com taxa de espalhamento indicada pelo fabricante;
• Duas demãos de tinta, na taxa de espalhamento recomendada, são melhores
do que uma demão extremamente espessa;
• Ao pintar portas, convém, se possível, retirá-las e pintá-las na posição
horizontal;
2.12. Ferrugem
Possíveis causas:
71
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
Soluções:
• Ao pintar uma superfície que não apresente ferrugem, mas na qual há pregos
não galvanizados, primeiramente bata-os bem, de maneira que suas cabeça
fiquem pouco abaixo da superfície, vede-os usando um selante acrílico base
água ou acrílico siliconado e aplique tinta apenas sobre eles, para depois
pintar a superfície toda;
• A pintura de uma superfície que já esteja enferrujada requer além dos
procedimentos citados acima, limpeza do local e lixamento das "cabeças" dos
pregos.
Perda da adesão de uma tinta látex aplicada sobre outra camada de uma tinta
alquídica ou base óleo.
Possíveis causas:
• Uso de tinta base água sobre mais de três ou quatro camadas já existentes de
tinta base óleo ou alquídica envelhecidas faz com que as tintas velhas
descolem do substrato.
Solução:
72
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
• Repinte a superfície, usando tinta base óleo ou alquídica. Se optar por usar
tinta látex, remova totalmente a tinta existente e prepare a superfície;
limpando, lixando e impermeabilizando onde houver necessidade.
Possíveis causas:
Solução:
73
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
Possíveis causas:
Soluções:
74
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possível causa:
Soluções:
• Lave a área, que apresenta as manchas, com água e sabão e enxague bem. Só
então repinte-a. O problema pode ocorrer mais uma ou duas vezes até que os
surfactantes sejam totalmente removidos;
• Remova todas as manchas antes de repintar;
• Quando uma tinta for aplicada em banheiros, certifique-se que superfície
pintada está seca antes de utilizar o chuveiro.
75
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
Efeito de cor não uniforme. Pode aparecer quando uma superfície é pintada com rolo,
e os cantos são com pincel. Geralmente, os recortes pintados com pincel ficam mais escuros
e, às vezes, mais brilhantes. Isso também pode ocorrer quando a aplicação da tinta nos
recortes é feita com pistola.
Possíveis causas:
Solução:
76
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possíveis causas
Soluções:
Possíveis causas:
Soluções:
77
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
• Use tintas base água de alta qualidade que, geralmente, são formuladas com
ingredientes que aumentam o poder de escoamento da tinta, evitando a
ocorrência de marcas de pincel ou de rolo sobre a superfície. Isso resulta em
um acabamento liso e uniforme;
• Quando usar rolo, verifique se é o tipo indicado para a pintura;
• Se optar por uso do pincel, é importante escolher um de boa qualidade, pois
um pincel ruim pode causar insuficiente escoamento e nivelamento da tinta.
Possíveis causas:
Soluções:
78
Aula 6 – Patologias Outras
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PINTURAS
Possíveis causas:
Soluções:
79
Aula 6 – Patologias Outras
PINTURA E REVESTIMENTO
2.22. Respingo
Possíveis causas:
Soluções:
Ba s ea do e a da ptado de Gi ul l i a no
Pol i to. Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
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Aula 7 – Conceitos Gerais
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
1. Introdução
• Materiais argilosos, que dão suficiente plasticidade para se obter uma forma
definida;
• Materiais como o talco, quartzo, calcários e outros, que servem para obter
qualidades particulares resultantes de suas composições químicas;
• Aditivos, principalmente para melhorar a reologia das suspensões aquosas,
podendo ser inorgânicos ou orgânicos.
81
Aula 7 – Conceitos Gerais
PINTURA E REVESTIMENTO
Normas Técnicas – ABNT, são compostas por partículas coloidais de diâmetro inferior a
0,005 mm, com alta plasticidade quando úmidas e que, quando secas, formam torrões
dificilmente desagregáveis pela pressão dos dedos. Podem ser definidas quimicamente
como silicatos de alumínio hidratados, na sua forma mais pura.
82
Aula 7 – Conceitos Gerais
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
O tipo de processo fabril também foi analisado, já que existem diferenças entre o
modo de fabricação destes dois produtos e a indústria deve estar preparada para adequar
as matérias-primas específicas às condições de processo, pois existem determinadas
particularidades que refletem na qualidade dos revestimentos cerâmicos. Assim sendo, o
desenvolvimento das massas cerâmicas deve seguir às especificações do revestimento
cerâmico que se deseja fabricar, e a partir deste momento aplicar as matérias-primas que
ofereçam comportamentos adequados e que atendam desta forma ao processamento.
83
Aula 7 – Conceitos Gerais
PINTURA E REVESTIMENTO
produto desenvolvido, “grés”, pertence à classe de produtos com absorção de água inferior
a 3%, que é o mais próximo, tecnicamente, do porcelanato, um produto sofisticado com
excelentes propriedades finais, tais como: absorção de água menor que 0,5% e elevada
resistência mecânica.
O Brasil é, pela ANFACER, um dos cinco países que mais exportam revestimentos
cerâmicos, com isso os produtos de grés se revelam uma boa alternativa para exportação,
por suas características, ficando entre os produtos semi- porosos e os porcelanatos.
2. Características e Classificações
84
Aula 7 – Conceitos Gerais
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
Existe uma relação entre a porosidade do corpo cerâmico e a sua resistência mecânica,
medida pela carga de ruptura (N) ou pelo módulo de resistência à flexão do material
(N/mm²), onde se pode verificar, experimentalmente, que quanto maior a porosidade
menor a resistência mecânica e vice-versa. Então se nota pelas Tabelas acima que um
produto com maior resistência mecânica, ou seja, com uma qualidade técnica superior,
necessita de uma absorção de água tendendo a zero, ou a menor possível. Deve-se levar em
consideração que o processamento dos revestimentos cerâmicos também contribui para
que essas variáveis sejam inversamente proporcionais.
Uma generalização que deve ser feita é a de que algumas matérias-primas para
determinados produtos (tijolos, concretos, refratários, etc.) recebem pouco ou nenhum
processamento prévio, enquanto que para outros são intensamente beneficiadas. Por outro
85
Aula 7 – Conceitos Gerais
PINTURA E REVESTIMENTO
lado, há uma tendência para o processamento adicional (trituração, britagem, etc.) das
matérias-primas, porque, hoje existem maiores exigências quanto às propriedades dos
materiais. Outro ponto importante é a seleção cuidadosa e detalhada das matérias-primas,
a fim de obter produtos finais com as características desejadas e que atendam as exigências
do mercado.
3.1. Argilas
Por terem sido tratadas em tópico específico em outra disciplina, serão relembrados
alguns conceitos mais particulares nas aplicações nos revestimentos cerâmicos.
3.2. Feldspatos
86
Aula 7 – Conceitos Gerais
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
Para promover a formação de fase líquida, os elementos mais eficazes são os óxidos de
metais alcalinos, Na2O e K2O, e alcalinos terrosos, CaO e MgO. Porém nesta fase líquida, um
ponto importante é a viscosidade, que pode ser determinada e/ou controlada pela
proporção de óxidos formadores de vidro (SiO2 e Al2O3) e dos óxidos modificadores de rede
(Na2O e K2O).
Além dos feldspatos que são usados em composições de massas cerâmicas atuando
como fundentes podem ser, ainda utilizados, os filitos e os talcos.
3.3.1. Filitos
87
Aula 7 – Conceitos Gerais
PINTURA E REVESTIMENTO
uma rocha dura (material rochoso). Com um grande valor prático para o processo cerâmico,
os filitos têm baixo resíduo em peneiras de malha 200 Mesh (número de abertura por
polegada linear), o que possibilita o seu uso sem praticamente nenhum beneficiamento
prévio na composição de massas cerâmicas, em quaisquer que sejam as finalidades. Podem
ser encontrados na natureza com cores variadas, partindo do branco ou branco-acinzentado
a avermelhado, passando pelo amarelo, bege e ao verde claro.
3.3.2. Talcos
Também chamados de rochas talcosas, são rochas moles, com untuosidade ao tato,
com estrutura lamelar ou em camadas. O nome talco, que é um silicato de magnésio
hidratado, é aplicado preferencialmente à espécie mineralógica de composição
3MgO.4SiO2.H2O.
4. Funções
• Durabilidade do material;
• Facilidade de limpeza;
• Higiene;
• Qualidade do acabamento final;
• Proteção dos elementos de vedação;
88
Aula 7 – Conceitos Gerais
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
5. Propriedades
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Aula 7 – Conceitos Gerais
PINTURA E REVESTIMENTO
Essa medida indica a capacidade da placa cerâmica em suportar esforços exercidos por
cargas através do tráfego de pessoas, objetos, móveis, equipamentos ou veículos, que
possam levar à rupturas, esmagamentos e quebras. Conforme a classificação da tabela, do
Centro Cerâmico do Brasil (CCB), nota-se que quanto menor a absorção de água e quanto
maior a espessura da placa, maior será o índice de resistência à flexão.
O índice PEI - Porcelain Enamel Institut faz menção ao órgão americano de mesmo
nome, que estabeleceu os critérios de classificação da cerâmica conforme a resistência do
esmalte, segundo classificação da tabela:
90
Aula 7 – Conceitos Gerais
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
Em locais de baixa temperatura, a água que penetra nos poros da cerâmica pode
congelar e, dessa forma, aumentar de volume causando certa patologia.
Se as placas escolhidas tiverem uma massa muito porosa e não suportarem essa
pressão, todo o revestimento pode ser danificado, neste caso é importante usar placas
cerâmicas que apresentem um baixo índice de absorção de água.
Consiste no aumento das dimensões da placa cerâmica por absorção de água e/ou por
aumento da temperatura. Geralmente ocorre em locais onde a placa cerâmica está sujeita a
umidade e calor intenso, como fachadas, pisos externos, lareiras e churrasqueiras.
Seu índice deve ser observado em pisos em casas de praia, onde esse cuidado se
explica como: a areia que apresenta dureza 7, portanto, o revestimento só não ficará
riscado pelo pisoteio dos transeuntes se tiver dureza Mohs superior a esse número.
91
Aula 7 – Conceitos Gerais
PINTURA E REVESTIMENTO
Determina o quanto uma superfície poderá reter a sujeira e a sua respectiva facilidade
de remoção de manchas quando submetidas à ação generalizada dos diversos produtos que
estão sujeito em seu ambiente.
Assim como a sua massa, a superfície esmaltada das cerâmicas possuem níveis
variados de tolerância a esses produtos, que determinam a capacidade da superfície da
mesma em manter seu aspecto original.
Ba s ea do e a da ptado de Ca rl os da
Rocha Rebel o, CALLISTER(2001),
BOSCHI(2002). Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
92
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
1. Processos
2. Moagem
93
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
PINTURA E REVESTIMENTO
Em relação à quantidade de produto a moer não existe uma regra geral, mas algumas
indicações são importantes tais como: a barbotina formada deve cobrir ligeiramente as
bolas e o mais eficaz ainda é o teste industrial, avaliando na prática s resultados mais
positivos para cada indústria.
94
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
ρ: densidade (g/cm³);
m: massa (g);
V: volume (cm³).
95
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
PINTURA E REVESTIMENTO
única solução consiste na adição de um agente defloculante, que é um produto químico que
pode atuar de duas maneiras: por troca iônica (silicato de sódio – Na2SiO3) ou por
encapsulamento usando um defloculante polimérico. Com isso, as suspensões cerâmicas
fluem melhor e aceleram as descargas dos moinhos industriais, dando ritmo ao processo
nas indústrias.
4. Atomização
São equipamentos que apresentam, uma câmara de secagem, uma parte interna em
aço inox, uma parte intermediária com revestimento de lã de vidro de camada dupla e uma
parte externa em chapa de alumínio. São projetados para a retirada de água pela
pulverização da barbotina a contra corrente de ar quente dentro da câmara, cuja
temperatura varia entre 400 e 550 oC. Podem ser equipamentos compostos por coroa porta
bicos ou ainda de lanças porta bicos. Pela pressão que é injetada a barbotina para dentro da
96
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
“Coração negro” consiste em uma região escura (geralmente cinza) que se estende,
paralelamente à face e próxima a meia altura da espessura, ao longo da peça. A sua origem
está relacionada à presença de compostos de carbono (matéria orgânica), óxido de ferro
nas argilas e excesso de umidade no pó atomizado.
5. Prensagem
97
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
PINTURA E REVESTIMENTO
5.1. Prensas
Pode-se dizer ainda que em peças com alta densidade aparente a cru, são encontrados
valores de umidade do pó elevados ou uma maior pressão de compactação. Estas três
variáveis são importantes, pois determinam as características do módulo de ruptura das
peças cruas e queimadas, a absorção de água e a retração linear após a queima.
Parte dos defeitos no produto acabado tem origem na prensagem, porém as suas
causas podem ser as mais variadas, podendo ser:
98
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
6. Secagem
6.1. Secadores
99
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
PINTURA E REVESTIMENTO
moderadamente quente e estão bastante úmidas; durante o processo as “regiões” são cada
vez mais quentes e menos úmidas. O sistema de circulação do ar é ajustado mediante uma
série de “janelas” (reguláveis) situadas ao longo de todo o secador.
7. Esmaltação e Decoração
Esta é uma etapa onde as peças cerâmicas a verde e secas, recebem aplicações de
esmaltes cerâmicos, tintas e decorações. É onde se dá o efeito estético do produto final. A
linha de esmaltação é composta por estruturas metálicas, polias e correias e dos
equipamentos de aplicação dos esmaltes e tintas (cabines de aplicação e máquinas
serigráficas).
Os esmaltes cerâmicos são compostos por fritas, caulins, argilas, feldspatos, entre
outros. São vidros tratados térmica e quimicamente, e que conferem à peça o brilho vítreo
característico. Os esmaltes cerâmicos têm a função de higienizar o produto, dar a
resistência à abrasão, além do efeito estético já mencionado.
8. Sinterização
100
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
101
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
PINTURA E REVESTIMENTO
Os átomos dos grãos menores são transferidos para os maiores, e os poros são
substituídos por materiais sólidos. Essa transferência de massa pode ser acompanhada por
quatro mecanismos distintos, porém algumas vezes simultâneos.
8.2. Difusão
A sinterização na fase líquida envolve a remoção dos íons ou átomos das superfícies de
maior energia, e deposição dos mesmos nas superfícies de menor energia. As superfícies de
energia mais elevada são aquelas que apresentam pequeno raio de curvatura convexo; as
superfícies de energia mais baixa são aquelas que apresentam pequeno raio de curvatura
côncava. As superfícies com grande raio e as superfícies planas são intermediárias. Os grãos
sólidos são sempre separados por um filme líquido, pois o ângulo diedro de penetração do
líquido, ao longo do contorno do grão, é 0o. Neste caso a resistência necessária para resistir
às tensões externas a altas temperaturas é somente uma consequência das forças capilares
e da viscosidade do líquido. Os grãos sólidos formam contornos de grão sólido-sólido, de tal
forma que os ângulos diedros finitos apresentam as configurações de menor energia, assim
mantém uma resistência mecânica pelo contato sólido-sólido, mesmo que o líquido esteja
102
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
9. Fornos
Os equipamentos utilizados para a queima dos materiais cerâmicos são os fornos. Para
as indústrias de revestimentos são comumente usados os fornos a rolos intermitentes, que
por meio de calor, realizam transformações físico-químicas nos materiais cerâmicos. São
compostos por queimadores, que são utilizados para a combustão de combustíveis gasosos,
como gás natural ou GLP (gás liquefeito de petróleo).
Deve-se ter um rigoroso controle sobre a operação de queima, pois muitos defeitos de
fabricação estão ligados diretamente a esta etapa. Por isso alguns fatores devem ser
controlados, como o intervalo de queima, a operação gradual de aquecimento, seguida de
um tempo de permanência na temperatura máxima especificada e o resfriamento
adequado para que variáveis como retração linear e absorção de água estejam sob controle.
Os constituintes de alguns produtos podem apresentar variações de volume durante o
aquecimento, assim como a transformação de inversão entre as formas polimórficas de
quartzo de altas e baixas temperaturas, cristobalita e tridimita, respectivamente. Isto se
traduz em um sério problema, uma vez que os produtos cerâmicos apresentam uma
velocidade de aquecimento limitada e um elevado gradiente térmico pode provocar trincas
e deve ser evitado.
Por isso, as variáveis, tempo e temperatura, passam a ser regras básicas no controle da
queima dos materiais cerâmicos. É possível a construção de uma curva de queima ideal para
cada material, respeitando suas propriedades e características.
Os revestimentos cerâmicos adquirem suas propriedades finais tão logo tenha sido
concluído todo o seu processamento, principalmente após a fase de sinterização ou queima,
cujo objetivo maior é desenvolver as microestruturas adequadas por meio da
transformação físico-química das massas cerâmicas.
103
Aula 8 – Fabricação de Cerâmicas
PINTURA E REVESTIMENTO
porosidade do material, uma vez que na tentativa de baixá-la pode-se provocar uma
deformação, já é uma função específica da temperatura e do tempo de queima.
O que se busca são materiais mais resistentes mecanicamente e com baixas absorções
de água, o que dá um incremento técnico e comercial aos revestimentos cerâmicos, como
visto na aula passada.
Ba s ea do e a da ptado de Ca rl os da
Rocha Rebel o, CALLISTER(2001),
BOSCHI(2002). Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
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Aula 9 – Parâmetros de Projeto
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
O sistema de revestimento cerâmico é formado por diversas camadas, onde cada um de seus
elementos possuem comportamento específico, que devem formar um grupo estável unido
por coesão. Os parâmetros do projeto devem ser atentamente considerados no momento da
especificação do revestimento cerâmico em paredes internas.
Como já estudado em outras aulas, um breve resumo será dado para o sistema:
105
Aula 9 – Parâmetros de Projeto
PINTURA E REVESTIMENTO
106
Aula 9 – Parâmetros de Projeto
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
107
Aula 9 – Parâmetros de Projeto
PINTURA E REVESTIMENTO
Deve ser considerada, na elaboração de projetos, cada ma das camadas que compõe o
SRC, isto é, os materiais constituintes, suas espessuras e outros fatores como técnicas
apuradas para a produção.
A base e o emboço do SRC estarão sujeitos a uma série de solicitações durante a vida
útil do revestimento cerâmico, em maiores proporções em ambientes externos do que os
internos, onde é exigida maior resistência à ação de intempéries até que a camada de
fixação seja aplicada.
Portanto, a fim de preservar o revestimento, e para que este não venha a se deteriorar
precocemente, faz-se necessário que as juntas sejam projetadas de modo a resistirem as
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Aula 9 – Parâmetros de Projeto
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
O projeto do SRC quando elaborado, deve considerar sob que condições estarão sendo
executados estes trabalhos . No caso de edifícios habitacionais e comerciais, e se tratando
de revestimento interno, sua condição de proteção durante a execução estão garantidas
plenamente, e se apresentam em menor grau do que as fachadas que estão sujeitas a
condições bem mais severas.
Deve-se salientar portanto, que o avanço efetivo da produção somente será alcançado
com a elaboração de um projeto construtivo. Este deve conter todas as informações e
considerações necessárias para que se exerça total domínio sobre a produção,
determinando materiais, técnicas, equipamentos e o tipo de mão de obra a serem
empregados, bem como os procedimentos de qualidade.
Além de tais pontos, o fácil acesso durante a execução contribui para um melhor
controle da mão de obra, eliminando a necessidade de equipamentos especiais. Os
109
Aula 9 – Parâmetros de Projeto
PINTURA E REVESTIMENTO
Várias são as funções das juntas entre componentes que trabalham para proporcionar
um alinhamento perfeito entre si, ocultando diferenças entre suas dimensões contribuindo
para um perfeito acabamento estético, além da estanqueidade do pano e também
contribuem para acomodar movimentações oriundas de variações térmicas e higroscópicas
das peças.
A escolha dessas dimensões das juntas entre componentes é função do material que
foram produzidas, principalmente, da sua qualidade e uniformidade dimensional, das suas
dimensões, do nível de solicitações a que o revestimento estará submetido e das exigências
estéticas de projeto.
110
Aula 9 – Parâmetros de Projeto
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
111
Aula 9 – Parâmetros de Projeto
PINTURA E REVESTIMENTO
Por se tratar de uma etapa de suma importância, e para melhor organizar suas
atividades de concepção e desenvolvimento do projeto de revestimento cerâmico de
paredes internas, este deve ser dividido em três etapas descritas a seguir.
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Aula 9 – Parâmetros de Projeto
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
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Aula 9 – Parâmetros de Projeto
PINTURA E REVESTIMENTO
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Aula 9 – Parâmetros de Projeto
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
Fase em que são feitas as alterações que porventura sejam necessárias e cabíveis
posteriormente na execução do revestimento. Esta etapa desenvolve-se em paralelo com a
obra e pode ser considerada como atividade eventual de correções e ajustes das
especificações estabelecidas.
Ba s ea do e a da ptado de Ca rl os da
Rocha Rebel o. Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
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Aula 10 – Execução
PINTURA E REVESTIMENTO
1. Execução de Cerâmicas
1.1. Planejamento
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Aula 10 – Execução
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
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Aula 10 – Execução
PINTURA E REVESTIMENTO
2. Etapas de Execução
Normalmente, se o emboço foi feito sobre controle e dentro das especificações, então
deve-se encontrar o substrato livre de qualquer tipo de material contaminante, com textura
de sua superfície medianamente áspera, semelhante àquela obtida com desempenadeira de
madeira.
O assentamento dos componentes cerâmicos deve ser realizado o mais tarde possível
a partir da execução da camada de regularização. Recomenda-se o prazo mínimo de sete
dias para os revestimentos internos e de quinze dias para o assentamento dos
revestimentos externos, a fim de permitir que ocorra a maior parte das tensões de retração
do substrato, sendo assim possível minimizar o seu efeito sobre a camada final.
Para que o serviço seja bem executado é necessário ter uma série de ferramentas e
equipamentos, as quais devem estar disponibilizadas desde o início dos trabalhos junto com
os equipamentos de proteção individual indicados ao tipo de serviço onde serão utilizadas
ao longo do processo de produção.
118
Aula 10 – Execução
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
Para o preparo da argamassa, o caixote deverá estar isento de resíduo que possa
alterar as suas características, como argamassas velhas, água, etc. A mistura do pó da
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Aula 10 – Execução
PINTURA E REVESTIMENTO
argamassa com a água deve seguir as indicações do seu fabricante, de modo que atinja a
consistência adequada e se torne trabalhável. A consistência ideal da mistura poderá ser
observada aplicando-se um pouco de argamassa sobre o substrato com a desempenadeira
dentada. Os cordões resultantes deverão estar bem aderidos, não devendo fluir ou abater-
se. Deve-se ter o cuidado para não se adicionar água após a mistura inicial. A argamassa que
cair após a aplicação, desde que não esteja contaminada, poderá ser reaproveitada.
Recomenda-se, pois, que seja feita uma avaliação visual das características de
trabalhabilidade da argamassa a fim de que seja encontrado o tempo ideal. Pois, quanto
maior o tempo de repouso, melhores são as características de trabalhabilidade no estado
fresco e de desempenho da argamassa quando endurecida, entretanto, não se deve
ultrapassar o prazo de 30 minutos pois o tempo útil será reduzido do mesmo prazo,
podendo diminuir a produtividade dos operários.
Após o seu preparo, a argamassa colante deverá ser espalhada cuidadosamente pelo
profissional sobre a superfície, sua aplicação deve ser feita com desempenadeira de aço
dentada.
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Aula 10 – Execução
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
internos quando a área do componente for superior a 400 cm². Para revestimentos internos
com peças inferiores a esta área utiliza-se a desempenadeira de dentes 6 x 6 x 6 mm, de
modo geral, o formato dos dentes da desempenadeira de aço deve observar os parâmetro
da tabela a seguir.
O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de pó,
gorduras, ou partículas secas e não deve ser molhado antes do assentamento. A colocação
das placas cerâmicas deve ser feita de baixo para cima, uma fiada de cada vez a partir de
uma régua colocada de nível para alinhamento e galga da primeira fiada de assentamento
conforme ilustra a figura de nº 5 a seguir.
121
Aula 10 – Execução
PINTURA E REVESTIMENTO
A melhor forma para garantir um bom contato superficial da peça cerâmica com a
argamassa colante e, consequentemente a máxima aderência, é aplicando-a a cerca de 2 cm
das peças já assentadas e arrastando a peça até a posição final através de movimentos de
vai e vem sob pressão. O procedimento de colocar diversas peças na posição e apenas
“bater” em sua superfície tentando esmagar os cordões não é prática recomendável por
provocar uma diminuição muito significativa da aderência superficial.
Para efeito de galgamento os painéis planos são definidos nos revestimentos internos
como sendo, trechos de paredes planos ou vãos de paredes interrompidos por elementos
que quebram a continuidade do plano a ser revestido, como por exemplo, surgimento de
vigas e pilares em outros planos ou mesmo mudança no tipo do revestimento seguindo o
mesmo plano.
122
Aula 10 – Execução
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
Quando houver necessidades de cortes das peças cerâmicas, estes deverão ser
devidamente planejados e executados previamente ao processo da aplicação da argamassa
colante. Para o caso de revestimentos cerâmicos de menor resistência mecânica, como é o
caso dos azulejos, os cortes retos poderão ser feitos empregando-se o riscador (com ponta
de widea), e a torquês quando necessitar de arremates circulares.
Quando a peça for de maior resistência como os demais tipos placas cerâmicas, deve-
se empregar um cortador mecânico ou elétrico (serra mármore com disco diamantado), no
caso de cortes retos, sendo que para cortes circulares pode-se empregar a furadeira de
bancada provida de serra copo diamantada com guia interna.
Nos dois casos descritos anteriormente, as arestas resultantes dos cortes devem estar
cobertas pelos acabamentos, como as canoplas das torneiras e registros ou pelas placas ou
espelhos das caixas de luz, de modo que resultem em arremates perfeitos.
123
Aula 10 – Execução
PINTURA E REVESTIMENTO
Para que o rejuntamento possa ser iniciado é imprescindível que as juntas estejam
devidamente limpas, sendo que a limpeza pode ser realizada com uma vassoura ou com
uma escova de piaçava para que sejam eliminados todos os resíduos que possam prejudicar
a aderência do material de rejunte, como por exemplo, poeira e resíduos soltos de
argamassa colante.
O rejuntamento deve ser iniciado após 72 horas do assentamento das placas cerâmicas
para evitar o surgimento de tensões pela retração de secagem da argamassa colante.
Recomenda-se, porém, que o prazo para rejunte não seja muito excedido, pois as
placas cerâmicas sem rejuntamento contam apenas com sua resistência mecânica, sem o
esforço de travamento lateral, e estão sujeitas a danos acidentais, além de estarem
propícias ao acúmulo de sujeiras em suas juntas ainda sem preenchimento.
3. Controle de Execução
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Aula 10 – Execução
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
sido iniciado a execução, deve ser feito um controle durante todo o processo para a
garantia do atendimento observada no projeto do revestimento.
Ba s ea do e a da ptado de Ca rl os da
Rocha Rebel o. Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
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Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
Por diversas vezes Centros Tecnológicos têm sido solicitados para analisar casos de
anomalias em revestimentos. Em muitos casos as causas são várias, porém em um
determinado momento, uma delas, embora de pequena importância isoladamente, se torna
preponderante e, atuando no limite, ocasiona o caso patológico.
1. Falhas em Cerâmicas
2. Patologias
2.1. Destacamento (Descolamento)
Podem vir a ocorre também por outros fatores tais como a influência de cargas
sobrepostas logo após o assentamento provocando tensões de compressão sobre a camada
126
Aula 11 – Patologias
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
127
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
No assentamento das peças cerâmicas deve-se manter entre as mesmas, juntas com
largura suficiente para que haja perfeita infiltração da pasta ou argamassa de rejuntamento,
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Aula 11 – Patologias
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
De acordo com as dimensões das peças cerâmicas, devem ser mantidas as juntas
mínimas de assentamento, constantes da tabela abaixo. Tem-se constatado alguns
problemas de destacamento loção de revestimento cerâmico, devido à infiltração de água
por deficiência de calafetação das juntas de assentamento, permitindo acesso de água na
argamassa de assentamento e no corpo cerâmico das peças, gerando esforços nas mesmas
por dilatação e contração por absorção de água, além da possibilidade de formar pressão de
vapor d'água e eflorescências localizadas no revestimento.
Tem-se verificado que em vários casos de destacamento os vãos entre garras não
foram devidamente preenchidos com a argamassa de assentamento, ocasionando posterior
destacamento generalizado do revestimento. Portanto, é necessário programar com
antecedência o tipo de argamassa de assentamento (adesiva à base de cimento ou
convencional), a necessidade de preencher com argamassa o espaço entre garras antes do
assentamento e ainda as dimensões dos dentes da desempenadeira metálica, que formarão
os sulcos e cordões, para verificar se são adequadas à conformação do tardoz.
129
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
2.2. Gretamento
Assim como trincas e fissuras, podem ocorrer devido a: retração e dilatação da peça
relacionada à variação térmica ou de umidade; absorção excessiva de parte das
deformações da estrutura devido a ausência de detalhes construtivos como vergas, contra
vergas, pingadeiras, platibandas ou juntas de dilatação, principalmente nos primeiros e
últimos andares dos edifícios.
130
Aula 11 – Patologias
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
• Quando a peça for submetida a pequenos impactos com instrumento rijo, não
contundente, não deverá produzir som cavo;
• Sempre que a fiscalização julgar necessário, consideradas seis determinações
de resistência de aderência, efetuadas segundo NBR-8214, parágrafo 6.2.,
após cura do material utilizado no assentamento (28 dias caso possua
cimento), pelo menos quatro valores devem ser iguais ou superiores a 0,3
MPa (3,0 kgf/cm²).
2.3. Fissuras
131
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
2.4. Manchas
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Aula 11 – Patologias
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
2.5. Eflorescências
Vale lembrar que as placas cerâmicas e a argamassa possuem vazios em seu interior,
como cavidades, bolhas, poros abertos e fechados e uma enorme e complexa rede de micro
canais, a ocorrência de tal situação é favorável para que a água venha a passar pelo seu
interior por força da capilaridade ou mesmo por força do gradiente hidráulico.
133
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
A eflorescência é causada por três fatores de igual importância: o teor de sais solúveis
existentes nos materiais ou componentes, a presença de água e a pressão hidrostática
necessária para que a solução migre para a superfície. As três condições devem existir
concomitantemente, pois, caso uma delas seja eliminada, não ocorrerá o fenômeno.
Os sais solúveis podem ser provenientes dos materiais e/ou componentes das
alvenarias ou revestimentos. Os sais solúveis do cimento agem como fonte de eflorescência.
Cimentos que contenham elevado teor de álcalis (Na 2O e K2O) na sua hidratação podem
transformar-se em carbonato de sódio e potássio, muito solúveis em água.
No caso dos tijolos e materiais cerâmicos, as possíveis fontes de sais são as matérias
primas cerâmicas, a água usada na fabricação e a reação de componentes da massa com
óxido de enxofre do combustível, durante a secagem e início da queima. Caso a queima dos
produtos cerâmicos seja realizada em temperatura adequada, os sulfatos são eliminados.
134
Aula 11 – Patologias
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
O terceiro e último fator que deve coexistir com os outros fatores para a ocorrência
das eflorescências corresponde à pressão hidrostática necessária à migração da solução
para a superfície. O transporte de água através dos materiais e a conseqüente cristalização
dos sais solúveis na superfície ocorrem por capilaridade, infiltração em trincas e fissuras,
percolação sob o efeito da gravidade, percolação sob pressão por vazamentos de
tubulações de água ou de vapor, pela condensação de vapor de água dentro de paredes, ou
pelo efeito combinado de duas ou mais dessas causas.
135
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
Caso não seja procedida prévia saturação com água do revestimento, poderá haver
penetração profunda da solução ácida, gerando formação de grande quantidade de
eflorescências, pois o ácido muriático em contato com o cimento do rejuntamento formará
cloretos muito solúveis em água. As reações químicas ocorridas durante o processo de
limpeza das fachadas com a solução ácida formam uma série de compostos, gerando
deposições sobre a superfície.
Ba s ea do e a da ptado de Ca rl os da
Rocha Rebel o, Centro Tecnol ógi co
Fa l cã o Ba uer. Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
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Aula 12 – Particularidades e Recomendações
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
1. Logística
• Locais cobertos e com piso plano, nivelado e com resistência suficiente para
suportar a carga dos pallets a serem acondicionados. Em caso de local
descoberto, manter os produtos em pallets e plastificados ou cobertos com
lonas plásticas;
• A acessibilidade do local de estoque, tanto para a descarga quanto para a
distribuição do produto durante a obra.
137
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
Caso haja algum problema (caixas danificadas ou com peças quebradas), faça o
registro das ocorrências (nome do produto e quantidade de caixas danificadas) no canhoto
da nota fiscal e no conhecimento de transporte. Posteriormente, comunique ao vendedor
sobre estas ocorrências.
138
Aula 12 – Particularidades e Recomendações
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
deixados a céu aberto, desde que estejam em paletes plastificados ou cobertos com uma
lona.
139
Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
2. Lotes e Tonalidades
A primeira limpeza pós-obra deve ser feita de modo a garantir a total remoção de
todos os resíduos de obra, principalmente resíduos de rejunte e argamassa, que podem
ficar aderidos sobre a superfície do revestimento cerâmico, fazendo com que fique com
aspecto de encardido. Esta limpeza deve ser realizada com cuidado, pois pode haver
resíduos de materiais abrasivos sobre o revestimento cerâmico. Recomenda-se realizar a
limpeza pós-obra, no mínimo, após 14 dias da aplicação do rejunte. A limpeza pós-obra
deve seguir as dicas:
140
Aula 12 – Particularidades e Recomendações
UNIDADE 2 – SISTEMAS CERÂMICOS
• Utilizar água e detergente neutro, enxaguar o piso para retirar todo resíduo
de sujeira. Se necessário realize escovação com o auxílio de uma escova ou
vassoura de cerdas plásticas. Retirar a água suja sobre o produto com pano
úmido e limpo;
• Não deixar a sujeira com água secar sobre o revestimento, pois pode provocar
manchas;
• Caso ainda permaneça sujo, pode ser utilizado saponáceo cremoso e água
morna;
• Secar o revestimento com pano seco.
Alguns porcelanatos polidos possuem uma película protetora plástica, ao invés da cera.
Nestes casos, basta retirar o plástico e, em seguida, realizar a limpeza com detergente
neutro ou um pano embebido em álcool. Nunca deve ser utilizado produto que contenha
ácidos em sua composição (por exemplo, o produto chamado de Limpa Pedras), pois o ácido
ataca a superfície do revestimento cerâmico de forma irreversível.
Para a limpeza diária dos porcelanatos deve utilizar detergentes neutros (pH = 7,0). No
mercado há produtos com grande alcalinidade e acidez para a realização de limpeza pesada,
estes, no entanto, atacam a superfície do produto produzindo manchas. Portanto,
recomenda-se a utilização de detergente neutro e água limpa. Não se deve utilizar sabão
em pó, pois este cria uma película sobre o piso e facilita a aderência de sujidades.
A limpeza deve ocorrer utilizando a técnica dos dois baldes, sendo que no 1º balde é
colocada água limpa, detergente neutro e no 2º balde é colocada somente água limpa. Para
a realização da limpeza com a técnica dos dois baldes, deve-se:
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Aula 11 – Patologias
PINTURA E REVESTIMENTO
Ba s ea do e a da ptado de Cerâ mi ca
Portina ri . Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
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