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Daniel Conegero
Paulo de Tarso, o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais
conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do cristianismo.
Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo, autor de treze epístolas
presentes na Bíblia.
Não poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.
O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1).
Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote
para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para Jerusalém qualquer um que
fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a
Igreja de Deus (Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e
preservando a pureza da Lei.
O que se sabe realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco com
o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado
aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas no
curso da História.
E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco,
subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues?
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe
o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém
fazer.
(Atos 9:3-6)
Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato
miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em apóstolo
seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras.
Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa de Cristo.
Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão
importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a legalidade de seu apostolado está
fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que
Paulo de Tarso não havia sido um doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus
seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente.
Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar:
Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do apóstolo
Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que
queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu novo relacionamento
com Cristo (Gálatas 2:20).
De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do
apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de
Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo
lugar em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1,2).
Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de
Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal selvagem,
tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-
11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão,
sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo
duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar
ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.
Não há informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que
o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na Arábia
(Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar
específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua
pregação provocou uma oposição tão grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida
(2 Coríntios 11:32,33).
Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado cerca
de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavam todos
receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos.
Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam
assassiná-lo.
Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor
numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias
com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo acabou
deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais apóstolos, e também antes
de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela
região já ouviam as boas-novas sobre Paulo.
E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo;
Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia
agora a fé que antes destruía.
(Gálatas 1:22,23)
Esse período em Antioquia foi essencial no ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que sua missão
de levar o Evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia
que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os
chamara. Só então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
(Atos 13:2,3)
1. Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas
regiões circunvizinhas.
3. Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das
profecias da antiga dispensação.
4. Ele percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava
tais particularidades em sua mensagem evangélica.
5. Ele mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por
meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de sua confiança.
Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local
obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo,
com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes
convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada
igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.
O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o
Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou
a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as Epístolas aos
Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em
outra ocasião (Atos 18:20,21).
O apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira
natureza do Evangelho da graça. Por isso ele se posicionou claramente contra essa situação.
Diante dessas circunstâncias, o apóstolo Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14).
Pedro havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos
cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a escrever
uma epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com grande ênfase o
tema da salvação pela graça mediante a fé.
Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o
problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os
apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se
convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.
Considerando apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabe-se que ele foi preso em
Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido para Cesareia. Nessa
cidade Felix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo na prisão por dois anos (Atos 23-
26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus, para que por eles
ele fosse julgado.
Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável a sua pessoa,
então na qualidade de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de um discurso perante o
rei Agripa e Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível
tempestade, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta.
Finalmente o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele passou
dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para ensinar sobre o
Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a história descrita no livro de
Atos dos Apóstolos. O restante da vida de Paulo precisa ser contado utilizando-se os registros
de outras fontes.
Por isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento sobre a
biografia do apóstolo Paulo, parte das Epístolas Pastorais. Essas epístolas parecem sugerir que o
apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma relatada em Atos por volta de
63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto, ele teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até a
Espanha.
O martírio em Roma
Depois, novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Desa última vez ele acabou executado
pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). Tudo isso indica que as
Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente
(cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do
apóstolo Paulo a Espanha.
A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora
da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que mais defina a biografia do
apóstolo Paulo seja exatamente esse:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo
juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os
que amarem a sua vinda.
(2 Timóteo 4:7,8)
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