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A História do Apóstolo Paulo: Quem


foi Paulo de Tarso?

Daniel Conegero

Paulo de Tarso, o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais
conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do cristianismo.
Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo, autor de treze epístolas
presentes na Bíblia.

Biografia do apóstolo Paulo


Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não
era um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega. Tarso era
uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora
tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado
da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos 11:1; Filipenses 3:5;
Atos 23:6).
A infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate entre os
estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em Tarso, indo
apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que Paulo foi para
Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua infância longe de Tarso. Na
verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos
cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida
do apóstolo Paulo.
Embora não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, sabe-se com certeza que
ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei, Gamaliel, neto de Hillel.
Paulo conhecia profundamente a cultura grega. Ele também falava o aramaico, era herdeiro da
tradição do farisaísmo, estrito observador da Lei e mais avançado no judaísmo do que seus
contemporâneos (Gálatas 1:14; Filipenses 3:5,6). Considerando todos estes aspectos, pode-se
afirmar que sua família possuía alguns recursos e desfrutava de posição proeminente na
sociedade.
O apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser cidadão romano
de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica que sua cidadania foi
herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo menos dois terços da população do
Império Romano não possuía cidadania romana. Não se sabe ao certo como o pai do apóstolo
conseguiu tal cidadania. Algumas pessoas importantes e abastadas conseguiam comprar a
cidadania (Atos 22:28). Outras, conseguiam tal cidadania ao prestar algum relevante ao governo
romano. A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os quais podemos citar:

 A garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação.

 Imunidade legal dos açoites antes da condenação.

 Não poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.

Paulo de Tarso, o perseguidor


O livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram
depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7:58). Após esse episódio da morte de Estêvão,
Paulo de Tarso assumiu uma posição importante na perseguição aos cristãos. Ele recebeu
autoridade oficial para liderar as perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio
do Sinédrio, ele dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10).

O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1).
Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote
para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para Jerusalém qualquer um que
fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a
Igreja de Deus (Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e
preservando a pureza da Lei.

A conversão de Paulo de Tarso


As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas epístolas, sugerem
uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que algumas experiências ao
longo de sua vida devem tê-lo preparado previamente para aquele momento. A experiência do
martírio de Estêvão e sua campanha de casa em casa para perseguir os cristãos podem ser
exemplos disto (Atos 8:1-3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11).

O que se sabe realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco com
o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado
aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas no
curso da História.
E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco,
subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues?
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe
o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém
fazer.
(Atos 9:3-6)

Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato
miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em apóstolo
seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras.
Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa de Cristo.

Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão
importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a legalidade de seu apostolado está
fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que
Paulo de Tarso não havia sido um doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus
seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente.
Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar:
 Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do apóstolo
Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que
queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu novo relacionamento
com Cristo (Gálatas 2:20).
 De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do
apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de
Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo
lugar em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1,2).
 Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de
Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal selvagem,
tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-
11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão,
sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo
duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar
ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.

O início do ministério do apóstolo Paulo


Após o encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita
de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi ali, naquela mesma cidade,
que Paulo começou sua obra evangelística.

Não há informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que
o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na Arábia
(Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar
específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua
pregação provocou uma oposição tão grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida
(2 Coríntios 11:32,33).

Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado cerca
de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavam todos
receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos.
Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam
assassiná-lo.
Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor
numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias
com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo acabou
deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais apóstolos, e também antes
de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela
região já ouviam as boas-novas sobre Paulo.
E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo;
Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia
agora a fé que antes destruía.
(Gálatas 1:22,23)

O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia


Logo depois o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele passou um período
de silêncio de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam conhecidos como o sendo
o período silencioso do ministério do apóstolo Paulo, é provável que ele tenha fundado
algumas igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que as igrejas mencionadas em Atos 15:41,
tenham sido fundadas por Paulo durante esse mesmo período.
É certo que Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava desempenhando, solicitou a
presença do apóstolo em Antioquia na posição de um obreiro auxiliar. O objetivo era que Paulo
o ajudasse numa promissora missão evangelística entre os gentios. Após cerca de um ano,
ocorreu um período de grande fome. Então os crentes de Antioquia providenciaram
contribuições para servir de auxilio aos cristãos da Judéia. Essas contribuições foram levadas por
Paulo e Silas. Havendo completado sua missão, Paulo e Silas regressaram a Antioquia.

Esse período em Antioquia foi essencial no ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que sua missão
de levar o Evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia
que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os
chamara. Só então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
(Atos 13:2,3)

As viagens missionárias do apóstolo Paulo


O trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos. Esse
trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia,
Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros
populacionais de sua época. Isso fazia parte de seu planejamento missionário. Quando alguns
judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o
núcleo de uma nova comunidade local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as
áreas rurais. A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser resumida da seguinte
forma:

1. Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas
regiões circunvizinhas.

2. Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios.

3. Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das
profecias da antiga dispensação.

4. Ele percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava
tais particularidades em sua mensagem evangélica.

5. Ele mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por
meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de sua confiança.

6. Ele estava atento as desigualdades presentes na sociedade de sua época, e promovia a


unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus. Além disso, ele solicitava que as igrejas mais
prósperas auxiliassem os mais pobres.

Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local
obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo,
com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes
convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada
igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.

Primeira viagem missionária


A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:1-14:28). Não se sabe
exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que ela deve ter
ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se
tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios.
Basicamente a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província romana
da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e Paulo era o
pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos missionários principais. Entretanto,
João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse
ponto, o apóstolo Paulo assumiu a liderança da missão.

Segunda viagem missionária


A segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O propósito
dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por todas as cidades em que a
palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). No entanto, ao discordarem sobre a ida
de João Marcos na viagem missionária, Paulo e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou
consigo Silas, também chamado de Silvano.
A data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa segunda viagem cobriu um
território bem maior do que a primeira, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi
concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas
e Corinto.

O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o
Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou
a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as Epístolas aos
Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em
outra ocasião (Atos 18:20,21).

Terceira viagem missionária


A terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:23-21:16. Essa viagem
ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois
prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo
período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3).
É provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia, tenha sido fundada
durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele
fez uma segunda visita à cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais
tarde, ele escreveu 1 Coríntios.
Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu
a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo Paulo passou pela terceira vez
em Corinto. Antes de partir dessa cidade, provavelmente ele escreveu a Epístola aos Romanos
(cf. Romanos 15:22-25).
O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O Evangelho se
espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período apostólico, o número
total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ter sido
fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e
anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o apóstolo Paulo.

O debate do apóstolo Paulo com Pedro


Em um determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões a
respeito da Lei e dos costumes judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus
insistiam que os gentios deveriam observar a Lei Mosaica. Eles queriam que os crentes gentios
se enquadrassem nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão. Para eles, só
assim poderia haver igualdade na comunidade cristã.

O apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira
natureza do Evangelho da graça. Por isso ele se posicionou claramente contra essa situação.
Diante dessas circunstâncias, o apóstolo Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14).
Pedro havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos
cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a escrever
uma epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com grande ênfase o
tema da salvação pela graça mediante a fé.
Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o
problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os
apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se
convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.

Prisões e morte do apóstolo Paulo


Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o apóstolo Paulo sofreu. Essa
discussão de dá, principalmente pelo fato de o livro de Atos não descrever toda a história do
apóstolo Paulo. Além disso, provavelmente o apóstolo Paulo foi preso algumas vezes por um
período muito curto de tempo, como por exemplo, em Filipos (Atos 16:23).
Ao falar sobre suas próprias prisões, o apóstolo Paulo escreve o seguinte:

São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em


trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito
mais; em perigo de morte, muitas vezes.
(2 Coríntios 11:23)

Considerando apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabe-se que ele foi preso em
Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido para Cesareia. Nessa
cidade Felix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo na prisão por dois anos (Atos 23-
26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus, para que por eles
ele fosse julgado.

Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável a sua pessoa,
então na qualidade de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de um discurso perante o
rei Agripa e Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível
tempestade, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta.

Finalmente o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele passou
dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para ensinar sobre o
Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a história descrita no livro de
Atos dos Apóstolos. O restante da vida de Paulo precisa ser contado utilizando-se os registros
de outras fontes.
Por isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento sobre a
biografia do apóstolo Paulo, parte das Epístolas Pastorais. Essas epístolas parecem sugerir que o
apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma relatada em Atos por volta de
63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto, ele teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até a
Espanha.
O martírio em Roma
Depois, novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Desa última vez ele acabou executado
pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). Tudo isso indica que as
Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente
(cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do
apóstolo Paulo a Espanha.

A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora
da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que mais defina a biografia do
apóstolo Paulo seja exatamente esse:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo
juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os
que amarem a sua vinda.
(2 Timóteo 4:7,8)

Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo


 Romanos
 I Coríntios

 II Coríntios

 Gálatas

 Efésios

 Filipenses

 Colossenses

 I Tessalonicenses

 II Tessalonicenses

 I Timóteo

 II Timóteo

 Tito

 Filémon

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