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O que sabemos a respeito do feriado da Revolução Farroupilha no dia

20 de Setembro é q é comemorado anualmente a guerra travada entre o


Império Brasileiro e o Estado do Rio Grande do Sul, porém se mostra uma
versão, nas escolas ou até mesmo parentes que nos contam quando crianças,
de que se deve comemorar com honra essa data em homenagem aos “grandes
guerreiros gaúchos”.
É contada ou quando é contada de forma ligeira com pouca
preocupação em, de fato, apresentar os fatos do que realmente aconteceu
nesses dez anos de guerra, todas as promessas feitas aos Lanceiros Negros e
que depois foram traídos e massacrados.
Por conta dessas versões contadas por pessoas que ignoravam a
história da importância dos negros para o Rio Grande do Sul e como foram
escravizados tão brutalmente como em qualquer lugar do Brasil, mas os
gaúchos mais tradicionalistas preferem mostrar um lado “bonzinho e guerreiro
honrosos” do povo rio-grandense para preservar a imagem de um Estado
superior a outros.
Podemos ver notícias apenas recentemente das coisas caminhando
para uma mudança, mas ainda sim vemos casos onde são ignoradas por uma
parte da sociedade muitas delas pra continuar essa narrativa de preservação
da imagem do Estado.
Um exemplo disso é o caso de mais de 200 trabalhadores em situação
análoga a escravidão, onde eram espancados, levavam choque e gás de
pimenta, davam comida estragada e se fosse comprar alguma comida em um
mercado próximo ficando com “dívidas” a serem pagas aos donos.
E outro lado de que, mesmo que lentamente, vemos uma mudança que
é aprovação da PL 3.493/2021 do senador Paulo Paim (PT-RS), onde os
Lanceiros Negros serão incluídos no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
No ano de 2020, uma ação de ativistas negros questionou o verdadeiro
papel de heróis e mitos da Revolução Farroupilha, como mostrou o jornal
eletrônico independente Sul21. A ação dos ativistas teve como principal alvo
monumentos dedicados à Revolução, como os de Bento Gonçalves e do
General David Canabarro, assim como placas de trânsito com o nome dos
ditos heróis gaúcho foram ressignificadas, além de cartazes postos em suas
estátuas, conforme as imagens abaixo:
Figura 1: Placa de trânsito com o nome de Bento Gonçalves foi modificada, com os dizeres: "Escravista. Disse lutar
por liberdade, mas morreu sendo proprietário de mais de 50 negros escravizados.”

Já em 2021,
novas ações foram
realizadas no
Estado, outra
vez na madrugada
de 20 de
Setembro, que marca o feriado da Revolução. As intervenções feitas pelo
movimento antirracista ocorreram em monumentos históricos espalhados em
Porto Alegre. Novamente a estátua de Bento Gonçalves, que está localizada na
Praça Piratini, foi alvo de intervenção dos manifestantes, que buscam dar
visibilidade à história do povo negro gaúcho. Outro líder farroupilha que
também teve cartaz colocado em seu monumento foi Duque de Caxias.

Referências
Ação de ativistas negros questiona papel de
de Caxias, com a frase: “O racismo não pode mais ser tradição.” heróis e mitos da Revolução Farroupilha.
Sul21, Porto Alegre, 19 de set. de 2020.
Disponível em:
https://sul21.com.br/noticias/geral/2020/09/acao-de-ativistas-negros-questiona-
papel-de-herois-e-mitos-da-revolucao-farroupilha/.

Intervenções antirracistas marcam o 20 de setembro na Capital Gaúcha. Brasil


de Fato, Porto Alegre, 21 de set. de 2021. Disponível em:
https://www.brasildefators.com.br/2021/09/21/intervencoes-antirracistas-
marcam-o-20-de-setembro-na-capital-gaucha.

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