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PRODUCAO TEXTUAL LIVRO:

“EM BUSCA DE SENTIDO” VIKTOR FRANKL

BRUNA MELLO DORNELLES

PROF: CLÁUDIA MARIA CANESTRINE DO NASCIMENTO BERNARDI

JUNHO 2023

Em Busca de Sentido é o livro mais famoso de Viktor Frankl, onde ele ensina que a
busca pelo sentido é o que move as pessoas.
Viktor Frankl foi um judeu, médico psiquiatra e neurologista austríaco, que viveu na
época da Segunda Guerra Mundial e, capturado pela polícia nazista, foi levado para
campos de concentração – incluindo o famoso e cruel campo de Auschwitz. Ele
passou alguns anos nesse campo e tirou importantes lições desse momento de
dificuldade. Além disso, Viktor Frankl é fundador de uma das grandes escolas de
psicologia do mundo, mais conhecida como logoterapia.
O extremo frio, a fome, os trabalhos exaustivos, as doenças, a saudade da família, as
péssimas condições de alojamento, saneamento, limpeza e a convivência diária com a
morte de companheiros foram apenas alguns dos problemas enfrentados nos campos.
Embora seu objetivo não fosse entrar nos detalhes dos horrores vividos ali, porque
segundo ele, muitos outros autores já o haviam feito, Viktor Frankl não esconde do
leitor como foram difíceis os dias na prisão, e como encontrou sentido para continuar a
viver.
Frankl, que perdeu toda sua família e teve todos os seus trabalhos, artigos e riquezas
intelectuais consumidos pelo fogo, sentiu na pele os horrores dos campos de
concentração e sobreviveu para contar a sua história e a sua teoria sobre o sentido da
vida.
Na primeira parte do livro, Frankl fala sobre como a existência é diminuída já no início
da estadia no campo de Auschwits, mostrando que a apatia e o sofrimento acabavam
fazendo com que seus prisioneiros não tivessem mais vontade de viver – com exceção
daqueles que buscavam sentido no sofrimento. Muitos simplesmente não lutavam
mais pra sobreviver, enquanto outros, que queriam retornar a suas vidas depois de
estarem presos, conseguiram se manter firmes.
O livro faz uma exposição teórica da logoterapia, escola de psicologia criada pelo
autor do livro que vê na procura pelo sentido dos acontecimentos da vida como o
principal guia para a realização humana. De fato a logoterapia ensina que o maior
desejo do homem é ter um sentido em sua vida. Dessa forma, buscar esse sentido é
uma força que faz com que as pessoas consigam seguir em frente com seus objetivos.
O livro mostra, através da narração do autor em campos de concentração, como a
vida humana pode se reduzir a uma condição quase inumana por causa das
circunstâncias. No entanto, a procurar pelo sentido pode fazer com que o homem
permaneça com seus objetivos. Dessa forma, a obra mostra como alguns dos
prisioneiros rapidamente perdiam a vontade de viver, mas como outros permaneciam
firmes até o fim justamente por terem um sentido em suas vidas.
São suas palavras: “Enquanto ainda esperamos pelo chuveiro, experimentando
integralmente a nudez: agora nada mais temos senão este nosso corpo nu (sem os
cabelos). Nada possuímos a não ser literalmente, nossa existência nua e crua”. Numa
situação em que não havia saída, com o perigo de morte rondando, era natural que se
pensasse em suicídio e Frankl vai falar da sua promessa de não cometer o ato
desesperador contra si mesmo, embora fosse assistir a muitos suicídios de
companheiros que se jogavam contra o fio de alta tensão pondo fim aos próprios
sofrimentos.
Em um ambiente de total desamparo e caos, alimentado com uma sopa rala e uma
pequena porção de pão por dia, realizando trabalhos pesados, bem distantes da sua
profissão de médico, Viktor Frankl foi criando dispositivos para tentar se manter
saudável.
Ele escolheu enfrentar de cabeça erguida aquela dura realidade. Embora seu corpo
estivesse preso, ninguém poderia tirar sua ‘liberdade de espírito’. Frankl diz que no
campo de concentração, ele e seus companheiros foram privados de muita coisa,
menos da liberdade de escolher como reagir perante aquelas circunstâncias.
Diante de tudo o que viu e pelas experiências de que foi espectador, Viktor Frankl
constatou que o ser humano pode decidir se entregar aos sofrimentos da vida, ou
manter uma atitude positiva. Ele percebeu que quando uma pessoa não tem mais
esperanças nem propósitos para a vida, ela desiste e morre.
Por exemplo, nos campos de concentração, quando um prisioneiro se negava a
levantar para trabalhar ou até para comer, ficando deitado em suas próprias fezes e
urina, e fumava seus últimos cigarros, esse prisioneiro não via mais sentido na vida,
não acreditava em mais nada e assim, se entregava.
Em termos médicos, até seu sistema imunológico ficava fragilizado, cedendo espaço a
doenças fatais. Em poucos dias, aquele prisioneiro morria. Citando Nietzsche, Frankl
afirma que “quem tem um porquê, suporta quase qualquer como”.
Isso quer dizer que quando alguém tem uma forte causa pela qual viver, seja ela qual
for, a pessoa pode enfrentar praticamente qualquer adversidade na vida.
A citação de Nietzsche se confirma ao lermos o relato de prisioneiros que tinham
algum objetivo fora daqueles campos – um sonho, um livro pra terminar de escrever,
alguém para reencontrar, uma família para formar – enfim, aqueles que tinham um
motivo para permanecer vivo, não desistiram, suportaram tudo com mais garra.
Viktor Frankl percebeu que a logoterapia, terapia que ele começava a estudar antes de
ser preso, fazia muito sentido, e assim ele foi evoluindo suas ideias e construindo
argumentos para sua teoria.
A logoterapia tem como objetivo a busca por sentido, baseada na ideia de que o
sentido da vida é a principal força motivadora do ser humano. “Logo”, em grego,
significa “sentido”, “razão”. Para a logoterapia, é possível encontrar sentido na vida de
três formas: a primeira, através de um trabalho ou na prática de um ato satisfatório.
Um projeto profissional, uma carreira que traga reconhecimento e confira crescimento,
podem trazer objetivo à vida. Segundo, por experimentar algo (a bondade, a beleza ou
a natureza), ou encontrando alguém (uma pessoa amada, um filho ou um amigo
querido, por exemplo).
A atitude tomada em relação a um sofrimento que não pode ser evitado. Quando o
sofrimento é evitável, o sentido é acabar com ele, torná-lo inexistente. Não haveria
sentido em sofrer, sabendo que é possível exterminar o sofrimento. Isso seria
masoquismo.
No caso de um sofrimento inevitável, como uma doença incurável, o doente pode
escolher aproveitar seus dias com as pessoas amadas, ou até transcender o seu
próprio eu, por levar mensagens de amor e paz para pessoas que têm a mesma
doença.
No livro “Em busca de sentido“, Viktor Frankl nos ensina que há sofrimentos
impossíveis de evitar, mas que é possível escolher como vamos lidar com eles.
Frankl presenciou o pior da humanidade nos campos de concentração nazistas, mas
também viu que as pessoas que têm um sentido na vida mudam não apenas a si
mesmas, mas também transformam o mundo em volta delas.
O autor nos deixa uma reflexão: “Viva como se já estivesse vivendo pela segunda vez
e como se na primeira vez você tivesse agido tão errado como está prestes a agir
agora”.
A maneira como agimos diante das situações da vida está muito ligada com o sentido
da vida. Nós temos o poder de transformar uma tragédia em uma vitória, fazer do
sofrimento uma conquista.
Hoje, mesmo não estando em um campo de concentração, vivemos tempos difíceis,
em que os problemas se multiplicam de diferentes formas e tamanhos. Mesmo quando
tudo parece estar perdido, é na busca por sentido que podemos superar as
dificuldades.
Assim, é essencial ter um propósito na vida, para que possamos ser capazes de lidar
com qualquer adversidade que apareça no caminho. Esse propósito pode variar de
acordo com as fases da vida. O seu objetivo de vida hoje, não será o mesmo daqui a
alguns dias, meses ou anos. A vida é assim mesmo. E é assim que ela faz sentido.
A análise de vida realizada nesta obra permite compreender o comportamento
psicológico do ser humano sob a influência de diversos ambientes, principalmente na
dor e no desespero, através do ponto de vista psicológico e dos casos do autor. Pode
nos surpreender que encontrar sentido na vida seja um processo consistente com o
desenvolvimento humano pelo qual todos nós passamos. Nas palavras de Viktor E.
Frankl: “… nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim
exclusivamente o que a vida espera de nós.”.

Referência: Em Busca de Sentido Um Psicólogo no Campo de Concentração Viktor E.


Frankl/ EDIÇÃO NORTE AMERICANA - de 1984.

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