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Cálculo Diferencial e Integral III

Alex Santana dos Santos

Curso: Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

26 de março de 2019

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 1 / 27


Estrutura da Aula

Aula 01
1 Definição de sequências numéricas
2 Convergência e Divergência
3 Propriedades de limites de sequências numéricas
4 Sequência Monótona
5 Exemplos

Observação 1
É vetado filmar e/ ou fotografar aula sem autorização do professor!
Celular no modo silencioso!
Os exemplos e as demonstrações de alguns teoremas serão feitos no quadro.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Sequências
Uma sequência de números reais é uma função f que a cada n ∈ N associa
f (n) = an (f : N −→ R).

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 3 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Sequências
Uma sequência de números reais é uma função f que a cada n ∈ N associa
f (n) = an (f : N −→ R).
Uma sequência pode ser considerada como uma lista ordenada de números reais da
forma
f (1) = a1 , f (2) = a2 , . . . , f (n) = an , . . . (1)
ou simplesmente,
a1 , a2 , a3 , a4 , . . . , an , . . . (2)

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 3 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Sequências
Uma sequência de números reais é uma função f que a cada n ∈ N associa
f (n) = an (f : N −→ R).
Uma sequência pode ser considerada como uma lista ordenada de números reais da
forma
f (1) = a1 , f (2) = a2 , . . . , f (n) = an , . . . (1)
ou simplesmente,
a1 , a2 , a3 , a4 , . . . , an , . . . (2)

O valor f (n) = an é denominado o n-ésimo termo da sequência f .

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 3 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Sequências
Uma sequência de números reais é uma função f que a cada n ∈ N associa
f (n) = an (f : N −→ R).
Uma sequência pode ser considerada como uma lista ordenada de números reais da
forma
f (1) = a1 , f (2) = a2 , . . . , f (n) = an , . . . (1)
ou simplesmente,
a1 , a2 , a3 , a4 , . . . , an , . . . (2)

O valor f (n) = an é denominado o n-ésimo termo da sequência f .


Denotamos uma sequência por (an ) ou (an )∞n=1 , onde an é seu n-ésimo termo.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 1
Os seguintes itens são exemplos de sequências de números reais:
a) (2n ) = (2, 4, 8, 16, . . .)
∞
n2
  
n 1 4 9 16
b) (−1) 2 = − , ,− , ,...
n + 7 n=1 8 11 16 23
n
!∞
X
c) 2k = (2, 6, 12, . . . , 2 + 4 + 6 + 12 + . . . + 2n, . . .)
k=1 n=1

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Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 2
Uma progressão aritmética (PA) é uma sequência (an ) tal que

an+1 = an + r , (3)

onde r é uma constante chamada razão da PA. Alternativamente, o termo geral da PA


pode ser expressado por
an+1 = a1 + nr , (4)

Observação 2
A soma dos n primeiros termos de uma PA é:
(a1 + an )n
Sn =
2
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Exemplo 3
Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência (an ) cujo termo geral é dado por

an+1 = an q, (5)

onde q é uma constante chamada razão da PG. Alternativamente, o termo geral da PG


pode ser escrito na forma
an+1 = a1 q n , (6)

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Observação 3
De maneira geral, a soma dos n elementos de uma PG finita é:

a1 (q n − 1)
sn =
q−1

No ensino médio, vimos uma expressão para somar os termos de uma PG infinita da seguinte
maneira:
a1
S= ,
1−q
desque que 0 < q < 1.
Este fato decorre da convergência de sequências.

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Convergência
Escrevemos
lim an = L, ou lim an = L, (7)
n→+∞

se dado um número  > 0 existe um inteiro positivo N tal que

n≥N =⇒ |an − L| < . (8)

Dizemos que a sequência (an ) é convergente, se lim an existir. Caso contrário, ela é
dita divergente.

Teorema 1
Se existir, o limite de uma sequência é único.

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Exemplo 4
1
Usando a definição de limites de sequência, mostre que lim = 0.
n

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Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 4
1
Usando a definição de limites de sequência, mostre que lim = 0.
n

Resolução
Devemos mostrar que dado  > 0 existe N ∈ N tal que
1
n≥N =⇒ − 0 < . (9)
n

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 9 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 4
1
Usando a definição de limites de sequência, mostre que lim = 0.
n

Resolução
Devemos mostrar que dado  > 0 existe N ∈ N tal que
1
n≥N =⇒ − 0 < . (9)
n
Com efeito, observe que
1 1 1
−0 = = < . (10)
n n n

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 9 / 27


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Resolução
1 1
Resolvendo esta inequação, resulta n > . Assim, se tomarmos N > , obtemos
 
1 1 1
n ≥ N =⇒ n ≥ =⇒ ≤  =⇒ − 0 < . (11)
 n n
 ∞
1
Portanto, a sequência converge para 0.
n n=1

Observação 4
1
De maneira geral, podemos mostrar que lim = 0 para k > 0 (exercı́cio).
nk

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Exemplo 5
2n2
Usando a definição de limites de sequência, prove que lim = 2.
n2 + 7

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Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 5
2n2
Usando a definição de limites de sequência, prove que lim = 2.
n2 + 7

Resolução
Devemos prova que dado  > 0 existe N ∈ N tal que
2n2
n≥N =⇒ − 2 < . (12)
n2 + 7

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 11 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 5
2n2
Usando a definição de limites de sequência, prove que lim = 2.
n2 + 7

Resolução
Devemos prova que dado  > 0 existe N ∈ N tal que
2n2
n≥N =⇒ − 2 < . (12)
n2 + 7
Note que
2n2 2n2 − 2n2 − 14 −14 14
2
− 2 = 2
= 2 = 2 . (13)
n +7 n +7 n +7 n +7

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Cálculo Diferencial e Integral III

Resolução
Sabemos que n2 + 7 > n2 , para todo n ∈ N. Assim
1 1 14 14
< =⇒ < . (14)
n2 + 7 n2 n2 + 7 n2

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 12 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Resolução
Sabemos que n2 + 7 > n2 , para todo n ∈ N. Assim
1 1 14 14
< =⇒ < . (14)
n2 + 7 n2 n2 + 7 n2
Logo,
2n2 14 14
2
−2 = 2 < 2 < . (15)
n +7 n +7 n

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Resolução
r r
14 14
Resolvendo esta inequação, obtemos n > . Tomando N > , resulta que
 
r
14 14
n>N > =⇒ < . (16)
 n2

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 13 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Resolução
r r
14 14
Resolvendo esta inequação, obtemos n > . Tomando N > , resulta que
 
r
14 14
n>N > =⇒ < . (16)
 n2
Logo,
2n2 14
n≥N =⇒ 2
− 2 < 2 < . (17)
n +7 n

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 13 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Resolução
r r
14 14
Resolvendo esta inequação, obtemos n > . Tomando N > , resulta que
 
r
14 14
n>N > =⇒ < . (16)
 n2
Logo,
2n2 14
n≥N =⇒ 2
− 2 < 2 < . (17)
n +7 n
2n2
Portanto, lim = 2.
n2 + 7

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Cálculo Diferencial e Integral III

Divergência
Escrevemos
lim an = +∞ ou lim an = ∞, (18)
n→+∞

se para cada M > 0 existe um inteiro positivo N tal que

n≥N =⇒ an > M. (19)

Escrevemos
lim an = −∞ ou lim an = −∞, (20)
n→+∞

se para cada M < 0 existe um inteiro positivo N tal que

n≥N =⇒ an < M. (21)

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Exemplo 6
Usando a definição, prove que lim n! = +∞.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 6
Usando a definição, prove que lim n! = +∞.

Resolução
Sabemos que n! = 1 · 2 · 3 · 4 · . . . · n, por consequência n! ≥ n. Dado M > 0 sempre
podemos tomar N ∈ N tal que N > M. Assim,

n>N =⇒ n>M =⇒ n! ≥ n > M, (22)


ou seja,
lim n! = +∞.

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 15 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Sequência Oscilante
Uma sequência que é divergente e não diverge para +∞ ou −∞ é dita oscilante.
Por exemplo, a sequência

(−1, 1, −1, . . . , (−1)n , . . .)

é uma sequência oscilante. A sequência diverge pois oscila entre -1 e 1. Portanto,


ela não tende para um único número real.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Subsequência
Uma subsequência de (an ) é uma sequência (bk ) tal que bk = ank , onde os naturais
nk devem satisfazer

n1 < n2 < n3 < . . . < nk < . . . , para k ∈ N.

Teorema 2
Se lim an = L e (bk ) é uma subsequência de (an ), então lim bk = L.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Observação 5
Podemos observar que a definição de limite de uma sequência é similar ao conceito
de limite para funções.
De acordo com o próximo teorema, para deduzir algumas propriedades de limites de
sequências, basta usar as propriedades estudadas em limites de funções de uma
variável real.

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 18 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Observação 5
Podemos observar que a definição de limite de uma sequência é similar ao conceito
de limite para funções.
De acordo com o próximo teorema, para deduzir algumas propriedades de limites de
sequências, basta usar as propriedades estudadas em limites de funções de uma
variável real.

Teorema 3
Seja f : R −→ R uma função de valores reais. Se lim f (x) = L e f (n) = an , então
x→+∞
lim an = L.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Teorema 4
Se lim an = L e lim bn = M, então
a) lim(an ± bn ) = lim an ± lim bn = L ± M
b) lim(an · bn ) = lim an · lim bn = L · M
c) lim(k · an ) = k · lim an = k · L, onde k ∈ R
 
an lim an L
d) lim = = , se M 6= 0
bn lim bn M

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Exemplo 7
Calcule os seguintes limites: √
n2 + 3n − 1 c) lim n
n
a) lim 2
r
√ 2n + 5 √ √
q
b) lim n2 − 10n + 8 − (n − 3) d) lim n+ n+ n− n

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Cálculo Diferencial e Integral III
Teorema 5 (Teorema de Confronto)
Se an ≤ bn ≤ cn para n > N e lim an = lim cn = L, então lim bn = L.

Teorema 6
Se lim |an | = 0, então lim an = 0.

Exemplo 8
Calcule os seguintes limites:
sen(n)
a) lim (−1)n
n d) lim
n3 sen(n!) n
b) lim 4 
π (−1)n

n +1 e) lim cos cos +
n! 2 n5
c) lim n
n
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Cálculo Diferencial e Integral III

Exercı́cio 1
Para quais valores de r , a sequência (r n ) é convergente?

Exemplo 9
Mostre que a sequência
 s r 
r q
√ √ √ √
q q
 2, 2 2, 2 2 2, 2 2 2 2, . . . (23)

é convergente e ache seu limite.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Sequência Monótona
Uma sequência (an ) é
1 crescente, se an ≤ an+1 para n ∈ N;

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Cálculo Diferencial e Integral III

Sequência Monótona
Uma sequência (an ) é
1 crescente, se an ≤ an+1 para n ∈ N;
2 decrescente, se an ≥ an+1 para n ∈ N.

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 23 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Sequência Monótona
Uma sequência (an ) é
1 crescente, se an ≤ an+1 para n ∈ N;
2 decrescente, se an ≥ an+1 para n ∈ N.
Uma sequência (an ) é dita monótona se for crescente ou decrescente.

Sequência Limitada
Uma sequência (an ) é limitada superiormente se existir M ∈ R tal que an ≤ M.

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 23 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Sequência Monótona
Uma sequência (an ) é
1 crescente, se an ≤ an+1 para n ∈ N;
2 decrescente, se an ≥ an+1 para n ∈ N.
Uma sequência (an ) é dita monótona se for crescente ou decrescente.

Sequência Limitada
Uma sequência (an ) é limitada superiormente se existir M ∈ R tal que an ≤ M.
Uma sequência (an ) é limitada inferiormente se existir K ∈ R tal que K ≤ an .

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Cálculo Diferencial e Integral III

Sequência Monótona
Uma sequência (an ) é
1 crescente, se an ≤ an+1 para n ∈ N;
2 decrescente, se an ≥ an+1 para n ∈ N.
Uma sequência (an ) é dita monótona se for crescente ou decrescente.

Sequência Limitada
Uma sequência (an ) é limitada superiormente se existir M ∈ R tal que an ≤ M.
Uma sequência (an ) é limitada inferiormente se existir K ∈ R tal que K ≤ an .
Dizemos que a sequência (an ) é limitada, se for limitada superiormente e
inferiormente.

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 23 / 27


Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 10
Verifique se as
 seguintes
 sequências são crescentes ou decrescentes:
2n + 1
(a)
3n − 2 n∈N
 
n+5
(b)
n2 + 6n + 4 n∈N

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Exemplo 11
Determine se as seguintes sequências são limitadas superiormente ou inferiormente:
 ∞
1
(a)
n
 n=1 ∞
(−1)n 2n
(b)
2n + 1 n=1
 ∞
n!
(c)
2n n=1

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Cálculo Diferencial e Integral III
Teorema 7
Toda sequência convergente é limitada.

Teorema 8 (Teorema da Sequência Monótona)


Toda sequência monótona e limitada é convergente.

Exemplo 12
5n
 
Verifique se a sequência é convergente.
3n n!

Exemplo 13
n
X 1
Verifique se a sequência (sn ), cujo n-ésimo termo é sn = , é convergente.
k=1
k2
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Considerações Finais

Nesta aula, destacamos a definição de sequência, teoremas de convergência e


sequências monótona e limitada.

Para uma leitura mais detalhada sobre os contéudos desta aula, indicamos o estudo
e resolução dos exercı́cios das seguintes referências :
STEWART, J. Cálculo, vol. 2. 6ª ed. Cengage Learning, São Paulo,2009;
Guidorizzi, Hamilton L. Um curso de cálculo, vol. 4, 5ª ed.
Na próxima aula, abordaremos as séries númericas, teoremas e propriedades.

Obrigado!

Alex (UFRB) Cálculo III 26 de março de 2019 27 / 27

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