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Cálculo Diferencial e Integral III

Alex Santana dos Santos

Curso: Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

7 de maio de 2019

Alex (UFRB) Cálculo III 7 de maio de 2019 1 / 18


Estrutura da Aula

Aula 04
1 Introdução à Equações Diferenciais
2 Definições: Classificações; Ordem; Linearidade
3 Solução de uma EDO
4 Equações de primeira ordem

Observação 1
É vetado filmar e/ ou fotografar aula sem autorização do professor!
Celular no modo silencioso!
Os exemplos e as demonstrações de alguns teoremas serão feitos no quadro.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Introdução à Equações Diferenciais


Uma equação diferencial pode ser definida como sendo uma equação que envolve
derivadas de uma função desconhecida.
Muitos problemas que sugem em Engenharias, na Fı́sica, na Biologia e em Ciências
Sociais podem ser formulados por equações diferenciais.

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Propagação da Podridão de Maçãs
Problema
A armazenagem das maçãs é feita em câmaras frigorı́ficas onde são depositadas em caixas de madeira
sobrepostas que comportam, aproximadamente, 3000 frutas. Quando alguma maçã está contaminada
com podridão, a doença se propaga rapidamente contaminando as outras frutas ao seu redor. Estima-
se que em 12 dias 80% das maçãs da caixa são contaminadas, comprometendo posteriomente todo
o estoque. Aqui, a velocidade de propagação da doença é proporcional à proximidade entre maçãs
sadias e contaminadas. Qual o tempo transcorrido para que a metade das maçãs do estoque estejam
contaminadas?

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Equações Diferenciais Ordinárias

Dados e variáveis importantes:


a) M = M(t) é a quantidade de maçãs contaminadas no instante t;
b) t= tempo de propagação (dias);
c) T = quantidade total de maçãs ∼= 3000 frutas;
d) M0 = M(0) = 1 (condição inicial);
e) Quando a doença se inicia com uma fruta contaminada, então em 12 dias oitenta
porcento das maçãs estarão podres, isto é, M(12) = 0, 8T .
Hipótese: ”A velocidade de propagação da doença é proporcional à proximidade entre
maçãs sadias e contaminadas”.

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Cálculo Diferencial e Integral

Desta forma, podemos modelar o problema da propagação da podridão de maçãs pela seguinte equação:

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Cálculo Diferencial e Integral

Desta forma, podemos modelar o problema da propagação da podridão de maçãs pela seguinte equação:
dM
(
= βM(T − M)
dt
M(0) = 1.

Assim, a quantidade de maçãs contaminadas no instante t é

KTe βTt
M(t) = . (1)
1 + Ke βTt
Levando em consideração a condição inicial M0 = M(0) = 1, obtemos a solução particular

e βTt Te βTt T
M(t) = 1 βTt = βTt
= −βTt
. (2)
1+ Te T +e Te +1

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Cálculo Diferencial e Integral

Na figura abaixo pode-se analisar o comportamento da propagação da podridão em maçãs,


a medida que o tempo vai passando, todas as maçãs são contaminadas pela doença.

Figura: Gráfico do Comportamento da Propagação da Podridão em Maçãs

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Quais as possı́veis aplicações?


Estudar a propagação de uma epidemia;
Crescimento populacional;
Decaimento Radioativo;
Circuitos Elétricos.

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Classificação
As equações diferenciais possuem duas classificações:
1 Equação Diferencial Ordinária (EDO): Se a função desconhecida depende de uma única
variável independente.
2 Equação Diferencial Parcial (EDP): Se a equação é descrita em termos das derivadas parciais
de uma função de duas ou mais variáveis.

Exemplo 1
As seguintes equações são exemplos de EDO e EDP, respectivamente.
dy ∂ 2 u ∂u
+ 5y = e x e + = 0.
dx ∂x 2 ∂x

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Exemplo 2 ( Modelo de Crescimento Exponencial de Malthus)


Seja P(t) a densidade da população de uma certa espécie no instante de tempo t.
Assumindo que a taxa de crescimento da população é proporcional a sua densidade,
temoso seguinte modelo matemático
dP
= λP(t),
dt
onde a taxa λ é uma constante. Se λ > 0, teremos crescimento populacional. Caso
contrário, Se λ < 0, teremos decaimento.
Este modelo é uma equação diferencial ordinária.

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Exemplo 3
A equação da difusão ou da condução de calor
∂ 2 u(x, t) ∂u(x, t)
α2 2
= (3)
∂x ∂t
é um exemplo de EDP.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Exemplo 3
A equação da difusão ou da condução de calor
∂ 2 u(x, t) ∂u(x, t)
α2 2
= (3)
∂x ∂t
é um exemplo de EDP.

Observação 2
A partir de agora, a atenção do curso será dada somente EDOs.

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Classificação de EDOs
As EDOs podem ainda ser classificadas quanto a sua ordem, grau e sua linearidade.

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Cálculo Diferencial e Integral III
Classificação de EDOs
As EDOs podem ainda ser classificadas quanto a sua ordem, grau e sua linearidade.
Definimos a ordem de uma equação diferencial como sendo a ordem da maior derivada na equação.

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Cálculo Diferencial e Integral III
Classificação de EDOs
As EDOs podem ainda ser classificadas quanto a sua ordem, grau e sua linearidade.
Definimos a ordem de uma equação diferencial como sendo a ordem da maior derivada na equação.
O grau de uma EDO é o valor do expoente de maior ordem de sua derivada.
Uma EDO de ordem n é expressa como segue

F (x, y , y 0 , ..., y (n) ) = 0, (4)

d ny
onde F é uma função de valores reais de n + 2 variáveis, x, y , y 0 , ..., y (n) , e onde y (n) = .
dx n

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Cálculo Diferencial e Integral III
Classificação de EDOs
As EDOs podem ainda ser classificadas quanto a sua ordem, grau e sua linearidade.
Definimos a ordem de uma equação diferencial como sendo a ordem da maior derivada na equação.
O grau de uma EDO é o valor do expoente de maior ordem de sua derivada.
Uma EDO de ordem n é expressa como segue

F (x, y , y 0 , ..., y (n) ) = 0, (4)

d ny
onde F é uma função de valores reais de n + 2 variáveis, x, y , y 0 , ..., y (n) , e onde y (n) = .
dx n
Alternativamente, podemos escrever uma EDO da seguinte forma
d ny
= f (x, y , y 0 , ..., y (n−1) ), (5)
dx n
onde f é uma função contı́nua de valores reais.
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Exemplo 4
Considere as seguintes equações diferenciais
 3
d 2y dy
(a) 2
+5 − 4y = sen x, é uma EDO de segunda ordem e grau 1;
dx dx
 4
dy
(b) + 5y = e x , é uma EDO de primeira ordem e grau 4;
dx
(c) (y 000 )3 − 2y 0 + y = 0 é uma EDO de terceira ordem e grau.

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Classificação de EDOs
Uma EDO é dita linear se é linear em relação à variável dependente e suas
derivadas, caso contrário é chamada não lineares.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Classificação de EDOs
Uma EDO é dita linear se é linear em relação à variável dependente e suas
derivadas, caso contrário é chamada não lineares.
Uma EDO de ordem n é linear se tiver a seguinte forma:
dy n dy n−1 dy
an (x) n
+ a n−1 (x) n−1
+ · · · + a1 (x) + a0 (x)y = g (x), (6)
dx dx dx
onde ai (x), i = 0, 1, . . . , n, g (x) são funções que dependem somente da variável x.

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Cálculo Diferencial e Integral III

Classificação de EDOs
Uma EDO é dita linear se é linear em relação à variável dependente e suas
derivadas, caso contrário é chamada não lineares.
Uma EDO de ordem n é linear se tiver a seguinte forma:
dy n dy n−1 dy
an (x) n
+ a n−1 (x) n−1
+ · · · + a1 (x) + a0 (x)y = g (x), (6)
dx dx dx
onde ai (x), i = 0, 1, . . . , n, g (x) são funções que dependem somente da variável x.

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Exemplo 5
As seguintes equações
d 3y dy
y 00 − 2 cos xy 0 + y = 0 e 3
+x − 5y = e x
dx dx
são respectivamente EDOs lineares de segunda e terceira ordem.

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Exemplo 5
As seguintes equações
d 3y dy
y 00 − 2 cos xy 0 + y = 0 e 3
+x − 5y = e x
dx dx
são respectivamente EDOs lineares de segunda e terceira ordem.
As seguintes equações diferencias ordinárias são exemplos de EDOs não lineares de
primeira, segunda e quarta ordem, respectivamente.
d 2y d 4y
(1 − y )y 0 + 2y = e x , + sen y = 0 e + y 2 = ey .
dx 2 dx 4

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Soluções de EDOs
Uma solução explicita para uma equação diferencial é uma função que satisfaz
identicamente à equação.
Em termos matemáticos, dizemos que uma função f : I ⊂ R −→ R é solução da
EDO F (x, y , y 0 , ..., y (n) ) = 0, se

F (x, f (x), f 0 (x), ..., f (n) (x)) = 0.

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Exemplo 6
Verifique se as seguintes funções são soluções das EDOs.
1 y 0 + y = 0; y (x) = e −x
2 y 00 + y = 0; y (x) = A sen(x) + B cos(x)
Z x 
2 −t 2 2
0 x
3 y − 2xy = 1; f (x) = e e dt + e x
0

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Soluções de EDOs
Dizemos que uma relação g (x, y ) = 0 é uma solução implı́cita para uma EDO
F (x, y , y 0 , ..., y (n) ) = 0, se esta relação define pelo menos uma função
ψ : I ⊂ R −→ R tal que esta função seja solução de F (x, y , y 0 , ..., y (n) ) = 0 em I.

Observação 3
A relação g (x; y ) = 0 é uma solução implı́cita de uma EDO no um intervalo I se a
relação define uma ou mais soluções explı́citas em I da EDO.

Exemplo 7
dy
1 Verifique se x 2 + y 2 = 25 é solução implı́cita da EDO x + y = 0 em I = (−5, 5).
dx
2 3 dy 3x 2
2 Verifique se y − x + 8 = 0 é solução implicita de − = 0. em I = (2, +∞).
dx 2y
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