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Faculdade de Engenharia
Campus Universitário - Bairro Eduardo Mondlane
Curso: Licenciatura em Engenharia Informática e Mecânica (LEI/LEM)
Disciplina: Cálculo III
Ano: 2º Semestre: 1ᵒ Ano Lectivo:2023
Docente: Juvêncio Piliquito Data: 02/08/2023
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Índice
Equações Diferenciais .............................................................................................................................. 1
Introdução................................................................................................................................................. 1
Soluções de uma equação diferencial................................................................................................... 3
Classificação das Equações Diferenciais de 1ª Ordem ............................................................................ 5
Equações Diferenciais Separáveis ........................................................................................................ 5
Equações Diferenciais Homogêneas .................................................................................................... 6
Solução de equações diferenciais homogêneas ................................................................................ 7
Equações Diferenciais Exatas .............................................................................................................. 9
Método de solução ......................................................................................................................... 10
Fatores integrantes.......................................................................................................................... 13
Equações Diferenciais Lineares de Primeira ordem .............................................................................. 15
Equações Diferenciais Não-Lineares de Primeira ordem ...................................................................... 22
Equações de Bernoulli ........................................................................................................................ 22
Equações de Clairaut .......................................................................................................................... 25
Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) de 2ª. ordem ......................................................................... 25
Equações Diferenciais
Introdução
Ao iniciar o estudo sobre Equações Diferenciais, o estudante tem a curiosidade de querer
saber o significado dessas equações e qual a sua aplicabilidade. Em relação a essas indagações
podemos responder que, numa equação algébrica habitual, sempre procuramos encontrar o valor
de uma incógnita que pode ser um número pertencente ao conjunto dos Números Reais ou um
número pertencente ao conjunto dos Números Complexos. Já, na resolução de uma equação
diferencial, apesar de querermos encontrar também uma incógnita, observa-se que esse valor
desconhecido não é um número, mas sim uma função, logo, uma equação diferencial inclui uma
função desconhecida com as suas derivadas (de qualquer ordem). Sua importância baseia-se na
necessidade de formular, descrever e modelar certos problemas físicos, construindo uma
modelagem matemática do problema.
Devido à grande importância desse assunto na ciência e tecnologia actual (suas soluções são
usadas, por exemplo, para projectar pontes, automóveis, aviões e circuitos eléctricos).
Muitas vezes em física, engenharia e outros ramos técnicos, há necessidade de encontrar uma
função incógnita.Este tema ou aula leva a uma equação envolvendo derivadas (ou diferenciais)
da função incógnita. Tais equações envolvendo derivadas (ou diferenciais) são chamadas
equações diferenciais, em que a incógnita não é um número, mas uma função.
A lei de resfriamento de Newton diz que a taxa de variação de temperatura T(t) de um corpo em
resfriamento é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura constante
Tm do meio ambiente, na forma:
dT
k T Tm , k = constante
dt
Um ovo a 98º C é colocado em uma pia contendo água a 18º C. Depois de 5 minutos a
temperatura do ovo é de 38º C. Suponha que durante o experimento a temperatura da água não
aumente apreciavelmente. Quanto tempo a mais será necessário para que o ovo atinja 20º C?
T f Tm
Tf t
dT
T Tm 0
Ti
k dt ln
Ti Tm
kt
Tm =18 º C; Ti 0 98 º C; T 5 38 º C;
1 38 18
T 5 38 k ln 0, 277
5 98 18
1 20 18
T t 20 t ln 13,3min
0, 277 98 18
Se a função incógnita depende apenas de uma variável, temos uma equação diferencial
ordinária (EDO). Se depender de mais de uma variável, temos uma equação diferencial parcial
(EDP).
dy dy d2y dy
A. x2 y B. sen x C. x y0
dx dx dx 2 dx
3 4
2 d y d 2 y dy
D. x 2y 3 0 E. e x dy x 2 y dx 2
dx 3 dx 2 dx
2u 2u
F. 0 , u = (x, t)
x 2 t 2
A ordem de uma equação diferencial é o número n que corresponde à ordem máxima das
derivadas da equação (máxima ordem é da equação D = 3).
O grau de uma equação diferencial é a maior potência da derivada de maior ordem (como
a ordem máxima é da equação D, seu grau é 1 e não 4 como era de se esperar).
Exemplos Determinar o grau e a ordem de cada uma das seguintes equações diferenciais.
3 2
d2y dy dy dy dy
(a) 7 0 (b) 3 y 0
dx 2 dx dx dx dx
A Equação (a) é uma equação diferencial de primeiro grau de ordem 2 porque d2y/dx2 é a
derivada de maior ordem na equação e está elevada à primeira potência. Notar que a terceira
potência de dy/dx não tem influência no grau da Equação (a) porque dy/dx é de menor ordem que
d2y/dx2.
A Equação (b), por outro lado, é uma equação diferencial de segundo grau e primeira ordem;
dy/dx é a derivada de maior ordem (ordem 1) e 2 é a maior potência de dy/dx aparecendo na
equação.
a) y’ = 5y
dy dy
5 y 5dx 0
dx y
dy
5dx y c
5 x ln y c
1 ln y 5 x c y e 5 x c
y e 5 x .e c
y e c .e 5 x ( k e c )
y k .e 5 x
b) exdx – ydy = 0, +
=2 – 2c (k = 2c)
=2 +k
y=
Para equações diferencias de ordem superior teríamos tantas constantes quanto a ordem da
equação diferencial.
Teorema 1. Suponha que uma família de curvas no plano xy cuja equação é: ( x, y, C ) 0 , onde
C é uma constante. A ordenada y de uma destas curvas verifica uma equação diferencial de
primeira ordem, independente de C.
dy K 1 dy dy dy
2 ydy Kdx K 2 y y 2 Kx 2 y x 2 x y 0
dx 2 y dx dx dx
Uma solução particular pode ser obtida se forem dadas certas condições iniciais. Uma
condição inicial de uma equação diferencial é uma condição que especifica um valor particular
de y = y0, correspondente a um valor particular de x = x0. Isto é, se y = f(x) pode ser uma
solução da equação diferencial, então a função deve satisfazer a condição: y0 = f(x0). O problema
de ser dada uma equação diferencial com condições iniciais é chamado um problema de valor
inicial.
Exemplo: 1) Mostre que y Ce2 x é uma solução para a equação diferencial y ' 2 y 0 e
Substituindo em y” + 4y = 0, temos:
y” + 4y = 0
y” + 4y = [-4k1sen(2x) - 4k2cos(2x)] + [4(k1sen(2x) + k2cos(2x)]
y” + 4y = -4k1sen(2x) - 4k2cos(2x) + 4(k1sen(2x) + k2cos(2x)
y” + 4y = [-4k1sen(2x) + 4k1sen(2x)] + [- 4k2cos(2x) + 4k2cos(2x)]
y” + 4y = 0
Portanto, y(x) = k1sen(2x) + k2cos(2x) satisfaz a equação diferencial para qualquer valor de x,
por conseguinte, uma solução no intervalo (-, +).
Todas as equações acima podem ser escritas na forma M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0, onde M(x,y)
e N(x,y) são funções envolvendo as variáveis x e y. Para esse tipo de equação, pode-se juntar
todos os termos contendo x com dx e todos os termos contendo y com dy, obtendo-se uma
solução através de integração. Tais equações são ditas separáveis, e o método de solução é o
método de separação de variáveis. O método é descrito a seguir.
M ( x)dx N ( y)dy C .
Exemplo 01 Reescreva a equação diferencial de primeiro grau yx 2 y '– 2 xy 3 0 na forma da
dy
yx 2 y '– 2 xy 3 0 x 2 y 2 xy 3 0 dx
dx
Equação
1 dy dx
x 2 ydy 2 xy 3dx 0 2 3 2 2
x y y x
2 1 1 2
dx 2 dy 0 2 dy dx
x y y x
1 2 1
integrando 2 dy dx 2 ln C 2 ln x 2 ln C 1 2 y ln Cx 0
y x y
y
Exemplo 3 Resolver a equação diferencial y ' .
2
x 1
dy y dy dx dy dx
2 2 2 C
dx x 1 y x 1 y x 1
ln y arctan x C y earctan x C y ke arctan x , onde k eC
dy ex
2
1. xdy y dx 0 9. 0
dx y2
dy
2. 3 x 3 y 2 dx xydy 0 10. e 3 x ex 0
dx
dy x 2
5. 13. (1 + x2)dy + xdx = 0
dx y
dy xy dy
6. 14. 1 x2 y2 x2 y2
2
dx x 3 dx
dy dy
7. y 3 cos x 0 15. ex y
dx dx
8. 3e x tgy dx 1 e x sec2 y dy 0
16. x y 2 x dx y x 2 y dy 0
Determinar a solução particular de cada uma das seguintes equações diferencial sujeitas às
condições dadas.
dy dy 2x
17. x 2 y 4 ; y (1) = 1 19. ; y (0) = 4
dx dx y x 2 y
dy
18. ye x 2 0 ; y (0) = 2 20. x 2 dy ydx ; y (1) = 1
dx
Algumas equações que não são separáveis podem vir a sê-lo mediante uma mudança de
variáveis. Isso funciona para equações da forma y’ = f(x,y), onde f é uma função homogênia, e f
dy x
pode ser escrita como uma função y ' f , e não varia se substituirmos x kx e y ky
dx y
Exemplos:
OBS: Muitas vezes uma função homogênea pode ser reconhecida examinando o grau de cada
termo.
(2) f(x,y) = x2 – y A função não é homogênea, pois os graus dos dois termos são
diferentes.
M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0
Para resolver uma equação diferencial homogênea pelo método de separação de variável, basta
fazer a mudança de variáveis dada pelo Teorema a seguir.
y ux e dy udx xdu
x 2
y 2 dx x 2 – xy dy 0
x 2
ux dx x 2 – x ux udx xdu 0
2
1 u x dx x 1 u udx x 1 u du 0
2 2 2 3
1 u dx x 1 – u du 0
1 u dx
du 0
1 u x
1 u dx
1 u du x ln C
u 2 ln 1 u ln x ln C
2
x y y
ln 1
C x x
yx dy
y' (lembrando que y ' )
x dx
dy dv yx
Fazendo y = xv e vx na equação y ' , obtemos:
dx dx x
dv xv x
vx
dx x
dv xv x
x v
dx x
dv xv x xv
x
dx x
dv
x v 1 v
dx
dv
x 1
dx
dx
dv 0 equação separável
x
dx
Resolvendo dv 0 , encontramos:
x
dx
c ln k
x
dv c ln/ x / v c v ln/ x / c
v ln/ x / ln k v ln/ kx / .
Substituindo em y xv, trmos :
y x ln/ kx / .
Exercícios
x y x2 y2
1. y ' 4. y '
2x 2 xy
y xy
2. y' (usar a subst. x = yv) 5. y ' 2
2( x y) x y2
x y 3x 2 y
3. y ' 6. y '
x y x
y
7. xdy – (2xe-y/x + y)dx = 0; y(1) = 0 9. x sec y dx xdy 0 ; y(1) = 0
x
Embora a equação y dx + x dy = 0 seja separável e homogênea, podemos ver que ela é também
equivalente à diferencial do produto de x e y; isto é
y dx + x dy = d(xy) = 0, integrando xy = c.
Se z = f(x,y) é uma função com derivadas parciais contínuas em uma região R do plano xy, então
sua diferencial total é
f f
dz dx dy (1)
x y
f f
E se f(x,y) = c, então dx dy 0 (2)
x y
dy 5 y 2x
(2x –5y)dx + (-5x +3y2)dy = 0 ou .
dx 5 x 3 y 2
M(x,y)dx + N(x,y)dy
é uma diferencial exacta em uma região R do plano xy se ela corresponde à diferencial total de
alguma função f(x,y). Isto é:
f ( x, y ) M ( x, y ) e f ( x, y ) N ( x, y )
y x
ou d f ( x, y ) f ( x, y )dy f ( x, y )dx 0
x y
f ( x, y ) f ( x, y ) 0 f ( x, y ) c
x y
Exemplo 2:
a) 3x2ydx + (y + x3)dy = 0
M ( x, y ) N ( x, y )
- Sendo M(x,y) = 3x2y, N(x,y) = (y + x3), 3x 2 e 3 x 2 , concluímos
y x
M ( x, y ) N ( x, y )
que a equação 3x2ydx + (y + x3)dy = 0 é exacta pois .
y x
b) xydx + y2dy = 0
M ( x, y ) N ( x, y )
- Não é exacta, pois x e 0.
y x
Sejam M(x, y) e N(x, y) funções contínuas com derivadas parciais contínuas em uma
região R definida a < x < b, c < y < d. Então, uma condição necessária e suficiente para que
M N
M(x,y)dx + N(x,y)dy=0, seja uma diferencial exacta é .
y x
Método de solução
M N
Mostre primeiro que .
y x
f
Depois suponha que M x, y
x
f ( x, y ) M ( x, y ) dx g y N x, y
y y y
g y =N x, y M ( x, y ) dx
y y
g y = N x, y M ( x, y ) dx dy
y
f x, y M ( x, y ) dx N x, y M ( x, y ) dx dy
y
M N
M x, y 2 xy e N x, y x 2 –1 2 x E. D. exata
y x
Pelo teorema anterior, existe uma função f x, y , tal que
f x, y M x, y 2 xy f x, y 2 xydx g y x 2 y g y
x
f x, y x 2 g y N x, y g y x 2 –1 x 2 1 g y y
y y y
f x, y x 2 y y y x 2 –1 C y
C
x –1
2
M x, y cos x sen x – xy 2 e N x, y y 1 x 2
M N
2 xy E. D. exata
y x
f x, y M x, y dx N x, y M x, y dx dy
y
f x, y cos x sen x – xy 2 dx y 1 x 2 cos x sen x – xy 2 dx dy
y
f x, y cos 2 x y 2 x 2 1 C cos 2 x y 2 x 2 1 2C K
1
2
y (0) 2 cos 2 0 2 2 0 2 1 K 1 4 K K 5
cos 2 x y 2 x 2 1 5
Exercícios. Verifique se a equação diferencial dada é exacta e, se for, encontre sua solução
geral.
2 2
1. (2x – 3y)dx + (2y – 3x)dy = 0 6. 2y2 e xy dx + 2xy e xy dy = 0
1
2. yexdx + exdy = 0 7. ( xdy ydx) 0
x y2
2
1
4. 2.cos(2x – y)dx - cos(2x – y)dy = 0 9. ( y 2 dx x 2 dy) 0
x y 2
1
12. ( xdx ydy) 0 ; y(4) = 3 15. (2xtgy + 5)dx + (x2sec2y)dy = 0; y(0) = 0
x2 y2
1
13. ( xdx ydy) 0 ; y(0) = 4 16. (x2 + y2)dx + 2xydy = 0; y(3) = 1
x2 y2
Factor integrante
Algumas vezes, é possível converter uma equação diferencial não exacta em uma
equação exacta multiplicando-a por uma função (x,y) chamada factor de integração. Porém, a
equação exacta resultante:
(x,y)M(x,y)dx + (x,y)N(x,y)dy = 0
Pode não ser equivalente à original no sentido de que a solução para uma é também a solução
para a outra. A multiplicação pode ocasionar perdas ou ganhos de soluções.
M N
é exacta, ou seja, 2x .
y x
Pode ser difícil encontrar um factor integrante. No entanto, existem duas classes de
equações diferenciais cujos factores integrantes podem ser encontrados de maneira rotineira -
aquelas que possuem factores integrantes que são funções que dependem apenas de x ou apenas
de y. O Teorema a seguir, que enunciaremos sem demonstração, fornece um roteiro para
encontrar esses dois tipos especiais de factores integrantes.
1
M x, y – N x, y h x é uma função só de x, então e
h ( x ) dx
1. Se
N ( x, y ) y x
é um
factor integrante.
N x, y – M x, y k y é uma função só de y, então e
1 k ( y ) dy
2. Se
M ( x, y ) x y
é um
factor integrante.
M N
A equação dada não é exacta, pois 2y e 0 . Entretanto, como
y x
1
M x, y – N x, y h x
N ( x, y ) y x
1
2 y – 0 1 h x x 0
2y
Temos que e = e
h ( x ) dx 1 dx
e x é um factor integrante. Multiplicando a equação dada por ex,
obtemos a equação diferencial exacta
M x, y y 2 e x x e x e N x, y 2 ye x
f x, y M x, y dx N x, y M x, y dx dy
y
f x, y y 2e x x e x dx 2 ye x y 2e x x e x dx dy
y
f x, y y 2 e x x e x e x 0
1
x, y
xM x, y yN x, y
dy xy 2 y
Exemplo 2 Resolva .
dx x
xy 2
– y dx – xdy y 1 – xy dx xdy 0
1 1 1
x, y 2 2
xM x, y yN x, y xy 1 – xy yx x y
1 1 1
2
2
y 1 – xy dx xdy 0 2 1 – xy dx 2 dy 0 E. D. exata
x y x y xy
1 1 1
M x, y 2 1 – xy e N x, y 2 M x, y 2 2
x y xy y x y
f x, y M x, y dx N x, y M x, y dx dy
y
1 1
f x, y ln x C ln K y
yx x ln Kx
Exercícios
Encontre o factor integrante que é função apenas de x ou apenas de y, e use-o para encontrar a
solução geral da equação diferencial dada.
dny d n-1 y dy
an x an -1
x a1 x a0 x y g ( x) .
dx n dx n-1 dx
dy
a1 x a0 x y g ( x) ou a1 x
dx
dy
P x y Q( x)
dx
Procuramos uma solução para a equação acima em um intervalo no qual as funções P(x) e Q(x)
são contínuas. Rescrevendo na forma:
P x y Q( x) dx dy 0
Podemos sempre encontrar uma função (x) para equações lineares, isto é:
x P x y Q( x) dx x dy 0
x P x y Q ( x) dx x dy
y x
d
x x P x
dx
d x
P x dx ln x P x dx
x
x e
P x dx
Portanto, (x) é um factor de integração para a equação linear. Note que não precisamos
usar uma constante de integração pois a equação diferencial não se altera se multiplicarmos
todos os temos por uma constante. Para (x) 0, é contínua e diferenciável.
dy
P x y Q( x)
dx
e e P x y Q ( x )e
P x dx dy P x dx P x dx
dx
d
ye P ( x ) dx e P ( x ) dx
dy d dy
yP ( x )e
P ( x ) dx
mas y e P ( x ) dx e P ( x ) dx
dx dx dx dx
portanto ye P ( x ) dx Q( x).e P ( x ) dx ye P ( x ) dx Q ( x)e P ( x ) dx dx C
d
dx
y Q ( x )e P ( x ) dx
dx C e P ( x ) dx Solução da ED linear de 1a . ordem
Esta solução pode ser obtida directamente pelo método Método de Lagrange. Resolve-se a
equação considerando Q(x)=0, e obtendo-se y(x)=Af(x), com A=Constante. Depois, substitui-se
A por uma função A(x) e resolve a equação completa, e então obtém-se o valor de A(x).
y ( x) P x y ( x) 0 y ( x) P x dx ln y ( x) P x dx ln A y ( x ) Ae
d d P x dx
dx y
A A( x)
y ( x) A( x)e y ( x) A( x) e e
P x dx d d P x dx P x dx d
A( x)
dx dx dx
y ( x) A( x) P x e e
d P x dx P x dx d
A( x )
dx dx
A( x) P x e e A( x ) P x A( x )e
P x dx P x dx d P x dx
Q x
dx
A( x) Q x e A( x) Q x e
d P x dx P x dx
dx C
dx
y ( x) Q x e dx C e
P x dx P x dx
dy
Exemplo 1: Encontre a solução geral de x 4 y x 6e x .
dx
dy 4 4
y x 5 e x P ( x ) e Q ( x ) x 5e x
dx x x
y Q ( x )e P ( x ) dx
dx C e P ( x ) dx
4
P( x)dx x dx ln x
4 4
4
eln x x 4 e e ln x x 4
y xe dx C x xe
x 4 x
ex C x4
dy 4
dx x
y0
dy
y
dx
4 ln y 4 ln x ln A 4 ln y ln Ax 4 y Ax 4
x
1
A 4 x3 x 4
dy dA
A A( x); y Ax 4
dx dx
Ax 4 x 5e x
dA 4 dA
4 x3 A x 4 xe x A xe x dx C xe x e x C
dx x dx
y xe x e x C x 4
2 dx
Neste caso p(x) = -2, logo, I ( x, y ) e e 2 x .
d y.e dx
2 x
4.e 2 x dx
4.e 2 x
y.e 2 x c
2
y.e 2 x 2e 2 x c
2e 2 x c 2e 2 x c
y 2 x
2 x 2 x
2 2 2
y c.2 1
2x
d y.x dx
4
x 8 dx
x9
y.x 4
c
9
x5 c
y ou
9 x4
x5
y c.x 4
9
( y ' y senx) e x
e x . y 'e x . y e x .senx
Observe que no primeiro membro temos uma derivada do produto.
d y.e x e x .senx
Agora, int egramos ambos os membros.
y.e e .senxdx
x * x
1 1
y.e x e x . cos x e x .senx c (e x )
2 2
1 1
y . cos x .senx c.e x resultado final
2 2
f ( x) e x f ' ( x) e x
* e x .senx.dx
g ' ( x) senx g ( x) cos x
1 1
e senxdx 2 e .cos x 2 e .senx c
x x x
( y ' y senx) e x
e x . y ' y.e x senx.e x Equação Exacta
d y.e x senx.e x
d y.e
x
senx.e x dx
e x (cos x senx)
y.e x
c
2
(cos x senx)
y c
2
(cos sen )
1 c
2
1
1 cc 3 / 2
2
(cos x senx) 3
y
2 2
1 x
R) (e senx cos x)
2
v(t ) Q (t )e P ( t ) dt dt C e P (t ) dt ge m dt C e m
Bt Bt mg mB t
B
Bt
e C e m
v(0) 0 velocidade inicial nula
mg mg
v(0) C 0C
B B
v(t )
mg
B
Bt
1 e m
mg P
Quando t , v(t )
B B
Exemplo 7: Uma esfera de diâmetro D e massa m, com velocidade inicial de translação v0, é
desacelerada pela ação do ar. Se a força de resistência do ar fR=CD2v, onde C é uma constante e
D2 refere-se a área de seção transversal da esfera em relação ao movimento. Calcule o
comportamento da velocidade e do deslocamento da esfera.
d d CD 2
F ma m dt
v(t ) f R CD 2v (t ) v
dt m
v0
dy CD 2 CD 2
P t y Q (t ) P t e Q (t ) 0 P (t )dt t
dt m m
2
Q(t )e dt C e Ce
P ( t ) dt CD
v(t ) v(0) C v0
P ( t ) dt t
m
,
2
CD
v(t ) v0e m
t
mv0 CDm2 t
a trajetória é x (t ) v (t )dt E
e E
CD 2
m mv0
2
CD
x(0) 0 E
t
v
2 0
x (t ) 2
1 e m
CD CD
Exemplo 8: Calcule a corrente elétrica que circula em um circuito composto por uma fonte
V=V0 cos(wt), onde w é a frequencia angular, conectada em série com um resistor R e um
capacitor C.
q (t ) d
E (t ) Ri (t ) 0, mas i q(t )
C dt
dq 1 V 1 1 V t
q 0 cos wt P t e Q (t ) 0 cos wt P (t )dt
dt RC R RC R
t
t
V0 e
1 V
q (t ) cos wt e dt C e cos wt w sen wt 0 C e
t t
R 2 w2 R
1
V0
2
1
cos wt w sen wt Ce A w
t
q (t )
1 w R
2 2
V0 V0
A sen wt cos wt e
t
q (t 0) 0 C q(t )
1 w R
2 2
1 A R
2
d 1 V0 2
i (t ) q (t ) A cos wt A sen wt e
t
dt 1 A2 R
Se a fonte não depender do tempo, w 0 e A 0
i (t )
V0 t
R
t
e e q (t ) CV0 1 e
Exercícios
Docente: Juvêncio Piliquito
Conteúdo:Apontamentos sobre Equações Diferenciais de 1ͣ ordem e introdução à Equações
Diferenciais de 2ͣ ordem
23
dy dy 3 y
5 y e3 x dy x3 2
dx 3 y e2 x dx x
1. 2. dx 3.
y e3 x Ce5 x
1
2
y e2 x Ce3 x y
1
14 x ³
2 x7 7 x4 C
dy 2 y dy dy
x2 5 2 xy e3 x (3 2 x) 3x 2 y e x (3x 2 1)
4. dx x 5. dx 6. dx
y x ³ 5 x Cx ² 3
1 y e x C
ye Ce x
2
x
dy dy dy
x2 2 xy x 4 7 x2 2 xy x 3 5 3 y e2 x ; y 0 2
13.
dx
14.
dx 15. dx
y e 2 x 3e x 1
y
1
5x²
x5 35x C 5
y x ² ln x x Cx ²
3
dy y dy dy
x 2 3; y (1) 3 cosec x y cot x x 2 y ( x 2 4)3
dx x dx dx
16.
3
1 x 4
x2 18. 2 4
y x ln x3 C 17. y
2 2 R: y 2 C
2 x 8
1
y x
sen x
A equação diferencial
d
y ( x) P x y ( x) Q( x) y n ( x)
dx
Docente: Juvêncio Piliquito
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Diferenciais de 2ͣ ordem
24
dy
y n Py1 n Q
dx
dw dy
fazendo w y1 n 1 n y n
dx dx
.
dw
(1 n) Pw (1 n)Q Equação linear de 1a ordem
dx
y1 n ( x) (1 n)Q x e dx C e
(1 n ) P x dx ( n 1) P x dx
(2)
dy 1
Exemplo 1: resolva y xy 2
dx x
dy 1
Comparando com Py Qy n verificamos que P ; Q x e n 2 .
dx x
y1 n ( x) (1 n)Q x e dx C e
(1 n ) P x dx ( n 1) P x dx dx
P x ln x
x
y 1 ( x) xe ln x dx C eln x dx C x x x C
1
y ( x)
x C2
3 1
Exemplo 2: resolva y ' y x4 y 3
x
3 1/ 2
Como n = 1/3, temos, z y 11 / 3 z y 2 / 3 y z 3 / 2 e y ' z .z '
2
3 1
Substituindo em y ' y x 4 y 2 , temos:
x
3 1/ 2 3 2 2
z .z ' z 3 / 2 x 4 z 1 / 3 ou z ' z x 4
2 x x 3
Re solvendo
2
x dx 2
FI e e 2lxx e ln x x 2
2 x 2 2 2
x 2 z ' z x 2 x 4 x 2 z '2 x 3 z x 2
x 3 3
d 2
2 2
2 2
x .z x x .z x dx x .z
2 2 2x 3
c z
2x 5
cx 2
dx 3 3 9 9
3
2x 5 2x 5
Como, z y 2/3
, temos : y 2/3
cx 2 y cx 2
9 9
x 2
x 2
x2
e 2
z 'e 2
xz e 2
x
d
x2 x 2
e 2
.z e 2 x
dx
d
x2 x 2
dx
e 2
.z dx e 2 xdx
x2 x2 x2
e 2
.z e 2
c z c.e 2
1
Logo, a equação original é;
1 1
y x2
z
c.e 2
1
Exercícios
y 2 Ce 2 x
3 1 2
y ² e x Ce 4 x y
2
3
Ce
2x
3
1
(4 x 3 18 x 2 54 x 81)
3 3 4
1 2 C ln x C
y x
5 x
Equação de Clairaut
Como exercício você deverá mostrar que uma solução para a equação de Clairaut
y xy´ f ( y´)
é a família de rectas y = cx + f (c), em que c é uma constante arbitrária. Ainda, pode
também possuir uma solução em forma paramétrica fazendo = t, temos:
x f ´(t ), y f (t ) tf ´(t )
Essa última solução é singular, pois, se f´´ (t) 0, ela não pode ser obtida da família de
soluções y = cx + f (c).
Equação Característica:
Surge de uma equação diferencial do tipo y” + a1y’ + a0y = 0 (a1 e a0 constantes) quando
substituímos y”, por 2, y’ por e y por 0 = 1, da seguinte maneira:
2 + a1 + a00 = 0.
Exemplo:
Docente: Juvêncio Piliquito
Conteúdo:Apontamentos sobre Equações Diferenciais de 1ͣ ordem e introdução à Equações
Diferenciais de 2ͣ ordem
27
Solução:
a) y” + 5y’ + 6y = 0 2 + 5 + 6 = 0
b) y” - 8y’ + 16y = 0 2 - 8 + 16 = 0
Nesse caso, as raízes são reais e iguais 1 = 4 e 2 = 4. Logo: ( - 4)( -4) = 0 ou ( -4)2 = 0.
c) y” + 2y’ = 0 2 + 2 = 0
Nesse caso, as raízes são reais e distintas 1= 0 e 2= -2. Logo: .( + 2) = 0.
d) y” – 2y’ + 3y = 0 λ2 – 2λ + 3 = 0
Para encontrar a solução da equação diferencial y” + a1y’ + a0y = 0 (tem que ser linear) a partir
das raízes da equação característica 2 + a1 + a00 = 0, devemos observar três casos:
10- caso: quando as raízes da equação característica são reais e distintas, temos como solução
geral y c1.e1 x c2 .e2 x .
Nota: quando as raízes são simétricas (1 = -2), a resolução da equação y c1.e1 x c2 .e2 x pode
20- caso: quando as raízes da equação característica são complexas, sendo pares conjugados 1=
a + bi e 2= a – bi, temos como solução geral complexa y = + . Sendo
equivalente a y c1.eax cos(bx) c2 .eax sen(bx).
30- caso: quando as raízes da equação característica são reais e iguais (1 = 2), temos como
solução geral y c1.e1 x c2 .xe1 x .
Exemplo:
b) y” – 2y’ = 0
c) y” – 2y’ + 3y = 0
Transformando numa equação característica, temos:
λ2 – 2λ + 3 = 0
' 1 2.i
[ (1 2.i)][ (1 2.i)] 0 , como as raízes são complexas, temos:
" 1 2 .i
y= +
y= + sen (bx)
y= + , como a = 1 e b = , temos :
d) y” - 8y’ + 16y = 0 2 - 8 + 16 = 0
Nesse caso, as raízes são reais e iguais 1 = 4 e 2 = 4. Logo: ( - 4)( -4) = 0 ou ( -4)2 = 0.
y= +
y= +
y= +
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRONSON, R. Moderna Introdução às Equações Diferenciais.
LARSON, Hostetler & Edwards. Cálculo com Geometria Analítica (vol 2).