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Artigo sobre política, teoria e questão social

Trimestral Internacional de

Relação entre estilos parentais e autoestima

Educação em Saúde Comunitária
0(0) 1–9

dos adolescentes
!Diretrizes de reutilização de
artigos do(s) autor(es) de
2018: sagepub.com/journals-permissions
DOI: 10.1177/0272684X18811023
journals.sagepub.com/home/qch

Tolulope A. Aremu1, Yetunde O. John-Akinola1,2e

Adeyimika T. Desmennu1

Abstrato
A baixa autoestima entre os adolescentes representa um grande desafio, que os estilos parentais podem influenciar. Este estudo examinou as diferenças
de género nos estilos parentais percebidos e na auto-estima dos adolescentes e examinou a relação entre os estilos parentais percebidos e a auto-
estima dos adolescentes entre adolescentes na escola em Ibadan, estado de Oyo, Nigéria. Este estudo utilizou uma técnica de amostragem em vários
estágios. As respostas foram obtidas de 504 alunos que consentiram, utilizando o questionário de autoridade parental e um questionário de auto-estima
ajustado à escala de Rosenberg. A autoestima foi pontuada em uma escala (12–30); pontuações - 26 indicam alta autoestima e pontuações - 25 indicam
baixa autoestima. A média de idade e escore de autoestima foram 14,9 1,5 anos e 24,0 3,3. Cerca de um terço dos entrevistados relataram estilos
parentais como autoritários ou flexíveis (pais: 36,3%, mães: 38,9%). O teste do coeficiente de correlação de Pearson mostrou uma relação positiva e
significativa entre o estilo parental flexível e a autoestima dos adolescentes para os pais (R¼0,141, p¼.001) e mães (R¼0,137,p¼.001). Os resultados da
investigação revelam uma associação significativa entre os estilos parentais percebidos e a autoestima dos adolescentes.

Palavras-chave

adolescentes, autoestima, estilos parentais

Introdução comportamento numa base individual, mas também enfatizam uma

Há uma preocupação crescente com os adolescentes em todo o mundo. Alguns
fatores contribuintes podem incluir ruptura na vida familiar, pobreza e abuso.
Estas podem ter um efeito negativo no desenvolvimento pessoal e social dos
adolescentes, como pode ser observado no aumento do absentismo e
abandono escolar, na agressividade, no aumento das inclinações suicidas e no
abuso de substâncias e álcool. A pesquisa mostrou que a autoestima dos
adolescentes pode ser uma das influências subjacentes mais importantes nos
resultados dos adolescentes. Desenvolveu-se um consenso global de que o
estilo parental é significativamente eficaz no desempenho das crianças ao
longo da vida. Uma revisão da literatura mostra que os distúrbios e desvios
comportamentais do indivíduo originam-se principalmente de suas famílias, e
interação bidirecional entre pais e filhos.2O estilo parental pode ser
classificado com base em dois determinantes de exigência e capacidade
de resposta,4com base nestes dois determinantes, foram introduzidos
três estilos parentais; autoritário, autoritário ou flexível e permissivo, o
quarto estilo parental, que é o negligente, foi introduzido por Maccoby e
Martin.5Com base nesta tipologia, são explicados os quatro estilos
parentais. Os pais autoritários apresentam um elevado nível de exigência
juntamente com um baixo nível de capacidade de resposta, enquanto os
pais autoritários apresentam um elevado nível de exigência juntamente
com um elevado nível de capacidade de resposta. Os pais permissivos, no
entanto, apresentam um baixo nível de exigência, juntamente com uma

que a maioria dos adolescentes com distúrbios comportamentais vem de

famílias que sofrem de um estilo parental inadequado.1

1Departamento de Promoção e Educação para a Saúde, Faculdade de Saúde Pública,

O estilo parental pode ser descrito como todos os comportamentos, Faculdade de Medicina, Universidade de Ibadan, Nigéria
atitudes e valores que os pais usam para interagir com seus filhos e que 2Departamento de Promoção e Educação para a Saúde, Faculdade de Saúde Pública,

influenciam seu desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual.2 Faculdade de Medicina, Universidade de Ibadan, Nigéria

Entre os vários fatores familiares que podem influenciar o Autor correspondente:

desenvolvimento da criança e do adolescente, os estilos parentais têm
sido reconhecidos como significativos.3As teorias que destacaram o estilo
parental concentram-se não apenas nos pais
Yetunde O. John-Akinola, Departamento de Promoção e Educação para a Saúde,
Faculdade de Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Universidade de Ibadan, Ibadan,
Nigéria.
E-mail: zfisayo@yahoo.com
2 Trimestral Internacional de Educação em Saúde Comunitária 0(0)
alto nível de capacidade de resposta, e os pais negligentes exibem um
baixo nível de exigência juntamente com um baixo nível de capacidade de
resposta.6
Os estilos parentais têm potencial para ter implicações
médicas e psiquiátricas; pois afetam crianças e adolescentes,
especialmente aqueles com transtorno de conduta.2
Foi relatado que os estilos parentais influenciam a autoestima dos
adolescentes.7Diversas definições de autoestima destacaram que ela
representa a avaliação pessoal de cada indivíduo em relação ao grupo
pertencente, ao valor pessoal atribuído, à atitude positiva ou negativa em
relação a si mesmo, bem como ao nível de satisfação pessoal.8,9No
desenvolvimento de uma autoestima positiva, as experiências do
adolescente durante a infância desempenham uma enorme importância,
juntamente com a atitude dos pais e educadores em relação a ele.8,10
Considera-se que o estilo parental tem grande influência no
desenvolvimento da autoestima dos adolescentes, apesar da influência
dos pares durante a adolescência.11
A pesquisa demonstrou que os estilos parentais são responsáveis
por mais variação nos comportamentos externalizantes na
adolescência do que qualquer outro fator.12O estilo autoritário tem
sido associado à baixa autoestima em adolescentes, enquanto o
estilo parental autoritário ou flexível tem sido associado à elevada
autoestima em adolescentes.13
Além disso, a baixa autoestima representa um grande desafio; a
baixa autoestima durante a adolescência prediz pior saúde mental e
física e níveis mais elevados de atividade criminosa na idade adulta
jovem.14,15Além disso, a baixa autoestima prediz comportamentos
antissociais, ansiedade, distúrbios alimentares, depressão e
tendências suicidas.15–17A baixa autoestima pode desempenhar um
papel crítico no desenvolvimento de uma série de transtornos
mentais e problemas sociais entre adolescentes.
Apesar da importância deste conceito entre os adolescentes,
muitas das informações disponíveis sobre a relação entre os estilos
parentais e a autoestima dos adolescentes provêm de estudos
realizados fora da Nigéria. Além disso, a maioria dos estudos
realizados na última década que investigaram os estilos parentais
concentraram-se principalmente no estilo parental de apenas um dos
pais. Embora a pesquisa sobre parentalidade tenha se concentrado
principalmente nas mães, alguns estudos que examinam os estilos
parentais paternos e maternos surgiram na última década.11Este
estudo teve, portanto, como objectivo colmatar uma lacuna no
contexto de investigação da Nigéria, explorando as perspectivas dos
adolescentes, tanto dos pais como das mães, os estilos parentais e a
sua relação com a sua auto-estima. Os resultados deste estudo
podem informar estratégias de intervenção destinadas a reduzir a
incidência de comportamentos de alto risco e problemas de saúde
mental entre adolescentes resultantes de baixa autoestima.
Objetivos
Para determinar o
1. percepção do adolescente sobre o estilo parental paterno e
materno,
2. nível de autoestima dos participantes do estudo, e
3. relação entre estilos parentais percebidos e autoestima
dos participantes.
Métodos
A aprovação ética para este estudo foi obtida do Comitê de
Revisão Ética do Estado de Oyo. O consentimento verbal foi
obtido dos entrevistados, professores e diretores.
Participantes
Os participantes foram 504 estudantes do ensino secundário em
escolas secundárias públicas e privadas selecionadas na área do
Governo Local Norte de Ibadan (IBNLG), no estado de Oyo (209
homens; 293 mulheres). Foram incluídos no estudo os
adolescentes que residem atualmente com os pais biológicos e
foram excluídos os adolescentes que residem com os pais
solteiros ou que não residem com os pais biológicos.
Procedimento
Adotou-se para o estudo um desenho descritivo transversal, utilizando
método quantitativo de coleta de dados. Os participantes foram
selecionados com base em um método de amostragem em vários
estágios. As etapas são descritas posteriormente:
Estágio 1-A lista de todas as escolas secundárias do IBNLG foi
obtida junto à Autoridade Educacional Local. Amostragem
estratificada simples foi utilizada para dividir em estratos as 83
(oitenta e três) escolas secundárias cadastradas no IBNLG; escolas
privadas e públicas.
Estágio 2—Amostragem proporcional foi utilizada para
determinar o número de escolas a serem selecionadas de cada
estrato: 9 (nove) das 36 (trinta e seis) escolas públicas cadastradas e
12 (doze) das 47 (quarenta e sete) escolas privadas cadastradas. Um
total de 21 escolas secundárias registradas (9 escolas privadas e 12
públicas), o que equivale a 25% do total de escolas secundárias
registradas na área do IBNLG, foram selecionadas aleatoriamente
(Tabela de números aleatórios) para o estudo.
Estágio 3—Uma turma de cada foi selecionada aleatoriamente dos
braços do ensino secundário (SS1 – SS3) dentro de cada uma das 21
escolas selecionadas.
Estágio 4—Em cada uma das 21 escolas, foram seleccionados
24 alunos, que deram consentimento verbal e que actualmente
viviam com os seus pais biológicos, nas turmas SS1 a SS3,
perfazendo um total de 504 alunos.
Medidas
Um questionário de autoridade parental adaptado (PAQ)
semiestruturado e autoadministrado de 40 itens,18e um
questionário de autoestima ajustado à escala de Rosenberg19foi
usado para obter respostas dos sujeitos.
PAQ: Um instrumento de 40 itens desenvolvido para medir os estilos
parentais percebidos em termos de autoridade e práticas disciplinares do
ponto de vista da criança. Todos os itens são avaliados em uma escala de
4 pontos 1 (Não nunca),2 (Sim ocasionalmente),3 (Sim
Aremu et al. 3

muitas vezes),e 4 (Sim, sempre).Os 40 itens são divididos em

200
quatro subescalas: Permissivo, Autoritário, Autoritário e 180
34,9%
36,3%

Negligente. Permissivo (P: Itens 1 a 10), autoritário (A: Itens 160

11 a 20), autoritário ou flexível (F: Itens 21 a 30) e negligente 140
(N: Itens 31 a 40). Foram somados dez itens de cada 120
100
subescala e a subescala com maior pontuação indicou o tipo 14,3%
80
de parentalidade adotada. O PAQ foi preenchido pelos 60 8,7%
entrevistados em relação ao estilo parental do pai e da mãe. 40 5,8%
Escala de Autoestima: Foi adaptada uma escala ajustada à 20
Escala de Autoestima de Rosenberg,20A Escala de Autoestima de 0
Permissivo Autoritário Flexível Neglec-ul Mais do que
Rosenberg foi desenvolvida em 1965 e é a escala mais utilizada Pai-ng Pai-ng Pai-ng Pai-ng Um Paren-ng
para medir a autoestima e passou por extensos testes de Estilo Estilo Estilo Estilo Estilo

confiabilidade e validade.21Este é um dos questionários de

autoestima mais conhecidos que mede a visão geral dos Figura 1.Estilo parental percebido dos pais.
participantes sobre si mesmos. A autoestima foi pontuada em
uma escala de (12–30) pontuação – 26 indica alta autoestima,
enquanto pontuação – 25 indica baixa autoestima. A autoestima
250
foi pontuada em uma escala de (12–30); as pontuações foram
38,9%
categorizadas dessa forma porque a maioria dos dados obtidos a 200
32,7%
partir da pontuação de autoestima neste estudo foram
150
distorcidos para a direita.
100
14,1%
Confiabilidade e Validade dos Instrumentos 8,7%
50 5,6%
A validade do instrumento foi garantida através do desenvolvimento
0
de um rascunho do instrumento, consultando a literatura relevante, Permissivo Autoritário Flexível Neglec-ul Mais do que

adotando perguntas de questionários relevantes de pesquisas
relacionadas ao estudo e submetendo o rascunho do instrumento a
revisões acadêmicas independentes e de especialistas,
particularmente especialistas em saúde pública. Além disso, o
instrumento foi pré-testado em adolescentes escolares que
compartilham as mesmas características dos participantes do estudo.
Os resultados obtidos no pré-teste foram utilizados para fazer as
correções necessárias ao estudo principal para garantir relevância,
adequação e adequação dos itens do instrumento.
O coeficiente de correlação alfa de Cronbach do Statistical
Package for Social Sciences foi utilizado para analisar os dados do
pré-teste e determinar a confiabilidade. Foi obtido um coeficiente
de confiabilidade aceitável de 0,82.
Análise de dados
Estilo Paren-ng Estilo Paren-ng Estilo Paren-ng Estilo Paren-ng Estilo Um Paren-ng
Estilo
Figura 2.Estilo parental percebido das mães.
os pais foram percebidos pelos entrevistados como utilizando mais de um
estilo parental (Figuras 1 e 2). As diferenças de gênero nos estilos
parentais percebidos foram examinadas. Os resultados indicaram que as
mulheres percebiam os seus pais como mais autoritários e permissivos,
mas estes resultados não foram estatisticamente significativos. Da
mesma forma, por outro lado, os homens percebiam as suas mães como
mais autoritárias e negligentes, enquanto as mulheres as percebiam
como mais flexíveis; esses resultados foram estatisticamente significativos
(v2: 9.466,p¼ .05; Tabela 1).

Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e
inferencial (Qui-quadrado e coeficiente de correlação de
Pearson). As informações obtidas foram resumidas e
apresentadas nas Tabelas 1 a 6 e Figuras 1 a 3.
Resultados
Estilos parentais percebidos: Foi relatado que pais e mães
neste estudo apresentam níveis semelhantes de estilo
parental. A maioria dos entrevistados percebeu que seus
pais usavam um estilo parental autoritário ou flexível; pai
183 (36,3%) e mãe 196 (38,9%), mas isso foi seguido de
perto pelo estilo parental autoritário; pai 173 (34,9%) e
mãe 165 (32,7%). Poucos (8,7%; 44) de ambos
Autoestima dos entrevistados (avaliação da autoestima
do entrevistado)
A maioria (90,0%) dos entrevistados concorda que sente que
possui uma série de boas qualidades, a maioria (88,7%) sente que
são pessoas de valor, pelo menos tão valiosas quanto outras;
83,4% relataram que são capazes de fazer as coisas tão bem
quanto a maioria das outras pessoas, e a maioria (81,4%) relatou
que têm uma atitude positiva em relação a si mesmos. Porém,
78,9% gostariam de ter mais respeito por si mesmos e 48,6%
sentem que não têm muito do que se orgulhar.
Do total de entrevistados, 41,0% tinham autoestima elevada e
59,0% tinham autoestima baixa. Mais mulheres 34,7% tinham baixa
autoestima quando comparadas com homens 24,1%, mas o
4 Trimestral Internacional de Educação em Saúde Comunitária 0(0)

Tabela 1.Distribuição dos estilos parentais percebidos por gênero.

Qui-quadrado
Estilo parental Macho (%) Fêmea (%) Frequência (%) teste

Pai
41%
Permissivo 11 (37,9) 18 (62,1) 29 (100)
Autoritário 80 (45,7) 95 (54,3) 175 (100) v2¼3.720 59%
Flexível 68 (37,2) 115 (62,8) 183 (100) df¼4
Negligente 33 (46,5) 38 (53,5) 71 (100) p¼.445
Mais de um 17 (38,6) 27 (61,4) 44 (100)
Mãe
Permissivo 9 (32,1) 19 (67,9) 28 (100) Baixa auto-estima Auto-estima alta
Autoritário 72 (43,9) 92 (56,1) 164 (100)
Flexível 71 (36,2) 125 (24,9) 196 (100) v2¼9.466
Negligente 39 (55,7) 31 (44,3) 70 (100) df¼4 Figura 3.Autoestima entre os entrevistados.
Mais de um 18 (40,9) 26 (59,1) 44 (100) p¼.050

a relação não foi considerada estatisticamente significativa
(Figura 3).
Relação entre os escores de autoestima dos participantes e as
características sociodemográficas
A categoria da escola que os participantes frequentavam e a
escolaridade do pai foram consideradas significativas (p< .05)
influências positivas nos escores de autoestima, enquanto a tribo
do pai foi considerada significativa (p< .05) influência negativa
nos escores de autoestima dos participantes nas análises de
regressão simples (Tabela 2).
Relação entre estilos parentais percebidos e
autoestima dos adolescentes
O teste de significância entre a relação do estilo parental e o nível de
autoestima dos adolescentes foi realizado por meio do qui-quadrado
e o coeficiente de correlação de Pearson é apresentado nas Tabelas 3
e 4. Os resultados revelaram que há uma relação estatisticamente
significativa entre a percepção dos pais estilo parental e autoestima (
p¼ .001). A relação entre o estilo parental percebido das mães e a
autoestima também foi estatisticamente significativa (p¼ .004). Mais
da metade (53,6%) dos adolescentes que tinham autoestima elevada
percebiam seus pais como flexíveis, enquanto 69,4% dos
adolescentes que tinham baixa autoestima percebiam seus pais
como negligentes. Cerca de metade (51,0%) dos adolescentes que
tinham autoestima elevada percebiam suas mães como flexíveis,
enquanto 71,8% dos adolescentes que tinham baixa autoestima
percebiam suas mães como negligentes. Além disso, os resultados do
teste do coeficiente de correlação de Pearson para o estilo parental
percebido dos pais mostraram que há uma relação positiva e
significativa entre o estilo parental flexível e a autoestima do
adolescente (R¼0,141,p¼ .001). Existia uma relação negativa
significativa entre a autoestima autoritária e a autoestima dos
adolescentes (R¼0,077,p¼ .042). Existe uma relação negativa, não
estatisticamente significativa, entre o estilo parental autoritário,
permissivo e negligente e a autoestima dos adolescentes (Tabela 4).
Os resultados para o estilo parental percebido das mães também
revelaram um impacto positivo significativo
relação entre estilo parental flexível e autoestima (r¼0,137,p¼ .
001). A Tabela 4 também mostrou uma relação negativa não
estatisticamente significativa entre os estilos parentais
autoritários, permissivos e negligentes das mães e a autoestima
dos adolescentes. Os resultados da regressão multilinear
mostraram que a percepção dos participantes de um estilo
parental flexível por parte do pai ou da mãe também teve um
impacto significativo. (p< .05) relação positiva com os escores de
autoestima (Tabela 5). As características sociodemográficas e o
estilo parental percebido que tiveram influência positiva ou
negativa no escore de autoestima foram considerados influências
confusas após ajuste para fatores de confusão em uma análise
de regressão multivariada (Tabela 6). Assim, o estilo parental
flexível não é, no entanto, uma influência independente na
pontuação de autoestima.
Discussão
Neste estudo, mais entrevistados eram mulheres. Esta conclusão
apoiou o relatório da UNICEF de 2007, segundo o qual as recentes
matrículas no ensino secundário revelaram melhorias na educação
feminina. Mais da metade (61,3%) dos entrevistados tinha entre 15 e
17 anos de idade, o que mostra que a maioria dos entrevistados são
adolescentes intermediários.
Os resultados deste estudo mostraram que existe baixa autoestima
em adolescentes em nosso meio, embora não haja reconhecimento social
desse risco à saúde. Este estudo apoiou alguns estudos anteriores que
relataram que mais mulheres entrevistadas relataram baixa autoestima
em comparação com os homens entrevistados, mas não foi considerado
significativo.22,23Além disso, estudos realizados entre adolescentes de
escolas secundárias em Nairobi e na Europa complementaram esta
descoberta, onde as diferenças de género na autoestima sugeriam que os
adolescentes do sexo masculino tinham uma autoestima mais elevada do
que as adolescentes do sexo feminino.23–26
Essa disparidade no nível de autoestima em adolescentes do sexo
feminino pode ser atribuída ao declínio da imagem corporal e a outros
problemas associados à puberdade. Um grande conjunto de evidências
indica que a aparência física é vista como muito mais importante para as
meninas do que para os meninos27com as meninas sendo
Aremu et al. 5

Mesa 2.Relação entre os escores de autoestima dos participantes e as características sociodemográficas.

a
Coeficientes

Coeficientes não padronizados Padronizado Intervalo de confiança de 95% paraB

coeficientes
Modelo B SE Beta t Assinatura. Limite inferior Limite superior

1 (constante) 23.122 . 448 51.629 . 000 22.242 24.001

Categoria escolar . 647 . 300 . 096 2.154 . 032 . 057 1.237
1 (constante) 24.771 . 495 50.061 . 000 23.799 25.743
Gênero . 474 . 298 . 071 1.589 . 113 1.060 . 112
1 (constante) 24.432 . 425 57.442 . 000 23.596 25.267
Aula . 220 . 218 . 045 1.012 . 312 . 648 . 207
1 (constante) 26.915 1.646 16.353 . 000 23.681 30.150
Idade . 189 . 109 . 079 1.733 . 084 . 404 . 025
1 (constante) 24.412 . 299 81.524 . 000 23.824 25.001
Número de irmãos . 094 . 075 . 058 1.248 . 213 . 242 . 054
1 (constante) 23.958 . 450 53.186 . 000 23.073 24.843
Ocupação do pai . 007 . 290 . 001 . 026 . 979 . 562 . 577
1 (constante) 24.437 . 429 56.932 . 000 23.594 25.281
Ocupação da mãe . 282 . 297 . 044 . 952 . 342 . 866 . 301
1 (constante) 22.539 . 681 33.117 . 000 21.202 23.876
Nível de escolaridade do pai 1 . 592 . 261 . 102 2.270 . 024 . 079 1.104
(constante) 23.279 . 627 37.139 . 000 22.048 24.511
Escolaridade materna 1 . 325 . 243 . 060 1.337 . 182 . 153 . 803
(constante) 24.248 . 276 87.968 . 000 23.707 24.790
Tribo da mãe . 146 . 172 . 038 . 851 . 395 . 483 . 191
1 (constante) 24.523 . 277 88.433 . 000 23.978 25.068
Tribo do pai . 365 . 177 . 092 2.064 . 040 . 713 . 017
1 (constante) 24.359 . 432 56.336 . 000 23.510 25.209
Religião . 246 . 307 . 036 . 801 . 424 . 849 . 357

aVariável dependente: escore de autoestima. Nível

significativo definido emp - .05.

Tabela 3.Relação entre estilos parentais e autoestima de adolescentes.

Estilo parental Baixo (%) Alto (%) Frequência total (%) Teste qui-quadrado Hipótese nula

Pai
Permissivo 19 (65,5) 10 (34,5) 29 (100,0)
Autoritário 111 (63,1) 65 (36,9) 176 (100,0) v2¼18.305
Flexível 85 (46,4) 98 (53,6) 183 (100,0) df¼4 Rejeitado
Negligente 50 (69,4) 22 (30,6) 72 (100,0) p¼ .001**
Mais de um 30 (68,2) 14 (31,8) 44 (100,0)
Mãe
Permissivo 19 (67,9) 9 (32,1) 28 (100,0)
Autoritário 99 (60,0) 66 (40,0) 165 (100,0) v2¼15.380
Flexível 96 (49,0) 100 (51,0) 196 (100,0) df¼4 Rejeitado
Negligente 51 (71,8) 20 (28,2) 71 (100,0) p¼ .004**
Mais de um 30 (68,2) 14 (31,8) 44 (100,0)
**
estatisticamente significativo.

mais propensos a ficarem insatisfeitos com sua aparência do que os
meninos.28
De acordo com os resultados deste estudo, os adolescentes percebiam
os seus pais como sendo maioritariamente flexíveis e autoritários, e isto
foi parcialmente apoiado por vários estudos anteriores.
estudos. Elias e Huey Yee29conduziu uma pesquisa entre
adolescentes do ensino médio na Malásia; os resultados mostraram
que a maioria dos pais e mães tinha estilo flexível. Outra pesquisa
realizada por Moumeni e Amiri30entre adolescentes de 14 a 17 anos
de idade em Isfahan mostrou que a fração mais alta
6 Trimestral Internacional de Educação em Saúde Comunitária 0(0)

pertencia a estilos parentais flexíveis. Outro estudo realizado em nível de ensino superior pode ter contribuído para suas descobertas
Teerã entre 13 e 15 anos de idade, adolescentes indicaram que a 32e isso possivelmente também explica a descoberta atual. Os pais
maioria dos pais e mães tinham estilos parentais flexíveis.31 nigerianos exigem obediência à autoridade parental e cumprimento
Resultado semelhante foi obtido num estudo realizado entre das instruções parentais dos seus filhos. Esta inferência foi apoiada
jovens na Malásia, onde tanto os pais como as mães eram vistos por resultados de pesquisas que revelaram que estilos parentais
como flexíveis, eles especularam que os pais autoritários e autoritários, bem como as suas combinações, são
significativamente praticados pelos pais nigerianos.33–35Sendo a
Nigéria principalmente uma nação hierárquica e patriarcal, a
Tabela 4.Relação entre pontuação de autoestima e pontuação
sociedade tradicional valoriza o respeito pelos mais velhos e pelas
parental (N¼504).
figuras de autoridade e, em particular, a autoridade parental numa
Pearson Significado família.33As diferenças de gênero nos estilos parentais percebidos
Variável Significar SD correlação (unicaudal) foram examinadas. Os resultados indicaram que as mulheres
Pai percebiam seus pais como mais autoritários e permissivos em
Auto estima 24.03 3.299 1,00 – comparação com os homens. Pelo contrário, os homens percebiam
Permissivo 21h34 4.799 0,055 0,111 as suas mães como mais autoritárias e negligentes em comparação
Autoritário 27.18 5.714 0,077 0,042** com as mulheres, o que complementou um estudo anterior.36,37Isto
Flexível 27.10 5.430 0,141 0,001** pode ser explicado porque no contexto nigeriano as mães são muito
Negligente 23h38 3.343 0,051 0,125
rigorosas na educação e disciplina das suas filhas.
Mãe
Auto estima 24.03 3.299 1.000 –
Permissivo 21.64 4.805 0,042 0,175
Embora um pai nigeriano médio não permita o diálogo
Autoritário 27.19 5.731 0,053 0,119 entre pais e filhos, alguns explicam e dão razões para as
Flexível 27h48 5.414 0,137 0,001** suas medidas e ações disciplinares. A este respeito, os
Negligente 23h20 3.234 0,044 0,164 seus filhos podem perceber o seu estilo parental como
autoritário, ou flexível, ou uma mistura de ambos.33
* * A correlação é significativa no nível 0,05.
Culturalmente, as mães nigerianas devem ser calorosas e

Tabela 5.Relação entre as pontuações de autoestima dos participantes e os estilos parentais percebidos.
a
Coeficientes

Coeficientes não padronizados Padronizado Intervalo de confiança de 95% paraB

coeficientes
Modelo B SE Beta T Assinatura. Limite inferior Limite superior

1 (Constante) 21.718 . 742 29.270 . 000 20.260 23.175

Estilo parental flexível do pai . 085 . 027 . 141 3.181 . 002 . 033 . 138
1 (Constante) 21.734 . 755 28.798 . 000 20.252 23.217
O estilo parental flexível da mãe . 084 . 027 . 137 3.102 . 002 . 031 . 137

aVariável dependente: escore de autoestima. Nível

significativo definido emp - .05.

Tabela 6.Regressão Linear Múltipla das Pontuações de Autoestima dos Participantes, Características Sociodemográficas e Estilos Parentais Flexíveis Percebidos.
a
Coeficientes

Coeficientes não padronizados Padronizado Intervalo de confiança de 95% paraB

Coeficientes
Modelo B SE Beta t Assinatura. Limite inferior Limite superior

1 (Constante) 20.421 1.105 18.481 . 000 18.250 22.592

Categoria escolar . 384 . 315 . 057 1.218 . 224 . 236 1.004
Nível de escolaridade do pai . 453 . 276 . 077 1.643 . 101 . 089 . 994
Tribo do pai . 283 . 181 . 071 1.564 . 118 . 639 . 073
Estilo parental flexível do pai . 046 . 036 . 075 1.270 . 205 . 025 . 116
Estilo parental flexível da mãe . 039 . 036 . 064 1.086 . 278 . 032 . 110

aVariável dependente: escore de autoestima. Nível

significativo definido emp - .05.
Aremu et al.
acomodando; no entanto, este estudo revelou uma natureza
altamente autoritária das mães, o que pode ser atribuído ao
aumento das responsabilidades das mães, não apenas a nível
doméstico, como costumava ser, mas também a nível financeiro,
uma vez que, em alguns casos, as mães são as que sustentam os
lares. Na maioria dos casos, os pais oferecem proteção física e
são os ganha-pão da família; portanto, o nível educacional dos
pais terá um grande efeito no estatuto socioeconómico da
família.
Este estudo revelou uma relação significativa entre estilo
parental e autoestima, o que está de acordo com alguns estudos
anteriores de Yamawaki et al.,38entre estudantes universitários
japoneses, o que sugeriu que o estilo parental estava
significativamente associado à autoestima. Os resultados deste
estudo confirmaram uma relação positiva e significativa entre o
estilo parental flexível e a autoestima tanto no pai como na mãe,
uma relação negativa entre os estilos parentais autoritários,
permissivos e negligentes e a autoestima dos adolescentes. Isto
está de acordo com os resultados de um estudo conduzido por
Heaven e Ciarrochi13e Mwihaki.23O melhor estilo parental dos
pais, de acordo com a percepção dos adolescentes, é o estilo
parental flexível, mas o estilo parental flexível não tem, no
entanto, uma influência independente na auto-estima. No
entanto, a partir deste estudo, os resultados revelaram que
algumas características sociodemográficas foram consideradas
influências confusas, destacando assim que o estilo parental
flexível não é uma influência independente no escore de
autoestima.
O resultado deste estudo destaca algumas implicações para o
planeamento, desenvolvimento, implementação e avaliação da
educação em saúde mental dos adolescentes no ambiente escolar,
nos arredores da área de estudo e na Nigéria em geral. Devem ser
utilizadas estratégias de educação para a saúde para aumentar o
conhecimento e a compreensão de todas as partes afectadas sobre o
conceito de auto-estima, a influência dos estilos parentais e os
perigos da baixa auto-estima. Estratégias adequadas de educação
para a saúde poderiam incluir formação, esclarecimento público e
ligação de recursos. As populações-alvo da educação para a saúde
devem incluir estudantes, pais, professores, gestores educativos,
conselhos educativos do governo estadual e local, funcionários
escolares, comunidade e líderes religiosos.
Conclusão
Descobriu-se que os estilos parentais têm efeitos profundos na
autoestima dos adolescentes. Este estudo levantou certas questões a
este respeito; o estilo parental tem uma relação estatisticamente
significativa com o nível de autoestima dos adolescentes, sendo o
estilo parental autoritário ou flexível o único estilo parental com uma
relação positiva com a autoestima do adolescente. A intervenção
destinada a educar os pais sobre o melhor estilo parental e os riscos
de um estilo parental desfavorável pode fornecer um caminho para a
prevenção de comportamentos de risco à saúde em adolescentes
como resultado da baixa autoestima. Em
7
Além disso, devido aos benefícios do estilo parental flexível, é
necessário que os pais o cultivem.
Limitação do estudo
O estudo foi realizado entre adolescentes em idade escolar, portanto
a generalização dos resultados para todas as outras categorias de
adolescentes deve ser feita com cautela. Além disso, esta pesquisa
baseou-se apenas no autorrelato dos adolescentes sobre a
percepção de seus estilos parentais e não na percepção dos pais
sobre a parentalidade. Assim, o resultado atual estabelecido nas
recordações dos adolescentes pode ser influenciado por vieses de
memória. Finalmente, o estudo foi realizado em escolas secundárias
de um governo local, um estudo comunitário mais amplo incluindo
outros governos locais, e uma amostra maior será representativa.
Implicações e contribuição
As conclusões deste estudo poderiam informar estratégias
de intervenção destinadas a reduzir a incidência de
comportamentos de alto risco e problemas de saúde
mental entre os adolescentes, o que poderia resultar da
baixa auto-estima no ambiente escolar na área de estudo
e na Nigéria em geral. Através da educação e da
informação em saúde, todas as partes afectadas seriam
capazes de conceptualizar a auto-estima, a importância de
uma auto-estima saudável, os perigos da baixa auto-
estima e a importância de uma boa educação parental. As
populações-alvo da educação e implementação em saúde
devem incluir os alunos, pais, funcionários escolares,
líderes comunitários e religiosos e o conselho educacional
do governo estadual ou local. As estratégias apropriadas
para permitir a educação em saúde mental incluem
formação, esclarecimento público e ligação de recursos.
Os programas devem ser adaptados à idade, sexo,
Agradecimentos
Gostaríamos de estender o nosso agradecimento a todos os alunos,
professores e diretores das escolas que participaram do estudo. Todos
que contribuíram significativamente para o trabalho foram listados.
Declaração de interesses conflitantes
O(s) autor(es) não declararam possíveis conflitos de interesse com
relação à pesquisa, autoria e/ou publicação deste artigo.
Financiamento
O(s) autor(es) não recebeu(m) nenhum apoio financeiro para a pesquisa,
autoria e/ou publicação deste artigo.
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Biografias do autor
Tolulope A. Aremué profissional de saúde pública, com especialização
em Promoção e Educação em Saúde. Tolulope concluiu seu mestrado
em saúde pública (MPH) na Universidade de Ibadan e seus estudos
de graduação na Universidade de Tecnologia Ladoke Akintola. Os
seus interesses de investigação centram-se na saúde da criança e do
adolescente e na saúde mental.
Yetunde O. John-Akinolapossui graduação em Fisiologia (BSc),
Promoção e Educação em Saúde (MPH) pela Universidade de
Ibadan, Nigéria e Promoção da Saúde pela Universidade
Nacional da Irlanda, Galway (PhD). Seus atuais interesses de
pesquisa incluem promoção da saúde escolar e
9
escolas promotoras de saúde, participação das crianças na escola,
comportamento saudável na adolescência e nos jovens, participação
dos pais na escola e metodologias para investigação em Promoção
da Saúde, com foco na participação das crianças no processo de
investigação, na saúde e bem-estar dos adolescentes e jovens, e na
saúde das mulheres. saúde.
Adeyimika T. Desmennué professor e pesquisador do
Departamento de Promoção e Educação para a Saúde da
Faculdade de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da
Universidade de Ibadan. Está em fase final de doutoramento em
Promoção e Educação para a Saúde, é mestre em Saúde Pública
em Promoção e Educação para a Saúde e licenciada em Ciências
em Nutrição Humana. Seu interesse de pesquisa é em Nutrição
em Saúde Pública, Programação de Promoção da Saúde,
Inovações em Saúde e Desenvolvimento de Competências
Empreendedoras; e um foco específico na modificação dos
comportamentos dos adolescentes para a saúde.