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FATEC DE SÃO SEBASTIÃO

TECNÓLOGO EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

STARKLE - SOFTWARE DE GESTÃO DE EVENTOS


COM FOCO NA MELHORIA DE EXPERIÊNCIA DE
USUÁRIO

IGOR FREITAS POLISEL


LUCAS IBANHEZ DE ALMEIDA

SÃO SEBASTIÃO – SP
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 2

3. OBJETIVOS ................................................................................................... 3

3.1 GERAL...................................................................................................... 3

3.2 ESPECÍFICOS .......................................................................................... 3

4. METODOLOGIA ............................................................................................. 4

5. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 5

5.1 UX Design e GUI ...................................................................................... 5

5.2 Acessibilidade e Usabilidade .................................................................... 7

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 9
1. INTRODUÇÃO

Segundo Knight (2013), ao longo dos últimos anos, o crescimento da


internet no Brasil vem sendo alavancado pelo governo do país e por empresas
nacionais e multinacionais, aumentando rapidamente o número de usuários
digitais brasileiros e, consequentemente (LEMOS; LÉVY, 2010), o de acessos a
websites no Estado.
De acordo com o IBGE (2019), conforme constatado pela Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, “82,7% dos domicílios
nacionais possuem acesso à internet, um aumento de 3,6 pontos percentuais em
relação a 2018” e esse número só tende a aumentar.
Para Everard e Galletta (2006), um site é composto por cores, formas,
imagens e outros elementos que, supostamente, deveriam oferecer confiança e
um apelo emocional ou uma boa impressão aos seus usuários.
Porém, nem todas as páginas web são assim e, por meio de estudos,
concluiu-se que combinações inefetivas de componentes afetam negativamente
a performance e a satisfação dos seus utilizadores (KOUFARIS, 2002).
Sendo assim, o presente trabalho tem como finalidade difundir dados e
informações quanto a acessibilidade digital, graphical user interface (GUI) e user
experience (UX), como os benefícios de um bom item gráfico para interação
entre pessoas e dispositivos digitais.
Além disso, ele apresenta uma proposta de intervenção para uma
problemática, vivenciada pela Fatec de São Sebastião em 2022, relacionada a
esses assuntos.

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2. JUSTIFICATIVA

O projeto surgiu a partir da sugestão de uma professora da Fatec de São


Sebastião que se encontrava diante de um problema: a plataforma usada pela
instituição para submissão e avaliação de artigos de Iniciação Científica (IC) e
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de seus alunos estava indisponível
durante o período em que normalmente é utilizada anualmente, devido as
eleições estaduais de São Paulo e presidenciais que aconteceram na época.
De acordo com a lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997),
ao longo dos três meses que antecedem o pleito, é proibida a autorização de
publicidade institucional relacionada a órgãos públicos nacionais e suas
entidades de administração indireta.
Diante disso, segundo o Governo Digital (2022), nesse intervalo de tempo,
parte dos conteúdos do website dele e, consequentemente, de outros sites
governamentais, que podem ser caracterizados como publicidade institucional,
são suspensos, incluindo a ferramenta empregada pela faculdade.
Além disso, mesmo após o sufrágio, o uso do instrumento continuou
impossibilitado por causa de questões relacionadas ao servidor contratado pela
faculdade para a hospedagem do utensílio e da página web da unidade.
Perante o exposto, a docente incorporou, na escola superior, um recurso
similar ao vedado para tentar resolver o empecilho. Contudo, ele, bem como
outras alternativas presentes no mercado, apresentam adversidades que
atrapalham os seus manuseios, como a ausência de um modo claro e escuro e
a falta de um seletor de idiomas funcional.
Conforme Teixeira (2014), uma interface de usuário desagradável, seja
pela sua aparência ou usabilidade, pode afetar negativamente o resultado do
trabalho no qual ela faz parte, pois isso significa que ele falhou em atender os
seus utilizadores em sua totalidade.
Portanto, sugeriu-se a criação de uma plataforma digital para ajudar os
alunos e educadores da faculdade a superar esses obstáculos, visando sempre
atender todas, ou pelo menos a maioria, das necessidades deles.

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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL
• Disponibilizar uma aplicação web que permita a criação e o
gerenciamento de eventos presenciais, híbridos e online de qualquer tipo,
sejam eles gratuitos ou pagos.

3.2 ESPECÍFICOS
• Adotar estruturações e padrões de código de nível empresarial de
grande porte.
• Consultar profissionais de TI consolidados no mercado.
• Identificar e analisar recursos não funcionais ou não totalmente
desenvolvidos dos concorrentes para implementá-los e corrigi-los ou
terminá-los.
• Realizar pesquisas de campo para constatar e satisfazer as
necessidades dos usuários quanto a acessibilidade, intuitividade e
recursos visuais.

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4. METODOLOGIA

O presente artigo foi elaborado usando, exclusivamente, fontes primárias,


como documentos de padronização internacionais, leis e livros, referentes a
acessibilidade digital, GUI, UX e relacionados, assuntos pertinentes para o
trabalho. Além disso, ele foi confeccionado por meio do Microsoft Word.
A proposta de intervenção, por outro lado, está sendo desenvolvida
através de diversos softwares, sendo eles:
• Visual Studio Code, para a programação do front-end;
• IntelliJ, para a do back-end;
• Microsoft SQL Server Management Studio e SQL Server Configuration
Manager, para a do banco de dados;
• Postman, para testes de requisições;
• Trello, para o acompanhamento de tarefas e o gerenciamento de fluxo
de trabalho e do projeto;
• GitHub, para colaboração e controle de versão;
• Discord, para comunicação.
Ademais, no próximo semestre, para o trabalho como um todo, pretende-
se realizar pesquisas de campo através do Google Forms, a fim de coletar dados
que possam ajudar no aperfeiçoamento e na defesa da importância do alvitre.
A asserção trata-se da criação de uma plataforma digital de gestão de
eventos, que permita que seus usuários criem e gerenciem eventos, gratuitos ou
pagos, de quaisquer tipos, como espetáculos ou simpósios, sejam eles
presenciais, híbridos ou online.
Outrossim, a fim de reduzir a problemática apresentada na faculdade em
questão, ela contará com vários recursos de acessibilidade digital e UX de
qualidade, como um modo claro e escuro e um seletor de idiomas funcional,
além, é claro, de, opcionalmente, admitir a submissão de arquivos, para
avaliação de ICs, TCCs e similares de alunos.

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5. REVISÃO DE LITERATURA

5.1 UX Design e GUI

Segundo Soegaard (2018), em um contexto geral, UX pode ser definido


como a relação de uso entre pessoas e produtos ou serviços, mas que,
geralmente, é determinado como o elo entre usuários e recursos baseados em
computador, como aplicativos e websites.
Adicionalmente, Baines e Howard (2016) complementam essa definição
como “uma prática multidisciplinar com habilidades que abrangem arte, ciência
e tecnologia. UX é também um processo centrado no usuário pelo qual o
software é criado e evoluído”.
Porém, Teixeira (2014), sob outra perspectiva, sucintamente denota a
experiência em si como algo subjetivo, pois cada indivíduo tem uma própria,
dependendo de diversos fatores referentes a sua condição humana, como humor
e vivências passadas.
Contudo, Teixeira (2014) também discorre que, mesmo havendo
subjetividade, os softwares são criados por seres humanos e,
consequentemente, são projetados pensando em seus usuários, gerando um
grande campo de estudo que mobiliza profissionais de vários perfis distintos ao
redor do mundo.
GUI, por outro lado, detalha Lemes (2018), é um termo frequentemente
usado para se referir aos elementos de um sistema com os quais um usuário
entra em contato física, perceptível ou conceitualmente.
Esses componentes, presentes em sistemas de manipulação de
informações de fácil manuseio, foram, primeiramente, introduzidos às massas
pela Xerox em 1970 e, posteriormente, aperfeiçoado pelo Apple Macintosh, que
incorporou novas funcionalidades, como o gerenciamento de arquivos e pastas,
através de uma GUI, associando-o ainda mais com atividades cotidianas e,
instaurando assim, um diálogo entre homem e computador de forma quase
orgânica (JOHNSON, 2001).

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No entanto, às vezes, uma GUI pode apresentar problemas, que podem
ser identificados quando um ou mais usuários encontram dificuldades em achar
informações ou recursos nela ou não conseguem concretizar uma das
funcionalidades dela, o que, em alguns casos, pode levá-los a rejeitá-la
completamente, denota Pinheiro (2016).
Diante disso, o The World’s Worst Website (TWWWE) (2021) foi criado
para demonstrar como seria um site que não segue as boas práticas e “regras”
de um bom design de uma página web, conforme a figura 1, a fim de enfatizar a
importância de uma boa UX e GUI.

Figura 1 – Exemplo de má aplicação dos conceitos salientados.

Fonte: TWWWE (2021).

Por fim, Norman (2014) reitera que, geralmente, as pessoas cometem


erros ao consumir produtos e, consequentemente, se sentem culpadas pela falta
de conhecimento ou de prática sobre como usufruí-los, podendo até mesmo,
esporadicamente, esconder as suas falhas quanto a isso. Porém, na verdade,
muitas vezes esse problema acontece devido a um produto de má qualidade.

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5.2 Acessibilidade e Usabilidade

De acordo com o Henry (2005), a acessibilidade digital refere-se a


redução ou a eliminação de obstáculos que dificultam ou impeçam o acesso a
um ou mais recursos web, de modo a prejudicar a experiência do usuário. Em
outras palavras, isso se trata de práticas de criação de sites que possam ser
usados por qualquer usuário, especialmente por aqueles com deficiência
(HARPER, 2008).
Com base nisso, diversas leis, normas e afins foram criadas para apoiar
esse tema (MUELLER; JOLLY; EGGERT, 2005). No Brasil, por exemplo, o
Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004) regulamenta leis
de acessibilidade e o Departamento de Governo Eletrônico (2014) dispõe o
Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico (e-MAG), que apresenta
diretrizes para a criação de websites com conteúdo acessível.
Porém, mesmo assim, ainda existem diversas dificuldades para a
divulgação desse assunto (PÜHRETMAIR, 2005), como o balanceamento entre
acessibilidade de design gráfico (PADDISON; ENGLEFIELD, 2003) e a
necessidade de ferramentas melhores para o desenvolvimento desse tipo de
material (.
Segundo a ISO 9241-11 (2018), a usabilidade de um software, por outro
lado, um dos aspectos essenciais da qualidade dele, pode ser caracterizada
como “medida em que um sistema, produto ou serviço pode ser usado por
usuários específicos para atingir objetivos específicos com eficácia, eficiência e
satisfação em um contexto específico de uso”.
Diante desses conceitos, Nielsen (1994), antes mesmo da criação dessa
norma, definiu 10 princípios fundamentais de usabilidade de sistemas, que estão
consolidados até hoje.
1. Visibilidade de status: informar se o software está operante ou não e
fornecer feedbacks adequados dentro de um prazo razoável.
2. Compatibilidade com o mundo real: usar a mesma língua dos
consumidores, utilizando ideias e termos familiares a eles.

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3. Controle de usuário e liberdade: fornecer funcionalidades claras que
não exijam esforço extenso sempre que ocorrer uma emergência, evitando
decisões acidentais.
4. Consistência e padronização: não empregar mais de uma ação,
palavra ou situação com o mesmo significado.
5. Prevenção de erros: evitar erros de apresentação e escrita, evadindo
ocorrências inconvenientes.
6. Reconhecer em vez de lembrar: elaborar ações, objetos e opções
visíveis para evitar a necessidade do utilizador lembrar delas sempre que
precisar.
7. Uso eficiente e flexível: fazer botões e outras funções de atalho
acelerarem a interação entre consumidores experientes e sistema.
8. Design e estética minimalista: não expor informações irrelevantes.
9. Auxiliar usuários a identificar, diagnosticar e corrigir problemas:
exibir mensagens de erro, quando necessário, em linguagem clara e não
codificada, apontando a causa delas e suas possíveis soluções.
10. Ajuda e documentação: todas as informações devem ser de fácil
localização para a realização das tarefas dos usadores, fornecendo uma lista
objetiva e concisa das etapas ou procedimentos que eles podem executar.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 9241-


11:2018: Ergonomics of human-system interaction — Part 11: Usability:
Definitions and concepts. Geneva: International Organization For
Standardization, 2018. Disponível em:
https://www.iso.org/obp/ui/#iso:std:iso:9241:-11:ed-2:v1:en. Acesso em: 08 dez.
2022.
BRASIL. Lei nº 1.504, de 30 de setembro de 1997. Brasília, Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm. Acesso em: 08 dez.
2022.
Governo Digital. Site e redes sociais do Governo Digital são ajustados
para atender à legislação eleitoral: objetivo é adaptar a comunicação às
restrições impostas pelo período eleitoral. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/noticias/site-e-redes-sociais-do-governo-
digital-sao-ajustados-para-atender-a-legislacao-eleitoral. Acesso em: 08 dez.
2022.
IBGE. Pesquisa mostra que 82,7% dos domicílios brasileiros têm
acesso à internet: dados são referentes a 2019 e representam um crescimento
de 3,6 pontos percentuais em relação a 2018. 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2021/abril/pesquisa-mostra-que-82-7-
dos-domicilios-brasileiros-tem-acesso-a-internet. Acesso em: 10 dez. 2022.
SOEGAARD, Mads. The Basics of User Experience Design. [S.l.]:
Interaction Design Foundation, 2018.
TEIXEIRA, Fabricio. Introdução e Boas Práticas em Ux Design. Vila
Mariana: Casa do Código, 2014.
KNIGHT, Peter. Insuficiência estratégica restringe o progresso a
internet no Brasil. Braudel Papers, São Paulo: Instituto Fernand Braudel de
Economia Mundial, v. 48, 2013. Trimestral.
LEMOS, André; LÉVY, Pierre. O Futuro da Internet: em direção a uma
ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus Editora, 2010.

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EVERARD, Andrea; GALLETTA, Dennis. How Presentation Flaws
Affect Perceived Site Quality, Trust, and Intention to Purchase from an
Online Store. Journal Of Management Information Systems. Pittsburgh, p. 55-
95. jun. 2005.
KOUFARIS, Marios. Applying the Technology Acceptance Model and
Flow Theory to Online Consumer Behavior. Information Systems Research.
Nova Iorque, p. 205-223. jun. 2002.
Departamento de Governo Eletrônico (org.). EMAG - Modelo de
Acessibilidade em Governo Eletrônico. 2014. Disponível em:
https://emag.governoeletronico.gov.br/#:~:text=Os%20padrões%20de%20aces
sibilidade%20compreendem,ferramentas%20para%20criação%20de%20conte
údo.. Acesso em: 6 dez. 2022.
25TH ANNUAL ACM INTERNATIONAL CONFERENCE ON DESIGN OF
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HARPER, Simon; YESILADA, Yeliz. Web Accessibility: A Foundation
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MUELLER, Mary Jo; JOLLY, Robert; EGGERT, Eric. Web Accessibility
Laws & Policies. 2018. Disponível em: https://www.w3.org/WAI/policies/.
Acesso em: 6 dez. 2022.
PADDISON, Claire; ENGLEFIELD, Paul. Applying Heuristics to
Perform a Rigorous Accessibility Inspection in a Commercial Context.
2003. 8 f. Monografia (Especialização) - Curso de Usability And Accessibility,
Conference On Universal Usability, Association For Computing Machinery,
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SHAWN LAWTON HENRY. (Cambridge). Introduction to Web
Accessibility. 2005. Disponível em:
https://www.w3.org/WAI/fundamentals/accessibility-intro/. Acesso em: 6 dez.
2022.
PÜHRETMAIR, Franz; MIESENBERGER, Klaus. Making sense of
accessibility in IT Design: usable accessibility vs. accessible usability. 2005. 5
f. Monografia (Especialização) - Curso de Database And Expert Systems
Applications, Copenhagen Business School, Copenhagen, 2005.

10
BRASIL. Decreto-lei 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Brasília,
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/decreto/d5296.htm. Acesso em: 08 dez. 2022.

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