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Sobre a autora
Jakeline Kennedy é mãe do Gregory, educadora emocional de pais e filhos, Coach Parental, Analista
Comportamental, especialista em comportamento Infantil e Inteligência Emocional, Criadora e CEO
da Jornada Do Saber Mais, um programa de oficinas e treinamentos que visa resgatar
relacionamentos entre crianças e adultos através da comunicação não violenta. São mais de 3000
horas em treinamentos e atendimentos com famílias. Mais de 5000 vidas transformadas através do
processo de Mentoria, Consultoria, Oficinas e Palestras.
”Tudo começou com nascimento do meu filho. Descobri que a chegada dele era só o começo pra eu
iniciar a minha história. Foram os nove meses mais desafiadores que eu já passei.
Então, veio o diagnóstico de ASPERGER - TEA LEVE (TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA) e aos
dois anos e meio de idade ele teve uma experiência marcante como filho e eu como mãe. Abracei a
circunstância e seguimos. Numa tarde, estávamos numa praça sentados no chão. Ele estava
brincando e do nada ele se virou e veio me abraçar. Aquele abraço foi diferente. Eu pude sentir a
alma dele como se ele estivesse me pedindo socorro por alguma coisa. Quando ele voltou a brincar
a única coisa que passava pela minha cabeça era me transformar na melhor pessoa que eu pudesse
ser porque eu tinha uma missão nas mãos com uma criança que dependia cem por cento de mim.
Foi o meu filho, a pessoa quem salvou a minha vida. E hoje ele sabe o significado que isso tem em
nossas vidas. Eu o gerei e ele me deu sentido pra viver. Descobri que ser mãe vai muito mais além
de uma amamentação ou troca de fraldas. Foi na maternidade que eu me encontrei. Caminhei em
direção ao amor que nunca nos faltou, Deus. Foi, então que, comecei a compartilhar minha
experiência com outras mães e me encantei por isso. Eu entendi que toda dor que eu havia passado,
todas as perdas e todos os desafios, havia me tornado uma pessoa melhor e mais forte para poder
ajudar outras pessoas. Meu filho recebeu “alta” do diagnóstico aos sete anos.
Minha missão de vida e meu propósito era exatamente esse, AJUDAR, SERVIR pessoas. Ajudar
mães a se descobrirem e se reconectarem à sua fonte de vida através do pilar servir. Passei a
conhecer e a me especializar na criação de filhos e educação escolar. Passei a conhecer mais de
nós mesmos. Fiz cursos de Inteligência Emocional, Coaching de Pais e Filhos, Desenvolvimento
Infantil e hoje trabalho com grupos de mães, pais e famílias nas mentorias. E como CEO da Jornada
Do Saber Mais, ministro oficinas de brincadeiras para crianças e treinamentos para adultos que
visam o desenvolvimento das competências socioemocionais, maturidade da personalidade e
conhecimento dos temperamentos”.
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Sumário
Introdução e Breve histórico sobre os temperamentos ......................................................... 4
Explicando sobre os temperamentos ..................................................................................... 5
Qual a relação dos temperamentos com o processo de formação do ser humano ................. 6
Os tipos de temperamentos ................................................................................................... 8
Colérico .............................................................................................................................. 8
Sanguíneo .......................................................................................................................... 9
Melancólico ........................................................................................................................ 9
Fleumático ....................................................................................................................... 10
Contato ............................................................................................................................... 21
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Introdução
A base para um desenvolvimento sadio e adequado da criança está na compreensão de sua maneira
de ser e de suas necessidades vitais por parte das pessoas que cuidam dela. Muitos erros
fundamentais são cometidos no cuidado e na educação das crianças, por não se ter essa
compreensão. A autora ilustra cada um dos quatro temperamentos (sanguíneo, melancólico,
colérico e fleumático) com ricos exemplos descritivos, os quais ela acompanhou como pedagoga.
São apresentadas as bases físicas de cada temperamento, seus riscos quando se manifesta
excessivamente, assim como o ‘tratamento’ e os cuidados pedagógicos para tais condições
excessivas.
Tanto na autoeducação como na educação infantil nunca se deve combater o temperamento, mas
equilibrá-lo. As qualidades de cada temperamento podem paulatinamente ser estimuladas e
florescerem, mediante o equilíbrio das unilateralidades, o que abre perspectivas de
desenvolvimento para a vida futura. O homem é um ser infinitamente complexo. O passado e o futuro
se encontram em sua existência presente. A corrente do passado manifesta-se em tudo o que, no
ser humano, é forma e estrutura, e constitui os dados da sua natureza. A corrente do futuro atua por
antecipação em tudo o que está a evoluir, que se transforma e que, por enquanto, ainda existe
apenas como um potencial.
Fonte: Pedagoga antroposófica (1886 – 1938)
Capítulo do livro (esgotado) Os quatro temperamentos.
3ª ed. São Paulo: Associação Beneficente Tobias; 1983. Publicado com autorização da editora.
A teoria de Hipócrates: Hipócrates, filósofo grego, foi o primeiro a formular uma teoria do
temperamento, baseando na teoria dos quatro elementos de Empédocles. Segundo ele há quatro
tipos de temperamento, conforme domine no corpo do indivíduo um dos quatro fluidos corporais
(humores): sanguíneo (sangue), fleumático (linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (astrabílis
ou bílis negra). Cada um deles possui uma determinada característica:
• Fleumático: sonhador, pacífico e dócil, preso aos hábitos e distante das paixões;
Essa teoria entrou na Idade Média através de Galeno e influenciou todo o pensamento ocidental.
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Temperamento
Os tratadistas modernos voltam à classificação dos antigos clássicos, que parece remontar em sua
origem ao próprio Hipócrates, maior médico da Antiguidade (460-377 a.C.).
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Explicando sobre os temperamentos
Algumas pessoas têm um jeito natural de se comportar, de reagir, de entender o mundo que não é
compartilhado por outras pessoas. Por que isso acontece? Uma das explicações está nas camadas
e outro motivo está nos temperamentos humanos. Ítalo Marsili.
Saber sobre os temperamentos é tão necessário quanto tomar água. Uma vez que você entende
sobre isso, você passa a se relacionar melhor com sua família, com seus amigos e principalmente
com seus filhos. Uma coisa que todo mundo sabe e que até parece óbvio, mas que precisa ser
relembrado sempre, a todo o momento é a seguinte: as pessoas não sentem do mesmo modo que
eu. Meus filhos não sentem da mesma forma que eu. Isso é algo que precisamos lembrar todos os
dias para que não cometamos injustiças e não sejamos inconvenientes as pessoas. Esse é um
exercício de empatia, porque, se eu lembro que as pessoas não sentem o mundo da mesma forma
que eu, se eu sei que as pessoas tem um modo de experimentar o mundo que não é igual ao meu, eu
simplesmente aprendo a conviver em paz e sem querer controlar tudo ao meu redor.
Portanto, às vezes não adianta você comunicar certas coisas, explicar seu ponto de vista porque
muitas vezes o problema não está na cabeça, não está no conhecimento que a pessoa tem, não está
sequer na maturidade da pessoa, mas está no modo específico de viver, no modo específico de
estar instalado na realidade. Um ponto de vista é sempre a vista de um ponto. Já parou para pensar
nisso?
E por ser uma estrutura mineral do ser humano ela não muda, ele é uma base imutável. Você nasce
com um temperamento e morre com ele. Ou seja, se você é colérico, você vai experimentar o mundo
como colérico e jamais como sanguíneo. O que você pode fazer é treinar para ser mais tolerante e
não guardar rancor. Mas a sua forma básica de enxergar o mundo é específico.
Se eu sei claramente que uma pessoa experimenta o mundo de forma diferente da minha, e que isso
não depende de crença, religião, educação, maturidade ou informação que essa pessoa tem, eu
consigo evitar, por exemplo, brigas que podem levar ao término de um relacionamento ou até a uma
agressão física dos filhos. Lembrando que todas as características presentes em cada
temperamento tidas como boas ou ruins, elas não são nem boas e nem ruins. São jeitos que a
pessoa tem de experimentar o mundo. E a habilidade daquele que convive com aquele
temperamento é conseguir tirar o melhor dessas características. Ítalo Marsili.
Quantos relacionamentos entre pais e filhos estão desgastados e às vezes fracassados, não porque
os pais amam menos seus filhos ou porque os filhos não amam aos pais, mas porque os pais se
esquecem desse “detalhe” que faz toda diferença em uma convivência?
O que mais importa na educação dos filhos é você saber o temperamento da criança. É você exigir o
que a criança pode lhe entregar. No entanto, os pais geram uma expectativa sobre os filhos e não
estão acostumados a lidar, por exemplo, com uma criança colérica que são crianças enérgicas e
explosivas. Quando se deparam com um filho sanguíneo, que são menos organizados, menos
atentos, são mais fantasiosos, são mais distraídos, surtam porque acham que essa criança está com
problemas. Então, conhecer o temperamento do seu filho, lhe fará entender o que se pode exigir
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dessa criança. Para o colérico, atividades que exijam resultados, que exijam cumprimento de metas.
E do sanguíneo, atividades que tenham a ver mais com a questão lúdica, que tem a ver mais com
relacionamento e não com a ordem. Então, exigir que um sanguíneo seja tão organizado quanto um
melancólico ou que um colérico tenha autocontrole e não guarde rancor, por exemplo, é desgastar
uma relação e colaborar para o início de uma briga sem sentido. Conhecendo o temperamento você
chega ao modo de “funcionamento” da pessoa.
Portanto, temperamento, de fato é um tempero, é o sabor pelo qual enxergamos o mundo e devolve
à nossa vida afetiva que passa por tudo. Que passa pelo jeito de se expressar, pelo jeito de dar
amor, dar carinho, dar ódio. É como se fosse um filtro daquilo que você vê. Todos enxergam o
mesmo mundo, mas o tempero, o sabor, entra em mim de um certo modo e em você de outro modo.
E como eu devolvo a minha vida afetiva, as minhas palavras, as minhas ideias, eu também devolvo
passando por esse mesmo filtro. Ítalo Marsili.
A compreensão do temperamento é um guia, uma bússola de nós mesmos que pode, e deverá ser
usada para o amadurecimento da própria personalidade, da própria vida.
"O autoconhecimento é tão importante que, por mais próxima que você esteja do céu, eu gostaria
que não descuidasse do cultivo de sua percepção de si mesmo" (O castelo interior). O
autoconhecimento, quando genuíno, resulta em humildade, nunca em complacência. É
compreendendo-se melhor que alguém se torna capaz de crescer na vida espiritual, ajudar os filhos
e o cônjuge a tornarem-se também indivíduos humildes e piedosos. (Santa Teresa d’Avila).
Nosso processo de aprendizagem tem como parte da caminhada o erro. Porém, você não erra nas
mesmas coisas. Por exemplo, quando a criança está aprendendo a andar, ela começa engatinhando
e depois começa a dar os primeiros passos. Quando aprende a andar, ela não erra mais, ela está
pronta para a próxima etapa que pode ser, agora, equilibrar o próprio corpo, correr, pular de um pé
só e assim vai. Não é possível errar nas mesmas coisas de forma consciente, uma vez que você já
aprendeu sobre aquilo. Ou seja, aprendi a dar aula sobre tal assunto, agora vou coordenar uma
turma sobre isso, depois vou abrir uma academia de treinamento sobre tal coisa e assim por diante.
Só evolui.
Por que quando crianças, mesmo errando ou tendo uma experiência ruim, não desitem?
Se o cérebro não erra na mesma coisa, por que a criança faz a mesma coisa, mesmo sabendo que
vai cair?
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Ela não sabe que vai cair. Do contrário, ela está fazendo justamente para mostrar que consegue.
Nesse processo ela aprende equilíbrio, força, cálculo, raciocínio lógico. E o que causa o trauma na
cabeça da criança? A criança subir e os pais, sem qualquer cuidado, dizer para ela parar porque
VAI machucar, quebrar o pescoço. Pronto, os pais acabaram de lançar um medo que era deles na
criança. O medo está lançado e a criança nem tentar mais ela vai.
- Cuidado que você vai tirar nota baixa outra vez, não estudou! A criança fica com medo de errar,
evita a qualquer custo o erro e em consequência, o aprendizado.
A finalidade do estudo é nota ou a criança ter gosto pelo aprendizado? Porque se for pela nota, ela
vai se lascar. Ela vai estudar com muito custo e vai passar. Mas vai chegar um momento da vida dela
que estudar vai ser um fardo e uma dor e ela vai acabar por escolher outros caminhos. Vai se tornar
uma eterna quarta camada e não vai amadurecer sua personalidade e desenvolver seu
temperamento. Com sorte ela encontra uma boa alma que a oriente sobre isso. Do contrário, ela vai
tomar nojo de estudar qualquer coisa. Vai estagnar no conhecimento.
- Ah, mas ele já está trabalhando. Não tem problema ele não estudar mais.
Interessante! Pois saiba que hoje, a cada dois anos muda-se completamente aquilo que se fazia.
Os móveis, hoje, exigem uma tecnologia diferente da que se tinha há dois anos. Então, se a pessoa
não se propõe a ser uma pessoa que tem gosto pelo aprendizado, não dá cinco anos, o que ela faz
se torna obsoleto e ela começa a ganhar menos, não faz o que dever ser feito. E de que forma isso
afeta as gerações futuras?
Sua carreira é afetada, sua vida pessoal é afetada, sua família é afetada, pois a respeitabilidade, que
hoje é definida pelo seu poder, pelo que a pessoa consegue manter cai, o respeito que a mulher
tinha cai, os filhos começam a sofrer com a terceirização emocional dos pais. Isso tudo porque lá
atrás, os pais decidiram que nota era mais importante do que gosto pelos estudos. Decidiram ser
tratores e passar por cima daquilo que a criança conseguia entregar e o que não conseguia
entregar lhe foi obrigado. Por isso a importância de se saber sobre os temperamentos, pois eu
saberei exatamente o que posso exigir da criança.
Na na nina não. Ele tem que gostar de estudar para passar em todos as séries da vida, todas as
fases até fechar a ponta do caixão. O que importa é o agora e na hora de nossa morte. O que você
faz do seu agora define o a hora da sua morte. O que construiu e o que fez de bom, como deixou sua
família, as virtudes que adquiriu e ensinou.
Porque temos dificuldade de reinar aqui na TERRA? Por que não reinamos aqui?
Porque eu sou maltratado na infância e levado a acreditar que é assim mesmo que devemos viver.
Porque eu mal porcamente consigo reinar sobre as tarefinhas de casa, sobre meu autocontrole,
sobre os meus desejos.
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Olha a estrutura da escola. Ela te ensina coisas que você não vai usar e o como isso é passado é
para te provar que você é burro e com muito custo, lá na frente você, com ajuda de tarja preta,
passa no vestibular que sua família decidiu por você porque nem isso você conseguiu fazer.
Saber sobre o temperamento não está atrelado apenas em saber sobre como seu filho se comporta,
mas como você vai orientar essa criança a ser, de fato, “gente”, um ser humano de honra, um
cidadão que serve e não reclama da vida, uma pessoa compassiva e que respeita o próximo. A
querer lutar, a querer conhecer, a querer conquistar, a querer dar a vida pela família, a querer
adquirir virtudes.
Saber sobre os temperamentos vai muito além de saber sobre um elemento. É você compreender
que esse elemento tem influência e impacto na sua vida como ser humano e entender que suas
fraquezas ou suas fortalezas, irão se destacar de acordo com a sua maturidade e daquilo que você
decidiu, como pessoa, cultivar.
Segundo LaHaye (1997, p. 09) não existe outra coisa, humanamente falando, que possa influenciar
tanto a nossa vida quanto o temperamento ou a combinação deles. “O Temperamento influencia
tudo quanto você faz – desde os hábitos de sono, os hábitos de estudo, o estilo de alimentação até a
maneira que você se relaciona com outras pessoas”.
Seguindo a literatura de Hipócrates, que fala sobre quatro tipos de temperamentos, ou seja, quatro
formas de se filtrar o mundo, de se interpretar o mundo e de senti-lo, abordaremos cada um listando
suas características, perfis e inclinações. Assim, iniciaremos com o temperamento colérico.
Colérico
Os coléricos têm como elemento de estabilidade o fogo. Pode aquecer ou devastar. Sua
característica quente representa a expansão, ampliação. Já o seco, representa inflexibilidade,
demarcação das impressões. Guardam as marcas, não esquecem rápido.
A pessoa com temperamento colérico é dominante e independente. Líder nato cheio de energia
resolve os problemas, transformando ideias em fatos reais. É um indivíduo extrovertido, mas não
tanto quanto a pessoa de temperamento sanguíneo. Para lidar com alguém com uma tendência
colérica acentuada, é fundamental manter a calma e se abster de nervosismo , pois se ele perceber
que afeta e descontrola o outro com sua maneira de ser, abusará de seu poder impunemente.
Ele enfrenta situações difíceis com coragem, administrando as próprias inseguranças em nome de
seu objetivo maior. A parte emocional é o aspecto menos desenvolvido no colérico. Ele tende a ser
insensível com os sentimentos dos outros e possui dificuldade em perceber que suas atitudes
podem magoar amigos e familiares.
Crianças com este temperamento são emotivas, sociáveis, agitadas, impulsivas, explosivas e de
difícil administração. Independentes, desejam ser tratadas como crescidas e constantemente
dispensam a ajuda dos adultos. Costumam desafiar a autoridade de pais e professores. A alegria e o
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otimismo de um lado e a instabilidade emocional de outro, são características marcantes nas
crianças de temperamento colérico.
Sanguíneo
Os sanguíneos têm como elemento de estabilidade o ar. Preenche todo o ambiente. Traz em seu
elemento a umidade e o quente. Umidade representando a flexibilidade e envolvimento. Não
guardam marcas por muito tempo. O elemento quente representando a expansão e ação.
Sanguíneos são pessoas mais comunicativas, de ação e envolvimento com as pessoas. São pessoas
de conexão, de contato e relacionamento. Quando brigam, logo esquecem e fazem as pazes.
Conquistam as pessoas com seu carisma.
Sanguíneos são menos organizados, menos atentos, são mais fantasiosos, são mais distraídos.
Então, você vai ter que exigir atividades dos filhos sanguíneos que eles possam entregar. Atividades
que tenham a ver mais com a questão lúdica, que tem a ver mais com relacionamento e não com a
ordem, como seria com o fleumático ou melancólico. Então, exigir que um sanguíneo seja tão
organizado quanto um melancólico, é pedir para a vaca voar. Vai ser um esforço tão grande que a
relação fica desgastada que a briga aparece antes mesmo que o outro possa mudar.
Ao invés de exigir ordem, você pode trabalhar essa virtude através da excelente capacidade que ele
tem de se comunicar. O sanguíneo ama ser ouvido, então tire um tempo para ouvir as histórias do
seu filho, conversar sobre as amizades. É do sanguíneo ter dificuldade em cumprir tarefas. Você
pode ajudar seu filho sanguíneo a administrar seu tempo e a finalizar as tarefas elogiando seus
esforços. Eles possuem grande necessidade de serem reconhecidos, por isso, encoraje sempre que
puder. Muito cuidado com o que a criança sanguínea ouve e vê. Elas têm seus sentidos
hiperdesenvolvidos. As imagens e sons a impressionam profundamente, ou seja, o mundo virtual
pode ser mais nocivo para essas crianças.
Como têm muito forte o iniciar algo e não terminar, você pode incentivar essa virtude através de um
desafio, jogo, brincadeira. Por possuírem uma excelente capacidade comunicativa, podem utilizar
dessa habilidade para persuadir os pais, "adular" para que cedam algo. Sejam firmes e em alguns
momentos inflexíveis para que a criança possa trabalhar essa habilidade.
Melancólico
Seu elemento de estabilidade é a terra. Esse temperamento apresenta um elemento seco e frio. O
frio está ligado à contração e reflexão e o seco está ligado a uma maior demarcação, ou seja, são
pessoas que não esquecem facilmente. A terra recebe as marcas e as guarda. Pode ser fértil, pode
guardar e gerar grandes riquezas. Pode ser seca e infértil. Assim é o melancólico. Pode viver em um
mundo interior fértil por ser profundo e rico. Ou pode ser infértil pela sua inércia. Em geral, os
melancólicos são bons ouvintes e harmoniosos. Para lidar melhor com o melancólico, aproveite sua
capacidade de organização e harmonia para chamá-lo para a ação.
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As pessoas melancólicas experimentam muitas emoções – e, por isso, devem cuidar dos seus
pensamentos e tendência à tristeza -, transmitem segurança e têm, naturalmente, uma facilidade em
serem artistas – músicos, poetas, escritores – e filósofos. Moisés era melancólico e foi um grande
instrumento nas mãos de Deus; sempre cheio de abnegação, lealdade e habilidade, principalmente
na condução dos israelitas pelo deserto.
Crianças com este temperamento são emotivas, sonhadoras, inseguras e excessivamente sensíveis,
se magoando com facilidade. Aparentam uma maturidade acima da sua idade, com reflexões que
surpreendem os adultos. Costumam apreciar a leitura.
Fleumático
O fleumático tem como elemento de estabilidade a água. E o que isso significa? A água se adequa ao
seu recipiente e não se mexe. Seu elemento úmido diz respeito à flexibilidade, envolvimento já o
elemento frio está relacionado com a sua capacidade se contrair e ser reflexiva. Ou seja, o
fleumático é aquele que funciona como a água. Se você não mexer, a água fica ali em repouso. O
fleumático tem esse simbolismo com a água, ele vai tender a ficar parado a envolver-se no ambiente,
ele tende a se acomodar. São pessoas mais calmas que não guardam mágoas, esquecem fácil.
Tendem a ser estáveis emocionalmente. São reconhecidos pela sua doçura e paciência. Realizam
grandes conquistas quando possuem objetivos estabelecidos.
Ele não tem uma energia própria por assim dizer, isso é, tem baixa energia pra ação na vida. Ele
tende a observar a situação com calma e a se adequar a ela, a se envolver nas situações. Então, se
você tem um filho fleumático e souber dessas características (frio - contraído e úmido - se envolve),
você não vai ficar louca de raiva se ele não tem a motivação de não iniciar algo, de não levar o lixo
pra fora ou passear com o cachorro sem ser pedido. É mais normal que um fleumático se adeque às
estrutura da casa. Então, não exija que esse temperamento tenha iniciativa porque seria a mesma
coisa de pedir para um peixe viver em terra firme. Ou seja, exigir que seu filho fleumático tenha
iniciativa é entrar em uma briga, causar conflitos.
A criança que tem esse temperamento não vai mudar. E pra mudar ela precisa de muito treino, muita
dedicação e muita autoconsciência. O mais certo é você exigir do seu filho aquilo que ele pode dar,
aquilo em que ele rende mais. O que mais importa em educação de filhos é você saber o
temperamento da criança. É você exigir o que a criança pode render. São crianças que não entram
em confusão. Que não gosta de briga. Precisamos ter cuidado com o repouso da água/fleumático
porque pode ser que ele esteja levando muita coisas dentro de si. É uma criança que assume a culpa
para evitar o conflito. É um temperamento que precisamos acompanhar pelo fato de ser
introspectivo.
Então, para você conviver bem com outra pessoa é você sair de si. É deixar de ser autorreferente, é
estar atendo ao outro, a como o outro se sente.
O que você precisa aprender e compreender é: como a sua forma de sentir afeta seu filho? E como
ele sente?
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Variáveis dos temperamentos
• Emotividade – resposta maior ou menor a um estímulo seja um estímulo interior ou exterior. O
emotivo tem uma resposta muito forte ao estímulo. E o não emotivo uma resposta mais fraca.
• Atividade – é a inclinação para a ação. É uma pessoa muito inclinada a agir, não cansa de agir e
sempre está agindo. O inativo é uma pessoa que cansa muito mais ao agir. Sua condição física não
está favorável ao agir.
É através dessas três variáveis que se tem o temperamento, ou seja, o tempero que cada ser
humano possui em sua constituição. Dependendo da quantidade de cada variável é que iremos ser
de tal ou qual temperamento. Vamos falar, então, sobre cada variável. Segundo o grau de uma das
três variáveis, nós teremos um dos temperamentos ou a combinação deles.
EMOTIVO DE REAÇÃO FORTE – uma pessoa emotiva é uma pessoa que tem reação forte (recebe um
e-mail com a promoção de cargo e expressa: uau, fui promovido! Isso merece uma comemoração!).
Esse tipo de pessoa pode, também, ficar bastante irritado interiormente e nem sempre vai
exteriorizar. Porque vamos perceber que a ressonância é que nos faz exteriorizar ou não essa raiva.
Quando contrariado, pode sentir impulsos de raiva ou tristeza, fica ofendido interiormente de algum
modo. Quando não encontra a solução de um problema, fica angustiado e preocupado com isso.
Emociona-se quando algo de bom lhe acontece. Chora em todo filme que é comovedor. Chora ao ver
o cachorro sem pata. Sente-se bastante ansioso, agitado e nervoso diante de um evento importante
que depende dele. Diante de uma prova que precisa fazer, um teste ou algo do tipo. Pode ser um
pouco impaciente, por isso perder o controle com facilidade.
EMOTIVO DE REAÇÃO FRACA – Essa pessoa vai reagir de forma totalmente diferente ao receber o
mesmo e-mail. (Ah sim. Aquela promoção que eu esperava, muito bom). Não tem tanta
excitabilidade. Sua reação é fraca. Os estímulos interiores e exteriores não o movem à ação. Não se
irrita fácil e está tranquilo diante de uma situação que não encontra solução. Ele espera
pacientemente que se encontre a solução sem se preocupar. Não se preocupa tanto e fica tranquilo
diante de situações frustrantes porque é uma pessoa naturalmente tranquila e aceita com calma
interior os contratempos. Não se emociona facilmente. Tranquilo diante de eventos como exames,
provas, algo importante que depende dele. Possui estabilidade de humor e ânimo independente do
que aconteça. É uma pessoa muito paciente e tranquila com os outros.
ATIVOS INCLINADOS À AÇÃO – Pessoa que tem a condição física favorável em seu corpo feita para
agir. São inquietos de natureza. Agem mais do que refletem. Ou seja, não gostam muito de ficar
pensando, gostam mesmo é de agir. Quando precisam realizar uma tarefa, eles realizam sem
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pestanejar, não esperam, começam logo. Não conseguem ficar sem fazer nada. No tempo livre,
procuram atividade. São pessoas que preferem esportes que necessite de movimento e fadiga
física. Uma pessoa que se recupera rapidamente após uma atividade física intensa. Ao contrário do
inativo que precisa de muito tempo para repor suas energias. Não fica desestimulado perante um
desafio, do contrário, é movido pelos obstáculos e dificuldades dos desafios. Já o inativo, fica
desanimado e desmotivado diante dos desafios e obstáculos. É uma pessoa muito prática. Interessa-
se por meios úteis de ação (isso aqui é útil para mim para conseguir aquilo). Os ativos são muito
atentos. As atividades fazem com que eles estejam sempre atentos e são pessoas objetivas.
Enquanto os inativos são mais subjetivos e voltados para o mundo interior.
OBS: A emotividade gera ação. Porque o emotivo é arrastado pela sua impulsividade. Então, muitas
vezes você tem um emotivo que é ativo pela sua emoção. Quando se empolga com alguma coisa, ele
vai lá e faz, age. Quando a empolgação acaba, se ele for inativo, ele cansa, quer descansar, ficar
quieto em seu canto. Enquanto o ativo estará sempre agindo, não porque é movido por um impulso
ou emoção, mas pela sua característica ser ativa, ser sempre essa de buscar movimento.
NÃO ATIVOS NÃO INCLINADOS À AÇÃO: De natureza, são pessoas tranquilas e gostam de estar
calmos e descansando. Se precisarem fazer algum trabalho, ficam enrolando. São procrastinadores
e demoram muito para realizar a tarefa, mesmo sendo simples. Têm preferência por esportes, jogos
e brincadeiras sem muito movimento, mais tranquilos, que não requerem intensa atividade física.
Por serem inativos, podem se tornar preguiçosos. Precisa de muito tempo para se recuperar após
uma atividade ou trabalho físico. Ficam muito cansados, logo, tendem a ser mais devagar. Podem
agir muito se são emotivos, mas quando a empolgação acaba, voltam ao seu estado de letargia. São
pessoas que se desanimam com facilidade diante de uma dificuldade, pois enxergam os obstáculos
como um impedimento muito difícil de ultrapassar. Não são práticos porque são mais subjetivos e
tendem a ter interesse pelo prazer e não pelo fazer. Por serem voltadas ao subjetivo, são pessoas
desconcentradas e distraídas do que acontece ao redor. Preocupam-se mais com o que sentem e
com o que acontece em seu interior.
RESSONÂNCIA PRIMÁRIA – De acordo com alguns estudiosos, quem tem a parte do hemisfério
direito mais desenvolvida são as primárias e as que têm o lado esquerdo mais desenvolvido são
secundários. Os primários são mais criativos, têm mais intuição mais imaginação e mais
sensibilidade, ou seja, mais sutileza para sentir. Podem ser desorganizados (junta-se a primariedade
e a inatividade e se torna preguiça – o que trás desorganização) e não possuem planejamento
esquemático como os secundários. São pessoas que prezam pelo presente e vivem intensamente o
agora. Não se preocupam muito com o passado e nem futuro. Se sofrem algum tipo de ofensa, logo
esquecem. Salvo quando a ofensa é muito grave causando-lhe uma ferida muito grande. São
pessoas muito alegres, sociáveis e espontâneas. Não planejam as ações, do contrário, são bem
improvisados. É uma pessoa muito mais da intuição e sentimento do que da lógica e raciocínio.
Começam muitas coisas e acabam poucas por serem inconstantes.
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Guardam sentimentos de ofensa por muito tempo, sentindo-se magoados e demoram para se
reconciliar. Por isso têm uma percepção do passado e futuro muito fortes. Demoram mais a perdoar
ou desabafar uma ferida. Seus pensamentos são racionais e analíticos tendo argumentos muito
racionais. São constantes na realização de seus projetos (se eu prometi que faria isso, entregarei
pronto). Geralmente acabam aquilo que começam.
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Aplicando a teoria dos 4 temperamentos na educação dos filhos
Quando despertamos para a consciência de que nossos filhos serão exatamente aquilo que
fizermos da educação deles, passamos a exercer uma educação baseada na autoridade
que nos foi instituída pelo Criador. Não mais queremos disputar território ou humilhar
nossos filhos, mas conduzi-los e orientá-los em um caminho de virtudes e moralidade.
De nada adianta eu gritar com meu filho fleumático para que ele aja sabendo que sua
natureza é ser estável e tranquilo. Quando eu entendo que ele precisa de mais tempo para
se mover, compreendo sua essência fleumática (frio e úmido) e passo a envolvê-lo nas
atividades de forma calma e tranquila reconhecendo suas contribuições para que ele se
mantenha motivado a continuar a realizar algo, pois bem sabemos que os fleumáticos
possuem baixa energia, tendem a ficar parados.
Assim, você não perderá a paciência com um filho sanguíneo que, tem como características
principais, a distração, a fuga de tarefas mais elaboradas e superficialidade. Sabendo
dessas características, você compreenderá que na educação de uma criança sanguínea,
não pode faltar ludicidade, criatividade, firmeza e gentileza.
Então, não se desespere se parece que seu filho não te ouve ou que ele não valoriza seu
amor por ele. Isso é apenas o reflexo de um comportamento gerado pelo temperamento que
precisa ser lapidado. E para que isso aconteça, é necessário que você coloque em prática
os pontos a serem trabalhados de cada temperamento.
Na educação de um Sanguíneo: Ajude a criança a refletir mais, pois os sanguíneos são bem
fantasiosos. Certifique-se de que a criança finalizou aquilo que começou, para isso você
pode usar um quadro de metas com bastante ludicidade e exigir que ela anote os pontos de
acordo com a etapa das tarefas. Na hora de ensinar essa criança, use bastante ludicidade e
parabenize um feito, pois são crianças que têm necessidade de incentivo. Cuidado com o
poder de persuasão do sanguíneo, pois para evitarem realizar alguma tarefa, fazem caras e
bocas com aquela voz bem meiga. Ajude-o na organização das coisas como a cama, quarto,
brinquedos (são desorganizados por natureza), essa ajuda fará com que se sintam
motivados a fazer e finalizar aquilo que começaram.
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com coisas inúteis pelo fato de ser um temperamento que busca sempre estar em
movimento.
Gardner (1995) relata que passou a investigar o aspecto biopsicológico onde inclui a
valorização do genético e neurológico do comportamento, destacando o cognitivo, traços e
disposição temperamental, desta maneira a inteligência passou a ser observada de outra
forma, “O fato de um indivíduo ser ou não inteligente e em que aspectos, é um produto em
primeiro lugar de sua herança genética e de suas propriedades psicológicas, variando de
seus poderes cognitivos às suas disposições de personalidade”. (GARDNER, p. 50)
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Buscar os pontos fortes de cada temperamento é um mecanismo ideal para estimular as
várias inteligências, sendo uma forma de se alcançar à aprendizagem, segundo Gardner
(1995), cada educando deve ser avaliado como sujeito único e na descoberta dos pontos
fortes, destes alunos, abre-se caminho para atingir os objetivos traçados pela escola, sendo
eles o aprendizado e o desenvolvimentos de habilidades. Dentro deste contexto é
necessário aos educadores estudar novas fontes de estímulos para o processo ensino-
aprendizagem.
Gardner (1995) relata que o modo de explanação de um conteúdo pode fazer a diferença
entre uma experiência educacional bem ou mal sucedida. Quando o educador destaca os
pontos fortes e fracos de cada grupo dos 04 temperamentos, traça metas para trabalhar
com a individualidade e por intermédio dos conhecimentos destes pontos reconhece qual
educando necessita de mais ajuda, qual é talentoso, qual área se destaca ou precisa ser
desenvolvida, como por exemplo:
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i) A existencial-espiritual – O melancólico e o sanguíneo desenvolverão muito essa
inteligência, já o colérico e o fleumático terão dificuldade.
FONTE: A Contribuição da Teoria dos 04 Temperamentos para a Educação: Valorizando a Individualidade nas Salas de Aula. Autores:
Márcia Regina Silva Rodrigues e Murilo Flores Correia
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1 - Teste de Temperamento
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A coluna com o maior número de palavras assinaladas é a que indicará o
temperamento.
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Referências Bibliográficas
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