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Sexta-feira, 3 de Março de

2023
MAIS CULTURA Edição
#01

Últimas notícias e atualizações de boletins

Juliana Alaminos

Museu da língua Portuguesa


Primeira visita pós incêndio
Na sexta-feira, 03 de março, nossa equipe de
reportagem foi até um museu no centro de São
Paulo, o museu da língua portuguesa, para visitar
a sua nova exposição sobre os povos indígenas no
Brasil, “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”,
uma exposição muito marcante e tocante sobre
todas as linguagens nativas brasileiras.
Durante a exposição somos apresentados a mais
de 50 línguas nativas brasileiras e recebemos uma
grande aula sobre inclusão, representatividade e
respeito.
A exposição começa com uma experiencia
imersiva, onde no elevador para subir ao topo do
prédio, nos são mostradas imagens e músicas
típicas de alguns dos inúmeros povos indígenas.
Tal exposição conta com imersão, interatividade e
aprendizagem, tornando uma experiencia ótima
para toda a família. Ambiente onde a exposição se inicia

Juliana Alaminos

Dentro da exposição
Um pouco da nossa experiencia
Depois somos levados para uma sala
“secreta” que fica atrás da tela de vídeo, um
lugar com várias palavras aleatórias da língua
Quando adentramos a exposição sobre os povos portuguesa sendo projetadas no teto com a
indígenas, nos deparamos com várias telas onde,voz de narradores, dizendo algumas delas,
por meio de fones de ouvido, podemos ver recitando poemas e fazendo algumas
vários brasileiros, tanto indígenas quanto não onomatopeias.
indígenas, dizendo as coisas que cada um faz no Também podemos ouvir alguns cantores de
seu dia a dia. rap recitando alguns poemas famosos, como
Isso já pré-estabelece um choque cultural dentro a atemporal “Canção do exílio”, para nos
de nós, pois podemos perceber as grandes mostrar que as músicas também são formas
diferenças que cada um possui em seu cotidiano de poesia, e um meio de fazer arte com a
que acabam passando despercebidas. palavra.
Segurando os ingressos na frente da placa de entrada do museu
Essa parte da exposição nos mostrou que Em seguida, quando saímos da sala, fomos
independente de ser ou não um aborígene, para o terraço do museu, onde pudemos ver o
devemos respeitar cada diferença que está famoso relógio da estação da luz, um lugar
presente em nossa cultura, desde a maneira que lindo e com uma vista incrível de toda praça
nos vestimos até a língua que nós falamos. da luz.
Após as telas, somos direcionados para uma sala Quando voltamos para dentro do prédio
de cinema, onde nos mostram um vídeo sobre a continuamos a nossa visita, encontramos um
importância da língua no nosso cotidiano e a espaço com atividades interativas onde nos
diferença em outros lugares do mundo. aprofundamos um pouco mais na
complexidade da linguagem indígena e todas
as suas nuances.

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De sexta-feira, 3 de março de 2023 NOTÍCIAS DE HOJE Edição #01

Juliana Alaminos

Ainda nesse ambiente de interações importantes para as tradições


tivemos a oportunidade de jogar um jogo desses povos, assim como de
onde nos é mostrado uma expressão livros que retratam sobre esses
regional e devemos acertar de onde ela é, assuntos, como desigualdade,
nessa brincadeira encontramos tanto desmatamento, falta de medidas
expressões comuns quanto algumas legais e preconceito.
muito especificas, para adivinhar o E na saída do prédio há alguns
significado de cada expressão é projetores com algumas palavras
necessário levar em consideração em diversas línguas indígenas e
aspectos regionais linguísticos, alguns desenhos que também
sonoridade, entre outros. fazem parte dessa cultura tão
Seguindo mais adiante na exposição diversa e ampla.
encontramos mais atividades interativas, Essa exposição é uma grande
como um pilar onde, quando se aula sobre valores, aprendemos
aproximava, era possível ouvir a sobre o respeito que todos nós
linguagem desses povos, não só merecemos independente de
indígenas mas europeus também. Outro sermos brancos, pretos, amarelos
atrativo que também estava lá era uma ou vermelhos e a
tela onde você conseguia juntar os responsabilidade, e coragem, que
sufixos e os prefixos com uma mão temos que ter para enfrentar todas
digital e formar palavras que usamos no as desigualdades, racismos e
dia a dia com uma nova perspectiva. preconceitos que existem no
E no terceiro, e último, piso é possível mundo, pois no final todos somos
ver tudo de uma perspectiva mais iguais e merecemos ser tratados
objetiva e cultural, há uma exposição de como tal.
objetos Pois como disse Machado de Ouvindo os povos Yanomami no pilar de vozes e sons culturais

Assis, “O medo é um preconceito


dos medos. E um preconceito,
desfaz-se; basta a simples
reflexão”

Juliana Alaminos

Estrutura do museu
Arquitetura e outros aspectos de um
prédio histórico

O prédio onde reside o museu da língua


portuguesa é o principal prédio de São Paulo,
mesmo tendo sido restaurada recentemente,
ainda conta com vários de seus aspectos
clássicos. Ele é construído essencialmente com
alvenaria de tijolos, mansardas e torreões. As
duas torres paralelas e quadradas no estilo
gótico foram inspiradas na Abadia de
Minha equipe de reportagem admirando a vista no terraço do museu
Westminster. O projeto do Museu da Língua
Portuguesa é do arquiteto Paulo Mendes e de
Juliana Alaminos seu filho. Trata-se de uma das obras que
fizeram ele ganhar o Prêmio Pritzker.
História
Mais curiosidades sobre a volta do museu da língua
portuguesa
O museu é localizado no edifício Essa foi a primeira visita da
histórico da Estação da Luz, centro de nossa equipe de reportagem ao
São Paulo. museu desde a sua reabertura, e
O acesso de visitantes é pelo Portão A foi uma visita inesquecível,
em frente à Pinacoteca do Estado de São cheia de ensinamentos e
Paulo. politizações que marcaram uma
O incêndio que ocorreu devido a um geração e que agora está de volta
defeito em um holofote em 2015 só foi para continuar fazendo história.
ter seu inquérito concluído em 2019, e a
sua restauração só foi ser finalizada em
2021.

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