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DOGMÁTICA.
MATÉRIA DE FÉ.
2
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA.
MATÉRIA DE FÉ.
2
AUTOR:PASTOR EMERSON HENRIQUE BRITTES
FORAMAÇÃO ACADEMICA: BACHAREL MESTRADO EM TEOLOGIA.PSICANÁLISE
CLINICA.PROCESSAMENTO DE DADOS
SECRETARIO E COFUNDADOR DA SOCIEDADE CATARINENSE DE PSICANALISE - SCP
JOINVILLE – SC – BRASIL – MARÇO DE 2018
Capa: Esta página (fólio 292), ricamente decorado, de introdução ao Evangelho segundo João
retirado do Livro de Kells.
3
PARTE I
Sobre este livro 05
Dedicatória 06
Agradecimento especial 07
Introdução 08
A Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia (1978) 09
Deus Palavra - Dei Verbum “Palavra de Deus” 13
3
A Bíblia pelo mundo 19
Análise sobre a quantidade de manuscritos Bíblicos em comparação com os clássicos 21
Inspiração, Revelação e iluminação 24
Inspiração verbal e plenária 24
O Verbo de Deus 28
É Deus quem revela 30
Notas adicionais sobre a Bíblia 34
A Septuaginta (LXX) ou versão dos setenta 36
Codex – Códice – Livro 40
Texto Massorético – TM 47
O Códice do Cairo dos Profetas 48
O Códice Or 4445 B 49
O Códice de Alepo 49
O Códice de Leningrado 49
TANACH ou TANAKH 52
Papiro de Nash 56
A oração Shemá Israel 57
A Bíblia em Português 59
As divisões da Bíblia 60
As divisões da Bíblia em capítulos e versículos 60
A personalidade da palavra de Deus 60
4
PARTE II
Cristologia, o estudo da pessoa de Cristo 73
A dogmática é matéria de fé 73
Concílios ecumênicos 83
1º Concilio ecumênico – Niceia 86
2º Concilio ecumênico – Constantinopla 89
3º Concilio ecumênico – Éfeso 93
4
4º Concilio ecumênico – Calcedônia 93
O Credo Niceno 95
A Culpa 153
Conclusão 164
5
6
DEDICATORIA
Ao único Deus.
8
PARTE I
INTRODUÇÃO
DEUS, sendo Ele Próprio a Verdade e falando somente a verdade, inspirou as Sagradas
Escrituras para revelar-Se à humanidade perdida, e através de JESUS CRISTO, como Criador e
Senhor, Redentor e Juiz as Escrituras Sagradas fossem o testemunho de DEUS sobre Si
mesmo. O Divino não pode de maneira nenhuma ser colocado no mesmo nível com qualquer
coisa humana ou temporal, esta pode apenas apontar na direção Daquele.
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As Escrituras Sagradas, sendo a própria Palavra de DEUS, escrita por homens
preparados e supervisionados por Seu ESPÍRITO, possuem autoridade divina infalível em
todos os assuntos que abordam; deve ser crido, como instrução divina, em tudo o que
afirmam; obedecidas, como mandamento divino, em tudo o que determinam; aceitas, como
penhor divino, em tudo que prometem.
O ESPÍRITO SANTO, seu divino Autor, ao mesmo tempo nos confirma através de Seu
testemunho interior e abre nossas mentes para compreender seu significado. Tendo sido na
sua totalidade e verbalmente dadas por DEUS, as Escrituras não possuem erro ou falha em
tudo o que ensinam, quer naquilo que afirmam a respeito dos atos de DEUS na criação e dos
acontecimentos da história mundial, quer na sua própria origem literária sob a direção de
DEUS, quer no testemunho que dão sobre a graça salvadora de DEUS na vida das pessoas.
A autoridade das Escrituras ficaria inevitavelmente prejudicada, caso essa Inerrância
divina absoluta seja de alguma forma limitada ou desconsiderada, ou caso dependa de um
ponto de vista acerca da verdade que seja contrário ao próprio ponto de vista da Bíblia; e tais
desvios provocam sérias perdas tanto para o indivíduo quanto para a Igreja.
Deus inspirou as Escrituras sagradas com o propósito de revelar a Si mesmo para a
humanidade. O objetivo é que as Escrituras fossem o testemunho verdadeiro de Deus sobre
Si mesmo aos humanos, sua criação. O desejo de um pai em ser amado, reverenciado,
reconhecido e respeitado pelos seus filhos, dando-lhes a grata oportunidade de conhecer as
suas origens, seu propósito, sustento, manutenção, futuro e de que nunca estaríamos sós na
imensidão deste universo que nos mostra a grandeza do nosso criador, em que nos é
impossível saber onde começa e onde termina; esta é mais uma prova da magnitude e
majestade e poder infinito do grande arquiteto do universo.
A origem e a direção das Escrituras são de Deus, que também nos dá o testemunho de
Cristo e sobre a graça salvadora na vida dos habitantes do planeta Terra.
A autoridade das Escrituras de Deus estaria comprometida se Deus houvesse inspirado
mentiras, delírios, fantasias e enganos, erros e apresentasse uma proposta falsa de
redenção, restauração, amizade e salvação para a humanidade que não fosse o próprio
Cristo.
9
Por tanto afirmamos que Deus sendo a própria verdade fale somente a verdade. Ele
mesmo é o penhor e a garantia divina em tudo o que prometem as Escrituras, a maior prova
desta garantia está em ter enviado o seu primogênito, nosso fiador, para por nós dar a sua
vida, consumando em si mesmo a certeza e a convicção de que as ações e palavras e
promessas de Deus, o criador, em Cristo tem o Amém o “assim seja”. Cristo, com sua vida
terrestre, morte e ressurreição assinou com seu próprio sangue a verdade e imutabilidade,
dando testemunho do amor que há em Deus e em tudo o que Ele disse e fez registrar nas
Escrituras de Deus para nosso acesso ao Pai. (2º Coríntios 1:20-21).
Na exposição do texto sagrado no livro de Hebreus 6:13-14 notamos claramente a
repetição da disposição divina registrada no livro de Genesis 22:15-17: 9
Hebreus 6: 13Quando Deus fez sua promessa a Abraão, jurou por si mesmo, tendo em vista
não haver outro maior por quem jurar; 14e declarou: “Esteja certo de que o abençoarei e
farei numerosos os seus descendentes”.
Genesis 22: “...chamando Abraão, 16e declarou: “Juro por mim mesmo, Palavra de Yahweh:
porquanto me ofereceste este gesto, não me negando teu filho amado, o teu único filho,
17Esteja convicto de que Eu te cumularei de bênçãos, Eu te confirmarei uma posteridade tão
numerosa quanto as estrelas do céu e quanto a areia que se espalha pelas praias do mar...”
Observando estes dois textos verificamos que a fé de Abraão ao apresentar Isaque como
oferta à Deus era algo tão real e verdadeiro e ele estava tão convicto e confiante neste Deus
poderoso que tornou a promessa feita por palavras ditas sobre dar para Abraão um filho,
transformando estas palavras em substância, foi capaz de trazer a existência um ser humano
que antes vivia apenas nos pensamentos de Deus e na esperança contida no coração de Sara
e Abraão que já se consideravam pais de uma criança que ainda não existia na realidade, não
era palpável, nem vista, quanto a palavra e a promessa que Deus fez a Abraão eram
verdadeiras, que mesmo que este filho morresse o Deus que trouxe a existência aquela
pessoa seria capaz também de trazer-lhe de volta dos mortos, uma prefigura do próprio filho
do Deus de Abraão. A verdade daquilo que Deus disse a Abraão foi tão profundo que gerou
uma fé correspondente que os levou a receber a existência de uma criança que não existia; a
isto chamamos fé. Verificamos que Deus jurou unicamente por si mesmo, pois não havia e
nunca haverá outro maior que Deus. Ele é o único que não tem ninguém acima dele, ele é
absoluto e único, verdadeiro e imutável, sendo ele mesmo a garantia de que cumpriria o que
havia declarado e o único capaz de fazê-lo realizar-se; sendo isto uma verdade absoluta,
crível, infalível e real. Um pensamento também é real, no entanto não podemos ver o
pensamento, mas isto não significa que o pensamento não é real. No entanto apenas Deus
tem o poder de tornar o pensamento em substância e vida. Verificamos a expressão: tenha
certeza, esteja convicto, pronunciada por Aquele que fez a promessa. E o que é a certeza? A
resposta está em Hebreus 11:1-2
Hebreus 11: 1Ora, a fé é a certeza de que haveremos de receber o que esperamos, e a prova
daquilo que não podemos ver. 2Porquanto foi mediante a fé que os antigos receberam bom
10
testemunho. 3Pela fé compreendemos que o Universo foi criado por intermédio da Palavra
de Deus e que aquilo que pode ser visto foi produzido a partir daquilo que não se vê.
E a certeza é a fé, a convicção, “o esteja certo” e o amém; e a fé é esta certeza absoluta que
Aquele que declarou fará realizar, pois foi a palavra proferida por Deus a prova e a garantia
da realização e concretização do que foi dito por ele mesmo. Novamente verificamos que até
mesmo o universo (as coisas visíveis), veio à existência pela palavra de Deus, ou seja, a partir
do que não se vê (Haja...). Antes de haver qualquer substância o mundo e tudo o que há no
universo, os seres vivos e nós, tudo já estava nos pensamentos de Deus, inclusive o plano da
salvação. Bastou Deus falar, dar a ordem, para que tudo que se vê, mas, não existia viesse a
tornar-se realidade, este fato é tão real quanto você que está lendo é uma pessoa de 10
verdade. Veja estes textos:
1ª Pedro 1:20 – conhecido, de fato, antes da criação do mundo, porém revelado nestes
últimos tempos em vosso favor.
João 17:5 – E agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, com a glória que Eu tinha contigo antes que
o mundo existisse. Jesus ora ao Pai pelos discípulos
Apocalipse 13:18: - E todos os habitantes da terra adoraram a besta. São eles os que não têm
os nomes escritos no Livro da Vida que pertence ao Cordeiro, que foi morto antes da criação
do mundo.
Tendo isto em mente, agora sabemos que não há outro Deus, há somente Yahweh; todos os
outros são apenas reflexos das mentes pervertidas dos homens, o que o único Deus chama
de idolatria, algo que Ele detesta, pois o ofende, assim como um filho que dá honra a outro
que não o gerou desprezando seu verdadeiro pai, adota um falso pai, mentido para si mesmo
e desonrando a Deus.
Notamos que Deus prometeu a Abraão uma descendência numerosa, uma nação que sairia
dele e daria a estes descendentes uma terra em que habitariam, sob uma bandeira e
legislação, tendo um território próprio e unido ao único Deus. Sabemos que esta promessa
se concretizou, e que muitas civilizações se ergueram e desapareceram, mas Israel continua
como prova e testemunho de que há Deus e que Ele zela por seu povo e por sua palavra que
é verdadeira.
1ª Samuel 15:29: Aquele que é a Glória de Israel não falta com a verdade nem muda seu
propósito, pois não é um ser humano para que se arrependa do que aprova.
Tito 1:2-3: - fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o
Deus que não mente prometeu antes da criação do mundo. 3No devido tempo, ele trouxe à
luz (trouxe a existência) sua Palavra (João 1:14), por meio da pregação que me foi confiada
por determinação de Deus, nosso Salvador,
Malaquias 3:6: - Em verdade, Eu, Yahweh, o SENHOR, não mudo; por essa razão, vós, ó filhos
de Jacó, não sois completamente destruídos.
11
Tiago 1:17: - toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes,
em quem não há oscilação como se vê nas nuvens inconstantes.
Isaías 46:4: - Eu serei o mesmo até quando os vossos cabelos brancos chegarem e ainda na
idade avançada Eu vos sustentarei; Eu vos criei e vos conduzirei; sim, Eu vos levarei e vos
livrarei.
Números 23:19: - Deus não é ser humano, para que minta.
Isaías 38:8 - Este é o sinal de que Yahweh fará o que empenhou sua palavra: 8Farei a sombra
do sol retroceder os dez graus que ela já cobriu na escadaria de Acaz. E a luz do sol, de fato,
voltou os dez graus que tinha avançado sobre os degraus. 11
Isaías 45:23 - Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo e a minha
Palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua.
Isaías 45:21b - Porventura, não o fiz Eu, Yahweh? Pois não há outro Deus, senão Eu; Deus
justo e Salvador não existe outro além de mim.
Isaías 45: 5-6: Eis que Eu Sou Yahweh, o SENHOR, e não existe nenhum outro; além da
minha pessoa não há Deus! 6Para que saibam todos, que do nascente ao poente, não há
ninguém além de mim. Eu Sou o Eterno, e não existe nenhum outro!
Naum 1:2 - 2Eis que Yahweh é Deus zeloso, ciumento e vingador! Yahweh, o SENHOR, não
tolera outros deuses e age como terrível vingador contra toda idolatria. Em seu furor e
indignação Yahweh executa sua vingança contra todos os seus adversários!
Isaías 41:4 Quem fez e agiu desta maneira? Quem chamou as gerações desde o princípio? Eu,
Yahweh, que sou o primeiro e sou o mesmo com os últimos.
Êxodo 3:14 - Então afirmou Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. E deveis dizer aos filhos de
Israel: Eu Sou me enviou a vós outros!” 15Disse Deus ainda mais a Moisés: “Assim dirás aos
filhos de Israel: ‘Yahweh, o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó me enviou até vós. Esse, pois, é o meu Nome eternamente, e assim
serei lembrado de geração em geração!
É desta sublime personalidade divina que deriva e têm origem as Escrituras e são nas
Escrituras onde encontramos a pessoa de Deus revelada aos homens; a isto denominamos:
revelação, e com isto a inerrancia e infalibilidade de Deus e das Escrituras tomam forma e
substância em nossas vidas, um reflexo de quem é Deus, provando-se sempre verdadeiro e
acima de tudo e de todos. É também de onde deriva e origina-se a nossa fé e doutrina, nossa
constituição dogmática é matéria de fé, sem a qual é impossível agradar a Deus.
Efésios 2:8-9 - 8Porquanto, pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus; 9não vem por intermédio das obras, a fim de que ninguém venha a se orgulhar
por esse motivo...
12
Deus ao fazer um juramento por si mesmo, demonstra que não há ninguém além dele
mesmo que possa autenticar a sua palavra. Deus tem moral para isto e a ética necessária
para sustentar a sua moral. Ele mesmo se oferece como avalista e fiador do que diz e
promete: “abençoando te abençoarei”; e isto finaliza a situação retirando toda a dúvida e
receio: “Eu juro por mim mesmo que abençoando te abençoarei”; então podemos acreditar
que é verdade, pois é impossível que Deus minta ou fique oscilando em duas opiniões
diferentes. Deus não pode jurar por outros deuses, pois eles não existem, sendo ele único
apenas ele mesmo pode garantir ser verdade e sustentar eternamente o que Ele diz e o que
está escrito. Não há outro ser como Ele, e nesta condição Ele está só.
1ª Crônicas 17:19-21 - Ó Yahweh! Por amor de teu servo, e conforme a tua vontade realizou 12
este feito grandioso e tornaste conhecidas todas essas maravilhosas promessas. 20Não
existe nenhum ser como tu, ó SENHOR, tampouco há outro Deus além de ti, segundo tudo
quanto temos testemunhado.
Colossenses 1:16-17 - 16porquanto nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as
visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou dominações, sejam governos ou poderes, tudo foi
criado por Ele e para Ele. 17Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as coisas
subsistem.
O registro sobre Deus e suas obras devem ser anunciadas e propagadas de geração a geração
para que a sua imensa bondade e verdade fiquem gravadas na memória de todas estas
gerações e sirvam de testemunho da sua verdade, infalibilidade, inerrancia, sua fidelidade,
amor e juízo, vida e força.
Afirmamos ainda que as escrituras devam ser recebidas como a palavra de Deus, crida,
examinada, honrada e vivida. Ter convicção da sua realidade e verdade, cumprimento da
esperança que nos faz acreditar no Deus que é o seu autor. Negamos que a autoridade das
Escrituras provenha da igreja, tradições ou de qualquer outra fonte além Dele mesmo e de si
própria.
Assim como Abraão provou que sua fé, nas palavras de Deus era uma fé real, (oferecendo
seu único filho que foi poupado) assim também Deus provou ser verdade suas promessas e
palavras enviando seu único filho para dar testemunho da verdade, sendo este aquele que
não foi poupado (Rom. 8:32)
João 18:37 - Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu
sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
O registro sobre Deus e suas obras, devem ser anunciadas e pegadas de geração em geração,
pois estas palavras não passarão, ou seja, nunca deixarão de viver. Para que a imensa
bondade de Deus fique gravada na mente de todas as gerações é necessária publicá-las por
todo o planeta e que sirvam de testemunho da sua pessoa e verdade infalível e inerrante, a
fidelidade de Deus, seu amor e justiça, vida e força (Salmos 145:4-8).
13
Nos versículos de Hebreus 4:12-13 esclarece a prerrogativa única das escrituras, pois não há
outro livro que tenha vida e seja sensível, saiba discernir a mente do leitor e seu coração, sua
alma tão profundamente quanto a bíblia. Os escritos sagrados e seu autor estão de fato tão
intimamente ligados que o rei Davi aconselha seu filho Salomão, o próximo rei na linha de
sucessão, registrado em 1ª Crônicas 28:9-10 dizendo a ele que o Senhor Deus, examina
profundamente os corações e mentes dos homens e conhece as mais intimas intenções da
mente humana. Em 1ª Crônicas 29:17 Davi declara que Deus mergulha no coração do
homem, penetra, assim como a espada de dois gumes de Hebreus 4:12-13, a palavra é
eficiente para levar a efeito, a sentença proferida por esta Palavra divina é como fogo que
purifica, como martelo que quebra até os mais duros corações e barreiras, como espada que 13
penetra discernindo, purificando os seus leitores (Salmos 139:23-24 – sonda meu coração
Senhor).
Consideremos, pois que a palavra Deus viva, sensível e atuante tornou-se carne humana,
uma pessoa, o verbo se fez homem (João 1:14).
Em 1ª Crônicas 28:12,19 Davi diz a seu filho Salomão que o projeto do templo não era
autoria sua e sim do grande arquiteto do tabernáculo de Moisés; e que tudo isto lhe havia
sido revelado por Deus que deu a ele entendimento para executar o projeto, discernimento
e inspiração que chegou a Davi, em seu coração e escritas por ele, entregues a Salomão. Em
1ª Crônicas 28:11-21, observamos que aquele projeto foram instruções de Deus para Davi
sobre como deveria ser a planta do templo de Salomão, o projeto arquitetônico detalhado e
até mesmo o quanto deveria ser utilizado com ouro, prata e madeira. Deus deu para Moisés
o modelo do Tabernáculo e para Davi o modelo do Templo. Ambos não eram projetos de
seres humanos mortais, mas obra divina. Mais um motivo para que Deus não autorizasse
Davi a construir o templo com suas próprias idéias de seu coração e mente, mas deveria
esperar receber a palavra de Deus com os ideais do grande arquiteto, para Seu objetivo e
com significados dados por Ele. Assim toda palavra que Deus ditou para Moisés e revelou no
intimo de Davi se tornaram realidade concreta, com significados eternos (1ª Crônicas 29:1b),
como Deus é eterno também o são as suas palavras (Mateus 24:35).
14
A seguir nossa confissão de fé na infalibilidade das Escrituras Sagradas. Este texto foi
uma produção de 1978 do ICBI - International Council on Biblical Inerrancy, em um esforço
de defender a Inerrância das Escrituras Sagradas, frente aos desafios lançados.
Artigo I.Afirmamos que as Sagradas Escrituras devem ser recebidas como a Palavra
oficial de DEUS.Negamos que a autoridade das Escrituras provenha da Igreja, da
tradição ou de qualquer outra fonte humana.
Artigo II.Afirmamos que as Sagradas Escrituras são a suprema norma escrita, pela qual
DEUS compele a consciência, e que a autoridade da Igreja está subordinada à das
Escrituras.Negamos que os credos, concílios ou declarações doutrinárias da Igreja
tenham uma autoridade igual ou maior do que a autoridade da Bíblia.
Artigo III.Afirmamos que a Palavra escrita é, em sua totalidade, revelação dada por
DEUS.Negamos que a Bíblia seja um mero testemunho a respeito da revelação, ou que
somente se torne revelação mediante encontro, ou que dependa das reações dos
homens para ter validade.
15
Artigo IV.Afirmamos que DEUS, que fez a humanidade à Sua imagem, utilizou a
linguagem como um meio de revelação.Negamos que a linguagem humana seja
limitada pela condição de sermos criaturas, a tal ponto que se apresente imprópria
como veículo de revelação divina. Negamos ainda mais que a corrupção, através do
pecado, da cultura e linguagem humanas tenha impedido a obra divina de inspiração.
Artigo V.Afirmamos que a revelação de DEUS dentro das Sagradas Escrituras foi
progressiva.Negamos que revelações posteriores, que podem completar revelações
mais antigas, tenham alguma vez corrigido ou contrariado tais revelações. Negamos
ainda mais que qualquer revelação normativa tenha sido dada desde o término dos
escritos do Novo Testamento. 15
ArtigoVI.Afirmamos que a totalidade das Escrituras e todas as suas partes, chegando
às próprias palavras do original, foram registradas por inspiração divina.Negamos que
se possa corretamente falar de inspiração das Escrituras, alcançando-se o todo, mas
não as partes, ou algumas partes, mas não o todo.
Artigo VII.Afirmamos que a inspiração foi a obra em que DEUS, por Seu ESPÍRITO,
através de escritores humanos, nos deu Sua palavra. A origem das Escrituras é divina.
O modo como se deu a inspiração permanece em grande parte um mistério para
nós.Negamos que se possa reduzir a inspiração à capacidade intuitiva do homem, ou a
qualquer tipo de níveis superiores de consciência.
Artigo VIII.Afirmamos que DEUS, em Sua obra de inspiração, empregou as diferentes
personalidades e estilos literários dos escritores que Ele escolheu e preparou.Negamos
que DEUS, ao fazer esses escritores usarem as próprias palavras que Ele escolheu,
tenha passado por cima de suas personalidades.
Artigo IX.Afirmamos que a inspiração, embora não outorgando onisciência, garantiu
uma expressão verdadeira e fidedigna em todas as questões sobre as quais os autores
Bíblicos foram levados a falar e a escrever.Negamos que a finitude ou a condição caída
desses escritores tenha, direta ou indiretamente, introduzido distorção ou falsidade na
Palavra de DEUS.
Artigo X.Afirmamos que, estritamente falando, a inspiração diz respeito somente ao
texto autográfico das Escrituras, o qual, pela providência de DEUS, pode-se determinar
com grande exatidão a partir de manuscritos disponíveis. Afirmamos ainda mais que
as cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de DEUS na medida em que
fielmente representam o original.Negamos que qualquer aspecto essencial da fé cristã
seja afetado pela falta dos autógrafos. Negamos ainda mais que essa falta torne
inválida ou irrelevante a afirmação da inerrancia da Bíblia.
Artigo XI.Afirmamos que as Escrituras, tendo sido dadas por inspiração divina, são
infalíveis, de modo que, longe de nos desorientar, são verdadeiras e confiáveis em
todas as questões de que tratam.Negamos que seja possível a Bíblia ser, ao mesmo
tempo infalível e errônea em suas afirmações. Infalibilidade e inerrancia podem ser
distinguidas, mas não separadas.
16
CONCLUSÃO
As Escrituras têm produzido resultados práticos indiscutíveis; têm influenciado
beneficamente civilizações, transformado vidas e trazido luz, inspiração e conforto a milhões
de pessoas. Nelas podemos confiar a orientação integral de nossa vida, e delas podemos
extrair os fundamentos do bem-estar e liberdade humana. O Senhor as estabeleceu como
regra, bússola, alimento e fonte de bênçãos para a vida do crente.
A Bíblia mostra a vontade de DEUS, a situação do ser humano, o caminho da salvação, o
destino dos pecadores e a bem-aventurança dos crentes. 17
DEUS PALAVRA
18
DEI VERBUM
PALAVRA DE DEUS
“e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira pela qual foi ensinada, para que seja
capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela”. Tito 1:9
sta lição trata de um dos mais importantes pilares da doutrina cristã: a inerrancia das
Sagradas Escrituras. Através desta doutrina, aprendemos que a Bíblia é a Palavra de DEUS e,
Eportanto, fala com autoridade divina ao homem moderno. Foi este o pensamento dos
reformadores quando substituíram a tradição pelo lema: Sola Scriptura (Somente a
Escritura).
É a prerrogativa da Bíblia em sua totalidade em não errar em questões pertinentes a fé e aos
costumes, quando pretende conferir uma orientação universal decisiva. Esta prerrogativa é
um direito especial e inerente, é privilégio das Escrituras Sagradas e somente dela terem tal
autoridade divina nas questões de fé e na manutenção das tradições que representam o
testemunho desta fé viva e que dura para sempre daqueles que por esta causa vivem e dos
que já morreram. No entanto não devemos supor que na Bíblia temos tudo quanto Deus
queria revelar. Seria impossível conter em um só livro tudo o que Deus quisesse revelar.
Porém o que está escrito é o suficiente como guia e autoridade em nossa vida.
(João 20: 30 \ 21: 25)
O concilio vaticano II da igreja católica em 08 de novembro de 1965 aprovou a sua
CONTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM que aborda o tema REVELAÇÃO DIVINA sob dois
pontos de vista:
1) A revelação em si mesma. 2) A sua transmissão.
A relação entre estes dois pontos de vista que geram alguma confusão entre os católicos, foi
clarificada por esta constituição que segue logo abaixo:
A santa igreja, segundo a fé apostólica, tem como sagrados e canônicos os livros completos
tanto do antigo como do novo testamento, com todas as suas partes, por que escritos sob a
19
inspiração do Espirito Santo, eles tem Deus como autor e nesta sua qualidade foram
confiadas à igreja. Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu homens na posse
das suas faculdades e capacidades para que, agindo Deus neles e por eles, pusesse por
escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que ele, Deus, queria. (Dei verbum
– Concilio Vaticanus II – 1965 – Capitulo III).
preservação nos dá segurança de que hoje Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou
possuímos a palavra de Deus verbal, inerrante e negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador,
infalível. Ela é única e será assim para sempre. tradutor ou intérprete em processo
Ao examinarmos o texto Bíblico de Hebreus 3: 7,15 judicial, ou administrativo, inquérito
policial, ou em juízo arbitral:
e 4:7que declara: “se hoje ouvires a sua voz, (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
significando como proclama o Espírito Santo”;e ao 28.8.2001)
compararmos como o que está escrito em O 1º decreto lei citado acima já
Apocalipse3:22: ”ouça o que o Espirito Santo diz.”, sofreu alterações posteriores. No
ou seja, como o Espirito Santo diz ou o que Ele está entanto o que gostaria de chamar
atenção é que a palavra de Deus
dizendo, entendemos que Deus se comunica, fala
verdadeira e somente verdadeira, fiel,
através do Espirito Santo e o que o Espirito Santo imutável, não pode ser menor ou de
disse ficou registrado, está escrito na Bíblia.Deus fez teor menos importante ou menos
isto e continua se comunicando conosco através honrada que a Leis dos Homens, nem
o Espirito Santo daria um falso
daquilo que está escrito na sua palavra que é testemunho de Deus.
eterna, tendo como testemunha eterna desta
palavra o Espirito Santo que nos confirma esta
verdade.Somente um ser vivo pode se comunicar e
fazer-se entender, este Ser vivo é o Espirito Santo. Veja o que está escrito em Hebreus 4:12-
13 sobre a palavra de Deus ser viva: “A palavra de Deus é viva”. O que é vivo possui um
21
Atributo, do latim atributo significa: Propriedade inerente do ser sem a qual este não pode
existir nem ser concebido. Não é acrescentar algo, é propriedade fundamental da substancia
imanente (Jó 12:10) Os atributos revelam um vislumbre do seu caráter, o caráter de Deus
nos auxilia na compreensão da natureza infinita de Deus. São as perfeições e qualidades de
Deus. Tudo que se fala de Deus pode ser dito de Jesus Cristo e do Espírito Santo, mas, não
pode ser afirmado ou dito sobre o homem, por quanto o homem é falível, imperfeito,
dependente e mortal; seu coração é enganoso, e seus pensamentos são maus desde o
nascimento, o homem é pecador, mesmo os mais santos são falhos, podem ser
atormentados pelo medo, tomados pelo orgulho, arrogância e dureza interior, não pode ser
24
confiável nem infalível e inerrante, pois, este é um atributo exclusivo de Deus e da sua
Palavra, não do ser humano.
c) O Papa ocuparia (ex cátedra) a cadeira de Pedro, sua liderança na igreja,porém notamos
Pedro sendo chamado de "pedra de tropeço" nos versículos em Mateus 16.23, logo que
agiu de modo reprovado por Cristo. No livro de Gálatas 2:11-21, uma censura do
apóstolo Paulo de Tarso referente a posturas de Simão Pedro. Segundo consta na
Escritura, Paulo de Tarso acusou Simão Pedro, o primeiro papa segundo a igreja
católica, de não saber lidar com os gentios convertidos: “E, chegando Pedro à
Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível”. 24
d) Em outra ocasião descrito no livro de Lucas 22:54-71 Pedro nega a Jesus três vezes.
Lembramos que o mesmo Pedro usou da violência com uma espada para defender seu
mestre. O primeiro Papa tão amado por Cristo, um herói da fé e um líder da igreja era
acometido por falhas, de caráter temperamental e por algumas vezes, inconstante e
impulsivo. Os Papas assim como Pedro, um descendente de Adão com os mesmos
defeitos e limitações naturais, além das qualidades e virtudes que os tornariam
semelhantes a um Pedro mais humano, mais parecido com homens comuns,
pescadores, pai de família, trabalhador e apóstolo, seriam mais plausíveis e estariam
mais ao alcance dos homens comuns. Diferentes de pessoas que não falham, não
erram e são infalíveis, algo possível apenas para Deus.
e) A história já demonstrara a falha no caráter de alguns dos Papas, assim como as
Escrituras demonstraram a falha dos santos homens de Deus na sua história.
f) Esta infalibilidade Papal é um fardo muito pesado e impossível para um homem, mas
não para Cristo a verdadeira cabeça da Igreja, nenhum Papa ou qualquer outro pode
colocar-se como O Cristo, único cabeça da sua igreja.
g) Contraria a doutrina da Revelação, Inspiração e Iluminação (Theopneustos).
h) Os atributos de Deus que são comunicáveis aos homens por sua vez são:
amor,bondade, sabedoria, justiça, santidade, veracidade, liberdade e paz – Nele (em
Deus) não há nenhum tipo de confusão ou desordem.Jesus em sua humanidade se
despiu dos atributos de Deus, mas, não da sua santidade amor e verdade. Ele renunciou
do exercício independente dos atributos divinos, em nosso favor, isto não significa que
ele não possui os atributos, mas que renunciou aos atributos temporariamente,
enquanto na terra. Os Papas devem seguir este mesmo padrão do mestre de Pedro que
chorou, teve fome, sofreu cansaço, tristeza, e com muita coragem determinado levou
seu ministério até o fim na morte, se aproximando desta forma mais dos homens
pecadores e fracos, mesmo sendo o mestre em forma de Deus, humilhou-se na cruz;
Deus se tornou homem, mas os homens querem ser deuses.
Do grego biblion, rolo ou livro, livrinhos. É na Bíblia que encontramos o motivo da existência
do homem na terra, é também um importante livro doutrinário para os cristãos. É o livro
mais vendido de todos os tempos, mais de seis bilhões de cópias em todo o mundo. A Bíblia
foi escrita por 40 autores. Os livros do Antigo Testamento foram escritos entre 1.500 A.C e
450 A.C. e os livros do Novo Testamento foram escritos entre 45 e 90 D.C. totalizando um
período de quase 1.600 anos. Um período de 1.600 anos na história e não 1.600 anos
ininterruptos de escritos. Nos primeiros 15 séculos depois de Cristo, as cópias da Bíblia eram
feitas à mão; uma a uma em um processo lento e muito meticuloso. O inicio da imprensa, fez
que as cópias da Bíblia se multiplicassem e, nos últimos tempos, a Bíblia está presente em
computadores, Tablets e nos celulares. 25
A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu em 1748, a partir da Vulgata Latina, traduzida
para o português por João Ferreira de Almeida. Hoje a Bíblia está disponível com pelo menos
99% de fidelidade aos originais, sendo que a maioria das discrepâncias presentes nos outros
1% dos trechos é de natureza trivial e sem relevância.
Outro dado interessante é que a tradução das Escrituras está ligada diretamente ao
evangelismo. Por causa da necessidade de ter a As
Escrituras Sagradas nos diversos idiomas e devido a “A United Bible Societies (UBS) é uma
sua importância é que hoje a Bíblia está disponível rede global de sociedades bíblicas
para 2.935 idiomas falados por 6,039 bilhões de trabalhando em mais de 200 países e
territórios em todo o mundo que
pessoas. Só em 2015, foram feitas traduções para 50
acreditam que a bíblia é para todos.
idiomas, falados por quase 160 milhões de pessoas, Ainda existem muitas pessoas sem
com auxílio das Sociedades Bíblicas Unidas (SBU). acesso a bíblia em seu idioma”.
Graças aos esforços dessa aliança global presente
www.sbb.org.br
em mais de 200 países e territórios, a Bíblia na
íntegra está disponível quase em todo o globo
terrestre.
As línguas mudam e se desenvolvem ao longo do tempo. É por isso que as Sociedades da
Bíblia (SBU) também estão empenhadas em revisar as traduções existentes ou fornecer
novas traduções, quando solicitado, dando às novas gerações a chance de se envolver de
forma significativa com as Escrituras. Em 2017, isso resultou em 26 novas traduções e
revisões, além de nove edições de estudo, com potencial para atingir mais de 566 milhões
de pessoas. 70 milhões de pessoas surdas usam linguagens de sinais como "primeira" ou a
linguagem de coração. Mas apenas 10% das mais de 400 línguas de sinais que existem
possui qualquer Escritura, e as que possuem alguma porção da Bíblia têm muito pouco
dela. Nenhum idioma de sinal tem a Bíblia completa. AUnited Bible Societies está
trabalhando em estreita colaboração com vários parceiros internacionais para ajudar a
atender as importantes necessidades das Escrituras deste grupo de pessoas não
alcançadas.Cerca de 285 milhões de pessoas são deficientes visuais, dos
quais40milhões são cegos. Apenas 44 línguas possuem a Bíblia completa em Braille, com
algumas Escrituras disponíveis em mais de 200 idiomas. Transcrever e imprimir as Escrituras
26
sobre este dia no qual a cidade de Pompéia se afogou em cinzas são o principal documento
escrito sobre a erupção vulcânica que tornou a cidade conhecida mais pelo desastre que por
sua beleza, daí sua relevância. Da sua história restaram apenas sete cópias. O manuscrito
mais antigo destes é datado de 850 D.C., apresenta assim um intervalo de 750 anos entre o
manuscrito e a possível data de sua autoria.
Tácito, Publio Cornélio Tácito (56DC a 117DC) foi senador, historiador romano e Cônsul.
Suas obras “Anais” e “História” tratam dos reinados dos imperadores: Tibério, Claudio, Nero.
Contou a história de Roma de 14 a 70 D.C. Relatou a primeira guerra romano-judaico. Os
“Anais” são os primeiros registros seculares (não Bíblicos) a mencionarem Jesus Cristo em
relação às perseguições de Nero contra os cristãos. Dos seus escritos restaram apenas duas 27
cópias.
O Novo Testamento foi escrito entre 40 – 100 D.C. O manuscrito mais antigo que há é de 125
D.C. uma diferença entre 25 a 50 anos do original. Ao todo há 25 mil manuscritos do novo
testamento. Uma distância do original pequena e abundância de documentos antigos. Foram
encontrados 5.300 manuscritos gregos do Novo Testamento, língua do tempo de Jesus. Há
10 mil manuscritos latinos e 9.300 porções do Novo Testamento que são traduções antigas
do Novo Testamento grego para o latim, siríaco, copta e outras línguas do mediterrâneo. O
mais antigo e extenso é o rolo de Isaías encontrado em Qumran. Mais de 3.100 manuscritos
contém quase todo o texto Bíblico.
28
28
Estreita ligação entre estes três conceitos são necessários para a compreensão das
Escrituras Sagradas.Para o autor do texto Bíblico, veio a revelação, para a Escritura que ele
Atransmite, veio a inspiração, para o leitor, nas condições de espiritualidade veio a
iluminação. Os profetas e apóstolos foram movidos. Suas Escrituras foram inspiradas, nós
somos iluminados.
Inspiração: Significa soprar para dentro. Deus soprou a sua verdade para dentro do autor
Bíblico humano. Na verdade o que é inspirado não é o autor Bíblico, mas sim o texto das
Escrituras, o texto Bíblico (2ªTimóteo 3:16) Toda a Escritura é inspirada. A palavra utilizada
neste versículo é Theopneustos do grego (Theos= Deus e pneustos= espírito, respiração,
inspiração), expressa que a Escritura é que possui a qualidade de ser a palavra de Deus, e,
portanto autoridade divina. É importante ter em mente que em nossos tempos ninguém é
mais inspirado a produzir algo como a Bíblia, pois ela já foi concluída. Da mesma forma não
temos mais revelações que estão no mesmo nível do texto Bíblico ainda que muitos digam
tê-las. Na verdade o que temos hoje é a iluminação que o Espírito Santo dá aos crentes para
compreender e aplicar o que já foi inspirado e revelado nas páginas da Bíblia. Por isso
devemos ter muito cuidado com inspirações e revelações que muitos afirmam ter fora da
palavra inspirada e revelada que o Senhor já nos deixou. A Bíblia foi inspirada por Deus e
todo o seu conteúdo no que diz respeito ao espiritual e inclusive no que tange ao histórico,
geográfico e arqueológico também são inspirados e tem autoridade divina de um Deus
infalível e refletem a verdade. Mas a Bíblia não é um livro cientifico este não é o seu foco.
Nela se desenvolve o tema da redenção do homem. Inspiração é soprar para dentro, Deus
soprou para dentro do escritor Bíblico a sua verdade. Ele soprou para o homem as suas
30
idéias. Os escritores foram conduzidos pelo Espírito Santo a registrarem o texto soprado por
Deus. É uma influencia sobrenatural do Espírito Santo sobre os autores Bíblicos garantindo
que o que escreveram era precisamente o que Deus pretendia que eles escrevessem.
INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENARIA. É a teoria do cristianismo ortodoxo sobre autoridade da
Bíblia. A palavra plenária significa plena ou repleta e verbal significa: as palavras da Escritura.
Sendo assim a inspiração plenária significa que cada palavra na Bíblia é a própria palavra de
Deus. Não apenas as idéias ou pensamentos são inspirados, mas as próprias palavras.
Embora os escritores retenham a personalidade dos autores individuais (os estilos de Paulo e
de João são diferentes dos demais escritores), as próprias palavras são exatamente o que
Deus quis que escrevessem. Cada palavra é a palavra de Deus inspirada. 30
Infelizmente vamos encontrar esta discrepância na versão da Bíblia NVI que em Gênesis 17:7
utilizou a palavra descendências, ou seja, no plural e não como disse o apostolo Paulo que
deveria ser no singular.
b) Jeremias 30:2 – “Escreve num livro todas as palavras que te tenho falado”.
c) Jeremias 42: 1-9 “não ocultarei a palavra que Deus falar”... Assim disse o
Senhor; ou: Tudo o que o SENHOR vos responder, eu vo-lo declararei; não vos
ocultarei nada... e lhes disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel,
31
Isto pode ser confirmado pela declaração do apóstolo em 2ª Pedro 1:21:”Porque a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
(escreveram) inspirados pelo Espírito Santo”.Trata-se do que está na Bíblia, aquilo que
contém na Escritura. O que os homens de Deus falaram é justamente aquele texto que nós
lemos e que está escrito na sua Bíblia, é este texto falado e escrito que é inspirado por Deus.
31
2 - O TABERNÁCULO
A concepção do tabernáculo reflete os pensamentos de Deus; fala-nos da glória dos céus da
cidade de ouro e da nova Jerusalém. Este assunto pode nos ajudar a entender um pouco
mais sobre a inspiração verbal e plenária das Escrituras Sagradas.
Conforme Hebreus 9:23-24 “... as coisas do tabernáculo são figuras das coisas dos céus”. E
qual o elemento central dos céus? Ali toda riqueza e glória estão reunidas em Jesus Cristo.
Ele é o centro dos pensamentos e propósitos do Pai. Cada aspecto do tabernáculo revela um
aspecto da pessoa de Jesus. A Bíblia é a palavra de Deus. Deus inspirou os homens, soprou-
lhes o que deveriam escrever. Assim se originou as Escrituras, o próprio Deus no-la deu.
A descrição do templo no começo da Bíblia, no livro do Êxodo é um quadro poderoso e vivo
de uma construção que revela os pensamentos de Deus. Cada detalhe tem o seu significado
e podemos encontrar na Palavra de Deus, pois a Escritura se explica por si só. Esta casa não
podia ser construída segundo as idéias humanas. Deveria ser edificado por que Deus tinha
este desejo - Êxodo 25:8:“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles”. Deus
mesmo mostrou o modelo a Moisés e fizeram tudo segundo o Senhor tinha ordenado. Êxodo
24:8 “E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no
monte quarenta dias e quarenta noites”. Em Êxodo, nos capítulos 39 e 40 Deus orientou
como deveria ser executada cada parte do tabernáculo. O tabernáculo seria algo que homem
algum teria imaginado. O tabernáculo com seus utensílios, regras e rituais foram ditados por
Deus e registrados por Moisés.
3- Os dez mandamentos
Por isso notamos que as palavras registradas no livro do Êxodo e que foram dadas por Deus
para Moisés, descrevendo o tabernáculo, revelam o plano de Deus para redenção da
humanidade, através dos rituais que revelam Jesus e o sacrifício na cruz, o sacerdócio e o
holocausto, o lugar santo e o altar de bronze e também a arca da aliança. Isto foi tudo
32
plenamente revelado no Novo Testamento.
Assim cada orientação dada por Deus a Moisés foi seguida e realizada exatamente como
Deus disse e o que ele disse ficou escrito como herança para nós. Desta forma, todo o
significado que Deus pretendia que fosse conhecido através dos detalhes da construção do
tabernáculo pode ser compreendido plenamente na ótica do Novo Testamento que traz a
plenitude dos tempos e põe em prática o plano da salvação através de Cristo. Deus falou e
Moisés escreveu o que Deus falou, verbal e plenamente. Podemos notar que tanto na
narrativa do Êxodo há um fundo histórico (saída do Egito, andança no deserto, entrada em
Canaã) como também no Novo Testamento há uma herança histórica secular que deu inicio
com o nascimento do esperado redentor no cenário social, político e geográfico do império
romano.
Precisamos ouvir cuidadosamente o que Deus diz, pois cada palavra de Deus é pura.
Salmo 12:6“As palavras do SENHOR são palavras puras como prata refinada em forno de
barro e purificada sete vezes”.
Sabemos que há partes da Escritura em que Deus ditou as palavras, mas nem toda a
Escritura foi elaborada desta maneira.
macedônio que fez o apelo: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” Lucas acrescenta: “Assim que
ele viu a visão, [nós] procuramos passar à Macedônia.” (Atos 16:8-10) A mudança de “eles”
para “nós” sugere que Lucas se juntou ao grupo de Paulo em Trôade.
Em seguida, Lucas descreve a atividade de pregação em Filipos na primeira pessoa do plural,
indicando sua participação nela. “No dia de sábado”, escreve, “fomos para fora do portão,
para junto dum rio, onde pensávamos haver um lugar de oração; e assentamo-nos e
começamos a falar às mulheres que se haviam reunido”. Como resultado, Lídia e todos os
membros de sua família aceitaram as boas novas e foram batizados. — Atos 16:11-15.
Verificamos ainda sua participação (a de Lucas) em outras ocasiões como em 2ª Timóteo 33
4:6, 11. “Só Lucas está comigo”. Podemos verificar, tendo em vista o que acabamos de
observar que o ditado verbal pode explicar certas porções da Escritura, mas não toda ela ou
a sua maioria. No entanto o Espirito Santo impediu erros doutrinários.
O Verbo de Deus
O único Deus, sem imagem aloja-se na Escritura para garantir seu reconhecimento, pois a
Escritura tornou-se a presença de Deus, num estado ao mesmo tempo sensível e não
sensível (Sua Teofania escrita). Aparente ou não aparente, manifesto ou não manifesto, mas
onipresente e sabedor de que está sendo consultado, e lido e pensado – possível apenas ao
34
Espírito Onisciente. Para os povos politeístas que circundavam os hebreus era a figura ou
imagem que era sagrada; para os hebreus eram a Torá e as suas Escrituras que eram
sagradas e que sustentavam a tradição e que traduziam o Deus invisível e simultaneamente
traziam a presença de Deus para o homem que a estava lendo. O leitor se tornaria então
uma espécie de portador que se coloca sob a influência da presença divina (era iluminado)
ao estar frente aos escritos sagrados, seu poder e sucesso estavam relacionados em manter
contato diário com a escrita e aplicá-la na condução da sua vida diária. Foi assim que o autor
da Torá ensinou a Moisés e a Josué: “Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes,
medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está
escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te 34
conduzirás” (Josué 1:8).
“quando Deus deu todos estes mandamentos, e o sangue sela a aliança os que estavam
escritos no livro da Lei de Deus” (Êxodo 24:7-8).
A iluminura, ou por analogia o Verbo encarnado – um Deus paradoxal que é verbo e imagem
simultaneamente – que glorifica a Palavra divina e é também didática. Consegue fazer com
que o texto encarnasse em imagem, num tipo de imagem que já não podia mais ser expulsa
do Livro Sagrado, pois havia adquirido o poder de fazer a Escritura manifestar-se por meio
dela. O que estaria sendo visto seria a própria Palavra divina, já que a manifestação visível do
Deus cristão coincidia com o Verbo.
É importante notar que a arca da aliança no Antigo Testamento continha as duas tábuas do
Decálogo, os Dez Mandamentos que são a Lei de Deus no qual se fez aliança; um ômer (3,6
litros) de maná e a vara de Arão que floresceu manifestando seu sacerdócio divino (Êxodo
25:16 /Êxodo 16:32-33 - João 6:50-51 /Num 17:7-8). A arca da aliança com tudo o que ela
guardava em si mesma era a representação visível da presença de Deus, a arca é figurado
futuro Verbo encarnado, o Cristo, que se tornou ele mesmo a palavra, o pão do céu e o
sacerdócio eterno. Cristo é a representação visível da presença de Deus, não é somente a
manifestação do Verbo vivo, mas de uma nova, melhor e definitiva aliança eterna entre Deus
e os homens feito nele mesmo o filho de Deus (Hebreus 9:14).
No entanto, não podemos nos esquecer de que essa escrita visual foi legitimada por um
argumento irrefutável e paradoxal. O paradoxo se resume em atribuir à imagem, que é o
Cristo encarnado, o poder de salvação quando inicialmente para os judeus toda imagem foi
definida como caminho para a perdição (João 19:7 – se fez como Deus é, a sua imagem –
compare com Salmo 82:6 e João 10:34-38). A encarnação da palavra expunha que a imagem
cristã fosse ao mesmo tempo, o único caminho didático para se chegar à Verdade e a
salvação. A imagem cristã era um enigma que podia ser interpretado à luz das Escrituras,
profecias e a iluminação divina como sendo o Verbo encarnado.
A palavra escrita dos hebreus revelava significados por meio de analogias em cadeia, através
da sua história, personagens, tradições e Leis. A partir de uma imagem associada a uma
narrativa Bíblica que remetia a outra imagem, associada a outra narrativa Bíblica até que
35
tudo estivesse pronto para a compreensão de quem era o verbo e não apenas do que era
aquilo, o que estava escrito. Desse modo o sentido de leitura ia sendo traçado mediante
uma teia labiríntica de inter-relações que envolviam imagens e textos, até que a plenitude
dos tempos tivesse chegado para os homens reconhecerem, terem contato de fato com a
pessoa que eles estavam lendo nos escritos. A Escritura se tornou imagem real e verdadeira,
o cumprimento profético foi a encarnação de Deus-palavra (Dei Verbum) em homem, o
Senhor Jesus – o Cristo. Não era algo, mas alguém, não se tratava mais do que, mas de
quem. Isto revela entre muitas outras coisas maravilhosas, a didática de Deus para ensinar
seus filhos e a de Jesus aos seus discípulos, as parábolas (Hebreus 1:1/1ªJoão 1:1-3).
A alegoria determinava um método de apreensão de conhecimento, foi este o significado 35
sagrado do tabernáculo e dos utensílios e dos sacrifícios no Antigo Testamento sob a antiga
aliança. Era um labirinto para o mundo, mas para o cristão, a única maneira pela qual o
homem poderia entender os mistérios da Palavra divina, um método para dar autenticidade,
pois as explicações diretas, claras e transparentes embora existam em abundancia, por si
mesmas incorreria numa explicação superficial. Seria necessário ser um iniciado ou receber a
iluminação divina para poder entender que as representações do passado seriam todas
encarnadas na pessoa do Verbo de Deus.
A parábola é uma história ou metáfora usada para ensinar verdades complexas; existem
conceitos difíceis de entender ou de explicar, mas dentro de uma história, um conceito tem
uma aplicação prática e se torna mais fácil de entender. Jesus usava este método das
parábolas para ensinar o evangelho, revelando assim verdades profundas. (Mates 13:3) Tem-
se dito que uma parábola é uma história terrena com um significado celestial. Sugiro uma
meditação nos lindos versículos registrados em Mateus 13:33-34 consoantes com o Salmos
78:1-7. Assim nos tempos mais antigos, tudo o que foi escrito anunciava profético do que
viria a ser, uma grande parábola sobre Cristo e a salvação, tecida na história do povo judeu.
Em João 1:1 lemos: “O Verbo se fez carne”. Imaginemos em acrescentar ‘em Belém’, apenas
didaticamente. Neste caso poderíamos ter em nossas Bíblias a seguinte frase: “O Verbo se
fez carne em Belém”, melhorando assim a identificação e construção da nossa fé em quem
realmente é o Verbo de Deus. Ainda que não seja assim que está escrito sabemos pelas
Escrituras que o Verbo de Deus nasceu como homem na cidade de Belém conforme
profetizado, o Cristo, a própria palavra de Deus.
Pai e o Espirito Santo este por sua vez revela o Pai e o Filho. Jesus revela que o Espírito Santo
vem de Deus; revelados na consciência de que há Deus, na natureza e nas Escrituras.O
mistério da encarnação do verbo é o mistério da união do divino com o humano Jesus
Cristo.Jesus é o verbo oculto em Deus – Dei verbum(Deus palavra)– Jesus Cristo é o mistério que
esteve oculto em Deus.(Efésios3:9\Colossenses1:26-28\2:2-3)Participante da criação (Genesis
1:26\Colossenses1:16-17).Mistério este que no evangelho tornou conhecido ao homem a
salvação que há em Cristo. O evangelho possui o poder de Deus para a salvação (Romanos
1:16-17), pois o mesmo evangelho que fala de Jesus é aquele que salva. A palavra de Deus
descortinada por Cristo está contida no evangelho. Cristo é a chave hermenêutica das
Escrituras, seu centro e domínio. Por tanto a salvação está no evangelho de Jesus que 36
verdadeiramente salva pela pregação da sua palavra e a sua palavra está no evangelho, o
evangelho por tanto se torna um com Cristo para todos os séculos.
O evangelho é:
A palavra de Deus (Mateus 13:19 / Lucas 5:1)
A palavra do Senhor Jesus anunciada (Atos 8:25)
A palavra do Senhor, anunciado e glorificado (Atos 13:48-49 )
A palavra do Senhor Jesus acompanhado pelos milagres (Atos 19:10-12)
A palavra da cruz é o poder de Deus (1ª Coríntios 1:18)
Jesus é o mistério da piedade revelado pelos evangelhos (1ª Timóteo 3:16\João 1:14\1:1)
O mistério de Deus é Cristo (Colossenses 2:2-3)
A palavra de Deus descortinada por Cristo não designa apenas um documento escrito, mas
sim uma palavra não escrita, porém anunciada (Rhema). Aquilo que foi primeiro anunciado
depois foi registrado (Jeremias 1:14\Ezequiel 1:3). Primeiro veio a palavra, mais tarde o
registro. Jesus descortina ou tira o véu na medida em que aquilo que foi anunciado vai tendo
seu cumprimento, anuncio este proclamado antes de o mundo existir, oculto em Deus.
“No entanto, a voz do céu se espalha pelo mundo inteiro, e as suas palavras
alcançam a terra toda”. Salmos 19:4 NTLH.
Revelação, a princípio repassada de forma oral, depois, registrada com os recursos próprios
da época.Proclamar o evangelho é anunciar o que Jesus revelou, é o que ele disse. Deus zela
37
pelas suas palavras (Isaias 55:11) e Deus fará ter efeito tudo o que Jesus falou. É o que Jesus
realizou que revela a Deus. (Isaias 40:8\Mat.24:35\26:54\1ª Pedro 1:25)
“Mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós
foi evangelizada “1ª Pedro 1:25.(esta palavra que foi evangelizada é a mesma que está
escrita no Novo Testamento que você lê em sua Bíblia e proclamada no mundo todo).
Nas Escrituras Sagradas o leitor recebe a verdade que o Espírito Santo originalmente
comunicou aos profetas e apóstolos; assim como através do encanamento recebemos a água
que está armazenada na montanha (Atos 1:16\ 2ª Pedro 1:21) recebemos a palavra divina
que vem do Espírito Santo de Deus pelos escritores inspirados e guiados por Deus; é uma 37
manifestação divina através dos servos de Deus escolhidos para fazer o registro escrito.
Como na natureza há uma manifestação imediata de Deus, (Romanos 1:20) há na
consciência do homem, que o faz perceber que há Deus, a mesma manifestação(1ª Corintios
5:11). Uma manifestação imediata de Deus nas suas obras é aquilo que Deus faze o que Jesus
fez manifestou Deus aos homens (João 14:11). Talvez encontremos toda esta verdade
reunida em um único capítulo da Bíblia, no salmo 19 que narra a grandiosidade da natureza
criada por Deus, da grandiosidade das suas obras (Romanos 1:20Atos 17:25-28\João
14:11).Assim também nas Escrituras há uma manifestação imediata de Deus, uma
manifestação de Deus direta nas Escrituras Sagradas.
(1ª Coríntios 2:9-10). A consciência deve ser
confrontada com as Escrituras, as revelações, dogmas,
Canon ou cânone do grego Kaneh
e doutrinas devem passar pelo critério do que nela tem sua origem na palavra Grega
está contido como norma de base fiel. As Escrituras kanon (kaneh em hebraico), que
ligam o “ser” direto na fonte manancial de Deus; é no significava originalmente “cana de
medir”. Era um padrão, uma
Espírito Santo e nas Escrituras que está a revelação unidade de medida, por extensão
direta de Deus.O padrão de infalibilidade está nas metafórica a cana era usada para
Escrituras, pois ela reflete a mente de Deus. medir, como nosso metro, uma
régua. Assim, “Cânon”, aplicado às
A palavra Cânon significa medida ou padrão; o Escrituras, significa o “padrão” ou o
humano pode então utilizar o cânon para avaliar a sua “critério” para que alguém possa
julgar se um ensino é de Deus ou
vida, circunstâncias e decisões. A consciência pode
não.
medir-se através do padrão de Deus na sua palavra (1ª
coríntios 2:9-12 \ 2ª Pedro 1:20-21 Efésios 6:17).A
revelação imediata sobre Deus contida nas Escrituras
é o que o Espírito Santo diz sobre Ele (sobre Deus). São os pensamentos de Deus que estão
escritos, ainda que parcialmente. (1ª Coríntios 2:16\Isaias 40:13\Apocalipse3:22) A maior
autoridade para o homem é a verdade de Cristo contida na literatura cristã. Cristo é a
verdade em todos os aspectos, pois ele é a maior revelação de Deus:
Na razão humana.
Na natureza, inclui o homem.
38
Senhor Jesus Cristo; não teve inspiração do Espírito Santo e por tanto não pode ser
considerado nem cristão nem divino já que não há outro Deus fora do Deus cristão.
“Qualquer outro escritor que declare ter ele mesmo sido inspirado pelo Deus dos
hebreus e Pai de Jesus Cristo, que afirme ter escrito algo canônico com o mesmo valor e
autoridade que a Bíblia, sendo cristão ou não, declarando-se convertido a Cristo ou não, e
que reconhece a Bíblia como única escrita inspirada por esse mesmo Deus não deve ser nem
mesmo lido ou crido” (O autor).
A fé inclui a razão e esta na sua mais elevada forma. Não se deve ignorar a necessidade de
um sentimento santo como testemunho da reverência humana diante do criador. No 39
entanto a verdade divina é um mistério (Efésios 3:18-19) e ultrapassar o pleno conhecimento
é somente com ajuda do Espírito Santo (João 16:13). O Espírito Santo somente dá
testemunho da verdade contida nos escritos onde Deus é o autor, ele não serviria de falso
testemunho em um escrito que em nada tem com a revelação divina. A escala de
iluminação e testemunho espiritual perfeita é: A vida unificada, a vida purificadora, a vida
iluminativa.
A espada do Espírito é a palavra de Deus (Efésios 6:17) não é outra palavra mas uma em
especifico a que vem de Deus cujo autor é Ele próprio contida na Bíblia. O Espírito Santo
opera através da verdade exteriormente,
na natureza, no mundo ao seu redor, na “É minha fé na Bíblia que me serviu
Escritura; é por meio desta verdade que de guia em minha vida moral e
ele age, a verdade contida na Escritura literária”. Immanuel Kant
Sagrada e por meio de nenhuma outra
palavra (Romanos 1:20\ Atos 7:51, 55-
57). A palavra de Deus existiu antes que fosse escrita e por aquela palavra os primeiros
discípulos e posteriores foram gerados (1ª Pedro 1:23/ Apocalipse 3:22) foram
regenerados pela palavra da vida. O que está escrito agora foi primeiro falado pelo
Espírito Santo (1ª Reis 17:24/2ª Coríntios 13:8). A igreja é proclamadora da verdade,
eleita por Deus para reter a palavra da vida especificada sobre esta verdade (1ª Timóteo
3:15\Filip. 2:6). A fé por sua vez deve estar fundamentada na palavra de Deus e não na
igreja ou na religião. Se a igreja for boa a sua fé deve ser testada pela palavra de Deus e
não a palavra de Deus ser testada pela palavra da igreja, nem ainda a minha fé. O poder
está na mensagem por que ela vem de Cristo, vem de quem tem poder para tornar a
mensagem poderosa, está pessoa é o Espirito Santo. A mensagem já era verdadeira e
poderosa antes de ser escrita e continuou assim depois de escrito. (Efésios 6:19) Até
mesmo Jesus deu crédito as Escrituras explicando como ela falava dele mesmo (Lucas
24:25-27,32).
Quando não há uma firme convicção produzindo um pleno reconhecimento da verdade de
Deus o resultado pode ser (fé) no erro com conseqüências em atitudes homologas (2ª
Tessalonicenses 2:11-12). Os que não se importam com a verdade contida nas Escrituras nem
amam estas palavras ou não a retiveram serão entregues ao engano as fantasias religiosas e
40
os sinais falsos (Romanos 1:24, 32\ 2ª Tessalonicenses 2:9-12) Talvez por isso tantos tenham
seguido falsos profetas.A riqueza de Cristo está escrita no evangelho (Colossenses
2:3\1:27\Efésios 3:8) A esperança dos céus e a palavra da verdade está no evangelho
(Colossenses1:5).Estas advertências são para nos manter sóbrios livres e firmes na fé que
recebemos de Jesus Cristo (Colossenses 2:4) e para não sermos enganados com palavras
persuasivas.
41
Imagens do tefelin, para ser usada na testa e na mão e amarrado ao braço esquerdo, o do
42
O povo deveria ter contato diário com os ensinamentos, recitá-los aos seus
descendentes, orar por estas palavras e preservá-las, amando-as de coração e mente
(Deuteronômio 6:4-9). A obediência a este mandamento é a tradição e fé viva dos mortos. A
promessa de Deus continua preservando a Escritura e o seu conteúdo de geração em
geração, pois o seu autor é zeloso do seu nome, das suas palavras e do seu registro (Isaias
34:16\Êxodo 34:14\Salmos 119:130).Deus incumbiu os homens para um esforço de
preservação das suas palavras. Os manuscritos e cópias das Escrituras desde tempos
imemoriais são a continuidade deste cuidado de Deus pelos séculos preservados e
exaustivamente mais examinados e estudados em todo o mundo em todos os tempos.
A Septuaginta (LXII) ou versão dos setenta. 42
É a primeira e mais antiga tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego. Foi
produzido por ordem do rei (faraó) Ptolomeu II Filadelfo, na cidade de Alexandria no Egito
em 280 A.C. Conhecida como a versão dos setenta. Segundo a tradição, o rei egípcio
Ptolomeu II Filadelfo, (309 A.C. - 246 A.C.) era filho de Ptolomeu I Sóter. Sóter foi um dos 4
generais do conquistador macedônio Alexandre o Grande, rei da Grécia que morreu com
apenas 33 anos (356 A.C. – 323 A.C.). Ptolomeu II Filadelfo casou-se com Arsione I, a filha de
Lisímaco, outro dos 4 generais de Alexandre o grande. A importância dos 4 generais de
Alexandre o Grande está relacionada com a profecia de Daniel 8:1-22, especialmente versos
8,20-22, sendo os mesmos 4 generais representados pelo 4 chifres do bode peludo da
profecia do livro de Daniel.
Flavio Josefo, historiador judeu do primeiro século, cita o rei Ptolomeu II como Tolomeu
Filadelfo. Descreve também as sua generosidade e de como libertou 120 mil judeus
escravizados pelo seu pai, Ptolomeu I Sóter, e também da sua sede de conhecimento, que o
levou a construir a grande biblioteca de Alexandria. Mandou fazer cópias originais e
traduzidas das Leis santas dos Judeus. Contribuiu com muitas peças para o templo de
Jerusalém e admirou-se pelas leis que os Judeus tinham, fazendo indagações sobre como
foram criadas. Aceitando a solicitação do faraó Ptolomeu II Filadelfo, o sacerdote judeu
Eleazar nomeou 72 eruditos judeus que foram enviados para a ilha de Faros em Alexandria
no Egito onde realizaram a tradução em 72 dias. Ao final dos trabalhos verificaram que seus
escritos eram idênticos. Foram enviados 6 eruditos de cada uma das doze tribos de Israel
para levar a cabo a solicitação do faraó. Esta tradução facilitou a leitura da Bíblia pelos
judeus da cultura grega que viviam longe de Jerusalém. O trabalho foi realizado no Egito. É a
primeira versão da Bíblia no idioma grego e serviu de base para muitas das traduções que
temos hoje. A versão LXX foi perdida restando apenas alguns fragmentos. Os mais antigos
códices da LXX (Vaticanus e Sinaíticus) datam do século IV.
Uma versão posterior da lenda, narrada por Fílon de Alexandria, afirma que apesar de os
tradutores terem sido mantidos em salas separadas, todos eles produziram versões idênticas
do texto em setenta e dois dias. Apesar de esse relato ser historicamente implausível, sua
redação traz à tona o desejo dos sábios judeus da época de apresentar a tradução como
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44
“Estou ultimamente ocupado em ler a Bíblia. Tirai o que puderdes deste livro pelo
raciocínio e o resto pela fé, e, vivereis e morrereis um homem melhor”.
(Abraham Lincoln)
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Inaugurada em meados de 2002, A Nova Biblioteca de Alexandria foi projetada por um jovem
escritório de arquitetura norueguês chamado Snøhetta, que trouxe do passado a ideia de
criar um grande centro cultural para a humanidade.
“A Bíblia não é um livro simplesmente; é um Ser vivo que tem o poder de conquistar o
os seus
adversários”.(Napoleão Bonaparte)
46
46
A Antiga Biblioteca de Alexandria foi fundada no quarto século, quando a cidade estava sob o
domínio dos gregos e tornou-se um dos maiores centros culturais da história antiga, com
cerca de 700 mil manuscritos que tinham como objetivo preservar a cultura da época.
Freqüentada por grandes gênios como Arquimedes. Uma perda irreparável para a história da
humanidade.
O nome "Codex Sinaiticus" significa literalmente "o Livro do Sinai". Acredita-se ter sido
concluída por volta de 330-360 D.C. Foi descoberta no mosteiro de Santa Catarina na
península do Sinai de onde deriva seu nome Sinaíticus. O Codex Sinaíticus contém o Antigo e
o Novo Testamento em grego - O Antigo Testamento em grego é a Septuaginta - e contém a
mais antiga cópia completa do Novo Testamento em grego escrito à mão. Foi descoberto em
1844 na região do Monte Sinai onde, acredita-se estaria a sarça ardente junto da qual Moisés
teria recebido as Tábuas da Lei.O mosteiro foi construído por ordem do imperador bizantino
Justiniano I (527-565) à volta de uma capela que abrigava a sarça ardente que por sua vez foi
construída por Helena, a mãe do Imperador Romano Constantino. A sarça que ainda hoje ali
está é, supostamente, a original. A capela também é conhecida como "Capela de Santa 48
Helena" e o local é sagrado para os cristãos e muçulmanos.Konstantin Von Tischendorfem
1844 foi quem descobriu e também foi responsável por levar o manuscrito para São
Petersburgo em 1859, na Rússia.
O conteúdo que sobrevive hoje do Codex Sinaiticus compreende pouco mais de 400 folhas
grandes de pele de animal preparada, cada uma das quais mede 380 mm de altura por 345
mm de largura. A história do Codex Sinaiticus é o fruto da colaboração das quatro
instituições que hoje retêm partes do Codex: a Biblioteca Britânica, a Biblioteca da
Universidade de Leipzig, a Biblioteca Nacional da Rússia em Saint Petersburgo, e o Santo
Mosteiro do Deus-Trodden Mount Sinai (Saint Catherine's). Essas instituições reconhecem
que os eventos relativos à história do Codex Sinaiticus, de 1844 até hoje, não são totalmente
conhecidos. Em 9 de março de 2005, um acordo de parceria foi assinado entre as quatro
instituições listadas acima para a conservação, fotografia, transcrição e publicação de todas
as páginas e fragmentos remanescentes do Codex Sinaiticus.(Imagem do códex abaixo)
O conteúdo e disposição dos livros no Codex Sinaiticus lançam luz sobre a história da
construção da Bíblia cristã. A capacidade de colocar esses "livros canônicos" em um único
códice influenciou a forma como os cristãos pensavam sobre seus livros, e isso depende
diretamente dos avanços tecnológicos vistos no Codex Sinaiticus. A qualidade de seu
pergaminho e a avançada estrutura de encadernação que seria necessária para sustentar
mais de 730 folhas de grande formato, que tornam o Codex Sinaiticus um exemplo notável
de fabricação de livros, também possibilitou o conceito de uma "Bíblia". O planejamento
49
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Códex Alexandrinus.
É um manuscrito da Bíblia em grego do século V. Contém a maior parte da LXX e o Novo
Testamento. Originário da cidade de Alexandria até 1638 quando foi comprado pelo bispo de
Constantinopla Cirilo Lucaris. Atualmente está no Museu Britânico. Porém há controvérsias
sobre a sua origem, talvez tenha sido levado para Alexandria onde se declarou sua
descoberta. (Abaixo imagem do Códex Alexandrinus).
50
Vulgata latina.
É a tradução da Bíblia para o latim escrita entre o fim do século IV e o inicio do século V por
São Jerônimo, a pedido do Bispo (ou Papa) Damásio I que foi usada pela igreja cristã do
ocidente e que verteu a Bíblia diretamente do texto hebraico para o latim que estava mais
popular que o grego no século V. Seu nome vulgata é de vulgar, vulgo, popular, ou versão
popular, versão de divulgação do povo. Escrito no latim popular falado pelas pessoas daquele
tempo. É a Bíblia oficial da igreja romana.
A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas
predecessoras. Foi primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho
Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta.
No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou os textos. Chama-se Vulgata a esta
versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos, e
ainda hoje é fonte para diversas traduções.
São Jerônimo, também conhecido por Jerônimo de Estridão, foi um sacerdote cristão,
destacado como teólogo e historiador e considerado confessor e Doutor da Igreja Católica.
Abaixo imagem do texto da Bíblia Vulgata Latina.
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Texto massorético.ÉÉ o texto hebraico da Bíblia. A Bíblia de Massora assora foi produzida e
continuamente copiada em torno do século VI até o século X, este foi o período de atividade
dos massoretas. Antes disso havia
avia em Israel
um grupo especial de pessoas que tinham
como missão ão zelar pelas Escrituras
E
Sagradas, eram os escribas que zelavam
pelas tradições de Israel, a sua missão era
cuidar que os escritos divinos não fossem
alterados em nenhuma palavra, era
questão de honra
onra zelar pela fidelidade das 53
Escrituras,
scrituras, algo sagrado e muito sério,s
executado com muita reverência ncia ao Deus
que inspirou tais palavras e deu ordem
para que se registrassem tudo quanto Ele
falou e a história
ória de seu povo mantendo-
mantendo
Papiro Nash
lhe a pureza e evitando que ocorram
alterações em sua transmissão
transmissão.Os
massoretas foram os substitutos utos dos
escribas judeus, elesreuniram
reuniram os textos sagrados em hebraico, examinando e comparando
todos os manuscritos Bíblicos
íblicos conhecidos na época. Seu propósitosito era transmitir por escrito
fielmente a tradição oral da Lei de Deus, a Torá e a inteira tradição judaica. O resultado ficou
conhecido como texto massorético
massorético.
por 24 livros do Antigo Testamento e que formam assim o que conhecemos como texto
massorético. Os escribas da Bíblia normalmente eram Judeus mestres e doutores na
literatura judaica, além de serem estudiosos e especializados nas escritas da época. A forma
como os massoretas faziam suas cópias eram com muita rigidez. Após o escriba fazer toda a
cópia manuscrita, esta cópia era testada de forma minuciosa. Eles estabeleciam uma letra
central e contavam quantas letras havia desta letra até as letras finais. Quando alguma
mínima alteração era descoberta ou quando a
contagem do texto era divergente, todo o
Existia um original e este era manuscrito era descartado e destruído. Todas as
copiado manualmente. Da
primeira cópia nasciam outras e
letras em hebraico são consoantes. Para poder ler, 54
dessa forma se multiplicavam e escrever e falar existe um sistema de sinalização
acabaram chegando até nós. que indica os sons das vogais, chamado sistema de
Ou seja, nós recebemos os
sinais massorético. Estes sinais são pontinhos
textos graças às cópias
transcritas do original, que hoje (sinalizadores) adicionais que inseridos acima ou
não existe mais. abaixo da letra, dependendo do caso, indicando a
vogal a ser pronunciada. Os massoretas
desenvolveram uma espécie de manual para
realizarem as cópias e transmitirem o método
aos futuros escribas ou copistas, eram normas
orientadoras que os copistas deveriam seguir
enquanto copiavam os textos sagrados. Também “O Texto Massorético também é a
continham todas as regras gramaticais sobre a base universal para o que podemos
língua hebraica e os princípios da tradição oral e chamar de uma Bíblia Judaica, se
do Talmude, nenhuma palavra ou letra devia ser referindo claramente aos livros
escrito de memória. Antes de iniciarem a cópia, canônicos judaicos, chamados
eles contavam os versos, as palavras e letras de Tanakh, que contém os 24 livros
cada seção e, se os números não fossem sagrados dos judeus que compõem
idênticos na nova cópia, o trabalho era rejeitado, os mesmos 39 livros do Antigo
assinalavam a palavra central do livro que estava Testamento, porém em ordem
sendo copiado.
diferente”. (Biblioteca Teológica).
Por volta do século II surgiram os códices. Até a
descoberta dos Manuscritos do Mar Morto,
alguns dos mais importantes códices em hebraico são os listados a seguir; todos estes são
conhecidos como Textos Massoréticos.
O Códice do Cairo dos Profetas: É o manuscrito massorético mais antigo. Foi escrito em
Tiberíades (cidade ao norte de Israel as margens do mar da galiléia) e contém os Profetas
Anteriores ao exílio babilônico, de Josué a Reis e Posteriores ao exílio babilônico, de Isaías a
Malaquias. Foi escrito por volta de 895 por Moisés ben Asher.
7:46-73 e 9:12-18 e Dt 1:34 em diante). Foi escrito entre 925/930, talvez por Moisés ben
Asher.
O Códice de Alepo A (ou Codex Alepensis): ou Códex Aleph, conhecido também como Códice
A. Originalmente continha todo o texto do Antigo Testamento. O códice permaneceu na Síria
por quinhentos anos. Em 1947, manifestantes enfurecidos pelo Plano de Partição das Nações
Unidas para a Palestina incendiaram a sinagoga onde era mantido causando danos
irreparáveis. Foi escrito em Jerusalém por volta de 925/930 por Shelomoh ben Buya'a.
Encontra-se atualmente na Biblioteca do Instituto Ben-Zvi, em Jerusalém.Considera-se o
manuscrito original de maior autoridade massoreta, que segundo a tradição estas Escrituras
Hebraicas foram preservadas de geração em geração. Assim o Códice de Alepo é visto como 55
fonte original e a maior autoridade para o texto Bíblico e os rituais judaicos, é o texto mais
fiel aos princípios dos Massoretas. Alepo fica na Síria, é uma das cidades mais antigas do
mundo, tendo sido habitada desde 5 mil anos antes de Cristo.
O Códice de Leningrado B19a (L): Foi escrito por volta do ano 1.000 D.C. por Shemuel ben
Yaakov no Cairo, Egito. Encontra-se atualmente na Biblioteca de São Petesburgo (antiga
Leningrado). Este é o mais antigo manuscrito completo do Antigo Testamento e é a base da
moderna Bíblia Hebraica Stuttgartencia (BHS). O Antigo Testamento hebraico baseada neste
códice pode ser encontrado em A Bíblia Hebraica Quinta (BHQ).
Quando expressamos que os Códices foram escritos, queremos informar que foram copiados
pelos massoretas: Shelomoh ben Buya'a; Shemuel ben Yaakov; Moisés ben Asher. Eram
famílias da escola de massora que desenvolveram seu trabalho de escribas copiando e
adaptando a fonética do original, ao mesmo tempo preservando os textos hebraicos.
A base da Bíblia judaica é o texto massorético, contudo a Septuaginta já era uma realidade
quando os textos massorético foram reunidos e compilados pelos massoretas. A LXX é a
primeira e mais antiga tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego e foi
produzido no Egito em 280 A.C. Uma das diferenças é que a Septuaginta é uma tradução
para o grego e os textos massorético são cópias que estão na língua original do texto, a
língua hebraica. O Códice de Alepo – um texto massorético – é datado de 930 D.C. o Códice
do Cairo escrito por Moises ben Asher é datado de 895 D.C. A versão LXX já havia
completado 1.200 anos de existência desde a sua produção sendo por tanto mais antiga em
12 séculos. Desta informação surge então que, para o Antigo Testamento, a relevância dos
textos massorético – mais recentes - que a LXX e não menos importante, pois acrescentaram
ao texto original sinais que ajudam na pronúncia das palavras e na correta interpretação do
texto inspirado, sinais estes que são chamados de massora. Cabe lembrar que os textos
massoréticos hebraicos possivelmente tiveram sua origem nas mesmas fontes que a LXX, ou
seja, a LXX é uma cópia em grego do texto hebraico realizado diretamente pelos escribas
judeus 12 séculos antes dos massoretas e o texto massorético é cópia em hebraico do texto
hebraico consonantal original do qual se originou a tradução da LXX muito antes do texto
56
massorético ser apresentado, neste caso a fonte para ambas seriam as mesmas e a
autenticidade de ambas estaria garantida.
O quadro abaixo será útil para pesquisa.
56
A relação entre o texto massoréticoe os textos originais, são as várias cópias em hebraico, do
Antigo Testamento, que chegaram até os nossos dias. Três destas cópias são de grande
importância para os nossos estudos. Esses são: O Texto Massorético, o Pentateuco
Samaritano, e os Manuscritos do Mar Morto.
No entanto são quatro as fontes ou ramos diferentes destes textos que são importantes para
a construção do Antigo Testamento:
1- “Protomassorético”: O texto que serviu de base para o trabalho dos massoretas.
2- O texto consonantal do TM (texto original sem consoantes), anterior à época dos
massoretas (possivelmente o mesmo ou equivalente ao que foi usado para produzir a
LXX), é chamado de texto Protomassorético, não contendo ainda a vocalização, a
acentuação e o aparato massorético, que foram desenvolvidos somente durante a
Idade Média (Séc. VI a X). O texto Protomassorético é um dos tipos textuais da Bíblia
Hebraica utilizados pelos judeus, durante o período do Segundo Templo (450 A.C. a 70
D.C.) ao lado de outras formas textuais transmitidas naquela mesma época. O texto
Protomassorético, preservado e transmitido pelos escribas judeus na época do
Segundo Templo, foi a base e a origem do TM desenvolvido pelos massoretas, na
época medieval (e a base do texto do Antigo Testamento que temos hoje).
TANACH ou TANAKH:
O Tanach é a Bíblia Judaica, o Antigo Testamento hebraico que foi compilado pelos
massoretas. A base do Tanakh judaico é o texto massorético.
A palavra TANAKH é o acróstico de três letras:
tav ( )תde Torah, nun ( )נde Neviim, e caf ( )כde Kethuvim.
A palavra Tanakh é derivada da junção dessas divisões.
Assim formando a palavra: תנ״ך. TANAKH = Torá+Neviim+Kethuvim.
O Tanakhpor sua vez está divido em três partes ou em três conjuntos de livros a seguir: 58
2 –Neviim – Profetas.
É a segunda parte da Bíblia e por sua vez está constituída em duas sessões:
A) Antigos profetas:Josué; Juízes; 1ª e 2ª Samuel 1ª e 2ª Reis.
B) Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniele os 12 profetas menores.Oséias,
Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias.
Ainda podemos classifica-los em:
I) Profetas que atuaram antes do cativeiro: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Isaías,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Jeremias.
II) Profetas que atuaram durante o cativeiro babilônico: Jeremias, Ezequiel, Daniel.
III) Profetas que atuaram após o cativeiro babilônico: Ageu,Zacarias, Malaquias.
59
São conhecidos como Profetas Menores os doze últimos Livros proféticos do Antigo
Testamento. Eles são assim conhecidos não por causa de sua importância, mas sim pelo seu
pequeno volume literário e a esse respeito estão em contraste com os escritos dos Profetas
Maiores.Na formação do Cânon hebraico do Antigo Testamento os livros dos doze profetas
menores formavam um só livro chamado “O Livro dos
Doze”. Provavelmente agrupados assim, por Esdras, mais Aurélio Agostinho nasceu em
354 D.C. na cidade de Tagaste,
ou menos em 425 A. C., possivelmente com a finalidade
atual Argélia. Agostinho de
de acomodá-los em um rolo. As designações “Profetas Hipona conhecido
Maiores” e “Profetas Menores” foram dados por universalmente como Santo
Agostinho no princípio do século IV D.C. (Agostinho de Agostinho foi um dos mais
Hipona ou Santo Agostinho). importantes teólogos e 59
filósofos dos primeiros anos do
cristianismo cujas obras foram
Nesta classificação do Neviim optei por colocar o Livro de muito influentes no
Daniel (conseqüentemente ficou também entre os desenvolvimento do
profetas maiores) entre os últimos profetas devido ao cristianismo e filosofia
fato do mesmo estar na ordem dos profetas que aturam ocidental. Muitos protestantes,
durante o exílio babilônico sendo contemporâneo de especialmente os calvinistas,
Jeremias e Ezequiel. Daniel 9:2 cita o Profeta Jeremias, consideram Agostinho como
um dos "pais teológicos" da
ainda verificamos em 2ª Crônicas 36:12-13 o Reforma Protestante por causa
desenvolvimento da vida do profeta Jeremias durante de suas doutrinas sobre a
atuação do rei de Judá Zedequias sob Nabucodonosor salvação e graça divina.Foi o
sendo este citado também por Daniel e Ezequiel. O exílio contato com o neoplatonismo
babilônico teve inicio em 587 A.C. (quando houve a que conduziu Agostinho a se
primeira deportação de cativos para babilônia). Em 605 converter ao cristianismo em
386, retornou a África se desfez
A.C. alguns sobreviventes da Batalha de Carquemis, de seus bens e fez de sua casa
incluindo o jovem profeta Daniel, foram levados para o um centro monástico. Em 391
cativeiro babilônico (a segunda deportação de cativos tornou-se sacerdote em Hipona
para babilônia). Outros foram levados na terceira e logo depois bispo co
deportação com o rei Joaquim em 597 A.C. incluindo o ajudador. Permaneceu na
profeta Ezequiel que atuou junto ao rio Quebar na cidade de Hipona até sua
morte em 430. Agostinho foi
babilônia (Ezequiel 1:1 / 8:1). Outro argumento em favor canonizado e considerado um
desta classificação é que o relato de 2ª Crônicas 36:22-23 dos 35 doutores da igreja
corrobora positivamente com a visão profética de Daniel católica. Principais obras:
a beira do rio tigre relatada no Capitulo 10:1- “no Confissões; A cidade de Deus.
terceiro ano do Rei Ciro, Daniel teve a visão”. Parte 1 e A cidade de Deus
parte 2.
Tanach ou Tanak denomina o conjunto principal dos livros sagrados judaicos, é a Bíblia
judaica. Equivalente ao Antigo Testamento, porém com uma divisão diferente da Bíblia
protestante, no entanto uma equivale à outra. Consiste em 24 livros. Reduzindo-se cada par
de livros de Samuel, Reis, Crônicas a um livro cada, Esdras e Neemias a um livro, os Doze
profetas menores a um livro, estes 24 livros são os mesmos 39 da Bíblia Cristã.
Para entender melhor como os 39 livros do Antigo Testamento são 24 na Bíblia Judaica.
Genesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. 05 livros.
Josué e Juízes 02 livros
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Rute 01 livro
1ª e 2ª Samuel. 1ª e 2ª Reis. 1ª e 2ª Crônicas 03 livros
Esdras e Neemias 01 livro
Ester 01 livro
Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos. 05 livros
Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, 05 livros
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, 01 livro
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias,
Malaquias.
Total 24 livros
A Bíblia judaica assim como a Bíblia protestante excluiu os escritos apócrifos, entre eles os
livros de 1ª e 2ª Macabeus que contem relatos históricos do povo judeu;os livros de Tobias,
Judite, Sabedoria de Salomão, Baruc ou Baruque e também adições em Ester e em Daniel,
que são os mitos de Susana e Bel e o Dragão não estão incluídas no cânon. O livro de
Macabeus foi escrito em hebraico, mas só foi conservado numa tradução grega. Trata-se do
registro histórico das lutas dos judeus travadas contra os soberanos selêucidas para obter a
liberdade religiosa e política do povo judeu. Seu título provém do apelido de Judas Macabeu.
O relato do primeiro livro dos Macabeus abrange quarenta anos, desde a ascensão de
Antíoco IV Epifânio ao poder, em 175 A.C.,até a morte de Simão, irmão de Judas Macabeu e
o início do governo de João Hircano em 134 A.C. (Antíoco Epifânio na profecia Bíblica de
Daniel 11:41, 45, foi uma espécie de anticristo que profanou o templo judaico e perseguiu a
comunidade dos judeus, chamado por Jesus de Abominação desoladora que tipifica o
verdadeiro anticristo que surgirá na grande tribulação).
O Império Selêucida foi um Estadohelenista que existiu após a morte de Alexandre, o
Grandeda Macedónia. Seleuco, um de seus 4 generais, estabeleceu-se na Babilônia em 312
A.C. - ano geralmente usado para definir a data da fundação do Império Selêucida.
61
Com este critério ficava clara a tentativa de também excluir os escritos gregos do Novo
Testamento que estavam circulando reconhecidamente como divinamente inspirados 61
(1ªTessalonicenses 2:13 / 2ªPedro 3:15-16). No entanto estes mesmos critérios se
mostraram poderosos na verificação da verdade escriturístico dos textos analisados,
principalmente os do antigo Testamento, no que diz respeito aos apócrifos. Entre os cristãos
protestantes estes livros não são aceitos como divinamente inspirados por que contradizem
as Escrituras Sagradas tanto o Novo quanto o Antigo Testamento, sendo doutrinariamente
rejeitados como não autentica escritura inspirada por Deus, mas aceito em parte como
historicamente relevante, porém não todo. Para tanto vejamos algumas observações a
seguir:
A) "Se ela está felizmente concebida e ordenada, era este o meu desejo; se ela está
imperfeita e medíocre, é que não pude fazer melhor." II Macabeus, 15.
Comentário: As Escrituras Sagradas afirmam a respeito de si mesmas que certamente são
inspiradas por Deus, autenticas e divinas, com as assertivas afirmações no Antigo
Testamento quanto declarações afirmativas no Novo Testamento. Jamais as Escrituras ou
qualquer escritor Bíblico original se colocaram em dúvida quanto a sua autenticidade,
inspiração, revelação e iluminação sobre o que estavam escrevendo ou de tudo que já havia
sido escrito por outros autores Bíblicos. Isto não acontece com Macabeus como bem
podemos verificar acima com o uso do “SE”. O escritor de Macabeus deixa bem claro no
verso acima que foi ele mesmo quem escreveu e que pode ter sido tanto medíocre quanto
imperfeito, ou seja, sem nenhuma reverencia a inspiração divina e condução do Espirito
Santo. Na continuação no versículo 39 de Macabeus 15 o escritor ainda afirma que o que
daria prazer é o relato aos ouvidos do leitor, pois considera o que escreveu como uma
mistura de vinho com água. Fica claro que não é puro o que ele esta escrevendo, sendo
assim indigno da confiança quanto a sua inspiração divina.
C) A salvação é conquistada através das obras e por méritos próprios e não por Cristo
como um dom gratuito dado por Deus: “porque a esmola livra da morte eterna, e é a que
apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tobias 12:8, 9).
D)A salvação através do conhecimento e não por Jesus:“Assim se tornaram direitas as
veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela
sabedoria foram salvos” (Sabedoria 8:19).
E) Oração pelos mortos texto que apóia o tema PURGATÓRIO: “É, pois, um santo e
salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados” (2ª
Macabeus 12:43-46).
62
F) Mortos que oram pelos vivos:“Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, escutai a
prece dos mortos de Israel, dos filhos daqueles que pecaram contra vós, que não atenderam
à voz do Senhor, seu Deus, e por isso foram levados à desgraça” (Baruque 3:4) Verificar
também o livro de Sabedorias 3:1-4.
G) O mito do jejum permanente de uma mulher: “jejuava todos os dias de sua vida,
exceto nos sábados, e nas neomênias, das festas da sua casa de Israel” (Judite 8:5, 6).Em
nenhuma parte da Bíblia jejuar todos os dias da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40
dias e 40 noites e depois não jejuou mais.
H) O profeta Daniel mata um dragão:Daniel pegou piche, sebo e crinas, cozinhou tudo
junto, fez com aquilo uns bolos e jogou na boca do dragão. Ele engoliu aquilo e se
arrebentou.(Daniel 14:23-28) –trecho que foi adicionado no livro de Daniel, mas que não faz
parte dele.
I) Daniel é lançado duas vezes na cova dos leões e Habacuque é transportado para a
cova e vai alimentá-lo:“O anjo do Senhor disse a Habacuc: Esse almoço que você tem aí leve
para Daniel, lá na Babilônia, na cova dos leões’. Habacuc disse: ‘Meu senhor, eu nunca vi a
Babilônia, nem conheço essa cova! ’ O anjo do Senhor pegou-o pelo alto da cabeça, carregou-
o pelos cabelos e, com a rapidez do vento, colocou-o à beira da cova...” No sétimo dia, o rei
foi chorar a morte de Daniel. Chegou à beira da cova e lá estava Daniel sentado
tranquilamente. Então o rei exclamou em alta voz: ‘Tu és grande, ó Senhor, Deus de Daniel!
Além de ti não existe outro Deus’. O rei mandou retirar Daniel da cova e jogou aí àqueles que
pretendiam matá-lo. “Foram devorados num instante, na presença do rei”(Daniel 14:34-36,
40-42. Isto aconteceu no inicio do livro e se repete aqui adicionando o fato do translado de
um Habacuque).
J)Xenofobia e incentivo ao ódio:“Há duas nações que eu detesto, e uma terceira que
sequer é nação: os habitantes da montanha de Seir, os filisteus e o povo idiota que habita em
Siquém”(Eclesiástico 50:25, 26).
Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse-lhe: Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti.
Tendo assim feito, puxou-o para terra, e o começou a palpitar a seus pés. (Tobias 6.1-4).
Depois de aproximadamente 435 A.C não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo
Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, tais como os livros
dos Macabeus, mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das palavras
de Deus que vinham dos anos anteriores.Além disso, sabe-se hoje que a quantidade de
apócifos pode ultrapassar o número e cem livros.
Papiro de Nash: O Papiro de Nash com mais de 2 mil anos é um fragmento do século II A.C. 63
contendo o texto dos Dez Mandamentos seguido pela oração Shemá Israel. Antes da
descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, era o mais antigo manuscrito conhecido
contendo um texto da Bíblia Hebraica. O manuscrito foi originalmente identificado como um
lecionário usado em contextos litúrgicos, devido à justaposição do Decálogo (provavelmente
refletindo uma tradição mista, um composto de Êxodo 20:2-17 e Deuteronômio 5:6-21) com
a oração de Shemá Israel (Deuteronômio 6: 4-5), e foi sugerido que é, na verdade, de um
filactério (tefelin, usado na oração diária). Comprado de um comerciante egípcio em
antiguidades em 1902 pelo Dr. Walter Llewellyn Nash e apresentado à Biblioteca da
Universidade de Cambridge - em 1903, o fragmento foi dito ter vindo do Fayyum (Fayyum ou
Faium é uma cidade do Médio Egito localizada 130 km a sudoeste do Cairo).O Papiro Nash foi
digitalizado e pode ser visto na página da Cambridge Digital Library.
recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite.E darei erva no teu campo aos teus
animais, e comerás, e fartar-te-ás.Guardai-vos, que o vosso coração não se engane, e vos
desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos inclineis perante eles;E a ira do Senhor se acenda
contra vós, e feche ele os céus, e não haja água, e a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais
da boa terra que o Senhor vos dá.Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na
vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos
olhos.E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te;E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas
portas;Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o
Senhor jurou a vossos pais darem-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.Porque se 64
diligentemente guardardes todos estes mandamentos, que vos ordeno para os guardardes,
amando ao Senhor vosso Deus, andando em todos os seus caminhos, e a ele vos
achegardes,Também o Senhor, de diante de vós, lançará fora todas estas nações, e possuireis
nações maiores e mais poderosas do que vós.
.
E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Que nas bordas das
suas vestes façam franjas pelas suas gerações; e nas franjas das bordas ponham um cordão
de azul. E as franjas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do
Senhor, e os cumprais; e não seguireis o vosso coração, nem após os vossos olhos, pelos quais
andais vos prostituindo. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os
cumprais, e santo sejais a vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do
Egito, para ser vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus. Números 15:37-41
A importância destes trechos da Escritura se deve a exortação para transformar em tradição
a ser repetida diariamente pelos judeus por todas as gerações do que foi escrito ali. A
continuidade oral deste texto e o tratamento que lhe é dado como sagrado traduz-se para
nós na fidelidade exigida a todas as palavras escritas e faladas por Deus que deveriam ser
aprendidas, decoradas, rezadas pelas famílias de Israel como o é até os dias de hoje por
milênios. A fidelidade deste povo em cumprir este ritual afirma para nós a certeza de que as
Escrituras foram fielmente copiadas e passadas a todas as gerações conforme foi ordenado
por Deus. Revela também o firme propósito de Deus em abençoar o seu povo a partir da
obediência ao que ele deixou escrito para todos nós e as consequências desastrosas em
esquecer suas leis e mandamentos. Se Deus é fiel para abençoar seu povo a partir do que
está escrito concluímos que sua palavra continua viva para sempre, que tem importância
eterna e carrega correção, dignidade e fidelidade, pois Deus zela pela sua palavra e o que Ele
disse é o que está escrito na Bíblia, pois podemos confiar nele.
A Bíblia em português.
A primeira Bíblia traduzida para o português foi publicada entre os anos de 1644 e 1691 por
João Ferreira de Almeida; pastor reformado de nacionalidade portuguesa que trabalhou para
a Companhia das Índias Orientais Holandesas e que viveu no século 17. Porém a sua tradução
do Novo Testamento foi publicada pela primeira vez entre os anos de 1681 a 1712, em
65
Amsterdam, na Holanda por ordem da Companhia das Índias Orientais para qual trabalhava
o conquistador Mauricio de Nassau.
Há registros históricos de que Mauricio de Nassau (1604 – 1679), governador da colônia
Holandesa no nordeste do Brasil havia encomendado 20 Bíblias grandes e também havia
projetos de tradução da Bíblia para o idioma Tupy, interrompido pelos combates com a
coroa portuguesa. Nassau era de formação protestante tendo estudado em centros
calvinistas em Genebra – Suíça e ingressado na carreira militar a serviço da Holanda em
1621. Como governador da Nova Holanda no Nordeste Brasileiro, mais especialmente em
Recife, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.Permitiu a liberdade de
culto entre os holandeses, franceses, italianos, belgas, alemães, flamengos e judeus 65
promovendo grande tolerância religiosa melhor do que na Europa.Surgem disto os motivos
de o Novo Testamento em português ter sido levado para fora de Portugal e traduzido na
Holanda e Inglaterra. A tradução completa para nosso idioma foi concluída em 1819 em
Londres.
A introdução das Sagradas Escrituras no Brasil começou discretamente em 1814.Com a
participação de brasileiros na edição Revista e Corrigida a partir dos anos 1800, houve
adaptação para o idioma português do Brasil e desde então as revisões aproximaram a
tradução de Almeida para o que é hoje a tradução em nosso idioma. Naqueles primórdios,
exemplares de Novos Testamentos e Bíblias completas eram distribuídos a bordo de navios
que deixavam Lisboa e portos ingleses com destino ao Brasil. Era um trabalho muito
inteligente e de bons resultados. Dependia da boa vontade e do espírito missionário de
capitães de navio, comerciantes, e pessoal diplomático e militar que viajassem para o Brasil.
Os capelães britânicos radicados nos mais importantes postos brasileiros também
participavam deste ministério. A partir de 1818, a distribuição de Bíblias na América Latina
passou a ser feita por meio de agentes das duas sociedades Bíblicas existentes, a Britânica e
a Americana. O primeiro deles foi o pastor batista escocês James Thomson (1781-1854). Foi
ele quem introduziu a Palavra de Deus na Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Porto
Rico, Haiti, Cuba, México e várias ilhas das Antilhas. Não se sabe se ele esteve no Brasil.O
pastor metodista americano Daniel Parish Kidder (1815-1891) foi o primeiro correspondente
da Sociedade Bíblica Americana a se fixar no Brasil. Com a idade de 22 anos, já casado, ele
percorreu o país de norte a sul. Kidder era destemido e criativo. Em uma de suas viagens a
São Paulo, propôs à Assembléia Legislativa da Imperial Província de São Paulo o uso da Bíblia
nas escolas primárias de toda a província e se comprometeu a doar doze exemplares para
cada escola, caso a proposta fosse aprovada.
Entre a chegada dos primeiros exemplares da Bíblia (1814) e a chegada do primeiro
missionário protestante permanente (1855), há um espaço de 41 anos. Isso significa que as
Escrituras Sagradas precederam a implantação das primeiras igrejas evangélicas brasileiras.
Naquele tempo, a Igreja Romana não via com bons olhos o trabalho das sociedades Bíblicas e
de seus colportores (pessoas que se ocupavam da circulação da Bíblia por motivação
66
As divisões da Bíblia.
ANTIGO TESTAMENTO
O Antigo Testamento conta a história do povo hebreu, desde sua fundação com o chamado 66
de Abraão, sua localização na terra palestina, os seus governantes, reis e profetas e
sacerdotes, suas guerras, dificuldades força e conquistas como também seus erros e sua
queda. O povo judeu tem toda sua trajetória registrada na história de Israel narrada na
Bíblia.Essa história retrata a fé do povo no Deus de Israel e descreve a vida religiosa dos
israelitas como povo de Deus. O que Deus fez por este povo e como eles deveriam adorá-lo e
obedecer-lhe e ama-lo.
Antigo Testamento está divido em 5 blocos.
(1) A Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.
(2)Históricos:Josué, Juízes, Rute, 1ª e 2ª SAMUEL, 1ª e 2ª REIS, 1ª e 2ªCRONICAS, Esdras,
Neemias, Ester.
(3) Poéticos e Sabedoria:Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares.
(4) Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel.
(5) Profetas Menores:Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
NOVO TESTAMENTO
Os livros do Novo Testamento foram escritos pelos discípulos de Jesus Cristo. Estão divididos
em 5 blocos.
(1) Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas, João.
Os evangelhos são também denominados de Biográficos Sinóticos devidos a certo
paralelismo entre si. Por sua semelhança permitem uma visão panorâmica da vida e obra,
doutrina e paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
(2) Histórico: Atos dos Apóstolos.
(3) Cartas Paulinas:Romanos, 1ª e 2ª Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª e
2ª Tessalonicenses, 1ª e 2ª Timóteo, Tito, Filemom.
Também denominadas de Epistolas Paulinas. Escritos do apóstolo Paulo a pessoas e as
cidades onde havia as primeiras congregações, orientando as mesmas.
67
No entanto, Jesus é maior do que o livro, assim como Deus é mais sublime do que os céus
(Hebreus7:26\1ªTimóteo6:16/Êxodo 33:20/Jó37: 23) e o Espirito do Senhor tem todo o
conselho, juízo, sabedoria e ciência. A Bíblia não poderia conter todos os pensamentos de
Deus nem mesmo a sua glória ao infinito (Isaías 40:12-14/1ªCoríntios 2:16). Os homens
mortais tem apenas um vislumbre, como sombras em uma caverna veem apenas em partes
(O mito da Caverna – A Republica Livro VI – Platão - 428-348 A.C e Apóstolo Paulo em 1ª
Coríntios 13:12 - 55 D.C.).
Ao Senhor; Deus de Israel pertence, ou seja, é Dele, todaa majestade, poder, glória e vitória
que há nele mesmo, e de tudo o que há nos céus. Toda a beleza, poder e majestade do
universo, incluído tudo o que a terra é e representa, com as suas surpreendentes riquezas,
69
recursos naturais e belezas conhecidas ou desconhecidas pelo homem pertencem a Deus,
sendo em verdade a sua obra, sua criação (Salmos 24:1). Deus é de eternidade em
eternidade, Ele governa soberano sobre todos, sobre tudo, inclusive o universo e a terra, os
mundos, coisas e seres e nada está acima dele, o trono de Deus é o lugar mais sublime,
mais alto e de maior autoridade que existe.
(1ªCronicas 29:10-12/16: 26-27/2ªCronicas 20:6/Salmos 93:1-2)*.
Quando lemos a pergunta intrigante feita em Isaias 40:18: “Afinal com quem Deus pode ser
comparado? Com quem ele se parece?”Pergunta repetida no versículo 25:”Diz o
Santíssimo: Com quem me comparareis? Com quem eu me assemelho?”.
Frente a isso e ao considerarmos os versículos de 1ª e 2ª Crônicas e dos Salmos colocados
entre parentes anteriormente*, aos quais poderiam ser acrescidos de muitos outros,
percebemos a complexidade e dificuldade em dar uma resposta para as questões
levantadas em Isaias 40. Afinal ninguém conhece a Deus como Ele realmente é. Além disso,
um ser finito e mortal jamais teria capacidade ou condições de definir a Deus, muito menos
compará-lo com alguém ou a algo, o que é na verdade impossível, já que nosso conceito de
ser e existir estão limitados ao espaço/tempo do universo em que vivemos o que não
ocorre com Deus. Entendemos então como isto ofende a Santidade de Deus e o motivo de
sua indignação com a idolatria, o de ser comparado com algo que foge completamente -
não só da razão e também da absoluta verdade e santidade do Deus incomparável, imenso
e que não se pode ser medido pela nossa existência - e muito mais especialmente contra a
de seu próprio povo, e de todas as suas criaturas - daí a sua ira e castigo (Salmos
16:4/Êxodo 20:3). Deus não pode ser comparado com qualquer coisa, Ele não aceita ser
confundido com a sua criação, obra que ele realizou e que não é como Deus é (Êxodo 20:4-
5). Consideremos a meditação no comentário produzido por Santo Agostinho de Hipona,
um dos doutores da igreja, filósofo e defensor da divindade de Jesus Cristo e do Espirito
Santo, defensor da doutrina da Trindade a respeito da grandeza e eternidade de Deus:
“E assim SENHOR – tu que não és às vezes uma coisa e outras vezes algo diferente,
mas este mesmo, o mesmo e o mesmo: santo, santo, santo, Deus onipotente – no
principio, isto é, de ti, em tua sabedoria nascida de tua substancia, foste tu que
fizeste algo, e o fizeste a partir do nada. Com efeito, fizeste céu e terra, não
70
extraídos de ti, por que não há nada que seja igual a ti. Não se admite de modo
algum que algo seja igual a ti se não é feito de ti. E não havia outra coisa antes de ti
da qual o terias feito, Deus, uma trindade e tripla unidade: por isso criaste do nada
céu e terra, o grande e o pequeno, visto seres onipotente e bom em criar toda as
coisas boas, seja o grande céu e terra, essas duas coisas; uma próxima a ti, outra
perto do nada, Quanto à primeira, só tu é superior, quanto à outra, só o nada pode
ser inferior (Agostinho, confissões XII, 7).
As questões feitas por Deus através de seu profeta Isaias são de profunda reflexão.
Proponho dividi-las em parte A e B:
A) verso 18: A quem fareis semelhante a Deus? Ou com quem Deus pode ser comparado? 70
Com o que ou com quem Ele se parece?
B) verso 25: Fareis Deus semelhante a quem, para que Eu lhe seja igual? Com que Deus se
assemelha, a quem Deus é igual?
seu braço dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e o seu salário
diante da sua face. Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços
recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam guiará
suavemente”.
João Batista testemunhou que Jesus era o Cristo anunciado por Isaias. Recomendo a leitura
do capitulo 1ª do evangelho de João concomitantemente com Isaías 40.
As palavras profetizadas 700 anos antes por Isaias que seriam anunciadas em Jerusalém do
primeiro século identificavam e ligavam a pessoa do anunciador com João Batista e o
anunciado (Deus) com Jesus Cristo. (eis aqui está o vosso Deus em Isaías) e (eis aqui está o
cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo em João 1:29-34). 71
Era sabido entre os judeus que somente Deus pode tirar o pecado do mundo e perdoar os
pecadores. No evangelho de Marcos 2:1-12, no episódio do paralitico curado, verificamos
especialmente a declaração sobre quem exclusivamente pode perdoar pecados sendo
aplicada ao Senhor Jesus: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?”.
Talvez seus acusadores tivessem em mente o texto que segue em Isaías 43:25:“Sou Eu
(YAHWEH), Eu mesmo, aquele que apaga tuas transgressões, por amor de mim, e que não
lembra mais de teus erros e pecados”. No entanto Jesus provou ter o poder para perdoar
os pecados quando curou o paralitico, demonstrando assim a sua autoridade tanto para
perdoar pecado igual a Deus, como poder para levantar o doente como Deus faria.
Ainda temos a pergunta de Isaías: “com quem comparareis a Deus?” ou ainda “Fará Deus
semelhante a quem? Com que Deus se assemelha?”.
Está nos versículos 13-14 do mesmo capitulo 40 de Isaias:
“Quem guiou o Espírito do Senhor, ou como seu conselheiro o ensinou?
Com quem tomou Ele conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho
do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o caminho do entendimento?”
Note o texto: “e se chamará o seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Todos estes textos são profecias messiânicas que se realizaram plenamente em Jesus Cristo
(Colossenses 1: 15,19).
Ainda poderíamos acrescentar os versos 28-29 de Isaías 40 no sentido de ter Deus, poder
para dar força a outrem, que é outro atributo exclusivo de Deus chamado de Onipotência.
Seu domínio sobre sua criação. Ele, Deus, é quem dá força e nunca se cansa de fazer isto.
Outra parte da resposta está em 1ª Coríntios 2:10. “Deus nos faz saber, nos ilumina com o
seu Espirito; O Espirito de Deus sabe todas as coisas de Deus (Onisciente) O Espirito de
Deus nos faz conhecer o que é de Deus, agora temos a mente de Cristo”(1ª Coríntios 2:10-
16).
A pergunta de 1ª Coríntios 2:16 persiste–“Porque, quem conheceu a mente do Senhor,
para que possa instruí-lo?”.
Quem conheceu a mente do Pai, do Filho e do Espirito Santo? Ninguém. Somente Deus
sabe. Vemos isto em Deuteronômio 29:29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor
nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para
que cumpramos todas as palavras desta lei”.
As coisas reveladas estão na sua lei, nas Escrituras divinas, na sua palavra para nossa
consulta, no entanto não revela tudo sobre Deus, Jesus e o Espirito Santo (Salmo 147:4-5)
“o seu entendimento é infinito”.
Sua sabedoria, ciência, juízos, caminho são insondáveis, mais altos, incompreensíveis.
(Romanos 11:33-36)
Jó 42:2 - tudo podes e os seus pensamentos não podem ser impedidos.
Jeremias 29:11 – “eu (Deus) sei os meus pensamentos”.Podemos dizer que o Espirito Santo
também sabe: “Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”.
73
A Bíblia não limita Deus, Jesus é maior que as Escrituras sagradas (Isaías 9:6-7) o Espirito
Santo vai além de todas as coisas e realiza os desígnios de Deus que são eternos (Isaías
61:1-3\11:1-2\Lucas 4:18\Apocalipse 19:13).
Deus só pode ser comparado com Ele mesmo, com Jesus e com o Espirito Santo; eles são O
Deus ELOHIM, revelados na sua criação, em Jesus, no Espirito Santo e nas Escrituras,
embora não limitado a ela (as Escrituras) não contradiz a sua lei. (Isaias 40:8 – a palavra de
Deus é eterna. Apocalipse 1:4 – os 7 espíritos de Deus. Zacarias 4:2, 10- os 7 olhos de
Deus).
Os sete espíritos de Deus devem representar a perfeição e o ministério do Espirito Santo à
igreja (Apocalipse 4:5\5:6). A simbologia do número sete é a perfeição e também denota 73
autoridade de Deus, perene ao seu Espirito.
Isaias 42:1 trata-se de uma profecia messiânica dirigida a Jesus declarando o próprio Deus
que nele (em Jesus) depositaria seu Espirito: “pus sobre ele o Meu Espirito”. Esta profecia
foi confirmada quando Deus mesmo declara sobre Jesus as primeiras palavras de Isaias 42:1
em Mateus 3:17 que diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Mateus
12:17-18)
Também em Mateus 17 sobre a sua transcendência messiânica na transfiguração. O
messias tem os sete espíritos de Deus (Isaías 11:1-2), o Espirito do Senhor está com Ele, por
isso somente o Messias poderia revelar a Deus o Pai, sendo esta a sua maior obra, revelar a
Deus no âmbito da salvação (parcial com relação a Deus). Isto posto, entendemos que há
muito mais para se conhecer sobre Deus pela eternidade do que poderia ser revelado nas
Escrituras (Oséias 6:6). E que Deus somente pode ser comparado com Ele mesmo revelado
na pessoa de Jesus Cristo e do Espirito Santo.
Salmos 89:6: Pois quem no céu se pode igualar ao SENHOR? Quem é semelhante ao
SENHOR entre os filhos dos poderosos?
Jeremias 10:6: Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR; tu és grande, e grande o teu nome
em poder.
Isaías 45:5, 6: Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei,
ainda que tu não me conheças; Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o
poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro.
Resumo
A inspiração é um mistério.
A Bíblia é inspirada por Deus, soprada para dentro do homem.
Inspiração é proteção contra erros.
A inspiração é plenária; toda ela, sobre qualquer assunto.
A inspiração é verbal; palavra por palavra é inspirada.
74
CONCLUSÃO
Como na pintura de Michelangelo Mersi Caravaggio (1571-1610) são Mateus e o anjo no
quadro que revela que o apóstolo envolvido pelo anjo e a compaixão e paciência do anjo
relembram e revivem a experiência dos dias em que “o verbo” se fez carne; o produto deste
trabalho refletido na palavra “logos” escrito no livro apoiado no colo do apóstolo, ícone da
inspiração e transmissão do evangelho e Escrituras.
75
76
76
77
Art. 1º Fica determinada a inclusão, no acervo das bibliotecas públicas do Estado de Santa
Catarina, de pelo menos um exemplar da Bíblia Sagrada editada em linguagem Braile.
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA.
MATÉRIA DE FÉ
PARTE II
78
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA.
MATÉRIA DE FÉ
PARTE II
CRISTOLOGIA
79
79
80
CRISTOLOGIA
“uma dogmática cristã deve ser cristológica em sua estrutura fundamental como
em todas as suas partes, se é verdade que o seu único critério é a Palavra de Deus
revelada e atestada pela Sagrada Escritura e pregada pela Igreja e se é verdade que esta
Palavra de Deus revelada se identifica com Jesus Cristo. (...) A cristologia deve ocupar 80
todo o espaço na teologia… quer dizer, em todos os domínios da dogmática e da
eclesiologia… A dogmática deve ser em seu fundamento mesmo uma cristologia e nada
mais”. Karl Barth -um dos teólogos mais importantes do século XX; Suíça 1886-1968.
A Cristologia é a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo, trata-se aqui da sua relação
com Deus, sua origem, sua santidade, sua obra e o papel dentro da doutrina da salvação,
assuntos que vem sendo discutido desde os primórdios do cristianismo. A Cristologia tem
sido debatida incansavelmente durante séculos, com pontos de vista semelhantes,
divergentes e mesmo com algumas controvérsias. Os principais assuntos são:
A Divindade de Jesus 81
A Humanidade de Jesus
A Encarnação
A Revelação de Deus
Isto está em conformidade com o ensino de Jesus escrito em João 7:16-17, onde o mestre
afirmou que se alguém desejava saber e provar se a sua dogmática era de Deus ou não, por
tanto se tinha mesmo o poder divino como selo do seu ministério, precisaria experimenta-
la, ou desejar fazer ou praticar a dogmática por ele ensinada, para então confirmar que a
sua doutrina vem de Deus; (a fé sem obras estaria morta, sem atividade por tanto inócua e
sem provas), em outras palavras: a prática da doutrina confirma a fé e dá o testemunho
interno ao indivíduo e também um testemunho poderoso que alcança os que ainda não
tem esta mesma fé em Cristo e na sua doutrina, no seu ensinamento. Cristo afirmou em
Mateus 22:29 ser um erro não conhecer a Escritura não conhecendo também o poder de
Deus, uma coisa está ligada a outra, se há poder de Deus logo a doutrina vem Dele mesmo,
este seria o sinal da autoridade da dogmática de Jesus para sempre, que teria efeito eterno
(Atos 14:3). Pois bem, ainda hoje muitos entregam sua vida a Deus por causa do que Cristo 82
fez e ensinou, isto prova que sua palavra tem poder, há um efeito e a causa é Cristo por
tanto se pessoas ainda estão se convertendo a Deus logo a doutrina de Jesus é
verdadeiramente divina e extrai Dele seu poder, podemos afirmar com certeza que Cristo
vem de Deus, não sendo somente um homem e menos ainda um anjo (Gálatas 1:8) já que
nenhuma doutrina de anjo pode ter autoridade divina ou apostólica em igualdade com a do
Cristo ressuscitado a sua dogmática permanece para sempre.
O desafio de Jesus a prática da sua doutrina está também transcrita no seu discurso em
Lucas 6:46-49; neste trecho vemos que Jesus afirma que aqueles que creem ser ele O
Senhor devem agir de acordo com esta crença. Crer em Jesus como O Senhor envolve uma
doutrina (uma instrução), assim aqueles que professavam ser ele O Senhor deveriam
praticar a dogmática ensinada pelo seu Senhor, seu dono, seu tutor, seu mestre e líder – O
Senhor Jesus. O grande mestre afirma que aquele que ouve, ou aprende sua doutrina e à
prática é como alguém que constrói sobre alicerces inabaláveis e indestrutíveis resistentes a
qualquer prova, seja de ordem natural ou sobrenatural, pois sua doutrina vem de Deus que
não se pode abalar ou destruir e tem duração e efeitos eternos (1ª Corintios 3:10-15). Jesus
afirma para estes: “os que ouvem e praticam a minha palavra”, por tanto a praxe (prática)
é resultado de uma orthos (reta) doutrina e não é uma fantasia inventada pelos homens em
devaneio, a isto também chamamos de fé. Em acordo com os ensinos dogmáticos de Jesus
estão as epistolas como em Romanos 10:11 – “Todo aquele que nele crer não será
confundido”; em Tiago 1:22 – “E sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes
enganando-vos a si mesmo”. Observamos a autoridade de Jesus e da sua palavra ainda no
evangelho de Lucas 4:31-37 – “sua palavra era com autoridade... Ele dá ordens com
autoridade e poder e eles se vão” (os demônios). Jesus passa então a prática da sua fé, ou
seja, ele ensinava com autoridade e praticava a autoridade de sua dogmática de seu ensino,
demonstrava isto com curas e libertações, ele mostrava que sua doutrina era de Deus O Pai,
praticando-as, exortando os seus discípulos a seguirem seu exemplo (Marcos 16:20/Lucas
10).
Após ensinar as bem aventuranças (Lucas 6:20-23) ele exorta seus seguidores à prática dos
seus ensinamentos seguindo seu exemplo desafiando seus ouvintes a colocar em prática
sua dogmática e exercer a autoridade que dela vem (Lucas 7:46-49) para estarem firmes
contras as armadilhas do adversário das nossas vidas e sustentados no dia das
83
tempestades, para os discípulos está deveria ser a prova (Mateus 8:26-27). Observa-se
assim que o conceito que Jesus estava ensinando não era uma tese, pois através da
experiência tudo poderia ser comprovado, assim como os incrédulos pediram um sinal de
sua majestade e poder assim Jesus lhes desafiou, a maior prova da sua divindade seria
obtida através da obediência de seus ouvintes que praticassem o que ele dizia e ensinava, a
sua doutrina e seus dogmas, então estes corações cheios de dúvidas seriam cheios de fé,
este era o jeito de Jesus acrescentar mais fé nos seus ouvintes, era a sua didática.
Hipótese é a suposição de que algo que pode (ou não) ser verossímil, que seja possível de
ser verificado, a partir da qual se extrai uma conclusão é uma especulação, chance ou
possibilidade de algo acontecer. Uma hipótese corresponde a uma possibilidade de
explicação sobre determinada causa de estudo. São responsabilidade dos pesquisadores as
experiências e outros métodos de comprovação para descobrir quais hipóteses são mais
prováveis ou verdadeiras. Assim é responsabilidade de cada um que deseja crer na
divindade de Jesus colocar em prática e fazer o experimento em sua própria vida para obter
a certeza ser ela verossímil.
posteriormente seriam elevadas a uma dinâmica do cotidiano que tocaria cada vida em
todo o planeta, não pertencendo mais a apenas para um único povo étnico, e isto foi
realizado por Jesus Cristo. A coerência da norma prefixada por Deus foi consolidada e
renovada por Jesus, o filho de Deus, que na plenitude dos tempos (Hebreus 1:1) através da
sua dogmática trouxe para a preservação das famílias de todo o mundo a justiça e paz
relacionada primeira a uma etnia e depois a todos que ouvem, pois foi disto que se tratou o
seu sermão da montanha, uma leitura mais profunda do significado das letras uma elevação
das normas ao seu verdadeiro espírito e significado, uma revisão e não uma rejeição
completa, uma atualização e não uma anulação total; seu sentido foi ampliado para a
responsabilidade individual e não mais um catálogo nacional, seu cumprimento estava todo
em Cristo a Pedra Viva e eterna, não mais em um símbolo estático, mas vivo e imutável
(Hebreus 13:8). 84
Os termos gregos hypo (debaixo) e thesis (tese), tem o sentido de base ou princípio de
sustentação das leis. As hipóteses são o conjunto de condições iniciais a partir das quais,
com base num raciocínio lógico, é elaborada a demonstração de um determinado
resultado, chegando a uma tese. Uma hipótese científica é uma proposição especulativa
que se aceita de forma provisória como ponto de partida de uma investigação. Na teologia
a hipótese de Deus ser verdadeiro e de Jesus ser ao mesmo tempo homem e Deus parte da
premissa inicial que aquilo que está escrito sobre ambos na Bíblia é verdadeiro e real não
um mito ou uma fantasia. É possível verificar a possibilidade e necessidade de Deus, de
Jesus e do Espírito Santo e da salvação do homem, apenas observando tudo que existe, e
no que está acontecendo na história da humanidade e através da meditação, logo se há
possibilidade de que tudo que existe tenha uma origem, então Deus é verificável pelo que
já produziu, e pelo raciocínio humano embora com estes métodos não podemos conhecê-
Lo completamente e ao infinito. Se a possibilidade de Deus ser a explicação ultima como
causa da vida, nosso objeto de estudo, logo a hipótese mais provável é de que há Deus,
logo há Jesus Cristo filho de Deus como Deus é. Se a hipótese de que a Bíblia não é
verdadeira e de que a Palavra de Deus está mentindo fosse comprovada, logo não haveria
mais cristianismo, cessando assim a salvação da humanidade, neste caso também não
haveria um Deus verdadeiro, pois a Bíblia declara que Deus não pode mentir, restando
ainda à possibilidade da existência de um deus mentiroso, o mesmo foi desmascarado por
Jesus quando chamou o diabo de o pai da mentira (João 8:44), neste caso eles não seriam
diferentes um do outro o que violaria o principio da fidelidade e imutabilidade de Deus, por
tanto é impossível (Hebreus 6:18). A premissa da qual Deus é Real e Jesus seu filho é
verdadeiro Deus e verdadeiro homem não torna a hipótese da salvação uma verdade, pois,
ela nunca foi uma hipótese ela sempre foi real, do contrário o que a Bíblia declara sobre
Deus estaria incorreto sendo assim Jesus não seria o que ele disse ser, destas conclusões
nasce à dogmática de que o desejo de Deus é salvar todo o homem e o Salvador é Deus em
forma de homem, seu próprio filho o Senhor Jesus Cristo; se há o desejo logo a uma fonte
deste desejo (Deus) e se há uma fonte há um objetivo, propósito (a salvação) logo ha um
objeto (o homem) o que torna a hipótese em realidade verificável uma verdade indiscutível,
surge daí a inquestionabilidade em que há um Deus e seu filho Jesus é como Deus é em seu
ser, seu desejo e seu objetivo. Ainda resta que a Hipótese Nula é um conceito do âmbito da
estatística e da probabilidade, que afirma que uma hipótese é considerada verdadeira até
85
que surjam evidências que provem o contrário. Ainda não surgiram evidencias que provem
que não há Deus e de que o homem ou outra criatura possa resgatar sozinhas a
humanidade da perdição eterna e colocar o ser humano em paz com seu criador. Com isto
em mente passemos adiante, para conhecer a profundidade das riquezas que há em Cristo
nosso Senhor e verdadeiro Deus.
Deus é o único sujeito da encarnação e também a única pessoa agente. A iniciativa
divina não tolera outro sujeito de ação neste grande mistério. A humanidade de Cristo é
simples predicado da sua vontade e divindade. É nesta humanidade de Cristo que consiste a
salvação do homem. Deus fez isto por que ele pode. Deus fez isto por amor (Hebreus 1:6). A
humanidade de Jesus o homem, é o resultado unicamente da vontade e ação de Deus. Deus
Pai é o agente da encarnação; Deus filho é o sujeito da encarnação (João 3:16). A 85
humanidade de Deus é Jesus o filho de Deus. Jesus o filho do homem é verdadeiro Deus e
verdadeiro homem. (1ª João 5:20\Judas 4)
Em termos humanistas e humanitários podemos declarar que Jesus foi o melhor ser
humano de todos os tempos e será assim para sempre. A capacidade relacionada ao ser
humano em toda a sua plenitude estava em Cristo. O grau de psiquismo, equilíbrio e
serenidade interiores prevalecem no ser do Messias. Uma pessoa com grande interesse
pelos seres humanos. É Jesus quem possui a verdadeira compreensão dos direitos do ser,
da sociedade, a sua psicologia da sua biologia, da alma, do corpo e do espírito humano, da
sua cultura e filosofia. Podemos afirmar que em Cristo havia a plenitude do ser humano. O
homem máximo.
Foi da vontade de Deus que o divino se tornasse humano, o resultado desta vontade
divina, seu predicado, foi o homem Jesus. Neste homem pleno habitava corporalmente a
divindade plena, mas não a sua glória plena visível. (João 1:1, 14,18\Colossenses
1:19\Hebreus 1:3\1º Timóteo 3:16\Filipenses 2:6-8).
Foi da vontade de Deus que seu divino filho fosse homem para demonstrar de fato o
significado de ser humano e o plano e desejo de Deus que todos reflitam a imagem e
semelhança de seu filho Jesus. Por isso Deus mesmo proclamou sua satisfação pessoal em
Jesus (Mateus 3:17\17:5\12:17-18\Marcos 1:11\Isaías 42:1-4). Em Jesus Deus tem
satisfação, prazer e alegria. O Salmos 37:4 exorta: “Deleita-te no Senhor”. Jesus dá ao Pai o
deleite pleno que Deus merece. Portanto torna-se importante prosseguir em conhecer a
Deus através de seu filho Jesus, sua maior revelação. Deus realizou plenamente a sua
vontade em e através de seu filho Jesus, um ser humano verdadeiramente a sua imagem e
semelhança, co-igual ao Pai, único e primeiro da sua espécie (Colossenses 1:9\2:2-3\Oséias
6:6b\João 1:18).
se descobre que aquele carpinteiro de Nazaré é na verdade filho do Altíssimo. Por sua vez
também descobrimos que o Deus dos hebreus tem um filho só seu; descobrimos que Deus
é Pai no sentido real da palavra e que por isso todo homem pode se identificar com Deus
neste sentido, pois Ele é o Pai de todos e nosso criador, o doador da vida que há em si
mesmo (João 5:25-27). Não foi apenas o filho que se tornou carne, mas o Pai declarou aos
mortais que entre eles estava um homem que é Deus Filho. Na verdade este filho é como o
Pai é; em termos populares o filho é igualzinho ao Pai (Mateus 11:27\João 14:7). Este filho é
unicamente do Pai, é único que não tem pais terrestres, tendo como exceção o período da
encarnação quando ele mesmo gerou corpo para si. O milagre da encarnação teve lugar
sem qualquer cooperação humana. Não existem dois filhos de Deus. A união hipostática 86
une humano e o divino em um só e único filho de Deus.
Este tem sido o credo dos cristãos por séculos e o propósito do credo é agir como um
critério de crença correta ou uma ortodoxia, uma dogmática que dá um norte sobre o que
se conhece sobre a pessoa de Jesus Cristo. Entender como foram percebidos e construídos
os dogmas a respeito do Cristo e como este conhecimento tem afetado e definido a nossa
fé é tarefa mui importante e árdua. Havendo decorrido grandes disputas através dos
séculos podemos acreditar que o conhecimento que temos atualmente continua e ainda
será ampliado ao infinito. No entanto não convém desprezar a nossa história, mas presta-
nos grande serviço saber como se desenvolveu tal obra com ajuda de Deus e cooperação
dos homens; para tal finalidade abordaremos resumidamente a construção histórica sobre
a humanidade de Cristo e da sua divindade no decorrer dos séculos, sabendo, porém que
não estaremos esgotando o assunto dos concílios
“A eterna Palavra de Deus
ecumênicos.
escolheu essência e existência
Concílios ecumênicos. humana, santificou-a e assumiu-
a até fazer dela uma só realidade
Concílio ecumênico (gerais ou universais) é uma consigo mesmo, de maneira a
tornar-se, enquanto verdadeiro
reunião de todos os bispos cristãos que foram
Deus e verdadeiro homem, a
convocados para discutir e resolver as questões Palavra da reconciliação dita ao
doutrinárias ou disciplinares da igreja cristã primitiva
homem por Deus.” (Karl Barth).
com o objetivo de encontrar e estabelecer algum
consenso teológico para o cristianismo. O
enfrentamento das heresias, a necessidade de reformas, de reflexão e debates são razões
para estes encontros históricos. A palavra ecumênico significa: mundo habitado;
designando o mundo em geral com ênfase no Império Romano, pois foi durante boa parte
do Império Romano que se desenvolveram os concílios ecumênicos. Os anglicanos,
luteranos, calvinistas e algumas denominações protestantes reconhecem até o 4º concilio,
outros até o 7º concilio. Os sete primeiros concílios ecumênicos foram:
87
A Palavra bispos vem do grego: epíscopos que significa bispo; inspetor diocesano;
supervisor ou superintendente. O texto Bíblico em 1ª Pedro 2:25, se refere ao Senhor Jesus
como Pastor e Bispo das almas dos homens que se convertem. Os homens que foram 87
escolhidos para liderar, apascentar, cuidar e para guiar os discípulos de Cristo no seu
trabalho na igreja também são chamados de bispos (Atos 20:28/Filipenses 1:1/1ª Timóteo
3:2/Tito 1:7).
O sínodo é a assembléia de bispos de todo o mundo que reunia-se nos concílios. Concilio e
sínodo se refere ao mesmo tipo de encontro e são usados como sinônimos. Os concílios
serviam para clarificar vários aspectos doutrinários e disciplinares nos primórdios do
cristianismo.
Naquela ocasião foi resolvido o dilema que contaminava as igrejas recém-formadas: para
ser cristão era necessário seguir o judaísmo? Poderemos verificar alguns versículos que
deram base para a decisão de tornar o cristianismo independente do judaísmo e universal
com acesso a todos que aceitando Jesus como seu único salvador podia ser considerado
filhos do mesmo Deus que o são os judeus sem serem obrigados a seguir os costumes
judaicos; decisão tomada pelos discípulos de Jesus logo no 1º século.
(Gênesis 12:3\Gálatas 3:7\Efésios 3:6).
85
85
Acima um Ícone retratando o Primeiro Concílio de Niceia. Foi no concilio de Nicéia que se
fixou a data da páscoa em 17 de abril equivalente a 14 de Nisã dos judeus.
O 1º concilio da igreja primitiva com o objetivo de reunir todos os bispos da igreja de todas
as regiões em que havia cristãos fofoii realizado em 325 D.C.(20/5/325 a 19/6/325) na cidade
de Nicéia, na atual cidade de Iznik na Turquia a pedido do imperador romano Constantino.
Neste concilio foi proclamado à igualdade de natureza entre o Pai e o filho que compõe o
credo Niceno, que é a profissão
rofissão de fé dos 318 bispos que participaram deste 1º Concilio.
Este credo afirma a divindade co-essencial
co do filho aplicando-lhe
lhe o termo: consubstancial
ao Pai. Homoousios tou Patrou (consubstancial ao Pai)
86
O tema importante do concilio de Nicéia era a trindade. Mas a doutrina da trindade só seria
aceitável se crido na divindade do filho que é o Cristo. O vocábulo trindade foi criado por
Tertuliano e passou a fazer parte da teologia cristã. Ele introduziu o vocábulo trinitas para
complemento de Unitas. Segundo Tertuliano, Pai, Filho, Espírito Santo, são um só Deus por
que uma só é a substancia, um só o estado (status) e um só o poder.Foi Tertuliano quem
deu a mais antiga exposição formal sobre a teologia da trindade. Ele foi patriarca do
cristianismo e viveu entre 160 a 220 D.C., viveu cerca de 60 anos de idade, por tanto antes
do concilio de Nicéia.
Havia surgido à controvérsia Ariana sobre a divindade de Jesus entre Ário e Alexandre, 86
ambos da cidade de Alexandria; uma cidade do Egito fundada por Alexandre o grande em
331 A.C. que permaneceu sua capital por mil anos. De acordo com a tradição, a igreja de
Alexandria foi fundada por Marcos, o evangelista, em 42 D.C.
Ário era um jovem presbítero de Alexandria muito ambicioso. Ele estava muito incomodado
com a pregação de Alexandre, bispo da igreja e um senhor idoso. Ário ensinava duas
heresias para contradizer o bispo de Alexandria:
A) Se Cristo é igual ao Pai então ele é seu irmão e não seu filho.
B) Houve um tempo em que o filho não existia e se não existia foi criado, Jesus seria
então o 1º ser criado por Deus. Ensino este perpetuado atualmente pelas
testemunhas de Jeová.
Enquanto isto Alexandre o bispo, ensinava que Pai e Filho são co-iguais.
Ário acreditava em Jesus como salvador, mas negava sua divindade, pois alegava que o filho
não era como Deus. Afirmava que o Logos era inferior ao Pai. Devemos ter em mente que
na igreja primitiva cria-se na divindade de Cristo, mas ainda não se expressava isto
teologicamente. Surgiram então conceitos como:
O grande herói deste concílio foi Atanásio, o anão negro, na época do concilio de Nicéia era
diácono de Alexandria e discípulo do bispo Alexandre, foi Atanásio quem mais batalhou
pela doutrina da trindade durante o primeiro concilio. A igreja sempre lutou pela verdade e
nunca antes do século XX foi centro de entretenimento ou de palhaçadas no local de culto a
Deus. Os homens que estavam reunidos no concilio foram os mesmos que antes eram
perseguidos e martirizados por Roma, não eram teóricos eram homens de ação. Atanásio
mais tarde escreveu uma obra sobre a encarnação do verbo.
Foi em Nicéia que se empregou o termo Homo ousis = mesma substancia de Deus Pai para o
filho. Foi assim reconhecido e proclamado que Jesus não foi um homem que se fez Deus, 87
por causa de sua excelência, mas o próprio Deus que se fez homem para reconciliar a
humanidade com Deus. Se o filho não fosse Deus da mesma substancia que o Pai toda a
salvação seria colocada em risco, pois foi iniciativa do Pai salvar o homem. Isto é a graça
divina, não é conquista humana (Efésios 2:8-9).
Esta expressão tem o sentido de a mesma essência, co-iguais. O Filho é homousis ao Pai, é
da mesma substancia e essência que o Pai.
88
Foi realizado na cidade de Constantinopla, atual Istambul na Turquia em 381 D.C. Esta
cidade recebeu este nome em homenagem ao Imperador Constantino e foi elevada a
capital do império romano em 330 D.C., era a nova Roma. Neste concilio afirmou-se a
natureza divina do Espírito Santo. Este concilio foi aceito por católicos, ortodoxos e
protestantes.
Desde o édito de Milão em 313 D.C. promulgado por Constantino, imperador do oriente e
Licínio, imperador do ocidente, o cristianismo passou a ser a religião oficial do império
romano, após diversos episódios de perseguição desde a sua origem com Jesus Cristo. Este
decreto de Milão assegurou a tolerância e liberdade de culto para os cristãos,alargada a
89
O édito de Tessalônica de 380 D.C. decretado pelo então imperador romano Teodósio I
ampliava o edito de Milão. Teodósio determinou que o cristianismo tornar-se-ia
exclusivamente a religião do estado no império romano, abolindo as práticas pagãs
(tradições religiosas politeístas) e fechou os templos pagãos por todo o império romano.
Com este édito de Tessalônica o estado passava a ter como religião oficial o cristianismo, a
religião dos bispos católicos, a religião do apostolo Pedro. O cristianismo Niceno tornou-se
oficial para todos os súditos do reino que deveriam segui-los. 89
Até cerca de 360 D.C. os debates teológicos tratavam mais da divindade de Jesus, a 2ª
pessoa da trindade. No entanto o concilio de Nicéia não esclareceu a divindade do Espírito
Santo, a 3ª pessoa da trindade que se tornou um tema de debate. Foi a partir do 2º concilio
realizado em Constantinopla que se expandiu a menção do Espírito Santo no credo Niceno.
Verificou-se que o Espírito Santo é Senhor que procede do Pai, e com o Pai e o filho é
adorado e glorificado. Com isto ficou estabelecido que o Espírito Santo devesse ser da
mesma ousia (ser) que Deus o Pai. Esta decisão oficial deu apoio para o conceito da
trindade. Surgiram alguns contratempos:
Negaram a consubstancialidade não do filho, mas do Espírito Santo que consideravam uma
criatura do filho e, portanto inferior a este. O Espírito Santo seria uma criação do filho e um
servo do Pai e do filho. Macedônio, foi refutado no concilio de Constantinopla. Os
opositores dele foram: Atanásio, o anão negro que antes em Nicéia foi um diácono agora
em Constantinopla era bispo de Alexandria. Basílio o Grande e bispo da Capadócia e São
Serapião um monge egípcio e professor de teologia.
Uma das medidas do imperador Teodósio I (379-395) foi proibir os cultos helênicos e
filosóficos. Tratou com rigidez aqueles que se opunham aos preceitos católicos. Um dos
grandes conflitos do cristianismo e do paganismo dizia respeito ao homossexualismo,
prática comum na Grécia e Roma. Os guerreiros espartanos tinham o hábito de deitar-se
com os guerreiros mais jovens (14-18 anos de idade). A pederastia era considerada um bom
90
Para o Espírito Santo ser considerado uma pessoa Ele precisa ter atributos de pessoa:
90
A) Amor: Romanos 15: 30.
B) Alegria: Atos2: 13\Lucas 10: 22\ Gálatas 5: 22\Salmos 51: 10-12
C) Tristeza: Efésios 4: 30
D) Ajuda, intercede, sonda: Romanos 8: 26-27.
E) Tem vontade: 1ª Coríntios 12: 11 (O Espírito Santo age como quer)
91
Lugares para os bispos presentes no 7º Concílio Ecumênico. Não parece ser macio como o
veludo das atuais igrejas. Foto de Ferrell Jenkins.
Foi realizada na cidade de Calcedônia, atual Anatólia em Istambul na Turquia. Data da sua
realização é de 08\10 a 1\11 de 451 na cidade de Bitinia – Ásia menor com a colaboração de
centenas de bispos. Durante este concilio foi repudiada a doutrina de certo monge
chamado Eutiques que vivia em Constantinopla, relativa ao monofisismo e declarada à
dualidade humana e divina de Jesus, a segunda pessoa da trindade.
Definiu-se ali: Cristo é uma pessoa em duas naturezas perfeitas, sem confusão ou
conversão, sem divisão ou separação. Essas duas naturezas unem-se de forma hipostática.
Permanecendo um mistério como isto se dá. (Tomus Flaviano – Leão I – Bispo de Alexandria)
92
Esta declaração faz parte da carta ao arcebispo Flaviano de Constantinopla, escrita por Leão
Magno ou Leão I que viria a ser o primeiro Papa, para combater as heresias do monge
Eutiques.
Em sua linguagem, Leão I nunca admite haver em Cristo dois sujeitos. As duas naturezas
coexistem integradas após a união do verbo com o humano. As duas naturezas se mantem
sem confusão, as propriedades de cada natureza se mantem intactas e completas onde a
comunhão das duas naturezas se faz na unidade de uma só pessoa: Cristo o único mediador.
O papa Leão I usa o argumento soteriológico que sustenta toda a sua exposição: Pedro, “por
92
revelação do Pai, confessou que o mesmo é o Filho de Deus e Cristo, (Mateus 16: 13-17)
porque admitir um dos dois sem o outro era inútil para a salvação” O argumento salvífico
repousa em três argumentos inseparáveis:
Leão I não tenta criar um meio termo. Estando em perfeito acordo com o dogma de Éfeso
(defendido por São Cirilo e contra Nestório), fica distante tanto de Nestório quanto de
Êutiques e afirma as duas naturezas em Cristo,
Assim podemos entender o termo grego hipóstase mais como pessoa\natureza - tanto
melhor quanto o termo substancia.
O credo Niceno foi adotado pela igreja de cristo como resposta contra vários ensinos falsos
como o de Ário, que negou a divindade de Jesus Cristo. A heresia dele foi condenada no
concilio de Niceia em 325.
O CREDO NICENO
02 – Cremos em um só Senhor Jesus Cristo, o único filho unigênito do Pai, gerado unigênito
do Pai, isto é da substancia do Pai.
03 – Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, não
feito, consubstancial ao Pai.
93
04 – Por quem foram feitas todas as coisas que estão no céu e na terra.
05 – O qual por nós homens e para a nossa salvação desceu se encarnou e se fez homem.
07 – Ele virá para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.
08 – E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida que procede do Pai e com o Pai e com o
Filho é adorado e glorificado. Ele falou pelos profetas.
09 – E quem quer que diga que houve um tempo em que o filho de Deus não existia, ou que 93
antes que fosse gerado ele não existia ou que ele é de uma substancia ou essência diferente
do Pai, ou que ele é uma criatura, ou sujeito a mudança ou transformação, todos os que
falem assim são anatematizados pela igreja católica.
Nestório, patriarca ou bispo de Constantinopla de 428 -431 D.C. havia proposto a separação
ou a inexistência de duas naturezas em Cristo, uma natureza humana e outra divina, mas
não integradas e sim separadas. A isto deu-se o nome de diofisismo.
Do grego:
que Jesus só tinha a natureza humana como uma representação de um corpo, mas não
sendo realmente humano, mas só divino.
O que ficou estabelecido como verdade ou ortodoxia sobre a pessoa do Cristo não foi a
criação de um conceito, mas, uma constatação da verdade sobre o Senhor Jesus e a sua
pessoa transcendente. Esta constatação é parte do credo, da crençaa e dogma aceito como
escriturístico para a religião cristã em geral, mostrando assim que apesar dos conflitos e
politicas de homens pecadores a volitiva divina persiste em levar todos os homens a
verdade sobre cristo. Assim ficou conhecido o conceito da natureza de Jesus Cristo:
DIVINO HUMANO
Nestório defendia que as duas naturezas de Cristo eram entes separados na mesma pessoa.
95
Após o concilio de Calcedônia declara-se que a realidade das duas naturezas são integrada
em uma só, formando uma unidade harmônica na pessoa de Jesus.
De certa forma podemos afirmar que o Deus triuno É uma única hipóstase com três
existências da mesma substancia ou natureza, co-iguais, unidas e totalmente integradas no
único Deus e não confundíveis.
O que nós cremos hoje sobre as duas naturezas de Cristo é ortodoxia do concilio de
Calcedônia e Éfeso em 451 D.C. Na ocasião centenas de bispos se reuniram para debater
sobre o assunto e por um fim as discussões entre Nestorianos e Eutiquinianos.
Toda a natureza e hipóstase têm a sua face, sua Prosópon (pessoa); a hipóstase do verbo, o
logos divino tem como seu Prosópon ou sua manifestação, sua aparição, a encarnação
como Jesus Cristo, idêntico a Deus, como filho é ao seu pai (Colossenses. 1:15).
96
A Cristologia é a mãe dos credos, das confissões e da fé (João 15:5\Efésios 3:4-5). Cristo é o
executor das ordenanças de Deus, o mediador entre as criaturas e seu criador. É como
define o apostolo João: O Logos, a palavra, razão e ação de Deus.
Depois de encarnado o verbo; o Logos não ficou encerrado na carne. Sendo a divindade
incompreensível e onipotente, ela existe fora da assumida humanidade sem deixar-lhe de
ser pessoalmente associada (João 3:13\Lucas 23:43). 96
Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do CORPO DE JESUS CRISTO, feita uma
vez (Hebreus 10:10).
Vale a pena conhecer as opiniões que surgiram no decorrer da história a respeito da pessoa
de Jesus, e o que os homens têm pensado sobre ele durante séculos, ainda que
resumidamente.
Ebionistas; do hebraico evion = pobre. Por que tinham pensamentos pobres a respeito de
Jesus.
Por volta de 107 D.C. os Ebionistas negavam a natureza divina de Jesus Cristo. Para os
Ebionistas Jesus era somente homem que depois de seu batismo teria uma relação muito
intima com Deus. Ele seria uma pessoa extraordinária, um profeta, mas não era Deus. Estes
foram os judaizantes dentro das igrejas cristãs. É difícil para o judeu crer na trindade, por
isso não poderiam aceitar a divindade de Jesus. Os judaizantes queriam exigir dos
convertidos o dever de seguir a TORÁ, com os seus rituais, com a circuncisão, a guarda do
sábado, e as festas. Consideravam o apóstolo Paulo como um apostata. Apenas alguns
Ebionistas acreditavam Jesus ser o messias, mas entre estes nem todos acreditavam ser ele
Deus. Observamos que esta ideia dos Ebionistas não era nova, mas uma corrente que
tentava continuamente arrastar de volta para os costumes judaicos àqueles que se
97
Surgiu por volta de 70 D.C. esta filosofia tinha origem gnóstica. Os docetas acreditavam que
as coisas materiais são más, o mal reside na matéria. Jesus era puro e não tinha pecado,
logo não teria corpo material. Para estes toda a matéria era corrupta e sede do pecado e do
mal. Como seu corpo era puro, julgavam por tanto que seu corpo era aparente e não real. O
mundo material era mau e corrupto, então aquele corpo não poderia ser real. A sua
crucificação foi um ilusionismo e apenas aparente, não foi real, uma espécie de holograma.
Os docetas não eram uma seita ou religião, era uma corrente de pensamentos. Tentavam
aliar de forma racional a revelação das Escrituras com a filosofia grega. Ao observarmos a
analise do apóstolo João sobre o ponto de vista gnóstico verificamos que esta filosofia era
mais uma tentativa de enganar os cristãos e levá-los a abandonar a fé em Jesus para seguir
antigas religiões pagãs politeístas e exotéricas. Atualmente seu equivalente seria a Seicho
no ie.
“Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus
Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (2º João 1:7). “Amados, não
creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos
profetas se têm levantado no mundo.Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não
confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo,
do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo”. (1ª João 4:1-3)
A teoria de Apolinário 381 D.C.; Negava a integridade da natureza humana de Cristo. Jesus
não tinha mente humana. O que ele tinha de humano era o corpo e o espírito. O verbo
encarnado tomou o lugar da mente humana de Cristo. Jesus era corpo, verbo e espírito, ele
não era inteiramente humano.
Um resumo
Nestorio: negava a união hipostática de Jesus, negava a integridade das duas naturezas
divina e humana em Cristo. Na opinião de Nestor Jesus se dividia em duas partes. Ele
negava a unidade integral em Cristo e era diofisista.
Arianismo: Jesus não era inteiramente Deus, mas um semideus criador, menor que Deus.
Os irmãos terrestres de Jesus não são apenas os seus seguidores e discípulos este mais em
sentido espiritual ou como enfatiza a Bíblia “por adoção”; mas Jesus teve sim irmãos
terrenos, filhos de seus pais terrenos, o que coloca em descrédito a crença de que Maria
continuou sendo virgem. Veja estes versículos em sua Bíblia: Mateus 13:55; Marcos 6:3;
João 7:3-5; Atos 1:14; Atos 15:13; Marcos 3:31.
O método pelo qual o primogênito foi introduzido no mundo está descrito em Mateus 1:18
e Lucas 1:35. O Espírito Santo de Deus concebeu em uma mulher virgem chamada Maria o
Santo, o filho de Deus. O Espírito Santo de Deus gerou o filho de Deus e o introduz desta
forma no mundo. Nos Salmos 2:7 está registrado que neste dia se cumpriu a vontade de
Deus: “Tu és meu filho eu hoje te gerei”. Esta geração aconteceu quando a virtude do
Altíssimo cobriu sobrenaturalmente a virgem Maria. Não houve participação de homem.
Podemos ordenar o texto da seguinte forma: O filho unigênito que está no seio do Pai, o
verbo, era Deus e se fez carne e viveu entre os homens.
Os textos de João ligam diretamente o filho que é o verbo estando com o Pai (que é Deus) e
sendo como Deus é (da mesma substancia, homoousios – o mesmo ser). Não é o caso de
“um Deus unigênito”, pois neste caso ou não haveria um filho ou o Pai seria unigênito,
sendo Ele mesmo o filho, negando desta forma a divindade de Jesus. Em Deus não há
100
confusão ou contradição, não há nem sequer uma sombra de variação.
A palavra grega no texto é monogênes Théo = filho unigênito de Deus. Ademais Gálatas 4:4
declara que o filho de Deus nasceu de uma mulher.
Textos de apoio:
Lucas 2:40 – crescia o menino. Jesus foi um ser humano normal, foi criança,
adolescente, jovem e adulto e sofreu tudo o que uma pessoa sofre.
Lucas 2:48-51 – Podemos entender que Jesus passou pelos mesmos processos de
desenvolvimento que qualquer outro ser humano; teve de ser amamentado, teve
dente de leite, crescia em sabedoria, enquanto criança precisava dos pais. Jesus
podia ter fome, sede, medo (Lucas 11:27 bem aventurado o ventre que te trouxe e os
peitos em que mamaste).
Lucas 8:23 – Jesus dormia.
101
Jesus precisou da ajuda de um homem Cireneu chamado Simão para levar a cruz; Jesus
morreu como homem. Jesus foi adolescente, homem adulto e Deus. Jesus pode ter errado
o martelo, tropeçado no escuro, mas nunca cometeu nenhum erro moral. Ele suou sangue,
mas perseverou até o fim mesmo quando sentiu medo, dores e angustia. Em nenhum
instante Jesus foi pecador.
Em Hebreus 1:6 declara-se que Deus introduz seu filho no mundo. Obviamente este texto
refere-se a iniciativa de Deus de fazer que seu filho primogênito fosse introduzido, não em
outro mundo, não em um mundo qualquer, mas no mundo dos humanos, no local onde
estão as suas criaturas, o alvo de seu amor, onde os tais nascem crescem e morrem. Seu
filho não foi introduzido neste mundo em uma forma inteligente estranha ou desconhecido
senão na forma humana. Se existem outros mundos habitados no universo com criaturas
inteligentes e de outras formas, Deus ignorou a estes para habitar neste mundo e com esta
forma humana reconciliar consigo tudo o que há nos céus e na terra. “Toda a criação geme
esperando a sua redenção executada plenamente por este homem Jesus” (Colossenses
1:20\Romanos 8:22-23\8:18-21).
Sugiro, pois, que não seria possível medir tanto a sua misericórdia quanto seu amor, nem
mesmo outros mundos podem nos separar deste amor de Deus (Romanos 8:31-39).
Se o centro do universo é onde está Deus então este lugar deve ser aqui mesmo no planeta
Terra, onde Jesus Cristo escolheu para renunciar temporariamente da sua glória divina e
habitar com os homens, e de onde ele mesmo governará pessoalmente por mil anos em
glória no tempo de seu retorno, desde Jerusalém (Apocalipse 20:4,6/21:1-6/Zacarias
102
É Jesus quem está falando (de si mesmo), o que vai acontecer (vir em sua glória), o que ele
(o filho do homem) irá realizar (assentará no trono) em relação as outras pessoas (todas as
nações, implica governos, autoridade e povos) diante dele (indica submissão). Trata-se de
um texto que revela a abrangência do incrível domínio Real e poder de um único homem,
ele mesmo fará isto – o homem Deus fará.
Aspectos do Reino de Deus e de Jesus Cristo que comprovam sua humanidade e divindade:
O local do Reino: será na Terra, refletindo não somente o aspecto espiritual, mas também o
terrestre (Isaías 65.21; Mateus 5.25-26; Apocalipse 5.9-10).
A Capital do Reino: será Jerusalém (Salmo 48.1-3). Biblicamente, a Palestina é o centro
geográfico da Terra. Será o centro de adoração para todos os povos.
A Universalidade do Reino: o reino do Messias será universal abrangendo o mundo inteiro
(Ezequiel 43.1-7; Mateus 25.31; Zacarias 14.9; Salmo 72).
Convém agora examinar que o primogênito foi introduzido no mundo como gente de igual
material que todas as outras gentes, da mesma forma como todos os povos da Terra:
através do nascimento (Lucas 11:27).Este que estava envolto em panos numa manjedoura e
veio ao mundo como uma criança, um menino que foi o alvo da adoração dos anjos,
segundo o texto de Hebreus 1:6b “que todos os anjos o adorem”eque foi introduzido no
mundo através do seu nascimento como descrito em Lucas 2:11 “nos nasceu hoje o
103
O texto de Mateus 1:18-24 demonstra que Jesus era completamente homem por parte de
mãe (estando Maria, sua mãe...) de quem herdou sua humanidade, mas completamente
Deus por parte de seu Pai (achou-se ter concebido do Espirito Santo..., o que nela está
gerado é do Espírito Santo). Ele era tanto homem quanto era Deus. Maria foi
equivocadamente denominada théotokos: mãe de Deus – esta foi uma expressão que
trouxe muita controvérsia e foi rejeitada pelos reformadores, protestantes e evangélicos no
mundo todo. O termo grego cristotokos: mãe do Cristo - seria mais adequado. Neste 103
sentido Maria e seu marido José podiam exercer a autoridade e cuidados que tem todos os
pais humanos como qualquer outra família de seu tempo que zela pelos filhos naturais
dentro da sua cultura e valores sem jamais se colocar acima de Deus, como seus tutores. A
expressão théotokos inverte a hierarquia universal, não honra o soberano do universo
como EL – o primeiro e único, inverte o processo da criação colocando a mulher como
anterior ao Pai e ao Filho e o Espírito Santo ou em igualdade, o que é impossível. Deus é a
origem de si mesmo, nenhum humano está em igualdade com Jesus, ninguém guiou o
Espírito do Senhor, Deus é auto-suficiente, incriado, livre e independente (Lucas 2:42-49).As
crianças são um somatório do pai e da mãe, naturezas que são unidas pela concepção do
embrião gerado por eles. Somente o que é gerado pelo divino e pelo humano pode ser
considerado divino e humano.
A fonte sobre Jesus Cristo, sua pessoa e sua vida, sua trajetória e seus relacionamentos são
as Escrituras. É nas Escrituras que a igreja busca informações para defender tanto a sua
humanidade quanto a sua divindade. É através da Bíblia que repercute o verbo feito carne,
feito humano autentico. A igreja deve valorizar a realidade da natureza de Cristo, como o
foi debatido nos concílios estudados anteriormente.
Cristo não tinha um corpo aparente (docéticos), mas um corpo carnal como o nosso corpo
é, por isso ele é chamado de filho do homem. A expressão filho do homem é utilizada no
judaísmo e no idioma hebraico para referir-se a um ser humano, uma pessoa, é utilizada
para humanidade; literalmente para filho de Adão; no caso de Jesus trata-se de referir-se a
um ser humano autentico. Este era o titulo que Jesus usou mais vezes para referir-se a si
mesmo.
Usando esta expressão filho do homem para si mesmo, Jesus estava se identificando com o
personagem descrito na profecia de Daniel 7:13-15, aonde alguém semelhante a um filho
do homem, vindo dos céus, e a quem foi dado todo o domínio eterno. Ao dizer que ele era o
filho do homem, Jesus estava afirmando que ele era o Messias, o mesmo SER descrito na
104
profecia de Daniel. O filho do homem que está no céu de João 3:13 é o mesmo filho do
homem de Daniel 7:13-15, Jesus disse quem era e de onde veio.Esta expressão informa que
Jesus Cristo é a encarnação do filho de Deus que toma forma humana para salvar a
humanidade em sua dimensão neo-testamentaria.
Mateus 13:37\17:22\18:11\24:44\25:31\12:40
Marcos 9:31\10:45
Lucas 5:24\17:24\9:58
104
João 1:51\8:28
Atos 7:56\55-56 compare com Daniel 7:13
Hebreus 2:6
Apocalipse 1:13\14:14-20
Daniel 7:13-14
Ao analisarmos a passagem da mulher de Samarinata:
“A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier,
nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo”. (João 4:25,26)
Verificamos por esta passagem das Escrituras que Jesus afirma para aquela mulher que ele
mesmo é Cristo o messias, e que ele já veio, conforme profetizado (estava com ela naquele
momento corporalmente). Observamos o mesmo em Mateus 26:63: “Conjuro-te pelo Deus
vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus”; ao Jesus responder afirmativamente
ao sumo sacerdote, ser ele mesmo o messias, deixava claro na mente de seus
interrogadores que é dele de quem trata o texto de Daniel 7:13-14 : “o filho do homem que
vem sobre as nuvens assentado ao lado do ancião de dias que é o Todo Poderoso”.
O texto de João 1:14 declara que o verbo se fez carne mas também afirma: “vimos a sua
glória como a glória do unigênito do Pai”. Aqueles que testemunharam da vida do filho do
homem viram o Senhor Jesus cheio de graça e verdade, ou seja, viram-no como ele é
realmente, como (Jesus) o filho de Deus o é na sua glória, viram Jesus na sua realidade
divina, embora apenas uma amostra. Podiam comparar esta realidade espiritual real com
aquilo que estava escrito no Antigo Testamento, comparando as coisas espirituais entre si.
A glória de Deus relatada nas Escrituras é a mesma glória do filho do homem que os olhos
dos discípulos viram em Mateus 17; o mesmo filho do homem assentado no trono das
visões em Ezequiel e Isaias.
Assim como Moisés viu a Deus no monte também no monte os discípulos de Cristo o viram.
Deus de Deus, Luz de luz. Aquele filho de Deus semelhante ao filho do homem assentado
no trono das visões, agora estava entre eles, homens mortais, este é na verdade o unigênito
105
do Pai anunciado em Zacarias 12:10, apto a morrer e ressuscitar (Hebreus 2:9). Esta mesma
visão do Senhor da glória está registrado em Apocalipse 1:13-15\Daniel 10:5-6\7:9
O Logos divino de alguma maneira se uniu ao corpo humano. 1ª Timóteo 3:16 informa
como isto se deu constitui-se em um grande mistério. Como a união hipostática aconteceu
não sabemos explicar. No entanto diz a Escritura que “ele se fez homem”;fez isto consigo
ou para si;afirmação completada pelos Salmos 2:7 – “eu hoje te gerei”. Ele, o Logos, tomou
a forma humana nos dias da sua carne conforme mandou seu Pai (Hebreus 5:7).
Outra declaração importante está em Hebreus 10:5-10 que faz referencias as declarações
dos Salmos 40:6-8, referindo-se ao corpo de Jesus como sendo o próprio corpo do sacrifício,
ou seja, um corpo real. Recomendo a leitura completa de todo o capitulo 10 de Hebreus em
contraste com 2º Coríntios 3:5-6. Ademais os versículos de Filipenses 2:6-8 explicam bem
que o verbo se fez o homem Jesus, como diria o teólogo Karl Barth “o predicado da
vontade divinafoi inciativa do Pai e do Filho, o agente da encarnação é Deus”.
com todo seu terror e esplendor. Ademais quem estava diante de Pilatos não era um
homem qualquer, nele se concentram todas as virtudes e qualidades, ele é o modelo
perfeito para os demais. A expressão em aramaico bar nasha/bar nash se refere ao homem
no sentido máximo, usada para Jesus, exatamente como na expressão latina de Pilatos -
Ecce Homo - se refere ao homem Jesus, o homem verdadeiro e absolutamente perfeito.
106
Jesus é aquele filho do homem de Daniel 7:13-14, vindo sobre as nuvens. Trata-se de um
ser humano que transcende a mera condição humana. Esta expressão: Filho do homem tem
duplo significado.
existência terrenos em meio aos outros seres humanos filhos de Adão, vivendo as
limitações próprias dessa humanidade (Mateus 8:20). Ele é o filho do homem que realiza a
missão do servo de Deus (Mateus 8:31). Ele é o filho do homem que virá no final dos
tempos com glória, poder e com atribuição de julgar (Marcos 8:38\14:62). A expressão -
filho do homem- aponta para a condição humana de humilhação tanto quanto para a
exaltação de Cristo á partir da ressurreição. A comunidade cristã conservou a lembrança do
modo de como Jesus se referia à imagem do Filho do Homem de Daniel 7, dando a
expressão um significado messiânico bem definido, já que os cristãos crêem ser ele mesmo
o Messias que pelos judeus não foi reconhecido entende-se que Jesus fazia uso desta
107
expressão referindo-se a si próprio o que ficaria ainda mais claro com a consumação e o
entendimento de sua missão pelos seus discípulos, idêntica do Messias esperado, o que
acabaria com qualquer objeção quanto a sua identidade já ele mesmo anunciou o que o
filho do homem faria como O Messias. Verificamos a veracidade deste argumento nas
palavras do próprio Jesus em defesa da sua messianidade como em Lucas 11:30/Marcos
2:10. Também levaremos em conta as passagens em que o filho do homem vem
relacionadas com a paixão do messias em Marcos 9:31/10:45/14:21.Aproveitando do texto
de Marcos 14:21 podemos estender nossa investigação para clarificar sobre o filho do
homem no contexto das Escrituras utilizando ainda dois outros textos Bíblicos:
Marcos 14:21: Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele
homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver
nascido. (há uma clara distinção entre a expressão daquele homem e o filho do homem)
Mateus 26:56: Mas tudo isso aconteceu para que as Escrituras dos profetas sejam
cumpridas.Então todos os discípulos o abandonaram e fugiram.
1ª Coríntios 15: 3: Pois eu te dei em primeiro lugar o que recebi: que Cristo morreu por
nossos pecados, de acordo com as Escrituras. (de acordo com as Escrituras o Filho do
homem profetizado e morto foi Jesus)
Além disto, os textos messiânicos de Isaías tratam o messias como o servo sofredor o que
pode ser facilmente relacionado a Jesus nos capítulos 43,49,50 e 53. O próprio apóstolo
Pedro utilizou-se dos textos de Isaías 53 ao escrever 1ª Pedro 2:21-25 citando Jesus como o
servo sofredor de Isaías. Do mesmo texto de Isaías utilizou-se o apóstolo João no capítulo
12: 37-41 e também o apóstolo Paulo em Romanos 10:16 salientando “nem todos os
Israelitas aceitaram o Evangelho; porquanto declarou Isaías: Senhor quem deu ouvidos a
nossa pregação?
A paixão de Cristo pode ser vista agora como a “paixão do filho do homem” como descrita
em Marcos 9:31: “O filho do homem será entregue, morto e ressuscitará”. Portanto Jesus
estava falando dele mesmo como sendo o filho do homem o justo sofredor, o sacrifício
perfeito.
108
O apóstolo Paulo admite dois tipos de homem, dois Adões. Na fé cristologica do apóstolo,
Jesus é o verdadeiro homem perfeito, o modelo humano, o homem que vem de Deus é o
segundo Adão, isto é Jesus Cristo. Já o primeiro Adão é o homem terrestre e pecador e não
é divino (1º Coríntios 15:45-48\Romanos 5:14)mas figura de um segundo, daquele que
havia de vir; o verdadeiro Bar-nasha, este sim é o primeiro pois é anterior a tudo. Como
declarou João Batista: este que vem depois de mim é na verdade antes de mim.
Uma vez que existe dois Adão, haverá dois modos diferentes de existir, a existência própria
108
do homem psíquico do Adão terrestre e pecador; e a existência do homem espiritual
própria do segundo Adão, Jesus Cristo que é do céu, fonte de vida eterna (1º Coríntios
15:44-45). Existiu o primeiro homem, fraco e pecador, o ser humano não é divino, ele é
criatura. Porém é chamado a tornar-se celestial, verdadeiro filho de Deus, transformado e
divinizado. Mas esta divinização, ou natureza divina, não é própria do ser humano, é um
dom oferecido por Deus, é graça e não uma qualidade própria do homem e só é possível
em conexão com Jesus Cristo. “Por tanto assim como trouxemos a imagem do homem
terrestre (o 1º Adão), também – receberemos ou seremos - a imagem do homem celeste
(O 2º Adão)”(1º Coríntios 15:49). Desde então somos convidados a nascer de novo da água
e do Espirito, gerados novamente pelo poder regenerador da palavra do Cristo, para ser a
semelhança do segundo Adão em seu caráter agora e em sua glória no futuro; é ser uma
nova criatura isto, pois, é um convite feito pelo próprio Bar Nasha – o novo nascimento, ser
um novo Adão – semelhantes a Jesus o primeiro e também o ultimo.
Na crucificação de Jesus o filho do homem; Pilatos fez uma citação sarcástica contra os
judeus ao colocar uma placa na cruz. Foi para atingir os judeus e derrotar qualquer
esperança de libertação do pesado jugo do império romano e foi proposital:
Esta era a placa de identificação, o epitáfio daquele que era mesmo o seu Rei judeu.
Segundo as palavras do próprio Pilatos: “O que escrevi, escrevi” (João 19:22). O conteúdo
daquela escrita revelava quem era a vitima pascoal e o Santo que ali estava pendurado: 109
“este é Jesus o Rei dos judeus”. Aquilo que Herodes intentou no massacre infanticídio da
Judéia – eliminar o inocente que seria o futuro Rei dos judeus – foi alcançado e estava
consumada por Pilatos. Aquela criança brutalmente perseguida 33 anos antes, desde o
ventre de sua mãe, agora estava imolada na cruz, igualmente inocente eternamente como
era quando veio ao mundo cruel que não lhe merecia tão formosa luz e maravilhosa paz.
Agora jazia morto e inerte no madeiro de lenha cruento e sanguinário, feito pelos homens
inspirado pelo diabo.
Entendemos que João podia afirmar sobre o que viu. João viu a sua glória em Mateus 17, 110
viu a agonia, morte e sepultamento e também testemunhou o tumulo vazio (João 20:1-4),
foi ele quem primeiro chegou ao sepulcro, foi o segundo a entrar ali, viu e creu (João 20:1-
10). De fato João poderia afirmar que o seu testemunho era verdadeiro (1ºJoão 1:1-4). O
discípulo amado esteve em contato diário direto com Jesus, o filho do homem, como
também esteve diante daquele que transcende todo o entendimento, o filho de Deus, o alfa
e o ômega, o primeiro e ultimo Jesus Cristo, em sua glória (Apocalipse 1:10-19).
Os evangelhos identificam algumas das pessoas reais pelos seus nomes, tanto as que
participaram da prisão, quanto os que interrogaram Jesus. Os que estavam diante dele na
cruz a tal ponto de saberem quais foram as suas ultimas palavras. O motivo de sua
condenação foi conhecido e relatado por testemunhas oculares: O filho do homem foi
condenado por que se fez filho de Deus (Lucas 19:7). O local da sua execução também é
identificado e também seu sepultamento teve um endereço. Durante sua morte houve um
evento climático, cosmológico, o que realçaria o testemunho das pessoas que o
presenciaram e segundo o relato de Lucas 23:44-45, houve trevas por cerca de três horas,
algo muito incomum, bizarro e sobrenatural para não ser notado e relatado. O número de
testemunhas era de uma multidão, muita gente, como em um espetáculo elas saíam
atônitas – o que as perturbava tanto assim? (Lucas 23:48).
No relato de Mateus 27:51 observa-se que houve um terremoto tão forte que fendeu as
pedras, isto é algo que não poderia passar despercebido pelos habitantes daquela
localidade nem de seus visitantes e que seria coincidente com o a morte de Cristo, o que
reforçaria o testemunho do relato concomitante de um com o outro. O testemunho da sua
sepultura é tão poderoso que as mulheres da galileia viram o seu sepulcro e como foi
posto o seu corpo (Lucas 23:55). O método do seu embalsamento também está descrito, os
elementos utilizados seguindo o costume de seu povo, conforme os mandamentos e
instruções de Moisés (Êxodo 20:10\Deuteronômio 5:14). Pedro viu os lençóis no sepulcro,
mas seu mestre já havia ressuscitado, ele viu o sepulcro lacrado, ele viu o sepulcro aberto e
vazio (Lucas 24:12). Os guardas subornados viram, foram testemunhas de como ocorreu a
ressurreição, presenciaram os fatos. A lei prescreve a necessidade de 2 ou 3 testemunhas
111
Então Jesus é tão real quantos todos estes detalhes que só foram relatados por causa dele,
de sua história, missão e vida.
Os inimigos de Cristo esperavam a sua ressurreição, ou pelo menos contavam com esta
possibilidade como algo possível. As primeiras testemunhas da ressurreição, aliás, foram
mulheres: na sociedade judaica, o testemunho de uma mulher valia pouco. Mesmo que
elas tivessem sofrido uma alucinação, dificilmente teriam recebido crédito ao contá-la. Pelo
contrário: é mais plausível que tivessem deixado os apóstolos ainda menos propensos a
acreditar em visões das quais não quisessem se certificar antes de reconhecer como reais.
Um pouco de história
Em Mateus 26:57 Jesus prisioneiro foi conduzido até o sumo sacerdote Caifás, apontado
pelos romanos entre 18 a 37 D.C., Caifás foi genro de Ánas e chefe da suprema corte dos
judeus, o sinédrio,e podemos verificar em João 18:13 o momento em que Anás e Jesus
estiveram frente-a-frente.Caifás e Ánas foram contemporâneos de Pôncio Pilatos, que foi
governador da Judéia entre 26-36 D.C. ambos participaram do julgamento de Jesus.O
Capitulo 18 do evangelho de João traz o primeiro relato da Paixão de Cristo em João, este
capítulo relata a prisão de Jesus, o julgamento de Jesus pelos judeus e a corte de Pilatos, daí
sua importância para nosso estudo.
112
Ainda podemos confrontar os fatos narrados na história com os relatos em Lucas 3:1-2 que
informam eventos e personagens importantes no contexto da vida de Jesus que nos levam
as mesmas datas em que o Cristo caminhou, viveu, morreu e ressuscitou na terra santa. O
segundo Imperador de Roma foi Tibério César entre 14 a 37 D.C.; conhecido como o
imperador da crucificação de Jesus, era filho adotivo do fundador do império romano César
Augustus que morreu aos 75 anos de idade em agosto de 14 D.C. Tibério César sucedeu-o
logo em seguida, no mês de setembro daquele mesmo ano, seu padrasto e antigo
imperador de Roma. Foi por volta do 15º ano do comando de Tibério, que Pilatos já estava
governando a Judéia nos tempos de Jesus Nazareno. Verificamos então que o ministério de
112
João Batista nesta mesma época devia estar situado por volta do ano 29 – 30 D.C.,
justamente quando em seu clímax Jesus é batizado dando inicio ao seu ministério. Outra
particularidade é a confrontação da vida dos sumos-sacerdotes Anás e Caifás – genro e
sogro – que também lideravam os judeus neste mesmo período, todos estiveram frente a
frente com o Messias Judeu – Jesus Cristo.
Foi justamente Tibério César Augusto,antecessor de Tibério César que decretou o censo no
inicio do 1º século, que levou José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu (Lucas 2:1-7). Nesta
mesma época Quirino ou Cirênio era o presidente ou governador da Síria – conforme Lucas
2:2.
Encontrada nas escavações de Cesárea marítima em 1961, uma estela com a frase: Tibério,
Pôncio Pilatos, governador da Judéia, é a prova material do conhecido representante de
Roma que julgou a Jesus. Durante muito tempo a sua existência foi negada pelos céticos
apesar de existirem várias provas do contrário: Pilatos é mencionado pelos historiadores
Josefo, Filo e Tácitus. Foram encontradas moedas cunhadas durante o seu governo. E em
1961, foi encontrada, em escavações na Cesárea, a pedra dedicatória que confirma a
existência de Pilatos.A inscrição não somente confirma a historicidade de Pilatos, mas
clarifica o título que ele possuía como governador. A pedra encontra-se em exposição no
Museu de Israel em Jerusalém.
morte, em aproximadamente 4D.C. e que aparece no Novo Testamento como o rei que
governava a Judéia quando Jesus nasceu.A lista dos sumos-sacerdotes pode ser verificada
no livro A Crônica de Jerônimo de Estridão e de Eusébio de Cesárea.
Podemos citar outro personagem histórico real que esteve com Jesus conforme relatado
em Lucas 23:7-12; Herodes Antipas, nascido em 20 A.C. morto em 39 D.C.; foi tetrarca
(governador) da Galiléia. Antipas é mais conhecido pelos eventos do Novo Testamento que
levaram a morte de João Batista relatados em Marcos 6:14-29 e Mateus 14. Pôncio Pilatos
enviou Jesus para Herodes, quando este estava em Jerusalém durante a Páscoa. Antipas fez
algumas perguntas a Jesus que não encontrando nada que incriminasse o Mestre, mandou- 114
o de volta a Pilatos. Joana, mulher de Cuza, mordomo de Antipas, foi uma das primeiras
discípulas de Jesus (Lucas 8:3).
Herodes Antipas foi um dos quatro filhos de Herodes o Grande que foi rei de Israel de 37
A.C. até 4 A.C. Descrito como "um louco que assassinou sua própria família e inúmeros
rabinos"; Herodes o Grande, deixou disposto, em testamento, a partilha do reino entre três
de seus filhos sobreviventes: Herodes Arquelau,Herodes Antipas e Filipe. Esta família com
cinco governadores esteve relacionada a Jesus desde seu nascimento. Por ocasião do
julgamento de Cristo, Herodes Antipas era governador da Galiléia.
Devemos esclarecer, no entanto que a arqueologia não tem como objetivo explicar a Bíblia
ou confirmar sua veracidade embora ocasionalmente os estudiosos confirmem com suas
descobertas ser verdade o relato Bíblico dando-lhe mais clareza e substancia. O relato
Bíblico tem para a arqueologia um papel secundário, pois o que importa é o artefato, o
relevo, o local e sua autenticidade. Para os cristãos o que importa na arqueologia quando
confirma algum relato Bíblico é a história que ela conta sobre os fatos envolvendo os
artefatos que revelam as situações, e pessoas citadas nas Escrituras Sagradas e a
autenticidade do texto. Ainda que não houvesse nem mesmo um grão de areia ou um caco
de telha que trouxesse alguma novidade sobre o que na Bíblia está escrito, continuaríamos
acreditando em toda a Escritura como verdadeira pela fé em Deus seu autor infalível,
somos gratos quando algum achado arqueológico e histórico comprova a nossa fé, mas o
cristão não anda pela vista e sim pela fé, os artefatos não determinam nossa crença, mas
reforçam a autenticidade da nossa fé em Cristo.
115
Tácito (60-120) liga o nome e a origem dos cristãos a CRISTUS, que no reinado de Tibério
sofreu a morte por sentença do Procurador Pôncio Pilatos.
Plínio (62 D.C.-113 D.C.) escreveu ao imperador Trajano (53 D.C.-117 D.C.) por volta do ano
112, para se aconselhar sobre o modo de tratar os cristãos. Sua carta dá uma valiosa
informação extra Bíblica sobre Cristo. Ele elogiou a elevada integridade moral dos cristãos.
Plínio chegou a dizer que eles entoavam uma canção a Cristo como para um Deus.
Seutônio (69-141 D.C.) em sua obra Vidas dos doze Césares mencionou que os judeus foram 115
expulsos de Roma por causa de distúrbios a respeito de Chrestos (Cristo).
Flavio Josefo, (37-100 D.C.) historiador Judeus do 1º século, também falou de Cristo como
um homem sábio que foi sentenciado a morte por Pilatos. Ele falou de Tiago, o irmão de
Jesus, assim chamado Cristo.
Os símbolos cristãos nas catacumbas como peixes, pombas, ancora e outros símbolos dão
testemunho da crença no Cristo histórico, além da existência do calendário cristão, do
domingo e da igreja.
Os apóstolos Pedro e João também estiveram em contato direto com Anás e Caifás por
ocasião da cura de um aleijado registrado em Atos 4:6. Pode-se concluir que se Pedro e
João foram confrontados por pessoas reais com um cargo importante na religião dos
judeus, foram estes mesmos destacados lideres que mantiveram contato com a pessoa real
chamado Jesus, o nazareno.
116
O Ossuário de Tiago
116
Depois de cinco anos de processo, a justiça israelense afirma que caixa mortuária de Tiago
tem dois mil anos e encerra o caso.
Os arqueólogos Yuval Goren, da Universidade de Tel Aviv e Baaz Zissu da Universidade Bar
Ilan, confirmaram a autenticidade de um ossuário pertencente a família de Caifás.
Autoridade de Antiguidade de Israel (IAA) colocou em dúvida a autenticidade de uma
antiguidade conhecida como caixão de Tiago. Depois de 116 seções em um tribunal
israelense, foram ouvidos 133 testemunhos e produzidas 12 mil páginas de documentos de
depoimentos, foram ouvidos 200 especialista no julgamento. O especialista Yuval Goren da
IAA e DA Universidade de Tel Aviv, confirmou que a escrita no ossuário de Tiago onde se lê:
Tiago filho de José, irmão de Jesus, é antigo e autentica. O Caso começou em 2002 e agora
se declarou a autenticidade desta prova que liga um parente próximo de Jesus. É uma
conexão física e arqueológica com o Jesus do novo testamento. O ossuário do irmão de
Jesus é verdadeiro. Este objeto estava na casa de um engenheiro chamado Odes Golan.
Estas são evidencias físicas da existência de Jesus. Nunca se encontrarão os ossos de Jesus
Cristo, pois ele vive e reina para sempre. Seu tumulo permanecerá vazio e pode ser visitado.
117
117
a) A impecabilidade de Jesus.
2ª Coríntios 5:21 – ele não conheceu pecado
1ª Pedro 2:22 – ele não conheceu pecado
1ª João 3:5 – nele não existe pecado
João 1:29 – ele tira o pecado do mundo
Isaías 53:9 – nunca fez injustiça ou engano
João 8:46 – quem entre vós me convence de pecado?
Hebreus 4:15 – foi tentado, mas não pecou
Hebreus 9:28 – sem pecado
Hebreus 7:26 – separado dos pecadores.
b) Inocência de Jesus.
João 19:4 – Pilatos o inocenta
Mateus 27:4 – Judas declara ser Jesus inocente
118
Jesus era inocente, santo, imaculado, justo, bom, misericordioso. Ele compartilha os
mesmos atributos e padrões santos de Deus, ele é luz. Ao incitar o jovem rico a segui-lo,
declara-se bom como Deus (Mateus 19:21).
A santidade de Cristo e a sua vitória sobre a tentação são idéias Bíblicas relevantes e
integrantes da revelação. Jesus nunca transgrediu a lei divina. Esta santidade inalienável
está vinculada a sua obra como mediador. A tentação de Cristo não é uma tentação vulgar,
mas uma tentação vinculada a glória final (João 12:27), ao custo de sofrimentos múltiplos
119
no seu empenho salvador. Cristo, pessoa divina humana, vence a tentação pessoalmente,
num ato de santidade. Vence a tentação de desistir do sofrimento (Mateus 16:24 – ele
tomou a sua cruz). Em Cristo, divindade e humanidade integram uma pessoa impecável
para a salvação.
Nunca estas confissões de fé no propõem Cristo como o homem ideal, exemplar, altamente
perfeito e digno de admiração, mas como o santo, puro e sem mancha, desincumbindo-se
da nossa redenção.
Jesus encarnou uma única vez, ele não vai reencarnar, mas vem do céu para dominar com o
119
seu reino (Daniel 7:13-14) com poder e glória (Mateus 26:64). Jesus é o filho do homem ao
lado do Todo poderoso. Como filho do homem, ele exerce juízo (João 5:27-28). Jesus é o
homem do céu de 1º Coríntios 15:45-49. É o homem perfeito, imagem e semelhança de
Deus (imago Dei). Ressurgiu dos mortos, subiu ao
céu, está entronizado a direita de Deus, por tanto Anátema seja quem
um corpo humano incorruptível. disser que Cristo se
ofereceu em sacrifício
também por si mesmo e
Jesus é o filho de Davi e do Altíssimo.
não exclusivamente por
(Mateus 1:1\21:14-17\Lucas 1:32\Salmos 8:2 nós por quanto não
Hebreus 2:59)
precisava de oferenda
1 - A preocupação do apóstolo Paulo, sua tarefa. àquele que não conheceu
(1ª Coríntios 4:1) pecado algum.
2 - Anunciar as riquezas incompreensíveis de cristo
que estão no evangelho. Concilio de Éfeso 325
Observe:
Jesus é o executor da obra de Deus, nos céus e na terra. Nele está a riqueza de sabedoria. 120
Aquilo que estava oculto em mistério antes de todos os tempos é na verdade Aquele; é
Cristo. É desta sabedoria que as Escrituras estão falando, é a revelação deste mistério que
está em Cristo que Paulo se ocupa, esta deve ser a nossa tarefa. (Efésios3:5-9\Colossenses
1:26\2:2-3)
Entra em cena a revelação sobre Deus através da pessoa de Jesus Cristo, sua natureza,
propósitos, relacionamentos (João 14:7,18\10:30\1:18). Conheceremos a pessoa e natureza
de Deus ao conhecer a pessoa de Cristo e sua natureza. Esta sabedoria de Deus esteve
oculta dos principados e potestades do céu (Efésios 3:9-10). Os príncipes deste mundo não
o conheceram (1ª Coríntios 2:8). Este conhecimento sobre Cristo foi dado para a igreja de
Jesus aos humanos que ele comprou com o seu sangue. O conhecimento de Cristo é
revelado ou dado pelo Espírito Santo (1ª Coríntios 2:10). Por tanto encher-se do Espírito
Santo é uma prerrogativa (Efésios 5:18). O Espírito Santo é quem fornece a capacidade para
conhecer a pessoa e obra de Cristo, suas riquezas e sabedoria, sua memória. No entanto o
mistério não desaparece de todo pela revelação de fatos verdadeiros. Deus é imenso, Jesus
é maravilhoso, o Espírito Santo é grandioso, e a eternidade ensinará muito do infinito.
O filho unigênito.
O titulo filho ao ser aplicado a Cristo não é sinônimo de inferioridade, mas sim de igualdade
com o Pai. Significa que o filho participa da mesma natureza de seu Pai. Foi por essa razão
que os judeus acusaram Jesus de blasfêmia, quando ele chamou a Deus de seu Pai (João
5:17-18\10:32-33\19:7\Mateus 26:63).
Ser filho de Deus equivale a ser igual a Deus (João 5:17-18), igual ao Pai em sua natureza,
substancia e essência. Jesus confirmou sua filiação, portanto sua divindade diante do
tribunal judeu, o sinédrio. Por esta declaração ele foi condenado, por fazer-se igual a Deus.
Ele sempre foi filho assim como o Pai sempre foi Pai e Espírito Santo sempre foi ele mesmo,
o que o seu nome diz, ou seja, três Prosópon em uma hipóstase.Diferente do humano que
é criação, feito por Deus de modo especifico e personalizado. Deus chamou Israel, o povo,
de meu filho, por adoção, no seu cuidado, propósito e resgate, como Deus salvador (Êxodo
4:22\Oseías 11:1\Efésios 1:5). Jesus como filho não é semideus, inferior e adotado. Ele não
é um subordinado no sentido hierárquico, salvo na sua condição humana, no estado de
121
humilhação. Pai e filho se completam ao ponto de serem um. O Pai não age sem o filho, o
filho executa a vontade do Pai. O nosso Deus é único na unidade do Pai, filho e Espírito
Santo.
Unigênito diz-se do filho que é eternamente singular. Na bíblia o filho unigênito de Deus é
único, quando aplicado a Jesus. Único gerado do mesmo tipo. O filho é o único do mesmo
tipo do Pai. O filho procede eternamente do Pai, não como criatura, mas como a 2ª pessoa
da trindade.
A Bíblia se refere a Jesus como o principio da criação de Deus (Apocalipse 3:14) isso não se
refere a Cristo no sentido passivo de que no principio ele fora criado por Deus, mas no
sentido ativo de que Cristo é a origem, a fonte e o principio ativo através do qual a
existência veio toda a criação (João 1:1-3,10\Hebreus 1:2\Colossenses 1:15-18). Se Cristo
fora criado na eternidade então ele jamais poderia ter sido chamado de Deus forte, Pai da
eternidade (Isaías 9:6). João afirma que o verbo era Deus, tudo o que pode ser dito a
respeito de Deus, pode ser dito a respeito do verbo, de Jesus.
A Bíblia estabelece este fato, mas não apresenta maiores detalhes de como isto pode ser
explicado. Pela fé entendemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, igualmente
pela fé aceitamos que Deus se revelou a nos pela sua palavra (Hebreus 11:3\Deuteronômio
29:29).
Se Cristo o filho unigênito de Deus, não é Deus, então Jesus não pode revelar perfeitamente
a Deus (João 1:18). Neste caso ele também não pode conhecer a Deus perfeitamente como
ele declarou em Mateus 11:27. Para que Cristo conhecesse a Deus e perfeitamente o
revelasse para nós ele deveria ser Deus de Deus o que de fato ele é; o que está no seio do
Pai, um com Ele. Deus só pode ser revelado através de Deus. Deus comunga com Deus,
compartilhando e levando a cabo, a efeito, planos em comum acordo.
Os outros filhos de Deus nascem da salvação, o são quando é feito por Cristo nascido de
novo e feito filho de Deus por adoção (João1:12). Jesus não passa pelo processo do novo
122
nascimento como os outros filhos. É através de Cristo que as pessoas nascem de novo e
assim tornam-se filhos de Deus, são adotados por Deus (Efésios 1:5). Assim como Isaque era
único do gênero, gerado pela promessa, único de Abraão e Sara, Jesus é filho único gerado
entre Deus e a mulher, seu povo.
Filipenses 2:6-8 demonstra que Jesus, o verbo, abriu mão das forças e prerrogativas do
exercício independente de ser Deus, tornando-se subordinado como o homem a Deus,
como filho é para com seu Pai. Na condição de filho submeteu-se ao Pai, na condição de
homem-filho encarnado foi que ele, Jesus, obedeceu até morrer, por que o homem morre,
assim foi com o Cristo. Quando a Escritura diz submeteu-se a si mesmo, entendemos que o 122
Cristo, o homem, não poderia morrer de uma morte natural a não ser por concussão, uma
morte provocada, proposital. Porque notamos a declaração do mestre em João 10:17-
18:“ninguém pode tirar a minha vida, eu tenho poder de dar a minha vida e de tornar a
tomá-la de volta.”
Nisto consiste a submissão, para que Jesus morresse, ele deveria dar ou permitir que lhe
ferissem de morte, assim lhe tirariam a vida. Somente Deus pode fazer isto, justamente o
que Jesus é e fez.
A genealogia de Jesus contida em Lucas 1:23-38 comprova que o Messias era sim
verdadeiro descendente de Adão mas não um filho legitimo de José, ambos descendentes
de Davi. Em Mateus 1:1-16 retrata a linhagem ancestral por parte de pai, José, descendente
de Davi de onde esperava-se que viesse o Messias esperado. No entanto José não era pai
biológico de Jesus. Notamos este detalhe em que a palavra gerou não se aplica a Jesus; no
verso 16 declara que José marido de Maria da qual nasceu Jesus. A resposta para o
surgimento de tal pessoa está no Salmo 2:7: “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”. Gostaria de
sugerir uma leitura opcional para o verso 16 de Mateus 1: “e Jacó gerou a José, marido de
Maria e Deus o Pai gerou a Jesus, que nasceu de Maria virgem esposa de José”.
O Cristo é único que veio a terra por geração divina, isto não aconteceu com outra pessoa,
ele é único como este fato é único, sem sexo, foi obra Santa e sobrenatural.
Os judeus são monoteístas e tem grande reverencia pelo nome do Deus hebreu, nome
santo de um Deus três vezes santo e único. Jesus anuncia para Nicodemos, mestre de Israel
que Deus enviou o seu filho ao mundo. Jesus explicou que era necessário crer no nome do
filho unigênito de Deus. Vejamos que o carpinteiro de Nazaré declara ser ele mesmo o filho
do homem João 3:13. A seguir nos versos 14-15 declara sua relação figurativa com Moises.
(Deuteronômio 18: 15-18 \ Números 21:8-9\João 3:14-15\5:46).
Ao fazer esta declaração em João 3:18, Jesus anuncia que ele tem a vida em si mesmo (João
5:26) assim como o Pai, o Deus único dos Judeus detém a vida em si próprio, este poder,
123
esta característica de Jesus idêntica a Deus o Pai, o torna único da mesma espécie que
Deus. Por isso ele declara-se o unigênito do Pai. Com base nisto podemos ler Deuteronômio
32:39-40 e perceber não somente o espanto dos judeus monoteístas quanto a revelação da
pessoa do Cristo em Jesus bem como na amplitude do amor (João 3:16) e a grandiosidade
deste Deus e do homem transcendente filho único de Deus, reconhecido pelos homens, de
que este Jesus era mesmo o profeta que havia de vir ao mundo anunciado por Moises (João
6:14). Há autoridade no nome do filho unigênito, pois ele veio em nome de seu Pai (João
5:43).
O estado de humilhação foi o esvaziamento (Kenosis) das riquezas da sua glória para sofrer
como o servo.
Devemos rejeitar o ponto de vista o qual sugere que as provações e privações da vida
humana de Jesus por si só sejam o estado de humilhação, pois este ponto de vista lança
reprovação sobre a pobreza.
O fato de fazer-se pobre não o faz humilhado, mas as privações que afetam os pobres os
levam a situações humilhantes e se adiante dos mais abastados que os desprezam. É a
atitude do soberbo que provoca a humilhação nos mais necessitados dos qual Jesus
padeceu.
A divindade de Cristo não é obscurecida pelas suas privações, mas ao contrário, é vista
claramente brilhando através da sua humanidade e provações. Apesar de despido dos
atributos relativos da divindade, o Logos retém sua divina consciência de si mesmo com
seus atributos imanentes de santidade, amor e verdade.
124
A humilhação do Cristo constitui na renuncia do exercício independente dos atributos
divinos, como veremos a seguir.
A) O Logos preexistente interrompeu a sua glória divina com o Pai para tomar a forma
de servo. Neste ato ele renunciou voluntariamente, não posse, nem o uso total, mas
ao exercício independente, destes atributos divinos. (João 17:5\Filipenses 2:6-7\2ª
Coríntios 8:9). Ele resignou-se. Em João 13:1-20 o ato de Jesus lavar os pés dos
discípulos simboliza a descida do seu trono de glória, tomando a forma de servo para
nos purificar, pela regeneração e santificação, para as bodas do cordeiro. Ele
renunciou suas prerrogativas divinas e glória para fazer-se como servo que lava,
simbolizando que é ele quem purifica o home dos pecados (Isaías 1:18-19).
Podemos verificar a grandiosidade da obra da salvação, pois em Jesus os três estão unidos
na redenção.
Por tanto devemos considerar a humilhação de cristo não como apenas um ato, mas uma
contínua renúncia que começou com a Kenosis, o esvaziamento do Logos se tornando
homem e que culminou na auto-sujeição do Deus-homem na morte na cruz.
Kenosis, esvaziamento.
Concluímos:
Jesus Cristo é o Logos encarnado, sendo em forma de Deus, por tanto preexistente, 127
esvaziou-se (como no verso 8) e tornou-se homem, Jesus Cristo é considerado O
encarnado.
Jesus Cristo o Logos preexistente, existindo como Deus, esvaziou-se e se fez homem e
nesta condição chamado filho, humilhou-se até a morte.
Considerando a sua forma de existência anterior igual a Deus e não igual a anjos, ele
não se importou em abandonar a sua forma preexistente se tornando um filho.
Textos de apoio:
Mateus 21:15-17 + Salmos 8:2 – Jesus recebe louvor dado ao Senhor e cita o Salmo 24:10
também usado por Paulo em 1º Coríntios 2:8).
A palavra Atributo é latim e incorpora a propriedade inerente do ser sem a qual este não
pode existir nem ser concebido. Não é acrescentar algo, é propriedade fundamental da
substancia imanente do ser. (Jó 12:10/Atos 17:25-28\Colossenses 1:17\Jeremias 23:24).
Atributos incomunicáveis.
Que não são compartilhados ou não são comunicados a nenhuma criatura são exclusivos de
Deus de Jesus e do Espírito Santo e a mais ninguém.
1 – Asseidade, asseitatis: significa que Deus é auto-existente. Ele não depende de ninguém
fora de si mesmo para ser o que ele é (Salmos 90:1-2).
Podemos afirmar o mesmo sobe Jesus (Miquéias 5:2). No entanto o Logos eterno
submeteu-se ao mesmo processo de origem como filho do homem. A origem do filho na
virgem foi somente na encarnação, gerado pelo Espírito Santo. 128
Jesus também não foi criado ele sempre existiu (Apocalipse 1:1,8)
3 – Unidade: Deus é um e todos os seus atributos estão inclusos em seu ser o tempo todo
(Deuteronômio 6:4\Efésios 4:6\ 1ª Coríntios 8:6\1ª Timóteo 2:5).
Todos os atributos divinos estão em Jesus o tempo todo, mas ele renunciou usa-los todos
enquanto homem.
4 – Imutabilidade: Deus não muda jamais, tanto o seu ser como suas perfeições não sofrem
alteração. Ele não muda seus propósitos e promessas (Tiago 1:17\Hebreus 13:8\6:17-
20\Tito 1:2).
Jesus também é imutável (Efésios 1:1-6) nos seus propósitos de salvar o mundo (João
5:24\6:37-40\10:10,28-30)
5 – Infinitude – Deus é infinito em seu ser e não sofre limitações e espaço e tempo não
podem limitar a Deus (1ª Reis 8:27\Atos 17:24).
Jesus também é infinito e ilimitado. Apenas no seu corpo ele aceitou e sofreu limitações,
mas não a sua alma e seu Espírito. A alma sobrevive fora do corpo e vai as alturas. Ele
precisou aguardar as limitações do desenvolvimento humano e foi limitado pelo tempo em
que deveria cumprir sua missão no espaço limitado da terra entre a humanidade.
6 – Onipresença – Estar presente em toda parte com toda a plenitude de seu ser o tempo
todo (Salmos 139:7-12).
Jesus renunciou a isto apenas por causa e no seu corpo, ele não estava fisicamente em
todos os lugares ao mesmo tempo e não aparecia instantaneamente onde queria, mas se
129
deslocava para onde queria ir. No entanto não estava encerrado no copo como se fosse
dele prisioneiro.
9 – Soberania – Controla todas as coisas. Deus é soberano e imperador supremo sobre tudo
e todos, universo e história.
Atributos comunicáveis.
10 – Amor – amor ágape, amor fraternal, amor profundo e incondicional que ao mesmo
tempo revela grande afeição e cuidado, zelo, correção, abnegação (1ª João 4:8\Romanos
5:5).
14 – Justiça – Plenamente justo e perfeito e sua retidão, não provem nenhum tipo de
desigualdade (Salmos 11:7\Daniel 9:7\Atos 7:31).
130
17 – Liberdade – Deus não precisa de nada nem de ninguém para fazer o que quer. Ele é 130
completamente livre para executar a sua vontade (Mateus 11:26\Isaias 40:13-14).
Jesus renunciou parcialmente, se fez servo, renunciou e aceitou as privações (2ª Coríntios
8:9).
18 – Paz – Nele não há nenhum tipo de confusão ou desordem (Juízes 6:24) Jesus é o
príncipe da paz (Isaias 9:6-7).
Diferente de Deus o homem continua sendo homem mesmo que não tenha alguns dos seus
atributos. Deus não poderia ser Deus se lhe faltasse um dos seus atributos, pois Ele é
perfeitamente expresso em cada um deles e ao mesmo tempo dos seus atributos Ele não
depende, pois Deus é em si mesmo completo e independente. Foi desta independência que
o Logos renunciou para ser o filho do homem.
5 Hábitos, disciplina.
7 Ele é um amigo.
Da mesma forma que a humilhação, a exaltação tem como sujeito a pessoa de Cristo.
Apesar de que a exaltação se realiza na natureza humana, seus efeitos se manifestam na
pessoa de Cristo, o verbo de Deus, que personaliza sua natureza humana. Cristo está tão
exaltado que tem de ter um nome acima de todo o nome e todos devem reverenciá-lo.
Cristo não coroou a si mesmo, foi a mão de Deus que colocou a coroa na cabeça de Cristo.
Ele não elevou a si mesmo ao trono de majestade, mas seu Pai o elevou até ali e o colocou
em seu trono. Esta também é a esperança dos santos, repetir a experiência que agora afeta
ao seu Senhor (Hebreus 5:4,5,10).
Isto é conforto e segurança para o corpo de Cristo na terra, o nosso cabeça está na posição
mais exaltada de todos. Visto que estamos ligados a Ele, a sua posição exaltada é fonte de
alegria, pois as bênçãos celestiais fluem dele para todos os ramos da videira (Efésios 1:3,13-
14).
A união da natureza humana e divina em Cristo continua por que é indissolúvel e eterna.
Depois de sua morte Jesus voltou para a destra do Pai, recebeu novamente aquela glória
que tinha antes do mundo e entrou em pleno uso daqueles poderes que tivera antes do
período da humilhação (Atos 7:55-56\ João 17:5).
O Salmo 8:4-6 com sua dissertação sobre a glória da natureza humana cumpre-se
plenamente em Cristo como aplicado em Hebreus 2:6-10, especialmente os versos 7 e 9 :
“vemos coroado, um pouco menor ou aquele\Jesus feito menor por pouco tempo”.
O Salmos 16:10 foi um dos temas abordados por Pedro em seu discurso sobre o
pentecostes, verificamos isto em Atos 2:25-35, onde ele tão bem explica que o tema deste
texto de Salmos não se aplicava a Davi mas sim ao Messias, aproveitando a ocasião ainda
para dissertar no verso 34 sobre o Salmos 110:1-2 tema que o próprio Jesus utilizou-se em
Mateus 22:41-46\21:15-17 Comprovando assim a transcendência de Jesus.
Ao confrontarmos o Salmos 16:10 com Atos 2:24,31 verificamos que a ressurreição era
necessidade natural pois era impossível Jesus permanecer e ser detido pela morte, ele não
foi deixado no hades.
132
Esta exaltação que afetou a humanidade apenas em sua cabeça, que é Cristo, deve ser a
experiência de todos os membros do seu corpo. Assim serão livres da corrupção e da morte
e devem assentar-se com Cristo em seu reino (Daniel 7:9,22,27\Apocalipse 20:4\22:5).
O estado de humilhação do Cristo não inclui o inferno, também este fato não procede para
seu estado de exaltação. Esta idéia decorre de uma interpretação errônea das passagens
em 1ª Pedro 3:19 e 4:6. Vou acrescentar comentário [entre chaves] para entender melhor o
significado do texto:
132
Porque também cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos...; vivificado
pelo Espírito, no qual [Espírito] também foi e pregou [por intermédio de Noé], aos espíritos
[agora] em prisão...; pregando o evangelho também aos [que hoje estão] mortos...
Quem pregou àqueles condenados foi Noé. O versículo diz que, no Espírito Jesus pregou aos
[espíritos] agora em prisão os quais foram rebeldes à pregação de Noé. Noé pregou no
Espírito de cristo às pessoas de seu tempo, mas elas não creram o que significa dizer que
por meio de Noé era o próprio Senhor Jesus que estava falando a eles.
Os espíritos encerrados em prisão são os incrédulos que viveram no tempo de Noé, cujos
espíritos ou almas estavam encerrados nas trevas da ignorância como em uma prisão.
Cristo pregou a eles não em carne, pois ele ainda não era encarnado, mas em espirito, isto é
na natureza divina, através de Noé (santo Agostinho)
O apostolo Pedro declarou sobre si mesmo em Atos 15:7 que ele fora chamado para ser Luz
para os gentios. O apostolo Paulo fez a mesma afirmação sobre ele mesmo e Barnabé em
Atos 13:46-49 e Atos 26:23 e Atos 9:15. Em suas declarações eles citam uma profecia
messiânica que está em Isaias 42:6. Como tema deste capitulo de Isaias citamos a epigrafe
O Servo do Senhor e no capitulo 49:6 de Isaias com a epigrafe: O Servo do Senhor é luz para
os gentios. Sabemos que a luz para os gentios é cristo e as suas boas novas anunciando
pelo evangelho de cristo pregado aos gentios. Mas Jesus não pregou aos gentios, o foco do
seu ministério foi Israel. Quem anunciou a Luz de cristo aos gentios foram os apóstolos
pregando aos não judeus.
Sendo assim os apóstolos citados acima anunciarem o evangelho aos espíritos [agora] em
prisão, ou seja, eles pregaram o evangelho aos que [hoje] estão mortos. No entanto o texto
de Isaias 42:6\49:6 afirma que Jesus faria isto, ser luz para os gentios, e ele fez, através de
Pedro, Paulo e Barnabé; Paulo foi escolhido para isto (Atos 9:15\Romanos 1:5\Gálatas 2:7-
8\Atos 26:23) Em Atos 11:9 o evangelho é pregado aos não judeus, em Atos 11:25 Barnabé
busca Paulo para este fim.
133
Os apóstolos pregaram no [Espírito de Cristo] como se fosse Ele (Jesus) pregando aos que
[agora] estão mortos. Digamos que você pregue o evangelho a uma pessoa, ela não aceita,
morra e vá para o hades. Pode-se dizer que você pregou a ela no Espírito de Cristo, ou seja,
como se fosse Ele (Jesus) mesmo pregando a ela, não depois de morta, mas, enquanto
ainda vivia.
Alguns têm interpretado 1ª Pedro 4:6 dizendo que Jesus proclamou o evangelho aos mortos
para que tivessem uma segunda chance de serem salvos. Esta teoria da 2ª chance é
atraente para aqueles que resolvem viver uma vida longe de Cristo agora. Mas pelo
contrário, Hebreus 9:27 concordando com 1ª Pedro 4:5 diz que após a morte vem o juízo 133
sem nenhuma outra oportunidade para aceitar o evangelho. 2ª Pedro 2:4-8 demonstra que
os anjos maus, o povo do tempo de Noé e Sodoma e Gomorra já foram condenados. Quem
foi poupado foram Noé e Ló.
No texto de 1ª Pedro 3:19 analisamos que Cristo foi ou é apontado aqui “indo em espírito”.
Esses espíritos em prisão são identificados em 1ª Pedro 3:20 como pessoas que viveram em
outro tempo, no tempo de Noé e que nesse momento sobre o qual Pedro escreve, essas
pessoas estavam condenadas (espíritos em prisão).
Quanto ao texto de Efésios 4:8-10, nas escrituras hebraicas a esfera dos mortos é sheol que
significa simplesmente sepultura, habitação dos mortos, o mundo inferior. A palavra grega
no novo testamento é hades, com o mesmo sentido.
As palavras:
Infernos – latim
Hades – grego
Sheol – hebraico
Tem na maioria das vezes o sentido de lugar de todos os mortos, a sepultura, sepulcro,
cova. Esta palavra não descreve sempre o lugar para onde vão as almas dos mortos; mas o
lugar para onde os corpos vão: a cova.
134
Todas as pessoas vão para a sepultura, mas, as almas dos homens vão para lugares
diferentes.
Em Mateus 16:18 Jesus declara que as portas do inferno não prevalece contra a igreja;
Jesus não estava afirmando se referindo ao tormento eterno no inferno, estava afirmando
que o sepulcro não poderia reter os eleitos. As portas ou obstáculos da morte não foram
capazes de deter Jesus e não podem manter cativo o cristão (1ª Coríntios 15:55) As portas
do hades não prevalecerão sobre a promessa da ressurreição.
1. Jesus declarou Está consumado (João 19:30) Ele não foi ao inferno sofrer mais.
134
2. Na cruz Jesus disse que naquele mesmo dia estaria no paraíso (Lucas 23:43).
3. Jesus não precisou descer ao inferno para pegar as chaves da morte, pois, Daniel 7
declara que toda autoridade foi dada a Jesus pelo Ancião de Dias na ascensão dele.
Ao declarar que desceu ao hades enfatiza que o processo de morte foi plenamente
concluído. Ele realmente morreu, foi uma morte genuína.
Em João 20:17 lemos a declaração de Jesus: “Não me detenhas, porque ainda não subi
para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso
Pai, meu Deus e vosso Deus”. Esta declaração diz respeito ao corpo de Jesus com sua alma,
pois Jesus não havia subido com o seu corpo, mas que iria para o Pai depois, ele ainda
encontraria os discípulos.
Sobre a declaração de Apocalipse 1:18 o leitor deve confrontar este texto a luz das
Escrituras, comparando escritura com escritura para entender todo o conteúdo da
declaração. Confrontar com Hebreus 2:14-15\Atos 2:24,31\Salmos 16:10\110:1-2\1ª
Coríntios 15:25-26.
Por tanto a exaltação de Cristo não começa com sua hipotética descida ao inferno de
tormento, nem tampouco sua humilhação chega a este ponto.
4. As mulheres encontram a pedra rolada para um lado e Maria Madalena volta para
contar o ocorrido aos discípulos (Lucas 23:55-24:1\João 20).
5. Pedro e João ao receberem a noticia vão ao tumulo examinar e vão embora (João
20:11-18).
6. Maria Madalena volta a cena da ressurreição chorando, ainda duvidosa, então vê os
dois anjos e o próprio Senhor Jesus (João 20:11-18).
7. Maria, mãe de Tiago e José, retornou com as outras mulheres ao sepulcro, as
mulheres veem a dois anjos (Lucas 24:4-5\Marcos 16:5) e ao receberem a mensagem
angelical saem a procura dos discípulos, mas ao encontro delas sai o próprio Jesus
135
(Mateus 28:8-10).
A mensagem da ressurreição: A morte não é mais permanente, nem mesmo com relação ao
corpo, quanto menos no que diz respeito a alma. Para o crente não há morte. (João 5:28-
29\ 1ª Coríntios 15:55-57\Filipenses 1:23)
Pela sua morte Cristo venceu o poder do pecado da morte e do diabo para nós e por nós,
não para si mesmo, pois Ele está acima de tudo isto; é santíssimo e sempre foi sem pecado
e ele tem sempre todo o poder e nada e nenhuma coisa ou criatura poderia impedi-lo ou
persuadi-lo ou incentivá-lo, pois ele é um ser livre todo poderoso como seu Pai o é.
Conseguiu o perdão para o seu povo e não para ele mesmo, pois ele é inocente e
imaculado. Pela ressurreição conseguiu a justificação deste mesmo povo diante de Deus
completando assim a sua obra (Romanos 4:25\5:1), o justo Jesus é quem nos torna justos
diante de Deus o Pai.
Ofícios de Cristo.
Profeta; porque nos salva da ignorância do pecado. O profeta fala as palavras de Deus ao
povo.
Sacerdote; porque nos salva da culpa do pecado. O sacerdote oferecia sacrifícios, orações e
louvores a Deus pelo povo.
Rei; para nos salvar do domínio do pecado que há em nós. O rei governa o povo como
representante de Deus.
Oficio: função, posição. Não são funções separadas como o de presidente da republica,
presidente do STF e senador, isolados na sua execução. Embora distintas são
137
1ª Coríntios 1:30 – Ele é sabedoria – obra profética; justiça, justificador – obra sacerdotal;
santificação e redenção – obra real, obra do rei.
O profeta unia três métodos para cumprir seu oficio: ensino, predição e operação de
milagres. Jesus realizou estes três fatores. Ele ensinava, operava milagres e proferia
predições (Deuteronômio 18:15 /Atos 3:22). Exemplo: Moisés e Jesus.
Mateus 13:57 – não há profeta sem honra a não ser na sua casa.
Lucas 13:33 – para que não morra um profeta em Jerusalém.
Jesus foi chamado de profeta,
1. Discernimento das coisas espirituais (os demais profetas por iluminação divina), mas
cristo ele próprio é a luz.
138
2. Pela inspiração divina em termos de verdade cristã (os demais profetas) Jesus é ele
mesmo a verdade.
3. Discerne as sinalizações a longa distancia e as indicações da providencia divina;
anunciando aos homens que preparem o caminho (para os demais profetas) pois
cristo sabe o fim de tudo.
3) A direção e o ensino da sua igreja na terra desde sua ascensão. Atividade profética de
Cristo continua através de seus apóstolos, ministros e influência do Espírito Santo. A
igreja é uma instituição profética para ensinar o mundo por meio da pregação e
ordenanças. Os crentes são profetas apenas como proclamadores do ensino de Cristo
(Números 19:11\Joel 2:28) não como reveladores de doutrinas pois na plenitude dos
tempos o filho é quem fala conosco pela sua palavra (João 16:12-14). A obra profética
de cristo estava apenas iniciando (Atos 1:1), mas continuou com a iluminação dos
apóstolos e os pregadores cristãos, a conversão dos pecadores. Tudo isto faz parte da
obra profética de Cristo executada pelo Espírito Santo. Toda profecia moderna é
apenas uma nova publicação da mensagem de Cristo. Toda profecia prova sua
autenticidade pelos milagres.
A atividade profética inclui 1ª Coríntios 14:3: edificação, exortação, consolação, que devem
fazer parte da mensagem pregada.
139
O profeta representa Deus diante dos homens. O sacerdote representa os homens diante
de Deus. No Antigo Testamento o sumo sacerdote era um homem escolhido para ser o
mediador entre Deus e o homem. A perfeição deste ofício se completou em Cristo (1ª
Timóteo 2:5). O sacerdote cumpria seu oficio oferecendo sacrifício e fazendo interseção,
mas sendo homem imperfeito antes de oferecer sacrifícios pelos outros oferecia tinha que
oferecer primeiro por si mesmo (Levítico 16:11\9:7-8,15).
O sacerdote bíblico era uma pessoa divinamente consagrada para representar o homem
139
diante de Deus e oferecer sacrifícios que assegurarão o favor divino (Hebreus 8:3).
Sacrifícios que assegurariam o perdão e aceitação de Israel por Deus. Uma vez por ano o
sumo sacerdote fazia expiação por Israel, em certo sentido ele era o salvador de Israel,
aquele que aparecia diante de Deus para obter o perdão.
a) As vitimas eram imolados no pátio exterior, Cristo foi crucificado na terra e fora de
Jerusalém.
b) O sangue era levado ao lugar santíssimo e aspergido na presença de Deus. A
aceitação de Jesus que ascendeu ao céu para apresentar-se em nosso lugar na
presença de Deus. Aceitação por Deus de seu sangue nos dá a certeza da aceitação
de todos que confiam no seu sacrifício.
c) As vitimas sacrificadas por ele eram animais irracionais que não tinham a ver com os
pecados cometidos pelos homens.
d) Jesus não necessitava apresentar e oferecer sacrifícios por seus pecados, pois ele não
os tinha. Ele também não usou de irracionais para aliviar a humanidade. Ele ofereceu
a si mesmo, Jesus é o sacerdote ideal (Hebreus 7:24-28).
A obra propiciatória de Jesus no seu oficio sacerdotal é o tópico de maior importância da
teologia sistemática.
O cordeiro do sacrifício perfeito oferecido uma única e ultima vez para sempre é eterna.
Mas a obra sacerdotal ainda continua. Ele vive para aplicar os méritos e o poder de sua obra
expiatória perante Deus a favor dos pecadores (Hebreus 9:14 – soteriologia). Ele intercede
e se compadece de nós, eternamente justo ao Pai (Hebreus 2:14-16\4:15). Portanto, um
sacerdote deveria ser da natureza humana, com experiência humana que saiba o que é
tentação, por isso um anjo não pode ser sacerdote de homens.
A culpa
As Escrituras ensinam que cristo obedeceu e sofreu e nosso lugar (foi nosso substituto) para
satisfazer uma demanda imanente da santidade divina e remover um obstáculo para o
perdão e restauração da culpa (ofensa a santidade de Deus x restauração).
A santidade não é idêntica ao amor, nem uma manifestação dele. Por que a preservação
própria deve preceder a entrega de si mesmo e por que a benevolência encontra seu
objeto, motivo, padrão e limite na justiça, na santidade, então a comunicação de si mesmo.
Deus deve primeiro sustentar o seu próprio ser (Jesus quem faz isto) para depois dar ele a
outrem e essa sustentação deve ter seu mérito, seu motivo do que a sustenta em beneficio
daquele que recebe (Mateus 26:36-42).
Cristo suportou a reação da santidade de Deus contra o pecado que constituía a pena.
Enquanto o amor de cristo explica sua voluntariedade de suportar o sofrimento por nós, só
a santidade fornece a razão para a constituição do universo e da natureza humana que
torna necessário o sofrimento (antes que houvesse mundo)
Ele é o nosso substituto por causa da sua impecabilidade o que nunca poderíamos fazer por
nós mesmos. O único motivo da expiação é que Deus seja justo (Romanos 3:26) pois a
expiação está baseada na justiça de Deus e não no seu amor. Santidade é as vezes
empregada para expressar qualidade moral da divindade, ou o caráter moral de Deus.
Como sacerdote cristo nega qualquer relação com o pecado (Hebreus 2:14-16\1ªJoão 2:1-2
– sacerdote advogado).
141
Jesus é descendente de Davi, da tribo de Judá, portanto ele era rei, pois sob a lei de Moisés
ele poderia ser rei porque era da tribo real de Judá (2ª Sm 7:12-16\At 2:29-31). No entanto
ele não poderia ser sacerdote sob a lei de Moises, pois não era da tribo de Arão\Levi. Porém
o salmista o declarou sacerdote segundo outra classe a de Melquisedeque (Hebreus 7:11-
14). Porque Melquisedeque além de ser sacerdote antes de haver lei de Moisés era
também rei de Salém, antigo nome de Jerusalém. Não há registro da sua origem nem da
sua morte (Genesis 14:18-20\Hebreus 7:1) parece continuar para sempre como sacerdote
desde tempos indefiníveis. 141
Um sumo sacerdote superior aos levitas, ultimo e eterno que mudou o sacerdócio araônico
com um novo pacto (Hebreus 7:18\Mateus 26:28).
O oficio real de Cristo faz parte do seu estado de exaltação. Aquele que esteve em estado
ultimo de humilhação, pois humilhou-se a si mesmo até o ultimo estágio, o tumulo
emprestado, recebe o maior estado e mais sublime de exaltação.
Ele salva do pecado (Mateus 1:21) Salva da ira (1ªTess 1:10\Rm 5:9). A
salvação é uma flor da sua coroa (Atos 4:12). Foi uma grande honra
para Cristo que ele vai compartilhar com os seus súditos (Apocalipse
5:9-19\Daniel 7:18,22,27).
d) Deus o exaltou em sua ascensão. Ele não subiu a sua a órbita terrestre
ou solar, ele foi aos céus (Lucas 24:51\Efésios 4:10). Ele não deixou
casas ou terras, mas a sua benção (Lucas 24:50-51). Subiu como um
vencedor triunfalmente (Salmos 68:18). Ele triunfou sobre a morte, o
142
inferno e o pecado para cada crente (Efésios 4:8-11) Ele concedeu o
Espírito Santo assim como um rei em sua coroação entrega presentes
liberalmente aos seus favoritos.
Aquele que foi conduzido por um bando de soldados será servido por um regimento de
anjos (Marcos 8:38\Mateus 26:53\Judas 14\Mateus 4:11\Hebreus 1:14\Salmos 148:2).
Cristo julgara seus julgadores, Pilatos que o condenou, reis deverão deixar seus tronos e vir
a esse julgamento onde não haverá mais apelação.
Na época do antigo testamento havia três tipos e mediadores entre Deus e seu povo; o
profeta, o sacerdote e o rei (1ª Timóteo 2:5). Cristo reúne em si mesmo os 3 ofícios. Jesus é
o Cristo-profeta que ilumina as nações. O Cristo-sacerdote que e ofereceu como sacrifício
pelas nações. O Cristo-rei que reinará sobre as nações. O plano de Deus para o governante
perfeito foi que ambos os ofícios fossem investidos na mesma pessoa. Por isso
Melquisedeque, por ter sido tanto rei de Salém, como sacerdote de Deus (Genesis
14:18\Hebreus 7:13,17\Hebreus 7:23,26\Salmos 110:1-4). Houve um período na história de
Israel que este ideal quase se realizou. O país foi governado por sumo sacerdotes que
também eram governantes civis:
143
- Sacerdote Eli, governou por 40 anos (1ª Samuel 1:7)e foi também juiz.
No período romano:
Herodes, O Grande foi rei da Judéia 37 A.C. – 4 D.C. que reedificou o templo. Nesta fase
surgiram os fariseus (separados) os saduceus (Justos) os essênio (piedosos).
Também na idade média (V-XV) o Papa reivindicou e tentou exercer um poder espiritual e
temporal na Europa. Ele pretendeu governar como representante de Cristo tanto a igreja
como sobre as nações.
“As duas experiências, a judaica e a cristã fracassaram e até onde se pode julgar por esses
exemplos, nem os interesses temporais e nem os espirituais dos homens são promovidos
quando confiados ao mesmo representante. A dupla tarefa é grande demais para ser
desempenhada por um homem”. Dr. H.B.Swate.
Apenas o esperado Messias era digno e capaz de exercer o duplo cargo (Salmos 110:1-4).
Ele é um sacerdote no trono (Zacarias 6:13) é o Cristo glorificado (Hebreus 10:13).
De acordo com as profecias do antigo testamento o Messias seria um grande rei da casa de
Davi que governaria Israel e as nações (Isaias 11:1-9\Salmos 72).
Jesus afirmou ser ele este rei, na presença de Pilatos (João 18:36).
Jesus predisse sua vinda com poder e majestade (Mt 25:31).
144
O teólogo João Calvino (1643) popularizou a noção de Cristo como aquele que cumpriu os
três ofícios do Antigo Testamento. Desde então muitos outros tem escrito sobre o assunto.
Deve-se notar a priori o termo: ungido=cristo. Ungido é exatamente o que unia os 3 oficio
do antigo testamento.
“Cristo exerceu oficio de rei chamando do mundo um povo para si (At 15:14-18\5:31)
dando-lhes oficiais, leis disciplinares para visivelmente os governar, concedendo graça
salvadora aos seus eleitos, recompensando sua obediência e corrigindo-os em consequência
de seus pecados, preservando-os e sustentando-os em todas as suas tentações e
sofrimentos, restringindo e subjugando todos os seus inimigos e poderosamente ordenando
todas as coisas para o bem de seu povo e também tomando vingança contra os que não
conhecem a Deus e não obedecem ao seu evangelho.”
O Cristo pré-encarnado
Ele é chamado também de Deus filho ou 2ª pessoa da trindade. Esta existência do filho
antes da encarnação tem sido chamada de pré-existência de Cristo. Nas palavras do credo
Niceno: “Cristo desceu dos céus e se encarnou”; Deus filho esvaziou-se (Kenosis) (Filipenses
2:7). Em João 1:1-18 o verbo era preexistente e Cristo é o verbo.
146
Existem grupos e indivíduos que acreditam que a existência de Jesus começou quando ele
foi concebido. Alguns negam que Jesus tenha preexistido no céu e afirmam que Jesus nunca
existiu até o seu nascimento por meio de Maria e que após a sua morte ele ganhou a
imortalidade e só então passou a viver ao lado de Deus no céu.
Mesmo que os Pentecostais do Nome de Jesus aceitem que Cristo é a mesma pessoa que
Deus, eles também acreditam que o filho nasceu e que ele teve um começo, ou seja: “estes
crentes crêem ou entendem que o termo “filho” se aplica a Deus após a sua encarnação”.
Negam a pré-existência de Cristo.
Doutrina Ariana:
A pré-existência de Jesus.
A doutrina da pessoa de Cristo é crucial para a fé cristã. É básica para a soteriologia, pois se
o nosso Senhor não era quem afirma ser, então seu sacrifício foi deficiente para pagar pelos
pecados da humanidade.
A pré-existência de Cristo significa que ele já existia antes de nascer como homem, antes
mesmo da criação do tempo. É um conceito paralelo mais distinto da eternidade. A
importância desta doutrina reside nos seguintes motivos:
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1 – no nascimento: se Cristo veio a existir no seu nascimento então não existe uma
trindade eterna.
2 – na divindade: se Cristo não era preexistente então não pode ser Deus.
3 – nas declarações: se Cristo não era preexistente então ele mentiu a respeito de quem
ele era e possivelmente teria mentido também sobre outros assuntos.
sabe bem, pois da glória proposta para os homens foi ele lançado e impedido, restando-lhe apenas
condenação ultima.
Com a proposta de que Jesus transformasse pedras em pães, acreditava no poder sobrenatural do
filho de Deus, que Ele fosse capaz de tirar das pedras pães. Como Deus, o Pai, através de seu servo Moisés
transformou água do rio Nilo em substância diferente: sangue, assim como madeira inanimada, o cajado,
em ser vivo complexo, uma serpente, revertendo o milagre em madeira outra vez, porém não apenas com
uma serpente, mas também todas as outras que os feiticeiros do Faraó realizaram magicamente e que
foram devoradas pelo cajado de Moisés. O desafio do diabo confirmaria de forma inequívoca que estava
tratando com o filho de Deus, com o divino, no entanto sendo o Verbo em forma de Deus ele não usurpou
o lugar de Deus, antes se submeteu a si mesmo enquanto carne, como filho do homem (Filipenses 2:6-10).
Jamais o filho do Altíssimo obedeceria a um pedido de satanás, e com isto Jesus demonstrou quem 149
de fato é o soberano. Curiosamente, o primeiro milagre de Jesus relatado por João 2:9-11 foi transformar
água em vinho, sendo este um produto obtido através de processo artesanal e industrial, sem nenhum
obstáculo e apenas por sua vontade, verificamos que Jesus produziu o melhor vinho. Em Êxodo 4:9 Deus
transformou água em sangue que representa a vida de todos os seres, com todos os elementos químicos e
moléculas que o formam de uma única vez toda água se fez sangue, do mesmo modo Jesus não deixou a
demanda de satã sem a devida resposta. Por duas vezes multiplicou milhares de pães e houve ocasião para
multiplicar milhares de peixes, registrados em Mateus 14:19-21/15:29/Marcos 8:1-10, em um único gesto
Jesus trouxe a existência não uma serpente, mas milhares de peixes, aptos para alimentação, não
encontramos registro de alguém que tenha participado daquele banquete dos alimentos produzidos por
Cristo ter passado algum mal estar. Cabe aqui examinarmos Lucas 11:11 ”Qual pai, dentre vós, se o filho
lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra?”. Jesus sabia que seus filhos precisavam de
alimentos, no entanto para o faraó do Egito, Deus lhe ofereceu aquilo que era a sua imagem e natureza
diabólica do faraó, uma serpente, similar ao seu pai homicida desde o começo, o diabo, revelando assim o
espírito que dominava o Egito que vitimou crianças inocentes e escravizou seus pais por séculos. Aquela
serpente representava o governo egípcio e o espírito do faraó, como descrito nas visões do profeta Daniel,
os reinos deste mundo são sempre feras e bestas, cruéis e sem misericórdia.
Jesus não enviou pessoas em busca de trigo e fermento, não contratou padeiros, não assou os pães.
Não enviou os seus discípulos pescadores profissionais que tinha a sua disposição, Pedro e André, Tiago e
João filhos de Zebedeu. Jesus demonstrou que o impossível e irreal para os homens não está fora do seu
alcance de realização, para Cristo era coisa simples. Deriva-se então o comentário de Jesus: “Provede-lhes
vós mesmos de alimentos”. Diante da frustrante e natural idéia de comprar os alimentos, mesmo sabendo
que ainda assim seria impossível alimentar a todos, puderam unicamente apresentar a sua miserabilidade
limitante diante daquele que tudo pode apenas determinando: HAJA, movido por pura compaixão, a única
atitude que Jesus teve foi o de olhar para os céus e agradecer pelo que ainda não havia, mas que iria
existir, ou seja, ele tinha certeza que realizaria pois abençoando certamente te abençoarei, a convicção
traz certeza e fé é certeza (Hebreus 11:1). O azeite e a farinha da viúva eram pouquíssimos recursos que
foram transformados em abundância pelo profeta do antigo testamento. Que lição: o pouco com Deus têm
muito valor e se torna em abundante provisão. Desta forma, em tempo posterior, Jesus responde a
demanda de satanás se era o filho de Deus capaz de transformar pedras em pães, o que provou de forma
ainda mais sublime, trazendo a existência pães para multidão incontável ao ponto de ficarem saciados e
ainda obterem lucro, acumulando em cestos o que sobrou, ou seja, havia suficiente para alimentar ainda
mais pessoas dos que estavam ali presentes. Jesus não transformou pedras para alimentar a si mesmo,
pouca quantidade, no entanto seu milagre foi prova superlativa que negando-se a si mesmo, fez muito
mais do que dele era esperado, mais do que pensavam os discípulos, as multidões e o envergonhado
rastejante ser de codinome serpente.
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Lemos em Mateus 4 que o adversário tacanho, desafia o príncipe dos céus a convocar suas hordas
celestiais para ampará-lo em uma queda suicida pública, invocando o salmo 91. Isto prova que até mesmo
o diabo é conhecedor das escrituras, provocando a Cristo demonstrar sua divina filiação, interessante o
contraste do comportamento e resposta de Jesus com a sua declaração Pedro no Getsêmani ao ser
aprisionado pelos judeus: Mateus 26:53 “Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria
neste momento mais de doze legiões de anjos?”
A melhor resposta do filho de Deus não foi invocar uma legião de anjos para ajudá-lo a flutuar até o
chão como queria o diabo e tão pouco chamar anjos para defender a si e aos discípulos, pois Cristo era
capaz de defender a si mesmo e aos seus seguidores, mas provar que Deus era capaz de suprir todas estas
necessidades, tanto de flutuar quanto a de proteger cada um dos discípulos da hora mais cruel. A melhor
resposta de Cristo foi sozinho e por seu próprio poder flutuar, elevando-se até as nuvens rumo aos céus, 150
atravessando as dimensões celestiais sentado a destra do Pai com a glória que ele tinha antes com o Pai.
Sendo Cristo mais sublime eu os céus (hebreus 7:6), deu maior prova ser ele mesmo o próprio filho de
Deus que tanto satã questionava quanto o questionamento de Pilatos: ”Logo tu és Rei”. Lançando
definitivamente o diabo ao chão, junto com as serpentes que é o seu lugar, rastejando desamparado,
devastado e irado sabendo que lhe resta pouco tempo (Lucas 10:18).
Cristo também não cedeu as chantagens diabólicas de dar a Cristo um mundo corrompido pelo
pecado e por suas ações demoníacas. Este mundo oferecido pelo inimigo de Deus precisa de concerto,
resgate, salvação, de uma chance que somente Jesus poderia realizar retirar o mundo condenado a
destruição das mãos do diabo, em troca de um gesto de adoração, aquele mesmo objetivo que épocas
anteriores o diabo tentou a fracassou novamente, obter o lugar de Deus. Restou-lhe repreensão: Então
disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás
(Mateus 4:10).
Sigamos este exemplo corajoso de fé e convicção de Cristo que em tudo foi tentado, mas não
pecou, sabendo que a nossa recompensa é aprovação do nosso SENHOR, que sabe livrar os piedosos do
perigo e da tentação, mas mantém os ímpios e inimigos em castigo.
CONCLUSÃO
SABEMOS QUE HÁ DEUS E SEU CRISTO NÃO NOS DEIXOU SÓ. ENVIOU SEU ESPIRITO SANTO
PARA LEVAR A HUMANIDADE A TODA A VERDADE. (João14:26/Mateus 28:20)
A VERDADE NÃO ESTÁ LÁ FORA, MAS DENTRO DE VOCÊ, O TEMPLO DE DEUS NA TERRA É
CADA SER HUMANO QUE RECEBEU A CRISTO COMO SEU SALVADOR, E ESTÁ NAS
ESCRITURAS.
(Jeremias 31:34/Hebreus 8:10-12/Isaias 54:13/João 6:45/1ª João 2:27)
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Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a
sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
SALMOS 2:12.
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