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Modelo epidêmico SEIHR aplicado à COVID-19 na cidade de São Paulo

Preprint · June 2021


DOI: 10.13140/RG.2.2.31320.21761

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2 authors:

Rodrigo Malagutti Marcio Eisencraft


University of São Paulo University of São Paulo
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XXXIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES E PROCESSAMENTO DE SINAIS - SBrT 2021, 26–29 DE SETEMBRO DE 2021, FORTALEZA, CE

Modelo epidêmico SEIHR aplicado à COVID-19 na


cidade de São Paulo
Rodrigo M. Malagutti e Marcio Eisencraft

Resumo— Neste trabalho, aplica-se um modelo epidêmico No caso epidêmico, esses grupos, ou compartimentos, denotam
de tipo Suscetível-Exposto-Infectado-Hospitalizado-Recuperado o estado de doença e as características epidêmicas que o
(SEIHR) compartimental da doença coronavírus 2019 (COVID- indivíduo médio do compartimento apresenta. Quando lidando
19) na cidade de São Paulo. São traçados os princípios básicos
do modelo, explicadas as equações diferenciais e apresentados os com populações grandes, como no contexto brasileiro, essa
resultados relativos à previsão do futuro da epidemia na cidade. abordagem é especialmente adequada [8].
Principalmente, mostra-se a correlação substancial do prazo para O modelo epidêmico compartimental apresentado em [10]
contenção da doença com as taxas de isolamento da população. se revelou adequado para imitar as características da COVID-
Palavras-Chave— Modelos epidêmicos, COVID-19, suscetível- 19, principalmente as peculiaridades em relação à grande
infectado, sistemas dinâmicos taxa de contaminação causada por indivíduos assintomáticos.
Abstract— In this work, an epidemic Susceptible-Exposed- Especificamente, em [10] compara-se e contrasta os resulta-
Infected-Hospitalized-Recovered (SEIHR) model of the coronavi- dos experimentais com os dados para uma série de regiões,
rus disease 2019 (COVID-19) is applied to the city of São Paulo. principalmente à cidade de Hong Kong, China.
The basic principles of the model are outlined, the differential
equations are explained, and results are presented regarding O objetivo deste trabalho é aplicar esse modelo ao Brasil,
the forecast of the future of the epidemic in the city. Mainly, especificamente ao município de São Paulo, assumido como
results show the substantial correlation between the effectiveness demograficamente similar a Hong Kong, de forma a proporci-
of curbing further spread of disease and isolation rates of the onar alguma perspectiva sobre a evolução da doença no país.
general population. Ele é dividido em 6 seções, incluindo esta introdução como
Keywords— Epidemic models, COVID-19, susceptible-infected, I. Na seção II, revisa-se a base teórica para desenvolvimento
dynamic systems do modelo; na seção III, a metodologia usada é detalhada; na
seção IV, inclui-se os resultados e os gráficos obtidos; na seção
I. I NTRODUÇÃO V, tais resultados são discutidos; na seção VI, sumariza-se o
trabalho e são sugeridas pesquisas futuras.
Com a crise global de saúde causada pela COVID-19 a
partir do final de 2019, a relevância do estudo de modelos
epidêmicos se tornou evidente para o manejo e previsão de II. M ODELO EPIDÊMICO UTILIZADO
recursos de saúde [1], [2], [3]. Para o Brasil, como um dos O modelo Suscetível-Exposto-Infectado-Hospitalizado-
países mais impactados, é de especial interesse público obter Recuperado (SEIHR) para modelagem em epidemias, como
informações sobre a potencial evolução da situação [4], [5]. definido em [10], é baseado na separação da população de
A utilização de métodos matemáticos para o estudo de interesse em 5 estados correspondentes a cada letra. O estado
epidemias segue uma tradição de mais de 250 anos, come- S, susceptible, indica indivíduos saudáveis que não foram
çando com d’Alembert e Daniel Bernoulli buscando maneiras afetados pela doença; E, exposed, refere-se àqueles que foram
de verificar a validade da recém-inventada inoculação para infectados e podem transmitir, mas estão assintomáticos; I,
a varíola na expectativa de vida de indivíduos imunizados infected, indica os sintomáticos; H, hospitalized, representa
[6], [7]. Hodiernamente, a modelagem computacional de epi- os que se encontram infectados, mas hospitalizados e, assim,
demias é dividida em dois tipos de abordagens: modelos não transmissores. Finalmente, R, recovered, corresponde a
compartimentais, baseados em equacionamentos individuais indivíduos que foram infectados previamente, não apresentam
de cada estado epidêmico como grupos da população [9], mais o vírus e não transmitem por estarem imunes ou
e modelos de redes, em que indivíduos e suas relações são mortos. Tal variedade de estados permite grande flexibilidade
representados individualmente [2]. para a divisão da população em estados de interesse [8],
Modelos compartimentais, baseados na linha de pesquisa sendo especialmente útil para doenças epidêmicas como a
estabelecida em [9], são especialmente interessantes por pos- COVID-19.
sibilitarem a divisão de grandes populações em grupos mane- As maiores vantagens desse modelo são que ele viabiliza
jáveis de indivíduos com características de interesse especial. a análise do impacto de indivíduos assintomáticos que ainda
Rodrigo M. Malagutti, EP-PME, USP, São Paulo - SP, e-mail: ro- transmitem a doença, além de incluir a população hospitali-
drigo.malagutti123@usp.br; Marcio Eisencraft, EP-PTC, USP, São Paulo - zada. Assim, o modelo pode ajudar a prever a carga sobre o
SP, marcelo@lcs.poli.usp.br. Marcio Eisencraft foi parcialmente financiado sistema de saúde conforme a epidemia se alastra na população.
por CNPq 311039/2019-7. Rodrigo Malagutti foi financiado pelo Programa
Unificado de Bolsas da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Para simular tal evolução, utiliza-se um sistema de equações
Paulo - 2020-2621. diferenciais, que separam a população em compartimentos de
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para o compartimento em I. Alternativamente, eles mantêm-


se incógnitos até a sua auto-imunização ou morte, combinadas
em uma mesma probabilidade δE de serem movidos para R.
Similarmente, indivíduos I apresentam a probabilidade γIH de
serem hospitalizados, ou uma chance δI de moverem para R.
Finalmente, indivíduos H só podem ser movidos para R, com
probabilidade δH . Indivíduos em R atingiram o compartimento
Fig. 1: Diagrama de estados de epidemia SEIHR. final e não são mais movidos entre estados.

III. M ETODOLOGIA
acordo com o estado que cada indivíduo ocupa. As transição Para a tarefa da solução numérica das equações, foi ne-
entre estados é o mecanismo central da dinâmica do modelo, cessária a criação de uma função própria com as equações
descrita na Figura 1. Indivíduos suscetíveis - em S - ao serem e os mecanismos de troca de p, de forma a ser possível
contaminados são considerados inicialmente assintomáticos, otimizar tal parâmetro para encaixar a curva produzida com os
E. Tais indivíduos podem então contaminar outros S, além dados de [12]. Como argumentos, adotaram-se as constantes
de eventualmente evoluírem para se tornar R, ou avançarem δE = δI = δH = 0.1, τEI = 1/7 = 0,14285 , γIH = 1,
para o estado sintomático, em I, após um período de latência,. como usados em [10], e N = 12325232, correspondendo
Indivíduos I podem então transmitir para indivíduos S em à população de São Paulo [11]. Como condições iniciais,
taxas mais elevadas, mas tornam-se passíveis de evoluírem assumiu-se S(0) = N − 1, E(0) = 1 e I(0) = H(0) =
para I, além de continuarem podendo virar R. Finalmente, no R(0) = 0.
estado I considera-se que o indivíduo não transmite mais a Para os ajustes de p, foi necessário dividir a epidemia em
doença, mas continua infectado até fazer a transição para R. fases. Primeiramente, dividiu-se o período a partir da primeira
A evolução dos estados do modelo é descrita pelo seguinte contaminação em relação às taxas de isolamento da população,
conjunto de equações diferenciais: de forma que foram formados 3 percentis que separaram a
 h i linha do tempo em 6 momentos distintos, vistos na Figura
dS(t)
= −pVSE S(t) = −pε E(t) I(t) 2. Consequentemente, o dia de mudança de cada período
N − pα N S(t);

 dt

 dE(t) correspondeu ao momento de troca de p utilizado na função
= pVSE S(t) − (τEI + δE )E(t);


 dt
dI(t)
de otimização.
= τEI E(t) − (γIH + δI )I(t); (1)
 dt
dH(t) % de isolamento em São Paulo,

 = γIH I(t) − δH H(t);
2020-02-26 a 2021-03-25

 dt
dR(t) 60

= δE E(t) + δI I(t) + δH H(t).

dt
Os parâmetros utilizados são explicados na Tabela I. 55

50
TABELA I: Parâmetros usados no modelo.
45
Parâmetro Definição
 Taxa de transmissão de assintomáticos 40

α Taxa de transmissão de sintomáticos 35

δE Taxa de recuperação de assintomáticos 30


0-03 0-05 0-07 0-09 0-11 1-01 1-03
δI Taxa de recuperação de sintomáticos 202 202 202 202 202 202 202

δH Taxa de recuperação de hospitalizados Fig. 2: Taxas de isolamento na cidade de São Paulo; vermelho
é acima de 45%, amarelo é acima de 42,1% e verde é
τEI Coeficiente para período latente de nós acima de 31.3%. Roxo será o período de análise e previsões.
assintomáticos
Especificamente, as trocas ocorreram para p1 em 21/03/20; p2
γIH Taxa de hospitalização de sintomáticos em 20/07/20; p3 em 05/11/20; p4 em 20/12/20; p5 em 28/01/21
e p6 em 04/03/20. Dados de [12]
p Índice de intervenção

N População total A partir da função base, tornou-se possível executar o


processo numérico. Foi usado o método de Runge-Kutta de
quarta ordem, chegando à curva dos resultados numéricos das
O mecanismo de interações entre compartimentos funciona equações. Em seguida, otimizou-se os parâmetros pn com a
da seguinte maneira. Cada contato de um indivíduo em S função scipy.optimze.curve_f it() da biblioteca SciPy [13]
com indivíduos em E ou I tem a probabilidade α ou , do Python, de forma a aproximar os resultados das diferenciais
respectivamente, de causar uma contaminação, transformando com os dados de contaminações [12]. Especificamente, envia-
o indivíduo S em E. Indivíduos em E apresentam a probabili- se diferentes p para cada momento crítico t previamente
dade τEI diária de serem identificados como vetores e movidos identificado, até achar a curva mais próxima do maior número
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de pontos de dado possível. Assim, obtém-se os valores de p não obtidos, podendo reproduzir padrões de médio prazo com
mais apropriados para a maior proximidade possível da curva alguma fidelidade.
obtida aos dados reais.
7000
Dados, São Paulo
IV. S IMULAÇÕES E RESULTADOS 6000 H(t)
Com os dados detalhados na seção anterior, executou-se o 5000 p5= 0.528

Infectados diários
processo para obter o valor p para cada período limitado pelos 4000
índices de intervenção. p1 = 0.557 p3 = 0.579
3000
Com os momentos de troca sabidos, executou-se a função
de otimização para o sistema de equações e os dados diários 2000
disponíveis. Os resultados até o dia 12 de março de 2021 1000
podem ser vistos nas Figuras 3 e 4. É possível observar que o 0 p2 = 0.479 p4 = 0.528
procedimento apresenta um nível razoável de adequação para 0-03 020-05 020-07 020-09 020-11 021-01 021-03 021-05 021-07
202 2 2 2 2 2 2 2 2
aproximar os resultados numéricos aos dados. Data

5000 Fig. 5: Dados preditivos do modelo SEIHR em comparação


Dados, São Paulo
Infectados, média móvel semanal

H(t) com dados reais da media móvel semanal de casos diários.


4000 Dados obtidos a partir da fase roxa são resultados somente
p3 = 0.647 p5= 0.549 das equações diferenciais, dados reais apresentados são para
3000
p1 = 0.563 comparação
2000

1000
p2 = 0.455 p4 = 0.466 Dados, São Paulo
800000 H(t) cumulativo
0 p5= 0.528
0-03 0-05 0-07 0-09 0-11 1-01 1-03
202 202 202 202 202 202 202 600000
Infectados totais

Data p1 = 0.557 p3 = 0.579


400000
Fig. 3: Media móvel semanal de casos diários de COVID-19
na cidade de São Paulo comparados aos dados obtidos com o 200000
modelo SEIHR até o dia 12/03/2021.
0 p2 = 0.479 p4 = 0.528

0-03 0-05 0-07 020-09 020-11 021-01 021-03 021-05 021-07


600000
202 202 202 2 2 2 2 2 2
Dados, São Paulo Data
500000 H(t) cumulativo
Fig. 6: Dados preditivos do modelo SEIHR em comparação
400000
Infectados totais

com dados reais de contaminações totais. Dados obtidos a


300000 p5= 0.549 partir da fase roxa são resultados somente das equações
p1 = 0.563 p3 = 0.647
200000
diferenciais, dados reais apresentados são para comparação

100000
p2 = 0.455 p4 = 0.466 Com o objetivo de obter a semana de retorno a taxa de
0 contaminações similares a da semana mais controlada da
0-03 0-05 0-07 0-09 0-11 1-01 -03 epidemia na cidade, identificada como a semana do dia 11 de
1
202 202 202 202 202 202 202 outubro de 2020, estudou-se o tempo necessário para a média
Data
móvel de casos retornar à dessa semana em função do valor
Fig. 4: Casos totais de COVID-19 na cidade de São Paulo de p aplicado a partir de 2021-04-20. Os resultados obtidos
comparados aos dados obtidos com o modelo SEIHR até o são mostrados na Figura 8. Na Figura 9, vê-se o número de
dia 12/03/2021. contaminados nas respectivas datas finais para cada p. Na
Figura 7, vê-se a taxa de contaminados diários para alguns
Finalmente, foram feitos testes para analisar a capacidade valores de p finais diferentes, e os respectivos dias para retorno
preditiva do processo. Com a otimização da curva limitada ao mínimo.
somente até 28 de janeiro de 2021, aplicou-se o mesmo
procedimento de obtenção de p, sendo que o p da fase roxa foi V. D ISCUSSÃO
imposto como sendo igual ao do período anterior. Os resulta- As simulações permitem fazer algumas previsões relevantes
dos podem ser vistos nas Figuras 5 e 6. Pela proximidade à compreensão da evolução epidêmica na cidade. Primeira-
dos dados obtidos com os reais a partir da data limite de mente, existe uma alta correlação entre a variação no índice
otimização em 28 de janeiro, percebe-se que o modelo pode de isolamento populacional e na força epidêmica da doença.
ser de algum interesse para extrapolar dados futuros ainda Após a explosão inicial de casos, mesmo sendo o momento
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7000 pondem a recuperações mais rápidas, com um grande aumento


Dados, São Paulo
6000 até a região de p ' 0.6. Contudo, após esse ponto, a redução
5000 pf = 0.542, no período volta a ocorrer. Combinado com o conjunto de
dia de mín = 2023-03-04
Infectados diários

4000
dados na Figura 9, esse traço indica que o modelo reproduz o
fenômeno da imunidade de rebanho, em que, com grande parte
3000
pf = 0.479,
da população sendo infectada e consequentemente imunizada,
2000 dia de mín = 2021-08-16 a doença perde seu momento. Fica também evidente que uma
1000 pf = 0.338, abordagem intermediária de intervenção é a que mais prolonga
dia de mín = 2021-04-28
0 a epidemia.
0-04 020-07 020-10 021-01 021-04 021-07 021-10 022-01 Adicionalmente, é importante destacar algumas ressalvas
202 2 2 2 2 2 2 2 importantes. O modelo não considera nenhum dos esforços
Data
de vacinação da população, o que causa com que a parcela
Fig. 7: Exemplo de diferenças entre p no último período. p1 = suscetível da população só reduza ao ser contaminada. Além
0,557; p2 = 0,479; p3 = 0,583; p4 = 0,504; p5 = 0,542. pf disso, o modelo é limitado a faixas de previsões, uma vez
foram definidos, de cima pra baixo, como pf = p5, pf = p2 que variações de curto prazo apresentam grande turbulência,
e pf = 0,338. Este último foi um p de Hong Kong, cidade e é restrito a análises gerais, por modelar populações como
similar a São Paulo [10] homogêneas.
Mesmo assim, a praticidade computacional do modelo e o
grau de proximidade aos dados reais são promissores. Espera-
2023-10
se que os resultados obtidos possam ser de alguma ajuda para
2023-07
dar perspectiva do efeito do isolamento populacional como
Mês de retorno ao mínimo

2023-04
2023-01 recurso de intervenção em epidemias.
2022-10
2022-07 VI. C ONCLUSÕES
2022-04
2022-01
Nesse artigo, foi reproduzido um modelo compartimental
2021-10 para simulação computacional de epidemias de tipo SEIHR,
2021-07 especificamente a pandemia de COVID-19 como ocorrida na
2021-04 cidade de São Paulo. Pela otimização de equações diferenciais
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 paramétricas, contribuiu-se com a demonstração da correlação
p no último período
substancial entre a redução de isolamento populacional com o
Fig. 8: Relação entre a data de mínimo e p no último período aumento do número de contaminações. Quantifica-se a eficácia
desse isolamento como medida de prevenção com um índice
1e6 de intervenção, que permite a previsão de resultados para
5
períodos futuros com boa fidelidade.
Possíveis trabalhos futuros podem explorar outros métodos
4 para determinar o parâmetro de intervenção, ou aplicar o
Infectados no final

método a outras populações. Alternativamente, existem pos-


3 sibilidades na verificação da influência da tomada de medidas
governamentais na progressão da epidemia, ou outros possíveis
2
fatores sociais como catalisadores de mudança no ritmo da
1 doença.

0 AGRADECIMENTOS
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
p no último período
Agradece-se o apoio dado à pesquisa pela Universidade de
Fig. 9: Relação entre total de contaminados e p no último São Paulo. Rodrigo Malagutti é apoiado através do Programa
período. Unificado de Bolsas da Pró-Reitoria de Graduação da Uni-
versidade de São Paulo (2020-2621). Marcio Eisencraft foi
parcialmente apoiado pelo CNPq (311039/2019-7).
de maior isolamento para a população, momentos de aumento
de p e o consequente aumento de infectados correspondem R EFERÊNCIAS
fortemente com a redução da proporção de isolamento, visto [1] CLARK, A. et al. Global, regional, and national estimates of the popu-
principalmente na Figura 3. Assim, fica claro que o isolamento lation at increased risk of severe COVID-19 due to underlying health
conditions in 2020: a modelling study. The Lancet Global Health, v. 8,
da população é uma medida central e efetiva para o controle n. 8, p. e1003–e1017, aug 2020. DOI: 10.1016/s2214-109x(20)30264-3
da doença. [2] PASTOR-SATORRAS, R.; CASTELLANO, C.; MIEGHEM, P. V.;
De especial interesse é o gráfico da relação de p até o VESPIGNANI, A. Epidemic processes in complex networks Rev. Mod.
Phys., 2015, 87. DOI: 10.1103/RevModPhys.87.925
momento de minimização da taxa diária de contaminações. [3] NEWMAN, M.. Networks: An introduction, Oxford University Press,
Como visto na Figura 8, taxas maiores de isolamento corres- cap. 17, 2010
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