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Mestrado em Turismo | Gestão Estratégica de Eventos 2022/2023 Metodologia I

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Longevidade do Modelo Híbrido no Mundo dos


Eventos

Trabalho Final de Mestrado - Dissertação

Marco Reis - 10927


1 Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
10927@eshte.pt

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Mestrado em Turismo | Gestão Estratégica de Eventos 2022/2023 Metodologia I
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Índice
Enquadramento Geral ............................................................................................................................................... iii
Revisão Bibliográfica .................................................................................................................................................. iii
1. A importância dos eventos para o turismo ....................................................................................................... iii
2. O Modelo Híbrido nos Eventos ........................................................................................................................... v
2.1 Conceito ........................................................................................................................................................ v
2.2 Principais Tendências ................................................................................................................................... v
2.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo Presencial e Online ...................................................................... vii
2.4 Tipos de Eventos mais afetados .................................................................................................................. ix
Objetivos e Questões de Investigação....................................................................................................................... ix
Plano de Investigação, Métodos e Técnicas .............................................................................................................. xi
Índice Provisório ....................................................................................................................................................... xii
Cronograma ............................................................................................................................................................. xiv
Bibliografia ................................................................................................................................................................ xv

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Enquadramento Geral

A pandemia veio a revolucionar o panorama internacional no que diz respeito ao mundo dos
eventos. Como tal, os eventos adaptaram-se numa primeira fase a um modelo exclusivamente online,
passando, com o atenuar da pandemia, ao modelo que nos assiste até hoje, o modelo híbrido.

Assim, este estudo tem como principal objetivo principal analisar e retirar possíveis conclusões
relativas à longevidade do modelo híbrido aplicado aos eventos a médio/longo prazo, visto muitas
crenças apontarem para a sua implementação vitalícia.

Para tal, numa primeira fase terá de ser analisada e retratada toda a envolvente que fez com que
o modelo online emergisse de forma abrupta em praticamente todos os setores económico-sociais nos
últimos anos, de forma a facilitar a compreensão da dimensão do seu impacto no setor dos eventos e de
que forma este setor se modelou face aos desafios apresentados por um panorama quase
“contraditório” com o propósito base dos eventos – a interação.

Neste sentido, de forma complementar e mais incisiva, o estudo tem como finalidade identificar e
analisar primeiramente a forma como o online foi incutido nos eventos e, seguidamente, a forma como
o modelo híbrido foi adaptado aos mesmos. Para tal, serão alvo de investigação questões como o tipo
de eventos que estarão mais vulneráveis à inclusão permanente do modelo híbrido, que tendências
surgiram (tecnológicas, ambientais, económicas, sociais e comportamentais), quais as vantagens e
desvantagens da adoção deste modelo, o impacto do marketing, quais os elementos esperados para o
futuro e que razões explicam a continuação da utilização deste modelo no futuro. (Reis, 2021)

Revisão Bibliográfica

1. A importância dos eventos para o turismo


O turismo e os eventos encontram-se inevitavelmente correlacionados. Os eventos têm vindo a
aumentar drasticamente os seus níveis de produção e contributo para o desenvolvimento regional dos
destinos a nível social, cultural, económico e político. Assim, nos últimos anos tem sido visível não só o

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crescimento do papel dos eventos a oferta dos destinos turísticos, como também a diversificação dos
padrões de comportamento (e consumo) dos consumidores, que por consequência têm vindo a obrigar
a uma especialização e reestruturação dos eventos no que diz à sua gestão.(Trošt Lesić & Brščić, 2017)

Segundo (Carvalho et al., 2011, p. 461), a crescente importância dos eventos no setor do turismo
e no desenvolvimento regional dos destinos mundiais assenta principalmente na sua “capacidade de
atingir objetivos múltiplos e, por conseguinte, originar múltiplos impactes a vários níveis”. Como tal,
fatores como a emergência de determinados tipos de evento como o turismo de natureza e o turismo
cultural (Richards, 2007, pp. 12–13) e a consequente preocupação dos organizadores em transformar o
que até à altura seriam maioritariamente participantes passivos em participantes ativos, a “introdução”
dos short breaks e a inovação constante da tecnologia e dos vários canais de comunicação foram fulcrais
para a fixação dos eventos como um dos grandes pilares do turismo moderno.

Desta forma e considerando o contexto à volta dos eventos, foram inúmeros os benefícios
trazidos pelo se crescimento, não só para o próprio segmento como para o turismo no geral.

Como já mencionado, os eventos vieram aumentar o consumo turístico global através da


inovação promovida pelo desenvolvimento das metodologias e técnicas de gestão, desenvolvimento de
infraestruturas necessárias para atrair e manter eventos, novas formas de comunicação e marketing,
entre outros. Desta forma e independentemente do tipo de eventos, os eventos fomentam e acentuam
as oportunidades para viajar e consequentemente têm originado uma disputa cada vez maior entre
entidades governamentais no que diz respeito ao acolhimento de eventos nacionais e internacionais
(Marujo, 2014, p. 4). Esta disputa surge sobretudo pela forma como os eventos dão a conhecer e
embelezam os destinos em que são realizados, criando uma imagem favorável e consequentemente
aumentando e diversificando a procura turística dos mesmos (a redução da sazonalidade é crucial) e, por
conseguinte, estimulando visitas repetidas. Com o aumento da qualidade da oferta e assim do consumo
turístico, aumentam igualmente as receitas geradas para a comunidade anfitriã, para o turismo e para
outros setores associados (restauração, animação, entre outros). Todos estes benefícios aplicam-se
também não só na localidade onde é realizado o evento como também nas outras regiões e localidades
do país.

Por outro lado, existe cada vez mais uma preocupação para com os organizadores de eventos
incutirem e comunicarem formas de minimizar os impactes ambientais que têm vindo a afirmar-se como

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uma das principais questões de alerta a nível global. Uma das formas de combate é, por exemplo,
estimular os participantes a participarem em atividades relacionadas com o turismo de natureza, que se
afirma como um segmento crescente, porém que nem todos os participantes de um evento se
identificam/pretendem com a viagem realizada. Neste sentido, e atendendo ao alvo da presente
investigação, encontrou-se no modelo híbrido uma das grandes soluções para a minimização dos impactes
encontrados. (Reis, 2021, p. 2)

2. O Modelo Híbrido nos Eventos

2.1 Conceito
Não existe muita disparidade no que diz respeito á conceitualização de evento híbrido, por se
tratar de uma agregação entre dois conceitos simples (evento presencial e evento online).

Como tal, os eventos híbridos consistem na agregação entre dois formatos: o modelo presencial
e o modelo híbrido (Comercio, 2021). Assim, pode-se se dizer que na prática o evento acontece
presencial e virtualmente, tudo ao mesmo tempo, dando oportunidade e poder de decisão dos
participantes e oradores poderem estar, parcial ou totalmente, à distância.(Floor, 2022; Lang, 2021)

2.2 Principais Tendências


A pandemia trouxe uma necessidade de inovação por parte das empresas organizadoras de
eventos (Floor, 2022). A partir de 2020 nasceu uma nova era na indústria dos eventos, trazendo com ela
novas necessidades, recursos e tendências, onde a tecnologia se afirmou como o principal pilar para que
toda esta evolução fosse possível. Devido à sua recente implementação, não existem ainda muitos
estudos relativos aos eventos híbridos, porém já foram apontadas algumas tendências que explicam a
razão pela qual muitos preveem a sua continuidade, sendo algumas delas (EventMB, 2020):

1. Sustentabilidade

Identificar e compreender os principais impactes positivos e negativos associados a um evento


específico é determinante para se organizar um evento sustentável (Evangelista, 2012). Os eventos
presenciais implicam uma série de impactes ambientais, sendo os mais comuns a gestão de resíduos, a
poluição sonora, a poluição gerada pelos transportes e o afeto de um evento na comunidade loca. Como

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tal, com o modelo híbrido evitar-se-iam inúmeras viagens desnecessárias que no passado eram
realizadas (de avião, especialmente) e eliminar-se-iam de igual forma praticamente todos os impactes
gerados presencialmente, supracitados.

2. Venda de Subscrições e Acessos Online e All-In-One software

As organizadoras de eventos tiveram a necessidade de reestruturar todos os seus processos,


incluindo o ROI (Return of Investment). Como tal, tiveram de investir nos seus canais online e, sendo
que, naturalmente, os eventos são realizados nas plataformas online, muito do retorno do investimento provem
atualmente das vendas de subscrições e acessos aos mesmos, havendo ainda muitas outras funcionalidades
“extra” pagas.

O All-In-One Software consiste num sistema integrado que combina diversas funções, com o
objetivo de desempenhar múltiplas atividades. A inclusão deste sistema permite o aumento da
produtividade e rentabilidade entre setores, assim como a comunicação entre eles. Da mesma forma, é
aumentada também a eficiência da monitorização.

3. Os sites de eventos e aplicativos móveis vão ganhar espaço

“A partilha de informação, e mesmo o streaming, vai ser cada vez mais comum. O papel vai ser
substituído pelos conteúdos online como trabalhos médicos, apresentações, fichas de produto, entre
outros” (Seleiro, 2020)

4. Networking

As pessoas comparecem em eventos por dois motivos (podendo ser pelos dois em simultâneo):
procura por informação e networking. Neste sentido, grande parte dos eventos são realizados com o
propósito de alargar redes de contactos, criar parceiros e eventuais patrocinadores. Porém, cada vez
mais o networking tem vindo a ser negligenciado nos eventos, uma vez que os formatos desenhados
para a sua execução se têm tornado obsoletos e poucos práticos, sendo que na maioria dos eventos as
pessoas “são atiradas para uma sala” à procura de conexões. Os eventos híbridos surgem neste
seguimento como uma lufada de ar fresco, uma vez que vêm trazer funcionalidades e novas práticas que
irão permitir uma espécie de profissionalização do networking e uma nova abordagem que permitirá

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aumentar a sua eficiência e um novo sentido de propósito para todos os participantes que vão em busca
de novas ligações. Para tal, a tecnologia revela-se como fulcral para a inovação deste conceito, através
do desenvolvimento de bases de dados e mecanismos que facilitem e unifiquem, eventualmente,
pessoas com os mesmos interesses e que estejam à procura de um objetivo comum.

5. A interação entre organizador/cliente e participante vai ser mais rica (Seleiro, 2020)

2.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo Presencial e Online


De modo a perceber o quão importante será um futuro em que os eventos reúnam caraterísticas tanto
presenciais como virtuais, é importante identificar os prós e os contras do modelo virtual, sendo que as
desvantagens do mesmo acabam por ser vantagens do modelo presencial, e vice-versa.

2.3.1 Vantagens dos eventos virtuais:


• Eliminam os impactos ambientais existentes nos eventos presenciais
• O número de participantes é ilimitado – uma vez que não existe um “espaço” definido e restrito,
não há limite de participantes neste tipo de eventos. Esta vantagens afirma-se como uma das
mais importantes, uma vez que permite aumentar de forma exponencial as receitas e a
visibilidade dos eventos.
• Os eventos podem ser assistidos em qualquer parte do mundo - maior alcance em termos de
público atingido, uma vez que as distâncias são encurtadas e qualquer pessoa, desde que tenha
as condições de acesso necessárias para um evento virtual, pode assisti-lo.
• Alteram completamente os critérios de decisão dos participantes – qualquer pessoa consegue
aceder a um determinado evento a partir de sua casa, independentemente de onde esteja, e,
portanto, é possível eliminar os principais constrangimentos que determinavam a não
participação das pessoas, nomeadamente dinheiro, tempo e energia. ((Diethart et al., 2019)
• Exigem menos investimento – logicamente, os eventos virtuais implicam uma estrutura de
custos bastante mais reduzida em relação aos eventos presenciais, uma vez que não são
necessários serviços como catering, fotografia, etc

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• Mais oportunidades para personalizar a experiência dos clientes – a emergência constante da


internet e do ambiente virtual faz com que os eventos virtuais tenham um potencial tremendo
em termos de inovação e de novos conteúdos.
• A criação de conteúdo digital nos eventos digitais pode ser ao mesmo tempo utilizada para
conteúdos de marketing
• Maior incentivo e oportunidades para patrocinadores – os eventos digitais permitem um
número maior de participantes e, consequentemente, um número maior de oportunidades
percecionadas pelos patrocinadores, que vêm a emergência deste tipo de eventos como uma
grande fonte de investimento.

2.3.2 Desvantagens dos eventos virtuais:


• Perda de autenticidade e exclusividade – os eventos virtuais vêm retirar, em grande parte, a
autenticidade de um evento presencial. Toda a envolvência que leva um particpante a dirigir-se
a um determinado evento (viagem, expetativas, dinheiro, tempo,energia, entusiasmo) é de certa
forma suprimida pela facilidade de acesso ao mesmo, e portanto existe o risco dos eventos se
tornarem algo “banalizados” e pouco vividos.
• Menos oportunidades para socializar – os eventos virtuais trazem consigo, atualmente, um
caráter dito mais informal quando comparado com os eventos digirais. Neste sentido, o
networking vê-se algo comprometido e “à espera” de soluções fiáveis que permitam um contacto
produtivo entre os participantes, embora as perspetivas apontem para que os eventos digitais
tragam consigo novas ferramentas e soluções que possam superar os métodos
tradicionais/presenciais de networking, profissionalizando-o.
• Receção de Feedback – A perceção do feedback via online não é o mesmo que presencialmente,
deixando uma incerteza sobre o sucesso da palestra e se esta foi bem recebida e compreendida
pela audiência

• Reduzem o contributo para o turismo – os eventos digitais encurtam distâncias e, como tal,
evitam as viagens e a Longevidade do Modelo Híbrido no mundo dos eventos necessidade de
alojamento dos participantes. Ora, sendo o setor dos eventos um dos maiores contribuidores
para o setor turístico, a realização de eventos exclusivamente digitais podem “representar um
entrave nos apoios das entidades governamentais que promovem e apoiam os eventos
presenciais como uma estratégia económica e de desenvolvimento” (Gomes, 2021)

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2.4 Tipos de Eventos mais afetados

São vários os tipos de eventos existentes atualmente, nomeadamente eventos culturais,


políticos, artísticos, empresarias, educacionais e científicos, desportivos, recreativos e privados (Getz,
2005). Porém, não foram todos afetados da mesma forma durante e pós pandemia, sendo que muitos
dos eventos tiveram mesmo de encerrar temporariamente os seus serviços.

Já outros, conseguiram adaptar-se através dos eventos virtuais e, atualmente, moldam-se então
em torno do modelo híbrido. São exemplos os eventos desportivos, cujos revitalizaram as plataformas
de livestreaming e criaram novas formas de interação com o público (ecrã gigante ligado à plataforma
zoom com centenas de adeptos a assistir aos jogos desde casa), embora esta última funcionalidade tenha
deixado de existir com o regresso ao presencial.

Neste sentido e “vítima” de uma análise muito mais detalhada devido à taxa de sucesso e inovação, os
eventos de negócios/corporativos, educacionais e/ou científicos são sem dúvida os eventos mais
propícios a uma abordagem híbrida para os anos que se seguem. Isto porque todos estes eventos
possuem um propósito maioritariamente informacional (Kaltura, s/d)

Objetivos e Questões de Investigação

“O termo ‘turismo de eventos’ foi cunhado nos anos 1980, e formalizou a ligação entre eventos
e turismo” (Marujo, 2015). Desde então, os eventos afirmam-se indubitavelmente como um dos
subsetores turísticos que mais cresceu e, como tal, que mais se tem desenvolvido em termos de oferta
e, como tal, que mais procura turística promove atualmente.
Os eventos tornaram o turismo um setor bastante competitivo e que agradam diversas entidades
e organismos públicos que, estrategicamente, veem os eventos como um polo crucial de atração e
captação de visitantes nacionais e internacionais, que dinamizam as regiões inseridas, reduzem
assimetrias regionais e no fundo geram riqueza, desenvolvimento e visibilidade.

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Neste sentido, e atendendo à crise epidemiológica associada à Covid-19, foi visível uma
reestruturação (quase total) do setor dos eventos, que se viu obrigado numa primeira fase a retornar
atividade através do digital e, seguidamente, a uma recuperação gradual que trouxe o denominado
modelo híbrido que, segundo (Comercio, 2021)“é um evento que visa juntar dois formatos distintos:
online e presencial, sendo que na prática o evento acontece presencial e virtualmente, tudo ao mesmo
tempo, ou seja, os participantes e oradores podem estar, parcial ou totalmente, à distância.”
Posto isto, o presente trabalho tem como principal objetivo “medir” a longevidade do modelo
híbrido no mundo dos eventos, ou seja, avaliar por parte da oferta e da procura o interesse em manter
o modelo híbrido a longo prazo.
Como suporte ao objetivo principal, estabeleceram-se os seguintes objetivos específicos:

1) Enquadrar e caraterizar brevemente a evolução da relação turismo-eventos e os efeitos da


globalização na sua emergência, de modo a chegar ao panorama atual dos eventos e,
consequentemente, à afirmação do digital, e, portanto, do modelo híbrido;
2) Aprofundar e reunir todos os dados já relevantes acerca do modelo híbrido e do seu “boom”,
nomeadamente que tendências têm surgido, que vantagens e desvantagens existem no modelo
presencial e online e de que forma o modelo híbrido vem-se apresentar como solução; os tipos de
eventos mais suscetíveis à adoção do modelo vitaliciamente; o impacto da comunicação e marketing
das organizadoras na atração dos participantes e que principais elementos são esperados pelos
participantes e organizadores no futuro.
3) Aferir perceções e perspetivas de empresas organizadoras de evento e entidades associadas
relativamente ao panorama dos eventos pós-covid-19, onde se pretender comparar e atualizar os dados
alcançados no ponto 2);
4) Aferir perceções e perspetivas de participantes de eventos (recentes) relativamente ao
panorama dos eventos pós-covid-19, pretendendo essencialmente averiguar se o pensamento crítico e
posição atual das organizadoras de eventos face ao novo panorama corresponde às dos participantes.
Como tal, muitas das questões serão iguais para ambos.

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Plano de Investigação, Métodos e Técnicas

Em função dos objetivos propostos, utilizar-se-á uma abordagem metodológica qualitativa,


associada a uma estratégia de pesquisa intensiva. (dos Santos et al., 2019, p. 27)defendem que “existe
uma relação inseparável entre o mundo real e a subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzida
em números”. Deste modo, este tipo de abordagem passa por uma compreensão subjetiva de fatores
como a realidade social em que as pessoas se encontram inseridas, as suas experiências e perspetivas
acerca do objeto de estudo (neste caso) com a finalidade de chegar a conclusões mais profundas e
generalizadas do mesmo, sem nos preocuparmos com medições e análises estatísticas (Blaikie, 2010,
pp. 204–215; dos Santos et al., 2019, p. 27).
Para cumprir os objetivos propostos, as técnicas utilizadas serão então a pesquisa documental
(Recolha de documentos escritos, imagens ou recursos audiovisuais) para a primeira fase dos objetivos
pretendidos e entrevistas exploratórias para a segunda e mais importante fase do estudo.
Utilizaremos a pesquisa documental, que é uma técnica qualitativa, para cumprir os objetivos 1)
enquadrar e caraterizar brevemente a evolução da relação turismo-eventos e os efeitos da globalização
na sua emergência e 2) aprofundar e reunir todos os dados já relevantes acerca do modelo híbrido e do
seu “boom”. Proceder-se-á a uma pesquisa documental de vários artigos publicados em sites, relatórios
elaborados por organizadoras de eventos, plataformas de streaming e que possibilitam eventos online
(Kaltura, por exemplo) e meios audiovisuais que tanto nos acompanharam e emergiram no contexto
pandémico (podcasts,Youtube). Após realizada a pesquisa documental, proceder-se-á a uma análise
documental de toda a informação retirada, tendo em grande consideração os quatro critérios de Scott:
autenticidade, credibilidade, representatividade e significado.(Scott, 1990)
Seguidamente, e seguindo ainda a abordagem qualitativa e desta feita uma recolha de
informação empírica, realizar-se-ão entrevistas semiestruturadas em profundidade para alcançar os
objetivos 3) e focus group para objetivo 4), ou seja, primeiramente pretende-se entrevistar entidades
associadas (plataformas online de eventos) e próprios organizadores de eventos e posteriormente
entrevistar participantes de eventos, de modo a comparar e a verificar em que pontos é que ambos os
constituintes de um evento se encontram na mesma posição face ao panorama atual do mesmo e da
mesma forma perceber em que pontos é que existem perspetivas diferentes. O processo de decisão da
adotar esta técnicas vem essencialmente pelo facto das entrevistas exploratórias permitirem “revelar

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determinados aspetos do fenómeno estudado em que o investigador não teria espontaneamente


pensado por si mesmo e, assim, complementar as pistas de trabalho” (Quivy & Campenhoudt, 2002) fazendo
bastante sentido com o objeto de estudo e para as conclusões que se pretendem retirar.
O período de investigação e recolha de dados de ambas as técnicas terão de ser a partir de
meados de 2020.

Índice Provisório

Agradecimentos
Índice Geral
Índice de Figuras
Índice de Quadros
Resumo
Abstract
Abreviaturas, Siglas e acrónimos
1. Capítulo I - Introdução
1.1 Pertinência da temática e justificação da escolha
1.2 Objetivos da dissertação
1.3 Problemática da Investigação
1.4 Estrutura da dissertação
2. Capítulo II – Revisão Bibliográfica
2.1 Turismo de Eventos
2.1.1 Evolução dos Eventos
2.1.2 Importância dos eventos para o turismo
2.2 Modelo Híbrido nos Eventos
2.2.1 Origem do Conceito e sua Implementação
2.2.2 Impacto nos eventos e no turismo
2.2.3 Novas tendências nos Eventos

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2.2.4 Vantagens e Desvantagens do Modelo Virtual e Presencial


2.2.3.1 Modelo Híbrido como solucionador de ambos os modelos
2.2.5 Tipos de Eventos mais suscetíveis á adoção do Modelo Híbrido
2.2.6 Impacto da Comunicação na promoção dos eventos híbridos
2.2.6.1 Marketing
2.2.6.2 Redes Sociais
3. Capítulo III – Metodologia de Investigação
3.1 Objetivos e Questões de Investigação
3.2 Métodos e Técnicas de recolha de informação
3.3 Métodos e Técnicas de análise de dados
4. Capítulo IV – Análise e Discussão dos Resultados
4.1 Entrevista semiestruturada em profundidade a organizadores de eventos híbridos e entidades
associadas
4.2 Entrevista a Grupos Focais de participantes de evento híbridos

4.3 Análise dos dados obtidos

4.4 Conclusões retiradas

Considerações Finais

Referências Bibliográficas

Anexos

Apêndices

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Cronograma

Figura 1- Cronograma de Tarefas

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Bibliografia
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