Você está na página 1de 21

03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

4.13 Derivadas de Ordem Superior

Se f for uma função diferenciável, então sua derivada f ′


também é uma função de modo que f ′
pode ter sua própria derivada,
denotada por (f ′ ′
) = f " . Esta nova função f " é chamada de segunda derivada ou derivada de ordem dois de f . Usando a
notação de Leibniz escrevemos que a segunda derivada de y = f (x ) como:
2
d dy d y
( ) =
2
dx dx dx

A derivada de f ′′
é chamada de derivada terceira e representada pelo símbolo f ′′′
.

2 3
d d y d y
( ) =
2 3
dx dx dx

Dando sequencia as derivadas, obtemos derivadas de ordem superior de f .

A seguir vamos apresentar algumas notações das derivadas de ordem superior:

Exemplo 1: Determine as primeiras quatro derivadas da função f (x ) = 3x


5
− 2x
4
+ 7x
2
− 9x + 1

Solução:

Para encontrarmos a derivada quarta da função dada, primeiramente, vamos utilizar uma das notações apresentadas de derivadas
de ordem superior. Veja:

Exemplo 2: Calcule f ′′
(3) para a função f (x ) = 2x − 5x
3
.

Solução:

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 3/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Primeiramente, vamos encontrar a derivada segunda da função dada: Veja!

3
f (x ) = 2x − 5x

′ 2
f (x ) = 2 − 15x

′′
f (x ) = −30x

Após encontrar a derivada, agora é possível substituir a abscissa 3.

′′
f (x ) = −30x

′′
f (3) = −30(3)

′′
f (3) = −90

Logo, obtemos que f ′′


(3) = −90 , possui uma taxa de variação de menos noventa.

Exemplo 3. Dada a função f (x ) = x


−2
. Encontre a derivada terceira.

Solução:

−2 1
f (x ) = x =
2
x

′ −3 2
f (x ) = −2x = −
3
x

′′ −4 6
f (x ) = 6x = 4
x

′′′ −5 24
f (x ) = −24x = 5
x

Exemplo 4. Dada a função f (x ) = 2x


2
− x .Encontre e interprete f ′′
(x ) .
Solução:
Usando as regras de derivação obtemos:

2
f (x ) = 2x − x


f (x ) = 4x − 1

′′
f (x ) = 4

Podemos interpretar f ′′
(x ) como a inclinação da curva y = f ′ (x ) no ponto (x , f ′ (x )). Em outras palavras, é a taxa de variação da
inclinação da curva original y = f (x ) .

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 4/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Construindo o gráfico das funções f , f ′


,f
′′

Figura 26:Gráficos das funções f , f ′


,f
′′

Observe no gráfico que com a mudança dos coeficientes de um polinômio afeta a aparência dos gráficos das funções f , f ′ , f ′′ .
Note que f ′′ (x ) é negativa quando y = f ′ (x ) tem inclinação negativa e positiva quando y = f ′ (x ) tem inclinação positiva. Assim,
os gráficos servem como verificação dos cálculos realizados.
Desta forma, podemos interpretar uma segunda derivada como uma taxa de variação de uma taxa de variação, ou seja, é a taxa de
variação do coeficiente angular da tangente de um gráfico de y = f (x ) em cada ponto.
Vamos ainda verificar que a segunda derivada revela se um gráfico tem concavidade para cima ou para baixo a partir da tangente
conforme nos afastamos do ponto de tangência. Ainda estudaremos que a segunda e terceira derivada serão analisadas em termos
de movimento ao longo de uma reta.

Resp: a) IV IV 240 360


f (x ) = 240x b) f (x ) = + 7
6
x x

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 5/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

4.14 Derivação Implícita

A maioria das funções que estudamos são descritas por uma equação com a forma y = f (x ) , que expressa y explicitamente em
termos da variável, ou seja, y = 5x − 2, s = 7t
2
− 3t + 12 , estão escritas na forma explícita, então, dizemos que y, s são
funções de x, t respectivamente. Mas existem outras formas de representar funções, ou seja, outras situações que ocorrem são
x
3
+ 2y
2
+ 5x y = 0, y
2
+ x = 0, x
2
+ y
2
− 16 = 0 .

Essas equações definem uma relação implícita entre as variáveis x e y . Em alguns casos, é possível resolver tal equação para y

como uma função explícita de x . Quando não podemos colocar uma equação F (x , y ) = 0 na forma y = f (x ) para derivá-lo da
dy
maneira usual, podemos ainda determinar por intermédio da derivação implícita.
dx

dy
Exemplo 5: Determine para a equação x . y = 5
dx

Solução:

dy
Note que nesta equação a variável y é definida implicitamente como função de y . Uma forma de determinar é explicitar y na
dx

equação e derivar a expressão resultante:

x. y = 5 equação dada

y =
5

x
explicitando y

y = 5.x
−1
escrevendo a fração de outra forma

dy
= 5.(−1). x
−2
derivando a função em relação a x
dx

dy

dx
= −5.x
−2
fazendo a multiplicação

dy
= −
5
2
organizando o resultado
dx x

Para o exemplo 4, basta isolar uma das variáveis, neste caso isolamos a variável y e obtivemos uma equação explícita. Porém, em
muitos casos não é tão simples isolar y em função x . Para estes casos vamos utilizar o método conhecido como derivação
implícita.

Para utilizar o método da derivação implícita é necessário lembrar que é a derivação de y em relação a x . Isso
significa que, ao derivar um termo que envolve apenas a variável x , podemos calcular a derivada de forma usual. Ao
derivar um termo que também envolve a variável y , devemos aplicar a Regra da Cadeia, já que supomos que a
variável y é função de x .

Exemplo 6: Derive y em relação a x das expressões dadas:

3 2 3 2 2
a) 2x b) 3y c )2x + 3y d ) 2x . y

Resolvendo cada exemplo temos:

a) Para 2x 3 , temos como única variável x e a sua derivada é de forma usual, ou seja, podemos utilizar a Regra da Potência e da
Multiplicação.

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 6/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Solução: d
[2x
3
] = 6x
2

dx

b) Para 3y 2 é diferente, pois temos a variável y e devemos derivar em relação a x . Assim, é necessário usar o método da
derivação implícita .Vamos supor y derivável e usando a Regra da Cadeia:

Solução:

c) Para 2x 3 + 3y 2 temos uma operação de adição, que envolve tanto a variável y quanto a x . Aplicando a Regra da soma e a
Regra da Multiplicação por uma constante.

dy
Solução: d
[2x
3
+ 3y
2
] = 6x + 6y .
dx dx

d) Para , vamos usar a Regra do Produto e da Regra da Cadeia:

Solução:

d
[2x y
2
] =
d
[2x ] . y
2
+ 2x .
d
[y
2
] usando a regra do produto
dx dx dx

dy
d
[2x y
2
] = 2.y
2
+ 2x .2y . regra da cadeia
dx dx

d dy
2 2
[2x y ] = 2.y + 4x y .
dx dx

Exemplo 7: Determine a inclinação da reta tangente à elipse 2x 2 + y


2
= 2 no ponto (0, 44; 1, 27)

Solução:

Vamos encontrar a derivada implícita, seguindo os passos descritos anteriormente:

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 7/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3
2 2
2x + y = 2

d
[2x
2
+ y
2
] =
d
[2] derivando em ambos os membros em relação a x
dx dx

dy dy
4x + 2y .
dx
= 0 isolando dx

dy
2y . = −4x encontrando a derivada implícita
dx

dy
= −
4x
fazendo as simplificações necessarias
dx 2y

dy 2x
= −
dx y

Para determinar a tangente no ponto dado vamos substituir na equação da derivada implícita encontrada. Veja:

Para (0, 44; 1, 27) , temos:

dy 2x 2.(0,44)
= − = − = 0, 693
dx y −1,27

Figura 4.27 Representação Geométrica da elipse 2x 2 + y 2 = 2 e a reta tangente

Exemplo 8: A função demanda de um produto é modelada pela função p =


2
2

0,0001x +0,01x +1

onde p é medido em reais, e x em milhares de unidades. Determine a taxa de variação da demanda x em relação ao preço p para
x = 100

Solução:

Para simplificar a derivação vamos reescrever a função:

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 8/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

0, 0001x
2
+ 0, 01x + 1 =
p
2
Agora vamos derivar em relação a p.

dx dx 2
0, 0002x + 0, 01 = −
2
dp dp p

dx 2
(0, 0002x + 0, 01) = −
2
dp p

dx 2
= −
2
dp p (0,0002x +0,01)

Vamos substituir na função x = 100 , para encontrarmos o preço:

2 2 2
p = = = = 0, 667
0,0001x 2
+0,01x +1 2 3
0,0001(100) +0,01(100)+1

Assim, para x = 100 e p = 0, 667 , a taxa de variação da demanda em relação ao preço é dada por:

dx 2 2 2
= − = − = − = −149, 85
dp p
2
(0,0002x +0,01) 2 0,01334667
(0,667) (0,0002(100)+0,01)

Isso significa que para um nível de produção de 1000 unidades a demanda diminui à taxa de 66,7 mil unidades para cada real de
aumento do preço.

dy
Exemplo 9: (Adaptado- Stewart) Encontre se sin(x + y) = y
2
. cos(x )
dx

Solução:
Derivando implicitamente em relação a x e lembrando que y é uma função de x . Assim temos:

d d 2
(sin(x + y )) = (y . cos(x ))
dy dy

dy dy
2
1) Derivando em ambos os lados em relação a x .
cos(x + y ) (1 + ) = 2y cos(x ) + y (− sin(x ))
dx dx 2) Para derivarmos o lado esquerdo é necessário usarmos a
cos(x + y ) +
dy
cos(x + y ) = 2y
dy
cos(x ) + y
2
(− sin(x ))
Regra da Cadeia
dx dx

dy dy
3) Para derivarmos o lado direito usamos a Regra do Produto e
2
cos(x + y ) − 2y cos(x ) = y (− sin(x )) − cos(x + y )
dx dx da Cadeia.
dy dy
[cos(x + y ) − 2y cos(x )] = −y
2
sin(x ) − cos(x + y ) 4) E finalmente isolamos
dx dx

2
dy −y sin(x )−cos(x +y )
=
dx cos(x +y )−2y cos(x )

y
Resp: a) −
x
b) −
1

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 9/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 10/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

4.15 Diferencial

Seja uma função y = f (x ) . Podemos sempre considerar uma variação da variável independente x . Se x varia de x1 a x2 definimos
o acréscimo de x , denotando por △x , como : △x = x2 − x1 .

A variação de x origina uma correspondente variação de y , denotada por △y dada por: △y = f (x2 ) − f (x1 ) ou
△y = f (x1 + △x ) − f (x1 )

Figura 4.28 Representação do acréscimo em uma função com a variação de △x e △y .

Sejam y = f (x ) uma função derivável e △x um acréscimo de x . Definimos:

a) a diferencial da variável independente, x denotada por d x , como △x = dx ;

b) a diferencial da variável dependente y , denotada por d y como d y = f



(x ). △x .

dy
De acordo com a definição anterior, podemos escrever d y = f

(x ). d x ou dx
= f

(x ) .

dy
Assim, a notação , já usada para f ′
(x ) pode agora ser considerada um quociente entre duas diferenciais.
dx

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 11/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Vamos observar o gráfico que representa uma função y = f (x ) derivável.

O acréscimo △x que define a diferencial dx está geometricamente representado pela medida do segmento
P M [P (x1 , f (x1 )) e M (x2 , f (x1 ))] .

¯¯¯¯¯¯¯
¯
Figura 4.29 Representação geométrica de diferencial com o segmento P M .

O acréscimo △y está representado pela medida do segmento M Q [Q (x2 , f (x2 ))] .

A reta t é tangente à curva no ponto P . Esta reta corta x = x2 no ponto R , formando o triângulo retângulo PMR. A inclinação desta
¯
¯¯¯¯
¯¯¯
¯
¯
¯¯¯¯¯¯
¯ ¯
¯¯¯¯¯¯
¯
reta t é dada por f

(x1 ) ou f

(x1 ) = tan(α) =
MR

PM
, onde MR e PM são respectivamente as medidas dos segmentos MR e
dy ¯
¯¯¯¯¯¯
¯ ¯
¯¯¯¯¯¯
¯
PM. Usando o fato de que f ′
(x1 ) =
dx
concluímos que d y = MR , já que P M = dx .

Observamos que, quando △x torna-se muito pequeno, o mesmo ocorre com a diferença △y − d y . Usamos esse fato em
exemplos práticos, considerando (△y é aproximadamente igual a dy ), desde que o △x considerado seja uma valor
pequeno.

Exemplo 10: Se y = x
2
− 5x + 6 , calcule o acréscimo △y para x = 4 e △x = 0, 01 .

Solução:

Usando a definição de △y , podemos escrever:

△y = f (x 1 + △x ) − f (x 1 )

△y = f (4 + 0, 01) − f (4)

△y = f (4, 01) − f (4)

2 2
△y = [(4, 01) − 5(4, 01) + 6] − [(4) − 5(4) + 6]

△y = 2, 0301 − 2

△y = 0, 0301

Agora vamos usar a definição de d y , temos:

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 12/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

dy = f (x ). △x

d y = (2x − 5).0, 01

d y = (2(4) − 5).0, 01

d y = 0, 03

Observe que a diferença △y − d y = 0, 0001

Exemplo 11: Qual deve ser o valor aproximado para o volume de uma fina coroa cilíndrica de altura 10m, raio inferior 5m e
espessura 0,03m. Encontre o erro decorrente se resolvermos usando diferenciais?

Solução:

O volume V do cilindro interior é dado por:

2
V = π. r . h

2
V = π. (5) .10

3
V = 250π. m

Dando um acréscimo △r o volume da coroa será igual à variação △V em V .

Usando diferenciais temos:

O volume exato será:

2 2
△V = π(r + △r) . h − π. r . h

2 2
△V = π(5 + 0, 03) . (10) − π(5) . (10)

△V = 253, 009π − 250π

3
△V = 3, 009π m

Portanto, o erro cometido na aproximação usada foi

3
△V − dv = 0, 009π m

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 13/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Resp: 62

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 14/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

4.16 Aplicações da Derivada

Para lembrarmos os conceitos de velocidade e aceleração apresentados na disciplina de física temos o seguinte exemplo. Suponha
que você sai de casa todos os dias para ir até a UTFPR de carro, durante esse trajeto é possível medir a distância percorrida num
certo intervalo de tempo. O velocímetro marca, a cada instante, a velocidade. Se pisamos no acelerador ou no freio, percebemos
que a velocidade muda. Sentimos a aceleração.

Vamos estudar como é possível calcular a velocidade e a aceleração através de derivadas.

Suponhamos que um corpo se move em linha reta e que S=S(t) represente o espaço percorrido pelo móvel até o instante t. Então,
no intervalo de tempo entre t e t+\triangle t, o corpo sofre um deslocamento:

\triangle S=S(t+\triangle t)-S(t)

Definimos a velocidade média nesse intervalo de tempo como o quociente V_m=\frac{S(t+\triangle t)-S(t)}{\triangle t}

Ou seja, é a velocidade média é o quociente do espaço percorrido pelo tempo gasto em percorrê-lo.

v(t)=\lim_{\triangle t\rightarrow0}\frac{\triangle s}{\triangle t}=\lim_{\triangle t\rightarrow0}\frac{s(t+\triangle t)-s(t)}{\triangle t}

Note que este limite é a derivada da função s=s(t) em relação a t. Portanto: v(t)=s'(t)=\frac{ds}{dt}

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 15/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

O conceito de aceleração é introduzido de maneira análoga ao de velocidade. A aceleração média no intervalo de tempo t até
t+\triangle t é dada por:

a_m=\frac{v(t+\triangle t)-v(t)}{\triangle t}

Note que: a aceleração mede a variação da velocidade do corpo por unidades de tempo no intervalo de tempo \triangle t. Para
obtermos a aceleração do corpo no instante t, tomamos sua aceleração média em intervalos de tempo \triangle t cada vez menores.
A aceleração instantânea é o limite:

a(t)=\lim_{\triangle t\rightarrow0}\frac{v(t+\triangle t)-v(t)}{\triangle t}=v'(t)

Logo, a derivada da velocidade nos dá a aceleração. Como v(t)=s'(t), temos

a(t)=v'(t)=s''(t)

Exemplo 12: Uma partícula inicia um movimento em linha reta em t=0 sendo o tempo dado em segundos (s). Sua posição no
instante t é dada por s(t)=32t-2t^2 sendo o deslocamento dado em metros (m). Determinar:

a) Velocidade média do corpo no intervalo de tempo \left[2,4\right].

b) Velocidade do corpo no instante t=2.

c) Aceleração média no intervalo \left[0,4\right].

d) Aceleração no instante t=4

e) Construa o gráfico da função posição, velocidade e aceleração para um intervalo de 0\leq t\leq16

Vamos resolver este exemplo com os conceitos apresentados anteriormente:

Solução:

a) Qual deve ser a velocidade média da partícula no intervalo de tempo igual a \left[2,4\right]. O exemplo nos fornece o tempo,
porém precisamos do deslocamento. Para encontrarmos o deslocamento do respectivo tempo, vamos utilizar a equação dada.

Então para \begin{array}


{l}t=4\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;s(4)=32(4)-2(4)^2=96\\t=2\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;s(2)=32(2)-2(2)^2=56\end{array}

Usando a equação da velocidade média, obtemos:

V_m=\frac{S(t+\triangle t)-S(t)}{\triangle t}=\frac{\;96-56}{4-2}=\frac{40}2=20\frac ms

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 16/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

b) Qual deve ser a velocidade instantânea da partícula para t=2 s. Agora o exemplo quer saber a velocidade da partícula no exato
momento de t=2 s. Anteriormente, vimos que para calcular a velocidade instantânea é necessário derivar a função posição, ou seja,
v(t)=s'(t)=\frac{ds}{dt}. Assim,

\begin{array}{l}s(t)=32t-2t^2\\s'(t)=32-4t\\s'(2)=32-
4(2)\\s'(2)=32-8\\s'(2)=24\frac ms\end{array}

c) Qual deve ser a aceleração média da partícula no intervalo de tempo de \left[0,4\right]. Para encontrarmos a aceleração média, é
necessário encontramos a velocidade nos respectivos intervalos. Na letra (b) derivamos a função posição para encontramos a
velocidade média. Então vamos utilizar esta equação para encontramos a velocidade nos respectivos intervalos:

v(t)=s'(t)=32-4t

Para \begin{array}{l}t=4\;\;\;\;\;\;\;v\left(t\right)=s'\left(t\right)=32-4t\;\;\;\;v\left(4\right)=32-4\left(4\right)=16\frac
ms\\t=0\;\;\;\;\;\;\;v\left(t\right)=s'\left(t\right)=32-4t\;\;\;\;v\left(0\right)=32-4\left(0\right)=32\frac ms\end{array}

Assim:

a_m=\frac{v(t+\triangle t)-v(t)}{\triangle t}=\frac{16-32}{4-0}=-4\frac m{s^2}

d) Qual deve ser a aceleração no instante t=4s. É necessário encontrar a aceleração instantânea da partícula no instante t=4s. Para
encontramos esta aceleração, basta derivarmos a equação da velocidade utilizada na letra (c).

a(t)=v'(t)=s''(t)=-4, assim obtemos que a(4)=-4\frac m{s^2} .

e) Gráficamente temos as funções: Posição, Velocidade e Aceleração.

Figura 30: Gráfico Função Posição, Velocidade e Aceleração

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 17/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Interpretação: A partícula acelara quando a velocidade é positiva e crescente ( v e a são ambas positivas) e também, quando a
velocidade é negativa e decrescente ( v e a são ambas negativas), ou seja, a partícula aumenta a velocidade quando a velocidade e
a aceleração têm o mesmo sinal. Neste caso podemos observar que a partícula em seu trajeto possui um movimento acelerado, ou
seja, na Física no Movimento Uniformente Variado (MUV) quando a velocidade e a aceleração têm mesmo sinal (ambas são
positivas ou ambas são negativas) o movimento é dito acelerado.

Resp: a)\;\frac{8\sqrt2-1}{2\sqrt2}\;\;\;\;\;\;\;b)\;\frac{16\sqrt2+1}{8\sqrt2}

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 18/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

4.17 Taxas Relacionadas ou Taxa de Variação

Vamos relembrar de alguns conceitos já vistos:

Quando um corpo se move em linha reta de acordo com a equação movimento \(s=s(t)\), a sua velocidade é dada por \(v=s'(t)\);
A velocidade representa a razão de variação do deslocamento por unidade de variação do tempo. Assim, a derivada \(s'(t)\) é a
taxa de variação da função \(s(t)\) por unidade de variação;
A aceleração é dada por \(a(t)=v'(t)\). Ela representa a razão da variação da velocidade \(v(t)\) por unidade de variação do tempo \
(t\).

Note que: Toda derivada pode ser interpretada como uma taxa de variação. Dada uma função \(y=f(x)\) quando a variável
independente varia de \(x\) a \(x+\triangle x\), a correspondente variação de que \(y\) será \(\triangle y=f(x+\triangle x)-f(x)\).

Como as variáveis \(x\) e \(y\) estão relacionadas em função do tempo podemos representar esta relação como as taxas
relacionadas. Suponha que \(x\) e \(y\) estejam relacionados através da equação \(y=3x\).

Se \(x\) e \(y\) estão variando com o tempo, também existe uma relação entre suas taxas de variação.

\(y=3x\Rightarrow\frac{dy}{dt}=3\frac{dx}{dt}\)

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 19/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Exemplo 13: Para calcular a área de um quadrado, depende do valor do lado usado, desta forma determine:

a) A taxa de variação média da área de um quadrado em relação ao lado quando este varia de 3m para 4,5m;

b) A taxa de variação da área em relação ao lado quando este mede 4m.

Solução:

a) Seja a área do quadrado dado por: \(A=l^2\), em que \(I\) é o lado do quadrado.

Assim, a taxa média de variação da área em relação ao lado desse quadrado pode ser calculado da seguinte forma: (Note que: é da
mesma forma que calculamos a velocidade média!)

\(\frac{\triangle A}{\triangle l}=\frac{A(4,5)-A(3)}{4,5-3}=\frac{20,25-9}{1,5}=7,5\)

b) Neste caso vamos calcular a taxa de variação instantânea da área em relação ao lado que mede 4m. Assim, temos que:

\(\begin{array}{l}\frac{dA}{dl}=d\frac{l^2}{dl}\\\frac{dA}{dl}=2l\end{array}\)

Para uma medida de lado igual a 4m, a taxa de variação será:

\(\frac{dA}{dl}=2(4)=8\)

Exemplo 14: Um balão esférico está sendo, enchido com ar à taxa de 6,5 centímetros cúbicos por minuto. Determine a taxa de
variação do raio do balão quando o raio é de 3 centímetro.

Solução:

Temos que a equação que relaciona o volume e o raio é dado pelo volume da esfera: \(V=\frac43\left(\pi\right)r^3\).

Além disso, outra informação que o problema fornece é o raio de 3cm, e ainda a taxa de variação do volume em relação ao tempo é
dado por: \(\frac{dV}{dt}=6,5\frac{cm^3}{min}\). Assim, podemos escrever a equação da seguinte forma:

\(\frac{dV}{dt}=\frac d{dt}\left[\frac43\left(\pi\right)r^3\right]\) derivar em relação a \(t\)

\(\frac{dV}{dt}=\frac43\pi(3\mathrm r^2)\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}\) derivando implicitamente em relação a \(r\) (usando a regra


da potência)

\(\frac{dV}{dt}=4\pi(\mathrm r^2)\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}\) fazendo as simplificações necessárias

\(6,5=4\pi(3^2)\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}\) substituindo os valores informados no problema

\(6,5=36\pi\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}\) fazendo os cálculos

\(\begin{array}{l}36\pi\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}=6,5\\\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}=\frac{6,5}
{36\pi}\\\frac{\mathrm{dr}}{\mathrm{dt}}=0,057\frac{\mathrm{cm}}\min\end{array}\)

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 20/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Exemplo 15: A empresa que abastece a cidade Sempre Limpa, possui um reservatório de água está sendo esvaziado para limpeza.
A quantidade de água no reservatório, em litros, horas após o escoamento ter começado é dada por: \(V=60(90-10t)^2\). Determine:

a) A taxa de variação média do volume de água no reservatório durante as 10 primeiras horas de escoamento;

b) A taxa de variação do volume de água no reservatório após 8 horas de escoamento;

c) A quantidade de água que sai do reservatório nas 5 primeiras horas de escoamento.

Solução:

a) Vamos encontrar a taxa de variação média do volume de água nas 10 primeiras horas. Assim, temos que:

\(\begin{array}{l}\frac{\triangle v}{\triangle t}=\frac{60(90-10(10))^2-60(90-10(0))^2}{10-0}\\\frac{\triangle v}{\triangle t}=\frac{6000-


486000}{10}\\\frac{\triangle v}{\triangle t}=-\frac{480000}{10}\\\frac{\triangle v}{\triangle t}=-48000\end{array}\)

Temos que a taxa de variação média do volume nas primeiras 10 horas está diminuindo com o tempo com uma taxa de 48000 litros
por hora.

b) A taxa de variação do volume de água num tempo qualquer é dada por:

\(\begin{array}{l}\frac{dv}{dt}=\frac d{dt}\left[60(90-10t)^2\right]\\\frac{dv}{dt}=60.2(90-10t).(-10)\\\frac{dv}{dt}=-1200(90-
10t)\end{array}\)

Para \(t=8\) temos:

\(\begin{array}{l}\frac{dv}{dt}=-1200(90-10t)\\\frac{dv}{dt}=-1200(90-
10(8))\\\frac{dv}{dt}=-12000\end{array}\)

c) Nas primeiras 5 horas a quantidade de água que sai do reservatório pode ser descrita como:

\(\begin{array}{l}V(0)-V(5)=60(90-10(t_i))^2-60(90-10(t_f))^2\\V(0)-V(5)=60(90-10(0))^2-60(90-10(5))^2\\V(0)-V(5)=60(90)^2-60(90-
50)^2\\V(0)-V(5)=60(90)^2-60(40)^2\\V(0)-V(5)=486000-96000\\V(0)-V(5)=390.000\end{array}\)

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 21/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Exemplo 16: (Adaptado Stewart) Uma escada com 9 m de comprimento está apoiada em uma parede vertical. Se a base da escada
desliza, afastando-se da parede a uma taxa de 2m/s, quão rápido o topo da escada está escorregando para baixo na parede quando
a base da escada está 5m da parede?
Solução:
Inicialmente vamos fazer o esboço do problema:

O problema informou que:

\(\frac{dx}{dt}=2\frac ms\) é a taxa com a qual a base da escada desliza, afastando-se da parede
\(\frac{dy}{dt}=?\) quão rápido o topo da escada está escorregando para baixo na parede, sendo que base da escada está c da
parede.

a) Desta forma, a relação entre \(x\) e \(y\) é dada pelo Teorema de Pitágoras:

\(x^2+y^2=81\)

b) Vamos encontrar a derivada desta equação usando a derivada implícita. Só lembrando que devemos derivar em relação a
variável :
\(\begin{array}{l}\frac d{dt}\left(x^2+y^2\right)=\frac d{dt}\left(81\right)\\2x\frac{dx}{dt}+2y\frac{dy}{dt}=0\end{array}\)
c) Vamos isolar a taxa que queremos encontrar:

\(\begin{array}{l}2x\frac{dx}{dt}+2y\frac{dy}{dt}=0\\2y\frac{dy}{dt}=-2x\frac{dx}{dt}\\\frac{dy}{dt}=\frac{-2x}{2y}\frac{dx}{dt}\end{array}\)

\(\frac{dy}{dt}=-\frac xy\frac{dx}{dt}\)

d) Logo, para \(x=5m\) aplicando na equação do Teorema de Pitágoras obtemos

\(y=\sqrt{56}=2\sqrt{14}\)

e) Substituindo esses valores e \(\frac{dx}{dt}=2\frac ms\), obtemos:


\(\frac{dy}{dt}=-\frac xy\frac{dx}{dt}\Rightarrow\frac{dy}{dt}=-\frac5{\sqrt{56}}2\Rightarrow\frac{dy}{dt}=-\frac{10}{\sqrt{56}}\)

Racionalizando temos:

\(\frac{dy}{dt}=-\frac{10}{\sqrt{56}}.\frac{\sqrt{56}}{\sqrt{56}}=\frac{10\sqrt{56}}{56}=\frac{5\sqrt{56}}{28}\cong-1,34\frac ms\)

Como \(\frac{dy}{dt}\) é negativo isso significa que a distância do topo da escada ao solo está decrescendo a uma taxa de
aproximadamente \(-1,34\frac ms\), ou seja, o topo da escada está deslizando para baixo a uma taxa aproximadamente \(1,34\frac
ms\)

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 22/23
03/11/2021 13:39 Derivadas - parte 3

Solução: \(\frac1{25\pi}\frac{cm}s\)

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271217 23/23

Você também pode gostar