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Celino Alberto Fabião


Clara Maurício Aníbal
Olívia Ernesto De Oliveira
Macossa Vinho

EMBALAGENS CELULOSICAS
Licenciatura em Ciências Alimentares e Habilitação em segurança alimentar

Universidade Rovuma
Nampula
2023
2

Celino Alberto Fabião


Clara Maurício Aníbal
Olívia Ernesto De Oliveira
Macossa Vinho

EMBALAGENS CELULOSICAS

Trabalho de carácter avaliativo da Faculdade


de Ciências Alimentares e Agrárias, curso:
Ciências Alimentares – 3.o ano pós-laboral -
1.o semestre, da disciplina de Embalagens de
Conservação de Alimentos, sob orientação do
docente: Porfírio Nunes Rosa

Universidade Rovuma
Nampula
2023

Índice
3

Introdução..........................................................................................................................5

Objectivos..........................................................................................................................5

Objetivo geral:...................................................................................................................5

Objetivo especifico:...........................................................................................................5

1. Embalagem....................................................................................................................6

1.1. Embalagem Celulósica, definição:.............................................................................6

1.1.1. Celulose..............................................................................................................6

1.1.2. Estrutura da celulose................................................................................................7

1.1.3. Fórmula molecular: (C6H10O5)n...............................................................................8

Reação de adição:..............................................................................................................8

Reação de substituição......................................................................................................8

Reação de degradação.......................................................................................................9

1.1.4. Processo de obtenção da celulose............................................................................9

Descascamento..................................................................................................................9

Tipos de descascadores utilizados industrialmente:..........................................................9

Picagem.............................................................................................................................9

Cozimento........................................................................................................................10

Depuração........................................................................................................................10

Branqueamento................................................................................................................11

Simbologia das etapas de branqueamento.......................................................................11

Variações de combinações de branqueamento................................................................12

2.2. Mecanismos do branqueamento...........................................................................12

Descrição da Sequência CEHD:......................................................................................13

Várias espessuras e formatos...........................................................................................13

3. Principais tipos de embalagens celulósicas e suas características...............................14

1. Papel.........................................................................................................................14

4. Interação embalagem/alimento....................................................................................16
4

5. Embalagens convertidas..............................................................................................17

5.1. Processo de fabricação das embalagens convertidas................................................17

6. Embalagens Multicamadas..........................................................................................18

7. Processo de laminação e impressão.............................................................................19

7.1. Tipos de laminação e impressão e suas características............................................19

Laminação a seco............................................................................................................19

Laminação a quente.........................................................................................................19

Flexografia.......................................................................................................................20

Rotogravura.....................................................................................................................20

8. Importância e função de cada componente de embalagens de celulose......................20

1. Papelão ondulado.....................................................................................................20

2. Papel kraft................................................................................................................20

3. Papel cartão..............................................................................................................21

4. Papel sulfite..............................................................................................................21

9. Conclusão....................................................................................................................22

10. Referências bibliográficas.........................................................................................23


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Introdução
As embalagens celulósicas são feitas a partir de materiais renováveis, principalmente de
fibras de celulose, que são encontradas em plantas e árvores. Esses materiais são
altamente sustentáveis e biodegradáveis, o que os torna uma escolha popular para
empresas que buscam soluções mais ecológicas para embalar seus produtos.

As embalagens celulósicas são amplamente utilizadas em muitas indústrias, incluindo


alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos e cosméticos. Elas são usadas para proteger,
armazenar e transportar produtos de forma segura e higiênica, garantindo que cheguem
aos consumidores em condições ideais. Essas embalagens também têm várias vantagens
em relação a outros tipos de embalagens. Por exemplo, elas são leves e fáceis de
transportar, o que reduz o impacto ambiental do transporte. Além disso, as embalagens
celulósicas são recicláveis e podem ser reutilizadas para produzir outros produtos.

Em geral, as embalagens celulósicas são uma opção altamente sustentável e econômica


para empresas que desejam reduzir seu impacto ambiental. Elas fornecem uma solução
viável para embalar produtos de forma segura e eficiente, ao mesmo tempo em que
reduzem o desperdício e promovem a sustentabilidade.

Objectivos

Objetivo geral:
1. Estudar as embalagens celulósicas, os tipos e as principais características.

Objetivo especifico:

1. Investigar os processos de produção das embalagens celulósicas, buscando


otimizar as etapas de fabricação.
2. Avaliar o desempenho das embalagens celulósicas em relação a diferentes tipos
de produtos, como alimentos
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1. Embalagem
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a embalagem
alimentícia é “ o invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento,
removível ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter,
especificamente ou não, matérias-primas, produtos semi elaborados ou produtos
acabados. Incluído dentro do conceito de embalagem se encontram as embalagens
primárias, secundárias terciárias e quaternarias”.

Elas possuem como funções clássicas de proteger, conter, informar, conservar e vender
oproduto nele condicionado para o consumidor final. Outras funções relevantes são
aconveniência que a embalagem pode proporcionar através do fracionamento de
porçõesmaiores para porções únicas/individuais, facilidade de abertura, refechamento,
facilidadede descarte e simplicidade de uso.

As embalagens são divisores de ambientes: o interno, que abriga um produto para


ser comercializado - e o externo, onde fica estocado o produto até ser consumido.
Não existe um tipo ideal de embalagem que sirva para tudo e para quaisquer
ambientes.

1.1. Embalagem Celulósica, definição:


A embalagem celulósica é um tipo de embalagem produzida a partir de materiais
celulósicos, como o papel e o cartão. Esses materiais são derivados da celulose, uma
substância orgânica presente nas paredes celulares das plantas. As embalagens
celulósicas são amplamente utilizadas em diversas aplicações, como embalagens de
alimentos, embalagens de produtos farmacêuticos, embalagens de cosméticos, entre
outras.

De acordo com o livro "Packaging Technology: Fundamentals, Materials and


Processes" de Anne Emblem e Henrik Wenzel (2012), a embalagem celulósica
apresenta vantagens como ser renovável, biodegradável e reciclável, além de possuir
boa resistência mecânica e proteção contra agentes externos.

1.1.1. Celulose
A celulose é um polímero de cadeia longa composto de um só monômero, classificado
como polissacarídeo ou carboidrato. É um dos principais constituintes das paredes
celulares das plantas, em combinação com a lignina, com hemicelulose e pectina e não é
7

digerível pelo homem, constituindo uma fibra dietética. É um polímero linear de glicose
de alta massa molecular formado de ligações β 1,4 glicosídicas, insolúvel em água,
sendo o principal componente, da parede celular da biomassa vegetal.

Uma molécula de celulose pode ter áreas com configuração ordenada, rígida e inflexível
em sua estrutura (celulose cristalina) e outras áreas de estruturas flexíveis (celulose
amorfa).
Essas diferenças são responsáveis por algumas variações de comportamento físico, que
podem ser observadas, em uma molécula de celulose. Por exemplo, absorção de água e
inchamento de uma molécula de celulose é limitada as regiões amorfas da molécula. A
forte rede de ligações de hidrogênio das regiões cristalinas impede a ocorrência do
processo de inchamento nessas áreas.

1.1.2. Estrutura da celulose


A celulose é uma macromolécula composta por cadeias longas e lineares de unidades de
glicose interligadas por ligações β (1→4) glicosídicas. Essas cadeias se organizam em
fibrilas que se ligam através de ligações de hidrogénio para formar microfibrilas. As
microfibrilas, por sua vez, se organizam em feixes para formar as fibras de celulose. A
estrutura da celulose é altamente cristalina e rígida, o que confere resistência mecânica
às células vegetais que a contêm, (Alberts. B, 2002).

A celulose é um polissacarídeo estrutural presente em todas as plantas, fungos e


algumas bactérias. É a substância mais abundante na natureza, sendo um componente
importante da parede celular das células vegetais. Sua estrutura é composta por cadeias
lineares de moléculas de glicose, unidas por ligações glicosídicas β-1,4.

Cada unidade de glicose na molécula de celulose possui três grupos hidroxila (-OH) que
podem formar ligações de hidrogênio com outras moléculas de celulose adjacentes.
Essas ligações intermoleculares conferem à celulose sua alta resistência e rigidez,
tornando-a uma excelente escolha para aplicações industriais em papel, têxteis e
materiais de construção.

A estrutura da celulose foi estudada extensivamente por meio de técnicas como difração
de raios-X, espectroscopia de infravermelho e microscopia eletrônica. Estudos mais
recentes sugerem que a celulose apresenta uma organização hierárquica, com moléculas
8

individuais se organizando em fibrilas, que, por sua vez, se agrupam em feixes maiores,
formando a parede celular.

A celulose é um material biodegradável e renovável, e sua produção em grande escala


tem sido cada vez mais explorada como uma alternativa sustentável para materiais
derivados do petróleo. O estudo da estrutura da celulose é fundamental para entender
como ela pode ser manipulada para diferentes aplicações industriais, bem como para
desenvolver novas tecnologias de produção, (Somerville, C, 2006).

1.1.3. Fórmula molecular: (C6H10O5)n


A celulose é um polímero de glicose com a fórmula química geral (C6H10O5)n, onde
"n" representa o número de unidades de glicose na molécula. A sua fórmula estrutural é
composta por unidades repetitivas de glicose ligadas por ligações glicosídicas β-1,4, que
formam uma cadeia linear. Cada unidade de glicose tem três grupos hidroxila (-OH) que
podem formar ligações de hidrogênio com outras moléculas de celulose adjacentes,
criando uma rede tridimensional de ligações de hidrogênio que conferem à celulose sua
rigidez e resistência. A estrutura da celulose é complexa e apresenta uma organização
hierárquica, que inclui moléculas individuais, fibrilas e feixes maiores que compõem a
parede celular das células vegetais, (Somerville, C, 2006).

A celulose, quando separada dos outros constituintes do material lignocelulósico,


apresenta uma grande reatividade governada pela sua estrutura química e física, sendo,
portanto, suscetível aos seguintes tipos de reações:

 Reação de adição:
Os grupos hidroxilas da celulose reagem com diversos agentes de adição, fornecendo as
chamadas: Celuloses Alcalinas, Celuloses Ácidas Celuloses Amoniacais e Aminada
Celuloses Salinas.
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 Reação de substituição
Os grupos hidroxilas podem também ser esterificados ou eterificados, fornecendo
importantes produtos comerciais, tais como: Nitrato de celulose, Xantatos (ésteres de
celulose).
Metilcelulose, Etilcelulose, Carboximetilcelulose, Hidroximetilcelulose (éteres de
celulose).

 Reação de degradação
Por degradação, entende-se a cisão da ligação 1,4 glicosídicas da molécula da celulose,
ou seja, a cisão da ligação entre dois monômeros de glicose. A degradação produz
moléculas com grau de polimerização menor, afetando, portanto, as propriedades que
dependem do comprimento da cadeia molecular da celulose, tais como, viscosidade e
resistência mecânica.

Processo de obtenção da celulose


O processo de produção da celulose é baseado na transformação da madeira em material
fibroso (pasta, polpa ou celulose industrial), incluindo as seguintes etapas:

 Descascamento
As cascas possuem um teor de fibras relativamente pequeno e afectam negativamente as
propriedades físicas do produto, portanto, a etapa de descascamento, tem por finalidade:
Reduzir a quantidade de reagentes no processamento de madeira facilitar a etapa de
lavagem e peneiração.

Tipos de descascadores utilizados industrialmente:


 Descascador a tambor;
 Descascador de bolsa
Descascador de anel;
 Descascador de corte
Descascador hidráulico;
 Descascador de faca.

O resíduo industrial, as cascas, constituem de 10 a 20% da madeira total processada,


podendo ser utilizado, como combustível para geração de vapor necessário ao processo.
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 Picagem
O objetivo desta etapa é reduzir as toras aos fragmentos, cujo tamanho facilite a
penetração do licor de cozimento, utilizados nos processos químicos. Adicionalmente,
os cavacos de madeira, constituem um material de fácil transporte (por correias ou
pneumaticamente).

Após a picagem, os cavacos são classificados com o objetivo de separar os cavacos com
as dimensões padrões para o processamento (os aceites), dos cavacos
superdimensionados, que retornam ao picador e dos finos, que podem ser processados
separadamente, ou então queimados na caldeira.

 Cozimento
Cozimento ou digestão da madeira se processa em vasos de pressão, conhecidos como
cozedor ou digestor, podendo ser efetuado, em regime de batelada (descontínuo) ou
contínuo.

No processo de cozimento descontínuo, o aquecimento é realizado de acordo, com um


programa pré-determinado, no qual, a temperatura é elevada gradualmente, durante 50 a
90 min, até atingir um determinado valor (geralmente 170 °C), sendo mantido durante
um certo período de tempo.

No processo contínuo, os cavacos e o licor são alimentados continuamente no digestor


atravessam zonas de temperaturas crescentes, até atingir a zona de cozimento, onde a
temperatura é mantida constante. O período de tempo é determinado pelo tempo que os
cavacos atravessam a zona, até serem descarregados continuamente do digestor.

O grau de cozimento é controlado por meio de amostragens do material e análise em


laboratório, para estimativa da quantidade de lignina presente na polpa de celulose.
Existem diversos procedimentos, para executar este tipo de determinação, entretanto, o
número de permanganato (Número K), é o mais utilizado pelas indústrias.

O número K, geralmente varia na faixa entre 0 - 40. Indicando, por exemplo:


O valor de 35para pasta celulósica que não sofrerá branqueamento (papel Kraft)
O valor de 20 para pasta celulósica, que será submetida a etapa de branqueamento.
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 Depuração
A massa cozida é transferida para o sistema de depuração, que por processo mecânico,
separa os materiais estranhos às fibras (nos de madeira, pequenos palitos). O material de
aceite é transferido para os filtros lavadores, que tem por finalidades lavar a massa,
separando todos os solúveis das fibras de celulose.

A celulose é então encaminhada para o branqueamento ou então, para fabricação de


papel Kraft. O filtrado recebe o nome de licor negro e é transferido para o sistema de
recuperação.

Composição básica do licor negro: 16% de sólidos; 37,4 g/L de Na2CO3 + NaOH; 7,4
g/L de Na2S; 1,6 g/L de Na2SO4 e 63,5 de NaOH (total)

 Branqueamento
É a purificação da celulose, pois dependendo do grau de cozimento efetuado a pasta
pode conter até 5% de lignina. O teor de lignina presente é responsável pela tonalidade
da polpa, que pode variar do marrom ao cinza.

A remoção da lignina é necessária não só para se obter uma celulose pura, mas também
para dar um especto de alvura elevado, característica fundamental para proporcionar alta
qualidade ao produto final.

Branquear a celulose é levar a fibra ao seu estado natural de alvura que é branco. Em
função do grau de alvura desejado, a eliminação da lignina se faz em vários estágios,
tanto por razões técnicas como económicas.

Um maior grau de alvura com menor degradação da fibra, pode ser alcançado, ao se
aplicar quantidades menores de reagentes de branqueamento em etapas sucessivas, com
lavagens intermediárias.

Simbologia das etapas de branqueamento


Estágios Código Produto químico

Cloração C Cloro gasoso

Extração alcalina E Soda cáustica

Hipocloração H Hipoclorito de Na ou Ca
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Dióxido de cloro D Dióxido de cloro

Peróxido P Peróxido de hidrogênio

Oxigênio O Oxigênio (O2)

Ozônio Z Ozônio (O3)

Extração oxidativa EO Soda cáustica e Oxigênio (O2)

Extração alcalina com


EP Soda cáustica e peróxido de hidrogênio
peróxido

Desta forma podemos dizer que o branqueamento pode ser definido como sendo um
tratamento físico-químico, que tem por objetivo melhorar as propriedades da pasta
celulósica.

Algumas propriedades relacionadas com este processo são: alvura, limpeza e pureza
química. Os parâmetros usuais que medem a eficiência do branqueamento são as
propriedades óticas da pasta (alvura, brancura, opacidade e estabilidade de alvura),
relacionadas com a absorção ou reflexão da luz.

As sequências de branqueamento variam em função da disponibilidade de produtos


alvejantes e do grau de alvura desejado, podendo variar de simples sequências como a
convencional CEH até sequências mais complexas como CEHDED.

Variações de combinações de branqueamento

3 Estágios CEH, significa: 4 Estágios CEDD, significa:


1 estágio de cloração 1 estágio de cloração
1 estágio de extração alcalina 1 estágio de extração alcalina
1 estágio de hipoclorito 1 estágio de dióxido de cloro
1 estágio de dióxido de cloro

2.2. Mecanismos do branqueamento


13

A ação dos reagentes de branqueamento, em fase líquida sobre a fibra, depende das
seguintes etapas: difusão do reagente em solução, até a superfície da fibra; absorção
do reagente pela fibra; reação química; dessorção do reagente excedente da fibra.
difusão de produtos de reação para fora da fibra.

A sequência de branqueamento compreende uma série de estágios em diversos


reagentes são aplicados. O sucesso de cada operação de branqueamento depende do
controle de variáveis interdependentes, que devem ser otimizados para cada estágio.

O processo de branqueamento ocorre em cinco estagias, nomeadamente‫׃‬

1º estágio, utilizando dióxido de cloro e cloro gasoso


2º estágio, utilizando NaOH
3º estágio, utilizando dióxido de cloro
4º estágio, utilizando NaOH
5º estágio, utilizando dióxido de cloro

Descrição da Sequência CEHD:


 Cloração
É geralmente o 1º estágio das sequências de branqueamento, sendo sua função principal
a de lignificação das pastas celulósicas e não a redução da cor. O cloro reage
rapidamente com a lignina formando a clorolignina, uma substância colorida,
parcialmente solúvel em água e facilmente removida por extração com álcali.
O amplo emprego do cloro como reagente de branqueamento é devido seu baixo custo
em relação a outras substâncias de ação similar, tais como dióxido de cloro.

 Extração Alcalina

Visa remover os componentes coloridos da pasta celulósica, solubilizando-os em álcali


após tratamento oxidante. Neste estágio, consegue-se uma substancial remoção da lignina
clorada e oxidada e, como consequência o grau de alvura atingido nos estágios
subsequentes é mais estável, havendo menor consumo de reagentes.

 Hipoclorito de Sódio
É usado em estágios intermediários ou finais das sequências de branqueamento. É nesse
estágio onde efetivamente é iniciado o alvejamento das fibras, isto é, os compostos
celulósicos são modificados e não extraídos.
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 Dióxido de Cloro
Este composto é empregado na maioria das indústrias, como o último estágio de
alvejamento e permite obter celulose com elevados graus de alvuras. A ampla aceitação
deste agente deve-se a sua propriedade de oxidar a lignina, preservando a celulose.

Várias espessuras e formatos


 Combinação com vários materiais para formar produtos laminados ou revestidos
 Baixa resistência mecânica
 Baixa barreira
 Falta de inércia
 Resistente às baixas temperaturas
 Boa impressão
 Baixo peso
 Reciclável

Os derivados de celulose são largamente utilizados como materiais de embalagem para


produtos alimentícios. O papel, o principal deles, é empregado na forma de sacos,
cartuchos, caixas de papelão, etc.

Os primeiros povos a utilizarem o papel, na sua forma mais rudimentar, foram os


egípcios. Utilizaram em sua fabricação o papiro, vegetal facilmente encontrado nas
regiões alagadiças do Nilo, que também servia para a fabricação de embarcações.

O processo de fabricação consistia em retirar a casca e utilizar somente a parte medular


da planta, rica em celulose e resina, que depois de disposta transversalmente sofria
esmagamento. Atribui-se, no entanto, aos chineses o início da fabricação industrial do
papel. No processo, a madeira era esmagada com água, por um sistema de pilão até que
se observasse desfibramento.

Quando em estado pastoso, o produto era colocado sobre um tecido de seda, para
escorrer a água. Ainda húmida, esta camada era retirada, prensada e seca. Em épocas
posteriores, o papel era fabricado de bambu e possuía maior flexibilidade. Após uma
série de acontecimentos tais como guerras, invasões e imigrações, o papel foi difundido
pelo mundo. Até o século XVII era fabricado manualmente utilizando-se martelos para
o desfibramento. A partir de então, desenvolveu-se um novo tipo de equipamento que
proporcionou aumento de produção e melhor homogeneidade.
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3. Principais tipos de embalagens celulósicas e suas características


Existem vários tipos de embalagens celulósicas, cada uma com suas características e
aplicações específicas. A seguir, são apresentados alguns dos principais tipos de
embalagens celulósicas:

1. Papel: O papel é um dos tipos mais comuns de embalagem celulósica. Ele é


produzido a partir da pasta de celulose, que é espalhada em uma tela e seca para
formar uma folha de papel. O papel pode ser utilizado em diversas aplicações, como
embalagens para alimentos, sacolas de compras, papel de embrulho, entre outros,
(Boursier, 2014).

2. Cartão ondulado: O cartão ondulado é um tipo de embalagem que consiste em


várias camadas de papel ondulado, que são coladas entre si para formar uma estrutura
resistente. Ele é amplamente utilizado em caixas para transporte de produtos, como
alimentos, eletrônicos e materiais de construção, (levene, 2013).

3. Papelão: O papelão é um tipo de embalagem produzida a partir de várias camadas de


papel, que são coladas entre si para formar uma estrutura resistente. Ele é amplamente
utilizado em caixas para transporte de produtos e em displays de ponto de venda,
(Peiponen, 2011).

Tabela 5.1 Características do papelão


16

Fonte: Poças, Selbourne e Delgado (2010).

4. Celulose moldada: A celulose moldada é um tipo de embalagem produzida a partir


de pasta de celulose, que é moldada em uma forma para criar um produto resistente e
biodegradável. Ele é amplamente utilizado em embalagens de produtos eletrônicos,
produtos médicos e produtos de consumo, (Gaur, 2017).

Em resumo, os principais tipos de embalagens celulósicas incluem papel, cartão


ondulado, papelão e celulose moldada. Cada um desses tipos de embalagem possui
características e aplicações específicas, e podem ser produzidos a partir de diferentes
processos.
17

4. Interação embalagem/alimento
Tal como nos outros materiais, substâncias usadas na fabricação dos papéis e cartões,
como aditivos diversos, quer de processo quer para conferir determinadas características
aos papéis, tintas de impressão, colas e adesivos, etc. podem migrar para os produtos.
Por isso, os papéis e cartões para contato com alimentos devem ser fabricados apenas
com substâncias aprovadas para este fim, e não devem ceder, ou deixar migrar,
substancias que provoquem uma alteração organolética no produto, ou que sejam
prejudiciais para a saúde humana. Existem regulamentação e legislação sobre os papeis
e cartões para contato com alimentos, indicando quais as substancias são autorizadas na
fabricação e quais que devem ser controladas (ANVISA, 1999).

Esta questão e mais critica no caso de papeis e cartões fabricados com fibra reciclada,
de natureza e proveniência diversas, e consequentemente incluir contaminantes
variados.

5. Embalagens convertidas

As embalagens convertidas são embalagens produzidas a partir da reciclagem de outras


embalagens, utilizando técnicas de processamento e transformação para transformar o
material em novos produtos. De acordo com o site Embalagem Marca, as embalagens
convertidas são compostas por três tipos principais de materiais: papel, papelão e
plástico.

O processo de conversão do material inclui a separação dos componentes, a limpeza e a


transformação em novas formas, como folhas de papel, cartões, caixas e outros tipos de
embalagem. Esses produtos podem ser utilizados em diversas aplicações, como
embalagens para alimentos, produtos de limpeza, cosméticos, entre outros.

A utilização de embalagens convertidas tem ganhado destaque nos últimos anos, devido
à crescente preocupação com o meio ambiente e à busca por alternativas mais
sustentáveis. Segundo o site Ecodesenvolvimento, a reciclagem de embalagens pode
gerar economia de recursos naturais e redução de emissões de gases de efeito estufa.

5.1. Processo de fabricação das embalagens convertidas

O processo de fabricação das embalagens convertidas pode variar de acordo com o


material utilizado e o tipo de produto final desejado. Abaixo, listamos alguns exemplos
18

de processos de fabricação de embalagens convertidas.

 Embalagens de papel reciclado: O processo começa com a coleta e separação do


papel reciclável, que é limpo e transformado em polpa. Essa polpa é então refinada,
branqueada e transformada em papel novamente, que pode ser utilizado na
fabricação de embalagens. O papel reciclado pode ser utilizado para produzir caixas
de papelão, sacolas e outros tipos de embalagens.
 Embalagens de plástico reciclado: O processo começa com a coleta e separação dos
resíduos plásticos, que são triturados e transformados em pequenos grânulos de
plástico. Esses grânulos são então derretidos e moldados em diferentes formas de
embalagem, como sacos, garrafas, caixas e outros.
 Embalagens de vidro reciclado: O processo começa com a coleta e separação de
vidro usado, que é lavado e separado por cores. O vidro é então triturado em
pequenos pedaços e fundido em altas temperaturas, para formar um líquido que é
moldado em diferentes formas de embalagem, como garrafas e potes.

6. Embalagens Multicamadas

As embalagens multicamadas são compostas por diferentes camadas de materiais que


são unidos para oferecer as propriedades necessárias para proteger o produto embalado.
Geralmente, essas camadas são compostas por materiais como plásticos, alumínio e
papel, que são combinados de forma estratégica para oferecer resistência, barreira a
gases, umidade e luz.

As embalagens multicamadas são amplamente utilizadas em diferentes setores da


indústria, como alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos, devido à sua
capacidade de oferecer uma proteção mais completa aos produtos embalados. No
entanto, a combinação de diferentes materiais torna as embalagens multicamadas mais
difíceis de reciclar, o que pode ter um impacto ambiental negativo.

Ainda assim, existem iniciativas para tornar as embalagens multicamadas mais


sustentáveis, como o uso de materiais biodegradáveis ou a separação de camadas para
facilitar a reciclagem.

É importante ressaltar que as embalagens multicamadas podem ser personalizadas de


acordo com as necessidades do produto e do consumidor, possibilitando a impressão de
informações como datas de validade, instruções de uso e marcação de origem.
19

7. Processo de laminação e impressão

O processo de laminação é utilizado para unir diferentes camadas de materiais, como


plásticos, papéis e alumínio, formando uma única folha resistente e durável. Esse
processo é comumente utilizado na fabricação de embalagens multicamadas.

Já o processo de impressão é utilizado para adicionar informações como instruções de


uso, datas de validade e marcações de origem na superfície da embalagem. Esse
processo pode ser realizado antes ou depois da laminação, dependendo das necessidades
do produto e do consumidor.

Existem diferentes métodos de impressão, como a flexografia, a rotogravura e a


impressão digital. Já a laminação pode ser realizada por meio de diferentes técnicas,
como a laminação a seco e a laminação a quente.

Em ambos os processos, é importante garantir a qualidade dos materiais utilizados e o


controle de qualidade durante o processo de produção, a fim de garantir a resistência,
durabilidade e segurança das embalagens, (Duarte, S. J. H. 2015).
20

7.1. Tipos de laminação e impressão e suas características

Existem diferentes tipos de laminação, que apresentam características específicas em


relação à aderência e resistência das camadas. Algumas das técnicas mais comuns são:

 Laminação a seco: essa técnica utiliza adesivos em forma de pó ou filme para


unir as camadas. É uma técnica mais simples e econômica, mas que pode
apresentar menor resistência e durabilidade em relação à laminação a quente.

 Laminação a quente: nesse processo, as camadas são unidas através da


aplicação de calor e pressão, garantindo uma aderência mais forte e durável.
Essa técnica é amplamente utilizada na fabricação de embalagens multicamadas
para alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Já no processo de impressão, existem diferentes técnicas que apresentam características


específicas em relação à qualidade de imagem e custo. Algumas das técnicas mais
utilizadas são:

 Flexografia: técnica de impressão em relevo, que utiliza clichês para transferir a


imagem para a superfície da embalagem. É uma técnica de baixo custo e boa
qualidade de impressão, sendo bastante utilizada em embalagens de alimentos.

 Rotogravura: técnica de impressão que utiliza cilindros gravados com a


imagem a ser impressa. É uma técnica de alta qualidade de impressão, mas que
apresenta um custo mais elevado, (Duarte, S. J. H. 2015).

8. Importância e função de cada componente de embalagens de celulose

Segundo Souza, 2013, os componentes das embalagens de celulose desempenham


funções específicas que podem variar dependendo do tipo de produto embalado. No
21

entanto, alguns dos componentes mais comuns incluem o papelão ondulado, o papel
kraft, o papel cartão, o papel sulfite, entre outros. Aqui está uma descrição geral da
função e importância de cada um desses componentes:

1. Papelão ondulado: é um tipo de papel que é composto por uma camada


ondulada entre duas camadas de papel liso. Ele é usado principalmente para
proteger e transportar produtos. O papelão ondulado é muito resistente, o que o
torna ideal para embalar produtos frágeis ou pesados. Além disso, ele é
reciclável e biodegradável, tornando-o uma opção sustentável para embalagens.

2. Papel kraft: é um papel resistente que é feito a partir de fibras longas de


celulose. Ele é utilizado principalmente para embalar alimentos, como sacos de
farinha, açúcar e grãos. O papel kraft é resistente à umidade e pode ser tratado
para resistir a gordura e a água. Além disso, ele é reciclável e biodegradável,
tornando-o uma opção sustentável para embalagens.

3. Papel cartão: é um papel mais pesado e mais resistente que o papel comum. Ele
é utilizado principalmente para embalar produtos de consumo, como caixas de
cereais, produtos de beleza e outros itens que exigem uma embalagem mais
resistente. O papel cartão é reciclável e pode ser revestido com materiais como
cera, polietileno ou alumínio para torná-lo resistente à umidade e à gordura.
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4. Papel sulfite: é um tipo de papel branco e liso que é utilizado para imprimir e
escrever. Ele também pode ser utilizado para embalar produtos que não precisam
de uma embalagem resistente, como cartões e envelopes. O papel sulfite é
reciclável e pode ser utilizado para produzir papel reciclado.

9. Conclusão
Chegado a este ponto, em vista dos argumentos apresentados, pode-se inferir que as
embalagens celulósicas são amplamente utilizadas na conservação dos alimentos devido
à sua capacidade de manter a qualidade e a segurança dos produtos. Esses materiais são
derivados de fontes renováveis, como a madeira e outras plantas, tornando-se uma
opção mais sustentável do que as embalagens convencionais. Além disso, as
embalagens celulósicas apresentam propriedades como alta resistência à tração e baixa
permeabilidade ao oxigênio e ao vapor de água, o que as torna ideais para proteger os
alimentos da umidade, do ar e da luz. Isso ajuda a prolongar a vida útil dos alimentos e a
evitar a deterioração precoce.

Outra vantagem das embalagens celulósicas é que elas podem ser facilmente recicladas,
reduzindo o impacto ambiental do descarte inadequado. Além disso, essas embalagens
podem ser biodegradáveis, decompondo-se naturalmente no ambiente sem deixar
resíduos tóxicos.

No entanto, é importante ressaltar que as embalagens celulósicas não são indicadas para
todos os tipos de alimentos, especialmente aqueles que são muito ácidos ou gordurosos.
Nessas situações, outros materiais podem ser mais apropriados para garantir a segurança
alimentar.
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10. Referências bibliográficas


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