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CURSO DE MANUTENÇÃO DOS RADARES PRIMÁRIOS DE

APROXIMAÇÃO COM TECNOLOGIA THALES

RAD035

UNIDADE 1 – RADARES PRIMÁRIOS DE APROXIMAÇÃO


UNIDADE 1.1 - APRESENTAÇÃO DOS RADARES TA-10 SST, STAR-C E
STAR CIRIUS

2019
CAMPO: TÉCNICO-ESPECIALIZADO ÁREA: ENGENHARIAS
DISCIPLINA 1: RADARES PRIMÁRIOS DE APROXIMAÇÃO
CH INSTRUÇÃO: 161 CH AVALIAÇÃO: 28 CH TOTAL: 189

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a. identificar os componentes dos radares primários de Aproximação com Tecnologia THALES
(Cn)
b. descrever o funcionamento dos radares primários de Aproximação com Tecnologia THALES
(Cp)
c. diferenciar a composição e funcionamentos dos radares TA-10 SST, STAR C e STAR
CIRIUS (Va)
d. operar tecnicamente os radares primários de Aproximação com Tecnologia THALES (Ap)
e. realizar as manutenções em nível orgânico dos radares primários de Aproximação com
Tecnologia THALES (Ap)
f. realizar as manutenções em nível base dos radares primários de Aproximação com
Tecnologia THALES (Ap)
g. identificar falhas nos equipamentos e aplicativos dos radares primários de Aproximação com
Tecnologia THALES (Cp)
h. solucionar falhas nos equipamentos e aplicativos dos radares primários de Aproximação com
Tecnologia THALES (Va)
UNIDADES DIDÁTICAS
2

UNIDADE DIDÁTICA 1.1 APRESENTAÇÃO DOS RADARES TA-10 SST, CH: 15 tempos
STAR-C E STAR CIRIUS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA UNIDADE:
a. definir a função de um radar primário de aproximação (Cn)
b. definir a função técnico-operacional dos radares de aproximação TA-10 SST (Cn)
c. definir a função técnico-operacional dos radares de aproximação STAR-C (Cn)
d. definir a função técnico-operacional dos radares de aproximação STAR CIRIUS (Cn)
e. descrever o funcionamento básico de um radar primário de aproximação (Cn)

SUBUNIDADES OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS CH TEC

a. identificar a finalidade de um radar de aproximação


(Cn)
1.1.1 b. definir as características operacionais dos radares de
Introdução ao aproximação com tecnologia THALES (Cn) 06 AE
Radar de Área c. identificar as funções do radar TA-10 SST por meio de
Terminal diagrama bloco (Cn)
d. identificar as funções do radar STAR C por meio de
diagrama bloco (Cn)
e. identificar as funções do radar STAR CIRIUS por
meio de diagrama bloco (Cn)
1.1.2 a. definir a função do GRA2500S (Cn)
Geração de Sinais nos
Radares de b. identificar os sinais de saída gerados pelo GRA2500S
Aproximação com no radar TA-10 SST (Cn) 01 AE
Tecnologia THALES c. identificar os sinais de saída gerados pelo GRA2500S
no radar STAR C (Cn)
d. identificar os sinais de saída gerados pelo GRA2500S
no radar STAR CIRIUS (Cn)

a. definir a função do transmissor SST2000 nos radares


de Aproximação com Tecnologia THALES (Cn)
1.1.3 b. descrever os sinais de entrada do módulo SST2000
Transmissão de RF (Cn)
nos Radares de c. descrever os sinais de saída do módulo SST2000 (Cn 01 AE
Aproximação com d. identificar a unidade responsável pelo monitoramento
Tecnologia THALES da transmissão (TCC2000) no radar TA-10 SST (Cn)
e. identificar a unidade responsável pelo controle da
transmissão (TCC2000) no radar STAR C (Cn)
f. identificar a unidade responsável pelo controle da
transmissão (TCC2000) no radar STAR CIRIUS (Cn)

a. identificar a função da via de cobertura baixa no


1.1.4 sistema de irradiação do radar (Cn)
Conjunto de Irradiação b. conhecer a função do MWA2000S no radar TA-10
nos Radares de SST (Cn)
Aproximação com c. conhecer a função do MWA2000S no radar STAR-C 02 AE
Tecnologia THALES (Cn)
d. conhecer a função do MWA2000S no radar CIRIUS
(Cn)
e. conhecer a função da antena AC316(Cn)
f. conhecer a função da antena AN2000 (Cn)

1.1.5 a. definir a função do GRA2500S na recepção dos sinais


Conjunto de Recepção no radar TA-10 SST (Cn)
nos Radares de b. definir a função do GRA2500S na recepção dos sinais
Aproximação com no radar STAR-C(Cn) 01 AE
Tecnologia THALES c. definir a função do GRA2500S na recepção dos sinais
no radar STAR CIRIUS(Cn)
d. definir a função do eco de teste na recepção do radar
(Cn)

a. conhecer a formação da presença eco (EP) nos


1.1.6 radares de Aproximação com Tecnologia Thales (Cn)
Tratamento e b. conhecer a função de tratamento nos radares de
transferência do plot Aproximação com Tecnologia Thales (Cn)
nos Radares de c. conhecer a formação dos plot’s nos radares de 02 AE
Aproximação com Aproximação com Tecnologia Thales (Cn)
Tecnologia THALES d. conhecer a função de transferência dos plot’s nos
radares de Aproximação com Tecnologia Thales (Cn)
1.1.7 a. conhecer os equipamentos responsáveis pela função
Sistemas de monitoramento e controle da estação radar (Cn)
monitoramento e b. conhecer as ferramentas de parametrização da 01 AE
controle estação radar (Cn)

a. conhecer a função dos equipamentos periféricos aos


1.1.8 radares (Cn)
Equipamentos b. conhecer a função rastreamento para o sistema radar 01 AE
periféricos e auxiliares (Cn)
c. conhecer a função dos equipamentos auxiliares no
sistema radar (Cn)

RECOMENDAÇÕES METODOLÓGICAS

As aulas serão expositivas e práticas, com o emprego de projetor multimídia, em sala de aula.
As aulas práticas deverão ser ministradas junto ao equipamento radar, em localidade que possua,
pelo menos, um radar de Aproximação com Tecnologia Thales.
A fim de não haver prejuízo à instrução, a estação radar deverá ser localizada próxima da sala de
aula e com fácil acesso dos docentes e discentes.
As avaliações desta Disciplina contemplarão todo o conteúdo programático do Curso. Essas serão
compostas de duas avaliações teóricas e três avaliações práticas.
Os tempos de aulas para a avaliação justificam-se pelo fato da turma ser dividida em grupos para a
realização da prova prática.
Deverão ser disponibilizados os instrumentos de medidas previstos na realização das aulas práticas.
Deverão ser designados, pelo menos, 04 (quatro) instrutores para o curso, tendo em vista a
necessidade de divisão da turma em grupos para a realização das atividades práticas.
Em virtude do acesso ao equipamento ter um espaço reduzido e para manter a qualidade do
treinamento prático, a turma deverá ter, no máximo, 14 (quatorze) alunos.
Deverão ser disponibilizados os manuais técnicos dos equipamentos envolvidos nesta unidade.
Deverá ser providenciada a disponibilidade do radar primário durante o período compreendido na
unidade 1.3 “Operação e Manutenção dos radares de Aproximação com Tecnologia Thales” e eventuais
paradas do radar secundário no mesmo período.

PERFIL DE RELACIONAMENTO

As unidades e subunidades devem ser ministradas de acordo com a sequência apresentada neste
PUD.
Sumário

Lista de Abreviaturas .................................................................................................................................. 6


1 Radares Primários de Aproximação ................................................................................................ 7
1.1 Apresentação dos Radares TA10SST, STAR C e STAR CIRIUS ................................................. 8
1.1.1 Introdução ao Radar de Área Terminal ............................................................................... 8
1.1.2 Geração de Sinais .............................................................................................................. 15
1.1.3 Transmissão de RF ............................................................................................................ 17
1.1.4 Conjunto de Irradiação ....................................................................................................... 19
1.1.5 Conjunto de Recepção ........................................................................................................ 20
1.1.6 Tratamento e Transferência ................................................................................................ 21
1.1.7 Sistemas de Monitoramento e Controle ............................................................................ 22
1.1.8 Equipamentos Periféricos e Auxiliares ............................................................................. 23
Referências ................................................................................................................................................. 29

Assinatura e Edição .................................................................................................................................... 30


LISTA DE ABREVIATURAS

AE - Aula Expositiva
Ap - Aplicação
APt - Aula Prática
CBP - Cabinet Parameters
Ce - Cerimônia
CH - Carga Horária
Cn - Conhecimento
Cp - Compreensão
Ctc - Crítica
DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo
DPC - Data Processing Computer
EP - Echo Presence
EPI – Equipamento de Proteção Individual
GRA – Generation Reception Assembly
IBIS - Indicator of Radar Information System BIS
IRIS - Indicator of Radar Information System
JTS - Joint Tournant band S
LTM - Local Technical Maintenance
MWA – MicroWave Assembly
OM – Organização Militar
Ot - Orientação
PAME-RJ - Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro
PC – Personal Computer
PUD - Plano de Unidades Didáticas
RCMS - Remote Control and Monitoring System
SISCEAB – Sistema do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro
SST – Solid State Transmitter
STM - Specialized Technical Maintenance
TCC – Control and Comand Unit
TMR – Tratamento Multi Radar
Va - Valorização
Vi - Visita
1 RADARES PRIMÁRIOS DE APROXIMAÇÃO

O princípio básico de funcionamento de um radar é simples de entender, mas a teoria que explica
pode ser um pouco complexa, porém é essencial para compreender e operar corretamente sistemas de
radar primário.
A implementação e operação do radar primário. é uma atividade em que algumas leis naturais da
física são de particular importância e que envolve várias disciplinas tecnológicas e de engenharia. Pode-
se medir a extensão, ou distância, com base nas propriedades da energia irradiada eletromagnética.
Essa energia normalmente viaja pelo espaço em uma linha reta a uma velocidade constante e com
pequenas variações causadas por fenômenos atmosféricos e condições meteorológicas.
A energia electromagnética viaja através do ar aproximadamente com a velocidade da luz,
300.000 quilômetros por segundo.

Figura 1 – Princípio de Funcionamentos dos Radares de Aproximação

O Radar primário permite uma detecção bidimencional de um alvo não-cooperativo informando


a distância em milhas náuticas e o Azimute em graus.

Figura 2 – Princípio de Funcionamento dos


Radares Primário e Secundário

Os Radares Primários de Aproximação com Tecnologia THALES, fazem parte do SISCEAB, e


sua utilização é essencial para o controle de tráfego da aviação de área terminal (APP) .
1.1 Apresentação dos radares TA10SST, STAR C e STAR CIRIUS

1.1.1 Introdução ao Radar de Área Terminal

O radar TA-10
10 SST e os radares da série STAR são radares primários totalmente
t em estado
sólido, associados ao radar secundário RSM970S ou RSM com tecnologia CIRIUS que são radares em
modo S, compatíveis com o modo convencional SSR.

O radar TA-10
10 SST e os radares da série STAR operam em banda S, na faixa de 2700MHz a
2900MHz,
Hz, com frequências programáveis através de software utilizando módulos sintetizadores
(TA10SST e STAR CIRIUS) ou frequências fixas utilizando módulos STALO (STAR C).

As principais características são:

• Alcance de 60NM a 80NM dependendo da sua configuração

• Equipados com antena parabólica do tipo cossecante ao quadrado

• Operação em duas coberturas, alta e baixa, o que lhe garante uma boa performance no
final do alcance e pouca reflexão a curto alcance.

• Operação em polarização vertical linear ou polarização circular,


ci atendendo às
necessidades operacionais para o controle de aproximação (APP).

Figura 3 – Arquitetura dos radares TA-10 SST + RSM970S


Figura 4 – Arquitetura dos radares STAR CIRIUS/ STAR C + RSM com tecnologia CIRIUS

Os Radares de Aproximação com Tecnologia THALES possuem a seguinte composição:

• Antena primária

• Conjunto de Hiperfrequência

• Transmissor Estado Sólido

• Conjunto de Geração e Recepção

• Conjunto de Tratamento de Sinais e Processamento de Dados (TMR)

• Conjunto de Pressurização

• Armário de Energia

• Armário de Antena
Antena primária (AC316 ou AN2000S)
As antenas AC316 e AN2000S são antenas que trabalham em banda S, desenvolvidas
especificamente para os sistemas de Vigilância em Aproximação Final. Elas possuem um refletor a dupla
curvatura, iluminado por uma fonte irradiante de ondas em polarização linear vertical, ou polarização
circular.

Figura 5 – Antenas AN2000S e AC316

Os sinais de hiperfrequência e de controle (comandos e status) transitam das partes fixas para as
partes móveis através de uma junta rotativa. A transmissão dos sinais de hiperfrequência, do transmissor
para a antena, se faz por meio de um guia de ondas, e da antena para a recepção, além do guia de ondas,
também utiliza cabos coaxiais. A parte interna do guia de ondas é pressurizada por meio de um
compressor de ar.

Conjunto de hiperfrequência (MWA 2000S)


O conjunto de hiperfrequência MWA 2000S tem como função principal transferir o sinal de
microondas amplificado pelo transmissor (SST 2000) para a antena, e também prover uma amplificação
dos sinais de microondas capturados pela antena e enviá-los aos receptores do radar.

Figura 6 - Conjunto de hiperfrequência (MWA 2000S)


Transmissor em estado sólido (SST 2000)
O transmissor SST 2000 tem por função
função amplificar os pulsos de RF de baixa potência oriundos
das unidades de geração de sinal (GRA 2500S), e posteriormente enviá-los
enviá ao conjunto de
hiperfrequência (MWA 2000S). São compostos por 8 ou 16 módulos de potência. Cada módulo possui
seu próprio sistema
ema de refrigeração. Sua configuração à tolerância de panes permite uma manutenção
sem descontinuidade de operação (vantagem sobre os radares valvulados).
Este emissor amplifica os sinais de RF baixo nível fornecido por uma das duas vias que estiver
online.
e. O sinal amplificado e em seguida emitido por uma antena primária associada ao emissor.

A interface entre todos os equipamentos responsáveis pela geração / emissão dos sinais (módulos
pré-amplificadores
amplificadores MES110, reles e módulos amplificadores MES1400) comcom o conjunto hiperfrequencia
do SST-2000S
2000S é feita pela Gaveta de Comando e Controle (TCC 2000).

É nela, por exemplo, que ocorre a sinalização de taxa de onda estacionária (TOS) no sistema.
A sigla TOS vem do idioma francês
franc e significa Taxa de Onda Estacionária
ionária ou TOE em português
ou ainda VSWR em inglês. Pela definição, TOS é uma taxa da amplitude máxima de tensão sobre a
amplitude mínima de tensão.

Em sistemas de rádio frequência a impedância característica é um dos fatores mais importantes


a serem considerados. No nosso caso, esse fator típico é de 50 Ohms. Este é um parâmetro construtivo,
ou seja, é determinado pelas características de sua construção. Todos os componentes de um enlace
(cabos, conectores, antenas) são construídos de forma a terem a mesma
mesma impedância.
Quando inserimos um elemento no nosso sistema, temos o que chamamos de perda de inserção,
que pode ser entendido como aquilo que é perdido, levando-se
levando se em conta o que entrou e o que
efetivamente saiu. E essa perda se dá de duas formas:
• Atenuação
enuação (principalmente nos cabos): parte do sinal é perdido por geração de calor e
pela irradiação indesejada para fora do cabo. Quanto maior o tamanho do cabo, maior
será a perda. Essa atenuação aumenta também com o aumento da temperatura e da
frequência; e
• Reflexão: perda de parte do sinal, que acaba retornando, perdido, pela extremidade onde
foi injetado. Por esse motivo chamamos de Perda de Retorno.

Se houver qualquer problema no meio entre o transmissor/receptor e as antenas – como, por


exemplo, umaa dobra ou infiltração de água, o meio acaba com descasamento de impedância. Como
consequência, parte do sinal que idealmente deveria sair pela antena, acaba retornando refletido.

Se considerarmos uma linha de transmissão ideal, a TOS seria de 1:1, ou seja,


sej toda a potência
chegaria ao seu destino, com nenhuma reflexão (nada perdido). Em contrapartida, no pior meio de
transmissão do mundo, teríamos a TOS infinita, ou seja, toda a potência seria refletida (perdida). O valor
típico no nosso caso é 1.5:1.

tão, quais são os problemas que podemos ter com uma TOS muito alta?
Então,

Além da potência efetivamente irradiada ser bem menor que a que deveria ser, pode também
ocorrer a queima dos componentes eletrônicos que não tiverem proteção para esse
sinal refletido indesejado.

As grandezas de reflexão VSWR, Perda de Retorno (dB) e Potência Refletida (%) são
relacionadas, e uma pode ser convertida na outra, usando as fórmulas abaixo e a tabela a seguir:

Com alguns valores tabulados temos a tabela a seguir:

No caso de 1.5:1, a energia é 14 dB abaixo do valor original, ou 4% foi perdido. Veja que uma
TOS de 2.0:1 praticamente 11% da energia é perdida. Então, podemos entender a TOS como um
indicador do sinal refletido de volta ao transmissor de rádio frequência,
frequência, sempre tendo o valor 1 no
denominador. E quanto menor esse indicador, melhor.
Dessa forma, um sistema de rádio frequência com TOS 1.4:1 é melhor do que outro com 1.5:1.
A TOS em um sistema de rádio frequência pode ser medida através de equipamentos
equipamen
específicos. Um deles, e bem conhecido, é o Site Master, que já pode fornecer o valor da TOS sem a
necessidade de conversão usando a tabela, como era feito antigamente. Com o modo "Distance-To-Fault"
"Distance
é possível identificar a localização de problemas em um sistema danificado.
No nosso sistema, a TOS na saída é comparada com dois níveis. O primeiro é um nível de pré-
alarme que quando é atingido, ilumina um led na carta de segurança e interface da gaveta de comando e
controle do emissor. O segundo nível indica o nível de alarme, a partir do qual, a potência refletida
poderá causar danos sobre o equipamento. Este alarme corta a emissão do sinal hiper durante três
segundos.

O número máximo de alarmes autorizados durante dez minutos é de três.


Se o número de alarmes é superior a três, a emissão é definitivamente cortada, e somente
poderá ser reativada após um reset manual.
Os três testes seguintes são realizados no módulo:
• presença;
• pré-alarme; e
• alarme.

Recomendações para evitar problemas de TOS


Evitar dobrar os cabos ao máximo - fazer curvas o mais suave possível - e apertar bem os conectores
isolando o sistema para que não sofra problemas como infiltração de água ou poeira.
Os conectores e cabos devem ser feitos por profissionais, e utilizando equipamentos profissionais.
Não adianta apertar um conector mal feito.
Usar sempre componentes da melhor qualidade: nenhum equipamento é perfeito, e até mesmo nos
processos de produção surgem pequenas falhas.
A qualidade do material e do processo de produção dos elementos é primordial para que se consiga uma
melhor qualidade de sinal.
Verificar que todos os elementos do sistema tenham a mesma impedância (casamento de impedância).

Conjunto de Geração e Recepção (GRA 2500S)


Os dois conjuntos GRA 2500S possuem duas principais funções:
• gerar os pulsos de RF de baixa amplitude de acordo com os sinais de controle
provenientes do processador radar e amplificar, e
• converter em vídeo digital os sinais já pré-amplificados pelo MWA 2000S para serem
enviados ao processador radar.

Figura 7 – Gaveta de Geração/Recepção GRA2500S


O sintetizador digital de sinal e o sequenciador permitem otimizar o número de impulsões curtas e
longas em função do alcance. Os receptores, dedicados, seja para avião ou meteo, são acoplados à antena
pelos amplificadores baixo ruído (LNA).

Recepção dos sinais radar, vias avião e meteo, que após a demodulação são enviados ao
tratamento radar (TMR Unit).

A Conversão Analógica / Digital direta do sinal de Freqüência Intermediária FI, seguida de uma
Detecção Amplitude / Fase dá uma grande dinâmica ao vídeo linear e proporciona uma boa rejeição da
freqüência imagem.
A gaveta PSU 2500 fornece as baixas tensões necessárias ao funcionamento do GRU-2500S

Figura 7 – Gaveta de Alimentação PSU2500

Conjunto de Tratamento de Sinal e Processamento de dados (TMR)


Os TMRs realizam o processamento dos sinais radar, oriundos da via avião e da via meteo
(STAR C e STAR CIRIUS) e o sequenciamento do radar primário.

São utilizados 02 TMT nos radares de aproximação.


O Tratamento Radar compreende:
• um processador de sinal; e
• um processador de dados.

O Tratamento Radar assegura:


• o tratamento avião; e
• o tratamento meteorológico

Figura 8 – Tratamento Multi Radar


Conjunto de Pressurização
O pressurizador tem como função diminuir a umidade interna do guia de ondas. Suas
características serão abordadas na Subunidade 1.1.8 Equipamentos periféricos e Auxiliares.

Armário de Energia (AE 2000 ou AE 2014)


O armário de energia tem como principais funções fornecer alimentação AC a todos os
equipamentos e armário de antena e assegurar proteção para os equipamentos e pessoal. Ele também
envia seu status de funcionamento ao Sistema de Monitoração e Controle Remoto (RCMS). Suas
características serão abordadas na Subunidade 1.1.8 Equipamentos periféricos e Auxiliares.

Armário de antena (AA 2000 ou AA 2014)


O armário de controle da antena é utilizado para enviar o comando ao mecanismo de acionamento
da antena, enviar o comando de polarização linear ou circular da antena do radar primário, monitoração e
envio dos status para o sistema de monitoração e controle remoto (RCMS). Suas características serão
abordadas na Subunidade 1.1.8 Equipamentos periféricos e Auxiliares.

1.1.2 Geração dos sinais.

O GRA 2500S é utilizado em um sistema de radar redundante. Para cada canal, A ou B, o GRA
2500S é comandado e controlado por um processador radar (TMR), para o qual libera os sinais de vídeo
digital I/Q. Estes mesmos sinais de vídeo são igualmente enviados em paralelo ao outro processador
radar, como redundância, ou seja, o outro está com as mesmas informações em caso de uma comutação
de canal. Através da função geração o GRA envia para o transmissor (SST 2000) as impulsões
curtas (1µs) e longas (75µs) com um valor maior ou igual a 12dBm, de acordo com o sequenciamento
programado no processador radar, bem como a seleção de frequências, o eco de teste para a MWA
2000S, o sinal de referência (103,6MHz) para o GRA do canal que esta em “STAND BY” e envia o sinal
de MASTER CLOCK para o processador (TMR).
O GRA 2500S é constituído de:
• gaveta GRU 2500S, onde se encontram os módulos de geração e recepção de sinais.
• unidade de ventilação.
• gaveta PSU 2500S, responsável por prover alimentação em corrente contínua a GRU
2500S.
Figura 9 - GRA 2500S utilizada no radar TA10, vista frontal

Figura 10 - GRU 2500S vista traseira


Figura 11 - Equipamentos associados ao GRA

1.1.3 Transmissão

O armário de transmissão SST 2000S é um transmissor em estado sólido utilizado em sistemas


radar primário de aproximação banda S (TA-10
(TA 10 SST e série STAR), ele opera na faixa de frequência de
2700MHz a 2900MHz.
O SST 2000S amplifica as impulsões de RF de baixa amplitude fornecidas pelo GRA2500S.
GRA2 O
sinal amplificado é em seguida enviado para uma antena primária, associada ao emissor, através do
conjunto de hiperfrequências MWA 2000S.
O armário de transmissão SST 2000 inclui os seguintes elementos:
• - 8 módulos de potência MES 1400, sendo que poderão
poderão haver 16 de forma opcional.
• - 2 módulos de pré-amplificação
amplificação MES 110.
• - 1 gaveta de comando e de visualização de falhas TCC 2000.
• - 1 gaveta de ventilação.
• - 1 quadro de disjuntores para alimentação dos módulos e gavetas do SST 2000.

Figura 12 - Equipamentos que compõem o SST 2000

Figura 13 - Diagrama funcional do SST 2000


1.1.4 Irradiação

Após sair do SST 2000 o sinal de RF amplificado é enviado por meio de um guia de ondas para o
conjunto dee hiperfrequências (MWA 2000S).
O conjunto de hiperfrequências,
rfrequências, por sua vez, é responsável por direcionar o sinal de potência
através da linha de transmissão da cobertura baixa (guia de ondas) até a junta rotativa, que realiza a
transição do sinal entre as partes fixas e as partes móveis do sistema radar.
A junta rotativa assegura igualmente as diferentes continuidades elétricas e radioelétricas do
sistema com perda do sinal menor ou igual a 0,25 dB. Após passar pela junta rotativa, a energia segue
através do guia de ondas da poutre e passa pelas cornetas superiores (cobertura baixa) da antena.

Figura 14 - Detalhes da antena AN 2000S (utilizada nos radares da série STAR)

1 - Estrutura da antena. 2 - Refletor. 3 - Suporte da antena (pedestal).


4 - Viga de sustentação do conjunto
conjunt de alimentação de RF (poutre)
5 - Conjunto de alimentação de RF.
1.1.5 Recepção

Os sinais de radar recebidos, pela via avião e via meteo (presente apenas nos radares da série
STAR), são amplificados pelos LNAs (amplificadores de baixo ruído) do conjunto de micro-ondas
(MWA 2000S) e juntamente com uma amostra dos pulsos de transmissão são encaminhados,
primeiramente, ao módulo COMUTAÇÃO RSR antes de serem enviados para o receptor.
A comutação RSR é um módulo que pertence ao GRA 2500S e serve para comutar as vias de
recepção avião e meteo proveniente dos amplificadores de baixo ruído, para os receptores associados.
Duas funções são realizadas por esta unidade: Filtragem passa-banda (apenas no STAR C) para
uma boa rejeição das frequências imagens e também realiza a comutação da via recepção avião/imagem
da impulsão emitida.
Em paralelo, esta unidade libera aos dois receptores o sinal OL3 gerado no módulo UNIDADE
DE REFERÊNCIA. Os sinais avião e meteo vão cada um para o seu próprio receptor, que são idênticos.
O módulo RECEPTOR NG amplifica e converte o sinal proveniente do módulo COMUTAÇÃO
RSR em um sinal de vídeo digital I/Q, que é posteriormente enviado ao tratamento radar. Uma impulsão
banda S é enviada seja ao emissor, seja para a nappe hyper (MWA 2000S) para realizar testes de acordo
com os comandos do cartão INTERFACE e triggers de disparo para a emissão e teste fornecidos pelo
tratamento.

Figura 15 - Função recepção dos radares da série STAR


Figura 16 - Função recepção do radar TA-10 SST

1.1.6 Tratamento e Transferência

O tratamento e transferência são realizados pelo processador radar (TMR) que têm como funções:
Sequenciamento do radar primário e o processamento dos sinais da via avião e da via meteo (existente
apenas nos radares da série STAR)
O equipamento recebe, pelo TMR UNIT na função tratamento de sinal, os vídeos I/Q
provenientes do cartão interface do GRA 2500S.
A função tratamento de sinal gera as presenças eco válidas e as transfere para o computador de
tratamento e processamento de dados (TMR PC) onde são gerados os plots, que posteriormente são
enviados ao processador radar (DPC ou DPC PC) do radar secundário associado ao radar primário.
i

Figura 17 - Diagrama funcional do TMR

1.1.7 Monitoramento e Controle

O sistema radar pode ser monitorado de forma remota ou local.


O modo remoto ocorre através do software RCMS (Remote Control and Monitoring System). Ele
pode ser usado no computador LTM (Local Technical Maintenance) que fica na mesa técnica da estação
radar, no computador STM (Specialized Technical Maintenance). O STM fica geralmente na sala
técnica do sítio onde se localiza o radar e o CTM (Centralized Technical Maintenance) fica no regional,
instalado no modo RTM e nos órgãos de gestão nacional (como PAME e DECEA), instalado no modo
NTM.
O RCMS tem a função de monitoramento de toda a estação e os controles de comutação entre
canais e até mesmo reinicialização dos equipamentos. No PC LTM também é instalado um outro
software chamado CBP (CaBinet Parameter) este, além do monitoramento do radar primário, tem o
controle dos equipamentos e é a ferramenta de parametrização do TMR.

Figura 18 - Tela do RCMS

1.1.8 Equipamentos Periféricos e Auxiliares

O radar primário está associado a equipamentos necessários para a operação do sistema, tais
equipamentos são: pressurizador, armário de distribuição de energia, armário de controle de antena,
mecanismo de acionamento da antena, sistema de distribuição de azimute, mesa técnica e o processador
radar do radar secundário RSM970S ou RSM com tecnologia CIRIUS.

Pressurizador
O pressurizador associado ao radar primário tem como função pressurizar e manter a umidade
baixa no interior dos guias de ondas, junta rotativa e cornetas da cobertura baixa do conjunto de
alimentação de RF da antena. Com isso ele impede a entrada de umidade na linha de transmissão,
evitando o aumento da VSWR e consequentemente protegendo o transmissor.
Figura 19 - Pressurizador GC 266D Utilizado nos radares TA10 e da série STAR (apenas os modernizados).

Armário de Distribuição de Energia


O armário de distribuição de energia provê alimentação em corrente alternada para toda a estação
radar, garante a proteção do pessoal contra perigos elétricos e, proteção elétrica aos equipamentos
energizados por ele.
O armário também realiza a desenergização parcial ou total da estação radar (para fins de
manutenção), por meio remoto ou local e de forma normal ou em condições de emergência.
O Armário de energia também provê seu status de funcionamento e os envia ao RCMS, além de
possuir alguns meios de teste para detecção e isolamento de falhas.

Figura 20 - Armário de Energia usado no radar TA-10 SST


Armário de Controle de Antena
O Armário de controle de antena serve, dentre outras coisas, para controlar o mecanismo de
acionamento da antena, controlando a alimentação elétrica dos motores e podendo parar
automaticamente um motor ou outro em caso de falha. Vale citar que o mecanismo de acionamento da
antena, em condições normais, funciona com os dois motores trabalhando juntos.
Dentre os radares estudados neste curso, apenas o TA-10 SST possui um único motor no sistema
de acionamento da antena.
O armário de controle de antena também realiza o controle e provê a alimentação CC do motor de
controle de polarização da antena, monitora o funcionamento do(s) motor(es) e indica o status dele(s),
provê a alimentação CC da cadeia de segurança e corta a alimentação dos motores de acionamento da
antena em caso de violação da cadeia de segurança.
O sistema também controla uma sirene, que é responsável por avisar aos técnicos próximos do
mecanismo de acionamento da antena que a mesma está prestes a entrar em funcionamento.
O armário de controle de antena também envia ao RCMS todo o status de funcionamento do
sistema da antena e cadeia de segurança, podendo também receber comandos provenientes do RCMS
quando configurado em modo “REMOTO”.

Figura 21 Armário de controle de antena usado no radar TA-10 SST


Figura 22 - Armário de controle de antena usado nos radares da série STAR

Mecanismo de Acionamento da Antena


O mecanismo de acionamento da antena é responsável por girar a antena em uma rotação
constante. Rotação essa que é predeterminada pelos variadores de frequência do quadro de antena ou da
frequência da rede elétrica da própria rede que alimenta os motores (no caso dos quadros que não
possuem variador de frequência), além das próprias características mecânicas do sistema.

Figura 23 - Mecanismo de acionamento da Antena do radar TA-10 SST


Figura 24 - Mecanismo de acionamento da Antena dos radares da série STAR

Sistema de Distribuição de Azimute


É o sistema responsável por realizar a interface entre os encoders e todas as partes do sistema
radar que precisam processar as informações de posição azimutal da antena.
No radar TA-10
10 SST o equipamento responsável por realizar a distribuição
dist azimutal é o
ADU2000, já nos radares da série STAR é um módulo chamado MMXc, que faz parte dos radares
secundários com tecnologia CIRIUS.

Figuraa 25 - ADU 2000 utilizado no radar TA-10 SST

Mesa Técnica
A mesa técnica é o local, na KT radar, onde ficam concentrados diversos equipamentos da rede de
dados radar e equipamentos de apoio à manutenção
ma e controle da estação.
Os equipamentos da rede de dados são as PLines 8, PLines 4/Microlines, HUBs e Modems. Os
equipamentos de apoio a manutenção e controle
controle da estação são os computadores IRIS ou IBIS (apoio a
manutenção), o computador LTM (apoio a manutenção e controle da estação) e a switch box (apoio a
manutenção), que é responsável por comutar a ligação da saída de vídeo manutenção de cada canal do
radar, com o computador IRIS.

Figura 26 - Mesa técnica do radar TA-10

Processador Radar
O processador radar é parte integrante do radar secundário associado ao radar primário que é foco
de estudo desse curso.
Os radares primários em questão geram apenas plots e não pistas. Todas as pistas, associadas ou
não, são produtos dos processadores radar do radar secundário. Associado ao radar TA-10 SST está o
processador radar do radar secundário RSM970S, conhecido como DPC e associado aos radares da série
STAR nós temos o processador radar do radar secundário RSM com tecnologia CIRIUS, conhecido
como DPC-PC.

Figura 27
DPC do RSM970S (parte destacada) DPC-PC do RSM com tecnologia CIRIUS
REFERÊNCIAS

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DARRICAU, J. Physique et Théorie du Radar. v. 1 e 2. França, 1981;

SKOLNIK, M. Radar Handbook. Third Edition. USA, 2008;

THALES. Manual Técnico Microwave Assembly - MWA 2000S with MBR386S. França, 2009;

THALES, Manual Técnico Generation−Reception - Assembly - GRA 2500S. Ed. G. França, 2009;

THALES, Manual Técnico Solid State Transmitter - SST 2000A. Ed. F. França, 2001;

THALES, Manual Técnico edição TMR Radar Processing - TMR Unit. Ed. B. França, 2006;

THALES, Manual Técnico Data Processing Computer for Primary Radar Processing - TMR PC. Ed. E.
França, 2006;

THALES, Manual Técnico ADDENDUM TO MWA2000 TECHNICAL MANUAL - THALES,


POWER SUPPLY KIT FOR EVEREST Program. Ed. A. França, 2007;

3COM CORPORATION. Manual Técnico 3Com. Marlborough: 3Com Corporation, 2005;

THALES, LIST OF OPERATIONAL PARAMETERS, COMMANDS AND MEASUREMENTS


FOR TMR IN STAR-2000 RADAR. Ed. A. França, 2005;

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FOR TMR IN STAR-2000 RADAR. Ed. A. França, 2005;

THALES, Manual Técnico ANTENNA DRIVE MECHANISM EA 2000. França, 2001;

THALES, Manual Técnico S BAND ROTARY JOINT JTS. França, 2003;

THALES, Manual Técnico DATA PROCESSING COMPUTER DPC. França, 2002;

THALES, User manual IRIS – LDS. Ed. F. França, 2003;

THALES, Manual Técnico ANTENNA CONTROL CABINET AA 2000. França, 2003;

THALES, Manual Técnico ROTARY JOINT JTS - 05 –1000. França, 2003;

THALES, Manual Técnico ANTENNE AC 316. Ed. 01. França, 1988;

THALES, Manual Técnico PRESSURIZING SET GC 265D. Ed. C. França, 2001;

THALES, Manual Técnico Compressor GC 266CT. Ed. 02. França, 1988;


ASSINATURA E EDIÇÃO

• 2º Sgt BET Daniel Olimpio Wolf Togniolle de Oliveira – SRPV-SP; e


• 3º Sgt BET Leandro Nascimento da Silva – PAME-RJ.

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