Vocês sabiam que na Igreja Católica Apostólica Romana existe mais de 1 forma de

celebrar a missa e possui 24 igrejas sui juris?

Sim. Temos 6 ritos litúrgicos, são eles:

- Rito Latino

- Rito Bizantino

- Rito Armênio

- Rito Antioquênio

- Rito Caldeu

- Rito Alexadrino

Na Igreja Católica, o rito é a sucessão de acontecimentos na celebração, de forma

litúrgica, exemplo disso são os ritos iniciais da missa, onde o sacerdote faz a saudação
inicial e invocação da Santíssima Trindade. A palavra rito, varia do termo em latim
Ritus, que significa uma cerimônia repetida da mesma forma, sempre.

A Igreja Católica Apostólica Romana é constituída por 24 igrejas “sui juris” - esse
termo significa que professam a mesma fé e doutrina, e são obedientes ao Papa, porém
possuem particularidades bem diferentes no ponto de vista da história e cultura, tradição
teológica e litúrgica, tendo uma organização hierárquica e territorial separados. Por isso,
essas 24 igrejas tem um certo grau de autonomia e tem esse termo igreja "sui juris".

A gente pensa que o rito romano é a Igreja Católica e não é. O rito faz parte da Igreja
Católica, onde já falamos existem 6 ritos, a Santa Mãe Igreja está em comunhão com
essas 24 igrejas e 6 ritos.

Parece confuso, mas o assunto realmente é complexo, vou tentar explicar o máximo,
para que chegamos ao entendimento comum. A seguir, vou explicar cada rito.

1.Rito Latino

Os ritos litúrgicos latinos originaram-se na Europa Ocidental e Norte da África, em

países que em sua maioria tinham como língua o latim.

Fazem parte dos ritos litúrgicos latinos, os seguintes Ritos:

- Romano
- Ambrosiano
- Galicano
- Dos Cartuxos
- Bracarense
- Moçárabe

Romano: O rito romano é a maneira que se celebra a Santa Missa (através do Missal
Romano), a qual é celebrada na maior parte do Igreja Católica Latina. Tornou-se o rito
padrão para a celebração da Missa no Ocidente desde a emissão em 14 de
julho de 1570 da bula Quo Primum Tempore por São Pio V (Bula é um dos documentos
que o Papa utiliza), que revisou o Missal Romano a pedido do Concílio de Trento.
Existem duas formas de celebração do rito romano: a forma ordinária ( o Novus Ordo) e
a forma extraordinária (a Missa Tridentina).

Ambrosiano: Atribuído ao bispo Santo Ambrósio, é também chamado de “rito milanês”,

por ser utilizado nas Dioceses de Milão e Lodi, na Itália. Possui cerca de 5 milhões de
fiéis.

Galicano: Rito utilizado na Gália (França) do século IV a VIII, mas que ainda subsiste
em algumas partes daquele país. Não era um rito uniforme em toda a Gália, mas sim
uma coleção de variações litúrgicas, com um esquema ou base comum, com numerosas
variações locais. Atualmente, não é de uso generalizado, mas utilizado em certos locais
e em certas datas.

Dos Cartuxos: Rito utilizado pela Ordem dos Cartuxos (ordem religiosa semi-eremítica
de clausura monástica e de orientação puramente contemplativa surgida no século XI,
fundada por São Bruno e outros seis companheiros, em 1084). Esta ordem religiosa é
conhecida como aquela que professa maior austeridade no modo de vida dos seus
membros e ao longo de toda a sua existência manteve sempre o espírito de pobreza. Aos
mosteiros da Ordem de São Bruno é-lhes dado o nome de "Cartuxas" e neles
os monges e a monjas buscam uma maior intimidade com Deus por meio da oração e
da contemplação.

Bracarense: Este rito é utilizado principalmente pela Arquidiocese de

Braga em Portugal, daí o nome do rito. O rito bracarense é semelhante ao romano.
Durante a reforma litúrgica tridentina, Braga pôde manter os seus livros e ritos
litúrgicos, por terem mais de duzentos anos. O rito bracarense permanece válido,
mesmo depois da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, mas o seu uso tomou-se
facultativo, desde a última reforma, em 18 de Novembro de 1971.

Moçárabe: Também chamado de rito hispano-moçárabe, foi criado e praticado pelos

primeiros cristãos hispânicos ou ibéricos, que estavam ainda sob o domínio de Roma. É
ainda utilizado na Catedral de Toledo, na Espanha.

Vídeos que correspondem aos ritos aqui descritos que fazem parte do rito Latino.

Romano: https://www.youtube.com/watch?v=0U0KShmkS3M
Ambrosiano: https://www.youtube.com/watch?v=cP7Wg4dok-w
Galicano: não há vídeo. diferença: A Comunhão é dada sob as duas espécies, se recebe
na mesa do altar, sendo que os homens recebem a partícula sobre a palma da mão
descoberta e as mulheres, na mão coberta por um lenço. O vinho é tomado do cálice.

Dos cartuxos: não há vídeos da missa, mas mostra local onde eles vivem em Évora,
Portugal https://www.youtube.com/watch?v=gQr2Op8V_YI
Bracarense: https://www.youtube.com/watch?v=6okUu33T5N4
Moçárabe: https://www.youtube.com/watch?v=f5_9Dx_FO6w

OBS: Cristo, pelos atos de sua vida terrena, morte e ressurreição, é a origem da liturgia,
pois é a fonte da salvação: toda celebração da Missa é atualização, representação (no
sentido de tornar presente) do Sacrifício de Cristo na Cruz, é
o mesmo e único sacrifício, mas não da mesma maneira; na missa é incruento e
na Cruz não foi. A Última Ceia, como instituição da Eucaristia e Primeira Missa, é
antecipação da oferta de Jesus no Calvário.
Nenhum rito litúrgico, nenhuma reforma, poderá jamais exprimir em sua totalidade a
infinita riqueza da Eucaristia, na qual o Senhor oferece a todos os membros da Igreja a
plenitude da Salvação por Sua morte e ressurreição.

2.Rito Bizantino: É o rito da antiga Constantinopla, que é usado atualmente pela maior
parte das igrejas ortodoxas e das Igrejas Católicas orientais. Também pode ser chamado
de rito grego. É um dos ritos existentes mais antigos, possuindo em torno de 1600 anos,
e se originou a partir da união dos costumes litúrgicos de Antioquia e Jerusalém. Possui
quatro ordinários para a celebração eucarística, conhecida como Divina Liturgia: Divina
Liturgia de São João Crisóstomo, Divina Liturgia de São Basílio, Divina Liturgia de
São Gregório Nazianzeno dos Dons Pré-Santificados e Divina Liturgia de São Tiago.

Divina Liturgia é como é conhecida a celebração eucarística no rito Bizantino. O rito

binzantino é utilizado nas seguintes Igrejas Católicas:

 Igreja Greco-Católica Melquita ( sede em Damasco, Síria)

 Igreja Católica Bizantina Grega (sede em Atenas, Grécia)
 Igreja Católica Bizantina Ítalo-Albanesa (sede na Sicília, Itália)
 Igreja Greco-Católica Ucraniana ( sede em Kiev, Ucrânia)
 Igreja Greco-Católica Bielorrussa (também chamada Católica Bizantina
Bielorussa)
 Igreja Greco-Católica Russa (sede em Novosibirsk, Rússia)
 Igreja Greco-Católica Búlgara ( sede em Sófia, Bulgária)
 Igreja Católica Bizantina Eslovaca (sede em Prešov, Eslováquia)
 Igreja Greco-Católica Húngara ( sede em Nyíregyháza, Hungria)
 Igreja Católica Bizantina da Croácia e Sérvia (sedes em Križevci, Croácia, e
Ruski Krstur, Sérvia)
 Igreja Greco-Católica Romena (sede em Blaj, Romênia)
 Igreja Católica Bizantina Rutena (sede em Pittsburgh, Estados Unidos)
 Igreja Católica Bizantina Albanesa (sede em Fier, Albânia)
 Igreja Greco-Católica Macedônica (sede em Escópia, Macedônia)

3.Rito Armênio: A Igreja Católica Armênia é uma Igreja católica oriental sui iuris
em plena comunhão com a Igreja Católica. Isto quer dizer que ela aceita a autoridade
e primazia do Papa. Unida formal e oficialmente à Santa Sé em 1742, esta Igreja foi
fruto de uma divisão ocorrida na Igreja Apostólica Armênia, que não aceita a autoridade
papal. A sua sede localiza-se, desde 1749, em Bzoummar (Líbano).
O seu rito litúrgico é o rito armênio e a sua língua litúrgica é o armênio. Desde 2015,
esta Igreja oriental é governada pelo Patriarca arménio Gregório Pedro XX Gabroyan,
juntamente com o seu Sínodo, mas sempre sob a supervisão do Papa. Atualmente, tem
cerca de 540 mil fiéis, concentrados especialmente na Arménia, Argentina, Europa
Oriental (com destaque
para Roménia), Austrália, Canadá, França, Líbano, Síria, Turquia, Roménia e Estados
Unidos da América.
No Brasil a Paróquia Armênia Católica são Gregório Iluminador se encontra em SP.
A liturgia foi modelada após as diretrizes de São Gregório, o Iluminador, fundador
e padroeiro da Igreja Armênia. Ao contrário do Rito bizantino, as igrejas de rito
armênio são geralmente desprovidas de ícones e têm uma cortina escondendo o
sacerdote e o altar das pessoas durante partes da liturgia, uma influência desde os
tempos apostólicos. O uso da mitra e do pão ázimo pelo bispo remete à influência dos
missionários ocidentais.

4.Rito Antioqueno: Assim como no Rito Latino, tem vários outros ritos “dentro” dele, assim é
o rito Antioqueno. É constituído pelos seguintes ritos:

- Siro ocidental (jacobita): sob influência de Jerusalém e de Antioquia. Foi organizado por
Seevero de Antioquia. Sua anáfora (oração eucarística) é a de São Tiago, rico em hinos e
orações.
- Siro ocidental: sob influência de Edessa (Turquia). Estende-se pela Mesopotâmia e Pérsia
(Iraque e Irã). É o rito que sofreu menos influência ocidental-latina. Conserva a forma antiga e
sóbria. Exemplo de sua tradição é a anáfora de Addai e Mari. Os que se uniram a Roma são
chamados de Caldeus.
- Siro-malabar: Estende-se pela Índia. É bem próximo do siro-oriental. Os ritos de Malanka e,
Maronita são unidos a Roma, no Líbano. O rito nestoriano são caracterizados pelos textos de
Teodoro de Mosuéstia e Nestório.

5.Rito Caldeu: O seu rito litúrgico é de tradição caldeia (ou siríaca oriental); e as suas
línguas litúrgicas são o siríaco e o aramaico. A partir de 2013, esta Igreja oriental é
governada pelo Patriarca Luis Rafael I Saco, juntamente com o seu Sínodo, mas sempre
sob a supervisão do Papa. A Igreja caldeia conta atualmente com cerca de 340 mil
membros, segundo as estatísticas mais recentes do Anuário Pontifício. Seu chefe é o
Patriarca da Babilônia dos Caldeus, Cardeal Emmanuel Delly, que reside em Bagdá.

6.Rito Alexandrino: O rito é dividido em duas variações: o uso copta (Os coptas ou
coptos são egípcios cujos ancestrais abraçaram o cristianismo no século I. Formam um
dos principais grupos etno-religiosos do país) e o uso ge'ez (é uma antiga língua
semítica que se desenvolveu na atual região da Eritreia e norte da Etiópia no Chifre da
África, como a língua dos camponeses). O uso copta é nativo do Egito, geralmente
na língua copta, mas frequentemente em árabe e outras línguas vernáculas (como
o inglês nos Estados Unidos), seguindo o tradicional calendário copta. O uso ge'ez é
nativo da Etiópia e usa a língua ge'ez, empregando outros idiomas com muito menor
frequência. Sua principal liturgia é a Divina Liturgia de São Basílio o Grande.