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TEMA
Transformações gasosas
reversíveis e irreversíveis
Quando um sistema gasoso muda de um estado térmico para outro, diz-se que
sofreu uma transformação gasosa, que pode ser reversível ou irreversível.
São reversíveis as transformações nas quais o estado inicial do gás pode
também ser o estado final, ou seja, essas transformações podem ser realizadas
em ambos os sentidos. De modo que o retorno ao estado inicial passa por todos
os estados intermediários, com as mesmas variáveis de estado.
As transformações irreversíveis são aquelas que só podem ser executadas
em um sentido, sem que haja a possibilidade da realização do processo inverso, a
não ser por processos mais complexos, envolvendo interações com outros corpos.
A volta ao estado inicial de uma transformação gasosa pode ser atingida em
uma transformação cíclica, que compreende uma sequência de transformações que
retorna ao estado inicial, começando novamente o mesmo processo em seguida.
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SONIA VAZ
mento isocórico (BC) e uma compressão na qual
VA VB = VC V
também ocorre resfriamento (CA).
sentido do fluxo
taram a invenção das máquinas A B de calor entre
térmicas. Caso queira conhecê- dois corpos com
-la, leia-o. QUADROS, Sérgio. A temperaturas
termodinâmica e a invenção das diferentes (imagem
máquinas térmicas. 1. ed. São TA > TB sem escala;
Paulo: Ed. Scipione, 2006. 96p. cores-fantasia).
Em 1850, o físico alemão Rudolf Julius Emanuel Clausius (1822 – 1888) publicou um artigo
sobre a teoria mecânica do calor, no qual expôs pela primeira vez, as ideias básicas que deram
origem à Segunda lei da Termodinâmica, que afirma: “É impossível para uma máquina auto
atuante, sem auxílio de um agente externo, transferir calor de um determinado corpo a outro
de maior temperatura.”
Que pode ser simplificado para:
Os físicos Lord Kelvin (1824 – 1907) e Max Planck (1858 – 1947) propuseram outro enun-
ciado para a Segunda lei da Termodinâmica:
ALEX SILVA
temperaturas diferentes (imagem sem Fonte fria Fonte fria
escala; cores-fantasia).
Em (A) temos o fluxo de calor provocado pela diferença de temperatura entre a chamada
fonte quente (temperatura mais alta) e a fonte fria (temperatura mais baixa). A máquina
térmica (B) é construída de modo a aproveitar esse fluxo de calor para a realização de traba-
lho mecânico.
Para isso, ela retira da fonte quente uma quantidade Q1 de calor, rejeitando uma quantidade
de calor Q2 para a fonte fria, realizando, nesse processo, um trabalho mecânico t.
Pelo princípio da conservação de energia, o trabalho realizado (t) corresponde à diferença
entre as quantidades de calor Q1 e Q2. Assim:
t = Q1 – Q2
Importante destacar que a quantidade de calor Q2 não pode ser nula, pois isso violaria a
Segunda lei da Termodinâmica.
A máquina térmica será mais eficiente quanto maior for a quantidade de energia trans-
formada em trabalho em relação à quantidade de calor Q1. Assim, define-se a grandeza
rendimento da máquina térmica, que é dada pela razão entre a energia aproveitada (trabalho)
em relação ao total de energia disponível (Q1):
t
M=
Q1
Quanto maior o valor de η, mais eficiente é a máquina térmica para a realização de trabalho,
dissipando menos energia (Q2) para o meio exterior.
Essa expressão do rendimento pode ser escrita apenas em função do calor retirado da fonte
quente (Q1) e do calor rejeitado para a fonte fria (Q2):
t Q −Q Q2
M= ⇒M= 1 2 M = 1−
Q1 Q1 Q1
Nessa expressão, é possível ver que o rendimento sempre será menor que 1, ou seja, é
sempre menor do que 100%. Isso produz um importante questionamento: Qual é o máximo
rendimento de uma máquina térmica? Para responder, devemos estudar o ciclo de Carnot.
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SONIA VAZ
Em 1824, o engenheiro francês Nicolas Léonard Sadi A
A
A
B
B
T1 T1
D
D
C T2 T2
SONIA VAZ
SONIA VAZ
V C
0 0 V
» Ciclo de Carnot com destaque para a expansão » Ciclo de Carnot com destaque para a compressão
isotérmica AB. isotérmica CD.
2. Em seguida, o sistema sofre uma expan- 4. Por fim, o gás sofre uma compressão adia-
são adiabática, saindo de B e atingindo o bática, partindo de D e atingindo o estado
estado C, situado na isoterma T2. inicial A, na isoterma T1, completando o
p ciclo. p
A A
B B
T1 T1
D D
T2 T2
C C
SONIA VAZ
SONIA VAZ
0 V 0 V
» Ciclo de Carnot com destaque para a expansão » Ciclo de Carnot com destaque para a
adiabática BC. compressão adiabática DA.
Q2 T2
=
Q1 T1
Conceito de entropia
As transformações naturais têm um sentido preferencial, carac-
terizando-se, assim, pela irreversibilidade, em que mesmo não sendo
absolutamente impossível o sentido inverso, tem uma probabilidade
LEE WALKER/SHUTTERSTOCK.COM
quase nula.
Por exemplo, considere um baralho no qual suas cinquenta e duas
cartas estejam ordenadas por naipe e por valores. Embaralhando-as
de maneira a desorganizar todas as sequências anteriores (e sem
vê-las), elas irão se distribuir ao acaso.
» A probabilidade do baralho É possível refazer o processo de embaralhamento de forma a
voltar à sequência original é
praticamente nula. colocar as cartas novamente na sequência anterior? Apesar de não
ser impossível, a probabilidade é extremamente pequena, se aproxi-
mando, no limite, de zero.
O exemplo mostra que o processo inverso é extremamente impro-
vável, caracterizando uma transformação irreversível.
Voltando às transformações naturais, embora a energia total do
sistema sempre se conserve, a possibilidade de sua utilização para reali-
zar trabalho diminui à medida que o Universo evolui. Isso se explica porque
uma parte dessa energia se degrada em outras formas de energia prin-
cipalmente, energia de agitação térmica, que não podem ser utilizadas
As respostas e os comentários das diretamente. As transformações de energia em um sistema ocorrem
atividades estão disponíveis no Manual
do Professor.
sempre no sentido de atingir os estados mais prováveis, a passagem
espontânea acontece do estado mais ordenado para o menos ordenado.
2 Volte agora à questão
Essa tendência de os sistemas buscarem os níveis mais baixos
proposta no início do
de energia e, consequentemente, de ordenação, recebe o nome de
tema e, em grupo,
retome a discus- entropia, sendo uma propriedade dos sistemas, caracterizada pela
são inicial. Redijam, tendência de, espontaneamente, aumentar a desordem nos processos
em seu caderno, um naturais. Pode ser enunciada por:
texto para sistema-
tizar os argumentos A entropia é uma função de estado cuja medida sempre cresce durante processos
para a discussão sobre naturais em sistemas isolados, ou seja, em sistemas onde não ocorre a atuação de
a possibilidade ou um agente externo.
não da existência
de uma máquina de Isso significa que as transformações naturais sempre levam a um
moto-contínuo. aumento da entropia do Universo. Ela não é a medida do grau de desordem
Não escreva no livro do universo, mas quanto mais desorganizado ele for, maior sua entropia.
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da câmara.
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Forno
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