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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE

PRÁTICA 1: ELETROSTÁTICA

Prof. Nildo Loiola Dias


1.1 OBJETIVOS

- Verificar a eletrização por atrito;


- Verificar a atração e a repulsão entre cargas elétricas;
- Identificar as cargas;
- Verificar a condutibilidade elétrica;
- Verificar a rigidez dielétrica;
- Verificar a indução eletrostática;
- Conhecer o princípio de funcionamento do gerador Van de Graaff.

1.1 MATERIAL

- Dois bastões de polipropileno (bastões opacos);


- Dois bastões de acrílico (bastões transparentes);
- Papel;
- Eletroscópio;
- Isopor (base);
- Suporte para bastão com fio de seda;
- Tubo de neón;
- Placa com LED;
- Bolinha de isopor;
- Bolinha aluminizada;
- Gerador Van de Graaff

1.3 FUNDAMENTOS / PROCEDIMENTOS

1- Eletrização por atrito

Em 600 a.C., Tales de Mileto já sabia que o âmbar amarelo, depois de atritado contra
substâncias secas, adquiria a propriedade de atrair corpos leves. Só muito mais tarde (sec. XVI,
segundo se tem notícia) descobriu-se que, pelo atrito, outras substâncias adquiriam a mesma
propriedade do âmbar.
O fenômeno podia ser explicado admitindo que, pelo atrito, os corpos adquiriam “alguma
coisa” à qual se deu o nome de eletricidade ou carga elétrica. Somente em 1733, Du Fay distinguiu
experimentalmente dois tipos de eletricidade: uma obtida ao atritar o vidro contra a seda, a qual
recebeu o nome de “eletricidade vítrea”, e a outra que aparece no âmbar atritado contra o pelo de
animal, que foi chamada de “resinosa”. Posteriormente, Benjamin Franklin (1706-1790) chamou de
positiva, a eletricidade que aparece no vidro, e de negativa, a que aparece no âmbar, denominações
estas que se mantém até hoje.

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2- Atração ou repulsão entre cargas elétricas

2.1 Suspenda um bastão de polipropileno (bastão opaco), através do suporte para bastão
com fio de seda (Figura 1). Friccione com papel uma das extremidades do bastão
suspenso. Friccione, do mesmo modo, o outro bastão de polipropileno e
aproxime-o do bastão suspenso. Observe e descreva.

Figura 1 – Suporte e bastão.

2.2 Friccione novamente com papel o bastão suspenso. Friccione, do mesmo modo, o bastão de
acrílico (bastão transparente) e aproxime-o do bastão suspenso. Observe e descreva.

2.3 Suspenda agora um bastão de acrílico; friccione com papel uma de suas extremidades.
Friccione, do mesmo modo, o outro bastão de acrílico e aproxime-o do bastão suspenso. Observe e
descreva.

2.4 É possível identificar a carga gerada no bastão de polipropileno ou de acrílico através dos
experimentos acima?

2.5 Monte o eletroscópio (é só colocar o ponteiro de modo que este fique na vertical, Figura
2). Friccione, com papel, o bastão de polipropileno e coloque-o em contato com o
corpo do eletroscópio. Repita várias vezes, de modo a carregar o eletroscópio.
Observe o ponteiro e explique.

Figura 2 – Eletroscópio.

2.6 Repita o procedimento (2.5), utilizando, desta vez, o bastão de acrílico. Observe o ponteiro e
explique.

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2.7 O eletroscópio é capaz de identificar a carga gerada nos bastões?

3- Identificação das cargas

O tubo de neon fornecido destina-se à identificação das cargas da seguinte forma: segure o
tubo de neon por um dos extremos metálicos. Faça contato do outro extremo com o corpo
carregado. Haverá uma descarga através do tubo. Durante a descarga, quando o filamento conectado
ao terminal metálico, que entrou em contato com o corpo carregado, acender, isto indicará uma
carga negativa no corpo carregado. Se acender o filamento em contato com a mão é porque o corpo
testado tem carga positiva.

3.1 Repita os procedimentos (2.5) e (2.6) e, utilizando o tubo de neon, identifique o tipo de carga
gerada no bastão de polipropileno e no de acrílico. Anote.
ESTA ATIVIDADE SERÁ REALIZADA PELO PROFESSOR EM VIRTUDE DE NÃO
HAVER TUBOS DE NEÓN PARA TODAS AS BANCADAS.

4- Condutividade elétrica

Certos corpos possuem a propriedade de conduzir eletricidade com facilidade, (os metais de
um modo geral), enquanto que outros, como os plásticos, porcelana, madeira, etc., não o fazem.
Denominamos condutoras às substâncias que se comportam como os metais e isolantes
(dielétricos) às que se comportam como o plástico.
Embora seja fácil distinguir um bom condutor de um bom isolante, não se deve levar em
termos muito rígidos à distinção entre condutores e isolantes, pois não é muito nítida a linha
divisória entre os maus condutores e os maus isolantes. Além do mais, podemos ter, como veremos
mais adiante, que materiais utilizados corriqueiramente, como isolantes, podem, sob certas
condições, passar a conduzir.

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5- Indução eletrostática

Aproximando um corpo A, carregado negativamente, de um condutor B, inicialmente


neutro, haverá uma separação de cargas no condutor B. Em seguida, se B for ligado à terra,
elétrons fluirão dele para a terra. O condutor B ficará, então, carregado positivamente. Tal
fenômeno é chamado “eletrização por indução” ou “eletrização por influência”, Figura 3.

Figura 3 – Eletrização por indução.

Fonte: Figura adaptada de https://morumbisul.com.br/bolhas-flutuantes-e-agua-que-se-


curva/. Acesso em 26 Jul 2022.

5.1 Friccione o bastão de polipropileno com papel e aproxime-o (sem tocar) do ponteiro do
eletroscópio descarregado. Toque com sua mão o corpo do eletroscópio e em seguida afaste o
bastão do ponteiro do eletroscópio. Repita com o bastão de acrílico. Observe, anote e explique.

6- O gerador Van de Graaff

É de conhecimento geral que um condutor carregado tem suas cargas


distribuídas na superfície externa. Com base neste fenômeno, qualquer carga
no interior de uma esfera metálica, em contato com a superfície interna da
mesma, se deslocara imediatamente para sua superfície externa. É esse o
princípio de funcionamento do gerador Van de Graaff.

Este tipo de aparelho, Figura 4, consta de uma esfera condutora oca A,


isolada, inicialmente neutra, e de uma correia B, não condutora, distendida por
dois cilindros, um dos quais é girado por um motor M.

A correia B, atritando-se com o cilindro, eletriza-se e transporta suas


cargas para o interior da esfera A, onde há uma série de pontas que recolhem
essas cargas e as transportam para o exterior da esfera. A continuação do
processo aumenta a carga da esfera elevando o seu potencial que chega a
milhares de volts.

Figura 4 - Van de Graaff.

OBS: Não aproxime o tubo de neon do gerador Van de Graaff ligado, pois
há risco de danificar o tubo de neon.

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6.1 Ligue o gerador Van de Graaff e determine o tipo de carga acumulada em sua esfera utilizando
a placa com LED. Anote.

6.2 Ligue o gerador Van de Graaff e, mantendo-o ligado em velocidade baixa, aproxime a bola de
isopor suspensa por um fio, de modo que a mesma toque a esfera do gerador. Observe e explique.

6.3 Repita o procedimento anterior, desta vez com a bola aluminizada. Observe e explique.

7- Rigidez dielétrica

É a máxima intensidade de campo a que uma substância pode ser submetida sem perder suas
qualidades de isolante. A intensidade de campo em que uma substância perde suas propriedades
dielétricas é chamada “tensão de ruptura”.

7.1 Aproxime lentamente uma esfera metálica ao gerador Van de Graaff e observe que a uma certa
distância d, há uma ruptura do poder isolante do ar e ocorre uma descarga elétrica. Estime
aproximadamente a distância d.

7.2 Sabendo que a rigidez dielétrica do ar seco é 800V/mm, qual o potencial aproximado criado
pelo gerador Van de Graaff?

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