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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA NACIONAL - SETEBAN

Um Seminário Comprometido e a Serviço de Renovação Espiritual


Caixa Postal, 929 - São Luís – MA
C.G.C..: 02.688.913/0001/78

Curso: Bacharel em Teologia


Disciplina: Teologia Sistemática I
Professor: Pr. Renato
Aluno: _______________________________
Turma: 2º Ano

SÃO LUÍS - MA
SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA NACIONAL - SETEBAN
Um Seminário Comprometido e a Serviço de Renovação Espiritual
Caixa Postal, 929 - São Luís – MA
C.G.C..: 02.688.913/0001/78

APRESENTAÇÃO

O estudo da Teologia tem fascinado milhões de pessoas ao redor do mundo.


Cada geração de estudiosos tem se aprofundado mais e descoberto mais
sobre Deus. Isso implica em dizer que a “revelação” é dinâmica e por isso, quanto mais
estudamos mais vamos conhecer e mais teremos para conhecer.
A teologia não é uma disciplina qualquer. Ela é o alicerce de todo censo
teológico que visa a preparação de obreiros para a seara do Senhor da Glória.
Todo obreiro deve ser um estudioso sistemático e incansável dessa matéria.
Não deve limitar-se apenas à teologia da sua denominação. Deve ir além, sempre retendo
o que é bom para si e para sua igreja.
Além disto todo obreiro deve ser um “fazedor” de teologia. Isto é, deve refletir,
pensar e criar cousas prováveis, sustentáveis e praticáveis para que a teologia continue
crescendo em todas as suas dimensões.
Vale a pena. Deus será glorificado.
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I – TEOLOGIA PROPRIAMENTE DITA

INTRODUÇÃO

Teologia propriamente dita é a doutrina sobre a pessoa de Deus. Trata do que


se pode conhecer da existência e do caráter de Deus; seus atributos, seus títulos e a Sua
existência Trina, excluindo-se tudo quanto se refere às suas obras.
Não se pode enfatizar demais a importância de idéias à respeito de Deus. Orr
diz: “Não é forte demais dizer que em princípio toda questão que surge em teologia já
está praticamente resolvida na doutrina de Deus e Seus atributos”. (Side Lights pg. 8)
Esta parte da teologia se divide em duas partes: Teísmo e Trinitarianismo.
Teísmo: Trata da existência e atributos de um Deus pessoal. Esta parte, por
sua vez, divide-se em: Teísmo Naturalístico, que se limita aos fenômenos da natureza e
se sujeita à razão humana; e Teísmo Bíblico, que se serve das verdades de revelação
especial.
Trinitarianismo: Estuda as três pessoas que subsiste à Divindade, com
referência específica às funções características delas e suas relações mútuas.
Tomamos por admitido que Deus pode ser conhecido (Jo 17:3; Is 11:9). A
manifestação de Deus com a natureza; sua revelação na Escritura; e sua encarnação na
pessoa de Cristo assevera que Deus pode ser aprendido pela mente. Apreensão
distingue-se de compreensão. Podemos saber que Deus existe, sem contudo saber tudo
quanto Ele é.
Trataremos desta doutrina sob os seguintes pontos: A definição de Deus, A
existência de Deus; A natureza de Deus; A Trindade de Deus e o decreto de Deus.

1 – DEFINIÇÃO DE DEUS
Alguns negam que se possa definir a Deus e se for definir entende-se limitar,
de fato não podemos, entretanto, podemos indicar aquelas características que distinguem
o Seu Ser, e assim fazer uma definição ou dar uma descrição de Deus.
 Definição Bíblica: Deus é Espírito (Jo 4:24 e Lc 24: 39); Deus é luz (I Jo
1:5); Deus é Amor (I Jo 4:8); Deus é um fogo consumidor ( Hebreus 12: 29).
 Definição Teológica: “Deus é Espírito Infinito e Perfeito em que todas as
coisas Têm sua origem, subsistência e finalidade”. (Strong)

“Deus é Espírito Infinito, Eterno e Imutável, tanto em Seu Ser como em Sua
sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade, amor e verdade”. Tiago 1:17
Breve Catecismo

Estas são as melhores definições que os homens fizeram. Entende-se o termo


“Espírito” como é usado por esses teólogos, implica personalidade.
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Tarefas e Questionários

1º) Dê um exemplo de teísmo naturalistico:


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2º) Cite duas referências bíblicas que contenham o teísmo bíblico:


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3º) Defina trinitarianismo, conforme se encontra na enciclopédia de estudos da Bíblia Vida


Nova ou Bíblia Shedd:
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4º) Quem melhor “define” Deus. A Bíblia ou a Teologia?


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5º) Decore as definições de Deus encontradas nesta lição e procure encontrar outras.
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2 – EXISTÊNCIA DE DEUS

Tendo esclarecido o que significa o termo “Deus” passemos a considerar a


questão da Sua existência. Antes de tudo, devemos nos lembrar que a prova da
existência de Deus não é a prova de uma demonstração matemática, mas de evidencia
cumulativa tal como é aceita nos tribunais jurídicos.
A - Origem da idéia de Deus: É uma crença intuitiva. O homem, sendo
racional possui certas idéias inatas, que não lhe podem ensinar e que ele não pode
aprender, que suas faculdades racionais reconhecem diretamente, e sem as quais a sua
racionalidade cessaria. Há sete dessas idéias inerentes que são fundamentais: o número,
o espaço, o tempo, causa e efeito, personalidade, bem e mal e Deus.
A idéia de Deus é uma intuição da razão moral, uma percepção imediata, um
fenômeno da própria personalidade. É inata da raça humana. Ela procede e condiciona
toda observação e raciocínio. Por intuição queremos dizer ”conhecimento direto”, não
adquirido por observação e raciocínio, que é conhecimento indireto, muito embora possa
ser desenvolvidos por eles. Portanto, crença num Deus Pessoal, como as demais
mencionadas acima é chamada verdade primária ou primordial, porque tem tal prioridade
lógica que tem de ser tomada como admitida, afim de fazer possível qualquer observação
ou reflexão.

Os Seus caracteres distintivos (da intuição)

 Sua universalidade: Todos os homens manifestam uma crença prática em


Deus, por sua linguagem, ações e aspirações. Esta crença não vem de fontes exteriores,
como a tradição ou a razão, nem da Escritura. Vem de dentro do homem.
 Sua necessidade: Por necessidade, queremos dizer, não que seja
impossível negar essas verdades, mas que a mente é constrangida, por sua própria
constituição, a reconhecê-las. Por mais que o homem se esforce não pode banir esta
idéia de sua mente.
 Sua independência lógica e prioridade (auto-evidente): Essas idéias
fundamentadas não podem ser subdivididas, não podem ser provadas por outras. São
tomadas admitidas de todo conhecimento. Portanto, a sua fonte está no poder cognitivo
original da mente.

B – Evidências que corroboram a existência de Deus: A Escritura não faz


qualquer tentativa para provar a existência de Deus. Admite-a (Gn 1:1; Rom 1:18:19). Mas
o teísmo naturalístico tem elaborado 6 argumentos que corroboram a intuição humana
quanto a existência de Deus. Esses argumentos não provam contundentemente. Diz-se
do belo que pode ser mostrado e não provado. Assim é com a existência de Deus. Os
argumentos não são diretos, é demonstrativo, mas indiretos, e é prováveis. Nenhum deles
é decisivo quando isolados, mas em conjunto constituem uma série de evidências
cumulativas que nos levam a crer na existência de Deus. Eles tem como ponto de partida
o mundo visível das nossas experiências, e inferem daí a existência de um causador
invisível. Eles procedem do efeito para a causa, do instrumento complicadíssimo ao seu
desenhador.
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 O argumento Cosmológico (Cosmos – mundo, universo). Formando


silogismo, pode ele ser assim apresentado.
Premissa maior - Todo efeito tem uma causa.
Premissa menor – O universo é efeito.
Conclusão – O universo teve uma causa.

A premissa maior não carece muito de provas. É auto-evidente, intuitiva. É


inferida em Hb 3:4; Sl 102:35-37. Tudo que começa a existir de sua existência a uma
causa produtora.
A premissa menor embora seja negada pelos materialistas e panteístas quais
sustentam que o mundo é eterno, é aceita geralmente. O universo é efeito, porque todas
as coisas nele: substância, ordem e vida são mutáveis. Não é possível que exista uma
sucessão de seres dependentes um do outro sem que exista um ser que não dependa de
outro, um ser que tem em si mesmo a sua própria existência, um ser que seja a causa
não causada, auto existente autônomo. A este Ser é que chamamos Deus.
O valor desse argumento está em mostrar que existe um ser eterno auto-
existente, fora do universo e independente dele, sendo ao mesmo tempo suficientemente
grande para produzi-lo. O mundo não começou a existir por si mesmo, como pregos,
madeiras e tijolos por si mesmos não formam uma casa.

 O argumento Teleológico (Telos – fim, desígnio, ordem, adaptação).


Premissa maior – Ordem e adaptação implicam uma causa inteligente.
Premissa menor – O universo caracteriza-se por ordem e adaptação útil.
Conclusão – O universo tem um causador inteligente.

A premissa maior não precisa de muita prova. Um desenho implica a existência


de um desenhista. Cada obra tem o seu autor. O relógio exige o relojoeiro. A ordem da
natureza é tal que implica, por necessidade, a existência de um agente inteligente. Este
argumento é mencionado em Salmos 94:9-10 – a atitude de olho para a visão prova um
desenhador inteligente do olho. Essa adaptação dos meios para os fins não se limita ao
mundo material mas estende-se também ao mundo intelectual, v.10 “o que ensina ao
homem o conhecimento, não saberá?”. Os sinais de desenhos na constituição da alma
humana inferem uma mente infinita que a criou. A vontade se adapta para a volição, não
percepção; a imaginação para visualização e não raciocínio, etc.
A premissa menor é também geralmente aceita. Ela é o princípio básico de
toda ciência, a saber, que todas as coisas têm a sua utilidade e que a ordem penetra o
universo todo. Esse argumento não se limita ao mundo material, como a química, a
astrologia, o corpo humano, mas ao mundo intelectual também se estende, como seja; o
pensar e se distingue de raciocínio; o argumento está em mostrar que o causador possui
uma vontade e uma inteligência suficiente para criar o Universo, e que o Causador
possuindo essas qualidades é uma pessoa.

 O argumento Antropológico (Antropos – homem). O argumento da


natureza moral e mental do homem.
Premissa maior – O homem possui uma natureza que é intelectual, volitiva,
emocional e moral.
Premissa menor – As inconscientes forças materiais não tem capacidade para
produzir tal natureza.
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Conclusão – O criador do homem tem de possuir uma natureza intelectual,


volitiva, emocional e moral. Em outras palavras, tem de ser pessoa.

A premissa maior afirma que o verdadeiro “Eu” é imaterial. O organismo físico é


apenas o instrumento que exprime e manifesta a vida interior que é invisível. O elemento
intelectual desta vida interior compreende não somente sensação mas também
autoconsciência. O elemento volitivo caracteriza-se pelo senso de liberdade. Não
podemos escolher alternativas. O elemento moral reconhece o sentido ético da conduta.
Podemos fazer o bem ou o mal. Todos aceitam que o homem é composto assim.
A premissa menor: A natureza moral e intelectual do homem requer para seu
autor um ser intelectual e moral. A mente não pode evoluir da matéria nem o espírito da
carne. Consequentemente, um ser que tenha tanto a mente como o espírito é que foi o
criador do homem.
A natureza moral do homem prova a existência de um Santo Legislador e Juiz.
De outro modo, a consciência não pode ser explicada. Se não há Deus, por que me sinto
eu com obrigação?
A natureza volitiva e emocional requer para seu autor um ser que possa
fornecer em si mesmo um objeto satisfatório para a afeição humana e um fim que
estimule as mais sublimes atividades do homem. Só um Ser dotado de poder, sabedoria,
santidade, e bondade e todos esses em graus superior ao homem pode satisfazer as
exigências da alma humana. Ele tem de existir. Senão toda raiz de nossa natureza é uma
mentira.
Até tempos recentes essa premissa foi aceita de modo geral.
A teoria da evolução ensina que a natureza moral surgiu de uma moral, isto é,
de instintos e impulsos naturais, modificados pelo intelecto, e que a vida procede de
geração espontânea.
O valor desse argumento – antropológico – está em nos assegurar quanto a
existência de um Ser pessoal que nos domina em justiça e que é o objetivo apropriado,
devido da nossa afeição e de nosso serviço supremo.

 O argumento Ontológico (Onto – princípio presente do verbo “ser” no


grego).
A simples concepção universal da idéia de um ser real e eterno pelo espírito do
homem constitui uma prova irresistível da sua existência.
Premissa maior – Temos idéia de um ser absolutamente perfeito.
Premissa menor – A existência está implicada na perfeição.
Conclusão – Logo, um ser absolutamente perfeito tem de existir.
Todos os povos de todos os tempos e países da terra, sejam cultos ou incultos,
crêem na existência de um Ser absolutamente perfeito, um ser além do qual não se pode
conceber que haja mais perfeito. De onde veio tal idéia? Das coisas finitas, imperfeitas
tais como nós? Não, uma percepção dessa implica existência necessária, e esta implica
existência real de um ser infinito e perfeito. Se esse Ente não existisse, então não seria
tão perfeito como poderia ser. Ora, uma convicção universal e perene de tanta
importância como esta não poderia deixar de ser a expressão da verdade, porque é a voz
da própria natureza racional do homem. Se essa convicção fosse ilusória, a própria razão
seria um guia para o erro e não para a verdade.
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 O argumento de Congiência (harmonia das coisas).


Este argumento sozinho não satisfaz, mas, em conjunto com outros, remata-os.
As crenças são verdadeiras quando todos os fatos relacionados se harmonizam com elas.
A crença em um Deus pessoal se adapta, se harmoniza com todos os fatos da natureza
material e imaterial. Há pois, um Deus pessoal.
Sabemos quando uma chave, por não dar na fechadura ao ser experimentada.
Por outro lado, é um forte argumento para a verdade de uma teoria quando ela explica
todos os fatos no caso. A crença em um Deus pessoal, auto-existente, está em harmonia
com todos os fatos de nossa natureza moral e mental, bem como os fenômenos do
mundo material. Portanto Ele existe.

 O argumento Cristológico
Este argumento se baseia nas seguintes premissas. Temos de explicar ou
justificar a existência da Bíblia, o cumprimento das profecias, os milagres, o caráter
sobrenatural e a missão divina de Cristo, a influência do Cristianismo no mundo, e o fato
da conversão – a mudança moral e espiritual do homem. Estas coisas não podem ser
explicadas ou justificadas separadamente ou em conjunto sem se pressupor a existência
de Deus.
Em conclusão: Só há duas possibilidades para a razão diante dos fatos do
mundo que existe como é e como está, como opera e como se mostra. Ou o mundo foi
feito e se fez. A ciência informa que o mundo não podia e não pode fazer a si, mesmo,
porque ele mesmo não possui capacidade adequada para tanto; é matéria, é perecível,
mutável, finito. Logo, foi feito. E quem o fez tem de ser uma coisa adequada, absoluta,
eterna, racional, pessoal, infinita, perfeita, onipotente, santa, justa, boa, sábia em grau
sumo. Pois essa causa é Deus com o que a Bíblia abre as suas páginas. E é por fé, ou
seja, por convicção racional invencível que Deus mesmo por nós seres racionais que
sabemos que Deus existe.

C – Teorias anti-teistas

1) O ateísmo

É a crença de que não há Deus. Já que não se pode provar que Deus não
existe, pode-se dizer que ateísmo se ocupa principalmente de negação antes que com
afirmações.
O ateu pode substituir um Deus pessoal por forças ou leis a natureza, etc. A
refutação do ateísmo está contida nas provas do teísmo.

2) Politeísmo

É a crença em muitos deuses. Parece que essa crença se originou do culto da


natureza. Diz que cada um Deus pessoal residia sobre cada um dos elementos naturais,
tais como: o sol, a lua, o vento, etc. O politeísmo sempre resultou na degradação moral
de seus adeptos. Muitos dos seus deuses possuíam todas as paixões más dos homens, e
o adorador não se eleva acima do objeto adorado.
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3) O materialismo

Nega a realidade do espírito, ignora a distinção entre a matéria e a mente,


explica todos os fenômenos mentais e espirituais como sendo propriedades e funções da
matéria. Um diz “o cérebro segrega pensamentos como o fígado segrega bílis”.
O materialismo se resume nos seguintes princípios. Só existe a matéria com as
suas forças químicas e físicas. Fora da matéria, nada de real. Um Deus imaterial e seres
espirituais são simples de idéias, as quais não correspondem a realidade alguma, não
passando, pois de miragens, quimeras, utopias. Por conseguinte, nesse sistema não há
Deus, nem Diabo, nem anjos, nem alma humana, nem céu, nem inferno. A matéria é
eterna, e evolui segundo as suas leis imanentes, dando em resultado o mundo atual. O
homem é um animal aperfeiçoado. A fauna e a flora são produtos de átomos inorgânicos
e inanimados – Geração expontânea.
Objeções ao materialismo.
 Nossa consciência. Sabemos perfeitamente que somos mais do que
simples matéria. Nossa natureza moral dá testemunho disso contra o
materialismo.
 O axioma básico da ciência é que toda vida vem de um ser vivo. Não
obstante as múltiplas tentativas para provar a geração expontânea, nada
foi aprovado. Todas falharam.
 A existência do desenho inteligente e de propósito no mundo contradiz o
cego materialismo.
 Essa idéia destroe a moralidade, e toda ordem social e civil.

4) O panteísmo

Significa que Deus é tudo e tudo é Deus. Em outras palavras Deus é um. Nada
existe fora de Deus. Deus compreende tudo na sua existência.
Concebe o universo como tendo uma substância com dois atributos: um de
extensão, que compreende as coisas materiais: outro de pensamento, que compreende
as coisas imateriais. O mundo físico é um aspecto desta substância; o mundo mental o
outro. No homem essa substância alcançou seu maior desenvolvimento. Tornou-se
pessoal e consciente. Não há um Deus pessoal, nem uma autoridade pessoal para o
homem. Spinosa defendeu o panteísmo. (1650)
Objeção ao panteísmo
 O panteísmo garante a existência de um coisa eterna, mas não PROVA
nem diz o que é.
 O panteísmo ensina que o pessoal partiu do impessoal.
 Se Deus é impessoal, então não pode haver comunhão entre o homem e
seu Deus. A religião, por conseguinte é uma irrealidade.
 Se tudo é Deus, então o mal no mundo faz parte de Deus. Isso implica em
anular a distinção entre o bem e o mal.
 O panteísmo nega a doutrina da criação, da vida futura, etc.
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D – Teoria anti-cristãs

1) Deísmo

O vocabulário deísmo é de procedência latina e que dizer Deus, como, teísmo


vem do grego e quer dizer a mesma coisa. Como filosofia ensina que Deus é pessoal,
infinito, santo, criador do universo, tendo nele impresso as leis que o governam. Tendo
feito isso, diz: Deus se retirou dele e o abandonou, deixando-o manter-se com as forças e
leis residentes nele. (Deus criou e abandonou a criação).
Não existe revelação, milagre, encarnação, presciência, etc.. Deus nada mais
tem a ver com o mundo.
Objeções: É absurdo pensar que Deus tenha criado o mundo com tanto
cuidado para depois não cuidar mais dele. As provas sobre a existência de uma
revelação, de milagre, de encarnação de Cristo, da moralidade, etc. refutam esta teoria.

2) O racionalismo

Surgiu nos meios do século XVIII. A filosofia de Cristão Wolff auxiliou este
movimento, ao passo que ele mesmo não era racionalista. Mas os seus seguidores o
eram. Afirmavam eles que não deve aceitar como verdadeiro nada que não possa ser
demonstrado pela razão. A razão em outros termos, é a fonte de conhecimentos em si e é
superior aos sentidos, e independentes deles.
Os racionalistas moderados reconhecem que na Bíblia há revelações
sobrenaturais, mas só aceitam aquelas que a razão aprova, os extremistas a maioria,
nem toda e qualquer revelação sobrenatural.

3) O ceticismo

Essa doutrina tem por base a suspensão do julgamento afirmativo ou negativo


quanto a existência de Deus e outras coisas metafísicas conhecimento verdadeiro dizem,
é impossível ou incerto. Os céticos suspendem o julgamento, vivem em dúvida
sistemática. Dedicam-se a crítica destrutiva, o ceticismo e o antônimo legítimo do
dogmatis.

4) O agnosticismo

Etmológicamente, a palavra quer dizer “Não conhecer”. O a é primitivo, e


“conhecer”. É a doutrina que afirma que nem a existência, nem a natureza de Deus, nem
a última origem do universo são conhecidas nem o pode ser, é o antônimo do ateísmo
que rejeita positivamente a existência de Deus.
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Tarefas e Questionários

1º) Segundo a lição, o que é crença intuitiva?


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2º) Qual dos caracteres distintivos da intuição humana, é mais comum na humanidade?
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3º) Por quê a Bíblia, não fazendo qualquer esforço para provar a existência de Deus,
admite-a conclusivamente?
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4º) Qual o valor para a fé cristã do argumento cosmológico?


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5º) Relate e defina com suas palavras, os argumentos da prova da existência divina.
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6º) Defina, segundo a lição, o ateísmo.


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7º) Na sua opinião, o politeísmo é existente e praticável hoje?


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8º) Qual é o maior perigo do materialismo hoje?


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9º) Defina panteísmo.


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10º) Faça uma refutação bíblica da doutrina (definição) deísta.


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11º) Leia sobre gnosticismo ou gnose e responda. É possível conhecer a Deus pela
sabedoria ou conhecimento humano?
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3 – A NATUREZA DE DEUS
Na definição de Deus, bem como nas provas da sua existência, temos, em
geral, indicações sobre a natureza de Deus. Passemos agora a fazer um estudo
detalhado e sistemática deste assunto, lançando mão do material fornecido pelo teísmo
bíblico.
Todo este estudo a respeito da natureza de Deus é uma refutação do
agnosticismo. Trataremos do assunto sob os seguintes pontos:

1 – A espiritualidade de Deus. O que vamos adiantar aqui, refuta o


materialismo.
 O fato afirmado é explicado: “Deus é Espírito” (Jo 4:24). A mulher
samaritana perguntou: Onde se encontra Deus? No monte de Sião ou de Erizim? Deus
não se limita a nenhum lugar (At 7:48; I Reis 8:27); Cristo respondeu: Deus tem que ser
adorado em Espírito, distinto de lugar, forma ou limitações outras sem sentidos, em
verdade, distinto de concepções falsas que resultam de um conhecimento imperfeito (vv.
21,22; Lc 24:39; Cl 1:15; I Tm 1:17). Essas passagens provam (Dt 4:15-23; Is 40:25) que
ninguém jamais viu a Deus. Portanto, ninguém deve fazer uma imagem, Deus não tem
nada de natureza material. Isso é comprovado pela razão dada para proibir a fabricação
de quem nunca foi visto, porque não vão saber representá-lo. Nada há na terra de
imagens que se assemelhe a Deus.
 Certos problemas e questões que surgem da asseveração de ser Deus
um Espírito:
a) Que significa que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus? (Col
3:10 e Ef 4:24) que a imagem consiste em “justiça, sabedoria e santidade de verdade”.
Por esses versos está visto que a imagem de Deus no homem consiste na semelhança
moral e intelectual, antes que física, nos traços psíquicos e não na forma corpórea.
Alguns acham que a divisão tríplice do homem em corpo, alma e espírito, como
está em (I Ts 5:23) consiste a imagem de Deus no homem.
b) Que se entende pelas expressões antropomórficas na Bíblia? A Bíblia
representa Deus como tendo mãos, pés, braços, olhos, ouvidos; Ele vê, ouve, anda (Is
66:1; Jo 10:29; II Cr 16:9; Ex 33:11-20; Dt 33:27; II Sm 22:9-16). A atribuição dos
membros físicos à Deus não é uma afirmação de que Deus possua esses membros ou
que eles sejam partes de seu corpo. Tal modo de falar deve ser entendido sendo
expressões humanas, usadas com o fim de trazer o infinito ao alcance da compreensão
finita. Não há outra maneira de o homem entender Deus, senão por expressões humanas,
figuras que todos conhecem.
c) Como se reconcilia Ex 24: 10-33; 18-23 e Nm 12:8 com Jo. 1:18; 5:37 e Ex
33:20?
Resposta: Um espírito pode se apresentar de forma visível (Jo 1:32). O anjo de
Jeová no V.T. é identificado com Jeová (Gn 16:7-10-13; 22:12-17; 18:1-6,17,20,22).
Confira-se com Ex 13:21 com 14:19. Ele sem dúvida, é a segunda pessoa da Trindade (Is
9:6; Jz 13:18), nesta passagem o anjo de Jeová é chamado no original, pelo mesmo
nome de “Admirável” ou “Maravilhoso”, que é usado com respeito a Cristo em Isaías 9:6
conf. Isaías 6:1-5; com Jo 12:41.
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Os israelitas no V.T. não viram por tanto, a essência de Deus. Viram, sim, uma
aparição de Deus numa forma reconhecida pelos sentidos, ilustração: Alguém diz ”Vi
meus rosto”, mas o que de fato viu foi o reflexo do rosto através do espelho. Também a
mesma pessoa podia dizer no mesmo tempo, “jamais vi meu rosto”. Assim os homens
viram uma manifestação de Deus, mas, o verá verdadeiramente na Sua essência (Ex
33:20,23). Outra ilustração: não vemos o sol, vemos apenas o manto de glória que o
cobre. Assim, viu-se não Deus na sua essência, mas a glória que o circunda (Dt 4:12
confira-se Jo 1:18b; 14:9b; Cl 1:15; Ap 22:3-4).

2 – A personalidade de Deus. O que vamos adiantar aqui, refuta o panteísmo.


O fato de Deus ser um espírito envolve sua personalidade, pois um Espírito é um ser
intelectual e racional, e, quando, afirmamos que Deus é uma pessoa, significa que é um
ser racional, possuidor de intelecto, sensibilidade e vontade, capaz de autodeterminação
e autoconsciência. Muitos negam a personalidade de Deus.

A importância do ensino sobre a personalidade de Deus:

A religião verdadeira pode ser definida como a comunhão entre duas pessoas.
Deus e o homem. A religião é um relacionamento homem-Deus, que está no céu e o
homem que está na terra.
Se Deus não fosse uma pessoa não poderia haver comunhão. Para haver
comunhão é necessário que exista uma relação recíproca entre pessoas independentes.
Um homem não pode ter comunhão com uma influência, uma força ou ser impessoal.

Provas da personalidade de Deus:

A) Há nas escrituras uma clara distinção entre o Deus de Israel e os deuses


pagãos (Jr 10: 10-16). Nota-se o contexto, vv. 3-9 (At 14:15; I Ts 1:9; Sl 94:9-10). Deus se
distingue claramente das coisas que não tem vida; Ele é uma pessoa viva.
B) São lhe atribuídas características de personalidade na Bíblia. Deus se
arrepende (Gn 6:6); tem pensar (Gn 6:6); ira-se (I Reis 11:9); é zeloso (Dt 6:15); ama (Ap
3:19); odeia (Pv 6:16), é portanto uma pessoa. De igual modo, através de toda a Bíblia,
atribui-se a Deus pronomes pessoais (Jo 17:3).
C) A relação que Deus mantém com o universo e com os homens, como é
descrita nas Escrituras, só pode ser entendida admitindo-se que Deus é uma pessoa.
Este ponto refuta o Deísmo.
 Deus é criador do universo e do homem, assim o declaram (Gn 1:1e 26; Jo
1:1-3). O universo não existiu desde a eternidade, nem foi feito de matéria
preexistentes. Não precedeu de uma emanação do infinito. Foi diferente.
Deus falou e houve.
Recapitula-se aqui os argumentos teológicos e antropológicos.
A criação do universo e do homem prova a personalidade de Deus.

 É preservador e sustentador (Hb 1:3; Cl 1:15-17; Sl 104:27-30; 75:6-7).


Deduzimos destas passagens o seguinte:
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 13

Primeiro: Deus sustenta e sustém todas as coisas. Se assim não fosse, tudo
se despedaçaria (Hb 1:3; Cl 1:15-17).
Segundo: O mantimento físico para todas as criaturas de Deus está na mão
dele (Sl 104:27-30).
Terceiro: Deus determina o destino de homens e nações (Sl 75:6-7).
Quarto: o cuidado particular que ele tem para com cada criatura (Mt 6:28-30;
10:29-30; Gn 39:21; 50:20; Dn 1:9; Jo 1:12).
A personalidade de Deus é manifesta por seu interesse ativo e por sua
participação em todas as coisas, mesmo as mais insignificantes.

D) Tanto no Velho como no N.T., Deus é representado como um Deus pessoal.


É um Deus que vai e volta; com quem os homens podem conversar em quem podem
confiar; que participa de suas experiências e os sustenta em suas provações e quem
enche-lhes os corações de alegria, de vitórias. A mais perfeita revelação de Deus é a
revelação pessoal de Jesus Cristo (Jo 14:19).

Tarefas e Questionários

1º) Deus é espírito. Justifique, com as referências bíblicas encontradas na lição e suas
próprias palavras esta afirmação.
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2º) Deus é uma pessoa. Justifique provando esta afirmação, em relação ao ser humano,
à natureza, a outros deuses (ídolos).
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3º) Cite três fatos do V.T. em que Deus age como uma pessoa. Dê as referências.
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Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 14

E) Os nomes de Deus: Hoje em dia, especialmente no ocidente, os nomes


personativos não tem significado especial; serviam apenas para distinguir uma pessoa de
outras. Mas outrora os nomes próprios no oriente eram descritivo, simbólico, profético.
Revelavam uma característica intrínseca do indivíduo ou do objeto nomeado. Exemplo:
Jacó (Gn 25: 26-27) Betel (Gn 28: 16-19) Beneno (Gn 35:18) Mt 1:21).
Quando o indivíduo manifesta um novo característico seu nome era mudado.
Abraão (Gn 17:5) Jacó (Gn 32: 28. Essa verdade referente ao significado dos nomes
aplica-se a Deus em grau absoluto. Logo é imprescindível compreender o significado dos
nomes divinos na Escritura.
Lemos muitas vezes na Bíblia do “nome” divino usado no singular (Gn 32:27;
Ex 20:7; Sl 8:1). Quando aparece assim não se refere a uma designação especial de
Deus; o termo é usado num sentido geral para denotar a auto-revelação de Deus, pois há
na Escritura uma íntima relação entre “nome” e “essência”. O nome exprime a natureza e
o caráter de Deus, especialmente em relação ao homem. O nome de Deus é subdividido
em nomes especiais. Estes nomes são de origem divina e não de invenção humana.
Os nomes gerais de Deus são nove. Dividem-se em três grupos de 3 nomes
cada um.

1 – Os nomes primários de Deus no V.T.

 El, Eloah e Elohim: El é o significado de Elohim, aparece geralmente em


palavras compostas, como “Betel”, ou em combinações como um atributo, como El Olam,
Deus eterno em Gn 21:33. Esses dois nomes, em geral salientam o fato de que Deus é
um ser exaltado, poderoso, que revela-se por atos de onipotência, devendo, por isso, ser
reverenciado e temido. Deus como Criador e governador é Elohim.
Elohim ocorre 2555 vezes, destas 2310 referem-se ao Deus verdadeiro e 245
aos outros deuses, em português é traduzido por Deus. O vocábulo é plural, mas, quando
se refere ao Deus verdadeiro, rege o verbo no singular. Explica-se esse plural como plural
de majestade.

Também denota que o Deus de Israel possui toda plenitude dos poderes que
os povos pagãos atribuíam aos seus diversos deuses. E, finalmente sugere a idéia de
pluralidade em Deus, mas não politeísmo.
Outros usos de Elohim: para imagens, (Gn 35:1-4; 31:19-30; Ex 23:24); refere-
se aos homens (Ex 4:16); aos juízes (Sl 82:1-6 e 21:22) e aos anjos (Sl 8:5).

 Jeová: Mais elevado e mais sacro é o nome Jeová ou Jahvé que é o nome
pessoal de Deus em Israel. Não é um nome genérico como Elohim. Na V.B é traduzido
por Jeová e em Almeida é traduzida por Deus é Senhor, e, as vezes, por Jeová.
Ocorre 5500 vezes é o nome mais distinto de Deus. Neste momento ele revela
o aspecto mais instinto do ser divino, e é, que ele é um Deus de graça.
A forma JEOVÁ é moderna; começou a ser usada no século XVI, representa as
consoantes do nome sagrado, com as vogais da palavra ADONAI – “Senhor” e é
pronunciado como Adonai. Jeová é o nome inefável de Deus. Esta palavra no hebraico
(JHVH) baseado em Ex 3:14 deriva-se do imperfeito de uma forma antiga do verbo ser –
“eu Sou o que Sou”, ou na terceira pessoa “Ele é o que é”. Na Escritura, é relacionado
especialmente como Moisés e o Êxodo (Ex 3:13-15; 34:5-7). O nome denota Deus, em
primeiro lugar, como aquele que é absolutamente livre e independente, agindo sempre
conforme o seu próprio conselho. Aquele que é auto existente e auto-consistente.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 15

Em segundo lugar, o nome salienta que Ele é fiel, cumpridor dos seus
concertos, mormente o de redenção (Ex 6:2-8; Gn 2:4 e cap. 15). É aquele que pode fazer
para o povo o que houver necessidade – no caso, libertou-o da escravidão.
Em terceiro lugar, o nome salienta imutabilidade (Ml 3:6) “Eu sou Jeová e não
mudo”. Deve ser lembrado que Jesus atribuiu esse nome a sua pessoa (Jo 8:28; 56-59).
Recapitula-se aqui o que foi dito do Anjo de Jeová (do Senhor). Veja o tópico
sobre a natureza de Deus.
Devido a ser identificado por si mesmo e por outros como Jeová, é receber
adoração devido só a Deus (Ex 3:1-5), afirmamos que esse título designa a pessoa de
Cristo pré-encarnado, cujos teofanios ( Ex 33:9-11; Gn 18:1-2; 18:13; 28:13-17) eram
prenúncios da sua vida em carne. Prova-se que o Jeová do V.T. é o mesmo Cristo do
N.T. comparando-se estes versículos: (Is 40:3; Zc 12:10; Mt 2:17; 3:1).
Alguns comentadores afirmam que o significado mais fiel de Ex 3:14 é “Sou
aquele que vem”. Prova: Gn 4:1 “Gerei um homem, Jeová”, Gn 4:26. Os homens fiéis
sabendo que a libertação dos males da sociedade não podia vir do homem, apelam para
Jeová que vinha e os auxiliava. Foi nesta luz que Jeová se revelou em Ex 3. (Veja Mc
11:9).
Nota-se também que não há base para o ensino de certos comentadores
alemães, os quais afirmam que os judeus tinham, originalmente dois deuses tribais:
Elohim e Jeová. Cada um desses escreveu a história dos fatos; e no pentateuco temos
estas histórias intercalados. Moisés, portanto, não escreveu estas partes. Esta escola
divide o pentateuco em 4 ou 5 partes.

 Adonai: Este nome da divindade aparece muitas vezes no V.T.. Adonai está
em Gn 15:2-8 e exprime a idéia de soberania, domínio e possessão. Idéia primária de
Adon e “Adonai” e Senhor e Meu Senhor, respectivamente, se aplica, no V.T., tanto a
Deus como ao homem. Ele indica o fato de que a Deus pertencem todos os da família
humana, e por isso é exigido de todos a obediência incondicional a Ele. Com respeito aos
homens, usa-se em duas relações: o de senhor e a de marido. Gn 24:9; 18:12 e Jo
13:13 “senhor” e II Co 11:2-3 “marido” Os 2:16-20 no V.T.
Dois princípios são inerentes a relação entre Senhor e servo: a) é dever
implícito de obediência do servo (Mt 23:10; Lc 6:46), b) o direito de receber orientação do
Senhor para o serviço (Is 6:8-11).
Nota-se a precisão com que os autores bíblicos empregaram estes títulos (Ex
4:10-12; Js 7:8-11).

2 – Os nomes compostos com EL

“El” - é aquele que é forte, aparece umas 200 vezes, e em cem dessas é
composto com outros nomes, de pessoas ou de lugares, sendo menos usados com
nomes de pessoas. Em nome de lugares: Betel (Gn 28:17-19,significando “Casa de
Deus”), Peniel (Gn 32:30, significando “Face de Deus”), Jezreel (Js 19:18, significando
“Plantado por Deus”). Com nomes de pessoas: Eliezer (Gn 15:2, significando “Deus é o
meu socorro”), Elimeleqe (Rt 2:1, significando “Meu Deus é Rei”), Elias (I Rs 17:1,
significando “Jeová é meu Deus”), Daniel, significando “Deus é o meu juiz”.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 16

“El Shadai” – Deus todo poderoso (Gn 17:1; 28:3; 35:11; 43:3-4). Shadai tem
diversos significados, aquele que é Todo-Poderoso, todo-suficiente, altamente bondoso
ou aquele que é inesgotável em sua bondade. Por outras palavras, é aquele que outorga
poder e satisfaz o seu povo, que nutre, que alimenta. Como a criança recebe nutrição do
seio de sua mãe, assim recebemos de Deus força e paz (Is 49:15).
“El Elion” – Deus Altíssimo (Gn 14:18-19). Deus Altíssimo, o possuidor dos
céus e da terra. O Rei dos reis, o extremamente exaltado. Não há outra pessoa que possa
ser comparada com o nosso Deus. Usa-se este nome em relação aos gentios. (Dn 3:26;
4:17; Is 14:1; Sl 9:2-5).
“El Olam” – Deus eterno (Gn 21:33).
Olam exprime duração eterna, (Sl 90:2-6) e o equivalente a maior em o N.T.
este nome é aplicado a Deus, em virtude do qual Ele é Deus cuja sabedoria tem partido
tempo e eternidade em disposição ou século sucessivos. Não apenas salienta que Deus
é eterno, mas também que Ele é Deus sobre coisas eternas (Ef 1:9-10; 3:3-6).

3 – Os nomes compostos com Jeová: Deus Jeová, Senhor Jeová e Jeová


dos Exércitos

Deus Jeová: No hebraico é “Jeová Elohim” (Gn 2:4 – V.V.). Este nome divino é
usado primeiramente em conexão com a idéia de Deus relacionado com o homem como
criador (Gn 2:7-15), como Senhor (Gn 2:16-17), como soberano (2:18-24), e como
redentor (Gn 3:8-15), e em segundo lugar em sua relação com Israel (Gn 24:7; Ex 3:15).
Senhor Jeová: “Adonai Jeová” (Gn 15:2), enfatiza a idéia de que Deus é
Senhor dos senhores (Gn 15:1-8; Dt 3:24; 9:26).
Jeová dos Exércitos: “Jeová Sabaioth” (I Sm 1:3-10) salienta que Deus é
poderoso, é guerreiro, e manifesta a sua glória (Sl 24:10). Este nome é empregado nos
tempos de crise, nas horas de necessidades e angústia do povo (Sl 46:7-11). O vocábulo
“exército” abrange primeiro os anjos, mas também inclui a idéia de que todo o poder
divino ou celestial está disponível para suprir as necessidades do povo de Deus.
Jeová é também composto com sete nomes ou apelativos. Estes apelativos
apresentam Deus como o Provedor de todas as necessidades dos homens. Veja-se a
V.B. o Salmos 23 todos esses nomes.
 Jeová-Jiré: “O Senhor Proverá” (Gn 22:13-14). Ele suprirá todas as nossas
necessidades e já provou um sacrifício para nós.
 Jeová-Rafá: “O Senhor que sara” (Ex 15:26). Ele sara nossos corpos, bem
como nossas almas.
 Jeová-Nissi: “O Senhor é a minha bandeira” (Ex 17:8-15). A vitória sobre a
carne em nossas vidas vem inteiramente de Deus. (Sl 60:12).
 Jeová-Shalom: “O Senhor envia paz” (Jz 6:24; Rm 5:1; I Co 1:20; Ef: 2:14).
 Jeová-Ra-ah: “O Senhor é o meu Pastor” (Sl 23:1; note-se Jo 10). Neste
Salmo há todos os outros títulos de Deus.
 Jeová-Tsidkenu: “O Senhor, justiça nossa” (Jr 23:6). Não somos justiça,
mas Deus é a nossa justiça (Cf II Co 5:20-21; I Co 1:30).
 Jeová-Shamah: “O Senhor está ali” (Ex 40:35) Emanuel (Is 7:14; Mt 1:23).
Emanuel quer dizer “Deus conosco”. O desejo supremo de Deus é habitar
com o seu povo.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 17

4 – Os epítetos de Deus no V.T.

Deus é mencionado metaforicamente no V.T. como Rei (I Sm 12; Jr 10:10),


legislador (Is 33:22; Jz 11:27; Hb 12:23), Rocha (Is 62:2-6; 18:2), fortaleza (Sl 31:3), torre
(Sl 61:30), libertador (II Sm 14:2), pastor (Sm 23:1), marido (Is 54:5), cultivador (Jo 15:1) e
Pai (Mt 11:25; Jo 5:26).

5 – Os epítetos da Deidade no Novo Testamento

O nome completo da Divindade no N.T. é Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o


Espírito Santo. Os títulos da 1ª pessoa são limitados principalmente as combinações
associadas com o vocábulo “Pai”. Ele é Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai
celestial, Pai de misericórdia, Aba Pai, Pai Santo, Pai das luzes, Pai da glória.
Há na Bíblia uns 300 títulos ou designações que se referem a segunda
pessoa. Seu nome completo é o Senhor Jesus Cristo. Sendo Senhor título de divindade,
“Jesus” título da humanidade e “Cristo” título de ofício como Profeta, Sacerdote e Rei, ou
Messias do V.T.. É evidente que a seleção dos nomes e a ordem dos seus
agrupamentos, num dado texto tem propósito divino e manifesto sabedoria divino em
dado caso.
Quanto ao Espírito Santo, como sejam: O Espírito de Deus, o Espírito de
Cristo. Há umas 200 dessas designações. C.N.T. usa os equivalentes dos nomes
hebraicos no V.T..
a) Thecos-Deus: Grego

Este é o vocábulo mais comum para Deus, No N.T., traduz “EL” e “Elohim” no
hebraico. Muitas vezes se acha no genitivo de possessão nosso Deus, teu Deus, vosso
Deus, porque, em Cristo, Deus pode ser considerado como o Deus de todos e de onde
um dos seus filhos. Idéia de um Deus nacional no V.T. passou a ser de um Deus
individual no N.T.

b) Kurios:

Esta é a palavra para Senhor. É o nome que aplica a Deus, mas também a
Cristo. Toma o lugar de Adonai e Jeová, embora não tenha exatamente o mesmo
significado deste último. Designa Deus como possuidor. Governador de todas as coisas,
muito especialmente do seu povo. A idéia de Jeová se encontra reproduzida pelas
expressões “Alfa” e “Omega” no Apocalipse 1:8.

c) Pater

Esta é a palavra para Pai. Este título é quase peculiar ao N.T. no V.T. ele
ocorre apenas algumas vezes, (Dt 32:6, Is 63:16) Israel é o filho de Deus como nação (Ex
4:22; Dt 14:1; Is 1:2).
Os títulos da 1ª pessoa, como já foi dito, são usados principalmente com as
combinações em que vem a palavra “Pai” – Pai de nosso Senhor, Pai de Misericórdia, Pai
Celestial, etc. mas esse termo não está sendo usado sempre na mesma relação. As
vezes exprime uma relação especial entre a 1ª e a 2ª pessoa da Trindade (II Co 11:3;
João 1:18; 3:25; 6:57). Em outras, fala da relação entre Deus e seus filhos espirituais.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 18

1) A origem da paternidade de Deus

Ela não se originou com a relação de Deus com o mundo, seja com o homem
em geral, seja com os crentes em particular. Deus era Pai antes da criação do mundo, ele
é pai em si mesmo, é o Pai eterno. A verdadeira origem da paternidade de Deus está na
sua relação com Seu Filho Unigênito e eterno. É aí que se acha a fonte do amor paterno,
que se manifesta no tempo (Is 9:6, Jo 8:58; 17:5-24; Jo 1:1; Ap 22:13; Cl 1:17).

2) O alcance da paternidade

Precisamos andar cautelosamente, usando de muita discrição. A Bíblia nada


sabe da paternidade universal de Deus, nem da fraternidade universal dos homens, como
se crer geralmente. Segundo a criação primordial, Adão, foi criado para ser filho de Deus,
feito a sua imagem, designado para ter comunhão livre e amorosa com Deus, possuidor
de espírito filial.
Mas o homem pecou. Deu as costas a este destino. Tomou outro caminho no
seu coração. Passou a ter outra relação com Deus. Não a de filho para com o Pai, mas a
de réu para como o juiz,( Rm 1:18). Com esta relação, nascem todos os homens.
Se o seu destino de filiação for realizado, não será mais na base de criação,
mas unicamente na base de redenção. Obtemos este privilégio de filiação pela graça (I Jo
3:1) mediante regeneração (Jo 1:12-13) e adoção, pen.. 8:14-19. Ser filho de Deus por
esta maneira é infinitamente mais elevado do que a filiação original. Este privilégio é
privativos dos crentes. O mundo não participa dele. É uma relação não da natureza, mas
de graça.

3) As idéias enfatizadas nesta relação, isto é, de Pai e Filho

a) Implica uma relação definida. Base–Amor. Ex: O professor tem relação


com o aluno. Base-conhecimento. O empregador tem relação com o
empregado. Base-Negócio. O locador tem relação com o locatário. Base-
propriedade.
b) Implica semelhança entre pai e filho. Ambos participam da mesma natureza.
c) Implica devoção. O pai ama ao filho; supre suas necessidades; protege-o;
guia-o.

4) A perfeição infinita de Deus

Deus se distingue de todas as suas criaturas por sua perfeição infinita. Ele
possui seu ser e suas virtudes sem qualquer limitação ou imperfeição. Ele é exaltado
acima de todas as suas criaturas inefável majestade (Ex 15:11; I Rs 8:27; Sl 96:4-6; 97:7;
etc.. Alguns sábios modernos como Wilhan Jances e P.G. Wells negam a infinidade de
Deus.

5) Deus e suas perfeições são um

Simplicidade é um dos característicos fundamentais de Deus. Isto quer dizer


não somente que, como espírito Ele não é composto de partes diferentes, mas também
que sua essência e seus atributos são um. O Ser de Deus não é uma coisa que existe
por si mesmo, ao qual os seus atributos são acrescentados. A essência toda está em
cada um dos seus atributos.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 19

Tarefas e Questionários

1º) Quantos e quais são os nomes de Deus?


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2º) Qual é o nome de Deus na sua aliança com Israel?


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3º) Defina segundo a lição os nomes compostos com EL.


El Shadai –
El Elion –
El Olan –

4º) Qual dos salmos contém os nomes “apelativos” de Deus combinados com Jeová?
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5º) Quantos títulos ou designações são encontrados no NT, sobre Jesus?


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6º) O que significa, segundo a lição, ter Deus como Pai?


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Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 20

Atributos Divinos

1 - Definição de atributos: Os atributos de Deus são as suas essenciais


inerentes características distintivas ou as suas qualidades e perfeições, que constituem a
base das suas várias manifestações a suas criaturas.
2 – A relação dos atributos com a essência divina: Os atributos são
qualidades objetivamente distinguíveis da essência divina e um do outro, isto é, os
atributos se distinguem entre si. Ilustração: A rosa com sua cor e o seu cheiro. Os
atributos inerem na sua substância divina. Não são existências separadas. Os atributos
são predicados atribuídos a essência devem ser distinguidos de outros poderes e
relações que não pertencem a essência universalmente, a saber: A geração do filho, a
precedência do Espírito Santo, a criação a preservação. Esses são acidentais. Não são
necessários a idéia de Deus, nem separados dela. Deus podia ser Deus sem nunca ter
criado. A essência é revelada só pelos atributos e por eles é conhecida e identificada.
Sem eles não se pode conhecê-la.
3 – A classificação dos atributos: Tão vasto é esse assunto, que dificilmente
se pode fazer uma classificação dos atributos. Quase todas as teologias seguem uma
classificação diferente, mas em geral elas apresentam uma das seguintes classificações:
 Atributos absolutos e relativos: Absolutos são aqueles que afetam o ser
íntimo de Deus, como sejam: vida, personalidade, imutabilidade, auto-
existência, verdade, amor, et.. Relativos são os que afetam as relações
exteriores de Deus, como: eternidade, imensidade, onipresença,
veracidade, misericórdia etc..
 Outros agrupam os atributos em: Incomunicáveis e Comunicáveis:
Incomunicáveis são as perfeições divinas que não tem nenhuma relação
com a criatura. Ex: Auto-existência, imutabilidade, infinidade. Comunicáveis
são os que tem na criatura uma analogia. Ex: Conhecimento, bondade,
amor, etc..
 Outros nos dão como: Naturais e Morais: Esta é a classificação que vamos
seguir nestas notas. Por atributos naturais entendemos aqueles que se
relacionam com a natureza, isto é, a criação irracional. Por atributos morais
entendemos os que se relacionam com a criação racional, os seres morais.

I – ATRIBUTOS NATURAIS

A) A onisciência de Deus: Definimos o conhecimento de Deus como aquela


perfeição qual ele, de maneira singular, conhece a si mesmo e todas as coisas existentes
e positivas, as que são e que poderiam ser.
Sentimos que a maneira e a extensão deste conhecimento são
incompreensíveis para nós. O conhecimento de Deus é diferente do nosso, não é
sucessivo, adquirido gradativamente mais intuitivo, imediato e perfeito, correspondendo a
verdade das coisas.
As passagens que ensinam a onisciência de Deus são: Jó 37:16; Sl 139:1-6;
147:5; I Jo 3:20; At 15:18; I Co 2:11, Rm 11:33.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 21

Os objetos da onisciência de Deus

Deus conhece todo o universo criado-matéria e espírito na sua vastidão


inconcebível (há estrelas distantes da terra 140 milhões de anos-luz), complexidade, a
minúcia de suas partes, a sutileza dos pensamentos, a volição. Conhece tanto o possível
como o real, existente, (Is 48:18) o futuro como o presente (Dn 2:22; Is 48:5-8; 49:9-10;
Pv 15:3; Sl 147:3-4; Mt 10:21; Pv 5:21; Sl 139: 2-3-4; Mt 10:29-30; Rm 11:33).
Este último aspecto da onisciência de Deus, como presciência especialmente
no que diz respeito as ações livres dos homens, apresenta-nos um problema dificílimo,
insolúvel ao homem. Como pode Deus conhecer com certeza as ações livres dos homens
antes de eles nascerem, quando essas são determinadas unicamente por eles? Esta
dificuldade tem levado muitos a negarem a presciência de Deus. Quanto as ações livres.
Mas a Bíblia afirma que Deus as conhece (Is 42:9; 46:10: 48:5-6). Alguns têm ido para o
outro extremo e negam o livre arbítrio do homem. Mas a verdade, embora
incompreensível, está no meio termo. Convém lembrar que a presciência de ato torna-o
certo, mas não obriga. Faraó foi livre e responsável pelo endurecimento fosse pré-
conhecido por Deus. Em outras palavras, nossa liberdade de escolha obedece certas leis
espirituais e a mente consciente de Deus as conhece, isto é, as leis e por isso sabe de
antemão o que faremos. Todavia isso ainda não todo o mistério desta verdade.

B) A onipotência de Deus: A onipotência é aquela perfeição divina pela qual


Deus pode, pelo mero exercício de sua vontade, realizar tudo quando Ele resolve levar a
efeito (Sl 115:3). A questão não é o que Deus pode fazer, mas o que Ele quer fazer. Deus
pode tudo, é limitado pelos seus atributos morais (I Sm 15:29; II Tm 2:13; Tg 1:13-17. Há
mais duas coisas que devem ser notadas: Uma é que Deus não usa todo o seu poder. Ele
poderia fazer mais do que fez, se quisesse. Tem poder sobre o seu próprio poder. Em
segundo lugar, a onipotência de Deus não exclui, mas toma como admitindo a auto-
limitação deste poder. Assim é que temos o livre arbítrio do homem.
As passagens que provam a onipotência de Deus: No mundo da natureza:
(Gn 1:1-3; Sl 107:25-29; Naum 1:5-6); nas experiências da humanidade:
Nabucodonozor (Dn 4:17,25,32), Ele salva almas (Paulo) Atos 9, muda a vida (Lc 12:16-
21); os seres celestiais lhe são sujeitos: (Dn 4:35); mesmo Satanás (Jo 1:21; 2:6; Lc
22:31,32; Ap 20:2,10).
A onipotência de Deus tem sua aplicação prática. Para o crente é um verdade
consoladora, mas no descrente deve despertar temor e reverência, acontece com os
espíritos imundos (Sl 99:1; Is 66:5; Tg 2:19; Mt 8:29).

C) A onipresença de Deus: A onipresença de Deus é aquela perfeição divina


pela qual Deus em todo o seu ser, está em todo lugar igualmente. É uma indevida
limitação de onipresença o concebê-la como presença universal apenas no espaço. Deus
também está presente no mundo da mente. Há também uma proximidade e uma distância
e Deus nos sentido moral. Vale afirmar que não somos panteístas, pois este afirma que
Deus é tudo. A onipresença de Deus quer dizer que Deus está em todo lugar no
sentido corporal, nem mesmo que está no lugar no mesmo sentido em que está em
outro. Do ponto de vista, podemos dizer que ela habita no céu, em um sentido que não
está em outro lugar.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 22

A onipresença de Deus não é alcançada por visão ou expansão, multiplicação


ou divisão de sua pessoa. Deus na sua integra está em todos os lugares. Deus é manto
local, como universal, e manto universal como local. Deus é onipresente.
As passagens bíblicas que provam a onipresença de Deus são: Jr 23:23-24; Sl
139:7-12 (onisciência nos vv.1 a 6, onipotência nos vv. 13-19), At 17:24-28; I Rs 8:27.
A melhor ilustração da onipresença de Deus é alma no corpo.
Deus está mais perto de nós do que as nossas mãos e pés. Pode nos falhar-
lhe que ele ouve. Para o descrente, trás advertência. O pecador não pode escapar dos
olhos do juiz.

D) A eternidade e a imutabilidade de Deus: A palavra eterno usada com


duplo sentido. No sentido relativo quer dizer que teve começo mais não terá fim. É assim
aplicada aos anjos, à alma, etc.. O tempo começou com a criação e em passado presente
e futuro. A eternidade não o tem. Eternidade duração infinita, sem começo sem fim. Deus
transcende o tempo, e possui a sua vida de uma vez, com ele só há um presente eterno.
Não há passado nem futuro. Ele é superior à toda sorte de coisas feitos;
portanto, é eterno.
As passagens que provam essas afirmações são: Sl 90:2; 102:12; 24:27; Ef
3:21; Jo 8:58; Ap 1:8.
Quando atribuímos imutabilidade a Deus, queremos dizer que a sua natureza é
imutável. Não é possível que ele possua num tempo um atributo que não possa em outro
tempo.
Não é suscetível da mudança, seja por aumentar, se já por diminuir, seja por
desenvolver-se. Ele não mudará por causa de nenhum princípio existente nele, nem por
causa algum de fora dele. É o eterno “Eu Sou”: Isso não quer dizer que Deus seja imóvel,
rígido, a seguir um curso de ação sem desviar nem para a direita nem para a esquerda. A
imutabilidade é combatível com a atividade constante e com a liberdade perfeita,
milagres, com a encarnação, com a regeneração. Deus é imutável no seu íntimo,
atributos, propósitos, motivos de ação e promessas (Ml 3:6; Tg 1:17; Sl 102:27).
Surge aqui um problema: Deus se arrepende?
Há certas passagens que, a primeira vista, parecem ensinar que Deus é sujeito
a mudanças (Gn 6:6; Jn 3:10; I Sm 15:11-35; Nm 23:19), dizem que não se arrepende. Há
contradição entre estes versículos? Não.
Cumpre notar que essas mudanças não se acham em conexão com as
promessas ou com conceitos dados por Deus (Rm 11-29). Estas se relacionam com sua
atitude para com uma raça pecadora, suas ações governamentais. A atitude de
arrependimento em Deus não envolve uma mudança verdadeira no seu caráter nem em
seus propósitos. Deus sempre odeia o pecado e sempre ama o pecador e se apieda dele.
Quando Deus parece desgostoso, pesaroso, dizemos em linguagem antropomórfica, que
Ele se arrependeu. No caso de Saul, Deus não mudou (I Sm 15-23; 10:6; 16:14; 18-10). A
atitude de Deus tem que de se adaptar à toda mudança moral do homem. A santidade de
Deus exige que ele não trate do justo como ele não trata do injusto. Isso, porém, não
implica mudança no caráter de Deus. O tratamento de Deus com os homens muda
quando eles mudam da impiedade para a piedade e da desobediência para a obediência
(Jn 3:10) ou vice versa, como no caso de Saul. O sol não é inconstante ou imparcial
porque derrete a cera e endurece o barro.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 23

Tarefas e Questionários

1º) Defina atributos divinos.


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2º) Como podem ser classificados os atributos divinos?


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3º) Relacione os atributos naturais de Deus.


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4º) À luz da lição como se aplica o conceito de eternidade à nossa realidade cristã?
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II – ATRIBUTOS MORAIS

A) A Santidade de Deus: A santidade de Deus é aquela perfeição pela qual


Ele determina e mantém eternamente a sua própria excelência moral, aborrece o pecado
e exige pureza nas suas criaturas morais, a santidade de Deus é intrínseca, inuriade e
indestrutível; não é mantida pela força da vontade.
Se há uma diferença entre os atributos de Deus, sua santidade e seu amor
ocupam lugar de destaque, Deus quer que os homens se lembram dele por esses
atributos. No livro de Deus, por mais de 30 vezes, o profeta fala de Jeová como “O Santo”
este é o aspecto do caráter de Deus salientado no V.T., veja-se Ex 3:4; 16:11; Is 57:15; Sl
99:9; Hb 1:13.
Duas idéias inerem nesta palavra: Uma é que distingue Deus de tudo o que diz
respeito à criatura, ao finito, e sua exaltação sobre a mesma (Is 57:15); outra, é sua
separação de toda impureza moral (Jo 34:10; Lv 11:43-45), pela primeira, Deus mantém
uma distinção eterna entre o Criador a criatura, e pela Segunda ele serve de exemplo
para nós (Mt 5:48; 11:16; Mar 10:18).
A santidade de Deus se manifesta no seu ódio pelo pecado (Pv 15:9), e na
separação de sua pessoa do pecador (Is 59:1-2). Daí nasce a necessidade da expiação
esta separação terrível pode ser obliterada.
Vejamos as deduções práticas da doutrina da santidade de Deus. Devem
aproximarmos de Deus com reverência e temor (Hb 12:28; Ecl 5:1-3).
Teremos idéias corretas acerca do pecado à medida que tivermos noções
certas a respeito da santidade de Deus (Is 6; Jo 40:3-4; 42:4-5). A nossa aproximação do
Deus santo tem de ser através dos méritos de Cristo, na sua justiça, a qual nós
naturalmente não possuímos.

B) A Justiça de Deus: A justiça de Deus é aquela pela qual Ele se mantém


contra todas as violações de santidade, e se mostra Santo em todos os respeitos. Esse
atributo é a manifestação da sua santidade. A santidade diz respeito particularmente ao
caráter de Deus em si mesmo, enquanto a justiça trata daquele caráter expresso no
tratamento de Deus com os homens. A justiça de Deus o leva a fazer sempre o bom. Ele
é isento de paixão e de capricho, é vindicativo o não vingativo (Sl 116:5; 145:17; 7:11;
119:137; 96:13; Dt 32:4; Dn 9:14).
 A justiça de retidão: Esta é a retitude que Deus manifesta como soberano
tanto dos maus como dos bons. Em virtude dela, Ele institui seu governo
moral no mundo prometendo recompensa para os obedientes e castigo
para os desobedientes (Sl 99:4; Is 32:22; Rm 1:32; 2:2; 3:6), a manifestação
interna da justiça é a consciência.
 Justiça remunerativa: Esta se manifesta na distribuição de recompensa
tantos aos homens como os anjos. Passagens; Dt 7:9,12,13; Sl 58:11; Rm
2:7; Hb 6:10; II Tm 4:8; perdoa o pecado do penitente, I Jo 1:9; cumpre as
suas promessas, Ne 9:7.
 Justiça retribuitiva: Esta se relaciona com a inflligição de castigo, e a
expressão da ira divina. Passagens: Sl 11:4-7; Ex 9:23-27; Rm 1:32; 2:9;
12:9.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 25

C) O Amor de Deus: Por amor de Deus queremos dizer que Ele é movido
eternamente no sentido e comunicar-se a si mesmo. É aquele atributo em virtude do qual
Deus sempre procura dar-se a si mesmo e, os seus benefícios a alguém, todo que quer
possuí-lo em íntima comunhão (Jo 17:24).
“Deus é Amor”, I Jo 4:8,16. Amor é a essência de seu Ser, é mais do que um
sentimento de afeição. Deus não o mantém por um esforço próprio. Ele é fonte
inesgotável do amor. Para satisfazer o amor de Deus, toda criação foi produzida. “A
grandeza do amor revela-se naquilo que se oferece ao amado; a pureza do amor revela-
se no desejo, que é o do bom estar; e o ardor do amor manifesta-se no esforço feito para
possuir e viver pelo amado”.
 A graça de Deus: Na linguagem da escrita, graça é favor imerecido para
com aquela que o perdera, e que, por natureza estão sob o juízo da condenação. Ela é a
fonte de todas as bênçãos outorgadas ao pecador indigno (Ef 1:6-7; 2:7-9; Tt 2:11; 3:4-7;
II Co 8:9).
 A misericórdia de Deus: Por esse atributo, a Bíblia salienta a bondade, a
compaixão de Deus em relação ao obediente como ao desobediente dentre os filhos dos
homens. É o amor de Deus para com aqueles que estão na miséria, independemente dos
seus méritos. É o atributo que leva Deus a procurar o bem estar temporal e espiritual dos
pecadores. A misericórdia é administrada segundo o princípio de justiça de Deus e em
vista dos méritos de Cristo (Lc 1:54; Rm 15:9; 9:16; Sl 103:8; 86:15; Is 55:7).
 A longanimidade de Deus: Quando o amor de Deus é considerado no que
diz respeito a teimosia do pecador, é designado como longanimidade. Contempla o
pecador permanecendo em pecado não obstante as repetidas advertências no sentido de
Ele o abandonar. Mostra Deus adiando o castigo ou o juízo merecido (Rm 2:4; 9:22; I Pe
3:20; II Pe 3:15).
Quanto ao alcance de Deus, compreende o mundo inteiro (Jo 3:16), e tem
também os seus objetivos peculiares: No V.T. era Is 38:17; 63:9, Ex 19: 4-6; e no N.T. é a
Igreja (Jo 17:23; I Jo 4:10) e Cristo, seu Filho (Mt 3:17; Jo 17:24).
O pecado pôs os atributos divinos de santidade, justiça e amor em desarmonia.
A justiça de Deus, ultrajado por causa do pecado, exigia a máxima penalidade para o
pecador. Mas, o amor implorou: “Poupa o pecador”. Prontifico-me a dar-me para salva-lo,
quero possui-lo em intima comunhão.
A cruz era a única solução do problema. Aí, a santidade se satisfez em tomar a
de Deus-Homem, e se aplacou. O amor satisfeito em providenciar um caminho justo, pelo
qual todo aquele que nele cresse pudesse ser salvo. No patíbulo do Calvário foi
restaurado a harmonia entre a pessoa e Deus. A graça e a verdade se encontraram, a
justiça e a paz se beijaram (Sl 185:10; I Pe 1:20; Ap 13:8). Isso sucedeu na eternidade
passada, e foi realizado historicamente. Há uns dois mil anos em Jerusalém. O amor
pagou o preço que a santidade exige que não caia de novo, esta penalidade, sobre
aqueles que participam dos resultados deste sacrifício pela fé em Cristo. Confira-se Sl 8:3
“Quando vejo os teu céus, obra dos teus dedos...” com Is 53:1 “A quem manifestou o
braço do Senhor?” (Sl 44:3). Foi fácil, para Deus, criar o mundo, porém foi necessário
todo o seu poder para remir uma alma pecaminosa. O maior problema do mundo se
encontra em Rm 3:26 – para que Deus seja justo e justificador daquele que tem fé em
Jesus. Na cruz o problema foi solvido. A cruz tem maior significação para Deus do que
para os homens.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 26

D) A soberania de Deus: A soberania de Deus, propriamente dita, não é um


atributo. É antes uma prerrogativa oriunda das suas perfeições. Este, portanto, é o melhor
lugar para tratar dela.
Definimos a soberania de Deus como o seu direito absoluto de governar todas
as coisas, todas as suas criaturas, segundo o seu prazer (Sl 24:7-19; 115:3: Is 45:9; Dn
4:35; Ef 1:11).
A base da soberania de Deus acha-se na sua superioridade infinita e no fato
que ele é o possuidor absoluto de todas as coisas, como também em que todas as coisas
dependem perpétua e absolutamente dele. Portanto, a soberania de Deus é universal e
absoluta, isto é, não divide com outros, é imutável. Na sua soberania, Deus estabelece
leis, tanto físicas como morais, pelas quais as suas criaturas são regidas.
Determina a natureza e poderes das diversas ordens dos seres criados. Assim
para cada indivíduo e nação a sua posição. Tudo isso ele faz em harmonia com o seu
caráter de Deus sábio, perfeito em santidade, sabedoria e amor.

Tarefas e Questionários

1º) Quantos e quais são os atributos morais de Deus?


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2º) Deus exige santidade de seus filhos. Qual a base dessa exigência?
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3º) Relacione os tipos de justiça que Deus “exerce” no mundo e no homem.


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4º) Segundo o conceito de amor divino o que faz com que ele nos ame tanto?
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5º) Defina sabedoria de Deus.


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4 – A TRINDADE – DOUTRINA TRINITARIANA


Do amor de Deus, que é o ponto culminante atingido no estudo sobre os
atributos divinos, faz-se facilmente a transição para o assunto misterioso a Trindade
divina, pois, estando o amor na natureza eterna de Deus, não pode subsistir nem alguma
forma de distinção pessoal no ser divino. O amor implica na existência de um objeto.
O estudo que ora principiamos, a Trindade, é um dos temas inescrutáveis da
Escritura Sagrada. Na sua classe encontram-se os seguinte; a existência de Deus; a
soberania de Deus e o arbítrio do homem; a soberania e santidade de Deus e a
permissão do pecado. Todas estas doutrinas são produtos da revelação especial, mas
são reveladas pela natureza e não podem ser descobertas pela razão humana.
Todas são ensinadas claramente na Bíblia. Têem portanto de ser criadas,
mesmo que não as possamos compreender perfeitamente. No dizer de outrem “como
aquele que nega este fundamento da religião cristã pode perder a alma, do mesmo modo,
o que se esforça demasiado para compreendê-la, pode perder o Juízo.”
A palavra “Trindade” não é termo bíblico. Foi Teófilo, bispo de Antioquia da
Síria, entre 168-183 Ap., quem primeiro usou a palavra grega “trias”. A forma latina,
“trinitas”, foi usada por Tertulino, cerca de 220 A.D.
Definição: Há três pessoas na Divindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo;
estas pessoas são um só Deus verdadeiro, e eterno, da mesma substância e iguais em
poder e glória, ainda que distintas pelas suas propriedades pessoais, “Catecismo Maior -
p. 9”. Na divindade única coexistem três pessoas consubstanciais, co-iguais e co-eternas.
Esse mistério não se pode explicar nem definir porque está além do alcance finito; nem o
livro inspirado fez qualquer tentativa de o explicar (G.C. Morfan).
O presente estudo compreende as três pessoas da divindade, a parte das suas
obras. Trata apenas da sua existência tri-pessoal, a Deidade de cada uma é a eternidade
das suas distinções. O Filho e o Espírito Santo terão estudo mais amplo quando chegar a
fez de Soteriologia e Pneumatologia. A doutrina da Trindade é obtida por indução dos
fatos revelados. Seu objeto é coligir e expor o que estes fatos revelam com respeito a
natureza de Deus. Comecemos com a formula batismal.

1) A formula batismal-trinitariana

Lemos em Mt 28:19: Batizando-os (os discípulos) em nome do Pai, do Filho e


do Espírito Santo. Deve ser lembrado que estas palavras foram profetizadas pelo Senhor
Jesus Cristo.
a) Observe-se que não são três nomes (nome do Pai, nome do Filho e nome
do Espírito Santo), mas num só nome triplico. Dissemos acima que o nome de Deus
exprime natureza (a sua). Estando este no singular, salienta que há uma só essência ou
substância no Deus triuno-comum, portanto, as três pessoas.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 28

b) Todas três são divinas: A divindade do Pai e do Espírito são aceitas sem
argumento. Cristo também é divino. De outra maneira, seu nome não teria direito de
figurar nesta formula e sua consistência seria quebrado.
c) As três pessoas: Poucos negam a personalidade do Pai e do Filho. Ouve-
se porém, muito, que o Espírito não é um pessoa, mas uma influência.
Se o Espírito Santo não fosse uma pessoa, não teria direito a um lugar na
formula e sua consistência seria quebrada. Vemos, portanto uma distinção tríplice na
unidade da Deidade, cada membro concebido como divino e pessoal.
d) Três nomes: Pai-Filho-Espírito: Sobre isso, Santo Agostinho disse que
são três: A linhagem humana se envergonha, aqui, da sua grande pobreza.
Respondemos “três pessoas”, não para explica-las, mas não ficamos calados. Estávamos
falando de três da Deidade, mas reconhecemos a imperfeição desta palavra. Quando
aplicada a Deus, a palavra pessoa tem uma acepção toda especial.
 A substância de uma pessoa da Trindade é idêntica a das outras e não
meramente semelhante, como sucede com as pessoas humanas. A
substância única não é dividida em três partes. Toda a substância está em
cada pessoa. Este é o mistério.
 As pessoas da Trindade não são indivíduos separados, independentes,
como João, Paulo e Pedro. As pessoas na Deidade denotam uma distinção
dentro da natureza divina. Elas são inseparáveis, unidas eternamente.
Nenhuma das três é Deus sem as outra duas.
 Uma das pessoas da Trindade não pode existir sem as outras, como
acontece com uma pessoa humana.

Quando aplicamos o vocábulo “pessoa” a Deus, queremos salientar o seguinte:


1) Cada um Pai, Filho e Espírito Santo tem um modo distinto de existência, o Filho é
gerado e o Espírito procede do Pai e do Filho. Na palavra pessoa esta também a idéia de
inteligência e poder; 2) A distinção entre as três é pessoal no sentido em que ocasiona o
uso dos pronomes pessoais, como Eu, Tu, Ele; uma concorrência em conselho é um
amor mútuo; 3) Atos de caráter pessoal são atribuídos aos três, tais como ao Espírito
Santo se pode resistir, extinguir e entristecer; ao Filho pertence a Redenção, a
intercessão, etc.
Deve ser notado que os termos Pai, Filho e Espírito Santo são usados em
sentido restrito, limitado. Pai não implica prioridade nem superioridade, nem Filho implica
derivação, inferioridade ou distinção a respeito do tempo do começo, mas ele é a
semelhança, a manifestação do Pai. Do mesmo modo, o termo Espírito não é usado para
distinguir a sua natureza e das outras pessoas.

2) As provas indiretas do Velho Testamento

Não obstante ser a Trindade parcialmente encoberta no V.T., ninguém pode


negar que ela seja indiretamente revelado nele. Havia razão para não ser claramente
revelado no V.T. O propósito deste era incutir na mente do povo a unidade da divindade e
estabelecer o monoteísmo no pensar dos israelitas. Veja-se em Dt 6:4-5. Em segundo
lugar, não havia necessidade de ser divulgada a natureza tri-pessoal de Deus, até que
chegasse a consumação dos séculos, e com ela a revelação do plano de salvação. É
interessante notar que a concepção monoteísta prevalecera outra vez o estado final (I Co
15:28)
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 29

a) Deus é uniplural, vê-se isto no nome hebraico “Elohim”, que está no singular,
mas é singular em significação e liga-se a verbos e adjetivos sempre no singular. Ex: “No
princípio criou (sing.) Deus (plural) os céus e a terra”. Em segundo vem o intercâmbio de
pronomes singulares e plurais quanto a Deus. Veja-se em Gn 1:26-27; 2:22; 11:7; Sl 35:7;
Sl 110:1; Is 6:8. Dizer-se essa pluralidade abrange os anjos, não explica. Estes não se
associaram com Deus na criação.
b) Há uma Trindade de pessoas na Divindade única. Que esta pluralidade é
uma Trindade, pode ser observado pelo seguinte: Jeová é distinto de Jeová (Gn 19:24;
Os 1:7; Zc 1:12-13). Jeová tem um Filho (Sl 2:7), o Espírito distingue-se de Deus (Gn 1:1-
2; Is 48:15-16). Outra razão aparece nos nove nomes de Deus, divididos em três grupos
de três nomes cada um. Em terceiro lugar, estão as referências feitas ao Anjo de Jeová
(Gn 18:2; Js 5:13-15). Ele é identificado como Cristo (Is 40:3). Em quarto lugar vem as
alusões ao Espírito de Jeová.
c) A personificação da Sabedoria divina (Pv 8), comparado com Js 1:1-18 (o
Logos) e a sabedoria de I Co 1:24 esses não eram meros acidentes.
d) Há outras indicações na repetição dos nomes divinos que implicam em uma
distinção de pessoas da Deidade. Veja-se Nm 1:24-27; Is 6:3; Ex 3:15; Is 61:1. Isaías
atribui a saudação de 6:3 a Deus. S. João afirma que Isaías viu a Glória de Cristo pré-
encarnado, enquanto S. Paulo assevera em Atos 28:25 que as palavras foram proferidas
pelo Espírito Santo.

3) As provas diretas do Novo Testamento

Esta doutrina aparece já feita no Novo Testamento. Na história do pensamento


humano, nada mais maravilhoso há que a maneira silenciosa e imperceptível como esta
doutrina, para nós tão difícil, tomou lugar, sem peleja nem controvérsia, entre as demais
doutrinas cristãs, especialmente quando se sabe que teor do Velho Testamento era
monoteísta.

a) As provas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos:

O nascimento de Jesus Cristo (Lc 1:35).


O batismo de Cristo (Lc 3:21-22; Mt 3:16-17).
A comissão apostólica (Mt 28:19).
A posição dos três atualmente (Jo 1:1; 10:30-38; 16:10,11,12).
Tais passagens salientam as relações entre o Deus Pai, Deus Filho. O Espírito
Santo também participa das relações entre Deus o Pai e Deus o Filho (At 5:3-9).

b) As provas oriundas dos escritos de Paulo:

Note-se também como o Apóstolo Paulo introduz e conclui as suas epístolas


(Rm 1:1; I Co 1:1-3 etc.). Paulo não perde de vista a unidade de Deus (Rm 3:30; Gl 3:20),
mas também afirma que o filho (Rm 9:5; Tt 2:13) e o Espírito Santo (II Co 3:18 e 13:3)
igualmente são Deus. Desde as primeiras cartas, I Ts 1:2-5, até as últimas, (I Co 12:4-6;
Ef 2:18; 3:2-5; II Tm 1:13-14). Ele afirma com clareza, que o único Deus é o Deus trino.
O Velho Testamento foi escrito sob o ponto de vista monoteísta, enquanto o
N.T. o foi do ponto de vista trinitariano. A maravilha está em que os dois Testamentos se
unam e se completam e não se contradigam.
Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 30

c) A prova dos atributos, os quais são atribuídos, como Pai, ao Filho e ao


Espírito Santo, igualmente, pondo os três num pé de igualdade:

Eternidade: O Pai (Sl 90:2), o Filho (Ap 22:18) e o Espírito Santo (Hb 9:14).
Onipotência: O Pai, (I Pe 1:5), o Filho (II Co12:9) e o Espírito Santo (Rm
15:19).
Onisciência: O Pai (Jr 17:10), o Filho (Ap 2:23) e o Espírito Santo (I Co 2:11).
Onipresença: O Pai (Jr 23:24), o Filho (Mt 18:20) e o Espírito Santo (Sl 139:7).
Santidade: O Pai (Ap 15:4), o Filho (At 3:4) e o Espírito Santo já é SANTO.
O mesmo se poderia dizer de qualquer aspecto do caráter de Deus. Aquilo que
é verdade quanto a uma pessoa da Trindade o é igualmente para as outras duas. Aí
está, pois, uma prova concludente de que a Deidade é uma Trindade de pessoas infinitas,
ainda que um só Deus.

Tarefas e Questionários

1º) Dê a definição da Trindade, segundo a lição.


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2º) Quais as provas da existência da Trindade nos Evangelho e Atos?


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3º) Cite cinco expressões paulinas provando a Trindade.


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4º) Relacione os atributos comuns ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo com as respectivas
referências bíblicas.
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5º) Leia na Enciclopédia Bíblica da Bíblia Vida Nova ou Bíblia Shedd o tópico – Trindade.
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d) A Trindade e as obras de Deus:

As obras cardiais de Deus são também atribuídas as duas Pessoas da


Trindade. A idéia que a Bíblia dá, não é a de que as três Pessoa fazem juntamente as
mesmas obras, mais de que uma obra é referida, numa passagem o é a outra como se
aquele ato não pudesse ser feito, se aquela Pessoa não tivesse feito. Isto prova a
distinção ou pluralidade de Pessoas na divindade, e, ao mesmo tempo, que elas formam
uma unidade misteriosa, incompreensível a nós. A criação atribuída ao Pai (Sl 102:25), a
Cristo (Cl 1:16; Jo 1:9) e ao Espírito Santo (Gn 1:2; Jo 26:13) e em resumo Gn 1:1.
A criação dos homens: Atribuída ao Pai (Gn 2:7), a Cristo (Cl 1:16) e ao
Espírito Santo (Jo 33:4) e em Ecl 12:1 e Is 54:5, o nome do criador está no plural.
A morte de Cristo: Atribuída ao Pai (Rm 8:32), a Cristo (Jo 10:18) e ao
Espírito Santo (Hb 9:14).
A ressurreição de Cristo: Atribuída ao Pai (At 2:24), a Cristo (Jo 18) e ao
Espírito Santo (I Pe 3:18).
A Inspiração da Escritura: Atribuída ao Pai (II Tm 3:16), a Cristo e ao Espírito
Santo (I Pe 1:10; II Pe 1:2-21).
A autoridade do ministro de Deus: Atribuída ao Pai (II Co 3:5-6), a Cristo (Cl
1:18) e ao Espírito Santo (At 20:28; I Tm 1:12).
A residência da Trindade no crente: Atribuída ao Pai (Ef 4:6), a Cristo (Cl
1:18) e ao Espírito Santo (I Co 6:19).
A santificação do crente: Atribuída ao Pai (Jd 1), a Cristo (Hb 2:11) e ao
Espírito Santo (I Co 6:11).
A segurança eterna do crente: Atribuída ao Pai (Jo 10:29), a Cristo (Jo 10:28;
Rm 8:34) e ao Espírito Santo (Ef 4:30).
De tudo que ficou dito, claro é que, quanto ao modo de existência na divindade
única existem três pessoas consubstanciais, co-iguais e co-eternas, dignas do mesmo
amor e da mesma adoração. Não há portanto, subordinação na relação intrínseca entre
as pessoas da Trindade.

e) As distinções entre as três pessoas acham-se nas suas relações, uma


para com a outra em seus ofícios e trabalhos na economia divina.

As relações entre as pessoas da Trindade.


Seminário Teológico Batista Nacional – SETEBAN 32

1) A geração do Filho

A propriedade pessoal do Filho é que ele é eternamente gerado pelo Pai.


Esta é a sua característica incomunicável. Por meio desta geração, o Pai não
chama a existência a natureza essencial do Filho, mas se torna-a causa de sua
subsistência pessoal. A palavra gerar, quando aplicada a divindade, não exprime um
modo de vir a ser, mas um modo de existir.
Prova-se que esta geração é eterna, pelas passagens que falam sobre Cristo
como Unigênito do Pai. Veja-se Jo 1:1,2,14,18; 3:18; Cl 1:15,16: Fl 2:6; Jo 17:5-24. Cristo
não se tornou Filho de Deus pela encarnação (Sl 2:7; Hb 1:4-6), nem por sua ressurreição
(At 13:32-33; Rm 1:4). Por estes atos Ele apenas manifestou uma filiação já preexistente.
Esta geração não implica inferioridade por parte do Filho.
O Credo de Atanávio diz: O Filho é somente do Pai, no qual por necessidade
de sua natureza, e não por querer, gera a pessoa (e não a essência do Filho
comunicando-lhe a inteira substância indivisível da divindade, sem divisão ou mudança,
de modo que o Filho é a imagem expressa da pessoa do Pai no Filho (Hb 1:2; Jo 8:38;
14:11; 17: 21-24).

2) A procedência do Espírito

A propriedade pessoal do Espírito é que Ele procede eternamente do Pai e do


Filho. Por este ato, o Pai e o Filho não chamam o Espírito a existência, mas se tornam a
causa de sua subsistência pessoal, comunicando ao Espírito a essência divina, sem
alheação, divisão ou mudança.
É reconhecido que o termo geração procedência são inadequados para
exprimir toda a verdade que elas representam. Servem apenas para distinguir o modo de
existência das duas pessoas e da criação.
Aqui vão as provas de que procedências são eternas.
1) O tempo presente do verbo em Jo 15:26 e do Sl 104:30. O Espírito é de
Deus e do Cristo (I Co 2:11-12; Cl 4:6; Rm 8:9).
2) Os mais antigos Credos-Niceno de Westminter dizem: O Pai não é de
ninguém, nem gerado, nem procedido, o Filho é gerado eternamente do Pai e do Filho.
3) As inferências deduzidas da narrativa bíblica. Os atributos e as obras que
são referidas.
4) O trabalho de três pessoas.

A ordem da existência das pessoas da Trindade reflete-se na ordem das suas


obras, Deus o Pai e a origem ou fonte da Deidade; dele provém todas as coisas. Ao Filho
pertence o princípio da revelação, quer na criação, quer na recensão. Tudo é feito por Ele,
por esta razão Ele é chamado o verbo de Deus.
Ao Espírito Santo pertence o trabalho de levar a sua consumação a obra de
Deus, quer na criação, quer na redenção. Podemos dizer que Cristo é o centro das obras
que fazem o homem regressar a Deus. Nas obras de Cristo o homem é passivo, nas do
Espírito é ativo.
Neste modo de operação, vemos que há subordinação entre as pessoas da
Trindade. Mas esta subordinação termina com o aperfeiçoamento do plano redentivo de
Deus (I Co 15:18). O Pai deu ou mandou o Filho (Jo 3:16,17; 6:29; 8:29; 8:42), e o
entregou (Rm 832). Cristo fez a vontade dele como Filho obediente (Jo 5:19; Fl 2:8), do
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Pai Ele recebeu a mensagem (Jo 8:26), seu trabalho (Jo 5:26; 15:10), o Pai é a cabeça de
Cristo (I Co 11:3).
Quanto ao Espírito Santo, é ele mandado pelo Pai e pelo Filho (Jo 15:26), não
fala de si mesmo (Jo 1613,14). Isto porém de modo nenhum afeta a divindade de Cristo
ou do Espírito Santo.

f) Erros quanto a Trindade

 Os arianos: que negaram a Deidade de Cristo, ou Filho. Creram que esse


era preexistente antes da encarnação, mas era criatura, inferior a Deus, maior que o
homem, porém de natureza diferente do Pai. Os semiarianos criam que Ele tinha uma
natureza semelhante a do Pai.
 Os sabelianos: os quais ensinavam que há apenas uma pessoa na
Deidade, com outros modos os aspectos de manifestação, Deus se revela como Pai na
criação e na Lei, como Filho na encarnação e como Espírito Santo na regeneração e na
santificação.
Os socianos dos dias da Reforma e os unitarianos e modernistas de hoje
representam a Trindade como consistindo de Deus o Pai, o homem Jesus Cristo e a
influência divina que é chamada Espírito Santo de Deus. Esta idéia tem a Deus como um,
não só no seu ser, mas também na sua pessoa. Assinalem portanto virtualmente a
Trindade.
 Triteismo: Trinitarianismo não Triteismo. O Triteismo ensina a existência de
três deuses. O Trinitarianismo ensina que há três pessoas, mas uma só essência indizível
da Deidade pertence, como todos os seus atributos, a cada uma das três pessoas da
Trindade. A pluralidade da Deidade não é a pluralidade da essência; é apenas a distinção
das pessoas.

5 – O DECRETO DIVINO
Do estudo profundo a cerca da pessoa de Deus em sua existência trina,
passemos a considerar o seu eterno propósito. Nesta doutrina do propósito divino é que
se faz a transição daquilo que Deus é em si mesmo para o que Ele é em relação ao
mundo.
É admitido que deste estudo surgem problemas transcendentais, os quais na
sua maioria, não podem ser resolvidos pelo homem. Nosso objetivo aqui não será entrar
em discussões metafísicas, nem ventilar os pontos controvertidos das diferentes escolas
de Teologia. É antes expor o que cremos que a Escritura ensina neste ponto.
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Tarefas e Questionários

1º) Procure ler algo dos Testemunhas de Jeová, o refute com os itens da lição relativos à
Trindade e as obras de Deus.
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2º) Cite as relações entre as pessoas da Trindade.


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3º) Dos erros quanto à Trindade qual deles é mais próximo dos Testemunhas de Jeová?
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