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Cerimônia de Exaltação 1975 – Preleção Mística

RITUAL ALDERSGATE 1975


Fonte: The Ritual of the Holy Royal Arch as taught in the Aldersgate Chapert of
Improvement nº 1657 – 4ª edição 1957 (1ª edição 1946; 2ª 1948; 3ª 1953)
Tradução: 1975 pelo EC Jarbas George Marinho – Ex. 1951 Cap. Silver Jubilee
5560, fundador e PZ Cap. Campos Salles 5565, fundador e primeiro 1º Principal do
Capítulo Brasilia de MAR 50 em 21.05.1974

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Cerimônia de Exaltação 1975 – Preleção Mística

PREFÁCIO DA PRELEÇÃO MÍSTICA ANTES DE 1989


SP. Maio 2010: Pesquisa, organização,
Complementação e adaptação da Preleção
Edson Wagner Bonan Nunes, PZ
No Capítulo Brasília MAR 50 tive a oportunidade de assistir as Cerimônias de Exaltações
com suas Preleções completas antes das resoluções tomadas pelo Supremo Grande Capitulo
da Inglaterra em 1989, que removeu os Caracteres Hebreus e a Palavra do Triângulo que
estava na Placa de Ouro sobre o Pedestal e, também, obrigou que todos os Capítulos
removessem de seus rituais todas as referências sobre eles.
Assim, a partir de 1990 os rituais dos Capítulos ingleses e daqueles Capítulos que seguiam
o inglês fizeram a remoção.
No ritual do Capítulo temos as Cerimônias de Abertura e Encerramentos, a Cerimônia de
Exaltação e as Cerimônias de Instalações.
Com a remoção dos Caracteres Hebreus e da Palavra do Triângulo a única cerimônia que
foi afetada foi a Cerimônia de Exaltação, principalmente na Preleção Mistica ou do 1º
Principal.
Como todos Companheiros sabem, no final da Cerimônia de Exaltação são feitas três
Preleções. Relembrando, as três Preleções são:
1ª Preleção apresentada: Preleção Histórica ou do 3º Principal Josué
2ª Preleção apresentada: Preleção Simbólica ou do 2º Principal Ageu
3ª Preleção apresentada: Preleção Mística ou do 1º Principal Zorobabel
Atualmente existe duas formas de apresentação da Preleção Mísitca, uma forma
“Tradicional” e uma forma “Alternativa Permitida”. Ela pode ser apresentada de acordo
com o costume do Capítulo.
Retornando aos idos de 1989, temos que o Supremo Grande Capítulo da Inglaterra em 8
de fevereiro de 1989 adotou medidas que trouxeram profundas modificações obrigatórias
na Preleção Mística ou do 1ºPrincipal, resoluções estas, que seguem:
1ª Que os três caracteres Hebraicos sejam removidos dos móveis dos Capítulos do Arco
Real e que todas as referências sobre eles sejam removidas do Ritual e
2ª Que a palavra sobre o Triângulo seja removida dos móveis de Capítulos do Arco Real
e que todas as referências sobre ela sejam removidas do Ritual.
Tendo em vista que a maioria dos atuais Companheiros desconhecem o ritual antes de
1989, resolvi elaborar esta pesquisa sobre a Preleção Mística, a qual sofreu grandes cortes
e, que pretendo compartilhar com eles.
Edson Wagner Bonan Nunes, PZ
Capítulo Brasília de Maçons do Arco Real 50, SGCMARB

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Cerimônia de Exaltação 1975 – Preleção Mística

PRELEÇÃO MÍSTICA OU DO PRIMEIRO PRINCIPAL

(o Exmo Z permanece sentado, no início da sua Preleção Mística)

Exmo Z - Companheiros, o conhecimento místico deste Grau supremo, compreende a


descrição e explicação dos sinais sagrados, a formação e significado das Palavras
Sagradas, e as cerimônias tradicionais a serem observadas as se participar e comunicar
nossos segredos.
Na Maçonaria do AR reconhecemos cinco sinais, correspondendo em número aos
CPC, já revelados ao MM; e como estes indicam os deveres recíprocos que temos
uns para com os outros, assim, aqueles assinalam de modo especial a nossa posição perante
o A, como pecadores contra Sua suprema vontade e omnipotência, apesar de filhos
adotivos de Sua Misericórdia.
Vou agora fazer os Sinais, e vós, meu recém exaltado Comp, vos levantareis, (o PF
e o Cand levantam-se) e me imitareis.

(o Exmo Z entrega o Cet ao J e levanta-se)

Este é o Sn Penal, (mostra-o, com a me, parecido com o de Ap, com o pol junto
à m) o único Sn perfeito, na Franco Maçonaria, dado com a me.
Este é o Reverencial ou de Saudação, (me, dedos unidos, na f.o.t.; e md, dedos
unidos, no c.r.ç.o) deve ser usado em todas as ocasiões de entrada ou saída do Capítulo,
ou quando se dirigir aos Principais.
Este é o Penitencial ou de Súplica, (intenção de aj e mm postas erguidas, com os
dd entrelaçados)
Este é o monitorial, (mm abertas, sobre os rr, com os ppol para a frente)
Este é o Fiducial, (bbreestpara a frente, com as ppal das mm para baixo)

Exmo Z - Retomai vossos lugares, e eu os explicarei mais detalhadamente.


(o Exmo Z desce do Estrado)

O Sinal Penal (o Exmo Z executa o Sn) assinala a penalidade de nosso J e alude


à queda de Adão, e ao terrível castigo imposto por isso à sua pecaminosa descendência,
nada menos que a morte. O próprio ato indica que os soberbos e desobedientes (o
Exmo Z executa novamente o Sn Penal) devem ser excluídos do mundo dos vivos pelo
julgamento de Deus, tal como a cabeça é decepada do corpo pela espada da Justiça
humana.
Para evitar isso, o Sinal Reverencial ou de Saudação nos ensina a curvar-nos (a
cabeça ligeiramente inclinada, sendo feita a primeira parte do Sn, qual seja, me,
dedos unidos, na f.o.t. e o mantém) com humildade e resignação sob a mão repressora do

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Altíssimo, e ao mesmo tempo imprimir Suas leis em nossos corações. (completa o Sn, qual
seja, md, dedos unidos, no c.r.ç.o e o mantém)Foi nesse modo expressivo que o pai da
raça humana apresentou-se ao Altíssimo, para receber sua justa embora terrível sentença.
(desfaz o Sn)
Este sinal foi depois adotado pelo nosso Grão Mestre Moisés, que, quando o Senhor lhe
apareceu, na sarça ardente, ao pé do Monte Horeb, no deserto do Sinai, assim protegeu
(o ExmoZ faz a primeira parte do Sn Rev ou de S) seus olhos do esplendor
da Divina presença, e colocou sua mão sobre o coração (o Exmo Z completa o Sn de
Rev ou de S) em sinal de obediência, e este sinal foi-lhe mais tarde atribuído como
demonstração de respeito.

O Sn Reverencial, ou de Saudação, pode precisamente ser considerado a origem do


Penitencial ou de Súplica, pois que verdadeiramente demonstra o estado do coração e do
espírito, sem o qual nossas preces e louvores não poderiam obter aceitação no trono da
graça, diante do qual, como poderia uma frágil e pecadora criatura terrena apresentar-
se, a não ser de joelhos dobrados (o Exmo Z executa) e de mãos erguidas (o Exmo
Z executa) assim patenteando sua humildade e contrição? Desta forma, Adão ajoelhou-
se perante Deus (o Exmo Z faz a primeira parte do Sn) e glorificou o Autor de seu
ser; assim, também, ele curvou-se (o Exmo Z completa o Sn) com contrito temor
perante Seu ultrajado Juiz, para aplacar Sua ira e granjear Sua misericórdia, e transmitiu
para todo o sempre, à sua pecaminosa descendência, esta exteriorização de submissão e
arrependimento.

O Sinal Monitorial (o Exmo Z executa) lembra-nos a fraqueza da natureza


humana, incapaz de resistir ao poder das trevas, a menos que ajudada por aquela luz
(o Exmo Z aponta para o alto) que vem de cima.

Por esta posição indefeza (o Exmo Z faz o Sn) nós reconhecemos toda nossa
debilidade, e confessamos que nada podemos fazer de bom ou de útil, senão graças
Àquele de quem procedem todas as boas inspirações e obras virtuosas e sem cujo divino e
especial favor, teríamos permanecido, sempre, imprestáveis servos a Seus olhos. Portanto,
à maneira de nossos santos ancestrais, os sacerdotes propiciadores, por esta exteriorização
de fé e dependência, - o Sn Fiducial, (o Exmo Z faz o Sn e o conserva) mostramos
que devemos nos prostrar com as faces contra o pó. Assim temos que nos entregar à
misericórdia de nosso Divino Criador e Arbitro, almejando com humilde mas absoluta
confiança Suas santas promessas, mediante as quais, somente, esperamos passar pela arca
de nossa redenção às mansões da eterna bem aventurança e glória, na presença d’Aquele
que é o grande EU SOU, o Alfa e o Ômega; (os braços, na horizontal, começam a abrir-
se; quando diz: “o Começo e o Fim”, braços totalmente abertos e então deixados cair para
os lados, quando diz: “o Primeiro e o Último”) o Começo e o Fim, o Primeiro e o Último.

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Cerimônia de Exaltação 1975 – Preleção Mística

(o Exmo Z recebe seu Cet de J e vai para o N, ligeiramente adiante do


A, apontando com o Cet, quando necessário)

Na construção do Templo do RS, foi empregado um grande número de Maçons,


encontrando-se seus nomes ou marcas gravados em uma ou outra parte do Edifício, mas os
nomes dos três Grão Mestres, que a dirigiram, não foram encontrados em lugar algum até
serem descobertos, no AR, pelos FFor enviados a prepararem o terreno para o
alicerce do Segundo Templo. No centro da cripta estava um bloco de mármore branco,
lavrado na forma de um altar de incenso, um duplo cubo, sobre o qual se achava uma
placa de ouro; o branco, sendo emblema da inocência, e o ouro, da pureza.
Na frente estavam gravadas as iniciais dos três Grão Mestres, que dirigiram a construção
do templo anterior, a saber: S, R de I; HR de T e HAB, tendo por fim,
não somente perpetuar seus nomes como também comemorar as circunstâncias e atos
atinentes à edificação dessa estrutura.
TÁU

Havia também o triplo TÁU, marca ou sinal usado nas convocações aos Maçons do AR,
em ocasiões de maior importância. O Táu deriva-se do Hebraico, e é a marca ou sinal
mencionado pelo anjo que apareceu a Ezequiel, quando disse ao homem que trazia o
tinteiro de escriba, - “Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com
um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as
abominações que se cometem no meio dela” – marca pela qual eles foram salvos dentre
aqueles que foram mortos por sua idolatria, pela ira do Altíssimo. Nos tempos antigos, esta
marca era colocada naqueles que eram absolvidos pelos seus juizes, como prova de sua
inocência; e os chefes militares faziam colocar a mesma nas testas dos homens que voltavam
ilesos do campo de batalha, como sinal de estarem em perfeita saúde. Por estas razões
ela foi sempre considerada uma marca ou símbolo de vida. A união dos Táus alude à
Divindade, por quem o tenebroso, horrífico e disforme caos foi transformado em forma
regular e existência pacífica.

(o Exmo Z volta ao Or do A; o pF traz o Cand ao lado S, ladeado
pelo 1º AF; o Exmo Z deve, nesse momento, convidar os CComp a se aproximar
para acompanharem o restante da preleção, se assim o desejarem)
PLACA DE OURO
Nesta PLACA DE OURO acham-se um CÍRCULO e um TRIÂNGULO.
Estas figuras matemáticas foram sempre escolhidas como referentes à Divindade ou a
algum atributo divino.
CÍRCULO
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Cerimônia de Exaltação 1975 – Preleção Mística

O CÍRCULO é um emblema da eternidade; por não ter começo nem fim, poderá com justiça
ser considerado uma imagem de Deus, sem começo de dias ou término de anos, e ele
continuadamente nos recorda o grande porvir, quando esperamos gozar a vida eterna e
a felicidade perene.

A PALAVRA no CÍRCULO é JEHOVAH, aquele grande, terrível, tremendo e


incompreensível nome do Altíssimo.
JE (AB) – HO (CD) – VAH (EFG)
Ela significa EU SOU QUEM SOU – o ALPHA e o OMEGA - o COMEÇO e o FIM – o
PRIMEIRO e o ÚLTIMO – que Foi e É, e Há de Ser – o TODO PODEROSO.
É o nome do presente, futuro, eterno, imutável e auto-suficiente Deus, o único que tem seu
ser em si e por si mesmo, e que dá a todos os outros o próprio ser, de modo que Ele é o
que Ele foi, foi o que é, e permanecerá tanto o que Ele era, como o que Ele é, de eterno
a eterno, todas as criaturas dependendo de Sua poderosa vontade e força.
TRIÂNGULO
Nos tempos antigos, os nomes de Deus e os símbolos de Divindade eram sempre colocados
dentro de figuras triangulares.
Nos dias de Pitágoras, o TRIÂNGULO era considerado o mais sagrado dos emblemas, e
quando um juramento de maior importância devia ser prestado, invariavelmente o era
sobre o triângulo, e quando assim feito, não há notícia de haver sido violado.
Os Egípcios chamavam-no o número sagrado, ou número da perfeição, e era tão altamente
prezado pelos antigos, que se tornou entre eles um objeto de veneração.
Deram-lhe o nome de “Deus”, afirmando que ele representava os reinos animal, vegetal e
mineral.
Também o chamavam ARABOTH, que significa Alma da Natureza.

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Este Delta Sagrado é usualmente inscrito em um quadrado e círculo, assim exprimindo sua
influência vivificante e estendendo suas ramificações por toda a criação; por estas razões,
ele fora sempre considerado o Grande-Todo e o Summum-Bonum.
A PALAVRA no TRIÂNGULO é aquele sagrado e misterioso nome que solenemente vos
comprometestes a nunca pronunciar a menos que na presença e com a ajuda de dois ou
mais CComp do AR, ou no seio de um Capítulo do AR legalmente constituído,
quando servindo como seu Primeiro P.

É uma palavra composta, e a combinação forma a palavra JAHBULON.


JAH (123) – BUL (456) – ON (78)
É expressa em quatro idiomas – Caldeu, Hebráico, Siríaco e Egípcio.
JAH é o nome Caldáico de Deus, significando “Sua essência e majestade
incompreensível.” É também uma palavra hebraica, significando “Eu sou e serei”, assim
exprimindo a presente, futura e eterna existência do Altíssimo.
BUL é uma palavra Siríaca, significando Senhor, ou Poderoso, sendo em si mesma uma
palavra composta, formada da preposição B ...., em ou sobre, e U ...., céu ou no alto;
portanto o significado da palavra é Senhor no céu, ou nas alturas.
ON é uma palavra Egípcia, significando Pai de Todos, assim exprimindo a Omnipotência
do Pai de Todos, como na bem conhecida oração “Pai nosso que estais no céu”.
Os diversos significados das palavras podem ser assim resumidos: Eu sou e serei; Senhor no
céu ou nas alturas; Pai de Todos, em todas as eras, em todos os climas, adorado pelos
santos, pelos selvagens e pelos sábios – JEHOVAH, Jove ou Senhor.
CARACTERES HEBREUS NO TRIÂNGULO

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Os CARACTERES HEBREUS nos ângulos do TRIÂNGULO são de importância


transcendental, embora seja indiferente por onde a combinação comece, pois cada um
deles faz referência à Deidade ou a algum tributo divino.

Eles são o Aleph (Alfa), o Beth (Beta) e o Lamed (Lambda) do hebreu,


correspondendo ao (A), (B) e (L) do alfabeto português.
Tomando-se A e B eles formam AB que é Pai;
tomando-se A, B e L eles formam BAL que é Senhor;
tomando-se A e L eles formam AL que é Palavra,
tornando-se L, A e B eles formam LAB que significa Espirito (ou Coração)
Tomando-se cada combinação com o todo teremos:
AB + BAL = Pai, Senhor;
AL + BAL = Palavra, Senhor;
LAB + BAL = Espirito, Senhor.

Esta, meu recém exaltado Comp, é a melhor explicação que vos posso dar destas
sagradas palavras e símbolos; ela prova que o AR é o ponto culminante da Franco
Maçonaria, estando intimamente ligado com tudo que nos é mais chegado e mais caro numa
existência futura; indubitavelmente, os interesses Divinos e humanos estão intimamente
ligados em seus mínimos detalhes. Ele tem a virtude por meta, a glória de Deus por objeto,
e o bem estar do homem é tomado em consideração em cada parte, ponto e exteriorização
de seus inefáveis mistérios. Basta dizer que é alicerçado no Nome Sagrado J....á; o qual
desde o início, foi, é agora, e permanecerá uno e imutável para todo o sempre, o Ente que
necessariamente existe em Si e por Si mesmo, em toda sua perfeição atual, incomparável
em Sua essência.

Companheiros, eu vos advirto: se estiveres por pronunciar o S e M nome levianamente


ou com irreverência, fazei uma pausa, colocai vosso dedo sobre vossos lábios,

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(o Exmo Z coloca o ind esq sobre os lábios e faz o Sn P; o Cand
instruído pelo pF, imita-o)

e lembrai-vos da penalidade de vosso J.


Este Supremo Grau inspira a todos os seus membros as idéias mais elevadas sobre Deus, e
conduz à prática da mais pura e devotada piedade; uma reverência ao incompreensível
J....á; o eterno Senhor do Universo, a vida elementar e manancial primordial de todos os
seus preceitos, a verdadeira fonte e nascedouro de todas as suas virtudes.

FIM DA PRELEÇÃO MÍSTICA


SP. Maio. 2020
EWBN

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