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Universidade Federal Fluminense

Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas


Disciplina: Português III: Morfologia
Professoras: Elaine Melo e Glayci Xavier

Unidade 2.2 – A Flexão Nominal de Gênero

1.0 O tratamento dos Gramáticos para a Flexão de Gênero nos nomes


A gramática tradicional (GTs) aborda com superficialidade a questão de gênero. Alguns deles adotam
uma perspectiva confusa, pois não é capaz de distinguir nitidamente as noções de gênero e sexo.

1.1 Cunha e Cintra (2008)


Gênero Número
Masculino Feminino Singular Plural
-o -a - -s
Quadro 1: Proposta de morfemas de gênero e número para Cunha e Cintra (2008)
(Retirado de Cunha e Cintra, 2008, p. 93)

Para Cunha e Cintra (2008), o “-o” em “gato”, “cachorro”, “menino” é classificado como desinência de
gênero em oposição ao “-a” em “gata”, “cachorra”, “menina”.
Na perspectiva dos autores, o “-o” só seria vogal temática quando não há oposição de gênero. Ex.:
“caderno”, “carro” (não existem as palavras “caderna”, nem “carra”).
Vejamos a seguir a discussão a partir da proposta de alguns linguistas.

2.0 Gênero é uma categoria gramatical

2.1 O que é categoria?


Uma categoria é um conjunto de unidades classificatórias ou de propriedades que apresentam uma
distribuição básica, comum e constante. As categorias são também chamadas de unidades estruturais da
língua.
Sintagmas Classes de palavras Conjugações verbais Gênero
Verbal Substantivos Primeira Feminino
Nominal Verbos Segunda Masculino
Preposicional Adjetivos Terceira Neutro
Quadro 2: Exemplos de diferentes categorias linguísticas

2.1.1 Gênero não é sinônimo de Sexo


Segundo Mattoso (1970), o gênero é uma distribuição em classes mórficas para os nomes da mesma
forma que as conjugações para os verbos. A diferença é que a oposição masculino/feminino serve para
distinguir os seres por certas características semânticas. Assim, do ponto de vista semântico, o masculino
é a forma geral, não marcada, e o feminino indica uma especialização qualquer. “Gênero é uma categoria
gramatical intrínseca.” (Gonçalves, 2019, p. 109. grifo nosso), ou seja, todo substantivo tem um gênero
gramatical, podendo ser morfologicamente marcado ou marcado pelo léxico ou ainda marcado pela
morfossintaxe.

1. aluna x aluno
2. a tatuagem
3. o sofá

Sexo é um conceito biológico e está diretamente atrelado a nomes que fazem referência a seres cuja
formação física, orgânica e celular permite distinguir o macho da fêmea. [...] Sexo diz respeito ao
universo biossocial. (Gonçalves, 2019, p. 109)
2.1.2 A distribuição dos nomes em três grandes classes (Mattoso, 1970, p. 92)

Substantivos de gênero único:


4. a flor, o livro, a casa, o sofá, a mesa, o jacaré, a cobra, etc.

Substantivos de dois gêneros sem flexão:


5. (o, a) artista, (o, a) diplomata, (o, a) aprendiz, etc.

Substantivos de dois gêneros com flexão:


6. (o) menino, (a) menina, (o) doutor, (a) doutora, (o) professor, (a) professora, etc.

Vejam que a distribuição de Mattoso (1970) é diferente daquela estabelecida pela tradição:

● Substantivo sobrecomum - é um tipo de substantivo uniforme, utilizado para nomear pessoas nos
dois gêneros;
7. criança, vítima, cadáver, etc.
● Substantivo epiceno - é um tipo de substantivo uniforme, utilizado para nomear animais nos dois
gêneros;
8. cobra, jacaré, onça, etc.

● Substantivo comum de dois gêneros - é um tipo de substantivo em que há referência aos dois
gêneros, mas não há alteração no substantivo, sendo o gênero marcado no artigo/determinante;
9. (o, a) artista, (o, a) diplomata, (o, a) aprendiz, etc.

“A classificação das gramáticas em nomes comuns de dois gêneros, sobrecomuns e epicenos não
contribui para a descrição do gênero enquanto categoria gramatical, uma vez que não há, nesses casos,
qualquer alteração na forma da palavra que esteja a serviço da expressão do gênero.” (Gonçalves, 2019,
p. 109)

NA CLASSIFICAÇÃO “SOBRECOMUM, EPICENO E COMUM DE DOIS GÊNEROS”, NÃO HÁ


CASOS DE FLEXÃO, POIS NÃO HÁ VARIAÇÃO MORFOLÓGICA NOS SUBSTANTIVOS.

Atenção: a Flexão é entendida como uma marca formal que relaciona nomes masculinos e femininos em
torno de alguma propriedade semântica.

Gênero na tradição Gênero Mattoso (1970)


Comum de dois gêneros Substantivos de dois Gêneros sem flexão
Sobrecomum (seres humanos) Substantivos de gênero único
Epiceno (animais)
Quadro 3: A relação entre a classificação do Gênero nas perspectivas tradicional e Mattosiana.

2.1.3 Outras incoerências da abordagem tradicional para a categoria gênero


É preciso estabelecer uma distinção imprescindível entre flexão de gênero e certos processos
lexicais, morfológicos e ou sintáticos capazes de expressar o gênero. Mattoso (1970) critica as gramáticas
do português por confundirem flexão de gênero com processos sintáticos ou lexicais de indicação de
sexo. (Gonçalves, 2019, p. 110; grifos nossos)

Não há alteração de gênero: processo em que um modificador (adjetivo) é combinado a um


substantivo núcleo do sintagma nominal para funcionar como epíteto indicador de sexo.
10. a. Jacaré fêmea x Jacaré macho
b. Onça fêmea x Onça macho
Observe que os casos expressos em (10) são exemplos de substantivos epicenos, segundo a
tradição. Neles, o adjetivo indica uma classe biológica e isto pode ser comprovado com a análise das
sentenças em (11), onde o artigo não concorda com o suposto gênero do adjetivo, mas sim com o gênero
do substantivo.

11. a. O Jacaré fêmea x O Jacaré macho


a’ *A Jacaré fêmea
b. A onça fêmea x A onça macho
b’ *O onça macho

Formação do Feminino por heteronímia: processo de associação lexical entre palavras de


raízes completamente diferentes e semanticamente relacionadas por alusão ao sexo.
(cf. Gonçalves, 2019, p. 110)

12. a. mulher: é o feminino de homem


b. homem: é o masculino de mulher
13. a. vaca: é o feminino de boi
b. boi: é o masculino de vaca
Na verdade, os substantivos “mulher” e “vaca” são sempre femininos, ao passo que outros
substantivos a eles semanticamente relacionados, “homem” e “boi”, são sempre masculinos.

Formação do Feminino por sufixos derivacionais: processo de associação lexical entre


palavras com a mesma raiz, portanto, semanticamente relacionadas. Nesse caso, a expressão
do gênero é garantida pelo acréscimo de um sufixo que também atua na derivação.
(cf. Gonçalves, 2019, p. 110)

14. a. imperador x imperatriz


b. galo x galinha
c. perdigão x perdiz (uma espécie de ave)
d. herói x heroína

IMPORTANTE:
ENTENDE-SE POR FLEXÃO, SOMENTE, A ASSOCIAÇÃO EM TORNO DE UM RADICAL COMUM,
POR MEIO DE UMA OPOSIÇÃO PRIVATIVA (PRESENÇA X AUSÊNCIA DO MORFEMA -A).

Abaixo há pares que exemplificam o mecanismo de flexão morfológica de gênero no português.


15. a. juiz x juíza
b. menino x menina
c. professor x professora

2.1.4 O valor semântico do gênero em português

Para Mattoso (1970), sobre o valor semântico da categoria gênero no português, só é possível
declarar que o masculino é a forma geral e não marcada e o feminino é a forma especificada e
marcada que “indica uma especialização qualquer” (Mattoso, 1970, p. 110)

16. a. ursa: é a fêmea do animal chamado urso


b. jarra: é uma espécie de jarro
c. barca: é uma espécie de barco.
2.1.5 A expressão formal do Gênero em português

Do ponto de vista formal, o masculino é sempre representado por Ø, sendo a vogal final, quando
aparece, um atualizador lexical (índice temático) chamado de vogal temática.
17. a. serv [VT -o] [DGMØ]
b. mong [VT -e] [DGMØ]
18. a. alun [DGF -a]
b. menin [DGF -a]

Observe que em sintagmas onde o gênero é marcado pela morfossintaxe a vogal que encerra o
vocábulo é chamada de índice temático ou vogal temática.
19. a. a cas [VT -a]
b. o brinqued [VT -o]

2.1.5.1 Os alomorfes na expressão formal do Gênero em português

● O sufixo derivacional [–eu] desenvolve um hiato /ej/ diante do /a/. Ao mesmo tempo, há uma
alternância entre timbre fechado e timbre aberto para a vogal tônica.
20. a. ateu - ateia
b. plebeu - plebeia

● nas formas primitivas terminadas no ditongo –ão, acessa-se a forma básica do masculino,
encontrada nas derivações, e a queda da nasal pode deixar duas vogais idênticas contíguas,
havendo posterior crase, (21), ou duas vogais diferentes, promovendo a desnasalização, (22).
21 a. irmão - irmã
b. cidadão - cidadã
22. a. bom - boa
b. leão – leoa.

● O sufixo de aumentativo /oN/ transfere o travamento nasal posvocálico /N/ para a sílaba seguinte
como consoante /n/
23. a. valentão – valentona
b. sabichão - sabichona

● nas derivadas em -oso, a atônica do sufixo categoricamente sofre alternância vocálica


submorfêmica, passando a apresentar uma vogal média posterior aberta.
24. a. gostoso - gostosa
b. caridoso - caridosa

● num conjunto reduzido de formas, também ocorre alternância vocálica, atingindo também as
médias anteriores.
25. a. novo - nova
b. sogro - sogra

● a alternância de gênero é marcada pela mudança na vogal tônica do morfema lexical


26. a. avô x avó

● a alternância de gênero é marcada pela subtração de uma vogal do morfema lexical


27. a. réu - ré
b. mau - má
2.2 Para discutir (Rocha, 1998)

Gênero do substantivo: indicado por meio de expediente sintático: determinante.


28. a. Livro b. Caneta c. Dente d. Tribo

Há determinados substantivos cujo gênero, além de ser assinalado por um determinante, recebe marca
morfológica: este menino estudioso/esta menina estudiosa, um gato preto/uma gata preta.

- Apenas uma parte insignificante dos substantivos (seres sexuados) pode receber uma marca
morfológica distintiva de gênero (4.5%), e desses, nem todos recebem uma marca morfológica de gênero
(criança, cônjuge, homem, jacaré, selvagem – gênero único/expediente sintático).

Conclusões:
1. O gênero do substantivo em português é marcado por um determinante flexionado; é uma relação
sintática.
2. Há poucos casos em que o substantivo é marcado morfologicamente.
3. Todo substantivo tem um gênero. No português, masculino ou feminino.

A EXPRESSÃO DE GÊNERO NÃO É UM PROCESSO REGULAR E SISTEMÁTICO.

Não é a natureza da frase que impõe o gênero substantivo no masculino ou no feminino (uma inflação
desenfreada) – o item inflação será feminino em qualquer frase. Esta aluna está interessada ... é a
situação que obriga a usar a forma aluna, MAS o substantivo obriga o adjetivo a concordar com o gênero
imanente de inflação, surgindo desenfreada. (idem Aluna/interessada).
- Concordância in absentia – ouvi tiros de madrugada.
- Concordância in praesentia – ouvi tiros repetidos de madrugada.

De acordo com o critério da concordância, o gênero do adjetivo é um processo flexional.

3.0 A questão do gênero neutro

3.1 O gênero neutro nas línguas naturais: o alemão.

O alemão marca o gênero no artigo

Forma Gênero Exemplos


der Mann - o homem / der Mond - a lua / der Zug - o trem /
der Masculino
der Bus - o ônibus
die Feminino die Frau - a mulher / die Sonnen - o sol
das Mudchen - a moça / das Fraulein - a senhorita /
das Neutro
das Auto - o carro / das Fahrrad - a bicicleta / das Boot - o barco
Quadro 4: Os artigos e seus gênero no alemão (cf. Cavalcante, 2022)

Regra geral: palavras que remetem a seres masculinos são masculinas;


palavras que remetem a serem femininos são femininas;
palavras terminadas em -chen ou -lain são neutras.

O problema é que nem sempre dá pra determinar que a regra geral se aplica. Vejam que “moça” e
“senhorita” são palavras que remetem ao sexo feminino, entretanto são neutras. As palavras do campo
semântico “meio de transportes” se inserem tanto grupo do gênero neutro quanto no grupo do gênero
masculino.
No alemão, segundo Cavalcante (2022), não faz sentido falar em linguagem neutra ou gênero neutro
porque já há distinção entre palavras femininas, masculinas e neutras. Lá há estratégias capazes de
marcar uma linguagem apropriada ao gênero.

Como gênero gramatical é uma categorização, na língua, quando se deseja marcar uma
linguagem inclusiva de gênero, faz-se uso de diversas estratégias grafemáticas.
Ex: LehrerIn (professor e professora)
mein_e e beste*r Freund:in (meu melhor amigo)

3.2 A questão do gênero neutro no Português Brasileiro.

3.2.1 Antes de Cavalcante (2022), um pouco de discussão (algumas opiniões para reflexão).

Os temas embutidos na palavra “gênero” (Possenti, 2022, p. 19):


i. uma questão velhíssima, reatualizada por Bakhtin (a propósito de textos/discursos)
ii. uma questão gramatical (palavras masculinas, femininas e neutras, em nossa tradição cultural,
com ou sem alusão a questões antropológicas)
iii. ou, a maior novidade e a mais recente, uma questão social, caso em que “gênero” substitui, não
com sentido equivalente (isso nunca ocorre), a palavra “sexo”. Melhor: mais disputa espaço do
que substitui.

Várias tentativas de marcar “neutralizar” o gênero morfologicamente já foram feitas, como o uso de
“@” ou de “x” no lugar do afixo de gênero (ou da vogal temática), mas se mostraram pouco produtivas, já
que as palavras não eram lidas adequadamente por processadores de texto (Cavalcante, 2022, p. 75).
Contudo, segundo Possenti (2022, p. 21), é no léxico que a violência discursiva no campo dos
gêneros se exerce mais pesadamente. Um mesmo termo pode ter sentidos diferentes se empregado no
masculino ou no feminino, sendo que, na segunda opção, o sentido é geralmente pejorativo. Ele dá
exemplos na tabela da página 21. No masculino, por exemplo, temos “cão” (melhor amigo do homem),
“vagabundo” (desocupado); “touro” (homem forte); “homem da vida” (pessoa com sabedoria) etc., em
oposição a “cadela”, “vagabunda”, “vaca”, “mulher da vida”.

● O Gênero neutro é realmente neutro?


“Se todes é a forma para quem não quer ser identificado pelo gênero, ela é também uma
forma de igualdade. Mas neutralizar o gênero para quem quer se identificar por seu gênero,
trocando todos por todes, é trocar uma hegemonia por outra. E nessa história, as mulheres
acabam mais uma vez marginalizadas e excluídas. Assim como não é consenso entre as
vertentes do movimento LGBTQI+ que todes deve neutralizar gênero, não é consenso entre
as vertentes do movimento feminista que a neutralização por todes seja representativa da
identidade de gênero feminina.” (Freitag, 2022, p. 70)

3.2.2 Cavalcante (2022) - a mudança acima do nível da consciência

● O que é uma mudança acima do nível da consciência?

Labov (1990) postula algumas bases para o entendimento da mudança linguística a partir da
observação do comportamento da comunidade de fala. Existem processos de mudança linguística que
são mais bem aceitos do que outros. Muitas vezes, em razão do grupo social em que a construção
inovadora é mais frequente.
❖ From above - mudança acima do nível da consciência social
❖ From below - mudança abaixo do nível da consciência social
✓ “geralmente as mudanças com origem na classe dominante sofrem menos preconceito social e
são menos estigmatizadas do que as mudanças oriundas do vernáculo.” (Cavalcante, 2022, p. 89)

Gênero neutro, no português brasileiro, é uma mudança do tipo “from above”.

✓ “o problema do gênero neutro está menos relacionado à origem - provavelmente falantes


conscientes da sua posição social e da linguagem e que têm consciência de que a linguagem é
espaço de poder - do que ao modo como esse grupo é tido na sociedade.” (Cavalcante, 2022, p.
89)

● Como essa mudança se concretiza formalmente?

Para Cavalcante (2022), em português, há oposição gramatical entre masculino e feminino, a qual
representa uma oposição no mundo biossocial. Ocorre que a autora defende que o não binário não tem
uma marcação gramatical específica e isto propicia o surgimento de um movimento que postula um
morfema gramatical capaz de marcar essa oposição conceitual.

As formas terminadas em -e, segundo a autora, marcam a oposição masculino, feminino,


neutro nos vocábulos que têm traço [+humano].

1. a. aluno/aluna/alune
b. professor, professora, professore
c. cansado, cansada, cansade
d. nu, nua, nue

Masculino Feminino Não-binário


Quadro 5: Os gêneros gramaticais no Português Brasileiro em palavras com o traço [+humano]
(cf. Cavalcante, 2022)

3.2.3 A questão fonológica - a característica das sílabas do português

Masculino Formas fonológicas neutra Problemas

Professor Professorie Ditongos em sílabas Cárie - Cari [‘kaɾi]


finais são monotongados

Presidente Presidentie Ditongos em sílabas Barbárie - Barbari


finais são monotongados [‘baγbaɾi]
Quadro 6: A estrutura silábica do gênero neutro e a monotongação (cf. Schwindt, 2020)

Masculino Formas fonológicas Problemas

Professor - Professorie - professoris Foneticamente o plural é [pɾofesoɾis]


professores igual no masculino e no
feminino

Presidente - Presidentie - professoris Foneticamente o plural é [pɾezid~etis]


presidentes igual no masculino e no
feminino
Quadro 7: A estrutura silábica do gênero neutro e a neutralização do plural (cf. Schwindt, 2020)
✓ Scwindt (2020) se questiona por que uma língua introduziria uma oposição de caráter consciente
num sistema em que a posição é destruída por mecanismos fonológicos, portanto inconscientes.

✓ Cavalcante (2022) defende que formas homófonas existem na língua desde sempre e que elas
não se anulam. Ex: amava (primeira ou terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo) /
amaram (terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo e do pretérito mais que perfeito
do indicativo).

3.2.4 Conclusão sobre o gênero neutro

Há uma discussão e há diferentes pontos de vista sobre tema. Conforme aponta Possenti (2022, p.
34), “independentemente se se chegar a uma solução de consenso entre as alternativas postas, [...] o
fato é que a questão está posta. Seria indecente não reconhecer sua relevância”.
De qualquer forma, o meio acadêmico é o lugar mais adequado para refletir sobre tais questões e,
além disso, reconhecer a existência e a importância dos dialetos identitários é questão de respeito e
cidadania.

Referências Bibliográficas
CÂMARA, JR, Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis, Editora Vozes, 1970.
CAVALCANTE, Silvia Regina de Oliveira. “A Morfologia de gênero neutro e a mudança acima do nível da
consciência.” In: FILHO, Fábio Ramos Barbosa & OTHERO, Gabriel de Ávila. Linguagem Neutra - Língua e Gênero
em debate. São Paulo, Parábola, 2022, p. 73-93.
FREITAG, Raquel Meister Ko. “Conflito de regras e dominância de gênero.” In: Filho, Fábio Ramos Barbosa &
Othero, Gabriel de Ávila. Linguagem Neutra - Língua e Gênero em debate. São Paulo, Parábola, 2022, p. 53-72.
GONÇALVES, Carlos Alexandre. Morfologia. 1. ed. São Paulo, Parábola, 2019.
LABOV, William. The intersection os sex and social class in the course of linguistic change. Language variation and
change. Cambrigde: Cambrigde University Press, v.2, 1990, p. 135-156
POSSENTI, Sirio “O Gênero e o gênero.” In: FILHO, Fábio Ramos Barbosa & OTHERO, Gabriel de Ávila. Linguagem
Neutra - Língua e Gênero em debate. São Paulo, Parábola, 2022, p. 17-36.
ROCHA, Luiz Carlos Assis. Estruturas morfológicas do português. São Paulo, Martins Fontes, 2008.
SCHWINDT, Luiz Carlos. Sobre gênero neutro em português brasileiro e os limites do sistema linguístico. Revista
da Abralin, v. 19, n.1, 2020

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