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Discriminação por diversidade funcional

Introdução:
Este trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia, pretende abordar o tema da igualdade e
discriminação (sendo este é cada vez mais discutido no nosso dia-a-dia).
No nosso caso, debruçarmo-nos-emos sobre pessoas com incapacidades físicas e/ou motoras (pessoas com
deficiência), já que estas são decorrentemente vítimas de estigmas e preconceitos (vindo a aumentar ano
após ano, conforme estudos indicam). Em outros termos, “Pessoas com deficiência incluem aquelas que
têm incapacidades duradouras físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais, que em interação com várias
barreiras podem impedir a sua plena e efetiva participação na sociedade em condições de igualdade com os
outros”. (INR, 2020), para além de em casos específicos não conseguirem desempenhar tarefas que
consideramos banais do nosso quotidiano. Como é possível atentar, já foram criadas leis como: “É proibido
discriminar, direta ou indiretamente, pessoas com base na deficiência e no risco agravado de saúde” (Lei n.º
46/2006), que previnem certos casos de exclusão social. No nosso país, existem mais de 630 mil pessoas
que vivem com algum tipo de deficiência enfrentando diariamente barreiras à comunicação, ao acesso à
informação, serviços sociais, assistência médica, inclusão social e educação.
Tendo isto em conta, devem as pessoas com deficiência ter acesso às mesmas oportunidades que alguém
não portador desta doença?
A pergunta anterior trata-se de um problema filosófico pois não tem uma resposta certa, e não é possível
ser respondido através da ciência, ou a partir de cálculos matemáticos, por isso é necessário recorrer ao
pensamento e ao diálogo. Devido a ser um problema que suscita o pensamento faz com que existam
diferentes perspetivas, logo cada autor/pessoa tem a sua própria opinião no assunto em questão sem
haver necessariamente uma resposta concisa.
É de extrema importância que este problema filosófico ser resolvido, já que estamos a falar de vidas
humanas, que merecem igualdade, conforme os seus direitos, independentemente se portam alguma
deficiência ou não.
Ao longo do trabalho, vamos basear-nos nas dificuldades, diferenças, distinções, discernimentos,
discriminações e desigualdades que estas possam enfrentar nos diferentes setores de trabalho, escolas,
desportos, e no dia-a-dia de cada sujeito. Para a tentativa de achar uma possível resposta, de acordo com o
nosso ponto de vista, iremos fundamentar o argumento utilizando a lógica proposicional clássica para
provar a veracidade do mesmo. Contudo, para além da apresentação do nosso argumento, iremos também
apresentar as possíveis objeções ao nosso ponto de vista, ou seja, as perspectivas contrárias àquilo que
pretendemos defender. Iremos formular também uma tabela de verdade tanto para os argumentos a favor
como para os argumentos contra, testando, através de inspetores de circunstâncias, o valor lógico de cada.

Argumento a favor da Igualdade


Na nossa opinião, as pessoas portadoras de deficiências física ou motoras não deviam sofrer qualquer tipo
de discriminação e deviam ter direito às mesmas oportunidades, para haver um ambiente mais coperativo e
aceitativo entre todos. Para isso é necessário que todos interagam para tentar tornar essa discriminação
menos significante.
As pessoas com deficiencia passam por diversas barreiras no seu dia a dia, não só os diferentes tipos de
discriminação, como também a exclusão por parte da sociedade em geral, como no trabalho, desporto e até
no ambiente escolar.
Suponhamos que é portador de algum tipo de deficiência e que pretende dirigir-se até à sua escola habitual
para ter aulas, porém, onde quer que passe, as pessoas olham-lhe de lado, comentam a sua aparência
chegando até a rir-se de si. Como se sentiria nesta situação?
Analisando melhor esta circunstância é normal que não se sinta à vontade a andar nas ruas, e que sinta a
exclusão quase que involuntária que a sociedade acaba por impor às pessoas com algum tipo de deficiência.
Considere agora, que chegando ao seu destino (escola), necessita de, por exemplo, utilizar a casa de banho.
Porém esta não dispõe das condições necessárias para a utilizar, e necessita de encontrar alguma que as
disponha. Então tenta perguntar a alguém que tenha esta informação, no entanto ninguém lhe responde e
vira as costas. O que faria?
Infelizmente, este tipo de situações é muito comum quando se toca ao facto da maioria das instalações não
estarem devidamente preparadas para receber todo o tipo de pessoas, o que acaba por dificultar bastante a
vida de muita gente. Além disso, também acabam por ter mais dificuldade de comunicar com outras
pessoas, não só devido às deficiências que portam, mas também à insegurança que têm em relação a si
mesmos.
Por último, acaba por descobrir que há uma casa de banho que poderá utilizar no segundo andar, mas
também não tem maneira de lá chegar, já que é de mobilidade reduzida e necessita da utilização de uma
cadeira de rodas para se locomover. Chegando à conclusão que terá de mudar de escola. Este é um tipo de
caso muito comum, em que para aceder a certos locais, as pessoas com deficiências em nível da mobilidade,
são incapazes de alcançar tal lugar, tendo de recorrer a caminhos mais prolongados, ou até recorrer a ajuda
de outras pessoas.
Tendo em conta o que foi dito, é bastante claro o porquê de nos basearmos no argumento a favor da
igualdade e contra a discriminação, já que as pessoas com deficiencia também são seres humanos e
merecem as mesmas oportunidades que todos os outros recebem, porém, infelizmente, o que acontece
acaba por ser o contrário, já que a população com algum tipo de deficiencia, acaba por ser excluída e muitas
vezes acaba por passar dificuldades no seu dia-a-dia, como foi possível observar nestes últimos exemplos,
sendo assim um problema que precisa de ser resolvido.

Argumento da distinção das capacidades afetadas pelas deficiências


As pessoas portadoras de deficiências não são totalmente incapacitadas, ao contrário do que é
normalmente pensado. Por exemplo, alguém que tem de passar o resto da vida numa cadeira de rodas
consegue ainda ser apto para inúmeros trabalhos qualificados, inclusive aqueles que uma pessoa sem
deficiência trabalha. O que devia ser feito pela sociedade é uma distinção referente ao que cada deficiência
afeta, assim, por exemplo, no mundo do trabalho podem ocupar diversos cargos que não necessitem do
que é afetado pela deficiência desta pessoa. Outro exemplo é o caso das pessoas com autismo, que tendo
em conta o âmbito legislativo é considerado uma doença (deficiência), há casos pelo mundo em que
portadores de transtorno do espectro autista exercem cargos importantíssimos como médicos e não existe
qualquer problema pois apesar da sua deficiência eles ainda possuem todas as qualidades necessárias para
exercer o trabalho de médico.
Ao fazer distinções no que é menos/igualmente/mais qualificado e dando oportunidades referentes a essa
distinção, estaríamos a ser justos e a oferecer as mesmas oportunidades que alguém não portador de
deficiência. Isto, porque tendo ou não incapacidades todos os seres humanos têm melhores qualidades
assim como têm as suas fraquezas, então com pessoas com qualquer deficiência deveríamos ver as suas
qualidades e não só os defeitos provenientes da deficiência, assim sendo igualmente justos e dando-lhes as
mesmas oportunidades, quer no mundo do trabalho quer em outras áreas como o lazer. Um exemplo de
uma área que aproveita as qualidades e adapta-se tendo em conta a incapacidade é a área do desporto,
que criou desportos ou adaptou-os de forma a usar as qualidades restantes para conseguirem praticar. Isso
é positivo pois cria mais áreas de trabalho para os atletas profissionais, e mais areas de lazer, pois lá jogam
com pessoas sobre as mesmas condições e não sofrem qualquer tipo de exclusão ou discriminação. Logo, as
pessoas com deficiência devem ter as mesmas oportunidades que as pessoas não portadoras, pois assim
como elas, possuem qualidades que vão além do seu estado e defeitos. Algumas áreas, do desporto, por
exemplo, já criaram certas modalidades, como iremos falar a seguir (desportos paralímpicos).

Áreas que praticam a igualdade


Apesar deste problema ser recorrente, e muito comum, tem havido certas áreas que se preocupam com os
portadores de deficiência, como é o caso da área do desporto, que tem implementado novas modalidades
específicas para diversos tipos de deficiência como é o caso de:
- Goalball (praticado por atletas com deficiência visual)
- Basquetebol em cadeira de rodas (praticado por atletas com deficiências motoras
- Natação paralímpica (destinada a atletas com qualquer tipo de deficiência)
- Futebol de 5 (praticado por atletas cegos)
É importante a existência destes desportos, pois, já que as pessoas com deficiência não podem praticar nos
desportos ditos normais sem haver injustiças, esta é uma maneira de conseguir incluir estas pessoas no
mundo do desporto, para além de oferecer a toda a gente a oportunidade de praticar atividade física.
Para além do desporto a moda tem cada vez mais, vindo a aceitar modelos com deficiências, como é o caso
de Sófia Jirau, a primeira modelo de Victoria’s Secret com síndrome de down e Kate Grant que se tornou na
primeira modelo portadora de síndrome de Down, a vencer uma competição de beleza internacional.
Provando assim que toda a gente consegue ser bonita à sua maneira, ajudando na inclusão destas pessoas.
A dança é outra área que tem vindo a ganhar mais pessoas com deficiência dia após dia, chegando a existir
dança com pessoas de cadeira de rodas, síndrome de down e até de pessoas sem alguns membros do
corpo, provando que tudo é possível independentemente das incapacidades que possam possuir.
Argumento que defende uma maior inclusão dos portadores de deficiências no
trabalho e nas escolas:
Um dos quatro chamados “core labour standards" é referente à igualdade de oportunidades no trabalho.
Contudo as pessoas com deficiência têm, frequentemente, vindo a ter o seu trabalho digno negado. Cerca
de 15% da população mundial têm algum tipo de deficiência ( mil milhões de pessoas). E estes têm taxas de
desemprego e inatividade superiores às do conjunto da população ativa no acesso ao mercado de trabalho.
Sempre existiram diferenças no funcionamento físico, mental e sensorial, no entanto o pensamento errado
de que todos agimos e reagimos da mesma maneira é a principal razão da exclusão de pessoas portadoras
de deficiência na área do trabalho.
Com a contratação de pessoas com deficiência fará com que haja uma maior diversidade no ambiente de
trabalho. Ou seja, com a contratação de um portador de deficiência poderá trazer uma maior diversidade
no que toca à interação, convivência e até um melhor ambiente, trazendo assim vantagens, tanto aos
portadores como aos não portadores de deficiência.
Desde da escola que deveria haver uma maior inclusão para essas pessoas, implicando que os professores e
toda a comunidade escolar estejam preparados para qualquer tipo de aluno, mesmo sendo portador de
qualquer incapacidade. A educação nas escolas tenta tratar todos de forma igual, ignorando assim as suas
incapacidades mas ao fazer isso não está a pôr todos os alunos ao pé de igualdade, está a criar divisões
onde alunos sem incapacidades conseguem obter melhores resultados do que os que as têm. A educação
deveria ser inclusiva, implicando a reestruturação da escola enquanto instituição, tal que é o seu dever
responder de forma eficiente às necessidades de cada aluno. Todas as crianças têm o direito à educação,
possuindo características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem únicas.
Ou seja, as pessoas portadoras de deficiências, deveriam ser mais incluídas desde as escolas assim
possibilitando, no futuro, a uma menor exclusão no trabalho, pois variações no aproveitamento de cada
trabalhador acaba por estar diretamente relacionado com o seu aproveitamento nas escolas.
Sempre existiram diferenças entre pessoas e não é por alguém ter alguma incapacidade que devia ser
completamente negado o seu direito a um trabalho digno.

Objeções
Existem objeções referentes à oportunidade dos portadores de deficiência ser a mesma à dos não
portadores.
São usados alguns argumentos pelos defensores de que as pessoas com incapacidades não devem ter as
mesmas oportunidades que as outras, já que não têm as mesmas capacidades de pessoas “saudáveis”.
Porém não nos podemos esquecer de que cada trabalhador terá o seu próprio aproveitamento
independentemente se tem alguma deficiência ou não, ou seja mesmo que alguém com algum tipo de
deficiência ocupe certos postos de trabalho, não quererá dizer que este não seja capaz de cumprir a sua
tarefa.

Uma das teses utilizadas por quem não concorda que os portadores de deficiências merecem a igualdade de
oportunidades em termos do trabalho é:
“Não temos garantia da profundidade desta deficiência para lhes confiar postos de trabalho importantes
socialmente (médico, juiz, etc.)”.
Nesta premissa, é verdade que depende do grau de profundidade da deficiência para se confiar certos
postos de trabalho. Por outro lado, não significa que todos os sujeitos com deficiência sejam incapazes de
ocupar tais cargos, como é o caso de alguém com incapacidade motoras que não consiga andar, já que
pode perfeitamente ocupar o cargo de juiz.
Mesmo que a profundidade da deficiência não permita ocupar cargos tão elevados, não quer dizer que não
possa ocupar cargos mais simples e com as condições ideais para que alguém portador de alguma
deficiência possa trabalhar. Como por exemplo, ao invés de ocupar cargo de médico, ocupar o cargo de
recepcionista, já que para tal o grau de exigência não é tão elevado, não sendo necessárias tantas
qualificações para ocupar o cargo.

Outra tese contra a igualdade de oportunidades de pessoas com deficiência é:


“Os obstáculos que já têm enfrentado na vida dificultou-lhes o acesso a uma educação de qualidade e por
isso poderão não estar tão bem preparados para desempenhar as mesmas funções que outrém”.
Nesta, coloca em causa a qualidade de trabalho que alguém portador de deficiência terá, devido à sua
educação, o que acaba por ser compreensível já que na maioria das vezes a educação que é disponibilizada
a estas pessoas nem sempre é a ideal, colocando-as assim em grande desvantagem em relação às outras
(não portadoras de deficiências). O que nos leva à conclusão que um dos principais motivos pela qual os
indivíduos portadores de deficiência não terem as mesmas oportunidades que o resto da população, tem
origem na educação que estes levam, existindo assim uma grande necessidade de reverter isto,
implementando melhores condições de trabalho e educação para qualquer tipo de alunos, para não haver
diferenças relevantes no futuro em relação aos mercados de trabalho de cada sujeito.
Para além disto, seria também possível existir um certo tipo de estágio próprio para estas pessoas, para que
desta maneira aprendam a realizar certos trabalhos que estes sejam capazes de fazer de forma a serem
incluídos em vários tipos de mercados de trabalho

Argumento a favor da Igualdade:


As pessoas têm direito à igualdade.
Os sujeitos com deficiência têm direito à igualdade se e só se os sujeitos com deficiência são pessoas
Os sujeitos com deficiência são pessoas
Logo, os sujeitos com deficiência têm direito à igualdade Tabela de verdade deste argumento
(válido)

Dicionário:
P=Os sujeitos com deficiência são pessoas
Q=As pessoas têm direito à igualdade
R= Os sujeitos com deficiência têm direito à igualdade

Formalização:
Q
R <-> P
P
:.R

Argumento da distinção das capacidades afetadas pelas deficiências


Os indivíduos com deficiência são capazes de exercer o seu trabalho ou são totalmente incapacitados
Os indivíduos com deficiência não são totalmente incapacitados
Logo os indivíduos com deficiência são capazes de exercer o seu trabalho

Dicionário:
P= Os indivíduos com deficiência são capazes de exercer o seu trabalho
Q= Os indivíduos com deficiência são totalmente incapacitados

Tabela de verdade deste argumento (válido)


Formalização:
PVQ
¬Q
:.P

Argumento que defende uma maior inclusão dos portadores de deficiências no


trabalho e nas escolas:
As pessoas com deficiência devem ser incluídas
A inclusão das pessoas com deficiência é vantajoso se e só se houver condições favoráveis
Logo, se houver condições favoráveis, então as pessoas com deficiência devem ser incluídas

Dicionário: Tabela de verdade deste argumento (válido)


P= As pessoas com deficiência devem ser incluídas
Q= A inclusão das pessoas com deficiência é vantajoso
R= Há condições favoráveis

Formalização:
P
Q <-> R
:.R -> P
Objeção da necessidade de conhecimento do grau de deficiência do sujeito
(primeira objeção referida)
Postos de trabalho importantes poderão ser ocupados se e só se a pessoa for qualificada
Se a pessoa possui um grau elevado de deficiência então a pessoa não é qualificada
Logo, se a pessoa possui um grau elevado de deficiência então os postos de trabalho importantes não
poderão ser ocupados

Dicionário:
P= Postos de trabalho importantes poderão ser ocupados
Q= A pessoa é qualificada
R= A pessoa possui um grau elevado de deficiência

Formalização:
P <-> Q
R -> ¬Q
:.R -> ¬P

Tabela de verdade desta objeção


(válida, porém não sólida como provado anteriormente)

Objeção da falta de preparação (ensino) para praticar certas funções (segunda


objeção referida)
Os obstáculos da vida dificultaram as aprendizagens a estas pessoas
Se os obstáculos da vida dificultaram as aprendizagens a estas pessoas, então não tiveram acesso a uma
boa educação
Logo, se estas pessoas não tiveram acesso a uma boa educação, então não são capazes de realizar certas
funções

Dicionário:
P= Os obstáculos da vida dificultaram as aprendizagens a estas pessoas
Q= Estas pessoas tiveram acesso a uma boa educação
R= Estas pessoas são capazes de realizar certas funções
Formalização:
P
P -> ¬Q
:.¬Q -> ¬R
Tabela deste argumento
(inválido já que em uma das circunstâncias
as premissas podem ser todas verdadeiras e
a conclusão falsa, sendo automaticamente não sólido).

Conclusão
Como foi previamente averiguado no nosso trabalho, apresentámos um assunto importante do nosso
quotidiano, cujo tema principal é “discriminação por diversidade funcional”, englobado no tema geral da
“igualdade e Discriminação”.
Como foi referido, a nossa opinião (a favor) é que não importa o facto de serem menos capacitados do que
pessoas ditas “normais”; Todos devem ter direito às mesmas oportunidades, porém devemos também ter
em consideração o grau de deficiência de cada sujeito e aplicar as melhores condições possíveis, para uma
boa qualidade de vida.
Os argumentos que utilizámos para defender o nosso ponto de vista foram: argumento a favor da
igualdade, argumento da distinção das capacidades afetadas pelas deficiências e o argumento que defende
uma maior inclusão dos portadores de deficiências no trabalho e nas escolas.
No argumento a favor da igualdade defendemos que apesar de serem portadoras de deficiência continuam
a ser pessoas e todas as pessoas devem ser tratadas por igual, logo devem ter as mesmas oportunidades.
No raciocínio da distinção das capacidades afetadas pelas deficiências, mencionamos a situação de os
indivíduos com deficiência não serem totalmente incapacitados e, por isso, são capazes de exercer o seu
trabalho, tendo assim o direito a não serem excluídos.
Na hipótese que defende uma maior inclusão dos portadores de deficiências no trabalho e nas escolas, nós
afirmamos que os deficientes devem ser mais aceites nos trabalhos, já que trará vantagens para todos os
lados. Foi também referido que a principal razão pela exclusão é o pensamento errado que a sociedade
adota de que todos agimos e reagimos da mesma forma. Defendemos também que a inclusão não deve ser
só nos trabalhos e que deve começar nas escolas ao criar um ambiente adaptado para as necessidades de
todos os alunos de forma a desenvolver as suas habilidades e interesses.
Também refutamos possíveis objeções para defender o nosso ponto de vista. A objeção da necessidade de
conhecimento do grau de deficiência do sujeito defende que se a pessoa possuir um grau elevado de
deficiência não é qualificada para trabalhar, mas isto é falso pois existem trabalhos em que não é
necessário algumas qualidades que possam ser afetadas pela condição em que o sujeito se encontra. E
mesmo que não ocupe um cargo tão importante socialmente pode ainda destacar-se nos trabalhos que não
necessitem de tanta qualificação. Outra objeção era que a educação foi afetada devido à sua experiência de
vida, logo, não teve as qualidades desenvolvidas para ocupar os mesmos cargos que outrem, nós opomo-
nos ao dizer que a culpa não é da incapacidade em sim mas é na educação que não adapta-se às
necessidades de cada aluno. Logo os deficientes devem possuir as mesmas oportunidades pois caso haja
alguma desvantagem é devido a agentes externos e não à incapacidade em si.
Para além disso recorremos também à utilização de tabelas de verdade para verificar a validez de cada
argumento e cada objeção.
Tendo em conta todo o decorrer deste trabalho, foi possível chegar à conclusão que as pessoas portadoras
de deficiência merecem as mesmas oportunidades que todas as outras recebem, em que para tal seria
apenas necessário uma melhoria das condições disponibilizadas pelos diferentes setores da educação e do
trabalho de forma a que permitisse um bom aproveitamento por parte de toda a gente.

Bibliografia/ Webgrafia
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https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_650835/lang--pt/index.htm, consultado em 11 de maio de 2022;

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https://www.inr.pt/nao-discriminacao, consultado em 11 de maio de 2022;

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https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_650799/lang--pt/index.htm, consultado em 11 de maio de 2022;

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https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/covid_19_pessoas_com_deficiencia.pdf,
consultado em 12 de maio de 2022

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https://www.dn.pt/edicao-do-dia/02-dez-2018/-um-milhao-e-700-mil-portugueses-tem-incapacidade-
somos-uma-sociedade-inclusiva-10264748.html, consultado em: 12 de maio de 2022;

IPL (Instituto Politécnico de Lisboa), Os desafios da inclusão de alunos com síndrome de down, disponível
em:
https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/2485/1/Os%20desafios%20da%20inclus%C3%A3o%20de
%20alunos%20com%20s%C3%ADndrome%20de%20down.pdf, consultado em: 13 de maio de 2022;

Ministério Público Portugal, Regras gerais sobre a igualdade de oportunidades para as pessoas com
deficiência, disponível em:
http://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/regrasgerais-igualdadeoportunidades.pdf, consultado
em 15 de maio de 2022;

FPDD (Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência) disponível em:
https://fpdd.org/ consultado em: 15 de maio de 2022;

Atividade para Educação Especial, Os argumentos contra e a favor da educação inclusiva, disponível em:
https://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-os-argumentos-contra-e-a-favor-da-educacao-
inclusiva/, consultado em 15 de maio de 2022.

CM jornal, Menina torna-se na primeira modelo com síndrome de down a vencer concurso de beleza
internacional, disponível em: https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/menina-torna-se-na-primeira-
modelo-com-sindrome-de-down-a-vencer-concurso-de-beleza-internacional consultado a 19 de maio de
2022

Máxima, SOFÍA JIRAU, A PRIMEIRA MODELO DA VICTORIA’S SECRET COM SÍNDROME DE DOWN, disponível
em:
https://www.maxima.pt/atual/detalhe/sofia-jirau-a-primeira-modelo-da-victorias-secret-com-sindrome-
de-down consultado a 19 de maio de 2022

GAMA, Ana; FARIA, Domingos, VERÍSSIMO, Luís (2021), Como pensar tudo isto? Filosofia -10.º Ano, Lisboa,
Asa Editora. Págs 52-125

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