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KIKOSOFIA
Francisco Moreira
Número 8 MARÇO DE 2023
MARÇO
Por Francisco Moreira
KIKOSOFIA
Número 8 MARÇO DE 2023
FICÇÕES CIENTÍFICAS
Acertos que nos levam ao fim?
Em livros e filmes sobre ficção científica costumamos
ver, modo geral, duas vertentes, aquela em que a
Humanidade conseguiu superar suas barreiras e
evoluiu de modo a explorar o espaço ou outras
dimensões, passando a respeitar as formas de vida
existente e viver em harmonia - nestes, o desafio
vilanesco costuma vir de fora, uma ameaça
alienígena, um monstro, etc. Aqui podemos citar Star
Trek (Jornada nas estrelas) ou Doutor Who e "Eu,
robô" de Isaac Assimov.
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FORMAÇÃO DE LEITORES
Um desafio complicado, mas possível
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Número 8 MARÇO DE 2023
Sempre que vou a uma das poucas livrarias que nos restam, vejo um grande
número de jovens iniciando a adolescência rodando as sessões de infanto juvenil
e alguns adultos nos livros técnicos, poucos na sessões de literatura. A pesquisa
citada mostra que a leitura por prazer diminui progressivamente com o avançar da
idade e aumenta a necessidade da leitura através de livros técnicos e
profissionais. Mas porque essa diminuição no prazer da leitura? Tenho uma teoria.
Os jovens buscam livros que tem a ver com séries, muitas delas reproduzidas no
cinema ou nos streamings, que tentam retratar de alguma forma as descobertas
da adolescência, com aventuras e fantasias que buscam replicar o fantástico
sucesso de J.K Rowling. Diversas sagas adolescentes surgiram a partir da
inovadora forma de contar histórias da escritora. Algumas dessas tentativas
foram também extremamente bem-sucedidas como a saga de Katniss Everdeen em
Jogos Vorazes, com filmes de grande sucesso; ou Percy Jackson, horrível no
cinema, mas bem sucedido nos livros. Muitas outras séries de livro acabaram
ganhando projeção assim, tendo maior ou menor repercussão e vendendo muito
para esse público. Fato é que muitas dessa sagas usam e abusam de uma fórmula
de êxito instantâneo, mas que também se tornam repetitivas e cansam. Desse
modo, vendem, viram jogos e filmes, colecionáveis, produtos comerciais de
relevância. Mas não criam leitores de longo prazo justamente por serem
repetitivos em suas propostas. A imaginação não flui como deveria. Entenda que
não tenho nada contra essas sagas literárias, muito pelo contrário, elas são
importantes no estímulo a leitura, mas deveriam ser mais autocontidas. Leitores
que deveriam ser apresentados a novas leituras, a novos escritores, a novos
estilos, ficam reféns de uma saga com dezenas de continuações e derivados (os
spin-offs) e quando crescem perdem o estímulo pela descoberta de novas
aventuras e vão aos poucos alimentando a alma apenas de livros técnicos e
prazeres superficiais ruminados pela mídia virtual.
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Quando lidos, pergunte sobre os livros ou quadrinhos, mas sem fazer pressão por
resumos ou coisa do tipo, já basta a escola pra isso, e a leitura tem que ser
prazerosa e não uma obrigação. Peça pra sua criança lhe contar a história,
pergunte sobre o que fala, como ela imagina os personagens, os cenários, mas
conversando, não exigindo. Lembre que nem sempre você vai conseguir
transformar alguém em um leitor, mas seguir tentando sempre é um estímulo que
pode nos levar a lugares e descobertas incríveis, afinal a leitura é capaz de criar
sonhos, fazer a imaginação viajar e tornar alguns sonhos realidade.
Francisco Moreira
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I NT ERN
plantadas em 1908, quando em 26 de fevereiro, 15 mil
AM
mulheres marcharam pela cidade de Nova York
ULH
exigindo a redução das jornadas de trabalho, salários
melhores e direito ao voto.
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E
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A proposta de anualmente reservar um dia de
convenções e movimento internacional para discutir
a situação dos direitos femininos veio da alemã 8 DE MARÇO
chamada Clara Zetkin, ativista comunista e defensora
dos direitos das mulheres, durante a 2ª convenção
internacional de mulheres socialistas. A proposta de
Clara de criar um Dia Internacional das Mulheres não
tinha uma data fixa.
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econômicas e físicas. Um estudo da ONU em 13 países
AM
mostrou que quase metade das mulheres relatou ter
ULH
sofrido ou conhecer alguma mulher que sofreu
violência durante a pandemia.
IA
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D R
Em todo o mundo o aumento de feminicídios vem
causando preocupações em organismos
internacionais. O recente ressurgimento do Talibã
8 DE MARÇO
retirou de mulheres mulçumanas o direito a escola e
a liberdade, acusações de bruxaria tem levado
mulheres a serem agredidas ou mortas em mais de
50 países, segundo levantamento recente da ONU.
O Brasil registrou aumento de cerca de 11% de homicídios de mulheres nos últimos cinco
anos, destas a maioria da vítimas é negra (62%), e tem como principal algoz o próprio
esposo e/ou ex-companheiro. A violência contra a mulher entretanto não escolhe classe
social, estando presente mesmo em famílias abastadas e de bom nível educacional, o
que demonstra a urgência e necessidade de cada dia mais buscar a conscientização
sobre o assunto.
O crime de feminicídio foi definido no Brasil no ano de 2015. A lei nº 13.104/15 alterou o
Código Penal e tipificou a conduta. Além disso, o feminicídio é considerado um crime
hediondo (previsto na lei nº 8.072/90). Essa classificação faz com que a conduta seja
tratada pela Lei Penal de forma mais rigorosa. A pena é definida como prisão de 12 a 30
anos, podendo ser aumentada em até 1/3 se cometido em determinadas situações.
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Rômulo teria então implorado as mulheres capturadas que ficassem na cidade e se casassem com seus
homens, alegando que tal ato acontecera em razão da recusa em permitir que os Romanos as desposassem.
Prometendo ainda que elas teriam casamentos dignos e partilhariam de todos os direitos civis, sendo mães
de homens livres. O historiador Tito é enfático ao afirmar que não houve nenhum abuso sexual e que às
mulheres foi dado o direito de escolha.
Os Sabinos no entanto, entraram em guerra contra Roma e após dois anos de batalhas, com a ajuda de uma
Sabina chamada Tarpeia, conseguiram entrar e dominar a cidade, esta após a traição foi esmagada pelos
próprios Sabinos e jogada do alto de uma rocha. Durante a batalha que se seguiu o inesperado aconteceu, as
mulheres que haviam sido raptadas e agora viviam entre os Romanos interviram, pedindo que as lutas
cessassem.
"entraram corajosamente no meio dos objetos que eram arremessados, com cabelos despenteados e roupas rasgadas. Correndo
por entre o espaço entre os dois exércitos, tentavam fazer com que os combates cessassem e acalmar as paixões exaltadas
apelando aos seus pais, num dos exércitos, e a seus maridos, no outro, para que não amaldiçoassem a si mesmos ao manchar
suas mãos com o sangue de um sogro ou de um genro, nem desse a seus descendentes a mancha do parricídio. "Se", gritaram,
"vocês estão cansados destes laços de parentesco, destes laços matrimoniais, voltem então sua ira para nós; somos nós o motivo
desta guerra, fomos nós quem ferimos e matamos nossos maridos e nossos pais. Melhor perecer do que viver sem um ou outro de
vocês, seja como viúvas ou órfãs." (LÍVIO)
Após tal intervenção, o conflito chegou ao fim e foi feito um tratado de paz em que os Sabinos passaram a
integrar a população romana, formando uma nação única, sendo governada em conjunto por seu rei Tito
Tácio e Rômulo.
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Transfobia
É PRECISO FALAR SOBRE ISSO
Francisco Moreira
Mês das mulheres e é impossível não falar homicídio doloso, constitui circunstância que
em mulheres e homens trans, o qualifica (aumentando a pena), por
principalmente diante do quadro de configurar motivo torpe. Entendendo que o
discriminação, preconceito e conceito de racismo ultrapassa aspectos
desconhecimento do que se trata e do que estritamente biológicos ou fenotípicos e
muitas vezes nos acostumamos a ver e alcança a negação da dignidade e da
tratar de forma jocosa, violenta ou humanidade de grupos vulneráveis.
negacionista.
Mas o porquê de haver tantos casos de
Pessoas transexuais e transgênero são transfobia? - Primeiro é necessário entender
aquelas que não se identificam com seu que a questão é estrutural, no qual a
sexo e gênero de nascença. Ser um homem sociedade vê como normal apenas as relações
ou mulher trans é o contrário de ser um heterossexuais, descartando todas as demais.
homem ou mulher cisgênero. Estes, por sua Questões religiosas que destoem daquilo que é
vez, se identificam com o sexo biológico e considerado correto e os estereótipos daquilo
gênero em que nasceram. que é considerado normal.
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Transfobia:
É necessário entender para vencer o
preconceito
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REFULGIR URBANO
A ETERNA RAINHA AVENTUREIRA DO JORNALISMO
Para mim a Glória era imortal. Ela está presente nas memórias mais antigas que tenho sobre a
televisão. Era simplesmente fantástico assistir a Glória quando ela aparecia na telinha, uma mulher
negra, linda, com um sorriso enorme no rosto e a coragem de perguntar coisas que fariam qualquer
outro corar. Uma mulher sem travas na língua e na liberdade de ser quem era, de brigar por seu
espaço, de criar uma forma de informar que parecia ser só dela. Uma mulher que sempre se
reinventava, eu cresci, envelheci, a Glória não, nunca! Ela permaneceu a mesma menina sapeca
que aparecia na TV em aventuras malucas, desafiando o perigo quase como se ele não importasse
e não importava, a vida e a vontade de fazer o espectador vivenciar ainda que por meio dela
emoções era a missão de vida que a movia.
Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 15 de agosto de 1949, aos 18 anos,
ingressou no curso de jornalismo da Universidade Católica (PUC – Rio) e em 1970 ingressou como
estagiária da TV Globo no Rio de Janeiro, em 1971 iniciou como repórter na cobertura do
desabamento do Elevado Paulo de Frontin e logo virou ancora do RJTV, em seguida fez
reportagens para o Jornal Hoje e o Jornal Nacional, passando ao Fantástico em 1986. Viajou o
mundo em reportagens especiais que mostraram mais de 100 países e entrevistou diversas
personalidades como Michael Jackson, Freddie Mercury, Harrison Ford, Leonardo Di Caprio e
Madona, entre outras, sempre com seu jeito simpático, curioso e firme.
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A ÁGUIA DO BRASIL
CEM ANOS DA MORTE DE RUI BARBOSA
Rui Barbosa foi também jornalista, tendo escrito para diversos jornais tais como
“A Imprensa”, “Jornal do Brasil” e o “Diário de Notícias” do qual era presidente.
Escreveu vários textos, artigos, discursos, etc. que reunidos representam mais de
100 volumes. Sócio fundador da Academia Brasileira de Letras onde ocupava a
cadeira de número 10, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa. Foi,
durante 32 anos, Senador pela Bahia, em cinco mandatos; foi ainda eleito (1921)
Juiz da Corte Internacional de Justiça, recebendo as mais altas homenagens
mundiais. Sua vasta biblioteca, com mais de 50.000 títulos pertence à Fundação
Casa de Rui Barbosa, localizada em sua própria antiga residência no Rio de
Janeiro. Rui Barbosa faleceu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 01 de março de
1923.
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"A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça. Cumpre que
enxergue por igual à direita e à esquerda."
"As leis que não protegem nossos adversários não podem proteger-nos."
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Queixa ou agradecimento?
Vejo muita gente reclamando da vida, que as coisas andam ruins, que nada dá
certo, etc. Esta semana, resolvi analisar a mim mesmo e, percebi que tenho mais
motivos para agradecer do que reclamar. Mesmo tendo sido preterido em
situações que fogem ao meu controle, a indignação, mais rapidamente que de
outras vezes, cedeu ao entendimento de que tudo tem seu tempo e, tudo vem por
consequências de nossas atitudes para com os outros.
A sociedade está cheia de pessoas que se orgulham em dizer que “não levam
desaforo pra casa” ou que “não abaixam a cabeça pra ninguém”, achando elas
que o orgulho é mais satisfatório que a humildade, olvidando totalmente que o
paradigma da humanidade transitou por este orbe mostrando exatamente o
contrário. Há um contrassenso vigente na sociedade brasileira, que se diz, em sua
maioria, cristã e, demonstra exatamente o inverso. O que esperam essas pessoas?
Que as benesses divinas recaiam sobre eles, que praticam iniquidades e
maledicências? O que esperam aqueles que valorizam o “jeitinho brasileiro” para
justificar sua preguiça e desonestidade? O que esperam os adeptos do jargão
“farinha pouca meu pirão primeiro”? E aqueles que acham ser possível praticar
erros porque “todos o fazem”? Essas pessoas são capazes de se queixar da vida
quando alguma dificuldade se apresenta, sem sequer imaginar que foram elas
mesmas que atraíram para si toda sorte de infortúnios, através de seus atos.
Somos os construtores do nosso destino. De fato, temos mais a agradecer do
que nos queixar.
Josnei Castilho
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CINEOLHAR
Em 1986, o eletricista texano Ron Woodroof
(Matthew McConaughey) é diagnosticado com AIDS e
logo começa uma batalha contra a indústria
farmacêutica, após perceber que os medicamentos
usados nos EUA, além de caros eram ineficazes
contra a síndrome. Procurando tratamentos
alternativos, ele passa a contrabandear drogas
ilegais do México e aproveitando-se de uma brecha
legal cria o "clube de compras" para vender a
pacientes infectados. Com direção de Jean-Marc
Vallée o filme de 2013, baseado em fatos reais,
mostra a luta pela sobrevivência numa época em que
pouco se conhecia sobre a AIDS e o preconceito
dominava aqueles que se contaminavam. Uma
oportunidade para conhecer e refletir sobre temas
como diversidade, machismo, discriminação,
redenção e protecionismo estatal descabido.
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DIVERGÊNCIAS
Indo na contramão de certas "correntes" - Francisco Moreira
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Número 8 MARÇO DE 2023
A comparação com a atitude do Talibã não é feita por mim à toa. Claro
que há expressões e representações que hoje podem ser consideradas
racistas, homofóbicas, gordofóbicas, machistas, religiosamente
preconceituosas, etc. Então vamos queimar todos esses livros na
fogueira e deixar apenas aqueles que atendam aos critérios de correção
ditados por nossa “inclusiva e moralmente correta sociedade atual”.
Comecemos a queimar um dos livros mais tudo isso que eu conheço: A
Bíblia. Passemos depois ao Alcorão, sigamos adiante pela Ilíada, O
Inferno de Dante, As obras completas de Shakespeare, Grande sertão
veredas, Os sertões, Capitães de areia, etc. Vamos destruir toda
literatura escrita nos séculos anteriores, pois em todos encontraremos
com maior ou menor grau algum tipo de preconceito ou discriminação.
POESIEU
Kiko Moreira
Eu não me quero verso métrico
medido como Alexandrino
prefiro essa louca arrumagem
essa travessura de menino.
Eu não me quero nítido e
linear, quero-me antes turvo,
água barrenta de enchente,
sem trova com lua crescente,
sem estar lavado em água corrente.
Eu sou livre!
Sou Eu liberdade...Andorinha no ar:
“ mais vale um pássaro voando
do que dois nas mãos”.
Mais quero um verso na lua
que um preso ao chão...
Eu não me quero poesia
sem paixão (digo adeus a
toda essa Razão).
Quero- me sim Oswald de Andrade,
correndo livre sobre o mar.
Na lua o vento no rosto,
no peito a dor de amar.
Quero-me rima nordestina
do coração popular,
ser cancioneiro de estima,
sem prestar vestibular.
Quero seu Eu Poesia,
Poesieu, isso sim!
ser mestre nesta magia
e ser o encanto em você.
Eu não me quero coado
em dicionário,
quero apenas, dessa gente,
todo meu vocabulário.
Poesieu, nada mais!
Isso me basta e sustenta,
tal qual palafita no mar.
Isso sim é que é vida,
sem correntes cultistas,
somente esse meu verso:
Andorinha no ar !
É assim que Eu vivo,
é assim que Eu morro,
não quero choro ou fala
vindo em meu socorro.
Sou livre ! Isto basta !
Meu caminho ?
Eu mesmo percorro.
Poesieu no meu verso,
este é meu senso liberto.
Apenas isso no sangue:
Poesieu e já basta!
KIKOSOFIA
Número 8 MARÇO DE 2023
Estante
DICAS DE LEITURA PARA SEUS MOMENTOS
Pois ler nos faz entender quem
somos no mundo
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