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SINAPSES ATRAVÉS DE SINAIS ELÉTRICOS

Guilherme Mariano, Beatriz Sodré, Raquel Rocha, Rodrigo Farias


Centro Universitário das Américas, Curso Engenharia Biomédica
*gui.marianobn@gmail.com

Área do Trabalho: Anatomia, Simulação

RESUMO

Mediante aos estudos da neuroanatomia, percebeu-se que para o processo de


iniciação de qualquer atividade fisiológica, uma imensa rede de neurônios com
complexas terminações nervosas e conexões neurológicas é ativada. Possibilitando
assim, a integridade funcional do corpo e seus sistemas, quesito imprescindível para
o desenvolvimento de toda e qualquer tecnologia existente. A vista disso, o atual
trabalho aborda os processos neurológicos de transmissão (sinapse) e seus
componentes, como um sistema elétrico, transparecendo os elementos envolvidos em
componentes eletrônicos. Através do projeto, objetivou-se, o entendimento empírico
da atividade cerebral de acordo com os estímulos físicos recebidos e enviados pelas
vias aferentes e eferentes do sistema nervoso, sendo a imitação desses, possibilitada
através de sensores que imitam nossas sensações físicas, como os sensores de
temperatura, som, toque, luz e flexão; e uma placa microcontroladora que responde
pelo processamento de todas as informações, assim como o sistema nervoso central.
A laboração apresentou funcionalidade suficiente para o escopo que foi destinada,
ficando limitada somente a execução descoincidente do sistema de homeotermia
presente no corpo, tendo que ser analisada seguindo considerações pressupostas.

Palavras–Chave: Simulação, Sinapse, Neurônio, Arduino

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ABSTRACT

Through studies of neuroanatomy, it is clear that for the initiation process of any
physiological activity, an immense network of neurons with nerve endings and complex
neurological connections is activated. Thus enabling the functional integrity of the body
and its systems, I want to know for the development of any existing technology. In view
of this, the current work addresses the stimulated transmission processes (synapse)
and its components, such as an electrical system, showing the elements involved in
electronic components. Through the project, the objective was the empirical
understanding of brain activity according to the physical stimuli received and sent by
the afferent and efferent pathways of the nervous system, with their imitation being
made possible through sensors that imitate our physical sensations, such as sensors
of temperature, sound, touch, light and bending; and a microcontroller board that is
responsible for processing all the information, as well as the central nervous system.
The work presented sufficient functionality for the intended scope, remaining limited
only to the disconnected execution of the homeothermy system present in the body,
having to follow presupposed considerations.

Keywords: Simulation, Synapse, Neuron, Arduino

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1. INTRODUÇÃO
1.1. NEURÔNIOS

Segundo Moreira (Neurónio, Rev. Ciência Elem., V1(1):008), caracterizado como


uma célula nervosa, o neurônio é a estrutura básica do sistema nervoso. Sendo
altamente estimulável, processa e transmite informações através de sinais eletro-
químicos. Uma das suas caraterísticas é a capacidade das suas membranas
plasmáticas gerarem impulsos nervosos. Sua estrutura conta com um corpo
celular, responsável pela síntese proteica e canais que recebem e conduzem
estímulos através do corpo do neurônio até suas terminações nervosas.

Figura 1- Estrutura Neurônio

1.2. SISTEMA NERVOSO

Lana (2015)1, afirma que projetando-se como uma rede de comunicações do


organismo, o sistema nervoso é composto por um conjunto de órgãos do corpo
humano capazes de captar estímulos e sinais do meio externo, podendo interpretá-
los para novas incitações. Dividido em duas partes, esse sistema é formado pelo SNC
(SISTEMA NERVOSO CENTRAL), o qual é composto pelo encéfalo e pela medula
espinal, processando estímulos e enviando respostas; e pelo SNP (SISTEMA
NERVOSO PERIFÉRICO), sendo composto por todos os órgãos que têm origem nos
componentes do SNC, este conecta o Sistema Nervoso Central ao resto do corpo, ora
catalisando atividades autônomas ou somáticas, ora captando sensações e sinais.

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MAGALHÃES, Lana. Sistema Nervoso. Acesso em: 13 mai. 2023

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Figura 2 - Sistema Nervoso Periférico e Central

1.3. ÁREAS DE BRODMANN

Brodmann dividiu o córtex cerebral humano em cerca de 52 áreas distintas, cada


uma são identificadas por número onde representa uma área especifica do cérebro
com funções únicas. Essa divisão é feira em motora e percepção sensorial.
(Haines et al., 2012)2

1.4. SINAPSE

A maioria dos receptores sensoriais do sistema somatossensorial são


mecanorreceptores, os quais são sensíveis à deformação física, como flexão ou
estiramento. Presentes por todo o corpo, os mecanorreceptores monitoram o
contato na pele, a pressão no coração e nos vasos sanguíneos, o estiramento dos
órgãos digestórios e da bexiga urinaria e a força contra os dentes. No centro de
todos os mecanorreceptores estão as ramificações de axônios desmielinizados
que são sensíveis a estiramento, deformação, pressão ou vibração. (Bear, M. F.,
2017)

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G.A. Mihailoff, D.E. Haines, in Fundamental Neuroscience for Basic and Clinical Applications (Fifth Edition), 2018

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Sendo detalhada em dois tipos, a sinapse pode ser classificada como elétrica, que
de acordo Nolver (2016, p. 20), “[...] apresenta uma curta distância na fenda
sináptica entre os neurônios, sendo estes, ligados por canais proteicos
bidirecionais denominados conexina”. E o do tipo química, onde uma ação faz com
que o neurônio pré-sináptico libere neurotransmissores. Estas moléculas ligam-se
aos receptores na célula pós-sináptica o que as tornam mais ou menos propensa
a desencadear um potencial de ação. Os neurotransmissores se conectam ao
neurônio pós-sináptico, estimulando a abertura de canais iônicos e causando a
propagação da informação através do neurônio pós-sináptico (BEAR et al., 2008).

Figura 3 - Sinapses Químicas e Elétricas

1.5. FORÇA

Se definindo por uma dinâmica responsável por alteração de estado, nas palavras
de David Halliday (2023, p. 363) “A força é uma grandeza do tipo vetorial, ou seja, é
definida a partir das informações de valor numérico (módulo), direção e sentido ”.
Assim, “[...]a força resultante que atua sobre um objeto qualquer é dada pelo produto
da massa pela aceleração do objeto (Newton, 1687). Desse modo:

𝐹𝑟 = 𝑚 . 𝑎

Onde, no Sistema Internacional de Unidades (SI), a grandeza massa (m) possui


como unidade de medida kg, e a aceleração (a ) 𝑚/𝑠 2 .Assim o produto da relação se
dá por 𝑘𝑔𝑚/𝑠 2 , unidade popularmente conhecida como, Newton. Portanto:

𝑘𝑔𝑚
1 =1𝑁
𝑠2

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1.6. TERMODINÂMICA E HOMEOTERMIA

Se definindo como uma área de estudo da física, a termodinâmica, em sua


segunda lei, diz que “[...] o calor é transferido de forma espontânea do corpo de
maior temperatura para o de menor temperatura”. Deste modo, é plausível dizer
que, transferências envolvendo energias térmicas são irreversíveis, uma vez que
o calor é energia em forma degradada.

Figura 4- Segunda lei da Termodiâmica

Inerente ao campo abordado, se ramifica o conceito de Homeotermia, que segundo


(Ivanov, K. P. 2006), “consiste na capacidade dos organismos de manterem
sua temperatura corporal interna constante, independente da temperatura do meio”.
Sistema esse, presente em todos os seres humanos, sendo controlado pelo equilíbrio
entre o calor produzido pelo corpo e o calor ganho ou perdido para o ambiente externo.
Tendo como catalisador, o hipotálamo, estrutura responsável pelo monitoramento da
temperatura corpórea central, definindo o comportamento fisiológico através do
sangue periférico que chega até ele.

Figura 5- Encéfalo

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Figura 6-Homeotermia Humana

1.7. ARDUINO

De acordo com Ricardo Lousada (2022, Eletrogate), o Arduino Leonardo, placa


controladora com entrada USB baseada em ATmega32u4, com 32 KB de memória
com clock de 16Mhz, tem como plataforma de organização de dados e programação
o sketch, possui 20 entradas e saídas (digitais e analógicas), contando com uma
alimentação que varia de 0 a 5V e um botão de reset eletrônico, além dos leds,
reguladores e conversores.

Figura 7- Arduino

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2. OBJETIVOS
O objetivo do projeto, se definiu pela montagem de um protótipo neural, que
através de componentes eletrônicos, replica os estímulos que ocorrem no tecido
nervoso, visando o entendimento empírico e integral de todo processo sináptico.
Além de uma abordagem tangencial a conceitos dissociados, possibilitando e
embasando novas idealizações factíveis.
3. MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais Quantidade
Módulo Sensor de SOM (KY-037) 2
Módulo Sensor de Luz Ambiente 2
(TEMT6000)
Sensor de Temperatura (DS18B20) 2
Resistores 10K,1K,5R6 6
Fio 30cm 40
LED ALTO BRILHO 50
Sensor de Força Resistivo (FSR402) 1
Arduino Leonardo 1
Módulo Multiplexador HC4067 1
Massa de Biscut 2Kg
Cola SuperBonder 1
Palito de Madeira 2
Tinta 5
Isopor Esférico Ø30cm 1
Isopor Esférico Ø6cm 2
Isopor Esférico Ø23cm 1
Luva 2 dedos 2
Tabela 1 – Lista de Materiais

Para o desenvolvimento do protótipo físico do cérebro, sua base foi uma esfera de
isopor, com o diâmetro: 30 cm. Onde foi cortado o isopor ao meio, deixando uma
cavidade, para que fosse instalado os sensores.

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Figura 8 - Corte Base do Cérebro

Em seguida foi feito a modelagem dos giros e sulcos do encéfalo toda em biscuit, com
a ajuda de uma imagem ilustrativa.

Figura 9 - Colagem Biscut

Depois de 48 horas que o biscuit secou e endureceu, foi usado a metade de uma
esfera com o diâmetro de 23cm para ser encaixado dentro da cavidade do encéfalo,
para dar suporte a modelagem e ficção do cerebelo e o tronco-encefálico, fazendo
uma nova perfuração com as medidas de 11 cm, para ser introduzido os sensores
dentro dele.

Figura 10 - Cavidade para sensores

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Foi usado uma esfera de isopor, cortada ao meio com diâmetro: 6 cm e com a
cavidade, para fazer os olhos. O acabamento ao redor foi feito em biscuit e pintado
com tinta de tecido, para melhor fixação. Sua cavidade foi feita para ser colocado o
sensor que vai simular a sentido da visão e como apoio a um palito de madeira para
ser encaixado no encéfalo.

Figura 11 - Confecção dos olhos

Por fim, foi feito o a orelha 100% modelada em biscuit, para colocar demonstrar o
sentido da audição, com o tamanho de 11 cm, onde vai ser encaixado um sensor ao
lado e um pequeno furo com diâmetro 0,5 mm, para ajudar o sensor a capitar melhor
o som.

Figura 12 - Confecção Orelhas

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Para o auxílio da montagem do circuito utilizou-se o aplicativo de montagem elétrica
online, tinkerCad. O qual permitiu a simulação do circuito com componentes paralelos
aos utilizados no protótipo físico, permitindo um panorama da funcionalidade de cada
sistema empregado, junto aos componentes subjacentes que apresentam diferentes
limitações e variâncias. Porém, o hardware usado, não possui todos os itens
envolvidos no projeto e nem todas as considerações necessárias, ficando taxado a
aferências e funcionamentos fictícios. Assim, a montagem do circuito digital não se
fez definitiva e nem igual a montagem física.

Figura 13 - Montagem Circuito Online

Na montagem física, em direção a interpretação dos sinais recebidos dos sensores e


o envio de informações aos diodos, utilizou-se o microcontrolador Arduino Leonardo.
O qual na simulação elétrica da sinapse de distinção de temperatura, foi utilizado junto
a dois sensores DS18B20. Para alimentação dos sensores, conectou-se os pinos de
alimentação a entrada 5v e os pinos de aterramento a entrada GND do Arduino. Os
terminais “Vout” de cada sensor, foram ligados em série entre si e com um resistor de
1KΩ, em seguida conectado ao pino digital 2 do Arduino.

O LED responsável pela simulação da atividade neural do processo, teve seu Anodo
ligado a saída digital PWM 11 do Arduino.

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Figura 14 – Circuito Sensor de Temperatura

Devido a limitação dos componentes utilizados, para imitação mais párea do sistema
de temperatura corpóreo e sua homeotermia, se considerou a temperatura corpórea
central, como a aferida pelo primeiro sensor e a temperatura externa periférica a do
segundo sensor, sendo a diferença entre elas, a percussora dos estímulos no
hipotálamo que são representados pelo brilho do LED.

Em seguida, para o processo da sinapse sensorial do tato, usou-se um sensor de


força, o qual através da pressão mínima entre membro e objeto, é possível se
identificar a sensação de toque. O sensor teve um terminal ligado ao 5V e o outro,
passando por um resistor de 1Kohm, conectado ao GND, ligado a entrada A3 da placa.
O LED simulador do estímulo desse processo teve seu Anodo conectado a saída
PWM 12 e seu Catodo ligado a entrada GND da placa.

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Figura 15 - Circuito Sensor de Força

A simulação do processamento dos sinais auditivos, foi feita envolvendo um sensor


KY-037, que foi responsável pela captação do som. As ligações foram feitas conforme
as demarcações nos terminais dele, e o sinal escolhido, para melhor visualização foi
o analógico. O terminal analógico do sensor foi ligado ao pino A1 do Arduino. A
atividade cerebral transmitida pelo sinal do sensor foi representada por um LED, que
teve seu Anodo ligado ao pino PWM 10 da placa.

Figura 16 – Montagem Circuito SENSOR KY-037

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Por fim, a sinapse da visão foi feita com um sensor de luz ambiente, que imitando a
receptação visual, utiliza a luz refletida por objetos para codificação, podendo receber
mais ou menos estímulos. O sensor foi alimentado e teve sua saída ligada ao pino A0
da placa microcontroladora. O LED simulador do estímulo desse processo, teve seu
Anodo conectado a saída PWM 9 e seu Catodo ligado a entrada GND da placa.

Figura 17 – Montagem Circuito Sensor de Luz Ambiente

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Após o término da montagem, se faz necessário o processamento dos dados
recebidos pelos sensores para direcioná-los aos LED’S, para isso utiliza-se a lógica
de programação na estrutura C++, linguagem padrão da placa microcontroladora
utilizada.

De primeira instância, é preciso definir as bibliotecas dos componentes utilizados,


sendo essas responsáveis por chamar funções pressupostas específicas de cada
dispositivo. E as variáveis, que serão responsáveis por guardar os sinais dos sensores
e os valores de saída, e seu tipo, no caso em questão serão do tipo inteira 3 e decimal
(float).

Figura 18 - Programação Arduino

Figura 18 - Programação Arduino

Dentro da função “void setup” declarou-se os pinos que foram utilizados na montagem,
classificando-os como entrada ou saída. O critério de definição se deu pela recepção
ou emissão de dados, no primeiro caso, assume-se o papel de entrada. Também
dentro da função, pelo fato do sensor de temperatura utilizado ser do modelo Dallas,
componentes que possuem mais de um canal para recepção de dados, se fez

3
Tipo de variável que só permite números inteiros

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necessário a contagem de canais utilizados através da função da biblioteca do
mesmo.

Figura 19 - Programação Arduino

Na função “void loop”, área que irá fazer o processo funcionar enquanto ligado, definiu-
se os valores que serão armazenados dentro das variáveis, e em seguida sua leitura.
Para o LED conseguir replicar os valores dos sensores em sua intensidade luminosa,
foi necessário mapear as sentenças aferidas para valores suportados pelo Diodo.

Figura 20 - Programação Arduino

No processo da sinapse dos termoreceptores, foi necessário fazer a chamada de


todos os canais utilizados pelos sensores (nesse caso, 2) e armazenar seus valores,
logo em seguida a diferença entre eles, sendo essa a percussora do sinal elétrico
enviado para o LED. A diferença foi mapeada para novos valores, a fim de se adequar
a escala de corrente suportada pelo LED.

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Figura 21 - Programação Arduino

Para o sensor de força, utilizou-se conversões presentes em seu próprio manual


fornecidas pelo fabricante, as quais serão explicadas detalhadamente no memorial de
cálculo. A sentença usada como referência para a ativação do LED foi a resistência.

Figura 22 - Programação Arduino

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Após a montagem e a programação, posicionou-se 3 sensores em uma luva de dois
dedos e o restante na escultura do cérebro. Esse tipo de luva foi escolhido pois
comtemplava de forma mais funcional a ativação voluntária dos processos através da
vontade do usuário, e por conta da quantidade de sensores.

A luva usada cobre apenas os dedos indicador e polegar. Na ponta do dedo indicador
ficou o sensor de temperatura, e o sensor de força teve sua zona condutora
posicionada no centro da falange distal do polegar. Atrás da palma da mão se
posicionou outro sensor de temperatura, que será a referência de temperatura para a
diferença registrada no LED.

Figura 23 – Sensores de Temperatura e Força na luva

Os sensores de som, ficaram dentro das orelhas, com os microfones expostos ao meio
externo e os de luz ambiente dentro dos olhos, com os transistores NPN expostos ao
meio externo.

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Figura 25 - Sensor de Luz Ambiente

Figura 24 - Sensor de Som na orelha

E o restante do circuito dentro da escultura do cérebro. Os LEDS de cada processo


foram posicionados na escultura do cérebro com o auxílio dos estudos de Brodmann
e Penfield.

Figura 26 – LED’s no cérebro

Figura 26 – Circuitos LED’s

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Para as posições do led no protótipo físico do cérebro, foi usado o princípio do
mapeamento das áreas de Brodmann. Onde todos os led foram instalados nos
sulcos do encéfalo com pequenas furos para que a luz passasse.

Para a incitação do sensor da força que está localizado na luva com dedo polegar,
foi colocado o led com coloração amarela, localizado nas áreas de Brodmann 4 e 6,
colocando 5 LED’s nas áreas entre o sulco central, sulco pré-central e no final do
sulco frontal superior. Na mesma luva no dedo indicador, foi colocado o sensor da
temperatura, na coloração vermelha, localizado nas áreas de Brodmann 1,2,3 e 5,
colocando 5 LED’s nas áreas do sulco pós-centra, lóbulo parietal superior e no final
do sulco intraparietal.

Para o sensor da visão instalado no protótipo do olho e encaixando no encéfalo, foi


colocado os led na coloração roxo, localizado nas áreas de Brodmann 18 e 17,
colocando 6 LED’s nas áreas no início do lóbulo parietal superior, descendo para o
sulco parietoccipital e sulco occipital, até chegar no sulco seminular.

Por fim, para o sensor da audição instalados no buraco do protótipo da orelha e


encaixando no encéfalo, os led são da coloração azul, localizados nas áreas de
Brodmann 41 e 42, colocando 6 LED’s nas áreas no início do lóbulo parietal inferior
e indo para o sulco lateral de ramo posterior e sulco temporal superior.

Figura 27 - Esquema SensorXLED (Tato e Temperatura )

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Figura 28 - Esquema SensorXLED (Visão)

Figura 2219 - Esquema SensorXLED (Audição)

4. MEMORIAL DE CÁLCULOS

Durante a programação, foi necessário a conversão dos valores obtidos pelos


sensores. Pelo fato de estarem conectados em portas analógicas, os valores aferidos
pelos sensores, que emitem tensões convertidas especificas, também correspondem
a valores analógicos, que variam de 0 a 1023, devido aos bits de resolução do Arduino.
Assim, para os valores medidos ficarem dentro da escala de tensão suportada pelo
LED, se re-mapeou as aferições da seguinte maneira:

𝑇𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑙𝑢𝑧:

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Sendo X = valor medido pelo sensor, N = novo valor e L= novo valor mapeado, temos
que:

(𝑋 − 𝑋𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑜) × (𝑁𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 − 𝑁𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜)


𝐿=
(𝑋𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 − 𝑋𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜) + 𝑁𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜

Deste modo, os valores aferidos entraram dentro da faixa de tensão suportada pelos
Diodos adotados.

Ao sensor de força, definiu-se a seguinte relação de proporcionalidade, para a


funcionalidade aplicada :

1
𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 ∝
𝐹𝑜𝑟ç𝑎

Deste modo, através de valores aferidos por medições:

Força (N) Tensão (mv)


1,5 212
3 309
4,5 390
6 430
7,5 470
9 510
10 551
Tabela 2 – Relação Força-Tensão

Força X Tensão
600
500
TENSÃO (mV)

400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
FORÇA (N)

Gráfico 1 – Relação Força-Tensão

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Traçando a equação da reta, de 𝑅 2 = 0,99, que descreve a função da relação entre
T(Tensão) e F(Força), temos que:

𝑇(𝐹) = −2,495𝐹 2 + 66,063𝐹 + 127,25

Ainda é possível traçar a relação Resistência-Força, usada na programação. Sabendo


que um sinal analógico varia de 0 a 1023, e conhecendo a tensão aplicada:

𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅𝐴𝑁𝐴𝐿Ó𝐺𝐼𝐶𝑂𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 × 𝑇𝐸𝑁𝑆𝐴𝑂 𝐷𝐸 𝐸𝑁𝑇𝑅𝐴𝐷𝐴


𝑇𝐸𝑁𝑆𝐴𝑂𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 =
1023

Deste modo,

𝑇𝐸𝑁𝑆𝐴𝑂 𝐷𝐸 𝐸𝑁𝑇𝑅𝐴𝐷𝐴
𝑅𝐸𝑆𝐼𝑆𝑇Ê𝑁𝐶𝐼𝐴𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 = 𝑅𝐸𝑆𝐼𝑆𝑇𝑂𝑅𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 ×
(𝑇𝐸𝑁𝑆𝐴𝑂𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 − 1)

Tendo o valor da resistência presente no sensor ao passo de sua incitação, é possível


determinar a condutância do mesmo, uma vez que, tal grandeza se define pelo inverso
da resistência:

1
𝐶𝑂𝑁𝐷𝑈𝑇Â𝑁𝐶𝐼𝐴𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 =
𝑅𝐸𝑆𝐼𝑇Ê𝑁𝐶𝐼𝐴𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟

Assim, para determinar a força equivalente basta analisar a curva parabólica da


condutância do sensor, e adotar a razão da inclinação linear de 0.000000642857,
sendo esta correspondente ao valor suportado pelo dispositivo, concluindo:

𝐶𝑂𝑁𝐷𝑈𝑇Â𝑁𝐶𝐼𝐴𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟
𝐹𝑂𝑅Ç𝐴 =
0.000000642857

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Para o funcionamento do circuito, aplica-se a mesma teoria do divisor de tensão,
tendo em vista que em resposta a nível de sua incitação, a resistência diminui. Deste
modo, utiliza-se um resistor de 1kΩ para o auxílio da manutenção da passagem de
corrente elétrica correta, assim a fração fixa de Vin necessária para o funcionamento
do LED na saída deve ser:

𝑅𝑚 1 × 103
𝑉𝑜𝑢𝑡 = = 𝑥 5 = 2,75𝑉
𝑅𝑚 + 𝑅𝑠𝑒𝑛𝑠𝑜𝑟 1 × 103 × 1,23 × 103

Gráfico 2 – Relação Força-Tensão

5. RESULTADOS E CONCLUSÕES

O protótipo apresentou uma performance funcional para o desígnio que foi aventado,
sendo, de modo instrutivo, o entendimento intuitivo e empírico da atividade cerebral
com as sinapses motoras e sensoriais. Devido a limitação e a flutuação dos valores
recebidos e transferidos pelos sensores e demais componentes, a imitação integral
das sinapses envolvendo os sistemas central e periférico do corpo humano não foi
possível, sendo necessário a adoção de convenções e pressupostos didáticos para
análise, essas ressaltadas na metodologia.

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6. REFERÊNCIAS

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2023.

Guilherme Mariano. Simulação Sinapse por sinais Elétricos. TinkerCad,São Paulo, Maio de
2023.Disponível em: <https://www.tinkercad.com/things/aSoYmAxzx55>.Acessado em: 14 de Maio de
2023.

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4º Congresso de Projetos Interdisciplinares FAM 2023 | Engenharia e Exatas
ANEXOS

Figura 1 - https://hampelbloggen.blogspot.com/2021/06/neuronio-apolar.html

Figura 2 - https://cdn.kastatic.org/ka-
perseusimages/efe5ae6283fcca13e7afefa55fb00578e91d5c11.png

Figura 3 - http://mtciencias.com.br/wp-content/uploads/2019/08/3-1-768x272.png

Figura 4 - https://brasilescola.uol.com.br/fisica/segunda-lei-da-termodinamica.htm

Figura 5 - http://biologiaterceroiem.blogspot.com/2011/06/sistema-nervioso-centralencefalo.html

Figura 6 - https://tecarterapias.blogspot.com/2015/03/control-de-temperatura-ultimas.html

Figura 7 - https://www.makerhero.com/blog/o-que-e-arduino/

Tabela 1 - Autoral

Figura 8 e 9 – Autoral

Figura 10 e 11 – Autoral

Figura 12 e 13 – Autoral

Figura 14 e 15 – Autoral

Figura 16 - Autoral

Figura 17 e 18 – Autoral

Figura 19,20 e 21 – Autoral

Figura 22 – Autoral

Figura 23 e 24 – Autoral

Figura 25 e 26 – Autoral

Figura 27,28 e 29 - Autoral

Tabela 2 – Autoral

Gráfico 1 – Autoral

Gráfico 2 - https://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/1246135/ETC1/FSR400.html

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