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expressão?
Neste ensaio filosófico eu pretendo demonstrar que os discursos de ódio não estão de
acordo com os direitos humanos e, por isso são considerados violadores dos mesmos.
Quero também demonstrar que a utilização deste tipo de discurso não pode ser feita
com a desculpa de termos liberdade de expressão. Pretendo ainda demonstrar que
quem comete estes discursos de ódio quer pessoalmente, quer online ou de qualquer
outra maneira deveria ser punido pelos seus atos.
Para começar a falar de discursos de ódio é necessário falar primeiro sobre direitos
humanos. Segundo a Organização das Nações Unidas, os direitos humanos são
“direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça,
sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”,
incluindo “o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão,
o direito ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes
direitos, sem discriminação”. Nestas definições os direitos humanos estão
garantidos a todos os seres humanos independentemente das suas
características. No entanto, isto acaba por ir contra os discursos de ódio que
acabam por ser pura discriminação. Com isto, podemos perceber que os
discursos de ódio ferem as garantias dos direitos fundamentais de todos os
indivíduos.
Os discursos de ódio são considerados um tipo de violência verbal, que tem por base a
não-aceitação das diferenças, ou seja, a intolerância. Sendo estes tidos em conta como
um tipo de violência, os casos que envolvam estes tipos de discursos devem ser
tratados como todos os outros casos de violência. Pois se num caso de agressão física
são trazidos transtornos e perturbações para a vida da vítima, num caso de violência
verbal as implicações trazidas não são menores nem menos traumatizantes. Logo, se
num caso de atos de violência física o agressor é punido, então num caso de discursos
de ódio o agressor verbal deve também ser punido de alguma maneira.
Supervisionar discursos de ódio online é muito difícil e é precisamente por isto que se
torna tão fácil para quem os pretende espalhar e tão difícil para quem os pretende
controlar.
Após apresentar todos os argumentos que considero relevantes para esta questão e
após refutar a que considero a sua principal objeção quero concluir que os discursos
de ódio vão contra a lei, pois são considerados um tipo de violência e por isso são um
crime. Concluo ainda que os mesmos não podem ser expressos com a desculpa de que
existe liberdade de expressão e de que temos direito a ela, pois estes discursos
acabam por violar outros direitos, sendo assim considerados, mais uma vez, crime.
Adriana Machado