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03/03/2023

Biogeografia
EVOLUÇÃO
Biogeografia e Estudo da distribuição das espécies e
ecossistemas no espaço geográfico e
através do tempo geológico.
Filogeografia Evolutiva Organismos e comunidades biológicas
variam ao longo de gradientes
geográficos e climáticos definidos por
fatores como latitude, altitude,
composição do solo, habitat, clima e
barreias geográficas, entre outros.

Glacier

Alpine tundra

Floresta arbustiva

Ana Maria Benko Iseppon Floresta de coníferas


Laboratório de Genética e Biotecnologia Vegetal Prairie
Departamento de Genética
Universidade Federal de Pernambuco
https://www.nps.gov/parkhistory/online_books/natural/10/nh10c3.htm https://www.chegg.com/learn/biology/introduction-to-biology/biogeography-and-continuous-distribution

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Biogeografia Filogeografia Evolutiva


Estuda distribuição geográfica dos seres vivos à luz de
Geologia Ecologia análises filogenéticas.

Se aplica especialmente grupos taxonômicos


estreitamente relacionados.

Considerada uma subárea "inerentemente


Biogeografia interdisciplinar” da biogeografia, com contribuições da
genética molecular, genética populacional, Maul et al. (2019).
https://doi.org/10.1016/j.ympev.2018.10.041

filogenética, demografia, climatologia, ecologia,


geografia histórica, etologia (comportamento animal) e
paleontologia, entre outras.
Sistemática Paleontologia Exemplo do
A análise filogenética agrega robustez à Visco
(mistletoe)
abordagem biogeográfica e enriquece o entendimento
das relações evolutivas.

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Georges-Louis Leclerc
Filogenia datada
Primórdios da Biogeografia Conde de Buffon
Filogeografia
Evolutiva dos Ursos
A história da biogeografia evolutiva está
Distribuição e Fósseis intimamente atrelada às
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Map_of_Bear_species_distribution.png
evidências de uma estratificação na
distribuição da fauna e flora.

Fluxo Georges-Louis Leclerc , conde de Buffon


gênico foi um os primeiros a propor que fatores de 1707-1788
distribuição, do clima, do relevo, etc. podem Francês, matemático e
naturalista
influenciar a distribuição dos seres vivos.

Kumar et al. (2017) https://studylib.net/doc/9589758/history-of-biogeography


DOI:10.1038/srep46487

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Regiões e Províncias Biogeográficas Regiões Biogeográficas Faunísticas


As regiões biogeográficas seguem limites
Baseadas
continentais e climáticos e são geralmente especialmente na
distribuição de aves e
subdivididas em unidades menores mamíferos (também
chamado de mapa
denominadas províncias biogeográficas. zoogeográfico)

Já as províncias são estabelecidas com base em


taxas de endemismos de determinados grupos
da flora e da fauna. Seus limites usualmente 1. Neártica (América do Norte)
coincidem com barreiras geográficas. 2. Neotropical (Am. Central e do Sul)
3. Antártica
4. Paleártica (Europa e Ásia)
5. Oriental (Ásia meridional)
6. Etíope (África) Antártica
https://mariormoura.wordpress.com/2016/11/16/snake-biogeography/ 7. Australiana (Austrália, N. Zelândia e N Guiné) https://pt.wikipedia.org/wiki/Biogeografia_evolutiva

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Neártica
Paleártica

Padrão de distribuição de crocodilos

Distribuição de Oriental
Gêneros de
Mamíferos

Australiana

Neotropical

https://www.researchgate.net/figure/Distribution-of-subterranean- Etíope
mammals-across-the-planet-Palearctic-region-Talpa_fig1_51699143 https://agencia-estoque.panthermedia.net/m/imagens-royalty-free/4473043/krokodile-verbreitung/

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Considerado o
“Pai da Ao examinarem a distribuição de grande
Biogeografia” número de táxons, os biogeógrafos do
século XIX observaram que as
diferentes espécies frequentemente
habitavam as mesmas áreas amplas. Foi
Alfred Russel Wallace
sugerido que havia no globo terrestre 1829-1913 1823-1913
grandes regiões faunísticas. O Britânico, advogado e Britânico, matemático
zoólogo (ornitólogo) e biólogo.
ornitólogo Phillip Lutley Sclater foi um dos
precursores do sistema de regiões Precursor do
biogeográficas elaborado para aves, pensamento
biogeográfico https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_de_Wallace
seguido de Alfred Russel Wallace que evolutivo.
ampliou as regiões para os demais
grupos de animais. Estudando animais do Arquipélago Malaio observou que a fauna o norte (Borneo)
1823-1913 era mais relacionada com a da Ásia e que a do sul (Célebes), mais relacionada com
Britânico, matemático a da Austrália.
e biólogo.
→ Linha imaginária que foi batizada de Linha de Wallace.

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Apesar das condições semelhantes de


clima e de habitat e da proximidade
Regiões Biogeográficas Florísticas
(ca. 160 km) as duas regiões abrigam
conjuntos faunísticos distintos.
Baseadas
A oeste da linha (Borneo): primatas, especialmente na
carnívoros (incluindo o tigre), distribuição de
insetívoros, faisões, pássaros Angiospermas
(trogonídeos, picnonotídeos) e outras (plantas com
flores)
espécies asiáticas.
A leste da linha (Celebes), casuares
(pássaros), opossum (tipo de gambá) e
uma diversidade muito maior de
papagaios/cacatuas e de esquilos. 1. Holoártica (reúne as regiões neo- e
paleoárticas) numa só região.
Fenda tectônica e maior 2. Neotropical (Am. Central + Sul)
profundidade do mar divide as 3. Paleotropical (África e Ásia tropical)
duas regiões. 4. Cabo
Assista ao vídeo 5. Antártica
https://www.youtube.com/watch?v=6vcMQboy2Jg
6. Australiana (Austrália, N. Zelândia e N Guiné) https://pt.wikipedia.org/wiki/Biogeografia_evolutiva

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A vegetação reflete padrões climáticos e


Exemplo de Padrão de distribuição: Padrões de distribuição edáficos, sendo fundamental para definir
recursos disponíveis e definir nichos ecológicos
de outros organismos.

Cactaceae – Neotropical e Neoartica


https://www.slideserve.com/sheryl/biogeography

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Padrões de distribuição Distribuição Endêmica


• Quando um táxon (espécie, gênero,
família, etc.) tem distribuição natural
limitada a uma área geográfica definida.

Tipos: • Pode ser uma pequena área (como uma


Aplicam-se a espécies (e serra, um lago, uma ilha, etc.) ou uma
populações) ou a grupos ▪ Endêmica área/região mais ampla (um estado, país,
continente, etc.).
taxonômicos (por ex. ▪ Cosmopolita
0

gêneros / famílias). ▪ Disjunta • Algumas doenças e pragas, por serem


próprias de determinadas regiões (devido
a fatores ecológicos específicos) são
também chamadas de endêmicas.
• Áreas de Endemismo – referem-se a
regiões ricas em espécies endêmicas.
Importantes para a conservação!!

https://www.iberdrola.com/sustainability/endemic-species

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Endemismo & termos relacionados Endemismo & termos relacionados Ginkgo biloba: a árvore que
sobreviveu aos dinossauros
Paleoendemismo – refere-se a táxons que Autóctone – refere-se a um táxon nativo do
em eras passadas eram difundidos, mas
agora têm uma única ou poucas espécies, local onde ocorre.
em uma área específica (táxon relictual).
Alóctone – refere-se a espécie introduzida em
Neoendemismo – refere-se a espécies local distinto de sua ocorrência original (= espécie
endêmicas que surgiram recentemente, por exótica). Pode tornar-se subespontânea ou
divergência e isolamento reprodutivo ou invasora.
por hibridação e poliploidia (por ex. em
plantas). Relíquia taxonômica - táxon que atualmente
habita uma área restrita mas foi mais difundido
Endemismo estreito (narrow endemic) – ou mais diverso uma época geológica anterior. Táxon
relictual
refere-se a táxons (geralmente espécies) de Também chamado de “táxon relictual” ou “fóssil
ocorrência limitada, sendo prioritárias para vivo” (único representante sobrevivente de um
ações de conservação. grupo anteriormente diverso). Ex. Ginkgo biloba.
https://www.kew.org/read-and-watch/ginkgo-biloba-maidenhair-tree-kew-gardens
https://en.wikipedia.org/wiki/Endemic_Bird_Areas_of_the_World

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Distribuição ‘Cosmopolita’ Distribuição Disjunta


✓ Em biogeografia, situação em que um
Oposto de endemismo.
táxon apresenta dois ou mais grupos
Quando o alcance de um táxon
relacionados e que sejam amplamente
se estende por todo o planeta ou
separados entre si, do ponto de vista
pela sua maior parte, em
geográfico.
habitats apropriados.
Stegolepis guianensis
Rapateaceae
do Monte Roraima

Família
Euphorbiaceae Rapateaceae
https://en.wikipedia.org/wiki/Cosmopolitan_distribution https://www.biodiversity4all.org/taxa/601939-Stegolepis-guianensis

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Distribuição Disjunta Distribuição Disjunta

Ramphastos ariel
Tucano
Pitcairnia Feliciana

Família
Bromeliaceae

Tucanos são
endêmicos dos
Neotrópicos
Futuyma, Douglas. (2009). Biologia
Evolutiva. 3ª Edição
https://www.dreamstime.com/illustration/ariel-toucan.html
http://www.mobot.org/mobot/research/apweb/orders/poalesweb.htm

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Distribuição Disjunta DOI:10.1643/0045-8511(2007)7[967:GROHLA]2.0.CO;2


Global Rates of Habitat Loss and Implications
for Amphibian Conservation

Por ex.:
Anfíbios são
dependentes de
Nicho Ecológico ≠ Habitat
Envolve além da espécie sua função e Local onde a espécie vive.
ambientes úmidos e suas interações dentro do seu habitat. Região de ocorrência da espécie.
frequentemente
apresentam Riscos da Perda
distribuição de Habitat!
disjunta.

Ex. Amazônia e Mata


Nicho Efetivo ou Realizado
Atlântica – vários Nicho Fundamental Refere-se ao conjunto de condições
táxons disjuntos. efetivamente utilizadas por
É todo o conjunto de condições sob determinada espécie, considerando
as quais uma espécie/população as interações com outras espécies
pode sobreviver e se reproduzir. (predação, competição, etc.).

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Nicho fundamental: Modelagem de Nicho


considera que as espécies
são capazes de tolerar um
gradiente de fatores físicos,
considerando, temperatura,
umidade, solo, etc.
Muitas variáveis podem ser
consideradas.
Nicho efetivo ou realizado: Passado/Presente/Futuro
considera apenas o nicho
Efeitos das Glaciações
efetivamente ocupado pela
espécie. Contrações/Expansões
Hotspots de Diversidade

Regiões destacadas em amarelo e verde indicam locais de


ocorrência adequados p/ a espécie (nicho fundamental).
Caixas brancas indicam o nicho efetivo/realizado (onde
populações da espécie foram observadas).

https://www.slideshare.net/andrewxhill/a-brief-introduction-to-niche-modelling
https://conservationbytes.com/2020/07/21/history-of-species-distribution-models/

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Limites de Distribuição Evolução Convergente


▪ Espécies não relacionadas (ou distantemente relacionadas), com semelhanças
A distribuição das espécies tem limites compartilhadas.
Barreiras geográficas ▪ Mutas vezes pressões exercidas por ambientes semelhantes (p. ex. desertos)
impedem a colonização
Nicho efetivo
Nicho efetivox xNicho
Nichofundamental
fundamental !! de outros ambientes, levam ao aparecimento de convergência morfológica (homoplasia).
• O limite é dado pelos atributos ecológicos embora propícios. Cacto
(Am. do Sul)
Eupohorbia
(África)

• Competição, Barreiras geográficas

Pelamis platura
Réptil marinho que ocorre
em toda a região dos
Oceanos Pacífico e Índico Cactaceae x Euphorbiaceae
Pressão ambiental semelhante.
Teria condições de ocorrer no Atlântico mas não ocorre... https://www.csustan.edu/biology/stan-state-greenhouse/convergent-evolution-desert-plants-africa-and-americas

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Evolução Convergente Dispersão


Movimento de indivíduos de seu local de nascimento (população)
para outros locais onde podem se reproduzir e ocasionalmente gerar
outras populações.
Maior chance de sobrevivência quando ocorre em seu “nicho
fundamental”. Caramujo-gigante africano
(Achatina fulica): espécie
exótica invasora.
– Dispersão em longa distância (pode Causa danos ao ambiente e à
saúde humana.
provocar distribuição disjunta)
– Migrações pendulares (por ex. aves São hermafroditas.
migratórias) Colocam de 500 a mil ovos por
vez. Em 5 meses estão prontos
para a reprodução. Vivem por 7
– Invasão biológica anos. Não tem predadores. Se
você colocar dois deles num
quintal, em alguns meses terá
https://docplayer.com.br/48449840-Biogeografia-ciencia-que-estuda-as-distribuicoes-geograficas-das-especies-e-dos-taxons-mais-elevados.html
https://agencia.fapesp.br/caramujo-invasor/6491/ centenas de milhares.

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Capacidade de Dispersão - É definida por:

Fatores Abióticos – Clima


– Solo
– Eventos tectônicos
– Nível do mar
– Acidentes geográficos, etc.

Condições Abióticas e Bióticas


podem sofrer mudanças ao
longo do tempo
Climate Change

Fatores Bióticos – Disponibilidade de recursos (por ex. alimentos)


Temperaturas mais elevadas estão estimulando espécies de pássaros nos EUA a expandir
– Capacidade de ocupar outros habitats, de suas áreas de ocorrência e reprodução em direção ao norte. Comparação 1970 vs. 2000:
migrar ou de dispersar Swainson’s Thrush → 142 km mais ao norte
– Adaptação Blue-gray Gnatcatcher → 314 km mais ao norte
– Interação com outras espécies, etc. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1699938/course/section/534496/Biogeografia.pdf

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Rotas de Dispersão
Rotas de Dispersão
Conexão seletiva entre dois locais.
“Pontes filtrantes” Só alguns tipos de animais conseguem ultrapassá-la.
• Corredores ecológicos
• Regiões onde plantas e
animais conseguem se
dispersar facilmente. Ex.:
Floresta Atlântica
• Poucas barreiras geográficas
(por ex. Rio São Francisco) Hipótese: gelo (glaciação)
permitiu a travessia ou o
fundo oceânico estaria
exposto em razão do
maior congelamento das
geleiras (glaciação).
Fragmentação Ex.
Estreito de Bering
Perda de (Beríngia):
Habitat!! rota de migração de
mamíferos da América do
Ação Norte para a Ásia e vice-
antropogênica versa (por tempo
limitado).
https://revistarosa.com/6/destruicao-da-mata-atlantica https://uk.wikipedia.org/wiki/%D0%A4%D0%B0%D0%B9%D0%BB:Bering_Sea_Aleutian_Is_Alaska_map.png

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Rotas de Dispersão Dispersão explicada pela geologia


& Filogeografia Arquipélago do
• Movimentos acidentais designados como “Loteria”. Filogenia de Psychotria
Havaí e data
aprox. da
(Rubiaceae) aponta formação das
colonização de ilhas ilhas.
Mecanismos de dispersão mais recentes por
descendentes de ilhas
aleatórios/acidentais, por meio mais antigas.
dos quais animais se movem ou
plantas se dispersam de um
local para outro.

Por exemplo, dispersão em


longa distância (caso das
Bromeliaceae e das
Rapateaceae).

Não seria possível justificar pela


“deriva continental”!
Futuyma & Kirkpatrick (2017). Evolution, 4th Edition.

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Análise da dispersão de sementes por Exemplos de dispersão ativa e passiva


diferentes fatores bióticos e abióticos (animais e plantas)

• Passiva (por ex. vento, gravidade)


• Ativa: por um vetor (por ex. migração
de um pássaro, morcego, etc.)

Rogers et al. (2019)


doi:10.1093/aobpla/plz042
https://docplayer.com.br/48449840-Biogeografia-ciencia-que-estuda-as-distribuicoes-geograficas-das-especies-e-dos-taxons-mais-elevados.html

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Centro de Origem Centros de Origem


Se um táxon (por exemplo gênero, família, etc.) se origina em
determinada área e depois se dispersa para completar sua distribuição
efetiva, o local em que se originou é chamado de Centro de Origem.
Nikolay Ivanovich
Vavilov
Por vezes, o centro de origem é também o Centro de Diversidade 1887-1943
Botânico,
(local onde há o maior número de espécies do grupo em questão. agrônomo e
geneticista Russo

Plantas cultivadas – origem & domesticação (bancos de Germoplasma)

https://www.researchgate.net/figure/Primary-regions-of-diversity-of-major-agricultural-crops-worldwide-See-Supplementary_fig1_282333802

8 centros de origem
definidos por Vavilov

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Centros de Domesticação
EVOLUÇÃO
Biogeografia e
Filogeografia Evolutiva

Pausa
Achados arqueobotânicos indicam que a
domesticação das culturas vegetais Ana Maria Benko Iseppon
ocorreu em conjunto com a ocupação do Laboratório de Genética e Biotecnologia Vegetal
Fuller et al. (2011) planeta pelos humanos. Departamento de Genética
https://doi.org/10.1080/00438243.2011.624747
B.P. = before present Universidade Federal de Pernambuco

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Acidentes Geográficos
& Vicariância Vicariância Movimentos Tectônicos e Vicariância
Mecanismo evolutivo no qual ocorre a
fragmentação de uma área biótica,
separando populações de determinadas
espécies. Mantendo-se a barreira por
tempo suficiente, ocorrerá especiação Definiram o
alopátrica.
isolamento e a
Importante para a biogeografia!!
especiação em
vários grupos &
padrões disjuntos.

Linha de Wallace

https://activegeoxxi.blogspot.com/2020/04/acidentes-geograficos.html Futuyma, Douglas. (2009). Biologia Evolutiva. 3ª Edição

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Movimentos Tectônicos e Vicariância

> distância nem sempre


correlaciona com > tempo Glossopteris, gimnosperma
de separação. lenhosa dispersa pelo
supercontinente
Gwondwana

Números indicam
milhões de anos
Evidências com fósseis
datados podem
esclarecer
https://docplayer.com.br/48449840-Biogeografia-ciencia-que-estuda-as-distribuicoes-geograficas-das-especies-e-dos-taxons-mais-elevados.html
http://facweb.furman.edu/~wworthen/bio440/evolweb/permian/gloss.htm padrões disjuntos.

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Grande Intercâmbio Americano


✓ Elevação do istmo do
Movimentos Panamá há ca. de 2,7
milhões de anos
Tectônicos e (vulcanismo).
Vicariância ✓ União das Américas do Sul e do
Norte (colisão das placas).
✓ Duas faunas e floras
https://stri.si.edu/story/asymmetrical-exchange anteriormente separadas
Intercâmbio faunístico entre as Américas do entram em contato: migração,
Norte e do Sul. Mamíferos norte-americanos, expansão territorial e
como carnívoros e ungulados, migraram para dispersão.
o sul, enquanto mamíferos sul-americanos, ✓ Influência sobre o clima, as
como preguiças terrestres e tatus gigantes marés, etc.
(gliptodontes), migraram para o norte.
Assista ao vídeo:
https://stri.si.edu/story/asymmetrical-exchange
Futuyma & Kirkpatrick (2017). Evolution, 4th Edition.

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Grande Intercâmbio Americano Grande Intercâmbio Americano

Efeito dramático sobre a zoogeografia dos Intercâmbio “Assimétrico”


mamíferos (placentários e marsupiais), mas
também deu oportunidade para répteis,
anfíbios, artrópodes, pássaros voadores ou
incapazes de voar.

A biota costeira/marinha foi afetada de maneira


oposta: chamado de Grande Cisma Americano,
com extinção ou diversificação devido ao
isolamento entre o Pacífico e o Caribe.

Maior sucesso das espécies que migraram norte-


sul.

Megafauna sul-americana foi extinta


(competição por recursos?)
https://slideplayer.com/slide/5892600/

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Glaciação Glaciações – Causas:


• Nome dado ao período de resfriamento da Terra, em que densas camadas de gelo
recobrem grandes porções de terras emersas e congelam os oceanos em determinadas
regiões.
• Afeta mais intensamente as faixas de latitude mais elevada (próximas aos polos
terrestres).
• Apenas glaciações mais intensas chegam próximas à Linha do Equador.
https://energyeducation.ca/encyclopedia/Glacial_and_interglacial_periods

Fatores:

▪ Excentricidade – Variação na órbita da terra.


▪ Obliquidade do eixo de rotação.
▪ Precessão dos equinócios e do periélio
(deslocamento circular efetuado pelo
Período Glacial Período Interglacial planeta em torno do eixo de sua eclíptica).

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Glaciação: “Era do Gelo” – Ice Age

• Atualmente estamos em um interglacial “anormalmente longo” chamado


Holoceno, que já dura quase 11.000 anos.
• Previsões de que uma nova glaciação comece devido à mudança climática
antropogênica (induzida pelo homem).
• Considera-se que a próxima glaciação está atrasada (alguns milhares a centenas
de milhares de anos).
• Espera-se que o Holoceno interglacial dure pelo menos mais 150.000 anos.
https://energyeducation.ca/encyclopedia/Glacial_and_interglacial_periods Provocou grandes migrações e retração da fauna e da flora.

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Efeitos das glaciações: Teoria dos refúgios


Drees et al. (2010). DOI:10.1007/978-3-540-92160-8_11
Refúgio glacial: região geográfica que
possibilitou a sobrevivência de parte da flora
e da fauna durante eras glaciais e permitiu a
recolonização no período interglacial.

•Refúgios glaciais: forte influência nos padrões de


distribuição de flora e fauna em latitudes
temperadas e tropicais.
•Por vezes relacionados com populações disjuntas,
especialmente em aves. Duas áreas de refúgio glacial do
besouro Carabus auronitens. As
•Podem abrigar uma ou mais espécies criticamente setas mostram a recolonização pós-
ameaçadas (paleoendêmicas ou relíquias glaciais). glacial.
Efeito mais drástico no hemisfério norte e nos polos, bem como em locais de maior altitude.
•Registros Fósseis ! https://profroselibaracal.wordpress.com/2015/11/01/como-ocorrem-as-eras-glaciais-existe-mais-alguma-prevista/

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Refúgio glacial e expansão holocênica da linhagem


azul da cobra barrada (Natrix helvetica). Refúgios em Refúgios da Mata Atlântica
AZUL com setas indicando áreas de expansão
interglacial; BRANCO = áreas de geleira durante o
Último Máximo Glacial (ca. 20.000 anos atrás).
High / Low = Alta / Baixa diversidade genética. Pernambuco
Kindler et al. (2018). DOI:10.1038/s41598-018-20218-2 Refuge Modelagem de distribuição,
registros fósseis
São Francisco River (+palinologia) e mtDNA
indicaram:

• Maior estabilidade histórica


no corredor central (Refúgio
Bahia) e ao N do São
Francisco (Refúgio
Pernambuco).
• Atuais centros de
endemismo em múltiplos
táxons!
Sul da Europa
• Menor estabilidade histórica
nas áreas costeiras ao sul do
rio Doce
Carnaval & Moritz (2008) https://doi.org/10.1111/j.1365-2699.2007.01870.x

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Refúgios da Europa Refúgios da Europa

Zona de sutura – ponto em


que as espécies formam
zonas hibridas durante
Principais refúgios e expansões interglaciais.
distribuição de gatos Exemplo de
selvagens na Europa e Ouriços Europeus
no norte da África.
European hedgehog, Erinaceus europaeus
Felis silvestris

Futuyma, Douglas. (2009). Biologia


Mattucci et al. (2015) DOI:10.1002/ece3.1815/ Evolutiva. 3ª Edição

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Filogenômica &
correlação com Contração dos (feijão-comum)

eventos genomas (Feijão-macassar)

geológicos e (soja)
climáticos Expansão dos (feijão-guandu)
genomas (grão-de-bico)
(trevo)

Último
Máximo Importância da
(amendoim)

Glacial: Bioinformática (Álamo)


Conexões e na (macaxeira)

expansão filogeografia!! (planta-modelo)

territorial

Migrações &
Dispersão!! Ferreira-Neto et al. (subm. Plant
Sci.). Bridging the Gap: Combining
Genomics and Transcriptomics
Approaches to Understand
Map illustrating the emergent parts of the continental shelves worldwide during the last glacial maximum. The figure assumes a glacial
Stylosanthes scabra, an Orphan
eustatic lowstand of 120 m below present sea level (Fairbanks, 1989) and does not take into account glacially induced flexural uplift in Legume from the Brazilian
high-latitude regions adjacent to large ice sheets or neotectonic (Holocene) uplift or subsidence Caatinga
Gaffney et al. (2007). DOI:10.11141/ia.22.3

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Irradiação adaptativa
Irradiação adaptativa
Rápido aumento no número de espécies Nem sempre a evolução é um processo
com um ancestral comum, caracterizado lento e gradual....
por grande diversidade ecológica e
morfológica. A “força motriz” por trás disso
é a adaptação dos organismos a novos
contextos ecológicos.

✓ Rápida diversificação evolutiva de uma única


linhagem ancestral.
✓ Ocorre quando membros de uma única
espécie ocupam uma variedade de nichos
distintos com diferentes condições
ambientais.
✓ Em seguida, os membros desenvolvem
diferentes características morfológicas
(adaptações) em resposta às diferentes
pressões de seleção. Um exemplo de radiação adaptativa pode
ser visto na variedade de tipos de bico
vistos nos tentilhões das Ilhas Galápagos

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Filogeografia & radiação adaptativa em Bromélias


Enorme diversificação e ocupação de novos ambientes
em apenas 20 milhões de anos.

Explosão do Cambriano

Surgimento sem paralelo de


organismos entre 541 milhões e
aproximadamente 530 milhões de
anos atrás, no início do Período
Cambriano.
Radiação adaptativa responsável
pelo aparecimento dos principais
filos (entre 20 e 35) que compõem a
vida animal moderna.
https://bodell.mtchs.org/OnlineBio/BIOCD/text/chapter23/concept23.9.html Givnish et al. (2014). https://doi.org/10.1016/j.ympev.2013.10.010

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Filogeografia & Filogenia Teoria Coalescente

Modelo retrospectivo
de genômica/genética
populacional.
Emprega uma amostra
dos indivíduos de uma
população para
rastrear todos os alelos
de um gene
compartilhados por
todos os membros da
população até o
ancestral comum mais
recente.

Filogenia Análise
Filogeográfica https://frederikleliaert.wordpress.com/green-algae/dna-based-species-delimitation-in-algae/

• Assume ausência de recombinação, de seleção natural, de fluxo gênico e de estruturação


populacional.
• Cada variante tem a mesma probabilidade de ter passado de uma geração para a seguinte.
• O modelo olha para trás no tempo, fundindo alelos em uma única cópia ancestral de acordo com um
processo aleatório em eventos de coalescência.

69 70

Filogeografia Sapos de Madagascar


(gênero Heterixalus)

Rede de
Haplótipos

Padrão Estrelado:
haplótipos derivam de um
haplótipo dominante
(provavelmente ancestral).

Padrão Alongado: indica


divergência progressiva.
Cada ponto da linha
representa uma mutação.

Integra:
- Distribuição
- Diversidade haplotípica Análise das relações
- Teoria coalescente hierárquicas “redes de
Wangensteen et al. (2012). https://doi.org/10.1371/journal.pone.0045067

- Máxima verossimilhança haplótipos” Gehring et al. (2012). DOI:10.1016/j.ympev.2012.05.018

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12
03/03/2023

Rede de Haplótipos
Dados gerados permitem inferir outros parâmetros populacionais

Parâmetros populacionais

▪ Tamanho efetivo
▪ Diferenciação Genética FST
▪ Fluxo gênico )NeM
Vicariance

Neotropical Amazona (Aves,


Psittaciformes) haplotype network Exemplo de isolamento por distância
Rocha e al. (2014). DOI:10.1371/journal.pone.0108096

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Populações & Deriva e Fluxo Gênico Filogeografia: Aplicações e Implicações

Três tipos de estrutura


populacional (ex. em peixes):

▪ 1 população (linha
superior). Conservação
▪ 2 populações com uma
quebra distinta (linha do
meio = barragem, i.e.
vicariância). Mudanças
Climáticas
▪ Várias populações:
Isolamento por distância
(mudança contínua).
https://apps-afsc.fisheries.noaa.gov/Quarterly/jfm2011/divrptsREFM7.htm

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Obrigada!

Ana Maria Benko Iseppon


Laboratório de Genética e Biotecnologia Vegetal
Departamento de Genética
Universidade Federal de Pernambuco

77

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