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Novo Missal
Novo Missal
INTRODUÇÃO
Assim se compreende que, após a grande reforma promovida pelo Concílio, haja sempre
a necessidade de se retocar os ritos para facilitar a participação frutuosa dos fiéis.
Para muitos certas mudanças apresentadas na nova Instrução Geral poderão constituir
até novidades.
I. NOVIDADES
Abolição do altar voltado para a parede. - O Missal Romano ainda permitia o altar voltado para
a parede, sobretudo em igrejas antigas. Agora se exige o altar voltado para o povo. Assim o
altar deverá estar separado da parede, permitindo a locomoção do celebrante e dos ministros
na celebração (cf. n. 299).
Mais adiante, no item que trata da Oração eucarística se diz o seguinte: "É muito
conveniente que o sacerdote cante as partes da Oração eucarística, enriquecidas pela música"
(n. 147b).
O canto gregoriano. - Insiste-se que o canto gregoriano ocupe o primeiro lugar entre as
demais expressões do canto por ser próprio da Liturgia romana. Contudo não se excluem
outros gêneros de canto (cf. n. 41).
Há muito vínhamos insistindo que não se substituísse o Glória por "glorinhas", meras
aclamações trinitárias, ou outro canto de glória como se começou a chamar este canto. O
Glória, como o Cordeiro de Deus fazem parte do Ordinário da Missa. O que se diz aqui do
Glória e do Cordeiro de Deus vale "a fortiori" do Santo.
O "Santo". - O que vale para o Glória e o Cordeiro de Deus, vale "a fortiori" do Santo. O
Sanctus faz parte integrante da Oração eucarística. Constitui grande doxologia que abre o
"Santo dos Santos" da Oração eucarística. Aclamação inspirada na Bíblia ressalta dois aspectos
de toda a Liturgia, mas sobretudo do Sacrifício eucarístico: seus aspectos transcendente e
imanente. No Santo existem ao menos três elementos fundamentais a serem considerados: A
santidade de Deus, o Deus transcendente. O aspecto luminoso do mistério. Depois, amajestade
de Deus, bem como sua glória manifestada na criação: O céu e a terra estão cheios da vossa
glória. Seria esta a tradução mais autêntica do texto original latino: Pleni sunt caeli et terra
gloria tua. A nossa tradução O céu e a terra proclamam a vossa gloria aceita e aprovada no
convênio com Portugal, certamente enfraquece um pouco o sentido do original, onde se realça
a ação de Deus e não tanto a resposta da criação. O terceiro aspecto é a imanência de Deus.
Por isso: Bendito o que vem em nome do Senhor. É a teofania, a manifestação de Deus no
mistério de Encarnação do Filho, Jesus Cristo.
Acontece que o memorial das obras maravilhosas deste Deus é retomado após a
aclamação do Santo, a partir de um dos elementos da própria aclamação. Por exemplo, na
Segunda Oração eucarística: Na verdade, ó Pai, vós sois santo e fonte de toda a santidade.
Santificai, pois... A partir do reconhecimento do Deus Santo, passa-se à invocação do Espírito
Santo na chamada epiclese. Em outras orações eucarísticas, como na Quarta, retoma-se a
proclamação a partir da plenitude da glória do Deus santo que enche o céu e a terra; retoma-
se a narração a partir da obra de Deus da criação. Assim, retomar a Oração eucarística após um
canto onde mal ocorre a palavra santo constitui um grave empobrecimento e uma distorção da
própria Oração eucarística. Não há, pois, lugar para traduções adaptadas, muito menos
introduzindo o termo Javé para Deus. A Linha 4 da Liturgia da CNBB pede que, por respeito aos
judeus que não pronunciam esta palavra, não se use esse nome para Deus na Liturgia.
Por trás desta mudança podemos perceber a insistência no caráter celebrativo da Palavra, que
não é mera leitura, mas anúncio. A esta atitude deverá corresponder também o modo de os
fiéis acolherem a Palavra de Deus, ou seja, pela audição. Daí podemos concluir que não
convém que os féis acompanhem a proclamação através da leitura de folhetos. Os fiéis não se
reúnem para uma leitura comunitária da Palavra de Deus, mas para ouvi-la. Não seria o caso de
se modificarem os "folhetos litúrgicos"? Por exemplo, trazendo apenas a indicação das
"leituras"?
Aqui tem sentido uma reflexão sobre o respeito à palavra em geral e à palavra do presidente da
celebração. A palavra constitui uma das principais formas de as pessoas se comunicarem. Na
Liturgia ela tem valor de símbolo em si mesma e constitui o meio mais comum de se dar
sentido às ações e aos sinais. Isso vale sobretudo quando alguém usa da palavra em solo. Diz a
Introdução ao Missal: "A natureza das partes "presidenciais" exige que sejam proferidas em voz
alta e distinta e por todos atentamente escutadas. Por isso, enquanto o sacerdote as profere,
não haja outras orações nem cantos, e calem-se o órgão ou qualquer instrumento" (cf. 32). O
que se diz das partes "presidenciais" vale das leituras e preces proclamadas por outros
ministros. Também no canto comunitário, importa que a melodia, o ritmo e os instrumentos
não sufoquem a letra. Importa considerar o caráter dialogal da celebração litúrgica.
A Oração eucarística deve ser proferida somente pelo sacerdote. - Eis o que diz a
Instrução: O sacerdote inicia a Oração eucarística. Conforme as rubricas ele escolhe uma das
Orações eucarísticas do Missal Romano, ou aprovadas pela Santa Sé. A Oração eucarística, por
sua natureza, exige que somente o sacerdote, em virtude de sua ordenação, a profira. O povo,
por sua vez, se associe ao sacerdote na fé e em silêncio e por intervenções previstas no
decurso da Oração eucarística, que são as respostas no diálogo do Prefácio, o Santo, a
aclamação após a consagração, e a aclamação Amém, após a doxologia final, bem como outras
aclamações aprovadas pela Conferência dos Bispos e reconhecidas pela Santa Sé. É muito
conveniente que o sacerdote cante as partes da Oração eucarística, enriquecidas pela música
(cf. n. 147).
O ministro da Santa Comunhão. - "Não é permitido aos fiéis receber por si mesmos o
pão consagrado nem o cálice consagrado e muito menos passar de mão em mão entre si" (cf.
n. 160). Com isso quer-se insistir que o sacerdote não é somente ministro do memorial da
morte e ressurreição do Senhor, que torna presente Jesus Cristo no Sacramento, mas é
ministro também da Comunhão eucarística. Em sua ação de servir o Corpo e Sangue do Senhor
ele se manifesta como presença do próprio Cristo que distribui o Pão, seu Corpo, e o Cálice, seu
Sangue: Jesus tomou o pão, partiu-o e deu a seus discípulos. Na simplicidade e na pobreza os
fiéis recebem o Corpo e o Sangue do Senhor, sem deles se apossarem.
III. EXPLICITAÇÃO DE ALGUNS RITOS
A maioria dos ritos mais especificados e explicitados na nova Instrução Geral já tinha
sido descrita no Cerimonial dos Bispos. Eles vêm incorporados agora na Instrução sobre o
Missal Romano.
O Senhor, tende piedade de nós sem as intenções litânicas do Ato penitencial, não constitui Ato
penitencial. É, sim, uma doxologia, ou seja, uma glorificação do Deus de bondade, ou da
misericórdia de Deus. A invocação em grego Kyrie, eleison, não é bem traduzida, quando se diz:
tende piedade de nós. No original, pode-se compreender assim: Senhor, vós sois piedade,
Senhor, vós sois misericórdia. O italiano traduziu bem, assim: Signore, pietà! Piedade significa
atitude paternal, que se traduz na manifestação da bondade e da misericórdia. Portanto, não
possui sentido penitencial. Por isso, quando o Senhor, tende piedade de nós, não constitui o
Refrão do Ato penitencial, ele sempre é proclamado ou cantado depois da Absolvição geral.
Se estes cantos do Próprio com seu salmo, não forem tomados do Gradual Romano ou
do Gradual Simples, podem ser outros adequados, cujo texto deve ser aprovado pela
Conferência dos Bispos: "Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os
ministros, começa o canto da entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover
a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a
procissão do sacerdote e dos ministros" (n. 47).
"O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo
cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do
Gradual Romano ou do Gradual Simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada
e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos
Bispos"(n. 48a).
Comparando estas exigências com a prática entre nós parece que ainda estamos longe
do que se pede. Isso nos faz refletir sobre a diferença entre o canto litúrgico e o canto de
animação. Uma coisa é o canto de animação usado na catequese, na Pastoral da juventude, em
encontros da Pastoral da família, ou em outros encontros, inclusive em shows de música
religiosa. Aqui há lugar para os "Padres cantores" no ministério da Evangelização, ainda que
para isso não precisem ser padres. O canto é litúrgico quando está a serviço dos mistérios
celebrados ou quando evoca e leva a viver o mistério celebrado.
Até hoje no Brasil se deu muita liberdade aos compositores de textos para o canto
litúrgico. Os Encontros de Canto pastoral incentivaram músicos a comporem melodias para
textos mais diversos. Caminhou-se muito. Por outro lado, a CNBB foi acompanhando todo este
processo através da promoção de estudos sobre a música e o canto litúrgico. Incentivou
também a codificação do que se criou de mais válido nestes anos após do Concílio através da
edição do Hinário Litúrgico em quatro fascículos.
Por que a aprovação dos textos pela Conferência dos Bispos? Para garantir que os cantos
realmente sejam litúrgicos. Parece que até hoje esta aprovação foi se dando através de um
processo dinâmico de aceitação do que foi sendo produzido e, particularmente, através da
elaboração dos Hinários. Creio, porém, que nesta matéria ainda há um longo caminho a
percorrer, pois ainda não atingimos as exigências da Instrução Geral.
Daí se compreende por que, ao tratar da Seqüência, se diz que primeiro se canta o
Aleluia e depois se segue a Seqüência: "A seqüência que, exceto nos dias da Páscoa e de
Pentecostes, é facultativa, é cantada após o Aleluia" (n. 64).
Se não for cantado, o Aleluia ou Verso antes do Evangelho pode ser omitido (cf. n. 63c).
Primeiramente se diz que no início da Missa, quando for usado o incenso, são incensados a
cruz e o altar (cf. n. 49).
"Ao colocar o incenso no turíbulo, o sacerdote o abençoa com o sinal da cruz, sem nada
dizer.
Com dois ductos são incensadas as relíquias e as imagens dos Santos expostos à
veneração pública, mas somente no início da celebração, quando se incensa o altar.
Se a cruz estiver sobre o altar ou junto dele, é turificado antes da incensação do altar;
caso contrário, quando o sacerdote passa diante dele.
As oferendas são incensadas pelo sacerdote com três ductos do turíbulo, antes da
incensação da cruz e do altar, ou traçando com o turíbulo o sinal da cruz sobre as oferendas"
(n. 277).
Sinais de veneração. - A Instrução Geral procura explicitar os diversos sinais de
veneração, como a inclinação e genuflexão.
Define também melhor as genuflexões e inclinações: "A genuflexão, que se faz dobrando
o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento e
à santa Cruz, desde a solene adoração na Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor, até
o início da Vigília pascal.
Sobriedade da saudação da paz. - "Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de
maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos" (n. 82). Na descrição da "Missa sem
diácono" volta-se a insistir sobre o modo de se realizar a saudação da paz: "O sacerdote pode
dar a paz aos ministros, mas sempre permanecendo no âmbito do presbitério, para que não se
perturbe a celebração. Faça o mesmo se por motivo razoável quiser dar a paz para alguns
poucos fiéis. Todos, porém, conforme as normas estabelecidas pela Conferência dos Bispos,
expressam mutuamente a paz, a comunhão e a caridade. Enquanto se dá a paz, pode-se dizer:
A paz do Senhor esteja sempre contigo, sendo a resposta: Amém" (n. 154b).
O Rito da paz consta de três elementos: a oração pela paz, proclamada pelo padre; a
saudação, à qual a assembléia responde: O amor de Cristo nos uniu; e o gesto da paz,
facultativo. Pode consistir num aperto de mão, num abraço fraterno ou num beijo na face,
conforme os costumes de se saudar. O gesto pode ser acompanhado pelas palavras. Convém
que cada pessoa saúde somente aqueles que pode alcançar sem sair de seu lugar. Isso para não
tumultuar e para não prolongar demais o rito, que não deve invadir o rito que se segue, a
Fração do Pão, com o canto do Cordeiro de Deus pela assembléia. O entre nós chamado canto
da paz não é previsto. Parece um tanto operístico. Terá seu valor, mas não é o normal nem
deve prolongar-se.
Convém que a participação dos féis se manifeste através da oferta do pão e vinho para a
celebração da Eucaristia, ou de outras dádivas para prover às necessidades da igreja e dos
pobres.
As oblações dos fiéis são recebidas pelo sacerdote, ajudado pelo acólito ou outro
ministro. O pão e o vinho para a Eucaristia são levados para o celebrante, que as depõe sobre o
altar, enquanto as outras dádivas são colocadas em outro lugar adequado (cf. n. 73) [n. 140].
Ao altar, o sacerdote recebe a patena com pão, e a mantém levemente elevada sobre o
altar com ambas as mãos, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor. E depõe a patena com o
pão sobre o corporal (n. 141).
Em seguida, de pé, no lado do altar, derrama vinho e um pouco d'água no cálice, dizendo em
silêncio: Por esta água, enquanto o ministro lhe apresenta as galhetas. Retornando ao centro
do altar, com ambas as mãos mantém um pouco elevado o cálice preparado, dizendo em voz
baixa: Bendito sejais, Senhor; e depõe o cálice sobre o corporal, cobrindo-o com a pala, se
julgar oportuno.
Contudo, se não houver canto ao ofertório ou não houver música de fundo do órgão, na
apresentação do pão e do vinho, o sacerdote pode proferir em voz alta as fórmulas de
bendição, respondendo o povo: Bendito seja Deus para sempre" (n. 142).
2. Apresentação das oferendas ao altar. - "O sacerdote recebe a patena com pão, e a
mantém levemente elevada sobre o altar". Depois: "Com ambas as mãos mantém um pouco
elevado o cálice preparado". Como vemos de uma grande elevação dos dons no sentido de
oferta a Deus, mas de uma apresentação ao altar "que é Cristo".
O rito das oferendas. - Aqui, vem a propósito uma reflexão sobre este rito, infelizmente
bastante distorcido e abafado no nosso meio. A preparação da mesa da Ceia do Senhor e do
sacrifício memorial da Cruz deve ter seu tempo conveniente. Nela distinguimos três
momentos: a preparação do altar pelo diácono, ajudado pelos acólitos; a procissão das
oferendas pelos fiéis; e a apresentação das oferendas ao altar pelo Presidente, com a
aclamação da assembléia: Bendito seja Deus para sempre. O canto é facultativo. Só tem
sentido se houver procissão das oferendas. O canto pode não existir; pode acompanhar os dois
primeiros momentos do rito de preparação; ou pode cobrir os três momentos, mas nunca se
prolongar. A coleta deveria preceder as oferendas na procissão, como expressão de
generosidade e partilha dos fiéis, a exemplo e em comunhão com Cristo, que nos convida a
sermos Corpo dado e sangue derramado.
1. Após a consagração. - Diz-se que o sacerdote mostra ao povo a hóstia e o cálice (cf. n.
150b). Não se trata propriamente de uma elevação.
Ornamentação do altar. - A toalha que cobre o altar seja de cor branca (cf. n. 117 e 304).
"Na ornamentação do altar se observe moderação.
No Tempo do Advento se ornamente o altar com flores com moderação tal que convenha à
índole desse tempo, sem contudo, antecipar aquela plena alegria do Natal do Senhor. No
Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém, o domingo
"Laetare" (IV da Quaresma), solenidades e festas.
Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem
para a celebração da Missa, isto é, o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do
Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice
com a patena, o cibório, se necessário, e, finalmente, o corporal, o purificatório e o missal.
Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem de Cristo crucificado
que seja bem visível para o povo reunido. Convém que tal cruz que serve para recordar aos
fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça unto ao altar também fora das celebrações
litúrgicas" (n. 308).
Crucifixo e não simples cruz. - Trata-se de uma especificação que não constava da
Instrução Geral. Que seja crucifixo aparece ainda mais bem especificado no n. 117, que trata
das coisas que devem ser preparadas para a celebração: "Haja também sobre o altar ou perto
dele, uma cruz com a imagem de Cristo crucificado. Os castiçais e a cruz, ornada com a imagem
de Cristo crucificado, podem ser trazidos na procissão de entrada". Portanto também a cruz
processional seja ornada com a imagem de Cristo crucificado.
Queremos apresentar agora algumas ampliações em certos ritos, ou ritos que foram
acrescidos.
Silêncio. - Falando do silêncio, a nova Instrução acrescenta: "Convém que já antes da
própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia e mesmo nos lugares mais
próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados
mistérios" (n. 45b).
Aclamações na Oração eucarística. - Se, por lado, se insiste, com razão, que o sacerdote
proclame sozinho a Oração eucarística, por outro, amplia-se a manifestação dos fiéis através
das aclamações. Não só pelas aclamações tradicionais como o Santo, a aclamação após a
Consagração e o Amém final, mas por outras, como é o caso das aclamações nas Orações
eucarísticas aprovadas para o Brasil. O princípio de maior número de aclamações vem
incorporado na Instrução: "O sacerdote inicia a Oração eucarística. Conforme as rubricas ele
escolhe uma das Orações eucarísticas do Missal Romano, ou aprovadas pela Santa Sé. A Oração
eucarística, por sua natureza, exige que somente o sacerdote, em virtude de sua ordenação, a
profira. O povo, por sua vez, se associe ao sacerdote na fé e em silêncio e por intervenções
previstas no decurso da Oração eucarística, que são as respostas no diálogo do Prefácio, o
Santo, a aclamação após a consagração, e a aclamação Amém, após a doxologia final, bem
como outras aclamações aprovadas pela Conferência dos Bispos e reconhecidas pela Santa Sé"
(n. 147).
Ministros leigos como acólitos e leitores. - Superou-se a distinção entre as funções que
podem ser exercidas no presbitério e fora dele, a distinção entre ministros leigos não
instituídos homens ou mulheres. "Não havendo acólito instituído, podem ser destinados
ministros leigos para o serviço do altar e ajuda ao sacerdote e ao diácono, que levem a cruz, as
velas, o turíbulo, o pão, o vinho e a água, ou também sejam delegados como ministros
extraordinários para a distribuição da sagrada Comunhão (n. 100).
Para todos essas funções convém que haja uma bênção ou delegação para um tempo
determinado: "As funções litúrgicas, que não são próprias do sacerdote ou do diácono e das
quais se trata acima (n. 100-106), podem ser confiadas também pelo pároco ou reitor da igreja
a leigos idôneos com uma bênção litúrgica ou uma designação temporária" (n. 107).
Procissão de entrada. - A nova Instrução Geral parece exigir que nas missas com povo se
realize sempre a solene procissão de entrada como os diversos ministros previstos:
"Reunido o povo, o sacerdote e os ministros, revestidos das vestes sagradas, dirigem ao altar
na seguinte ordem:
b) os ministros que portam as velas acesas e, entre eles, o acólito ou outro ministro com
a cruz;
Realce dado Evangeliário. - Isto é novo. Será um livro diferente do Lecionário e ocupa um
lugar de honra. Ele ocupa um lugar de honra. No início da missa, é no meio do altar, onde
depois é aberto o corporal para acolher as oferendas. São previstos dois livros da Palavra de
Deus, um Lecionário no ambão para as leituras e o Evangeliário sobre o altar. Procedendo do
altar, o Evangeliário é conduzido um pouco elevado até o ambão por um ministro ordenado.
Isso para significar que a celebração da missa, na qual se escuta a palavra e se oferece e se
recebe a Eucaristia, constitui um só ato de culto divino. A palavra de Deus e o mistério
eucarístico foram honrados pela Igreja com a mesma veneração, embora com diferente culto.
Assim, a Palavra e a Eucaristia constituem dois alimentos, o mesmo Cristo, representado pelo
altar. Depois da veneração com o ósculo, "o Evangeliário pode ser levado para a credência ou
outro lugar adequado e digno" (cf. n. 175c).
Bênção com o Evangeliário. - "Quando o diácono serve ao Bispo, leva-lhe o livro para ser
osculado ou ele mesmo o beija, dizendo em silêncio: Pelas palavras do santo Evangelho. Em
celebrações mais solenes o Bispo, conforme a oportunidade, abençoa o povo com o
Evangeliário" (n. 175b).
Preparação do altar por ministro leigo. - O altar pode ser preparado por um ministro
leigo. Na missa com diácono compete a ele preparar o altar para a Ceia do Senhor e o sacrifício
eucarístico. Na missa sem diácono esta função cabe ao acólito ou outro ministro leigo: "O
acólito ou outro ministro leigo coloca sobre o altar o corporal, o purificatório, o cálice, a pala e
o missal" (n. 139b).
Portanto, a pessoa sempre pode receber a Comunhão na boca. Assim, nenhum ministro
da Comunhão pode obrigar a pessoa a receber a Comunhão na mão. Igualmente, não pode
obrigar o comungante a receber a comunhão na boca onde for permitida a Comunhão na mão.
Vale a pena transcrever uma orientação da CNBB, de 1974, sobre o modo de se receber
a Comunhão quando é dada na mão: "A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do
fiel, que a levará à boca antes de se movimentar para voltar ao lugar. Ou então, embora por
várias razões isso nos pareça menos aconselhável, o fiel apanhará a hóstia na patena ou no
cibório, que lhe é apresentado pelo ministro que distribui a comunhão, e que assinala seu
ministério dizendo a cada um a fórmula: "O Corpo de Cristo". É, pois, reprovado o costume de
deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fiéis retirem do mesmo a hóstia, sem
apresentação por parte do ministro. É também inconveniente que os fiéis tomem a hóstia com
os dedos em pinça e, andando, a coloquem na boca".
Acrescentaria, não é elegante levar diretamente a hóstia da palma da mão para a boca.
Contudo, os ministros devem praticar um certa tolerância em casos particulares, por exemplo,
quando alguém, um pouco constrangido por sofrer de uma sudorese na mão, apresenta a
palma da mão e junto a ela os dedos em pinça para receber a hóstia ou uma mãe com o
filhinho nos braços estende a mão com os dedos em pinça. Os ministros hão de considerar
benignamente cada caso em particular.
Comunhão sob as duas espécies. - Toda a disposição sobre a Comunhão sob as duas
espécies que constava de 14 pontos, ou ocasiões foi reformulada como se segue:
"Além dos casos previstos nos livros rituais, a Comunhão sob as duas espécies é
permitida nos seguintes casos:
O Bispo diocesano pode baixar normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies
para a sua diocese, a serem observadas inclusive nas igrejas dos religiosos e nos pequenos
grupos. Ao mesmo Bispo se concede a faculdade de permitir a Comunhão sob as duas
espécies, sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote celebrante, contanto que os fiéis
tenham boa formação a respeito e esteja excluído todo perigo de profanação do Sacramento,
ou o rito se torne mais difícil, por causa do número de participantes e por outro motivo.
Contudo, quanto ao modo de distribuir a sagrada Comunhão sob as duas espécies aos
fiéis, e à extensão da faculdade, as Conferências dos Bispos podem baixar normas, a serem
reconhecidas pela Sé Apostólica" (n. 283).
b) o que por acaso sobrar do precioso Sangue é consumido ao altar pelo sacerdote, ou
pelo diácono, ou pelo acólito instituído, que serviu ao cálice e como de costume purifica,
enxuga e compõe os vasos sagrados.
Aos fiéis que, eventualmente, queiram comungar somente sob a espécie de pão, seja-
lhes oferecida a sagrada Comunhão dessa forma" (284).
c. na ordenação de diácono;
h. havendo concelebração;
Missa com assistência de um só ministro. - Não se fala mais de "Missa sem povo", de
"missa com assistência de um só ministro". Não está bem claro se o ministro aqui assiste à
missa ou ao sacerdote. No título parece que a assistência é à missa. No n. 252 se diz: "Na Missa
celebrada por um sacerdote, ao qual assiste e responde um só ministro, observa-se o rito da
Missa com povo (cf. n. 120-169), proferindo o ministro, quando for o caso, as partes do povo".
Para que o sacerdote celebre a sós, antes se exigia "grave necessidade" que passou
agora para causa justiça e razoável, que já aparece no novo Direito Canônico8.
"A celebração sem ministro ou ao menos de um fiel, não se faça a não ser por causa
justa e razoável. Nesse caso, omitem-se as saudações, as exortações e a bênção no final da
Missa" (n. 254).
Por um lado, "recomenda-se com insistência a celebração cotidiana, a qual, mesmo não
se podendo ter presença de féis, é um ato de Cristo e da Igreja, em cuja realização os
sacerdotes desempenham seu múnus principal"9. Por outro se amaina-se a exigência da "grave
necessidade" para se celebrar "em particular". Tal abrandamento não deve conduzir à volta das
"missas de canto", de "altar lateral", de capelinhas, e até de quartos particulares dos
sacerdotes, perdendo-se o caráter comunitário da Eucaristia como Ceia do Senhor, seu caráter
celebrativo.
Purificação dos vasos sagrados. "Os vasos sagrados são purificados pelo sacerdote ou
pelo diácono ou pelo acólito instituído depois da Comunhão ou da Missa, na medida do
possível junto à credência. A purificação do cálice é feita com água, ou com água e vinho, a
serem consumidos por aquele que purifica o cálice. A patena seja limpa normalmente com o
sanguinho. Cuide-se que a sobra do Sangue de Cristo que eventualmente sobrar após a
distribuição da Comunhão seja tomado logo integralmente ao altar (n. 279).
Aqui temos a notar duas coisas. A purificação dos vasos sagrados é de competência do
sacerdote, do diácono e do acólito instituído. Excluem-se, portanto, os ministros
extraordinários da Comunhão eucarística. O cuidado em consumir logo integralmente o Sangue
de Cristo que eventualmente sobre após a distribuição da Comunhão, exceção feita, é claro,
para o caso de se levar eventualmente a Sagrada Comunhão sob a espécie de vinho a algum
enfermo.
Para as festas são previstas duas leituras. Mas, se a festa, segundo as normas, for
elevada ao grau de solenidade, acrescenta-se uma terceira leitura, tirada do Comum" (n. 357).
O que terá mudado aqui? As três leituras sejam realmente feitas. Parece que se aboliu a
faculdade às Conferências dos Bispos de, por motivos de ordem pastoral permitir em algumas
regiões o uso de apenas duas leituras10. No caso das festas, elevadas a solenidades diz-se
simplesmente: "acrescenta-se uma terceira leitura, tirada do Comum".
Leituras próprias e apropriadas. - "Na memória dos Santos, a não ser que haja próprias,
lêem-se normalmente as leituras indicadas para o dia de semana. Em alguns casos propõem-se
leituras apropriadas, ou seja, que realçam um aspecto peculiar da vida espiritual ou da
atividade do Santo. O uso destas leituras não deve ser urgido, a não ser que uma razão pastoral
realmente o aconselhe" (n. 357c). A Introdução Geral do Ordo Lectionum distingue entre
leituras próprias a apropriadas nos seguintes termos: "Para as celebrações dos santos
propõem-se, quando elas existem, leituras próprias, isto é, que tratam da mesma pessoa do
santo ou do mistério que a missa celebra. Essas leituras, embora se trate de uma memória,
devem ser feitas no lugar das leituras correspondentes ao dia de semana. Quando se dá esse
caso numa memória, o Elenco das Leituras da Missa o indica expressamente em seu lugar. Às
vezes, dá-se o caso de leituras apropriadas, isto é, que sublinham algum aspecto peculiar da
vida espiritual ou da atividade do santo. Em tal caso, não parece que se deve impor o uso
dessas leituras, a não ser que o motivo pastoral o aconselhe realmente. Geralmente, indicam-
se as leituras que existem nos Comuns, para facilitar a escolha. Trata-se apenas de sugestões:
em vez da leitura apropriada ou simplesmente proposta, pode-se escolher qualquer outra dos
Comuns indicados" (Intr. ao OLM, n. 83).
Por isso, a edição do Lecionário Santoral não apresenta por extenso as leituras
apropriadas ou meramente indicadas, visto que, nas memórias dos Santos, em princípio, se
deve dar preferência às leituras dos dias de semana. Também se deve ter um certo cuidado no
uso de certos Missais da Assembléia, como, por exemplo, o Missal da Assembléia Cristã -
Missal Cotidiano, que em cada memória dos Santos remete para as leituras apenas indicadas.
Insistimos, as leituras do Lecionário dos Dias de Semana têm preferência sobre as leituras
meramente indicadas e mesmo as apropriadas. O mesmo critério se deve usar ao se fazer uso
da "Liturgia Diária".
2. O altar. - Deve ser dedicado segundo o rito descrito no Pontifical Romano. Ao falar da
dedicação do altar e não de consagração, percebemos uma certa contradição ou falta de
clareza: "Tanto o altar fixo como o móvel seja dedicado conforme o rito apresentado no
Pontifical Romano; o altar móvel, porém, só pode ser abençoado" (n. 300). No princípio geral
se diz: "tanto o altar fixo como o móvel seja dedicado". Depois: "o altar móvel, porém, só pode
ser abençoado". Talvez se queira dizer que a bênção do altar móvel também siga o rito descrito
no Pontifical.
Em todo caso, haja nas novas igrejas um só altar, onde se celebre a Eucaristia, e nas
igrejas antigas igrejas onde o altar mor junto à parede, permanece em respeito à arte, deve
haver outro altar central que também será dedicado: "Nas novas igrejas a serem construídas,
convém erigir um só altar, que na assembléia dos fiéis signifique um só Cristo e uma só
Eucaristia da Igreja.
Contudo, nas igrejas já construídas, quando o altar antigo estiver colocado de tal
maneira que torne difícil a participação do povo, nem puder ser transferido sem detrimento de
seu valor artístico, construa-se outro altar fixo com valor artístico e devidamente dedicado; e
somente nele se realizem as sagradas celebrações. Para não distrair a atenção dos fiéis do novo
altar, o altar antigo não seja ornado de modo especial (n. 303).
3. O ambão - Realça a dignidade do lugar donde se anuncia a palavra de Deus. A ele
subam somente os ministros da palavra de Deus; não seja uma mera estante móvel e convém
que, antes do seu uso litúrgico seja abençoado: "A dignidade da palavra de Deus requer na
igreja um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte espontaneamente
a atenção dos fiéis no momento da liturgia da palavra.
De modo geral, convém que esse lugar seja uma estrutura estável e não uma simples
estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os
ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis.
Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico
conforme o rito proposto no Ritual Romano (n. 309).
Percebemos que deverá haver um único ambão, ou seja, uma só mesa da Palavra de
Deus, um só ambão. A tendência é construí-lo no antigo "lado do Evangelho", ou seja, do lado
direito do sacerdote no altar ou na sede do celebrante. Digo, trata-se de uma tendência; não se
trata de algo rígido. O outro lado seria ocupado pelo comentarista que não sobe ao ambão,
mas pode ter uma estante móvel, donde também o animar do canto exerce sua função junto
com o grupo de cantores.
Antes de ser destinada ao uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência
segundo o rito descrito no Ritual Romano.
5. Material dos vasos sagrados. - "Os vasos sagrados sejam feitos de metal nobre. Se
forem de metal oxidável ou menos nobres do que o ouro sejam normalmente dourados por
dentro. (n. 328). A juízo da Conferência dos Bispos, com aprovação da Sé Apostólica, os vasos
sagrados podem ser feitos também de outros materiais sólidos e considerados nobres em cada
região, por exemplo, o marfim ou certas madeiras mais duras, contanto que convenham ao uso
sagrado. Neste caso, prefiram-se sempre materiais que não se quebrem nem se alterem
facilmente. Isso vale para todos os vasos destinados a receber as hóstias como patena, cibório,
teca, ostensório e outros do gênero" (n. 329).
"Para consagrar as hóstias, é conveniente usar uma patena de maior dimensão, onde se
coloca tanto o pão para o sacerdote e do diácono bem como para os demais ministros e fiéis"
(n. 331).
Quanto à forma dos vasos sagrados insiste-se que "se distingam claramente daqueles
destinados ao uso cotidiano" (cf. n. 332).
6. Dignidade dos livros litúrgicos. - Entre os objetos usados na igreja pede-se especial
atenção aos livros litúrgicos. "Deve-se cuidar de modo especial que os livros litúrgicos,
particularmente, o Evangeliário e o Lecionário, destinados à proclamação da Palavra de Deus,
gozando, por isso, de veneração peculiar, sejam na ação litúrgica realmente sinais e símbolos
das realidades celestes, e, por conseguinte, verdadeiramente dignos, artísticos e belos" (n.
349). Em conseqüência, exige-se um esforço por superar ou por dar uma nova forma e
finalidade aos "folhetos litúrgicos". Em todo caso, que eles não sejam usados para a
proclamação da Palavra de Deus.
7. Os paramentos. Curiosamente eles não são chamados vestes litúrgicas, mas vestes
sagradas. Foi omitido o parágrafo que falava do uso de paramentos mais nobres, mesmo que
não sejam da cor do dia, em dias de maior solenidade (cf. n. 309 antigo). Esta possibilidade
parece permanecer ao menos para as Missas rituais: "As Missas rituais são celebradas com a
cor própria, a branca ou a festiva" (n. 347).
V. ALGUMAS RESTRIÇÕES
Pudemos descobrir na nova Instrução Geral sobre o Missal Romano algumas restrições,
que talvez pudéssemos chamar também de retrocessos.
Purificação dos vasos sagrados. - Esta purificação é restrita aos ministros ordenados e ao
acólito instituído: "Os vasos sagrados são purificados pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo
acólito instituído depois da Comunhão ou da Missa, na medida do possível junto à credência. A
purificação do cálice é feita com água, ou com água e vinho, a serem consumidos por aquele
que purifica o cálice. A patena seja limpa normalmente com o sanguinho" (n. 278). Excluem-se,
portanto, os ministros extraordinários da Comunhão eucarística, que, na prática, ao presidirem
celebrações da Palavra de Deus, na ausência do sacerdote, ou levarem a Sagrada Comunhão
aos enfermos, exercem tal ministério.
Estes ministros não se aproximem do altar antes que o sacerdote tenha tomado a
Comunhão, recebendo sempre o vaso que contém as espécies da Santíssima Eucaristia a serem
distribuídas aos fiéis, da mão do sacerdote celebrante" (n. 162).
Quais seriam estes ministros? O acólito instituído bem como outros fiéis, que para isso
foram legitimamente delegados, ou somente estes últimos, ou seja, ministros ocasionais?
Parece que são todos eles.
Gestos e posições do corpo. - Neste ponto temos algo de estranho. Por um lado se
insiste que os gestos e posições do corpo devem expressar claramente o sentido de cada parte
da missa. "Os gestos e posições do corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como
do povo devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre
simplicidade, se compreenda a verdadeira e plena significação de suas diversas partes e se
favoreça a participação de todos. Deve-se, pois, atender às diretrizes do direito litúrgico e da
prática tradicional do Rito Romano e a tudo que possam contribuir para o bem comum
espiritual do povo de Deus, de preferência ao próprio gosto ou arbítrio" (n. 42a).
1. De joelhos do Santo até o final da Oração eucarística? - Depois, se diz ser louvável os
fiéis, onde for costume, permanecerem de joelhos do Santo até o final da Oração eucarística:
"Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até ao final
da Oração eucarística, é louvável que ele seja mantido" (n. 43d).
As Introduções Gerais dos diversos Rituais publicados pela Sé Apostólica costumam ter
um último capítulo sobre as adaptações que competem às Conferências dos Bispos, ao Bispo
diocesano e ao Presidente da celebração. Isso não foi feito com o Missal Romano. Por isso, o
Capítulo IX, todo novo, sob o título Adaptações que competem aos Bispos e às suas
Conferências, que vai do n. 386 a 399.
A finalidade deste novo capítulo da Instrução vem expressa assim: "A renovação do
Missal Romano, realizada segundo as exigências do nosso tempo, de acordo com as normas do
Concílio Vaticano II, teve o máximo cuidado para que todos os fiéis pudessem garantir, na
celebração eucarística, aquela plena, consciente e ativa participação que a própria natureza da
Liturgia exige e à qual os próprios fiéis, por força de sua condição, têm direito e obrigação.
Competências do Bispo diocesano. - O Bispo diocesano deve ser, antes de tudo, o fautor,
coordenador e vigia da vida litúrgica em sua diocese: "O Bispo diocesano, que deve ser tido
como o sumo sacerdote de sua grei, do qual, de algum modo, deriva e depende a vida de seus
fiéis em Cristo, deve fomentar, coordenar e vigiar a vida litúrgica em sua diocese. Conforme
esta instrução, cabe a ele orientar a disciplina da concelebração (cf. n. 202), estabelecer
normas para o serviço do sacerdote ao altar (cf. n. 107), sobre a distribuição da sagrada
Comunhão sobre as duas espécies (cf. n. 284) e sobre a construção e restauração de igrejas (cf.
n. 291-294). Mas, cabe-lhe antes de tudo alimentar o espírito da sagrada Liturgia nos
sacerdotes, diáconos e fiéis" (n. 387).
O Missal Romano deve ser publicado integralmente tanto no texto latino como nas
versões em vernáculo legitimamente aprovadas" (n. 389).
- textos dos cantos da entrada, da preparação das oferendas e da Comunhão (cf. acima,
n. 48, 74 e 87);
- o material para a confecção do altar e das sagradas alfaias, sobretudo dos vasos
sagrados, bem como a forma e a cor das vestes litúrgicas (cf. acima, n. 301, 329, 332, 345-346 e
349).
"Às mesmas Conferências compete cuidar com especial atenção das traduções dos
textos bíblicos usados na celebração da Missa. Pois, da sagrada Escritura são lidas as lições e
explicadas na homilia, e cantam-se os salmos, e é de sua inspiração e bafejo que surgiram as
preces, orações e hinos litúrgicos, de modo que dela que os atos e sinais recebem a sua
significação. Use-se uma linguagem que corresponda à compreensão dos fiéis e que se adapte
à proclamação em público, considerando, porém, as características próprias aos diversos
modos de falar usados nos livros sagrados" (n. 391).
"Compete, igualmente, às Conferências dos Bispos preparar com muito cuidado a versão
dos demais textos, para que, garantida a índole de cada língua, se transmita plenamente e com
fidelidade o sentido do texto original latino. Na execução deste empreendimento é preciso
considerar os diversos gêneros literários usados no Missal, como as orações presidenciais, as
antífonas, as aclamações, as respostas, as preces litânicas etc.
Deve-se ter em mente que a tradução dos textos não visa primeiramente à meditação,
mas, antes, à proclamação ou ao canto no ato da celebração.
Faça-se uso de uma linguagem adaptada aos fiéis da respectiva região, mas que seja
nobre e dotada de valor literário, permanecendo sempre a necessidade de alguma catequese
sobre o sentido bíblico e cristão de certas palavras ou frases.
É melhor que nas regiões em que se fala a mesma língua, se tenha, na medida do
possível, uma só versão para os textos litúrgicos, sobretudo para os textos bíblicos e para o
Ordinário da Missa" (n. 392).
"Tendo em vista o lugar proeminente que o canto recebe na celebração, como parte necessária
ou integrante da liturgia, compete às Conferências dos Bispos aprovar melodias adequadas,
sobretudo para os textos do Ordinário da Missa, para as respostas e aclamações do povo e para
celebrações peculiares que ocorrem durante o ano litúrgico.
"Convém que cada diocese tenha o seu calendário e o próprio das Missas. A Conferência
dos Bispos, por sua vez, prepare o calendário próprio da nação, ou, em colaboração com outras
Conferências um calendário mais amplo, a ser aprovado pela Sé Apostólica.
Nesta iniciativa deve-se considerar e defender ao máximo o dia do Senhor, como dia de
festa primordial, de modo que outras celebrações, a não ser que sejam de máxima
importância, não se lhe anteponham. Igualmente se cuide que o ano litúrgico renovado por
decreto do Concílio Vaticano II não seja obscurecido por elementos secundários.
Na elaboração do Calendário do país, sejam indicados os dias das Rogações e das Quatro
Têmporas do ano, bem como as formas e os textos para celebrá-las; e tenham-se em vista
outras determinações peculiares.
"Assim pois, o Missal Romano, ainda que na diversidade de línguas e em certa variedade
de costumes, para o futuro, deverá ser conservado como instrumento e sinal preclaro da
integridade e unidade do Rito Romano" (n. 399).
O Papa João Paulo II chegou a declarar aos Bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB em
visita "ad limina", que no Brasil não há lugar para um rito afro-brasileiro, visto que eles foram
evangelizados a partir do Rito Romano14. O que nos resta? Quem sabe, um rito para certas
nações indígenas e, ainda assim, ele deverá garantir "a substancial unidade do Rito romano".
Não é fácil trabalhar em tal processo de inculturação da Liturgia. Entre nós este processo de
adaptação inculturada foi apenas iniciada. Temos, pois, um longo caminho a percorrer. Se o
processo de adaptação inculturada já é complicadíssimo, o que, então, pensar de um rito
inculturado?
CONCLUSÃO
Como vimos, as novidades propriamente ditas são poucas. Nesta terceira edição típica
do Missal Romano renovado por decisão do Concílio Vaticano II manteve-se basicamente a
estrutura da Missa aprovada por Paulo VI. Integrou-se no próprio texto da Instrução o Proêmio
acrescentado um pouco depois da edição do "Ordo Missae" devido às críticas e os ataques
contra o Missal reformado. Temos agora uma só numeração. Foi integrada na Instrução Geral
toda a regulamentação da Liturgia da Missa posterior à primeira edição típica do Missal
Romano.
A nossa exposição pode ter deixado a impressão de volta a uma concepção rubricística e
legalista da Liturgia. Creio que não devamos tirar esta conclusão. O acolhimento desta nova
Instrução e edição do Missal Romano deve levar sim à uma compreensão maior da ritualidade
da celebração dos mistérios de Cristo. Rito é rito e deve ser vivido como tal. Importa descobrir
e viver seu sentido simbólico. Os ritos ou a expressão significativa da Liturgia contêm, ocultam,
revelam e comunicam ao mesmo tempo o mistério de Cristo.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
I. NOVIDADES
- A posição do tabernáculo
- O canto gregoriano
- A Palavra de Deus
- Vestes litúrgicas
- O silêncio
- Incensação
- Sinais de veneração
- Posições do corpo
1. Ofertório
4. Aclamação
1. Após a Consagração
2. Na grande doxologia
3. Antes da Comunhão
- Ornamentação do altar
- A piscina
- Silêncio
- O "Asperges"
- Os coroinhas e as coroinhas
- Procissão de entrada
- A Comunhão na mão
2. O altar
3. O ambão
V. ALGUMAS RESTRIÇÕES
2. Comunhão de joelhos?
- Inculturação da Liturgia