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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE GERAL........................................................................................................................... I

ÍNDICE DE FIGURAS................................................................................................................ III

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................ VI

SIMBOLOGIA DO BASQUETEBOL .......................................................................................... VII

TERMINOLOGIA ................................................................................................................... VIII

HISTÓRIA DO BASQUETEBOL .................................................................................................. 1

CARATERIZAÇÃO DO JOGO DE BASQUETEBOL ..................................................................... 13

CARATERIZAÇÃO DAS ETAPAS DE EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO JOGO ............................ 16

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA .................................................................................................... 20

PRIMEIRAS ESTRUTURAS TÁTICAS ........................................................................................ 21

A transição defesa-ataque ................................................................................................ 21

FUNDAMENTOS DA TÉCNICA INDIVIDUAL OFENSIVA I ........................................................ 33

LANÇAMENTO ................................................................................................................... 37

Lançamento na passada ............................................................................................... 37

Lançamento em Apoio .................................................................................................. 39

Lançamento em suspensão .......................................................................................... 40

Lançamento de Gancho ................................................................................................ 41

DRIBLE ............................................................................................................................... 42

PASSE ................................................................................................................................ 45

PARAGEM ......................................................................................................................... 52

ROTAÇÕES......................................................................................................................... 53

FUNDAMENTOS DA TÉCNICA INDIVIDUAL OFENSIVA II ....................................................... 56

CORTES.............................................................................................................................. 56

FINTAS ............................................................................................................................... 57

MUDANÇAS DE DIREÇÃO .................................................................................................. 58

I
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DESMARCAÇÃO................................................................................................................. 59

O ATAQUE DE POSIÇÃO ........................................................................................................ 60

Ataque de Posição em “Cinco Abertos” com passe, corte e reposição............................ 62

ESTRUTURAS PARCELARES DE CONSTRUÇÃO DO ATAQUE .................................................. 65

ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA ................................................................................................... 68

A defesa individual............................................................................................................ 70

Técnica Individual Defensiva ........................................................................................ 71

Funções Específicas....................................................................................................... 72

DEFESA À ZONA .................................................................................................................... 80

O ENSINO DO BASQUETEBOL ............................................................................................... 82

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 85

II
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - James Naismith. ............................................................................................................ 1

Figura 2 - Configuração da Área Restritiva desde 2010. ............................................................... 7

Figura 3 - Medidas oficiais do campo de basquetebol................................................................ 13

Figura 4 - Representação das posições dos jogadores................................................................ 14

Figura 5 - Ilustração da ocupação das estações de receção. ...................................................... 23

Figura 6 - Estações de receção do 1º passe. ............................................................................... 23

Figura 7 -Desenvolvimento da TDA em drible. ........................................................................... 23

Figura 8 - Desenvolvimento da TDA em passe. ........................................................................... 23

Figura 9 - Sub-fase Desenvolvimento da TDA. ............................................................................ 24

Figura 10 - Linhas de passe e organização da TDA para entrada em ataque de posição. .......... 24

Figura 11 - Finalização em situação de 2x1. ................................................................................ 25

Figura 12 - Resolução da situação de 2x1 em passe. .................................................................. 26

Figura 13 - Ilustração dos princípios ofensivos em situação de 3x2. .......................................... 26

Figura 14 - Linha de passe de apoio e passe de retorno. ............................................................ 27

Figura 15 - Disposição inícial do Exercício 9 – 3x2. ..................................................................... 28

Figura 16 - Exercício 9 - Situação de 2x1. .................................................................................... 28

Figura 17 - Exercício 9 - Nova situação de 3x2. ........................................................................... 29

Figura 18 - Exercício 11 - Disposição inícial. ................................................................................ 29

Figura 19 - Exercício 11 - Após ganho de posse de bola da defesa. ............................................ 29

Figura 20 - Ilustração da continuidade do exercício 11. ............................................................. 30

Figura 21 - Exercício 2x1+1 - Disposição Inicial. .......................................................................... 30

Figura 22 - Exercício 2x1+1 - Continuidade do exercício............................................................. 30

Figura 23 - Exercício 2x1+1 - Continuidade do exercício............................................................. 31

Figura 24 – 3x0 com passe em progressão - Disposição inicial. .................................................. 31

Figura 25 - 3x0 com passe em progressão - Continuidade do exercício. .................................... 32

III
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 26 - 3x0 com passe em progressão e 2x1 para lado oposto. ........................................... 32

Figura 27 - Jason Kidd – Campeão Olímpico Norte-americano em posição de Tripla Ameaça. . 34

Figura 28 - Ilustração da Pega da bola de basquetebol. ............................................................. 34

Figura 29 - Michael Jordan a executar um lançamento .............................................................. 39

Figura 30 - Lançamento em apoio - Larry Bird. ........................................................................... 40

Figura 31 - Lançamento em suspensão - Michael Jordan. .......................................................... 40

Figura 32 - Lançamento de Gancho - Kareem Abdul- Jabbar. ..................................................... 41

Figura 33 - Finalização da TDA e Entrada em Ataque de posição. .............................................. 60

Figura 34 – Finalização da TDA - Integração do jogador 4. ......................................................... 61

Figura 35 – Finalização da TDA – Integração do jogador 5. ........................................................ 61

Figura 36 - Posicionamento inicial do ataque de posição “5 abertos”. ...................................... 63

Figura 37 - Exemplo de movimentação após passe penetrante 1-2. .......................................... 63

Figura 38 - Exemplo de movimentação após passe penetrante 2-5. .......................................... 63

Figura 39 - Exemplo de movimentação após passe não penetrante. ......................................... 64

Figura 40 - Exemplo de movimentação após passe não penetrante. ......................................... 64

Figura 41 - Exemplo de movimentação após passe não penetrante 3-4. ................................... 64

Figura 42 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização do jogador 2 que recebe o bloqueio de

1. .................................................................................................................................................. 65

Figura 43 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização do jogador 1 que efetua e desfaz do

bloqueio. ..................................................................................................................................... 65

Figura 44 – Aclaramento – Linha de passe fechada. ................................................................... 66

Figura 45 – Aclaramento à ação de drible................................................................................... 66

Figura 46 – Aclaramento devido à existência de 2 atacantes no mesmo espaço....................... 66

Figura 47 - Exemplo de Bloqueio indireto efetuado pelo jogador 1 a 3. .................................... 66

Figura 48 - Exemplo de Bloqueio Indireto de 1 a 3 com finalização de 1 após desfazer do

bloqueio (criação de 2ª linha de passe). ..................................................................................... 66

IV
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 49 – Posição base defensiva. ............................................................................................ 71

Figura 50 – Defesa em sobremarcação do lado da bola. ............................................................ 72

Figura 51 – Defesa ao jogador com bola na posição de extremo. .............................................. 72

Figura 52 – Alteração da posição defensiva em reação ao passe. .............................................. 73

Figura 53 – Alteração da posição defensiva em reação ao passe - Defesa do corte pela frente.

..................................................................................................................................................... 73

Figura 54 – Posicionamento defensivo do defensor do base do lado da ajuda.......................... 74

Figura 55 – Defesa ao extremo sem bola do lado da bola .......................................................... 74

Figura 56 – Defesa ao extremo sem bola do lado da ajuda. ....................................................... 75

Figura 57 – Defesa ao Poste alto – lado da bola. ........................................................................ 76

Figura 58 – Defesa ao Poste médio – Lado da bola. ................................................................... 76

Figura 59 – Defesa ao Poste Médio com bola no canto. ............................................................. 76

Figura 60 – Ilustração dos triângulos de ajuda. .......................................................................... 77

Figura 61 – Linhas de 1º passe. ................................................................................................... 78

Figura 62 – Linhas de 2º passe. ................................................................................................... 78

Figura 63 – Ilustração da linha cesto-cesto e da divisão do campo em lado da bola e lado da

ajuda. ........................................................................................................................................... 78

Figura 64 – Posicionamento defensivo com bola acima da linha de lance livre. ........................ 79

Figura 65 – Posicionamento defensivo com bola abaixo da linha de lance livre. ....................... 79

Figura 66 – Ilustração da defesa zona 2:1:2. ............................................................................... 81

Figura 67 – Defesa zona 2:1:2 com bola no extremo. ................................................................. 81

Figura 68 – Defesa zona 2:1:2 com bola no canto. ..................................................................... 81

V
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Simbologia do Basquetebol ................................................................................. VII

Tabela 2- Evolução do nº de jogadores .................................................................................. 4

Tabela 3 - Evolução da regra "Faltas pessoais" ...................................................................... 4

Tabela 4 - Evolução das Regras de Valoração dos cestos ....................................................... 5

Tabela 5 - Evolução da Dimensão do campo .......................................................................... 6

Tabela 6 - Evolução da configuração da área restritiva .......................................................... 7

Tabela 7 - Evolução das regras de duração do jogo e tempo de ataque ................................ 8

Tabela 8 - Evolução das funções e nº de árbitros ................................................................... 8

Tabela 9 - Evolução da regra de início do jogo ....................................................................... 9

Tabela 10 - Evolução da regra de drible ................................................................................. 9

Tabela 11 - Basquetebolistas Portugueses de referência..................................................... 12

Tabela 12 – Técnica e táctica no basquetebol ...................................................................... 15

Tabela 13 - Principios gerais do basquetebol ....................................................................... 15

Tabela 14 - Fases dos diferentes níveis de jogo nos Jogos Desportivos Coletivos JDC

(Garganta, 1994) ......................................................................................................................... 17

VI
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

SIMBOLOGIA DO BASQUETEBOL

Tabela 1 - Simbologia do Basquetebol.

Jogador Atacante
Jogador Defensor
Bola
Número para identificar os jogadores

12345 Ordem cronológica da ação


Movimentação de um jogador sem bola
Paragem com bloqueio
Passe
Lançamento
Drible
R Ressalto
Mudança de direção

VII
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

TERMINOLOGIA

Ação individual - utilização consciente por parte de um jogador, durante uma certa fase do
ataque ou da defesa, do complexo de processos técnicos adequados com o fim de realizar uma tarefa
parcial (temporária) específica do jogo.

Assistência - passe que precede a concretização de um lançamento.


Ataque - fase do jogo em que a equipa na posse da bola tenta alcançar a finalidade do jogo, i.e.,
marcar pontos.

Conceção de jogo - particularidades ou caraterísticas que uma equipa apresenta na utilização da


tática.

Contra-ataque - fase de jogo na qual a equipa tenta movimentar a bola na direção do cesto
adversário o mais rápido possível aproveitando a inferioridade numérica da defesa adversária ou pelo
menos uma vantagem posicional.
Corte - movimento rápido do jogador ofensivo para iludir (libertar-se de) um opositor ou para
receber a bola.

Defesa - fase do jogo em que a equipa que não está de posse da bola tem como objetivo evitar
que o adversário marque cesto; é, também, um padrão específico de jogo usado pela equipa na defesa.

Drible - técnica que permite ao jogador de posse de bola progredir com ela ao longo do campo de
jogo.

Falta - violação resultante de um contacto ilegal com um adversário.


Fases do Jogo - representam as situações ou etapas percorridas no desenvolvimento tanto do
ataque como da defesa, desde o início até à sua completa consumação.

Finta - movimento ou gesto realizado para retirar o defensor da sua posição.


Lado da bola - lado do campo no qual o jogador tem a posse de bola.
Linha de passe - trajetória provável da bola, num passe direto entre os dois atacantes.
Linha de penetração - caminho direto que leva o jogador com bola até ao cesto.
Passe e corte - ação ofensiva na qual um jogador passa a bola a um colega da equipa e
movimenta-se (corta) imediatamente na direção do cesto adversário para tentar receber de novo a
bola.

Passe picado ou de ressalto - passe no qual a bola ressalta no chão antes de ser recebida pelo
jogador.

Ressalto defensivo - ato de ganhar a posse da bola através de lançamento falhado pelo
adversário.

Ressalto ofensivo - ato de ganhar a posse da bola através de lançamento falhado por um colega
de equipa.

Rotação - técnica de pés na qual o jogador mantém um pé em contacto com o solo enquanto
movimenta o outro pé em qualquer direção.

Segundo lançamento - lançamento que resulta de um ressalto ofensivo ganho.


Sistema de jogo - é a forma geral de organização das ações ofensivas ou defensivas dos
jogadores pelo estabelecimento de um dispositivo, concreto e preciso, de determinadas tarefas, assim
como de certos princípios de colaboração entre eles.

VIII
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Tática - o conceito de tática refere-se ao conjunto de normas, comportamentos individuais e


coletivos com o objetivo de realizar uma prestação com sucesso a partir da contribuição ativa do fator
consciência, tanto durante o jogo como no decorrer da preparação desportiva.

Tática individual - representa o conjunto das ações individuais utilizadas conscientemente por
um jogador na luta com um ou vários adversários, tanto no ataque como na defesa.

Técnica - entende-se o sistema de ações motoras racionais, que realizadas de forma eficiente,
permitem elevados níveis de eficácia na obtenção de um resultado.

Trailer - jogador ofensivo que segue o contra-ataque inicial e que toma uma posição perto do
círculo da área restritiva adversária para receber a bola.
Triângulo de ajudas - triângulo formado pelos defensores do lado contrário ao da bola ou “lado
da ajuda” e constituído por três vértices: o defensor, o atacante que ele marca e a bola.

Turnover - perda de posse de bola sem tentativa de lançamento, resultante de um erro técnico ou
violação às regras.

IX
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

HISTÓRIA DO BASQUETEBOL

1. O inventor do jogo
2. A Origem do Basquetebol
3. O Primeiro Regulamento do Jogo
4. Evolução e Desenvolvimento do Basquetebol no âmbito regulamentar
5. Introdução do Basquetebol em Portugal
6. Cronologia dos momentos significativos no Basquetebol

1. O inventor do jogo
James Naismith nasceu a 6 de Novembro de 1861 na cidade de
Almonte no Canadá. Em 1883 ingressou no Mac Gill University em
Montreal e em 1887 recebeu o seu diploma de bacharel. Mais tarde, em
1891, fez o curso de Teologia, ano em que iniciou os seus estudos no
Springfield College, Massachussets, onde realiza o seu curso de professor
de educação física. Em 1936 foi eleito Presidente honorário da Federação
Internacional de Basquetebol Amador (FIBA) e nesse mesmo ano assistiu
em Berlim à 1ª participação Olímpica do Basquetebol. James Naismith
faleceu aos 78 anos de idade, em Lawrence, Kansas, Estados Unidos.

Figura 1 - James Naismith.

2. A Origem do Basquetebol
O basquetebol surgiu em 1891, criado pelo Dr. James Naismith, docente no Springfield College of
Massachussets, Estados Unidos da América. Nesta instituição eram formados os futuros monitores em
educação física, sendo as modalidades mais praticadas o futebol americano e o atletismo.

2.1. O que determinou a criação de um novo jogo


Os estudantes do colégio não revelavam interesse, nem entusiasmo pelas aulas de ginástica,
realizadas à base de movimentos fastidiosos e monótonos, quando eram realizadas no ginásio, devido
ao rigor do inverno. As suas preferências iam para as modalidades praticadas ao ar livre,
nomeadamente o futebol americano e o atletismo. Em consequência, os estudantes tornaram-se
indisciplinados e violentos.
Com o objetivo de alterar o panorama negativo das aulas, o diretor do colégio, Dr. Gulick, nomeou
o Dr. Naismith para estudar as causas da indisciplina e da falta de motivação dos alunos, o que o levou a
decidir criar um novo jogo que fosse atraente e motivasse os alunos.
Ou seja, era preciso pôr a funcionar uma atividade desportiva nova, que teria como caraterísticas:
- substituir os desportos de ar livre;
- ser praticada numa sala (ginásio);
- distinguir-se da ginástica da época, pouco apreciada pelos alunos;
- manter a condição física;
- motivar os alunos.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

2.2. As pesquisas do Dr. Naismith


As primeiras pesquisas efetuadas não foram coroadas de êxito. Naismith tentou aplicar jogos
simples praticados por ele, na sua infância, com os amigos da sua aldeia, mas tal não encontrou
entusiasmo por parte dos alunos. De seguida, tentou adaptar as modalidades desportivas tradicionais e
apreciadas pelos alunos, modificando as suas regras para que pudessem ser praticadas no ginásio. Uma
vez mais os alunos não apreciaram estas modificações, pois não aceitavam que modalidades desportivas
tão do seu agrado, caso do futebol americano, tivessem de ser praticadas sem se poder "placar", pelo
facto de ser realizada num ginásio.
Rapidamente o Dr. Naismith concluiu ser necessário criar uma nova modalidade baseada no estudo
crítico das modalidades desportivas praticadas na época e mais apreciadas pelos alunos.

2.3. Princípios fundamentais do novo jogo


Desse estudo crítico sobressaem os seguintes elementos que estão na base da criação do novo
jogo:
1. a bola, presente como nos outros jogos desportivos;
2. os cestos fixos de um lado e do outro do campo;
3. o desenvolvimento das qualidades físicas;
4. a relação de oposição entre duas equipas;
5. o equilíbrio ataque-defesa.

A partir dos pontos anteriores Naismith elaborou os cinco princípios fundamentais que
caraterizariam o novo jogo:
1º - A bola será esférica, grossa e leve, sendo jogada com as mãos;
2º - Os jogadores podem deslocar-se em qualquer direção no campo e podem receber a bola em
qualquer momento;
3º - É interdito correr com a bola nas mãos;
4º - Os contactos pessoais serão interditos e penalizados;
5º - O cesto, de pequena dimensão, será colocado fixo e numa posição horizontal (a uma
determinada altura do solo), de modo a fazer apelo mais à habilidade que à força.

3. O Primeiro Regulamento do Jogo


Após esta pesquisa teórica, Naismith elaborou o primeiro regulamento do jogo na base dos
princípios anteriormente referidos. Assim, o primeiro regulamento do jogo continha os seguintes treze
artigos:
1º - A bola pode ser lançada em qualquer direção, com uma ou as duas mãos.
2º - A bola pode ser batida em qualquer direção, com uma ou as duas mãos (nunca com o punho
fechado).
3º - O jogador não pode correr com a bola na mão. O jogador deve atirá-la do sítio em que a
agarrar. Deve haver benevolência para o jogador que agarra a bola quando corre com grande
velocidade.
4º - A bola deve ser agarrada nas mãos ou entre as mãos. Os braços e o corpo não podem ser
usados para agarrar a bola.
5º - Não é permitido agarrar, empurrar, puxar, rasteirar ou bater de qualquer modo na pessoa do
adversário:

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- a primeira infração a esta regra, por qualquer jogador, é contada como falta;
- uma segunda falta desqualifica o jogador que deve abandonar o campo até ser feito novo
ponto. Se houver intenção de magoar o adversário a desqualificação será para o resto do jogo e não
pode ser substituído.
6º - Bater a bola com o punho fechado é falta por violação às regras 2ª e 4ª e deve ser punida tal
como se descreve na regra 5ª.
7º - Se em qualquer das duas equipas os jogadores fizerem três faltas seguidas e consecutivas (sem
que os adversários tenham feito uma) será contado um ponto para o adversário.
8º - Conta-se um ponto (golo) sempre que a bola seja atirada ou batida de dentro do campo para
dentro do cesto e fique lá dentro. Aqueles que defendem não podem tocar no cesto ou deslocá-lo:
- se a bola ficar na borda do cesto e os adversários mexerem no cesto, conta-se golo como se a
bola entrasse.
9º - Quando a bola sai fora do campo pode ser posta em jogo pelo primeiro jogador que lhe toque e
que deve atirá-la para dentro do campo:
- para este lançamento concedem-se cinco segundos. Se a bola for agarrada mais tempo, a bola
pertence ao adversário;
- se uma das equipas demorar o jogo e teimar na demora, o árbitro deve marcar-lhe uma falta.
10º - O árbitro auxiliar será juiz dos jogadores e deve apontar as faltas avisando quando forem
cometidas três faltas consecutivas. Tem poderes para desqualificar os jogadores de acordo com a regra
5ª.
11º - O árbitro será o juiz da bola, devendo decidir quando se encontra em jogo, quando sai fora do
campo, a quem pertence tomar conta do tempo. O árbitro decidirá quando é golo, tomará conta dos
golos marcados e tem todos os deveres que se coloquem sob a sua responsabilidade.
12º - O tempo de jogo é de 30 minutos, divididos em duas partes de 15 minutos com um intervalo
de 5 minutos.
13º - A equipa que fizer mais golos nesse tempo será declarada vencedora. No caso de empate o
jogo deve continuar até que se faça outro golo, desde que os capitães concordem.

4. Evolução do Basquetebol
Em qualquer tipo de jogo, as regras representam a estrutura sobre a qual se elaboram ou
constroem as estruturas técnicas e táticas.

4.1. No âmbito regulamentar


Relativamente ao primeiro regulamento do jogo Naismith fez as seguintes alterações:

a) Número de jogadores
Quando fez o primeiro jogo, Naismith dividiu a turma, constituída por 18 alunos, em duas equipas
de 9 elementos. No entanto, este número foi sofrendo alterações ao longo do tempo como demonstra o
quadro seguinte:

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Tabela 2- Evolução do nº de jogadores.

Ano Nº de
Jogadores/Equipa
1891 9 e Entre 3 e 40
1893 5 ou 9
1894 5,7 ou 9
1896 5 (nº ideal) ou mais
1897 5
1932 5 + 2 suplentes
1937 5 + 5 suplentes
1948 5 + 7 suplentes
1973 5 + 5 suplentes
Atualmente 5 + 7 suplentes

b) Faltas dos jogadores


As primeiras regras estabeleciam que com duas faltas o jogador era suspenso, sem poder ser
substituído até que a equipa adversária fizesse ponto. Quando tal acontecesse, o jogador suspenso
podia regressar ao jogo e continuar a jogar. Evolução desta Regra:

Tabela 3 - Evolução da regra "Faltas pessoais".

ANO REGRA
1894/95 - a 2ª falta implicava a desqualificação para o resto do jogo, mas o jogador
desqualificado podia ser substituído por outro jogador.
1905/06 - nesta regra, o jogador só podia ser banido do jogo quando a falta fosse flagrante
(quando os universitários codificaram as suas próprias regras).
1908/09 - o jogador que acumulasse 5 faltas era imediatamente desqualificado.
1910/11 - o nº de faltas que ditava a desqualificação foi reduzido a 4, mas em caso de
prolongamento concedia-se ao jogador a possibilidade de dar mais uma falta.
1920/21 - o jogador não desqualificado por faltas podia entrar no jogo duas vezes.
1933/34 - o jogador não desqualificado por faltas podia entrar no jogo uma vez.
Desde 1944/45 - o jogador não desqualificado por faltas pode entrar no jogo "n" vezes. Cinco faltas
implicam a desqualificação do jogador, seja qual for a duração do jogo.

c) Valor dos cestos / Marcação de pontos


Nos primeiros jogos, a única maneira de marcar pontos era pela introdução da bola no cesto,
através de lançamento de campo. A equipa que cometesse três faltas consecutivas, sem que o
adversário fizesse alguma, seria penalizada com a perda de um ponto a favor do adversário. Esta

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

disposição revelou-se imediatamente desajustada ao comportamento dos jogadores que


constantemente cometiam faltas. Evolução desta regra:

Tabela 4 - Evolução das Regras de Valoração dos cestos.

Ano Regra
1893/94 - as equipas passam a marcar um ponto por cada falta do adversário e três
pontos por lançamento de campo;
1894/95 - a equipa que sofre falta tem direito a lançar ao cesto sem oposição, a uma
distância de 20 pés (lance livre) e marca um ponto quando a bola entra;
- o lançamento de campo retoma o valor de um ponto;
1895/96 - a distância para o lance livre é diminuída para 15 pés e marca-se um corredor
até à parede onde o cesto se fixa;
1896/97 - o lançamento de campo passa a valer 2 pontos e o lance livre 1 ponto;
1896/97 - criação da área de lance livre;
1912/13 - é introduzido um tempo limite de 10 segundos para a execução do lançamento;
1924/25 - até à data, os lançamentos livres são executados por um jogador especialista; a
partir desta época é o jogador que sofreu a falta que tem de executar este
lançamento;
- nesta altura, torna-se usual o duelo de "gigantes estacionados" debaixo do
cesto, tornando o jogo menos espetacular;
1935/36 - torna-se interdito, a qualquer jogador da equipa atacante, permanecer dentro
do corredor de lance livre, mais de 3 segundos;
- este corredor passa a ser denominado por "área restritiva", tendo por objetivo
evitar os cestos fáceis debaixo do cesto;
1955/56 - a área de lances livres é alargada de 6 para 12 pés, para evitar a vantagem dos
jogadores altos, que rodavam e lançavam debaixo do cesto;
- por esta medida se ter revelado insuficiente, a forma da área de lance livre foi
alterada, passando a zona restritiva a ter forma de trapézio com o objetivo de
aumentar a sua área;
1984/85 - introdução da linha de 3 pontos. Os lançamentos convertidos atrás da linha de
6,25 metros têm a partir desta altura o valor de 3 pontos.
2010/11 - A linha de 3 pontos passa a ser à distância de 6,75 metros.
- A área restritiva é alterada passando a ser novamente retangular.

d) Dimensão do campo
Nos primeiros jogos realizados em salas ou ginásios pequenos, as paredes funcionavam como linhas
limite do campo. Era frequente os jogadores fazerem uso das paredes e de outros objetos, como
elementos de estratégia. O jogo realizado nestas condições provocava frequentes contactos físicos
entre os jogadores. As primeiras regras determinavam que quando a bola saía fora do campo, ela
pertencia à equipa que a agarrasse em primeiro lugar. Assim, quando a bola saía todos os jogadores
corriam e “mergulhavam” na sua direção, tentando tocar-lhe em primeiro lugar. É fácil de perceber que

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

esta regra provocava constantes e intensos contactos físicos entre os jogadores, o que ia contra o
espírito inicial do jogo.
Deste modo, e no seguimento da evolução da qualidade do jogo, Naismith determinou que
doravante a bola pertenceria à equipa contrária. Evolução das dimensões do campo:

Tabela 5 - Evolução da Dimensão do campo.

ANO ALTERAÇÕES NAS DIMENSÕES DO CAMPO


1894/85 - as linhas de campo são, pela primeira vez, marcadas a uma distância de 0.9 metros das
paredes e contornando àquela distância todos os obstáculos;
1896/97 - as dimensões do campo são estabelecidas segundo um área de 1050 metros
quadrados;
- para eliminar a saída da bola aparecem, em muitos campos, vedações em rede
tornando-se, por isso, o basquetebol conhecido por cage-game (jogo da gaiola) quando
assim era jogado;
1902/03 - a bola é dada a um adversário da equipa que provoca a sua saída e a reposição é feita
no ponto em que ela sai;
1903/04 - o campo de jogo passa a ser delimitado por linhas retas;
1906/07 - as medidas do campo são condicionadas, segundo as regras dos universitários, a
dimensões máximas de 27 metros por 16,5 metros e mínimas de 21 metros por 10,5
metros;
1915/16 - a largura do campo, nas dimensões máximas, é reduzida a 15 metros;
1916/17 - as paredes das extremidades do campo são consideradas fora da área de jogo, o que
põe fim aos cestos marcados em corrida e subida da parede (visto que o cesto estava
fixo na parede);
1917/18 - é autorizada a marcação de uma zona final de 0,6 metros por baixo e atrás do cesto;
1918/19 - a marcação da zona final estende-se a toda a largura do campo;
1923/24 - a zona da linha final, por baixo e atrás da zona do cesto, é incluída na área de jogo;
1929/30 - deixam de utilizar-se vedações em rede à volta do campo;
1938/39 - surge, como opção, uma zona de 1,2 metros de largura, para além do plano da tabela;
Atualmente - O campo de basquetebol tem as medidas máximas de 28 metros de comprimento por
15 de largura.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Evolução da configuração da área restritiva

Tabela 6 - Evolução da configuração da área restritiva.

Antes de 1948 De 1948 a 1956 Depois de 1956

Figura 2 - Configuração da Área Restritiva desde 2010.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

e) Duração do jogo e tempos de ataque

Tabela 7 - Evolução das regras de duração do jogo e tempo de ataque.

ANO ALTERAÇÃO
1893/94 - cada jogo tem duas partes de 20 minutos, sendo o intervalo entre elas de 10
minutos;
1907/08 - o prolongamento passa a ter um tempo fixo de 5 minutos, acabando com a
disposição anterior (o empate era desfeito com o primeiro cesto obtido);
1935/36 - nas regras dos "universitários" o intervalo passa a ter 15 minutos de duração;
1956/57 - Introdução do aparelho de 30 segundos para controlar o tempo de ataque;
2000/01 - Redução do tempo de ataque de 30’’ para 24’’;
2000/01 - Redução do tempo permitido para passar a bola para o meio campo ofensivo de 10’’
para 8’’;
2000/01 - Os jogos passam a ter 2 partes, cada uma composta por 2 períodos de 10 minutos
cada. Entre o 1º e o 2º período e o 3º e o 4º existe um intervalo de 2 minutos. Entre o
2º e o 3º existe um intervalo de 15 minutos.

f) Árbitros
O basquetebol teve quase sempre dois árbitros à semelhança do futebol americano: um árbitro
principal que controlava o jogador de posse da bola e um árbitro auxiliar que vigiava as ações dos
jogadores em relação aos adversários.

Tabela 8 - Evolução das funções e nº de árbitros.

ANO AÇÕES DOS ÁRBITROS


1895/96 - o árbitro principal é autorizado a assinalar as faltas, o que até então só competia ao
árbitro auxiliar;
- surgem os cronometristas e os marcadores;
1906/07 - os "universitários" decidem que o jogo só deve ter um árbitro;
1910/11 - o jogo volta a ter dois árbitros devido à dificuldade de controlo;
1917/18 - definição do vestuário dos árbitros;
2005/06 - Os jogos internacionais masculinos passam a ser obrigatoriamente apitados por três
árbitros.

g) Início do jogo
Na origem do jogo, e tendo por base a solução do Râguebi, o árbitro principal dava início ao jogo
arremessando a bola ao ar, da linha lateral na direção do centro do campo, de modo a ser disputada
pelos dois jogadores do centro. Alterações:

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Tabela 9 - Evolução da regra de início do jogo.

ANO CARATERÍSTICAS DO JOGO


1893/94 - o início do jogo era feito no meio campo, sendo a bola lançada ao ar entre os dois
jogadores das duas equipas no centro;
1897/98 - é definido um círculo (± 0,6 m de raio) para os saltadores na bola ao ar;
1936/37 - cria-se um outro círculo (1,8 m de raio) que separa os saltadores dos restantes
jogadores;
1937/38 - a bola ao ar, que era obrigatória depois de cada cesto, é eliminada. A bola passa a ser
posta em jogo pela linha final, visando aumentar a velocidade (ritmo) do jogo.
2004/05 - A bola ao ar, que era obrigatória no início de todos os períodos, é abolida criando-se
a regra da posse de bola alternada. Só existe uma situação de bola ao ar no início do
jogo, no 1º período. A partir daí, cada posse de bola que era anteriormente definida
por bola ao ar (início dos períodos e bola presa) passa a posse de bola alternada: se a
equipa A ganha a 1ª bola ao ar, na próxima situação, a bola será da equipa B e assim
sucessivamente.

h) Drible
O drible é um dos elementos mais espetaculares do jogo. Foi inicialmente utilizado como medida
defensiva, na intenção de proteger a bola. Quando um jogador na posse da bola era estritamente
marcado, o que ele podia fazer era perder o contacto com a bola voluntariamente, de maneira a poder
recuperá-la de novo. Para tal, fazia rebolar ou ressaltar a bola no solo e voltava a agarrá-la, mudando de
posição. Esta foi a ação que deu origem à técnica do drible.
Rapidamente os jogadores se aperceberam que batendo a bola contra o solo e agarrando-a de novo
após o ressalto, podiam controlar a sua posse de ao mesmo tempo que se deslocavam no campo.
Evolução:

Tabela 10 - Evolução da regra de drible.

ANO EVOLUÇÃO DAS REGRAS TÉCNICAS


1898/99 - violação dos dois dribles: durante o jogo, o jogador não podia tocar na bola com as
duas mãos mais do que uma vez;
1899/1900 - é permitido o emprego alternado de uma das mãos, na execução do drible, desde
que este seja contínuo;
1901/1902 - é proibido driblar e lançar ao cesto de seguida;
- drible aéreo: é considerado quando o jogador conduz a bola às palmadas, mantendo-
a no ar, ao nível da cabeça e ao mesmo tempo que se encaminha para o cesto. Este
tipo de ação é considerada como "correr com a bola na mão", surgindo a regra que
determina que o drible seja efetuado ao nível da cintura;
Atualmente - É permitido driblar e lançar ao cesto de seguida.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

5. INTRODUÇÃO DO BASQUETEBOL EM PORTUGAL


O Basquetebol é introduzido em Portugal através dos professores de educação física e dos
secretários do Colégio Internacional da Associação Cristã da Mocidade (ACM - Triângulo Vermelho). O
professor de educação física Rodolf Horney, em 1913, foi responsável pela sua introdução em Portugal,
dando a conhecer o jogo aos frequentadores do ginásio da ACM. Contudo, nesta fase, o jogo tinha
essencialmente um carácter recreativo.
Entretanto, com a divulgação do jogo pelas respetivas ACM do Porto e Coimbra, foi possível dar
início às primeiras competições em 1921, entre as equipas daquelas associações.
Em 1922 organiza-se em Coimbra a primeira prova Inter-regional, participando as equipas do Porto,
Lisboa e Coimbra, das quais a última sai vencedora, sagrando-se CAMPEÃ DE PORTUGAL.
A inexistência de campos apropriados determinou que os jogos se realizassem em campos de
futebol.
O primeiro jogo internacional foi disputado no Porto, com a França, em 1933, no Estádio do Lima,
do Académico Futebol Clube.
Em 1934 disputou-se o primeiro jogo entre equipas femininas, no campo do Clube de Futebol "Os
Belenenses". As equipas intervenientes foram: uma de Lisboa, constituída por alunas da Escola
Industrial Machado de Castro; e outra de estudantes da cidade de Madrid.
Em 1933 realizou-se o primeiro campeonato de Portugal. No entanto, devido ao litígio entre a
Federação de Basquetebol e a Associação de Basquetebol de Lisboa (Liga), realizaram-se duas provas
rotuladas de Campeonato de Portugal.
A prova promovida pela Federação foi disputada entre 8 clubes e teve como campeão o Sport Clube
Conimbricense. A prova promovida pela Liga foi disputada por 35 clubes e teve como vencedor o
Campolide Atlético Clube.
O Sport Clube Conimbricense foi declarado campeão real de Portugal.
A Seleção nacional Portuguesa conquistou o primeiro apuramento para uma fase final do
campeonato da Europa em 2007. O campeonato realizou-se em Espanha e Portugal conseguiu uma
meritória passagem aos quartos-de-final da competição.

CRONOLOGIA DOS MOMENTOS SIGNIFICATIVOS NO BASQUETEBOL


1891 - Invenção do jogo de Basquetebol;
1892 - Realização do 1º jogo oficial;
1892 - Publicação das 1ªs regras do jogo;
1893 - Realização do 1º jogo na Europa;
1898 - Nascimento da 1ª Liga Americana;
1904 - Nos jogos Olímpicos de St. Louis o Basquetebol é modalidade de exibição;
1913 - Aparecimento da modalidade em Portugal;
1915 - Edição das 1ªs regras em Português;
1927 - Nascimento da equipa dos Harlem-Globetrotters;
- Fundação da Federação Portuguesa de Basquetebol;
1931 - Realização do 1º jogo internacional em Portugal;
1932 - Criação da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), em Genebra;
1934 - Uniformização internacional das regras;
1935 - Realização do 1º Campeonato de Europa Masculino, em Genebra;
1936 - O Basquetebol passa a modalidade Olímpica nos Jogos Olímpicos de Berlim;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

1938 - Realização do 1º Campeonato de Europa Feminino (Itália);


1940 - 1ª transmissão televisiva de um jogo de Basquetebol;
1950 - Realização do 1º Campeonato do Mundo Masculino, na Argentina;
1953 - Realização do 1º Campeonato do Mundo Feminino, em Santiago do Chile;
1958 - Início das provas europeias de clubes;
1976 - Realização da 1ª competição Olímpica Feminina, em Montreal, Canadá;
1989 – Criação do 1º Centro de Alto Rendimento (CAR) em Portugal, em Rio Maior. Era composto
por um conjunto de 12 atletas, de onde se destaca a principal referência do Basquetebol feminino em
Portugal, “Ticha” Penicheiro, atleta cuja carreira se desenrolou principalmente nos EUA, na WNBA, a
melhor competição feminina mundial onde teve um enorme destaque sendo umas das melhores bases
e atletas da competição durante vários anos;
1992 – Participação nos Jogos Olímpicos de Barcelona do “Dream Team”, célebre seleção Norte
Americana composta pela 1ª vez na história por jogadores profissionais da NBA (até à data as seleções
americanas eram compostas somente por jogadores universitários);
1997 – Criação definitiva dos CARs femininos e masculinos de basquetebol no Centro Desportivo do
Jamor. Todos os anos, novos jogadores ingressam nestes Centros para terem a oportunidade de se
prepararem nas melhores condições para o mais alto nível do Basquetebol;
1999 – Realiza-se em Portugal o Campeonato do Mundo de sub-20. Sagra-se campeã a Espanha ao
derrotar na final a equipa dos EUA. Pontificavam nessa equipa jogadores como Pau Gasol e Juan Carlos
Navarro, sendo a base da equipa que anos mais tarde se veio a sagrar campeã Europeia, campeã
Mundial e Vice - Campeã Olímpica;
2007 – 1º apuramento da Seleção Nacional Portuguesa para a fase final do campeonato da Europa
realizado em Espanha. A Seleção conseguiu a passagem para os quartos-de-final;
2011 - 2º apuramento da Seleção Nacional Portuguesa para a fase final do campeonato da Europa
realizado na Lituânia.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Basquetebolistas Portugueses de referência

Tabela 11 - Basquetebolistas Portugueses de referência.

Carlos Lisboa – O melhor jogador Paulo Pinto – Faleceu durante um jogo Patrícia “Ticha” Penicheiro – A Basquetebolista
Português de todos os tempos. de basquetebol em 2002. Era capitão Portuguesa com mais sucesso internacional, 4
Extremo reconhecido pela sua da selecção nacional de Basquetebol e vezes escolhida para o All Star da WNBA e
incrível capacidade de lançamento um exemplo de Atleta para todas as campeã em 2005. Eleita em 2011 como uma
de 3 pontos. modalidades. Tinha sido reconhecido das 15 melhores jogadoras de sempre da
pela FIBA em 1999 como um dos 50 competição. Base reconhecida pela sua
melhores jogadores Europeus nesse fantástica capacidade de penetração e passe é
ano. a jogadora com mais assistências da história da
WNBA. Um modelo a seguir.

6. Bibliografia
BARRETO, H. e SANTOS, A. (1987). "A Balada da Criação do Basquete". O Treinador, 19.
GONÇALVES, C.; LIMA, T.; OLIMPIO, C. (1977). "Origem e evolução do Basquetebol". Ludens, 2.
GUTMAN, B. (1988). The Pictorial History of Basketball. Brompton Books, London.
PETERSON, R. (1990). Cages to Jump Shots - pro Basketball´s early years. Oxford University Press,
New York.
Origem e Evolução do Basquetebol. Publicação nº 1, editada pela Associação Nacional de Treinadores
de Basquetebol (ANTB) em 1974-75

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

CARATERIZAÇÃO DO JOGO DE BASQUETEBOL


A estrutura formal
A estrutura funcional

A Estrutura Formal do Basquetebol


O basquetebol é caraterizado pelos seguintes elementos intervenientes na sua estrutura formal:

1. O campo de jogo

Figura 3 - Medidas oficiais do campo de basquetebol.

O campo de jogo é um espaço retangular, estável e com todas as medidas e sinalizações


perfeitamente estabelecidas e determinadas e no qual se desenvolve a confrontação entre duas
equipas, sendo como tal uma referência fundamental para os jogadores.
O campo de basquetebol tem em termos de dimensões máximas 28 m de comprimento por 15 m
de largura, podendo ter até menos 4 m de comprimento e 2 m de largura. Possui ainda, duas áreas
restritivas, um círculo central e duas tabelas com cestos cujas caraterísticas e medidas estão
determinadas pelas regras oficiais de jogo.
Uma linha a meio campo, divide o campo em dois meios campos: o meio campo ofensivo e o meio
campo defensivo.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

2. A bola
A bola é um objeto esférico em torno da qual se desenrolam as ações fundamentais de jogo e seu
desenvolvimento.

3. As regras
As regras de jogo determinam as condições prévias para o início do jogo e desenvolvimento do
mesmo.
4. Os pontos
Através da introdução da bola no cesto adversário e no impedimento da mesma ser introduzida no
nosso, se tenta alcançar a finalidade do jogo de basquetebol, i.e., obter o maior número de pontos
possíveis por parte da nossa equipa e o menos possível da equipa adversária.

5. Os jogadores
Para integrar e coordenar os seus esforços no ataque e na defesa os jogadores têm de conhecer as
suas posições relativamente ao campo de jogo e aos seus colegas de equipa. Deste modo, os jogadores
ocupam posições no campo às quais estão atribuídas tarefas. Cada posição tem regras claras e bem
definidas ainda que possuam carácter abstrato. Por isso, assim que uma equipa ganhe ou perca a posse
de bola, cada jogador deve assumir a posição apropriada no sistema ofensivo ou defensivo. Cada
jogador assume as tarefas correspondentes à posição que ocupa. Quando um jogador muda de posição,
muda de tarefa.
No basquetebol o quadro de funções de uma equipa é determinado por três grupos de jogadores
(Fig.4): bases, extremos e postes.
Os jogadores base (1 e 2) posicionam-se frontalmente ao cesto e têm como função dirigir o jogo.
São responsáveis pela organização do ataque e da defesa. O jogo ofensivo dos bases é determinado pela
qualidade do seu drible, por boas performances relativamente ao lançamento ao cesto e pela qualidade
dos passes efetuados aos extremos e postes.
Os jogadores extremos (3 e 4) posicionam-se de uma maneira geral no prolongamento da linha de
lance livre (a 3/4 do cesto) e possuem como caraterísticas principais serem bons lançadores de meia e
longa distância, e serem bons executantes na fase de finalização da transição defesa-ataque. Atendendo
à qualidade de desempenho nas ações de defesa e de ataque de posições exteriores (exterior da área
restritiva), são cada vez mais designados por jogadores universais.
Os jogadores poste (5) posicionam-se em redor das linhas limites da área restritiva, próximo do
cesto. Apresentam como principais caraterísticas serem bons ressaltadores (quer defensivo, quer
ofensivo) e finalizadores debaixo do cesto.

Figura 4 - Representação das posições dos jogadores.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

A Estrutura Funcional do Basquetebol


O desenvolvimento do jogo de basquetebol pode ser analisado pelos seguintes elementos
intervenientes na sua estrutura:

1. A Técnica-Tática
A técnica constitui o fator ou parte essencial do jogo sobre o qual se elabora uma estrutura que
permite um funcionamento coordenado denominado tática.
A partir desta dicotomia elaboram-se os sistemas e modelos de jogo que determinam a análise
teórica e o desenvolvimento prático do jogo.
Nesta perspetiva os elementos que constituem o jogo de basquetebol agrupam-se em torno das
seguintes categorias:

Tabela 12 – Técnica e tática no basquetebol.

Técnica individual de ataque Tática individual de defesa


Técnica individual de defesa Tática individual de ataque

Técnica coletiva de ataque Tática coletiva de ataque


Técnica coletiva de defesa Tática coletiva de defesa

2. Ataque-Defesa
O fator determinante constitui a posse ou não da bola.
A partir deste pressuposto, o jogo de basquetebol desenrola-se de acordo com os seguintes três
princípios gerais:

Tabela 13 - Princípios gerais do basquetebol.

Ataque Defesa
1. Conservar a bola 1. Tentar recuperar a bola
2. Progredir com a bola até ao cesto adversário 2. Impedir a progressão da bola
3. Marcar pontos 3. Impedir que nos marquem pontos

3. Cooperação-Oposição
Nesta perspetiva, temos de considerar o jogo de basquetebol como o resultado de um processo de
interação no qual intervêm diversos fatores cuja ação resulta do produto da cooperação realizada
perante uma oposição que muda e não como a soma de ações individuais.
Quer a cooperação, quer a oposição, verificam-se no ataque e na defesa, dado que os defensores
colaboram entre si para organizar a oposição ao ataque e os atacantes colaboram entre si para se
oporem à defesa.

Bibliografia:
HERCHER, W. (1983). Basquetebol. Estampa. Lisboa.
MORENO, J.H. (1988). Baloncesto - inicición y entrenamiento. Paidotribo.
FIBA - Official Basketball Rules 2010.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

CARATERIZAÇÃO DAS ETAPAS DE EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO


JOGO

 O jogo anárquico, o jogo intermédio, o jogo evoluído


 Abordagem, observação e interpretação do jogo
 Introdução dos princípios táticos

Caraterização dos níveis de jogo

Do jogo que o praticante é capaz de realizar, devemos identificar os principais problemas e enunciar
os fatores de evolução que possibilitam o acesso ao jogo evoluído.

Indicadores do jogo de fraco nível


. Todos junto da bola (aglutinação);
. Querer a bola só para si (individualismo);
. Não procurar espaços para facilitar o passe do colega que tem a bola;
. Não defender;
. Estar sempre a falar para pedir a bola ou criticar os colegas;
. Não respeitar as decisões do árbitro.

Fatores de desenvolvimento do bom jogo


. Fazer movimentar a bola (passar);
. Afastar-se do colega que tem a bola;
. Dirigir-se para espaços vazios no sentido de receber a bola;
. Intencionalidade: receber a bola e observar o jogo (ler o jogo);
. Ação após passe: movimentar para criar linha de passe;
. Não esquecer o objetivo do jogo (cesto);

Dos momentos iniciais (fase anárquica) até ao mais elevado nível da prestação desportiva (fase de
elaboração) é possível reconhecer várias fases em função das caraterísticas reveladas pelos praticantes,
relativamente a três indicadores: (i) estruturação do espaço de jogo; (ii) utilização dos aspetos de
comunicação na ação; (iii) relação com a bola (Garganta, 1994) (Tabela 14).

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Tabela 14 - Fases dos diferentes níveis de jogo nos Jogos Desportivos Coletivos JDC (Garganta, 1994).

Fases Comunicação na Estruturação do Relação com a bola


Ação Espaço
Jogo Anárquico
- Centração na bola; - Abuso da - Aglutinação em torno - Elevada utilização da
verbalização, da bola; visão central;
- Problemas na sobretudo para pedir
compreensão do jogo; a bola;

Descentração
- A função não - Prevalência da - Ocupação racional do - Da visão central para
depende apenas da verbalização; espaço em função dos a periférica;
bola; elementos do jogo;

Estruturação
- Consciencialização da - Verbalização e - Ocupação racional do - Do controlo visual
coordenação das comunicação gestual; espaço (tática para o propriocetivo;
funções; individual e de grupo);

Elaboração
- Ações inseridas na - Prevalência da - Polivalência - Otimização das
estratégia da equipa; comunicação motora; funcional; capacidades
propriocetivas;
- Coordenação das
ações (tática coletiva);

Observação da situação de abordagem do basquetebol


Como ponto de partida, é necessário observar o comportamento individual e coletivo dos
praticantes durante as primeiras experiências na modalidade. O fator dominante que carateriza o jogo
nesta fase é o da Atração pela Bola, materialização do desejo de cada um se apossar da bola, o que
produz o fenómeno da Aglomeração em torno da Bola.

Assim, as principais caraterísticas que se observam são:


1º - Muitas situações confusas, contactos físicos frequentes, insuficiência no domínio dos
deslocamentos, do corpo e da bola.
2º - O objetivo do jogo poucas vezes é alcançado (poucos cestos convertidos). Os gestos técnicos
mais executados são os passes com duas mãos, de peito e por cima da cabeça.
3º - Os praticantes correm muitas vezes com a bola nas mãos (dão passos).
4º - A maioria dos praticantes corre na direção do portador da bola, agrupando-se à sua volta.
Trata-se do fenómeno denominado ATRAÇÃO DA BOLA.
5º - A pressão (defensiva) dos adversários sobre o portador da bola e as deslocações dos jogadores
sem bola na sua direção, criam simultaneamente com a atração da bola uma SITUAÇÃO DE
ALINHAMENTO. Esta torna os passes difíceis de fazer e favorece as interceções.

Em suma: o agrupamento em redor da bola (fenómeno da atração da bola) e o alinhamento são


caraterísticas dos grupos de praticantes sem preparação anterior. Assim, todos procuram apoderar-se
da bola movimentando-se de acordo com o avanço e recuo da mesma. Consequência desta situação é a
não existência de ataque nem de defesa.

Competências mínimas para jogar o jogo formal de basquetebol

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Para poder jogar, qualquer criança tem de possuir um conjunto de competências mínimas sem as
quais não faz qualquer sentido pô-las a jogar o jogo formal. Essas competências foram claramente
definidas por Hermínio Barreto e são:
 Receção - Receber a bola com duas mãos de braços estendidos e sem mostrar receio na receção.
 Passe - Executar um passe a duas mãos com alguma precisão na direção e com uma trajetória
sensivelmente paralela ao solo.
 Drible - Executar o drible conseguindo momentaneamente levantar a cabeça para se situar no
campo.
 Lançamento - Atirar a bola de uma distância de 2 a 3 metros do cesto, de forma a que a bola
descreva um arco semelhante a um lançamento.

Bibliografia
GARGANTA, J. (1994). Para uma teoria dos Jogos Desportivos. In: O Ensino dos Jogos Desportivos (Graça,
a. e Oliveira, J. Eds.). CEJD, FCDEF.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ETAPAS DO JOGO DOS PRINCIPIANTES

No jogo dos principiantes podemos distinguir 2 etapas na evolução da qualidade de jogo, que se
podem caraterizar da seguinte forma:

1ª etapa:
- descongestionamento em relação à bola;
- libertação do jogo com bola;
- deslocamentos, desmarcação, aproveitando os espaços do campo;
- Algum sentido ofensivo, i.e., movimentação dos jogadores afastando-se da bola na direção do
cesto;
- avanço da bola no sentido do cesto adversário;
- lançamentos perto do cesto.

2ª etapa
- ligação das 2 fases de organização ofensiva: transição defesa-ataque e ataque propriamente dito;
- conquista e definição das posições adequadas no ataque;
- desenvolvimento de ação no ataque com cortes e aclaramentos ao passe e ao drible;
- compromisso da comunicação com os companheiros;
- reposição das posições ofensivas;
- aproveitamento das situações de 1x1.

Defesa
A ação defensiva limita-se a acompanhar as ações do adversário, até alcançar a 2ª etapa e
consolidá-la.

O que devem fazer os defensores?


- estar onde estão os atacantes que marcam;
- colocar-se entre o adversário e o cesto;
- recuperar essa posição de imediato quando a perdem.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

Princípios básicos ofensivos no jogo dos principiantes


 Ocupação racional do espaço de jogo
 Progressão da bola por drible ou por passe
 Progressão da bola no sentido da profundidade do campo
 Passar e desmarcar-se

Introdução das primeiras soluções táticas


Numa fase inicial de abordagem ao jogo é ao ataque que se deparam maiores dificuldades,
encontrando-se a defesa em vantagem pela evidente falta de soluções do opositor. Deste modo,
deveremos incidir a nossa atenção sobre o ataque, apresentando soluções que permitam aos
principiantes conseguirem alcançar o objetivo do jogo, i.e., aproximarem-se do cesto para lançar.
A ocupação do espaço do jogo é um aspeto de importância fundamental. Assim, os jogadores
devem distribuir-se no campo de uma forma equilibrada e racional.
Para combater os principais fenómenos que se observam no jogo anárquico, o da atração da bola e
a situação de alinhamento, deve ensinar-se os praticantes a afastarem-se do possuidor da bola e a
movimentarem-se na direção do cesto adversário.
Se os atacantes se afastarem do possuidor da bola e caso se mantenha a tendência dos adversários
em se aglomerarem em redor da bola, esta poderá ser passada para um dos atacantes que se
movimenta no sentido do cesto adversário. Daqui resulta um desequilíbrio entre a defesa e o ataque.
Para conseguir repor o equilíbrio torna-se necessário a marcação individual a cada adversário.
Depois de resolvida a questão da ocupação do espaço, torna-se necessário intervir no sentido de
tornar consciente o objetivo do jogo: a concretização. Esta só é possível aproximando a bola do cesto,
resultando daqui a necessidade de definir um objetivo intermédio que é a progressão da bola. Como
deve ser feita? Os meios para a realizar são: o drible e o passe.
Assim, a utilização destes meios para a progressão só será eficaz se estiverem reunidas as condições
que o permitam fazer, i. e., existir espaço livre através de uma ocupação do espaço mais racional.

Resumo: para combater a atração pela bola e a situação de alinhamento, as primeiras soluções, os
princípios táticos fundamentais do jogo a introduzir, são:
1 - os jogadores atacantes sem bola afastarem-se da bola, movimentando-se na direção do cesto
adversário;
2 - exploração de espaços livres para a receção da bola;
3 - quem recebe a bola deve "virar-se" (orientar-se) no sentido do cesto adversário;
4 - após passe, movimentar-se no sentido do cesto adversário, para receber a bola mais à frente;
5 - cada jogador deve marcar individualmente um adversário .

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

PRIMEIRAS ESTRUTURAS TÁTICAS

A transição defesa-ataque
 Objetivos
 Situações de transição: recuperação da bola por cesto sofrido, ressalto defensivo,
bola fora e interceção
 Fases e princípios táticos da transição
Início: linhas de passe e estações de receção
Desenvolvimento: ocupação e progressão por corredores
Finalização: Estudos das situações de superioridade numérica - 2x1 e 3x2;
Integração do 4º e 5º jogador (trailers).

Na organização ofensiva encontramos todas as ações que se desenvolvem a partir da conquista de


posse de bola até à perda (em ataque) que se traduzem no jogo pela passagem por duas fases:
1ª fase - Transição de defesa para o ataque (TDA) - onde as ações se desenrolam, na maioria das
vezes, de cesto a cesto.
2ª fase - Ataque propriamente dito (APD) - ocorre no meio campo ofensivo, à volta do cesto que se
ataca.

Em ambas as fases da organização ofensiva (TDA e APD) o jogo vai possuir diferentes ESTRUTURAS
TÁCTICAS, que permitam um desenvolvimento harmonioso e equilibrado do jogo ofensivo da equipa e a
criação de situações de finalização. Assim, são fatores fundamentais nas estruturas táticas uma
distribuição equilibrada dos jogadores entre si, relativamente ao portador da bola:
1. Após o ressalto defensivo, com a ocupação das estações de receção;
2. Durante a condução da bola para o ataque, através da correta ocupação dos corredores de jogo;
3. Durante as ações ofensivas junto ao cesto da equipa adversária, libertando a linha de penetração
do jogador possuidor da bola e criando linhas de passe ofensivas.

Caraterização da Ação Ofensiva


a) Atitude ofensiva
- posição facial ao cesto;
- proteção da bola;
- perceção dos dois colegas da equipa mais avançados.

b) Progressão ofensiva
- driblar sempre que há espaço para a progressão;
- passar e desmarcar-se no sentido do cesto procurando receber a bola mais à frente;
- sem bola movimentar-se para abrir linhas de passe.

21
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

1. A Transição Defesa-Ataque (TDA)


A transição de defesa para o ataque é considerada a 1ª fase da organização ofensiva, e na qual as
ações se desenrolam, na maioria das vezes, de cesto a cesto.
A TDA acontece sempre que a equipa recupera a posse de bola no meio campo defensivo,
resultando daí a necessidade de ligar as posições defensivas com as ofensivas.
Se a passagem da defesa para o ataque for realizada de forma rápida e daí resultar superioridade
numérica de atacantes sobre os defesas, podemos considerar a TDA como contra-ataque.

1.1. Objetivos
- disciplinar as iniciativas dos jogadores;
- coordenar as ações de jogo relativamente ao objetivo tático (transposição da defesa para o
ataque):
. criar situações de contra-ataque;
. criar condições facilitadoras do ataque planeado;
- estabelecer as convenções de suporte ao processo de comunicação entre os jogadores.

1.2 Princípios táticos da fase de transição defesa-ataque


1. Abertura e ocupação das "estações de receção";
2. Ocupação do corredor central;
3. Condução da bola pelo corredor central;
4. Ocupação equilibrada dos corredores de jogo;
5. Posição facial ao cesto.

Na fase da TDA podemos considerar três sub-fases:


1ª - sub-fase - INÍCIO - relativa ao momento da recuperação da posse da bola;
2ª - sub-fase - DESENVOLVIMENTO - relativa à progressão (condução) da bola no campo;
3ª - sub-fase - FINALIZAÇÃO - relativa às situações de concretização.

SUB-FASE INÍCIO
O início da TDA ocorre após a recuperação da posse da bola, o que pode resultar das seguintes
situações:
- interceção
- roubo de bola
- cesto sofrido
- ressalto defensivo
- desarme

. Abertura e ocupação das estações de receção

22
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 5 - Ilustração da ocupação das estações de Figura 6 - Estações de receção do 1º passe.


receção.

Objetivos:
- ocupação equilibrada do espaço de jogo;
- distribuição equilibrada dos jogadores entre si;
- ocupação das áreas facilitadoras de saída da bola;
- criar melhores condições de perceção:
- ao jogador que capta a bola;
- ao jogador que repõe a bola em jogo;
- criar o maior número possível de linhas de passe em condições que facilitam a leitura do jogo:
- criando condições a uma participação consciente;
- facilitando a utilização do equipamento técnico.

SUB-FASE DESENVOLVIMENTO
Após ganhar a posse de bola, a equipa deve organizar-se rapidamente de modo a proceder à
condução da bola para o meio campo adversário de forma eficaz.

Figura 7 -Desenvolvimento da TDA em drible. Figura 8 - Desenvolvimento da TDA em passe.

23
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

. Ocupação do corredor central

Objetivos:
- garantir duas linhas de passe seja qual for:
. a saída da bola pelo corredor central;
. saída da bola pela 1ª "estação de receção";
. saída da bola pela 2ª "estação de receção".

. Condução da bola pelo corredor central

Figura 9 - Sub-fase Desenvolvimento da TDA.

Objetivos:
- garantir pelo menos duas linhas de passe no desenrolar da ação ofensiva;
- garantir a organização e a ofensividade no ataque planeado.

Figura 10 - Linhas de passe e organização da TDA para entrada em ataque de posição.

24
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

SUB-FASE DA FINALIZAÇÃO
O objetivo desta fase é criar condições para efetuar um lançamento de alta percentagem, próximo
do cesto e com reduzida ou nenhuma oposição sendo o lançamento ideal a finalização em 1x0 debaixo
do cesto. Para o conseguir é condição prévia que a TDA tenha sido efetuada de forma organizada e
rápida conduzindo a uma situação de vantagem numérica sendo as mais comuns o 2x1 e 3x2. Os
atacantes devem procurar resolver estas situações, transformando, através da correta utilização do
drible e do passe, o 2x1 em 1x0 e o 3x2 em 2x1 e depois em 1x0 obtendo lançamentos de alta
percentagem de concretização.
O êxito destas ações estará dependente:
- da leitura que o jogador, responsável pela condução da bola, fizer da situação, escolhendo a
melhor solução: - passar, driblar ou lançar?
- do posicionamento do(s) jogador(es) sem bola no campo e posterior decisão após eventual
receção de bola.

Princípios a respeitar:
- o condutor da bola pelo corredor central é o responsável pela finalização do C.A.. Ao alcançar a
linha de lance livre deve parar (para passar ou lançar), a não ser que tenha vantagem na progressão
para finalizar debaixo do cesto (Fig. 11 )

1) Finalização em vantagem numérica


objetivo do possuidor da bola: fixar o defensor explorando o corredor de penetração.
objetivo do atacante sem bola: abrir linhas de passe, tentando receber a bola perto do cesto.
objetivo do defensor: retardar a progressão da bola e evitar os lançamentos debaixo do cesto.

a) 2x1
Conceito fundamental: passada a linha de meio campo, o jogador com posse de bola deve explorar
o corredor de penetração atacando o cesto pelo limite externo do corredor central, evitando a
permanência da bola no centro do campo. (Fig. 11)

Linha

de penetração

Linha de passe

Figura 11 - Finalização em situação de 2x1.

- Jogador 1, com bola, explora o corredor de penetração, caso o defensor não reaja finaliza em
lançamento na passada. Se o defensor se deslocar e impedir a penetração deve passar a 2 que finaliza
em lançamento na passada.

25
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 12 - Resolução da situação de 2x1 em passe.

- 2, jogador sem bola deve correr afastado de 1, preocupando-se em criar uma linha de passe,
consoante posição do defensor, podendo correr ligeiramente à frente de 1 ou cortar nas costas do
defensor, na direção do cesto.

b) 3x2
Princípios (Fig.13 )
Ataque:
- se o possuidor da bola não é marcado, progride em drible;
- se o possuidor da bola é marcado, passa a bola.

Defesa:
- um defensor pressiona o possuidor (na proximidade da área restritiva);
- o outro defensor coloca-se no alinhamento da bola.

Figura 13 - Ilustração dos princípios ofensivos em situação de 3x2.

26
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Conceito Fundamental
O atacante com bola no corredor central no meio-campo ofensivo deve procurar avançar a bola
para o atacante sem bola mais avançado (criando uma situação momentânea de 2x1), deslocando-se
para o lado do mesmo, criando uma linha de passe de apoio caso o defensor 1 recue rapidamente a sua
posição para defender o jogador 3 (Fig. 14) 2 deve executar o passe de retorno criando uma situação de
lançamento de alta percentagem para o jogador 1.

Figura 14 - Linha de passe de apoio e passe de retorno.

27
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Erros mais caraterísticos da transição defesa-ataque


. Saída em drible após ressalto em zona de elevada aglomeração;
. não ocupação das "estações de receção";
. movimento para abertura de linha de passe antes que a equipa entre na posse da bola;
. ocupação das "estações de receção" descoordenada com o tempo próprio da ação (atraso);
deficiente perceção;
. ocupação estática das "estações de receção" sem abrir linhas de passe;
. distribuição desequilibrada dos jogadores no espaço de jogo entre si, sem ter em conta o seu
potencial técnico;

Exercícios recomendados
Na abordagem ao ensino da TDA devemos, depois de a evidenciar e explicar de forma global, partir
para exercícios em situações reduzidas que incluam: a ocupação das estações de receção; a saída do 1º
passe, a ocupação dos corredores; o desenvolvimento da TDA em passe ou drible; a finalização em 1x0,
2x1 e 3x2, principalmente. Em termos técnicos devemos abordar, de forma mais aprofundada, o drible
de progressão; o passe em progressão; as paragens e o lançamento na passada, técnicas fundamentais
para obter sucesso na exploração da TDA.

Exercício de 9
Este exercício pode ser efetuado com um mínimo
de 9 jogadores.
O exercício tem como objetivo exercitar de forma
constante as situações de finalização mais comuns
no contra ataque: o 2x1 e o 3x2.
Começando na seguinte disposição inicial do
exercício vamos inicialmente resolver a situação
de 3x2 apresentada na fig. 15,
Observação: Os restantes jogadores devem-se
distribuir por colunas atrás de 5, 6 e 7.

Figura 15 - Disposição inícial do Exercício 9 – 3x2.

Após ganho de posse de bola, os defensores


passam à condição de atacantes e devem
procurar finalizar no cesto oposto resolvendo uma
situação de 2x1.

Figura 16 - Exercício 9 - Situação de 2x1.

28
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Após ganho de posse de bola do defensor 3, os


três jogadores, (os 2 atacantes mais o defensor)
atacam para o cesto oposto contra os dois
jogadores 5 e 7 que entretanto entraram em
campo.

Figura 17 - Exercício 9 - Nova situação de 3x2.

Exercício de 11

Pode ser efetuado com um mínimo de 11


jogadores.
Tem como objetivo exercitar de forma constante
uma das situações de finalização mais comuns no
contra-ataque, o 3x2.
Observação: Os restantes jogadores devem
distribuir-se por colunas atrás de 4, 5, 6 e 7.

Figura 18 - Exercício 11 - Disposição inícial.

Após recuperação da posse de bola por um dos


defensores, este torna-se atacante, jogando 3x2
para o cesto oposto com os dois jogadores que se
encontram nas estações laterais, 4 e 5.

Figura 19 - Exercício 11 - Após ganho de posse de bola

da defesa.

29
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

O defensor que não recuperou a bola ocupa a


estação lateral e dos três atacantes, dois ficam a
defender (2 e 3), e um ocupa a outra estação
lateral (1).

Figura 20 - Ilustração da continuidade do exercício 11.

Exercício 2x1+1 por equipas


O seguinte exercício tem como principal objetivo
exercitar a finalização em situação de 2x1.
Dividimos o grupo em 2 equipas. Uma das equipas
começa com a bola procurando resolver uma
situação de 2x1. Após a bola passar o meio campo,
a equipa que está a defender introduz novo
jogador que deve antes de ir defender tocar no
meio do campo, daí o nome de 2x1+1.

Figura 21 - Exercício 2x1+1 - Disposição Inicial.

Após tocar no meio do campo, o jogador 2 pode ir


auxiliar o seu colega procurando recuperar a posse
de bola. Entretanto, o jogador 3 deve colocar-se
para defender no seu meio campo.

Figura 22 - Exercício 2x1+1 - Continuidade do exercício.

30
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Quando perdem a posse de bola, os jogadores


devem imediatamente colocar-se no fim da sua
respetiva fila. Os defensores, no momento que
ganham a posse de bola, passam para o processo
ofensivo, devendo procurar converter cesto no
lado oposto resolvendo a situação de 2x1+1
criada. O jogador 4 após a bola passar o meio
campo, deve tocar no meio do campo e ir auxiliar
no processo defensivo e assim sucessivamente.

Figura 23 - Exercício 2x1+1 - Continuidade do exercício.

3x2+1 por equipas


O 3x2+1 por equipas é um exercício em tudo idêntico ao anterior, porém, em vez de atacarmos com 2
jogadores, atacamos com 3 e em vez de defender com 1 jogador defendemos com 2. O jogador que está
de fora, em primeiro na fila, deve igualmente, após a bola passar o meio campo, ir tocar no centro e
auxiliar no processo defensivo.

3x0 em passe em progressão


Tem como objetivo exercitar o passe em
progressão e desenvolver a noção de
corredores aos executantes.

Figura 24 – 3x0 com passe em progressão - Disposição inicial.

31
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 25 - 3x0 com passe em progressão - Continuidade do


exercício.

3x0 em passe em progressão com 2x1 para lado oposto

Tem como objetivo exercitar o passe em


progressão, desenvolver a noção de
corredores aos executantes e a resolução
da situação de 2x1.
Passe em progressão em 3x0, idêntico ao
exercício anterior mas, após a finalização,
o jogador que efetua o lançamento passa
a defensor e os outros 2 jogadores a
atacantes para o lado oposto.

Figura 26 - 3x0 com passe em progressão e 2x1 para lado oposto.

32
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

FUNDAMENTOS DA TÉCNICA INDIVIDUAL OFENSIVA I

1. POSIÇÃO BASE
1.1. Definição
1.2. Princípios
1.3. Erros mais comuns

1. A Posição Base
1.1. Definição
Uma posição é função de uma situação. Assim, o jogador deve tomar uma posição corporal básica
de forma a poder responder de imediato a qualquer tipo de ações desencadeadas durante o jogo.
A posição básica está associada à noção de "tripla ameaça" que é uma atitude corporal que o
jogador deverá aprender antes de avançar para outras situações do jogo.
A posição base carateriza-se, não só por uma correta colocação dos segmentos do corpo, mas
principalmente por uma atitude dinâmica, pronta a intervir. Esta posição básica ajudará o jogador no
início do movimento a encontrar a velocidade e o controlo corporal correto. A denominada "tripla
ameaça" deverá permitir uma organização funcional dos diferentes segmentos corporais com vista a
uma qualquer ação ofensiva ou defensiva, independentemente da direção desejada.

POSIÇÃO CORPORAL OFENSIVA


É recomendado que os jogadores sem posse de bola assumam a seguinte posição básica ofensiva:
- fletida e confortável, dispondo os segmentos dos membros inferiores (coxa-perna) em ângulo
favorável a um trabalho muscular eficiente, com os joelhos na direção dos pés;
- em que o tronco fique ligeiramente fletido para a frente de modo a garantir ampla mobilidade dos
segmentos dos membros superiores, com os braços ligeiramente fletidos, antebraços dirigidos para a
frente e as palmas das mãos voltadas para o interior;
- em que a vertical do centro de gravidade caia dentro da base de sustentação (definindo um grau
de estabilidade favorável à rápida entrada em movimento em várias direções);
- em que a cabeça fique levantada, assegurando o equilíbrio e a utilização maximal do ângulo de
visão;
- em que a posição dos pés seja a mais favorável para a entrada em movimento; pés separados com
o peso do corpo repartido por igual.

33
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

A POSIÇÃO DE TRIPLA AMEAÇA


Os jogadores quando recebem a bola numa zona ofensiva e que constitua ameaça para lançar,
devem assumir de imediato uma posição de tripla-ameaça, i.e., devem enquadrar-se com o cesto e
atacar a defesa com passe, drible ou lançamento.

Figura 27 - Jason Kidd – Campeão Olímpico Norte-americano em posição de Tripla Ameaça.

Erros mais comuns


É muito importante para o professor desenvolver o hábito de saber observar, detetando erros de
postura e intervindo no sentido de corrigir as posições dos jogadores.
Para a posição base, os pontos a serem observados serão os diferentes princípios referidos
anteriormente.

Erros mais frequentes e respetivas correções:

ERROS CORRECÇÕES
Pés demasiados juntos Afastar os pés à largura dos ombros.
Pernas pouco fletidas Alargar a base de sustentação. Indicar ao jogador
para se colocar numa posição mais baixa.
Peso do corpo sobre os calcanhares Repartir o peso do corpo pela parte anterior dos
pés, de modo a facilitar o equilíbrio dinâmico.

PEGA DA BOLA
A pega da bola é um fundamento importante do jogo, dado que o
domínio da bola é fundamental em todas as situações de jogo,
manifestando-se no agarrar, no passar, no lançar, no driblar com a
bola. Neste sentido, o contacto da bola com as mãos deverá ser amplo
e sentido, permitindo uma aderência natural e a consequente
transmissão dos impulsos de ombros, braços e mãos.
Figura 28 - Ilustração da Pega da bola
de basquetebol.
34
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Princípios a respeitar:
- os dedos devem envolver a bola - dedos afastados para sentir bem a bola;
- contacto ativo assegurando o livre jogo articular do pulso e dedos;
- a palma da mão (parte calosa) não deve estar em contacto com a bola;
- as costas da mão devem estar no prolongamento do antebraço;
- a bola deve ser sempre segura pelos dedos;
- cotovelos juntos ao tronco.

Nota: os dedos devem estar em contacto com a bola e não a palma da mão, pois é naqueles que o
sentido do tato está mais desenvolvido e a interferência de outras zonas da mão com a bola irá
prejudicar esse sentido.
Segurar a bola significa envolvê-la e dominá-la nas melhores condições.

 Exercícios de Manejo da bola e pega da bola (retirado do Manual de Metodologia I da FPB)

Estes exercícios pretendem ser apenas um elemento de apoio para quem é responsável pela
aprendizagem.
O tema que vamos abordar é a familiarização com a bola ou, mais vulgarmente, o manejo de bola.
Sugere-se uma organização que disponha os alunos ao longo da linha lateral do campo. É recomendável
intercalar os exercícios «parados» com os exercícios em movimento.
Exercícios
“O professor manda”
Pegando na brincadeira “O Rei manda”, uma maneira de cativar as crianças é executar estes
exercícios demonstrando e dando a ordem: o professor manda fazer, e dar sucessivamente um dos
muitos exercícios indicados. Quando estes já estão apreendidos, de vez em quando também podemos
dar a liderança, sob nossa vigilância, às crianças.

 Exercícios «parados»
(a maioria também pode ser executada em deslocamento)
 Toques curtos de uma mão para a outra. Tentar aumentar a velocidade de execução; só os dedos
devem tocar na bola, nunca a palma da mão. Variantes: braços estendidos à frente, acima da cabeça
(não olhar para a bola), e atrás das costas. Executar o exercício nas pontas dos pés.
 Girar a bola à volta da cabeça, da cintura, dos dois joelhos, do joelho direito e do joelho
esquerdo. Variar o sentido.
 Fazer o «oito» com a bola à volta dos joelhos; variar o sentido.
 «Maravich»: executar sucessivamente: uma rotação da bola à volta dos dois joelhos juntos;
avançar uma perna e rodar a bola à volta dessa perna (uma vez); recuar a perna da frente e rodar a bola
uma vez à volta dos dois joelhos, agora de novo juntos; avançar a outra perna e fazer rodar uma vez a
bola à volta da perna que avançou, recuar a perna e executar de novo uma rotação da bola à volta dos
dois joelhos. Variar o sentido e fazer duas voltas em cada situação.
 Manter a bola no ar, dando pequenos «toques de vólei».
 De pé, pernas afastadas, agarrar a bola no meio das pernas com a mão direita à frente e a
esquerda atrás. Trocar a posição das mãos com um ressalto no chão. Variantes para os minis 8: começar

35
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

com a bola parada no chão para compreensão do movimento. Quando já conseguem fazer com um
ressalto no chão, trocar a posição da bola sem a deixar cair no chão.
 De pé, pernas afastadas, agarrar a bola no meio das pernas com as duas mãos à frente, deixar
cair a bola e voltar a agarrá-la atrás das costas. Variantes: trocar a posição das mãos sem deixar cair a
bola no chão.
 Fazer o «oito» com a bola entre as pernas, executando, ao mesmo tempo, pequenos saltos com
troca da posição das pernas.
 Atirar a bola ao ar e agarrá-la sem mexer os pés. Variantes: cada vez mais alto.
 Atirar a bola ao ar, dar meia volta e agarrá-la. Durante a meia volta não olhar para a bola.
Variantes: voltar para a esquerda e para a direita. Dar uma volta completa.
 Atirar a bola ao ar, bater palmas duas, três, quatro vezes, e assim sucessivamente até ao máximo
de vezes.
 Atirar a bola ao ar, bater palmas à frente do peito, bater nas costas e voltar a bater na frente e
apanhar. Variantes: imaginar situações diversas, bater nas ancas, nos joelhos, no chão, cruzar os braços
e bater nos ombros. Fazer combinações diversificadas consoante a imaginação de cada um.
 Atirar a bola ao ar e apanhá-la atrás das costas.
 Atirar a bola ao ar e apanhá-la atrás das costas, depois de fazer um batimento no solo.
 Com a bola atrás das costas, atirá-la ao ar e apanhá-la à frente.
 Passar a bola com um passe picado da frente para trás e de trás para a frente.
 Atirar a bola ao ar e apanhá-la atrás das costas; depois, com um passe picado com as duas mãos,
passar a bola das costas para a frente. Variante: fazer a volta ao contrário.
 Com a bola a bater no chão, fazer auto-passe.
 Fazer auto-passe e agarrar a bola atrás das costas.
 Fazer auto-passe, voltar de costas para a bola, esperar que ela passe por cima da cabeça e
apanhá-la. Não é permitido espreitar.

 Exercícios em deslocamento:
 Deslocamento em corrida para a frente, chega à linha lateral oposta e vem de costas, realizando
as diversas translações da bola à volta do corpo.
 Deslocamento em corrida, com os braços levantados, a bola nas mãos e os calcanhares a tocar
nas nádegas. Variante: elevação dos joelhos.
 Deslocamento com a bola na mão direita, realizando circundações com o braço esquerdo, e vice-
versa. Variante: executar o exercício em drible.
 Em deslocamento, atirar a bola ao chão fazendo-a ressaltar bem alto e apanhá-la na sua
trajetória descendente.
 Deslocamento com a bola atrás das costas, lançando-a para a frente, por cima da cabeça, e
agarrando-a sem a deixar cair no solo. Variante: com a bola à frente, e apanhá-la nas costas.

36
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

LANÇAMENTO
Definição
Princípios
Erros mais comuns e correções
Tipos de lançamento

Definição
O objetivo do jogo de basquetebol é marcar pontos. Mas marcar pontos pressupõe saber lançar e
dominar as respetivas técnicas do lançamento de forma a ser o mais eficaz possível nesse ato decisivo
do jogo, de tal modo que a sua utilização seja automática e adequada à situação.

Tipos de Lançamento
Com a criatividade e o atleticismo dos jogadores, existe atualmente uma enorme variedade de
lançamentos, porém de uma forma geral eles podem ser agrupados nos seguintes tipos:
1. Lançamento na Passada: após drible; após receção do passe;
2. Lançamento em apoio;
3. Lançamento em suspensão: após drible; após receção;
4. Lançamento de gancho: após drible; após receção.

Lançamento na passada
Na execução deste lançamento devemos considerar os seguintes aspetos:
1. uso dos apoios: 1º em extensão; 2º em altura (fase de suspensão);
2. ângulo de aproximação (ideal) ao cesto: 45º;
3. receção da bola: a) com as duas mãos, perto do corpo e do lado exterior (proteção); b) e
conduzida para a frente da cintura e depois para cima, pelo lado do lançamento, concentrando-se o
executante no alvo;
4. a bola deve tocar na tabela acima da linha do cesto;
5. necessidade de treinar mão direita e mão esquerda.

Execução técnica:
1. Impulsão sobre a perna contrária da mão lançadora;
2. Transformar a velocidade de deslocamento em potência de salto;
3. Controlar o salto;
4. Elevação da perna (joelho) do lado da mão lançadora;
5. Concentrar-se no lançamento;
6. Aproximar o mais possível a mão lançadora do aro do cesto (ou tabela);
7. Colocação da palma da mão lançadora virada para cima (lançamento direto), ou virada para a
tabela (lançamento à tabela).

37
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Erros mais frequentes na execução:


1. saltar para receber a bola;
2. impulsão muito perto ou muito longe do cesto;
3. não elevar o joelho oposto à perna de impulsão;
4. encolher e trocar as pernas no ar;
5. não realizar a extensão completa do corpo;
6. não efetuar a impulsão na vertical;
7. lançar sem que as costas da mão estejam voltadas para o lançador.

Recomendações:
1. o executante deve recuperar o contacto com o solo de modo a manter o equilíbrio necessário
para assegurar a disponibilidade para mover-se rapidamente em qualquer direção e poder reintegrar-se
imediatamente no jogo;
2. extensão do braço que realiza o lançamento;
3. pé de chamada é sempre o contrário ao da mão que lança;
4. palma da mão voltada para a tabela.

Progressão Pedagógica para a sua aprendizagem


Esta progressão desenrola-se em cinco fases:
1ª - Duas marcas no solo no trajeto a efetuar para o lançamento.
Jogadores sem bola formam uma coluna e correm na direção do cesto, realizando os dois apoios
colocando o pé contrário ao da chamada (impulsão) entre as duas marcas.
2ª idem, com o professor entre as marcas segurando a bola com as mãos à altura da cintura. O
aluno corre na sua direção, agarra a bola, faz os dois apoios entre as marcas e lança.
3ª Idem, mas sem marcas.
4ª Com duas colunas (A e B) de alunos e 1 bola. Os alunos da coluna A passam aos da B,
movimentam-se na sua direção e agarram a bola das mãos do colega, fazem os dois apoios entre as
marcas e executam o lançamento.
5ª Idem, mas sem marcas.

Nota: fazer do lado direito e lado esquerdo.

38
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Lançamento em Apoio
É um lançamento que se realiza com os apoios do jogador no solo.

Princípios na execução:
1. Tomada de uma posição frontal ao cesto, equilibrada e cómoda
(apontar).
Figura 29 - Michael Jordan a executar
2. Colocação da bola em posição favorável para a execução do um lançamento
lançamento (formar alavanca).
3. Concentração do lançador no alvo (cesto) olhando-o fixamente enquanto prepara o lançamento.
4. desenvolvimento de um movimento desencadeado no sentido do cesto, a partir dos apoios dos
pés no solo e terminado pela extensão total do braço e dedos da mão impulsionadores da bola
(expulsão da bola).
5. Continuação total da ação a empreender, expressa através da necessária relaxação muscular no
ato do lançamento.

O lançamento em apoio
Posição corporal:
- pés paralelos - distância à largura dos ombros;
- o pé correspondente à mão lançadora deverá estar ligeiramente adiantado (meio pé) e
"apontando" o aro do cesto;
- ligeira flexão das pernas;
- tronco direito;
- concentração total no aro do cesto.

Formar alavanca:
- colocar a bola sobre o ombro;
- não abandonar a "pega" básica da bola;
- a bola descansa sobre a mão lançadora;
- não fletir demasiado o pulso;
- braço fletido em ângulo agudo;
- cotovelo por debaixo da bola e apontando o aro;
- pé da frente, joelho , ombro, cotovelo e bola situados num mesmo plano.

Expulsão:
- extensão da perna da frente, coordenada com a do braço lançador;
- extensão do braço lançador e ação do punho e dedos imprimindo à bola um efeito para "trás";
- a bola resvala pelos dedos centrais (indicador, médio, anelar) sendo o dedo médio o de último
contacto com a bola; o braço fica estendido;
- os olhos permanecem fixos no aro do cesto.

39
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 30 - Lançamento em apoio - Larry Bird.

Lançamento em suspensão
Este lançamento, relativamente à posição corporal, pega da bola e formar alavanca, é idêntico à
execução do lançamento em apoio.
A diferença situa-se na existência de dois tempos de execução: (1) impulsão; (2) suspensão.
Assim, na execução deste lançamento o jogador deverá respeitar os seguintes princípios de
execução:
Impulsão:
- flexão de pernas; salto na vertical; equilíbrio.

Suspensão:
- o jogador no ponto mais alto da impulsão deverá ficar "suspenso" no ar (limite entre a máxima
altura e o início da descida) para obter maior tempo de concentração e desequilibrar a posição
defensiva.

Expulsão:
no ponto mais alto da suspensão e no momento em que consegue ficar "suspenso" o jogador deve
expulsar a bola através de uma chicotada de pulso e dedos.

Queda:
- após o lançamento o jogador deve "cair" em equilíbrio e próximo do local da impulsão.

Figura 31 - Lançamento em suspensão - Michael Jordan.

40
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Lançamento de Gancho
O lançamento de gancho é geralmente executado perto do cesto perante a presença de opositores,
sendo difícil intersetá-lo quando executado corretamente. É um tipo de lançamento cuja execução
requer uma boa coordenação, ao envolver movimento da bola e do corpo (bom trabalho dos pés),
sendo importante a sua aprendizagem.
Este lançamento é especialmente apropriado nas seguintes situações:
- para concretizar situações de 1x1 próximo do cesto e perante a oposição de jogadores de estatura
superior;
- para concretização de ações ofensivas em zonas próximas do cesto (área restritiva), por jogadores
"bases";
- após drible, receção e rotação.

Técnica de execução
- proteção da bola olhando o cesto por cima do ombro, de forma a enquadrar o defensor e o cesto;
- deslocar a perna de impulsão afastando-a do defensor para ganho de posição ofensiva;
- colocação do peso do corpo sobre a perna de impulsão;
- rodar os ombros de forma a "alinhá-los" ao aro do cesto;
- elevação do joelho do lado do braço lançador, assegurando o equilíbrio do lançamento e
facilitando a impulsão vertical;
- simultaneamente às ações anteriores, elevar a pega da bola pelo lado oposto da posição do
defensor, protegendo-a o melhor possível;
- quando a bola chega um pouco acima do ombro a mão contrária à do lançamento abandona o
contacto com a bola transformando-se em proteção da bola;
- não baixar o braço de proteção;
- expulsão da bola na fase total de extensão do corpo com trabalho de pulso e dedos, completando
a rotação dos ombros e ficando em posição facial ao cesto.

Figura 32 - Lançamento de Gancho - Kareem Abdul- Jabbar.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

DRIBLE
Definição
Princípios de execução
Tipos de drible

Definição
O drible é o ato de lançar a bola contra o chão com uma mão, parado, a passo ou em corrida.
Regulamentarmente, um drible tem lugar quando “um jogador, de posse da bola, a impulsiona,
lançando-a, batendo-a, ou fazendo-a rolar, e tocando-a novamente antes que ela toque em qualquer
outro jogador”.
- no drible a bola deve tocar o solo;
- o jogador termina o drible no momento em que toca a bola simultaneamente com ambas as
mãos ou permite que a bola fique parada em uma ou ambas as mãos;
- não há limite para o número de passos que um jogador pode dar quando a bola não está em
contacto com a mão;
- é permitido a um jogador executar um drible de cada vez que se apodere da bola.

Momentos que justificam a utilização do drible:


- para progressão rápida no campo, sem impedimentos de adversários;
- para ganhar uma posição de lançamento;
- em saídas de contra-ataque
- para abrir linhas de passe;
- para penetrar para o cesto.

Execução técnica (mecânica) do drible:


- ação do braço, pulso e dedos;
- fixação do ombro e relaxamento dos dedos que acompanham suavemente a bola;
- o braço acompanha o movimento da bola coordenadamente para cima e para baixo;
- cabeça levantada;
- pernas fletidas;
- a bola deve ser empurrada para o solo e não batida;
- a bola deve ser contactada com os dedos e não com a palma da mão;
- no drible o pulso tem uma ação preponderante para o trabalho de impulsão;

Podemos considerar os seguintes tipos de drible:


- O drible parado;
- o drible de proteção;
- o drible de progressão;
- o drible com mudança de mão;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Especificações técnicas do drible de proteção:


- o braço e a mão contrária ao do drible devem estar em posição de proteção da bola;
- a bola deve incidir no solo no espaço determinado pela perna adiantada e a atrasada;
- peso do corpo distribuído pelas duas pernas;

Especificações técnicas do drible de progressão:


- o batimento da bola é mais alto (entre a cintura e o peito) e a bola é impulsionada obliquamente
para a frente (e lado) dos pés;

Erros a corrigir nos principiantes:


- receber a bola e driblar instintivamente sem nenhum objetivo;
- driblar a olhar para a bola;
- bater na bola com as palmas das mãos;

Conselhos:
- VER antes de driblar;
- não driblar se o passe é possível;
- não olhar para a bola;
- não driblar sistematicamente após cada receção;

Recomendações para a aprendizagem e treino do drible


- praticar (exercitar) o drible com variação do ritmo de batimentos da bola no solo;
- praticar o drible com arranques e paragens bruscas;
- alternância do trabalho das mãos, coordenando com a movimentação dos pés;
- praticar o drible com a mão direita e mão esquerda;

Exercícios de Drible
Existem imensas formas de desenvolver a capacidade de drible dos alunos. Os exercícios seguintes
pretendem ser apenas um elemento de apoio para quem é responsável pelo processo de ensino-
aprendizagem.
Para os primeiros exercícios sugere-se uma organização que disponha os alunos ao longo da linha
lateral do campo. É recomendável intercalar os exercícios «parados» com os exercícios em movimento.
Exercícios no lugar:
 De pé, pernas afastadas, driblar a bola o mais baixo possível, desenhando um 8 à volta das
pernas; Variantes: Na mesma posição, só com a mão direita à volta da perna direita e idem para a
esquerda;
 Realizar saltos no lugar ao mesmo tempo que driblamos a bola com uma das mãos; Variante:
Alternar sempre a mão que dribla.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

 Na posição base driblar a bola atrás das costas mudando de uma mão para a outra.
 Saltar no lugar em tesoura passando a bola entre as pernas sucessivamente;
 Na posição base, driblar a bola ao lado do corpo da frente para trás duas vezes e trocar de mão
pela frente; Variantes: mudar de mão por baixo das pernas ou por trás das costas;
 Na posição base driblar a bola dentro – fora duas vezes e mudar de mão;
 Exercício Aranha: Com as pernas afastadas e fletidas, driblar a bola no meio das pernas
alternadamente com a mão direita e esquerda e com 2 dribles executados à frente e dois atrás.
 Com as pernas afastadas driblar a bola sucessivamente entre pernas passando a bola de um lado
do corpo para o outro; Variantes: o mesmo exercício sempre com a mesma mão.
Todos os exercícios anteriores podem ser efetuados também de olhos fechados.

Exercícios em deslocamento
 Drible de progressão com uma mão;
 Drible de progressão com alternância de mãos;
 Drible de progressão com passagem da bola por trás das costas;
 Em ziguezague com mudança de mão pela frente sempre que mudamos de direção. Variante:
Com mudança por trás das costas, por baixo das pernas, com inversão;
 Com o professor a indicar o sentido do drible;
Atletas executam drible de progressão e quando o professor levantar a mão com um certo
número de dedos estendidos, devem dizer o número de dedos estendidos e driblar para trás;
sucessivamente;
Executar seguido, uma mudança pela frente, uma pelas costas e uma por baixo das pernas;
Passagem contínua da bola por baixo das pernas;
Em estafetas ou percurso ziguezague pelos cones;

Estes são só alguns dos imensos exercícios possíveis para desenvolver a capacidade de drible. Poderiam
estar aqui muitos mais, mas cabe à capacidade de pesquisa e também à criatividade do
Professor/Treinador, adquirir novos exercícios e criar outros que achem interessantes.
Nota: Os exercícios aqui colocados não têm oposição, não significando que a única forma de
desenvolver o drible seja em exercícios sem oposição, muito pelo contrário, consideramos que os
constrangimentos oferecidos pela oposição são decisivos na adaptação e evolução da técnica de drible.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

PASSE
Definição
Princípios a respeitar na sua execução
Tipos de passe
Descrição técnica dos diferentes tipos de passe
Erros mais comuns na sua execução

Considerações gerais
O passe é uma das três técnicas básicas do jogo e que como tal merece um estudo atento e
cuidadoso.
O passe é um ato essencial na dinâmica de colaboração entre os jogadores da mesma equipa para
alcançar os diversos objetivos do processo ofensivo (Início, desenvolvimento e finalização da TDA,
criação de oportunidades de lançamento favorável no ataque posicional e controle da posse de bola),
no qual um dos jogadores, o passador, transfere o controle da bola a outro, o recetor. Esta ação requer
uma excelente coordenação entre os dois elementos, pois de contrário a equipa revelará debilidade
ofensiva perdendo sistematicamente a bola sem atingir os seus objetivos, uma vez que uma parte
significativa do jogo ofensivo desenrola-se através do movimento preciso da bola de um para outro
jogador.

Ao considerarmos a importância do passe, ela advém das seguintes razões:


a) Histórica: na origem do jogo o drible não era permitido, pelo que o passe era o elemento técnico
que permitia a progressão da bola.
b) é um elemento de ligação entre os vários componentes de uma equipa, o que lhe dá um
significado coletivo.
c) é o elemento técnico mais vezes executado durante o jogo (estudos revelam que uma equipa
pode fazer mais de 300 passes no mesmo jogo).
d) É o elemento que melhor permite controlar as ações ofensivas.

Definição
O passe dá sentido ao jogo de equipa e é um dos mais importantes fundamentos ofensivos do
basquetebol. O passe também é a maneira mais rápida de movimentar a bola no jogo.

Razões que evidenciam a importância do passe:


1. é a técnica ofensiva que se executa maior número de vezes durante o jogo;
2. é a técnica que estabelece a comunicação entre os jogadores nas ações ofensivas;
3. permite dar o ritmo adequado às ações ofensivas do ataque posicional;
4. permite criar rutura na defesa adversária e chegar ao jogador mais próximo do cesto para lançar.

Objetivos do passe:
- fazer progredir a bola no campo o mais rápido possível;
- para obter melhores posições no campo;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- para ganhar posições de lançamento.

Princípios a respeitar para a correta execução de um Passe


1. Precisão;
2. Rapidez;
3. Fintar;
4. Apreciar as posições relativas e movimentos de colegas e adversários;
5. Controle da bola - proteção e segurança;
6. Passar para o lado contrário ao opositor (para a "mão alvo" do colega);
7. Utilizar trajetórias tensas, salvo situações especiais;
8. Força do passe proporcional à distância que separa o executor do passe do recetor e à orientação
dos deslocamentos.

Erros mais frequentes na execução do passe:


- passar a bola com força excessiva;
- trajetória da bola deficiente;
- afastar os cotovelos do tronco;
- cálculo deficiente da direção dos passes em movimento, resultando muitas vezes em passes para
zonas atrasadas em relação à nova posição do recetor.

Tipos de passe:
Existe uma grande variedade de passes, dependendo da forma como cada jogador conseguir
encontrar respostas novas a situações de jogo que se modificam constantemente. Atualmente, os
passes já não se enquadram somente nos chamados clássicos, havendo várias adaptações dos mesmos.
No entanto, podemos agrupá-los de acordo com as seguintes caraterísticas:
a) com uma ou duas mãos;
b) em apoio ou em movimento;
c) direto ou de ressalto;
d) a partir de qualquer posição (alta, baixa, lateral) da pega da bola.

NOTA: Se um jogador quiser ser completo terá de dominar vários tipos de passe, uma vez que os
jogadores são cada vez mais "universais" no desempenho das suas funções.

Os passes em movimento têm como objetivo aumentar a distância a que podem ser realizados.
Neste caso, exigem um bom nível de cálculo óculo - motor.

I - Passes com duas mãos:


- de peito;
- de ressalto ou "picado";
- por cima da cabeça;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- em suspensão.

II - Passes com uma mão:


- de ombro ou "basebol";
- gancho;
- de ressalto ou "picado" lateral;
- de anca lateral;
- em suspensão;

Também são utilizados outros tipos de passe, especiais ou acrobáticos, embora com menos
frequência, estando dependente da situação (ação a finalizar) e da capacidade técnica do passador.

Trajetórias dos Passes


Podemos considerar dois tipos de trajetórias, dependendo dos objetivos:
1. Tensa (direta e rápida) para passes curtos sem oposição.
2. Bombeada ("arco tenso") no caso de o recetor cortar para o cesto ou passes compridos em
corrida.

Passe de peito a duas mãos


É o passe universal e mais utilizado durante o jogo. Indicado para distâncias curtas e médias. Seguro
e importante para ações dos jogadores exteriores e para utilizar no contra-ataque.

Fase Preparatória
- bola segura pelas duas mãos à altura do peito;
- pega lateral;
- dedos bem afastados, de modo a que a palma da mão não toque na bola;
- braços e pernas semi-flectidas;
- cotovelos junto ao tronco;
- fixação dos ombros.

Para a Execução
- extensão simultânea dos braços e das pernas;
- expulsão da bola através de uma "chicotada" de pulsos e dedos.

Nota: para distâncias curtas podemos considerar a expulsão da bola somente pela ação dos pulsos e
dedos.

Erros a evitar na execução


- má pega da bola (contacto da parte calosa da mão com a bola);

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- afastar em demasia os cotovelos do tronco;


- cruzar os braços;
- não utilizar os membros inferiores para manter o equilíbrio do corpo.

Passe “picado” a duas mãos


É um passe que se realiza geralmente quando há um opositor entre o possuidor da bola e o colega
da equipa. De todos é o mais lento, realizando-se em distâncias muito curtas, sendo difícil ao opositor
intersetá-lo.

Fase Preparatória
- é idêntica à do passe de peito a duas mãos até ao momento de largar a bola

Execução
- extensão dos braços para a frente e para baixo de modo a fazer incidir (ressaltar) a bola no solo (a
2/3 da distância entre ambos) de modo a que o colega receba a bola entre os joelhos e a cintura;
- posição do corpo é mais fletida e o tronco mais inclinado à frente;

Erros a evitar
- receção feita com as mãos lateralmente;
- mau cálculo espaço-temporal, do ressalto da bola no solo, provocando dificuldades na receção.

Passe a duas mãos sobre a cabeça


Passe utilizado perante pressão do defensor ao possuidor da bola, para concretizar passes
interiores, nomeadamente de jogadores exteriores para os interiores, i.e., de bases ou extremos, para
postes. É um passe curto e que devido à posição alta em que a bola é colocada limita a entrada em
drible.

Fase de Preparação
- bola colocada sobre a cabeça;
- pega lateral com as duas mãos;
- braços ligeiramente fletidos;
- cotovelos num plano ligeiramente mais adiantado que a bola;
- peso do corpo distribuído igualmente pelos dois pés.

Para a Execução
- fixação dos ombros e bacia;
- extensão dos braços impelindo a bola de cima para baixo;
- trabalho essencial dos pulsos na expulsão da bola.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Erros a evitar
- incompleta extensão dos braços o que afetará a força a aplicar e a distância a alcançar.

Passe de ombro com uma mão (basebol)


Passe utilizado para distâncias grandes, nomeadamente em situações de contra-ataque. Por
implicar grandes movimentos corporais é difícil realizá-lo com a presença de opositor.

Fase de Preparação
- bola colocada por cima do ombro;
- bola segura pelas duas mãos, colocando a mão que irá executar o passe por trás e por baixo da
bola, enquanto a outra mão é colocada por cima para controle da bola;
- cotovelo da mão executora levantado;
- peso do corpo sobre o pé da retaguarda;
- ligeira rotação do tronco sobre a perna da retaguarda.

Para a Execução
- apoio firme sobre o pé da frente;
- condução da bola para a frente, com transferência do peso do corpo para o pé da frente;
- extensão do braço, com ação de pulsos e dedos no momento do passe;
- mão que segura a bola, larga-a quando se torna incómoda.

Erros a evitar
- segurar a bola só com uma mão;
- má colocação dos cotovelos, perturbando a visão;
- colocação da bola atrás da cabeça, por exagerada flexão dos braços;

Nota: necessidade de coordenar o movimento da perna com o do braço.

A Receção
A receção está intimamente associada ao passe. A efetividade de um passe não estará concretizada
se não houver uma receção correta e eficaz. É fundamental o jogador receber a bola em boas condições
para poder desenvolver as suas ações com sucesso. Em qualquer momento do jogo, todos os jogadores
devem estar permanentemente preparados para receber um passe.
Considerando as recuperações de bola como receções de interceções de passe ou drible, podemos
concluir que a receção constitui a forma de passar da defesa ao ataque.
Um recetor hábil pode "salvar" um mau passe, enquanto um mau recetor não pode tornar um bom
passe em êxito.

Para o êxito da receção, o jogador deve:


- ver a bola (controle visual) em todo o momento;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- ir sempre ao encontro da bola;


- apreciar corretamente a trajetória e velocidade da bola;
- controlar a bola com os dedos (não com a palma das mãos);
- movimentar-se (fintas de receção) quando da presença de opositor direto;
- levantar "mão alvo".

De acordo com os tipos de passe efetuados podemos considerar os seguintes tipos


de receção:

1. Receção normal
- feita com as duas mãos;
- pega lateral;
- ir ao encontro da bola, com os braços estendidos e tronco ligeiramente inclinado na sua direção e
dedos das mãos apontados na direção da bola;
- no momento do contacto com a bola, flexão dos braços, amortecendo e trazer a bola à altura do
peito.

2. Receção vertical
- receção feita ao passe picado;
- colocação de uma mão por cima e outra por baixo da bola (de modo a evitar que a bola ressalte no
momento da receção).

3. Receção a uma mão


- caso do ressalto defensivo;
- ao agarrar a bola com uma mão, o jogador deve levar imediatamente a outra mão ao contacto
com a bola.

Fintas de Receção
O recetor tem uma grande responsabilidade não só na ação de agarrar a bola, mas também em
tornar, através da sua ação, que o passe se torne fácil e se realize com êxito. Para tal, o recetor deverá
proceder de acordo com o facto de estar na presença ou não de um opositor direto.
Deverá manter sempre a linha de passe aberta definindo a "mão alvo", designação dada à mão que
sinaliza o local onde quer e está em condições de receber a bola.

Exercícios de passe.
 Em grupos de 2 frente a frente com 1 bola, executam passes variados ao comando do professor;
Variante: Os 2 com bolas, enquanto um executa um passe picado o outro executa um passe de peito;
Metralhadora - Em grupos de 4 com 2 bolas. Três jogadores em linha ou semicírculo e um jogador em
frente a eles como “jogador central”. O jogador central deve receber as bolas que lhe passam e
imediatamente devolver a um jogador que não tenha a bola recebendo de imediato novo passe da 2ª
bola.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Quatro cantos – Jogadores dividem-se em 4 colunas nos 4 cantos do meio campo, a bola deve ser
passada de uma coluna para a outra correndo o jogador que passou para o fim da coluna para onde
passou. Variante: com 2 e 3 bolas;
 Jogo do meio – Grupos de 3: um jogador, no meio a tentar intersectar a bola que os outros 2
jogadores passam entre eles. Quando intersecta o passe troca de jogador no meio.
Jogo dos 10 passes – Com 2 equipas, estas devem procurar efetuar 10 passes consecutivos sem que a
outra equipa recupere a bola, esta caia ao chão ou saia do campo.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

PARAGEM
Considerações gerais
Técnica de execução
Tipos

Definição
A paragem é um elemento técnico realizado quando o jogador está em posse da bola.
A paragem pode ser realizada após drible ou após receção da bola, sendo fundamental, para o êxito
das ações ofensivas a desencadear, que ela seja realizada em boas condições (nomeadamente em
equilíbrio). Nesse sentido, e para que a mesma seja efetiva, é importante que o jogador respeite o
seguinte:
- posição corporal em equilíbrio, fletindo as pernas e colocando o centro de gravidade na base de
sustentação;
- bola próxima do corpo e protegida do defensor;
- distância dos pés e respetiva orientação, em função da velocidade de deslocamento do jogador e
da ação que pretende desencadear de seguida.
O jogador que se desloca com ou sem bola deve ter perfeito domínio do seu movimento para se
necessário realizar uma paragem brusca durante a corrida.

Tipos de Paragens
Ao nível da iniciação podemos falar em dois tipos de paragem: a paragem a dois tempos (ou
alternada) e a paragem a 1 tempo (ou simultânea).
Em ambos os casos os jogadores devem treinar a execução da paragem quer com bola quer sem
bola.

A paragem a dois tempos


Realiza-se quando o jogador se desloca em velocidade e tem de parar de repente. Neste caso, o
jogador apoia primeiro um pé e de seguida o outro (ex: dir.-esq. ou esq.-dir.), ficando com um pé
ligeiramente avançado em relação ao outro.
Técnica de execução:
- centro de gravidade do jogador baixo;
- tronco ligeiramente inclinado;
- um pé ligeiramente à frente do outro;
- peso do corpo distribuído por ambas as pernas.

A paragem a um tempo
Realiza-se quando se apoiam os dois pés no solo ao mesmo tempo, através de um pequeno salto
rasante, e realiza-se preferencialmente quando a corrida é moderada.
Técnica de execução:
- pés paralelos;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- pernas semi-fletidas, baixando o centro de gravidade;


- peso do corpo distribuído por ambas as pernas ;
- não efetuar um salto com componente vertical acentuada (salto deve ser rasante).

ROTAÇÕES
Definição
Técnica de execução
Tipos

Definição
A rotação é a faculdade do jogador possuidor da bola deslocar o mesmo pé uma ou mais vezes em
qualquer direção, conservando o outro pé, denominado "PÉ EIXO", no seu ponto de contacto com o
solo.
As rotações são meios técnicos fundamentais para:
- proteção da bola quando o atacante já parou o drible e é pressionado pelo defesa;
- criação de melhores ângulos de passe;
- Criação de melhores situações de lançamento.
Este problema é perfeitamente visível no jogo dos principiantes, quando o jovem perante a
presença do opositor vira as costas para ele e para o cesto, com a finalidade de proteger a bola. No
entanto, tal atitude (procedimento) é negativa, pois não lhe permite ver os colegas, os adversários e o
cesto. Por consequência, este será o momento indicado para ensinar a rodar e a definir o seu objetivo.
Durante o jogo o jogador executa diversas vezes a ação de rodar para proteção da bola, para uma
mudança de direção, para um passe ou para um lançamento. Ou seja, as rotações são de aplicação
prática em quase todos os movimentos ofensivos.

Objetivo da rotação:
- proteção da bola;
- colocar o jogador em equilíbrio para um melhor rendimento dos seus gestos (realização de fintas;
de passe; de lançamento);
- permite colocar o jogador em posição de tripla ameaça.

Técnica de Execução:
- pernas semi-flectidas;
- rotação sobre a parte anterior do pé eixo;
- peso do corpo distribuído pelas duas pernas.

Regras condicionantes (a escolha do pé eixo):


- depois de definir o "pé eixo" o jogador não o pode trocar;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- durante uma rotação o jogador não pode arrastar o "pé eixo".

Nota: o trabalho de rodar está interligado com os aspetos relacionados com o equilíbrio geral
(manter o centro de gravidade na base de sustentação, rodar sobre a parte anterior do pé).

Tipos
Existem dois tipos de rotação:
(i) para a frente;
(ii) para trás.
O emprego de cada uma é resultante da situação específica. Exemplo: o jogador com bola pode
fazer rotação para trás para proteção da bola ou para abrir linha de passe.

Exercícios
Uma vez que uma grande parte dos principiantes recebe a bola de costas para o cesto, podemos
partir desta posição para a introdução e ensino dos dois tipos de rotação.
- bola nas duas mãos trabalhar todas as hipóteses de rotação;
- grupos de 2 jogadores com uma bola. Quem tem a bola tenta evitar que o opositor toque na bola,
protegendo-a através da ação de rodar;

OBS: a escolha do "pé eixo" está relacionada com a regra da progressão (art. 54 das regras) e é
determinada pelo tipo de paragem com bola nas mãos.
Só a repetição de exercícios intimamente ligados às condições de jogo permitirá obter o estado
instintivo, a disponibilidade corporal e controle de bola no caso de uma marcação pressionante.

Exercícios retirados do Manual de Metodologia I da FPB

 “Gigante e anão”
Objetivo: Desenvolvimento da atenção, e capacidade de reação;
Desenvolvimento: Posicionam-se todos os participantes ao longo da linha lateral do campo voltados
para o professor. Quando o professor diz: “gigante”, todas as crianças estão de pé, de braços
levantados; quando o professor diz: “anão”, todos têm de fletir as pernas e pôr as mãos no chão. Todos
têm de obedecer à voz e não às ações do professor. No intuito de enganar os participantes o professor
deve executar o exercício, não fazendo, contudo, coincidir as suas ações com a sua indicação. Quem se
engana sai ou passa para uma linha mais atrás.

 “Chuta e toque”
Objetivo: Desenvolvimento da atenção, lateralidade, definição do pé eixo e noção espacial.
Desenvolvimento: Posicionam-se todos os participantes ao longo da linha lateral do campo voltados
para o professor. Quando o professor diz: “esquerda chuta” todos as crianças dão meia volta 180º
rodando para a frente sobre o pé direito (pé eixo), avançando com o pé esquerdo.
Quando o professor diz: “esquerda toque” todos as crianças dão meia volta rodando para trás sobre
o pé direito (pé eixo). Quando o professor diz: “direita chuta” todos as crianças dão meia volta rodando
para a frente sobre o pé esquerdo (pé eixo). Quando o professor diz: “direita toque” todos as crianças

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

dão meia volta rodando para trás sobre o pé esquerdo (pé eixo). Quem se engana sai ou passa para uma
linha mais para a frente. Quem não se engana fica na mesma linha. Ganham os que menos avançaram.
Variantes: Fazer o exercício primeiro sem bola e depois com uma bola para cada um.

 “Afasta e junta”
Objetivo: Desenvolvimento da atenção, lateralidade, definição do pé eixo e noção corporal espacial.
Desenvolvimento: Posicionam-se todos os participantes ao longo da linha lateral do campo voltados
para o professor pernas fletidas e pés à largura dos ombros. Quando o professor diz: “esquerda afasta”
todos as crianças afastam a perna esquerda da perna do pé direito (pé eixo) que não mexe. Quando o
professor diz: “esquerda junta” todas as crianças voltam à posição inicial. Quando o professor diz:
“direita afasta” todas as crianças afastam a perna direita do pé esquerdo (pé eixo) que não mexe.
Quando o professor diz: “direita junta” todas as crianças voltam à posição inicial. Estes exercícios devem
ser encarados como uma coreografia de grupo e serem feitos ao mesmo tempo e com o mesmo ritmo
pelo grupo inteiro.
Sugestão: Fazer o exercício primeiro sem bola e depois com uma bola para cada um.

Variante: Fazer o mesmo exercício com a indicação de “pela frente esquerda cruza” e “pela frente
direita cruza” e “por trás esquerda cruza” e “por trás direita cruza”. O pé eixo é sempre o pé que não é
mencionado na indicação de execução.

Nota: Estes dois últimos exercícios, uma vez assimilada a noção corporal de pé eixo, afastar e
cruzar as pernas e rotação sobre o pé esquerdo e sobre o pé direito e para a frente e para trás são
conceitos base que vão surgir em muitos outros exercícios e que facilitam as aprendizagens
nomeadamente dos enquadramentos, das fintas e dos arranques em drible direto e cruzado com e sem
fintas.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

FUNDAMENTOS DA TÉCNICA INDIVIDUAL OFENSIVA II

CORTES
Definição
Técnica de execução

Definição
O corte é um fundamento ofensivo do jogador sem bola, sendo uma ação típica de ataque do
jogador de basquetebol. É realizado com o objetivo de ganhar uma posição ofensiva favorável a uma
receção da bola (para lançamento, para um drible, entre outros), podendo ser devido a uma iniciativa
do jogador com bola após a realização de um passe ou da iniciativa do jogador sem bola, após bloqueio
ao defensor do jogador sem bola por exemplo.
Devemos dar a maior atenção e significado à aprendizagem e treino deste fundamento, pois muitas
vezes verificamos as dificuldades tidas pelos jogadores perante a marcação agressiva por parte de um
opositor direto.
O corte está associado à mudança de direção e à mudança de velocidade.

Tipos de corte
- corte direto;
- porta atrás, corte nas costas;
- corte com mudança de direção;
- em V.

Técnica de Execução
- Corte com mudança de direção.
Na ação de cortar temos de considerar duas fases distintas: a 1ª é a preparação para o corte, i.e., o
trabalho de pernas; a 2ª é a execução do corte propriamente dito, i.e., a técnica respetiva de execução.

a) 1ª fase
- o jogador avança a perna exterior (perna contrária da direção para a qual pretende fazer o corte);
- coloca o peso do corpo sobre essa perna;
- simula o corte nessa direção.

b) 2ª fase
- avanço rápido da perna da retaguarda (de trás) para a direção pretendida;
- peso do corpo sobre essa perna;
- avanço rápido da outra perna (exterior) de modo a afastar-se do opositor e ficar livre (cruzando a
perna pela frente do opositor).

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Nota: a técnica do corte deve ter em conta tanto a posição como a reação do(s) defensor(es), i.e., o
corte não é um movimento que deva ser realizado de forma mecanizada, mas sim de acordo com a
situação real a ser enfrentada pelo jogador. Daí o cuidado a ter no ensino deste fundamento, cada vez
mais importante no jogo ofensivo do jogador sem bola.

FINTAS
Definição
Tipos de fintas
Execução técnica

Definição
As fintas são ações que visam iludir o adversário, realizando uma ação diferente (a pretendida). A
finta é sempre a expressão de uma inspiração individual.
Com a realização de uma finta, o comportamento ativo do jogador toma uma expressão prática:
- mobilizar a atenção do adversário direto;
- solicitar uma reação, tempo preparatório;
- ação real ajustada à nova situação e desencadeada por mudança de ritmo.

Princípio de execução: disposição de um tempo forte no seio de um equilíbrio dinâmico


permanente.

Tipos de fintas:
1. com bola: está relacionada com as três ações que o jogador com bola pode empreender e que
são: passar, driblar e lançar. Existem as fintas de arranque, de lançamento e combinadas (de arranque e
lançamento). Em todas elas é importante executá-las com a maior amplitude de movimento possível,
sem retirar equilíbrio à posição ofensiva do atacante.
2. sem bola ou simulações: em que o manejo dos pés e do corpo são utilizados para "iludir" o
adversário relativamente às suas verdadeiras intenções.

57
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

MUDANÇAS DE DIREÇÃO
Definição
Técnica de execução

Definição
O atacante deverá, mediante a sua mobilidade permanente, conduzir o seu adversário direto numa
determinada direção, para libertar o espaço desejado para os seus objetivos: "desvio numa direção para
abrir outra via".

1. Fora da área próxima do cesto (bases e extremos)


Objetivo: ganhar vantagem para (i) corte; (ii) receção; (iii) bloqueio indireto.

2. Em área próxima do cesto (postes)


objetivo: ganhar posição ofensiva favorável (luta pela posição).

Técnica de execução:
1. paragem do movimento sobre o pé avançado;
2. peso do corpo sobre esse pé;
3. avanço do pé recuado para a frente e no sentido contrário, com transferência do peso do corpo.

58
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

DESMARCAÇÃO

Desmarcar - é libertar-se da marcação do adversário para manter-se em situação de disponibilidade


permanente ao serviço da equipa.

Objetivo:
1. "ameaçar" diretamente o cesto;
2. ajudar os colegas para jogar a bola (realizar um passe).

Para se desmarcar o jogador deve solucionar os seguintes problemas:


1. de atitude e colocação: (i) ver para conceber; (ii) boa perceção do campo de jogo para uma
exploração imediata das situações;
2. deve manobrar os adversários: (i) abrir espaço na direção do cesto; (ii) obter posições de
lançamento;

Princípios:
As ações do jogador sem bola devem situar-se num contexto coletivo e os deslocamentos, mesmo
os mais simples, devem ser ordenados tendo em conta a interação "atacante-defensor", mas também as
relações entre os próprios atacantes no seio da equipa.
A desmarcação para receber um passe é uma das chaves do sucesso de qualquer sistema ofensivo,
devendo os jogadores saber usar duas técnicas específicas para desmarcar-se (abrir linha de passe): (1)
o corte em V; (2) e o corte para a bola.

59
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

O ATAQUE DE POSIÇÃO

Objetivos
Princípios táticos
Bases gerais do sistema 1:2:2 ou “cinco abertos”

Finalização da Transição Defesa – Ataque e entrada no ataque de posição

A movimentação proposta para a fase final da transição, procura em 1º lugar uma finalização rápida
e eficaz. No entanto, e se tal não for possível, possibilita uma continuidade das ações da transição
defesa-ataque e uma sequência estrutural com a fase do ataque organizado.
Pretende-se que a partir do meio campo, o portador da bola no corredor central coordene os seus
movimentos, de modo a dispor de duas linhas de passe mais avançadas, observando a movimentação
dos jogadores nos corredores laterais para uma eventual finalização.

Figura 33 - Finalização da TDA e Entrada em Ataque de posição.

Caso não recebam a bola para finalizar, estes jogadores (jogadores 2 e 3) continuam o seu
movimento em direção ao cesto, cortam até ao cesto no prolongamento da linha de lançamento livre e
continuam naturalmente o seu movimento, trocando de corredor e posicionando-se como extremos
altos (Figura 33).
O jogador que ocupou a estação de receção mais recuada (jogador 4), deve também (como referido
anteriormente) correr à frente da bola, criando uma linha de passe no corredor central no momento do
desenvolvimento da transição, e cortando para o cesto no momento de finalização/entrada no ataque
posicional, procurando receber a bola após a saída dos jogadores 2 e 3 da área restritiva. Não
recebendo deve sair para o canto do lado oposto à bola, ocupando uma posição de extremo baixo. O
jogador que recuperou o ressalto ou colocou a bola em jogo, jogador 5 na figura 34, deve ocupar o
corredor central do lado oposto ao jogador que conduz a bola, criando uma linha de passe de
segurança, devendo no meio campo ofensivo cortar para o cesto, e não recebendo sair para o lado da
bola, ocupando também uma posição de extremo baixo.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 34 – Finalização da TDA - Integração do jogador 4. Figura 35 – Finalização da TDA – Integração do jogador 5.

No corte para o cesto destes jogadores é fundamental a noção do seu “tempo” de corte.

61
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Ataque de Posição em “Cinco Abertos” com passe, corte e reposição


Princípios táticos de suporte à organização ofensiva

1. Ocupação das posições ofensivas na sequência das posições adotadas na


transposição da defesa para o ataque:
- ocupação das posições ofensivas perto do cesto;
- distâncias equilibradas entre todos os jogadores;
- posição facial ao cesto (em equilíbrio e com os pés virados para o cesto).

2. Manter uma atitude ofensiva


a) na posse da bola:
- posição facial ao cesto;
- bola protegida;
- salvaguardar o máximo de opções ofensivas possíveis (lançar, passar ou driblar);
b) sem a posse da bola:
- posição facial ao cesto procurando ver todos os elementos que constituem a estrutura do jogo.

O Ataque de Posição 1:2:2

Na fase do ataque posicional a adoção do sistema 1:2:2 para jovens em fase inicial de formação, é
justificada por assegurar o preenchimento dos espaços de forma equilibrada, permitindo a fácil
reposição da estrutura na sequência de uma ação. As ações do jogo são desenvolvidas em função do
lado onde se encontra a bola (lado da bola e lado contrário da bola).
Do lado da bola consideramos como ações fundamentais o 1x1 e 2x2, ocorrendo estas últimas nas
formas de "passe e corte" e na exploração dos "aclaramentos".
Para o atacante sem bola preconiza-se movimentações no sentido de possibilitar a sua receção, no
respeito das seguintes orientações: (1) dar prioridade às ações dos atacantes do lado da bola; (2) intervir
sempre que do lado da bola não surja nenhuma ação com possibilidade de finalização.
Ao atacante sem bola do lado contrário exige-se que a sua ação dê continuidade ao ataque, quer
pelo 1x1, quer pela associação após receção do passe.
Este modelo de jogo tem como objetivo jogar numa estrutura onde os 5 jogadores se encontram
afastados entre si cerca de 4 metros (aproximadamente 4 passos para referências mais reais e mais
adequadas à estatura/idades dos jogadores) indo de encontro aos pressupostos abordados
anteriormente. Este afastamento entre os jogadores, tal como verificámos, é uma condição importante
para ajudar a resolver alguns problemas caraterísticos dos jogadores em iniciação desportiva, como
sejam a atração pela bola ou a aglomeração em torno da mesma.
Propõe-se que a estrutura inicial assente num jogador na posição de base (no corredor central),
dois jogadores nas posições de extremo alto (no prolongamento da linha de lance livre), e dois
jogadores nas posições de extremo baixo (junto à linha final).

62
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 36 - Posicionamento inicial do ataque de posição “5 abertos”.

Nesta fase inicial, a movimentação subjacente a esta estrutura é o passe, corte e reposição. Estes
são os princípios da movimentação coletiva:
- Quem faz passe penetrante (passe em que a bola se aproxima do cesto no sentido da sua
profundidade, 1 para 2 por exemplo), corta mostrando a mão alvo e segue para o lado contrário da bola
(sempre a ver a bola) (Fig. 37 e 38);
- Quem faz passe não penetrante (passe em que a bola se afasta do cesto no sentido da sua
profundidade, 2 para 1 por exemplo), corta mostrando a mão alvo e regressa para o mesmo lado onde
estava (Fig. 39 e 40);
- Quem repõe (corte em “v”) e não tendo linha de passe deve contar até 3 e cortar como se tivesse
passado – corte à sobremarcação.
(ATENÇÃO: dar prioridade ao colega se ele entretanto passou).

Figura 37 - Exemplo de movimentação após passe penetrante Figura 38 - Exemplo de movimentação após passe
1-2. penetrante 2-5.

63
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Exemplos de movimentação após passes não penetrantes – respectivos cortes e reposições

Nesta situação 5 pode voltar para o Ou cortar para lado oposto com 2 a
mesmo lado. repor a posição vaga.

Figura 39 - Exemplo de movimentação Figura 40 - Exemplo de movimentação Figura 41 - Exemplo de movimentação


após passe não penetrante. após passe não penetrante. após passe não penetrante 3-4.

Aparentemente este modelo de ataque apresenta grande simplicidade na sua estrutura. No


entanto, existe um conjunto de ações técnico - táticas fundamentais que têm que fazer parte do
reportório dos jogadores para que o ataque seja eficaz.
Nesta fase entendemos por ações técnico - táticas essenciais: o trabalho de receção (dominante do
trabalho de pés sem bola), a receção, os enquadramentos ofensivos, o lançamento, o passe e o drible.
De um ponto de vista mais estratégico salienta-se a intencionalidade dos cortes e a capacidade de
perceção do retirar vantagens posicionais através da movimentação coletiva. Esta última ideia evidencia
também a importância de uma adequada leitura dos comportamentos defensivos dos jogadores da
equipa adversária.

Para um melhor esclarecimento, apresentamos os seguintes exemplos:


 O jogador extremo face a uma posição defensiva pressionante do seu adversário tem que ser
capaz de se desmarcar para tentar receber a bola. Para tal tem que saber mudar de direção (e associar
uma mudança de velocidade) e tem também que saber interpor o corpo para ganhar vantagem. Os dois
primeiros aspetos estão relacionados com a técnica individual enquanto o terceiro diz respeito à tática
nomeadamente à leitura da defesa.

 O jogador que recebe a bola tem que saber: como recebe; como protege a bola; como faz as
rotações; como faz os arranques, entre outros aspetos fundamentais do jogo.

 O jogador que passa, o que faz? Após um passe o jogador tem que saber quando e como é que
tem que cortar; tem que saber que um corte não é apenas uma movimentação que se faz para libertar
um espaço, mas tem que saber que um corte é feito para tentar, em primeiro lugar, receber a bola.

Em conclusão, uma estrutura e movimentação de jogo aparentemente simples pressupõe um


conjunto de ações que lhe transmite uma certa complexidade. De facto, é nesta ideia de funcionalidade
e utilidade de um conjunto de elementos técnicos e estratégicos que um treinador de jovens deve
procurar para os seus jogadores e para a sua equipa.

64
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ESTRUTURAS PARCELARES DE CONSTRUÇÃO DO ATAQUE

Na construção e desenvolvimento dos conteúdos técnicos e táticos ofensivos, deve utilizar-se como
metodologia, para além das situações de 5x5, o recurso a estruturas parcelares de 1x1; 2x2 e 3x3. As
estruturas referidas são as predominantes no jogo oficial de 5x5, sendo essencial desenvolvê-las a nível
de treino.

1x1
A ação de 1x1 é uma componente fundamental no jogo de basquetebol. O jogador deve conseguir
através dos seus atributos técnicos, táticos e físicos criar desequilíbrios e ruturas no sistema defensivo
adversário, proporcionando a criação de situações de lançamento vantajosas para si ou para um colega
de equipa. O desenvolvimento dos fundamentos técnicos referidos anteriormente, nomeadamente, as
paragens, as fintas, o drible e o lançamento, são cruciais para que existam ações de 1x1 bem-sucedidas.

2x2
Bloqueio Direto
Por bloqueio direto entende-se a ação ofensiva realizada por um atacante não possuidor da bola
sobre o defensor do possuidor da bola com o objetivo de libertar o colega da marcação adversária.

Figura 42 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização Figura 43 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização
do jogador 2 que recebe o bloqueio de 1. do jogador 1 que efetua e desfaz do bloqueio.

Passe e corte
Passar e cortar é uma ação tática do basquetebol que consiste na tentativa por parte do jogador
que passa a bola de imediatamente se desmarcar, movimentando-se na direção do cesto.

Aclaramento
Aclarar é uma ação tática de basquetebol que consiste no libertar do espaço ocupado previamente
pelo jogador sem bola (jogador 2 na fig. 44), permitindo ao jogador com bola (jogador 1 na fig. 45)
ocupar esse espaço e retirar eventuais vantagens do mesmo.
O jogador deve aclarar sempre que:

65
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- não se abre a linha de passe, fig. 44.


- um jogador dribla para a posição ocupada por outro, fig. 45.
- há dois atacantes sobre a bola, fig. 46.

Figura 44 – Aclaramento – Linha de Figura 45 – Aclaramento à ação de Figura 46 – Aclaramento devido à


passe fechada. drible. existência de 2 atacantes no mesmo
espaço.

Bola à mão
A ação tática “Bola à mão” consiste no ato de ir buscar a bola à mão de um colega de equipa,
criando com esta ação uma perturbação na ação defensiva. É utilizada principalmente entre jogadores
exteriores, mais habilidosos na ação de drible, e jogadores interiores. A “bola à mão” pode resultar
muitas vezes num bloqueio direto do interior ao exterior.

3x3
Bloqueio Indireto
Para além de todas as ações táticas referidas no 2x2, acresce, no 3x3, o bloqueio indirecto –
bloqueios realizados por um atacante não possuidor da bola sobre o defensor de outro atacante não
possuidor da bola com o objetivo de libertar linhas de passe mais ofensivas e favoráveis para um dos
jogadores.

Figura 47 - Exemplo de Bloqueio indireto efetuado pelo Figura 48 - Exemplo de Bloqueio Indireto de 1 a 3 com
jogador 1 a 3. finalização de 1 após desfazer do bloqueio (criação de 2ª
linha de passe).

66
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

PRINCÍPIOS A RESPEITAR NA EXECUÇÃO DOS BLOQUEIOS

Justificação regulamentar
Um jogador tem o direito de tomar qualquer posição no campo de jogo, não ocupado por outro,
desde que dessa posição não resulte contacto físico.

Princípios
1- Quem bloqueia deve movimentar-se dirigindo-se ao encontro do defensor a bloquear. O
atacante que beneficia do bloqueio deve aproximar-se do defensor, fixando a sua atenção.
2 - O bloqueador define o bloqueio não provocando o contacto com o defensor. O atacante que
dele beneficia, só deve movimentar-se sobre o bloqueio depois do jogador que o realiza se ter
imobilizado.
3 - O bloqueador deve manter e sustentar o bloqueio até o atacante bloqueado ter ultrapassado a
sua linha de ombros.
A passagem pelo bloqueio deve realizar-se segundo uma trajetória que impeça a interposição de
um qualquer defesa entre quem bloqueia e quem beneficia do bloqueio (passagem "ombro a ombro").
4 - O bloqueador deve retomar imediatamente o contacto visual com a bola, desfazendo o
bloqueio.

Técnica de execução
Ação do bloqueador:
- pés afastados, sensivelmente à largura dos ombros, permitindo manter uma posição corporal
equilibrada e uma mais ampla base de sustentação.
- pernas semi-fletidas permitindo o abaixamento do centro de gravidade, de que resultará um
maior equilíbrio e velocidade de deslocamento nas ações subsequentes;
- tronco ligeiramente inclinado para a frente;
- linha de ombros do bloqueador perpendicular à linha de ombros do defensor (com exceção do
bloqueio cego);
- braços cruzados ou justapostos, à altura do peito, funcionando como proteção ao choque do
defensor;
- manter o controlo visual da bola;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA

Considerações Gerais
. Evolução
. Requisitos para se tornar um bom defensor
. Técnica individual defensiva
. Princípios básicos
. Defesa coletiva

Definição

Defesa - situação de jogo na qual uma equipa se opõe às ações da equipa de posse da bola, com a
finalidade de evitar que ela marque um cesto e se possível recuperar a posse daquela.

Considerações gerais
Através da ação defensiva uma equipa pretende impedir que a equipa adversária consiga marcar
cesto e, por outro lado, tentar ganhar a posse de bola.
A defesa individual é a primeira forma de marcação que consideramos na fase inicial da abordagem
ao basquetebol, na qual cada defensor é responsável pela marcação a um opositor.
A defesa individual pode ter outras designações de acordo com os objetivos e a fase em que se
inserem os jogadores na sua preparação.
O facto de o regulamento do jogo "proteger", em certa medida, o atacante, ao não permitir o
contacto físico, coloca o defensor em desvantagem. Também se juntarmos a grande gama de
argumentos ofensivos que os jogadores atualmente possuem, concluiremos que a tarefa defensiva é
extremamente difícil e árdua. Esta complexidade é também transferida para o ensino da defesa onde os
jovens são pouco recetivos à atividade defensiva e na qual se empenham pouco. É necessário transmitir
a ideia que é tão importante o jogador que marca cestos, como aquele que impede o adversário de o
conseguir. Ou seja, o trabalho defensivo é decisivo, requerendo muita concentração da parte dos
praticantes, exigindo que esteja numa atitude ativa e não passiva.

"O ensino da defesa requer muito mais psicologia da parte do treinador do que o ensino do ataque"
(John Wooden).

Para Bobby Knight "A chave do êxito defensivo é o de não permitir bons lançamentos e de não
deixar circular a bola como o atacante deseja. Como tal é necessário ter em conta: Bola-Posição-jogador
".

a) Bola: cada jogador deve saber onde se encontra a bola e a todo o momento, quando está a ser
driblada, lançada ou passada.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

b) A posição do defensor: a posição que o defensor ocupa sobre o terreno: relativamente ao


cesto que defende; relativamente à posição da bola e relativamente ao posicionamento do seu
adversário, é definida por regras defensivas tanto na defesa H/H como na defesa Zona.

c) O atacante: se o atacante é o portador da bola, a defesa exercerá uma forte pressão sobre ele.
Se não tem a bola, ele deverá sentir dificuldade em a receber.

Ensinaremos aos jogadores a reagir em função das situações do jogo, do trabalho coletivo e do tipo
de defesa escolhido.

Evolução
Na origem do jogo de basquetebol, os jogadores estavam mais atentos à movimentação da bola do
que à marcação ou desmarcação dos adversários. Daí os fenómenos da "atração da bola" e do
"alinhamento com a bola" serem as caraterísticas mais importantes da observação do jogo neste
período.
O primeiro sistema de defesa empregue foi o Homem-a-Homem (H/H), no qual cada jogador tem a
incumbência de marcar um determinado adversário ficando responsável por todas as ações ofensivas do
mesmo.
No início este tipo de defesa era executado logo após a perda da posse da bola pela equipa.
Posteriormente foi determinado que os jogadores, após a perda da bola, recuassem para as
proximidades da linha central (meio-campo) e somente aí exercessem a sua ação defensiva.
A constante evolução e aperfeiçoamento da técnica ofensiva tornou necessária a introdução de
diversas adaptações ou variantes no sistema básico da defesa H/H, na tentativa de torná-la mais
eficiente e produtiva. Atualmente são usados os seguintes processos derivados da defesa H/H:
- H/H a todo o campo ou meio-campo;
- H/H com pressão sobre o portador da bola ou sobre um jogador em particular;
- H/H com ajudas;
- H/H com flutuação;
- H/H estrito (sem trocas de jogadores);
- Misto (individual+ zona).

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

A defesa individual
. Definição
. A posição básica defensiva, enquadramento, deslocamentos e amplitude visual
. A defesa ao jogador com bola
. Defesa aos jogadores sem bola: lado da bola e do lado contrário da bola

Defesa Individual - é o conjunto das técnicas defensivas. Para defender bem é indispensável
dominar o conjunto das técnicas individuais defensivas, i.e., tudo o que o jogador deve saber quando
defende contra um jogador da outra equipa.
Não se deve confundir a defesa H/H com a defesa individual, dado que a defesa H/H é um sistema
tático, pelo que diz respeito à organização das ações defensivas dos jogadores.

Nota: no sistema de marcação H/H o defensor deve marcar o adversário em relação à bola,
portanto o predomínio da ação defensiva é dirigido ao jogador adversário e não à colocação da bola.

A partir do momento em que o atacante se movimenta o defensor deverá acompanhá-lo,


deslocando-se através de movimentos defensivos. Estes deverão ser curtos e rápidos, evitando saltar ou
cruzar as pernas.
Os deslocamentos defensivos para serem eficazes obrigam o jogador a ter um bom equilíbrio.
Durante os deslocamentos o defensor deverá manter constante a distância entre os pés, o que lhe
permitirá movimentos rápidos e em equilíbrio. Assim, deve mexer em 1º lugar o pé da direção
pretendida (ex: se se deslocar para o lado direito o 1º pé a movimentar é o direito e vice-versa).

Quando o atacante com bola muda de direção o defensor deve ajustar, rodando sobre o pé exterior
(pé contrário ao da nova direção) e recuando o pé livre, recuperando o pé da rotação até tomar a nova
posição defensiva.
Durante a ação defensiva é importante o jogador manter o equilíbrio, quer estático quer dinâmico.
Entendemos por:
Equilíbrio estático - atitude que visa permitir uma reação rápida e favorável do jogador. Define-se a
partir da posição base, tanto ofensiva como defensiva (nesta utiliza-se os braços para impedir ou
dificultar as ações da bola por parte do atacante).
Equilíbrio dinâmico - o movimento perfeitamente controlado, que visa um total aproveitamento e
utilização de si próprio num dado momento.

Vantagens da marcação individual:


1. cada jogador é responsável por um adversário;
2. pode ser feito o equilíbrio entre defensores e atacantes, i.e., na escolha do elemento a ser
marcado poderão ser consideradas as condições físicas e técnicas de um e outro;
3. é fácil de ensinar e aprender;
4. adapta-se a qualquer tipo de ação ofensiva do adversário;
5. a sua prática estimula o jogador no desenvolvimento das suas aptidões;
6. obriga o adversário a empregar mais velocidade nas suas ações o que torna o jogo mais atrativo;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

7. dificulta os lançamentos de média e longa-distância.

Técnica Individual Defensiva


1. Posição Base
Posição corporal, cómoda e equilibrada; cabeça levantada; tronco formando um ângulo de 45º com
o solo; braços em posição conforme os objetivos defensivos (impedir receção da bola, marcação de um
driblador, defesa a um lançador); pernas em ligeira flexão; pés paralelos com afastamento
sensivelmente idêntico à largura dos ombros, um deles ligeiramente avançado.

Figura 49 – Posição base defensiva.

2. Princípios Fundamentais
Movimentação, em pequenos e rápidos deslocamentos (deslizamento tipo "boxeur"), sem cruzar os
pés, nem saltar, mantendo sempre um equilíbrio constante.
Amplitude visual, o defensor deve manter sempre integrado, no seu campo visual, o adversário e a
bola.
Colocação, conforme os objetivos defensivos, mas de uma maneira geral sempre entre o adversário
e o cesto, i. e., enquadrado com a bola.

Princípios Básicos
1. Parar (pressionar) a progressão da bola em drible ou conduzi-la para o seu lado fraco.
2. Pressionar o jogador que parou a progressão em drible (sit. 1x1 ou 2x1).
3. Impedir os passes penetrantes entre:
- bases X extremos;
- bases X postes;
- extremos X postes.
4. Pressionar o possuidor da bola forçando-o a cometer erros.
5. Recuperar a posição perdida, através de movimentos rápidos de perna.
6. Impedir a penetração do atacante na área restritiva em condições de fácil receção da bola.
7. Passar por "cima" dos bloqueios.
8. Fechar as linhas de fundo e laterais.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Funções Específicas
a) Defesa aos Bases
- obrigá-lo a driblar com a mão menos hábil;
- desviar o driblador para os corredores laterais do campo;
- não acusar as fintas (não saltar, nem alterar a posição corporal);
- fechar as linhas laterais e finais na zona próxima do cesto (abaixo da linha de lance livre);
- defender tendo como prioridade impedir:
- lançamento;
- passe;
- penetração.

b) Defesa aos Extremos


- sem bola, sobremarcar do lado da bola;

Figura 50 – Defesa em sobremarcação do lado da bola.

- com bola, condicionar o atacante para a linha lateral e final, orientando os apoios para a linha
lateral;

Figura 51 – Defesa ao jogador com bola na posição de extremo.

- em movimento, sem bola, em zona próxima do cesto marcar pela frente por cima, se está do lado
forte, ou formando um triângulo de ajuda, se está do lado fraco;
- em movimento com bola, em zona próxima do cesto marcar bem em cima com os dois braços
levantados e recuperando sempre a posição defensiva com movimentos rápidos de pés.

A) Defesa ao jogador com bola em drible


A defesa ao jogador com bola está dependente da ação que o mesmo irá tentar desenvolver. No
entanto, a posição básica mantém-se sempre a mesma.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Objetivo
-desviar;
- parar;
- pressionar.

Posição e movimentação
- distância de um braço;
- enquadrado com a bola;
- deslizamento tipo "boxeur".

Em Drible
- Condicionar o jogador atacante para a linha lateral ou final, desviar do corredor central;
- recuperar após mudança da mão ou inversão.

Casos Específicos

Quando pára o Drible


- pressão (peito sobre a bola);
- baixar mão de dentro, levantar mão do lado de fora.

Quando Lança
- impedir lançamento;
- saltar "depois de" e nunca "antes de";
- bloqueio defensivo.

Quando passa
Passo atrás - recuperação da visão simultânea da bola e homem, na direção em que a bola foi
passada.

Figura 52 – Alteração da posição defensiva em reação ao Figura 53 – Alteração da posição defensiva em reação ao
passe - Defesa do corte pela frente.
passe.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Quando corta
- Sobremarcação do corte pela frente;
- Recuperação da posição no corte por detrás;
- Recuperação de recurso no caso de o perder de vista.

B) Base sem bola, lado da ajuda


Objetivo
- Posicionamento em Ajuda em relação à posição da bola que
permita ao mesmo tempo colocar pressão sobre a linha de passe
e o jogador com bola e caso exista uma mudança do lado da bola
uma rápida recuperação para o novo posicionamento.

Posição e movimentação Figura 54 – Posicionamento


defensivo do defensor do base do lado da
- Posição básica defensiva (em ajuda) ajuda

- Visão periférica (Bola e atacante)

Casos Específicos
Quando corta pela frente:
Sobremarca - regra da aproximação do atacante da posição da bola.

Quando corta por detrás:


Recupera posição - regra do afastamento do atacante da posição da bola.

Quando foge do campo de visão:


Recuperação de recurso (direção do cesto) - regra de evitar todas as formas regulamentares à
penetração do atacante ou da bola na zona próxima do cesto.

C ) Defesa ao Extremo sem Bola do Lado da Bola


Objetivo
- Impedir a receção de passes penetrantes e desviar o atacante
para uma zona cada vez mais afastada do cesto.

Posição e movimentação Figura 55 – Defesa ao extremo sem bola


do lado da bola
- Sobremarcação, ver a bola e o jogador.

- Braço do defensor, do lado da bola, sobre a linha de passe com a palma da mão avançada e
voltada para a bola.
- Pés colocados 3/4 à frente da posição do atacante.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

- Movimentos dos pés tipo "boxeur"

D) Defesa ao Extremo sem Bola Lado da Ajuda


Objetivos
- Posicionamento em Ajuda em relação à posição da bola que permita ao mesmo tempo colocar
pressão sobre a linha de passe e o jogador com bola, e caso exista uma mudança do lado da bola uma
rápida recuperação para o novo posicionamento.

Figura 56 – Defesa ao extremo sem bola do lado da ajuda.

Posição e Movimentação
Posição básica defensiva (em ajuda);
Definição do triângulo de ajudas;
Visão periférica (bola e atacante);
Movimento dos braços (reação rápida).

Casos Específicos
Quando corta pela frente
- sobremarca - regra da aproximação.

Quando corta por trás


- recupera posição - exceção à regra do afastamento do atacante da posição da bola.

Quando foge do campo de visão


- recuperação de recurso (direção do cesto) - regra de evitar todas as formas regulamentares a
penetração do atacante ou da bola na zona próxima do cesto.

D) Defesa dos Postes

1. Poste Alto
Objetivo:
- impedir a receção de passes penetrantes.
- se recebe a bola, duas hipóteses:

75
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

(i) pressão com os dois braços levantados;


(ii) afastamento de um passo à retaguarda.

Posição e movimentação
- sobremarcação a 3/4 do lado da bola

Figura 57 – Defesa ao Poste alto – lado da bola.

Se a bola muda posição para lado da ajuda


- passar (rodar) pela frente;
- passar por detrás (passo deslizante à retaguarda);
- sobremarcação a 3/4 mais aberta.

2. Poste Médio
Posição e movimentação
- sobremarcação a 3/4:
(i) pelo lado da bola - se a bola acima da linha de lance livre;
(ii) pelo lado da linha final - se a bola abaixo da linha de lance livre.

Figura 58 – Defesa ao Poste médio – Lado da bola. Figura 59 – Defesa ao Poste Médio com bola no canto.

Ajuda Defensiva (teoria dos triângulos de Bob Knight)


O tipo de defesa preconizado por Bob Knight contém as seguintes linhas de força básicas:
1ª - Responsabilidade individual de cada jogador, na agressividade defensiva que tem de aplicar
para com o seu adversário direto;

76
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

2ª - Combinar os aspetos fundamentais da defesa individual com a defesa zona, tendo como
preocupação fundamental a de deter a progressão da bola;
3ª - Dividir a defesa em lado da bola e lado da ajuda:
- Do lado da bola, deverá ser pressionado o seu possuidor e impedidos os passes de
penetração;
- Do lado da ajuda, deverá ser prestada toda a atenção à posição da bola, sem perder de vista
os adversários diretos.

Cada jogador defensivo, do lado da ajuda, formará um Triângulo cujos vértices são constituídos pela
bola, ele próprio e o adversário direto, e a base uma linha dirigida desde o seu adversário direto até à
bola (Fig. 60)

Figura 60 – Ilustração dos triângulos de ajuda.

As regras básicas a seguir pelo defesa do lado da ajuda são as seguintes:


- considerando como linha da bola a base do triângulo formado, o defensor não deverá estar além
de um passo (um metro), de distância dessa linha (para impedir o corte do jogador do lado da ajuda
para o lado forte, defendendo assim a posição defensiva);
- O defesa do lado da ajuda tem que "flutuar" para o lado da bola;
- Quanto mais afastado estiver o seu atacante da bola, mais afastado deverá ele estar do seu
adversário direto.

Linha de Primeiro e de Segundo Passe (Bob Cousy)


Mantendo os aspetos fundamentais já referidos para a realização de uma boa defesa, Bob Cousy,
refere as seguintes particularidades:
- um defensor nunca deve estar passivo;
- toda a pressão defensiva se baseia na teoria das linhas de primeiro e segundo passe;
- Qualquer atacante que se encontra em posição de receber um primeiro passe deve ser
sobremarcado;
- evitar que os postes recebam bolas em posições favoráveis, lutando pelas posições defensivas;
- quando a bola está em poder de um extremo, este deve ser pressionado e igualmente os
jogadores de possível primeiro passe;
- defesa sem trocas, cobertura total da linha de fundo.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 62 – Linhas de 2º passe.


Figura 61 – Linhas de 1º passe.

Princípio do lado da bola (forte) / lado contrário ao da bola (ajuda)


A linha cesto-cesto é uma linha imaginária de referência para o jogo de basquetebol. A sua utilidade
prende-se com o ensino do jogo e da ocupação espacial do campo em termos ofensivos e defensivos.
Assim, o lado da linha cesto-cesto onde se encontra o possuidor da bola determina o “lado da bola”
sendo o lado oposto designado como o “lado da ajuda”.

Figura 63 – Ilustração da linha cesto-cesto e da divisão do campo em lado da bola e lado da ajuda.

Os princípios defensivos a aplicar por cada jogador variam em função deste princípio, devendo os
jogadores constantemente ajustar a sua posição caso estejam do lado da bola ou do lado da ajuda.

Princípio acima e abaixo da linha de lance livre


. Com a bola acima da linha de lance livre os defensores do lado da ajuda devem colocar o seu apoio
interior sobre a linha imaginária cesto-cesto.
. Com a bola abaixo da linha de lance livre (posição mais próxima do cesto, logo mais perigosa para
a defesa) os defensores do lado da ajuda devem colocar o seu apoio exterior sobre a linha cesto-cesto.
. Os defensores estão desta forma posicionados para reagir rapidamente a uma penetração em
drible a fim de ajudar e parar este movimento.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

Figura 64 – Posicionamento defensivo com bola acima Figura 65 – Posicionamento defensivo com bola abaixo
da linha de lance livre. da linha de lance livre.

Defesa Coletiva
A defesa torna-se coletiva a partir do momento em que se joga 2 contra 2. Por consequência, o
trabalho defensivo far-se-á sempre em colaboração e tendo em conta as reações dos colegas.
Desde a iniciação que os jogadores devem ter a noção de responsabilidade pessoal e da
responsabilidade coletiva (grupo).
As defesas de base são: homem-a-homem e à zona.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

DEFESA À ZONA

. Conceitos gerais
. Tipos de defesa por zonas
. Análise da defesa à zona 2:1:2

Introdução
O estudo e a análise da defesa à zona permite identificar não só pontos de semelhança como
analogias na sua aplicação prática ao processo defensivo das equipas, para além dos conceitos gerais
que deram origem à defesa à zona como tática defensiva.
Existem muitos pontos comuns entre este tipo de defesa e a defesa homem-a-homem (H/H). A
marcação do jogador com bola obedece, na defesa zona, aos mesmos princípios da marcação definida
na teoria da defesa H/H com ajudas.
Podemos afirmar que os conceitos e os princípios gerais equacionados para a defesa H/H
interpretada segundo a teoria das ajudas, presidem igualmente à interpretação atual da defesa à zona.

Objetivo
O objetivo primordial da defesa à zona é impedir que o ataque faça lançamentos de elevada
percentagem de eficácia, mobilizando os seus pontos fortes para neutralizar os pontos fortes do ataque.

O dispositivo inicial de defesa ocupado pela zona representa o ponto de partida para os
movimentos coordenados dos defensores de modo a oporem aos atacantes uma muralha defensiva que
apenas admita os lançamentos de mais baixa percentagem.
Por isso é importante que o professor tenha uma visão global correta dos princípios fundamentais
que deve aplicar na preparação.

Princípios Fundamentais
1. Princípio da movimentação unitária - significa que a qualquer deslocação de um defensor na área
de pressão sobre a bola correspondem deslocações e movimentos coordenados dos outros quatro
defensores.
A aplicação deste princípio respeita o princípio dos triângulos defensivos que se apresenta na teoria
da defesa homem-a-homem com ajudas, e exige também que se obrigue o ataque a definir um lado
forte e um lado fraco. À defesa à zona interessa que as situações de lançamento sejam limitadas às
áreas de menor percentagem dos lançadores e para o conseguir a movimentação unitária é sem dúvida
o primeiro princípio a respeitar por todos os defensores.
2. Distribuição de áreas de responsabilidade individual - este princípio estabelece que a ação
defensiva do defensor se exerce com uma definição concreta de uma área de responsabilidade
individual. De acordo com este princípio cada defensor deve ter presente qual o limite da sua
intervenção.
3. Ocupação das áreas de ressalto - os defensores têm de avaliar rapidamente quais as áreas de
ressalto que devem ocupar quando os lançamentos são executados de certas áreas de lançamento.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

4. Ocupação das linhas de passe - o conhecimento das áreas vulneráveis e a pressão sobre a bola
permitem que os defensores fechem as linhas de passe e neutralizem os lançamentos de determinadas
áreas por agressividade e antecipação.
5. Fechar linhas de corte - os defensores devem impedir os cortes diretos para o cesto obrigando os
atacantes a deslocarem-se em trajetórias curvas e longas e por fora da zona.
6. Ocupar as áreas de lançamento de elevada percentagem - os defensores devem pressionar a bola
sempre que o atacante ocupe uma área de elevada percentagem de lançamento.

Aplicação prática dos princípios


1. levantar os braços;
2. avisar os companheiros;
3. situações de desarme ou interceção.

Tipo de Defesa à zona 2:1:2

Figura 66 – Ilustração da defesa zona Figura 67 – Defesa zona 2:1:2 com bola Figura 68 – Defesa zona 2:1:2 com bola
2:1:2. no extremo. no canto.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

O ENSINO DO BASQUETEBOL

O ensino do Basquetebol exige o conhecimento de princípios e regras pedagógicas que orientem a


ação do professor junto dos praticantes. Por isso, a ação educativa deve obedecer a uma pedagogia do
ensino e do treino e a uma metodologia que permita resolver as situações que decorrem da
aprendizagem e da prática do jogo.
Pensamos que a forma como a modalidade é apresentada, assim como os momentos
proporcionados aos alunos para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades específicas da
mesma, influenciam positivamente as capacidades dos mesmos, no gosto pelo jogo e na atitude perante
a prática desportiva. Deste modo, a orientação do processo ensino-aprendizagem deve basear-se na
interação do docente-aluno, assumindo o primeiro a responsabilidade da direção, do processo de
estruturação dos conteúdos e das estratégias a utilizar. Por sua vez, o aluno pode apropriar-se de forma
ativa dos conteúdos, sob a forma de experiências que operarão as necessárias modificações
comportamentais (habilidades, hábitos, capacidades), realizada de acordo com os objetivos
previamente definidos pelo docente.
A eficácia deste processo depende em grande medida do quadro pedagógico de intervenções que
condicionam a aquisição e fixação das aprendizagens fundamentais, e que comprovam um saber jogar e
um saber fazer mais eficiente.

1. Os Métodos
Preconizamos a adoção de um processo pedagógico que se fundamenta na vivência de situações
concretas de jogo, que solicitam objetivamente ao aluno a aplicação e a consequente aprendizagem de
um determinado equipamento técnico, tático e regulamentar. Deste modo, tudo quanto se ensinar
deve corresponder às soluções exigidas pelas situações concretas do jogo, sendo recebido com outra
compreensão. A concretização deste método de ensino é feita através dos seguintes elementos:
a) Jogo.
O jogo de 5x5 é o ponto de partida de toda a ação de ensino. Através da sua prática o aluno pode
viver e sentir a realidade, aprender a discernir as situações e compreender as suas dificuldades e o
correspondente valor da aprendizagem da técnica. Durante, ou após os vários períodos de jogo
proporcionados nas aulas, fazemos a análise crítica ao jogo realizado, salientando as ações positivas de
cada um dos intervenientes, seguida de uma informação sucinta das ações que vão ser incluídas nas
sessões seguintes. O valor inicial do jogo formal mantém-se ao longo de todo o processo de
aprendizagem na medida em que é oportunidade para determinar a informação pedagógica e realizar a
oportunidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos;
b) Informação Pedagógica.
A evolução da qualidade de jogo implica a transmissão de conhecimentos, os quais devem
corresponder a necessidades dos praticantes, observadas a partir das situações criadas pela prática do
jogo formal. Os períodos de informação pedagógica representam a parte concreta do ensino
propriamente dito e dependem das observações efetuadas durante os períodos de jogo formal em que
se anotam os erros cometidos na execução das técnicas de base. Em termos de informação, utilizamos
dois tipos: (i) a informação sistematizada - organizada na base do programa a transmitir; e (ii) a
informação ocasional - suscitada pelo decorrer das situações ou pela solicitação direta dos alunos;
c) Os exercícios.
Utilizamos os exercícios para promover a aprendizagem e a melhoria dos elementos técnico-táticos
do jogo. Cada exercício tem uma finalidade e significado concreto em relação ao que se pretende
ensinar e à realidade do jogo. Um bom programa de exercícios é uma condição básica para a ação
pedagógica do professor e constitui um meio eficiente para tornar o ensino atraente e de acordo com os
interesses dos alunos. O grau de complexidade e exigência dos exercícios deve ser tal que permita que
os alunos os executem, sendo a intervenção no “terreno” o meio privilegiado de que dispomos para
dirigir a aprendizagem, pelo que o valor do exercício decorre essencialmente da sua condução;

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

d) Observação.
A observação constitui um elemento muito importante deste método. É a partir de uma boa
observação durante o jogo formal que podemos organizar bons períodos de informação pedagógica.
Através da observação dos desempenhos motores dos alunos, conseguimos identificar as ações
individuais, positivas e negativas, que devem constituir o ponto de partida para o ensino-aprendizagem
a levar a efeito;
e) Competição.
Organizamos a prática do ensino e do treino de acordo com o plano e programa que desejamos
cumprir, contemplando a aquisição das técnicas, a exercitação das ações individuais e coletivas, através
da prática do jogo realizada pelos alunos nas aulas.
Em conclusão, esta é a forma de atuação por nós utilizada no ensino da modalidade de basquetebol
de acordo com a conceção referida anteriormente. Pretendemos que os alunos adquiram, através da
vivência prática, da exercitação e reflexão teórica, os instrumentos necessários para o desempenho da
sua profissão.

2. O Ensino da Técnica
No sentido de cumprir o objetivo da disciplina no que concerne à aquisição, aperfeiçoamento e
domínio dos gestos técnicos fundamentais, damos a conhecer o tipo de metodologia, por nós utilizada,
para o ensino dos elementos técnicos:
1) Explicação da técnica.
Em que dizemos o que tem de ser aprendido e executado, salientando a finalidade e as situações da
sua utilização mais frequente. Não podemos ensinar sem explicar, i. e., indicar as finalidades, situações
de utilização e descrevendo globalmente a técnica a realizar.
A explicação é acompanhada de demonstração, caso contrário não resulta, sobretudo se quem
aprende não tem qualquer imagem daquilo que se explica;
2) Demonstração.
Através da demonstração damos ao aluno uma imagem daquilo que vai ser ensinado. Na
demonstração acentuamos os pontos mais importantes, recebendo o aluno as primeiras noções sobre o
elemento, as quais devem transmitir uma imagem de uma execução correta no sentido do modelo que
se pretende atingir. Na impossibilidade de sermos capazes de demonstrar, recorremos a um aluno, se
possível praticante da modalidade, e capaz de efetuar a demonstração pretendida. Caso contrário,
socorremo-nos de filmes, fotografias ou desenhos para essa demonstração. Seguimos uma
apresentação global em que a explicação, a demonstração e a primeira execução são realizadas de
acordo com a totalidade do que se pretende ensinar. A demonstração correta é a grande prevenção
contra a aquisição errada das técnicas;
3) Execução.
Após as duas fases anteriores o aluno executa, procurando reproduzir a demonstração, a que se
segue a repetição;
4) Correção.
Antes da correção caraterizamos as causas dos erros que surgem na exercitação, pois as medidas
pedagógicas e metódicas terão de ser orientadas no sentido da eliminação destas causas. Isto é, corrige-
se, eliminando as causas do erro;
5) Repetição.
Nesta fase o aluno repete sucessivamente a execução corrigindo-a até que se verifique a
consolidação da técnica que há-de conduzir à formação do hábito de execução correta. A repetição só
tem significado quando salientamos a importância dos pormenores, conduzindo à fixação das técnicas.
Uma vez aprendidas, segue-se a fase de automatização, enquanto o treino e a sua intensidade conduz a

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

uma fase de maior eficiência. Durante todo este processo, avaliamos os progressos dos alunos e
procedemos a correções tendo em vista a eficiência da execução.
Em síntese: este processo pedagógico, de ensino de uma técnica, obedece aos seguintes princípios
da aprendizagem: explicação; demonstração; execução; correção; repetição e avaliação da eficiência.

3. O Ensino da Tática
A análise deste ponto pretende dar a conhecer a metodologia seguida para dar cumprimento ao
objetivo da disciplina que determina o seguinte: compreensão, domínio e vivência dos princípios táticos.
Com a prática dos elementos táticos do jogo, pretendemos, nas nossas aulas, que o alunos: (1)
Desenvolvam a capacidade de perceção para a correta avaliação da situação de jogo durante a atividade
do mesmo (compreensão e análise da situação de jogo); (2) Desenvolvam a capacidade de escolha das
atuações de jogo mais convenientes na base de uma correta avaliação; (3) Adquiram formas de
atuações práticas para a resolução tática correta de situações de jogo; (4) Utilizem a iniciativa tática no
jogo.

O ensino dos elementos de natureza tática exige que se sigam os princípios da progressão para que
se obtenha uma coordenação das ações táticas no que diz respeito ao ataque e à defesa. Desta forma,
para dar ao cumprimento aos pressupostos anteriores, utilizamos o seguinte procedimento: (i)
começamos com a análise de ações de um só jogador; (ii) passamos à análise de ações com dois
jogadores; e (iii) por fim, analisamos as ações com três até se juntar às de cinco jogadores. Deste modo,
recorremos ao método parcial, fracionando o sistema tático (ofensivo e defensivo) em situações de 1x1,
2x2 e 3x3 que são transformados em exercícios de aprendizagem e treino.
Seguindo este processo, os alunos aprendem o sistema de jogo, os fundamentos necessários à sua
execução, adquirem a sincronização necessária, fixam os hábitos dos companheiros e os sinais de
comunicação para atuarem com eficiência.
Por outro lado, e tendo como objetivo possibilitar aos alunos uma melhor compreensão e
consciencialização sobre o significado e aplicação dos princípios táticos de jogo, durante os momentos
de Jogo Formal, procedemos da seguinte forma: (i) apresentamos imagens, esquematizadas, sobre a
tática de jogo; (ii) estabelecemos objetivos táticos de cada grupo ou equipa; (iii) procedemos à avaliação
tática do jogo; (iv) analisamos os erros táticos dos intervenientes no jogo.
Deste modo, os processos táticos propostos privilegiam o desenvolvimento individual, estimulando
uma forma inteligente de interpretar o jogo, de modo a permitir que o aluno vá dominando, de forma
consciente e progressiva, os seus aspetos, para que possa, concluída a sua formação, ser eficaz no
desempenho da sua função docente.

Conclusão:
A orientação pedagógica seguida para a transmissão da matéria, tem sempre em conta a exigência
no ensino das técnicas básicas da modalidade e que são suporte às estruturas de jogo preconizadas. Por
outro lado, a progressão da aprendizagem é essencialmente função dos problemas que surgem no
decorrer do processo de ensino e que os alunos podem resolver mais ou menos rapidamente de acordo
com as suas capacidades e grau de evolução. As soluções são encontradas pela intervenção do
professor durante os períodos de informação pedagógica e pela prática de exercícios técnicos, prática
esta que é feita em função do aperfeiçoamento que se pretende obter para uma melhor participação no
respetivo processo. De igual modo, a progressão do ensino é essencialmente função do programa a
transmitir, da ordenação criteriosa das técnicas e das dificuldades encontradas pelos alunos no decorrer
do processo. Tal como historicamente se processou a evolução do jogo, também aqui as diferentes
técnicas aparecem em função dos problemas concretos postos pela prática do jogo.

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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano

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