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Anotações Pedagogia da Autonomia – Paulo Freire.

Paulo Freire, considerado patrono da Educação Brasileira. Nascido em 19 de


setembro de 1921, morre em São Paulo, em 02 de maio de 1997. Tem uma postura
político-ideológica que vislumbra sempre a superação das relações de opressão.
Coragem e luta são o seu verdadeiro ideal de felicidade. A convite do Governo de
Goulart, criou o Programa Nacional de Alfabetização, usando o método de
alfabetização criado por ele.
Seu programa foi extinto no governo militar em abril de 1964, por ousar colocar
em prática uma metodologia capaz, não apenas de instrumentalizar a leitura e a
escrita dos alfabetizados, mas de levar as pessoas a uma consciência política.
Freire foi acusado de subverter a ordem instituída, e depois de preso, teve que se
retirar do país, seguindo o caminho do exílio no Chile.
No Chile, escreve sua principal obra “Pedagogia do Oprimido”. Depois de 16 anos
de exílio, Paulo Freire volta ao Brasil em 1980. Leciona em importantes
universidades Unicamp, PUC, e assume a secretaria da Educação de São Paulo.
Em seu mandato lutou pela recuperação salarial dos professores, revisão curricular
e alfabetização de jovens e adultos. Último livro – “Pedagogia da autonomia”. É o
brasileiro mais homenageado da história.
“Quem observa o faz de um certo ponto de vista, o que não situa o observador em erro.
O erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-la e desconhecer
que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre
esteja com ele.” (P. 9)
“Isto não significa negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que
estamos submetidos. Significa reconhecer que somos seres condicionados mas não
determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de
determinismo, que o futuro, permita-se-me reiterar, é problemático e não inexorável.”
(P. 11)
“ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
produção ou a sua construção.” (P. 13)
“Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem
ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina
alguma coisa a alguém.” (P.13)
2.6 – Ensinar exige apreensão da realidade
“A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas sobretudo para
transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a, fala de nossa educabilidade [...]”
(p. 35).
“A capacidade de aprender [...] implica a necessidade de apreender a substantividade
do objeto aprendido” (p. 36).
Mal aprendizado – quando o aprendiz é apenas o paciente da transferência de
conhecimento do professor.
O bom aprendizado se dá na construção e na reconstrução.
“Toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende,
outro que, aprendendo, ensina”. (p. 36).
a. O que é ser professor, para Paulo Freire? E para vocês, considerando a
leitura freireana dos capítulos?
“O meu papel fundamental é contribuir positivamente para que o educando vá sendo o
artífice de sua formação com a ajuda necessária do educador.”
De acordo com a visão freiriana a docência se dá ao assumirmos o papel de sujeito, e
de conferir ao educando também a condição de sujeito na construção do
conhecimento. É uma profissão que exige ética, metodologia, cientificidade, criticidade
e humanidade, exige conhecer a realidade do aluno e possibilitar sua transformação.
b. Como ser professor de português na visão de Paulo Freire? Como vocês
imaginam as atividades com os seus alunos, na aula de Português?
Acredito que ao refletir sobre o professor de português na visão freiriana é
importante pensar na leitura do mundo antes da leitura das palavras, e da leitura
das palavras através desse conhecimento de mundo.
Imagino atividades que tragam sentido para a vida dos alunos, não simplesmente a
transmissão de conteúdos teóricos, mas que de fato possibilitem a compreensão e
a construção do conhecimento. Atividades que provoquem reflexão, que dialoguem
com o contexto dos alunos e com seus conhecimentos anteriores etc.

“É assim que venho tentando ser professor, assumindo minhas convicções, disponível
ao saber, sensível à boniteza da prática educativa, instigado por seus desafios que não
lhe permitem burocratizar-se, assumindo minhas limitações, acompanhadas sempre do
esforço por superá-las, limitações que não procuro esconder em nome mesmo do
respeito que me tenho e aos educandos.” (p. 37)
{não há neutralidade, sendo coerente}
{com esperança}
{sendo humilde, sincero e ético}
{buscando sempre o aperfeiçoamento}

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