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DEFESA DO TOMBAMENTO DO CHALÉ JULIUS ARP

O Conselheiro JULIUS ARP foi o grande pioneiro do desenvolvimento industrial


de Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Se não fosse ele, a história da
cidade de Nova Friburgo e até do Município de Nova Friburgo teria sido outra.
Primeiro ele comprou a companhia de eletricidade, que estava em final de
construção, e depois trouxe para a cidade de Nova Friburgo a fábrica de
rendas, abandonando os planos de instalá-la em Joinville, onde já tinha
negócios. de forte espírito empreendedor, trouxe as máquinas da Alemanha e
colocou a fábrica para funcionar com 36 empregados, em 11 de junho de 1911.

Antes de vir para Nova Friburgo, Peter Julius Ferdinand Arp morava na
Alemanha, onde nasceu. Chegou ao Brasil com 23 anos, em 1881. Começou
como vendedor de café em Santos, cidade do estado de São Paulo, mas no
ano seguinte veio tentar a sorte na cidade do Rio de Janeiro e trabalhou em
uma companhia importadora durante 13 anos. Progredindo na empresa e
acabou tendo sua própria firma: a Arp & Cia, com negócios no estado do Rio
de Janeiro e no estado de Santa Catarina. Foi dono também de uma fábrica de
meias de excelente qualidade, em Joinville no estado de Santa Catarina.

Ele acabou participando da implantação das outras principais indústrias da


cidade na época: Ypu, Filó e Haga. A eletrificação do município permitiu a
instalação das indústrias, acelerando o progresso da cidade de Nova Friburgo,
movimentando o comércio e a construção civil, gerando novos empregos.
Durante quase todo o século xx, a fábrica foi gerida por alemães de diversas
procedências e forte conhecimento técnico.

A ARP FIOS & BORDADOS deu origem ao desenvolvimento industrial da


região de Nova Friburgo e desde 1911 vem construindo uma história de
sucesso. hoje a arp é referência nacional na indústria têxtil e líder nas américas
no mercado de bordados. sempre com ênfase na qualidade, a arp opera com
máquinas de última geração e está sempre investindo em tecnologia de ponta,
fornecendo para as melhores e mais variadas empresas de moda, lingerie,
cama, mesa e banho. e ainda conta com um avançado setor de pesquisa e
desenvolvimento, apto a desenvolver desenhos exclusivos para sua coleção. A
Arp também é referência no mercado de fios e atualmente possui um
diversificado mix de produtos. além da fabricação de fios industriais de
algodão, acrílico e mistos (algodão e acrílico) em diversas titulagens, a arp está
sempre desenvolvendo novos produtos para tecelagem plana, malharia circular
e malharia retilínea. frente a um mercado amplo e exigente, a arp também
possui a linha de fios panda para trabalhos artesanais como tricô ou crochê,
bordados e trabalhos manuais.

museu de rendas arp - inaugurado em 1986, seu acervo compõe-se de


pinturas em óleo sobre tela do conselheiro julius arp, documentos da primeira
empresa (notas fiscais, registro de contas, diplomas de honra, etc..),
documentos pessoais do conselheiro, os primeiros produtos da fábrica, etc.
destacam-se três antigas máquinas de fazer renda, além do chalet do
conselheiro julius arp, visto bem próximo, através de uma janela, onde o museu
está instalado. a casa aparece, portanto, como parte do acervo. o horário para
visitação é de segunda a sábado de 14h às 16:30h. end.: Av. Conselheiro
Julius Arp, 85

Antecedentes

A empresa de eletricidade JULIUS ARP & CIA, tendo construído sua primeira
usina aproveitando a queda d’água do rio bengala.

A ENF originou-se no início do século xx. em 1925, Julius Arp constituiu 1937 a
empresa de eletricidade JULIUS ARP & CIA transformou-se na companhia de
eletricidade de Nova Friburgo – CENF.

Considerando a área central do Município, subdividida em 5 (cinco)


subgrupos de importância histórica e cultural do Município, visando
salvaguardar o material essencial e assegurar a integridade e autenticidade
histórica e sócio econômica na ocupação do território e na conformação da
paisagem cultural da região para as gerações futuras;
Considerando a importância do Subgrupo 1 - projeto pioneiro de
construção da Cidade Jardim Parque São Clemente e Bairro Bela Vista (1944),
de autoria do Engenheiro César Guinle, Arquiteto David Xavier Azambuja,
Engenheiro Ariosto Bento de Mello, Arquiteto Lúcio Costa e Arquiteto Oscar
Niemeyer, para a ocupação da antiga propriedade denominada Chácara do
Chalet;
Considerando que os prédios residenciais pioneiros foram desenvolvidos
de acordo com a escala e o partido urbano definido pelo Projeto da Cidade
Jardim Parque São Clemente;
Considerando a importância destes bens como marcos históricos da
evolução urbana do Município de Nova Friburgo e como memória do urbanismo
e paisagismo do Brasil;
Considerando o valor paisagístico e arquitetônico destes bens como
representantes do período modernista brasileiro;
Considerando a necessidade de salvaguardar o Projeto da Cidade
Jardim Parque São Clemente e Bairro Belo Vista, seu traçado viário, praças,
largos e prédios residenciais de ações que prejudiquem sua integridade e a
harmonia do conjunto projetado e executado na concepção de Cidade Jardim;

A grande importância desta residência está na qualidade da composição de


sua fachada, cuja harmonia decorre da correta relação entre as suas diversas
partes, do equilíbrio entre os elementos. Considerando o valor arquitetônico
deste bem como representante do movimento eclético, que surge no Brasil no
final do século XIX até o começo do século XX.
No início do século XX estavam sendo inventados equipamentos que antes não
existiam, como tornos mecanizados e máquinas de corte. Antes deles, era
muito trabalhoso fazer uma casa; então, ficou mais fácil e sobrou tempo para
encher as fachadas de enfeites e adornos criados com a nova tecnologia
construtiva.
Ao Município cabe informar que o referido imóvel da Travessa José Lopes
Filho, ou como consta no Processo – Rua Teresópolis, nº 70 está protegido
pela Lei Complementar Nº24, Capítulo VI – Do Patrimônio Ambiental e
Cultural, Art. 195; contra demolição, alteração de fachada, ou qualquer
outra ação que possa descaracterizar as condições inerentes a este.

E está protegido pela Lei Municipal Nº 3.794 de 25/11/2009 – Dispõe sobre o


tombamento, por interesse histórico-cultural, dos bens situados no
Município de Nova Friburgo.

A Lei Orgânica do Município de 1990 no instrui que:

CAPÍTULO II
SEÇÃO II

Da Cultura

VI - proteção dos documentos, das obras e outros bens de valor histórico,


artístico, cultural e científico, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e
os sítios arqueológicos, espeleológicos, paleontológicos e ecológicos;

VIII - preservação, conservação e recuperação de bens na cidade e sítios


considerados instrumentos históricos e arquitetônicos.

Art. 304 - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá


e protegerá o patrimônio cultural localizado no Município, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamentos e desapropriação e outras
formas de acautelamento e preservação.

A meta deste ato visa salvaguardar o material essencial e assegurar a


integridade e autenticidade; histórica e sócio econômica na ocupação do
território e na conformação da paisagem cultural da região; para as gerações
futuras.

Atenciosamente,

_______________________________
Lilian Barretto
Gerente do Patrimônio
Histórico, Artístico e Cultural
MAT.: 055187

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