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A IMPORTÂNCIA DAS

MANUFATURAS TÊXTEIS NA
COVILHÃ AO LONGO DOS TEMPOS

DISCIPLINA: HISTÓRIA A
PROFESSORA: LÍDIA MINEIRO
TRABALHO REALIZADO POR: EDUARDO
PEREIRA
Nº 6
TURMA: 11º E

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ÍNDICE
A IMPORTÂNCIA DOS TECIDOS

OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ:

- HISTÓRIA

- EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA

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A IMPORTÂNCIA DOS TECIDOS

Os tecidos constituem, ao longo da História, uma


preocupação fulcral para o Homem, como
necessidade básica de proteção, como moeda de troca
e como símbolo de poder e riqueza. A sua produção,
feita a partir de recursos naturais, assume importância
desde a Pré-História, mas é com as primeiras
civilizações que ganha mais ênfase. É, assim, na
Mesopotâmia que a lã se revela essencial, explorada
através da domesticação de carneiros e ovelhas.

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ
HISTÓRIA

A indústria dos lanifícios que tem especial relevância na


região da Beira Interior, acompanhou o desenrolar de
acontecimentos sociais e políticos que atravessaram o nosso
país e o mundo, sendo que encontramos atualmente nesse
território um conjunto de edifícios cujas paredes contam
histórias de um período de grande desenvolvimento e que nos
levam a pensar no percurso traçado até então.

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ

HISTÓRIA

Ao longo da História, começou a concentrar-se na área da Covilhã a


produção de lanifícios nacionais, devido à proximidade aos recursos
naturais. Inicialmente, as estruturas socioeconómicas eram de base agro-
pastoril, mas ao longo dos tempos evoluíram para a manufatura
capitalista. Todavia, a sua implementação e afirmação só foi possível
graças à fixação, nesta região, de um conjunto de Judeus convertidos ao
cristianismo. Os Cristãos-Novos, como eram designados, procuraram
estas regiões recônditas para garantir a sua segurança, por lhes permitir
um isolamento face às constantes perseguições encabeçadas pela
Inquisição.

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ
HISTÓRIA

Durante a Época Moderna, assistimos a uma dependência de


Portugal no que diz respeito aos tecidos, cuja aquisição era feita
ao estrangeiro, por ausência de produção nacional em grande
escala. Neste contexto, foi necessária a intervenção do Estado
para fazer face a esta dependência. Destaca-se, assim, a ação de
D. Luís de Meneses, 3.º Conde da Ericeira, ao colocar em
marcha medidas que procuravam equilibrar a balança comercial
portuguesa, substituindo as importações por bens de fabrico
nacional e acabando, assim, com a dependência dos tecidos
espanhóis e ingleses.

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ

HISTÓRIA

Protegeu também esta produção nacional através


das leis “pragmáticas”, que proibiam o uso de certos
produtos de luxo importados, nas quais se inserem
os tecidos. Exemplo disso é a criação da Fábrica de
Sarjas e Baetas, primeira manufatura de Estado, na
ribeira da Carpinteira, que acabou por ser
reproduzida em outras vilas da Beira Interior.

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ

EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA

Séc. XII/XIII – Um trabalho Séc. XIV – Afirmação da Séc. XV – A produção


doméstico Serra da Estrela diversifica-se

• Nos primeiros tempos da • Portugal importava os melhores • Nestas cidades portuguesas


monarquia já se fabricavam tecidos, os quais eram começam a ser fabricadas
panos de lã em Portugal. As fabricados na Flandres.  as baetas, picotes e outros
oficinas não eram fábricas, mas tecidos, até aí importados de
• A produção artesanal nacional
a mera casa de habitação onde o Castela. 
tecido resultava de um trabalho encontrava-se na Serra da
doméstico. O 1º foral da Covilhã Estrela e no Alentejo (Covilhã,
(1186) é um documento Estremoz, Portalegre e
comprovativo. Beja). O burel (pano tipo hábito
de monge grosseiro) era o que
mais se fabricava até aparecer o
pano de lã meirinha.

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ

EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA
Séc. XVI – Disseminação
Séc. XVII – As Primeiras Séc. XVIII – Do Tratado de
junto às rotas da
Manufacturas Methuen às Reais Fábricas
transumância
• Os centros produtores • O 3º Conde da Ericeira encetou uma • A Inglaterra passava a introduzir livremente os
alargavam-se na zona da Serra política de fomento e renovação do seus lanifícios em Portugal. Depois sucede o
da Estrela (Covilhã, Gouveia, sistema produtivo. É agora a altura das mesmo com a Holanda. Acontece a ruína e a
Seia, Oliveira do Hospital, primeiras grandes transformações em decadência da produção portuguesa.
Trancoso e Pinhel). Portugal.
•  A partir de 1710, por decisão de D. João V, a
•  A partir de 1679 aparecem as grandes Covilhã passa a fabricar nas suas
MANUFACTURAS de lã; Covilhã, manufacturas todos os fardamentos militares
Estremoz, Manteigas, Melo (Gouveia) e portugueses.
Lisboa.
• Aparecem então as grandes unidades
•  A evolução e o êxito das manufacturas manufactureiras dando-se o restabelecimento
foram tão grandes que durante dezenas da indústria de lanifícios devido à visão política
de anos a sua produção supriu o e económica do Marquês de Pombal.
consumo de Portugal e Brasil.
•  Num século de profunda evolução técnica e
de sistema produtivo, Portugal vê criada em
1764 a Real Fábrica de Panos da Covilhã. 

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OS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ

EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA
O Fomento Industrial de Séc. XIX (1ª metade) – O Séc. XIX 2ª metade – A
Pombal (1760-1777) Operário, a Indústria, o expansão industrial
Proletariado
• Neste período a política nacional • O trabalho de preparar, fiar e tecer as • A antiga vila da Covilhã, cidade desde 1870,
assume a importância lãs é ainda manual em Portugal no início tinha uma população de 12.000 habitantes e
estratégica das manufacturas do Séc. XIX. Em 1808/ 10 inventam-se mais de metade (6.502) trabalhava nos
produtivas e com base nelas em Inglaterra os primeiros maquinismos lanifícios (homens, mulheres e crianças). 
assentam as grandes medidas para a indústria.
• O número de trabalhadores manteve-se quase
de industrialização.
• Em 1837 verifica-se novo incremento da nos 9.000 dos quais 6.500 na Covilhã. A
• O objetivo político era o de produção de lanifícios. Para além da indústria têxtil era em 1896 a maior
combater a dependência Covilhã, Gouveia, Manteigas (todas na empregadora (11.732 trabalhadores), seguida
portuguesa das importações, Serra da Estrela), Lisboa, Porto, dos lanifícios (8.895).
articular a ligação de produção Amarante e Alenquer assistiram à
às colónias e modernizar uma criação de novas grandes unidades.
produção atrasada.
• Em 1860, Belmonte, Teixoso e
Tortosendo (marginando a Covilhã) já
possuem 600 fogos cada. Metade da
população destes centros vive dos
lanifícios da Covilhã. 

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ESQUEMA DOS LANIFÍCIOS NA COVILHÃ
COVILHÃ – CIDADE CONSTRUÍDA EM LÃ

“ SE OS FILHOS DE ADÃO PECARAM
OS DA COVILHÃ SEMPRE CARDARAM.
A D Á G I O P O P U L A R , S É C . X V I I I


Desde o séc. XII a A Covilhã inicia grandes
produção de tecidos processos de modernização
baseava-se num com o Marquês de Pombal. É
No início do séc. XVIII, a A máquina a vapor chegou
sistema doméstico e fundada em 1764 a Real
política de fomento “industrial” tarde aqui porque esta cidade
artesanal. A matéria- Fábrica de Panos e, anos
encetada 30 anos antes pelo apoiou-se apenas na energia
prima provinha, no depois, é criada a Real Fábrica
3º Conde da Ericeira exigia hidráulica.
início, dos rebanhos de Veiga.
vultuosos investimentos. Na
ovelhas que a Serra da Cerca de 1850, a Covilhã era
gigantesca Manufactura da
Estrela alimentava. um dos maiores centros
Covilhã eram as comunidades
Este sistema industriais de Portugal.
judaicas e depois cristãos-
prolongou-se até aos Fabricavam-se anualmente
novos, que disponibilizavam o
sécs. XVIII/XIX. mais de 80.000 arrobas de lã.
dinheiro necessário. Este facto
provoca a contestação da
Inquisição que recorre mesmo
à prisão de muitos investidores
e negociantes.

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O ciclo do tecido de lã
1 Tosquia 2 Escolha 3 Lavagem
10 Acabamento
Tratamento que
deixa o tecido
mais macio e/ou
impermeável.

4 Cardação 5 Fiação 6 Tingimento

11 Tecido Final

7 Bobinagem 8 Urdição 9 Tecelagem

12
lh ã
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C o
d a
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Real Fábrica de Panos
fá b
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A Real Fábrica Veiga

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