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RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo investigar as barreiras e facilitadores para a uti-
lização da gestão da qualidade em organizações de serviço. O setor é responsável
pela maioria dos empregos diretos no Brasil, entretanto vem sofrendo com a di-
minuição no volume de serviços prestados.Além disso, sofre com a concorrência
acirrada em um ambiente competitivo e globalizado. Diante dessas dificuldades,
muitas organizações buscam solucionar seus problemas e realizar melhorias ado-
tando práticas de Gestão da Qualidade. Embora existam pesquisas sobre o tema,
ainda há a necessidade de entender as barreiras e facilitadores para as empresas
de serviço se apropriem da gestão da qualidade. A partir de um estudo de caso,
busca-se entender melhor esta questão. Os achados apontam que, além de tra-
dicionais barreiras como a influência à resistência à mudança, a complexidade do
serviço e a centralização dificultam o processo da qualidade. Em contrapartida,
reforça a importância da gestão de topo e para a implantação desta natureza. O
trabalho contribui para a teoria, avançando nos estudos de gestão da qualidade
em serviço e para a prática, auxiliando gestores a superar os obstáculos perante
as situações adversas à sustentabilidade dos seus negócios.
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
This paper aims to investigate the barriers and facilitators for the use of quality manage-
ment in service organizations. The sector is responsible for the majority of direct jobs in
Brazil. However, it has been suffering from the decrease in the volume of services provided.
In addition, it suffers from competition in a competitive and globalized environment. Faced
with these difficulties, many organizations seek to solve their problems and make improve-
ments by adopting practices of Quality Management. Although there is research on the
subject, there is still a need to understand the barriers and success factors by companies to
use quality management to improve the services provided. Based on a case study, we seek
to better understand this issue.The findings indicate that, in addition to traditional barriers
such as influence resistance to change, service complexity and centralization make the
quality process difficult. On the other hand, it reinforces the importance of top manage-
ment and its implementation.The work contributes to the theory, advancing in the studies
of quality management in service and to the practice, helping managers to overcome ob-
stacles in the face of adverse situations to the sustainability of their business.
KEYWORDS
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barreiras, as empresas não alcançaram to- capacitação das pessoas que vão replicar
dos os benefícios e vantagens que espera- o treinamento necessário). Já as barrei-
vam da GQ antes de sua implementação ras psicológicas consideram a ansieda-
(TALIB et al., 2015). Alguns estudos identi- de por resultados e o descuido com a
ficaram as razões por trás dos resultados motivação. Por fim, as barreiras técnicas
ruins e falhas na melhoria de desempenho incluem a falta de apoio técnico (o des-
(MASTERS, 1996; TALIB et al., 2015; TA- cuido em aplicar técnicas e métodos na
MIMI, SABASTIANELLI, 1996; TOLOVI JR, resolução de problemas para que haja
1994; WOOD; URDAN, 1994). Para atin- melhoria contínua prejudica a evolução
gir o objetivo do estudo, esta seção aborda do processo de qualidade), o sistema de
possíveis razões para falhas de GQ. remuneração inconsistente e o planeja-
Tamimi e Sabastianelli (1998) realiza- mento inadequado.
ram um levantamento com 188 profis- Para Masters (1996), barreiras distin-
sionais da qualidade para identificar as tas à GQ são comuns a todos os tipos de
potenciais barreiras para as iniciativas de organizações e as oito que mais afetam as
GQ. Entre as 10 principais barreiras es- organizações são: 1) falta de compromis-
tão: link entre os objetivos da qualidade e so de gestão; 2) incapacidade de mudar
a gestão; falta de treinamento e técnicas a cultura organizacional; 3) planejamen-
de comunicação; falta de benchmarking to inadequado; 4) falta de treinamento
com as melhores práticas do mercado; e educação contínuos; 5) estrutura or-
empregados não empoderados; recursos ganizacional incompatível e indivíduos
empregados de forma errada e resistên- e departamentos isolados; 6) prestando
cia à mudança. atenção inadequada aos clientes internos
Tolovi Jr. (1994) retratam motivos para e externos; 7) uso inadequado de capaci-
a falta de sucesso na implementação de tação e trabalho em equipe; e 8) técnicas
GQ em três perspectivas: a) psicossociais; de medição ineficazes e falta de acesso a
b) educacionais; c) psicológicas. Barreiras dados e resultados.
psicossociais incluem o não envolvimen- Talib et al. (2015) apresentou um resu-
to da alta direção (é importante que a mo sobre as principais barreiras encontra-
Alta direção invista tempo no programa das na literatura. Entre as barreiras iden-
de qualidade, converse com os colabo- tificadas como comum entre os autores
radores, se envolvendo assim ativamente estão: Falta de experiência e treinamento;
demonstrando interesse e levando toda alta rotatividade no nível gerencial; atitude
equipe a participar) e o desinteresse do dos funcionários em relação à qualidade;
nível gerencial (é necessário que os ges- treinamento insuficiente em qualidade; fal-
tores saibam liderar, motivar, incentivar ta de coordenação entre departamentos;
sua equipe). Barreiras educacionais en- conhecimento técnico insuficiente; falta de
volvem o treinamento precário (muitas benchmarking; falta de planejamento; resis-
empresas formam grupos sem preparo tência dos funcionários; falta de cultura de
para discutir soluções de problemas) e melhoria contínua e falhas de comunicação.
a escolha inadequada de multiplicadores O quadro 21 resume as diversas barreiras
(não observar o perfil, o conhecimento e encontradas na literatura:
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qualidade, por isso o modelo consagrado Nacional da Saúde), qual avalia o desem-
de Parasuraman, Zhei-taml e Berry (1985) penho das operadoras através do índice
não foi adotado nesta pesquisa. de Desempenho da Saúde Suplementar
Qualidade de serviço normalmente é (IDSS). A ANS ranqueia as organizações
medida pela subjetividade e está atrelada segundo os índices alcançados. A empre-
à satisfação dos clientes (GONÇALVES sa Alpha vem alcançando altos índices de
FILHO; NIZZA, 2004). No entanto, cabe desempenho por meio dos quais tem se
ressaltar, após esta pequena introdução so- destacado como uma das melhores pro-
bre qualidade de serviço, que esta pesqui- vedoras de planos de saúde do Paraná,
sa se debruça sobre o conceito de gestão sendo referência no segmento de saúde.
da qualidade nas organizações de serviço. Assim, a Alpha vem adquirindo credibilida-
Embora similares, são conceitos distintos. de, confiabilidade diante de seus clientes e
Mas a adoção do GQ certamente afetará a aumentando o número de beneficiários. A
qualidade do serviço. Isso sustenta o argu- empresa passou por reformulação na área
mento positivo de que há menor diferença de qualidade nos últimos anos, o que tor-
na aplicabilidade das práticas de GQ nas nou o caso ainda mais atrativo para opor-
firmas de serviços em comparação com tunizar o aprendizado sobre as barreiras
suas contrapartes de fabricação, apesar de e facilitadores na implementação de GQ.
várias diferenças na natureza de suas ope- Os dados foram coletados por meio de
rações (TALIB et al., 2015). Processos efi- entrevistas semiestruturadas, seguindo um
cazes de GQ podem promover melhorias roteiro com perguntas abertas, onde os
na qualidade dos serviços, o que resulta em entrevistados tinham a liberdade de com-
maior satisfação do cliente e lucratividade partilhar suas experiências e conhecimen-
da organização (LITTON, 2001). tos em relação à gestão de qualidade. Fo-
ram realizadas sete entrevistas, nos meses
METODOLOGIA de maio e junho de 2018, com gestores da
Esta pesquisa é de natureza qualitativa. qualidade, gestores administrativos e pro-
Métodos de pesquisa qualitativa são pro- fissionais técnicos da área de saúde, totali-
jetados para ajudar os pesquisadores a en- zando cerca de cinco horas de entrevistas.
tender as pessoas e os contextos sociais Estas pessoas estão diretamente envolvi-
e culturais em que vivem (MYERS, 2005). das no processo de gestão da qualidade da
A abordagem qualitativa auxilia na expli- empresa, por isso foram indicadas para as
cação de um fenômeno social afastando- entrevistas. Foram coletados, também, do-
se o menos possível do ambiente natural cumentos considerados importantes para
onde se busca entender os agentes e o a compreensão do fenômeno, como rela-
que os leva a agir da forma como agiram tórios, manuais, sites e outros documen-
(GODOI e BALSINI, 2010). A estratégia tos que foram permitidos o acesso. Todas
de investigação foi o estudo de caso. Esco- as entrevistas foram gravadas e transcritas
lheu-se a empresa Alpha (codinome dado posteriormente. Todos os entrevistados
à organização por motivo de sigilo) por assinaram o termo de consentimento livre
ser um caso singular. Esta empresa tem se e esclarecido, concordando em participar
destacado no Ranking da ANS (Agência da pesquisa e garantindo a confidencialida-
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Pela natureza do negócio de serviço, tão vai se ter todo um tempo para treinar
mais especificamente no seguimento de essa pessoa, claro que atrapalha.”
saúde, que envolve atendimento direcio- A capacitação foi colocada como uma
nado, várias pessoas envolvidas nesse pro- barreira. Especialmente no setor de servi-
cesso, de regulamentação própria etc., tem ços de saúde, há pouca formação relaciona-
uma barreira que precisa ser considerada. da à qualidade e gestão. Isso pode dificultar
A Estrutura de Gestão de qualidade na implantação de processo e controles e
centralizada foi citada como um obstáculo até mesmo gerar a resistência. De acordo
na gestão de qualidade. Isto significa que a com alguns entrevistados, a formação da
qualidade e os processos não podem ficar área de saúde não cobre as necessidades
centralizados em uma pessoa ou departa- que as organizações precisam:
mento, devem ser compartilhados. Pode- A capacitação da área de saúde não é
mos perceber isso nas seguintes falas: “per- voltada para a área de controle e de pro-
cebi que quanto mais centralizado, quanto cessos, ela é voltada para a assistência. Se
mais caracterizado a qualidade tivesse em ela é voltada para a assistência, logo, quan-
uma única pessoa, menos ela funciona”. do você vai se deparar com números e
(Entrevistado 1). indicadores, você não consegue vivenciar
Outro fator que gera dificuldades na isso. Então uma das barreiras, que acho im-
gestão de qualidade é a mudança da equipe portante é que a formação, realmente, a ca-
(turnover). Segundo os entrevistados quan- pacitação dos profissionais e dos médicos
do há muita rotatividade existe a propen- nas áreas de saúde e nas faculdades deixa a
são de ocorrer mais falhas nos processos. desejar. Colocam no mercado profissionais
Estas saídas devem ser administradas para que saíram de dentro da faculdade e eles
que não haja retrabalho. Há dificuldade que não sabem o que é um procedimento, eles
envolve o treinamento e alinhamento dos não sabem o que é uma tabela de valores.”
novos funcionários. Além disso, é preciso (Entrevistado 3)
gerenciar o conhecimento, para que não se A falta de aplicação de recursos finan-
perca com a saída das pessoas. ceiros pode ser um agravante para a GQ.
Entrevistado 5: “Por exemplo, tem um É necessário recursos financeiros para ter
funcionário que está aqui há um ano, já trei- processos eficientes e proporcionar uma
nou ele, está a par, já sabe como funciona a experiência positiva aos clientes. Um dos
rotina, já sabe como funciona (pois somos entrevistados discorre sobre os altos in-
uma instituição privada nós buscamos um vestimentos necessários para as empresas
nível de excelência, os nossos beneficiários não estagnarem ou retrocederem sob os
também querem receber essa excelência aspectos de qualidade.
no atendimento). Aí a pessoa pede a conta Por fim, tem-se a construção da cultura
e você contrata um do zero. Aí você tem de qualidade como um fator importante,
toda aquela escada, todos os degraus para essencial e desafiador para a implantação
subir com essa pessoa, ensinar tudo, toda de GQ. É crucial que a qualidade passe a
parte técnica que a pessoa tem que apren- fazer parte da vida das pessoas dentro da
der, toda parte operacional, toda a parte de empresa. Percebemos isso na fala dos en-
gestão, de manuais para os processos. En- trevistados: “fazer com que todo mundo
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compra aquela cultura é um mega desa- dos entrevistados: “se não tiver a alta ges-
fio”. (Entrevistado 1). Ou ainda: “é muito tão comprometida de tal forma que seja
difícil porque é uma mudança cultural, eles uma exigência que isso aconteça, ela por
têm que mudar o jeito que eles pensavam vontade própria ela não anda, muito difícil
de um dia para o outro” (entrevistado 5). você fazer uma padronização ou certifica-
Dessa forma, essa cultura deve ser cons- ção se não tiver envolvimento da alta dire-
truída gradativamente, com flexibilidade, toria”. (Entrevistado 3).
de maneira que todos os colaboradores Outro facilitador é a inclusão da quali-
venham incorporar e absorver totalmen- dade nas rotinas das áreas. Criar processos
te essa cultura e aceitar a qualidade como e padronização em cada área de trabalho
algo que agregue valor para a organização sem grandes dificuldades para os funcio-
e gere resultados visíveis na resolução de nários, levando-os a perceber que os be-
problemas rotineiros. nefícios e resultados alcançados por meio
dessas práticas de qualidade em suas roti-
Facilitadores na Implementação nas pode facilitar a implantação e a criação
de Qualidade da cultura de qualidade. Podemos obser-
Foi possível identificar seis facilitadores var isso na seguinte fala: “Então incutia ali
à GQ a partir do caso estudado: 1) Envolvi- na rotina, o dia a dia sem eles perceberem
mento da alta gestão/gestores; 2) Inclusão metodologia ferramenta de qualidade sem
da qualidade nas rotinas das áreas; 3) Multi- eles perceber. Então eles acabam seguindo
plicadores de conhecimento/treinamentos; [...] Eles não sabiam muito bem, mas eles
4) Criação de processos, rotinas, padroni- gostavam da ideia e viam o resultado” (En-
zação; 5) Alinhamento da qualidade como trevistado 1).
estratégia da empresa; 6) Implantação de Para alcançar o resultado desejado, mul-
sistema/tecnologia; 7) Trabalho em equipe/ tiplicadores de conhecimento/treinamento
construir junto/envolver pessoas. possuem um papel importante. Para alcan-
É primordial o envolvimento da alta ges- çar a melhoria contínua, é necessário realizar
tão da organização para o sucesso de im- treinamentos constantes e uma estratégia é
plementação de qualidade: “o principal da capacitar um grupo que possa transmitir o
qualidade do sistema de gestão de quali- conhecimento aos demais colaboradores.
dade é ter o nosso envolvimento da nossa Para a efetividade deste fator, é importante
Diretoria e da nossa presidência, sem isso investir no treinamento principal e escolher
não adianta” (Entrevistado 2). Por serem as pessoas certas para tal função.
revestidos de autoridade, eles têm poder Entrevistado 4: “a gente trabalha muito
de influência e a responsabilidade de lide- com multiplicadores. Então, a gente inves-
rar, gerenciar e medir o desempenho de te num grupo que tem esse conhecimento
seus colaboradores visando o desenvol- e facilidade nisso e depois repassar para a
vimento e alcance de índices pretendidos equipe como um todo é através de mul-
pela organização. O comprometimento da tiplicadores. [...] Os multiplicadores fazem
alta gestão com a GQ impulsiona o com- com que eu consiga levar a informação
prometimento de toda a organização. Po- para 100% da empresa, nos melhores horá-
demos perceber isso nas seguintes falas rios sem prejudicar o atendimento.”
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Foi observado, também, que o alinha- Por fim, uma das maneiras mais eficien-
mento da qualidade como estratégia da em- tes de se conseguir incutir processos de
presa é uma maneira de obter resultados, qualidade na organização é por meio do
eficiência e competitividade. “A empresa trabalho em equipe/construir junto/ envol-
coloca lá na nossa missão, visão e valores e ver pessoas. Quando as pessoas participam
toda nossa missão e valores tem que estar ativamente da implementação de proces-
alinhado com os processos, indicadores e sos e mudanças, podendo contribuir com
com as metas. Antes a gente não tinha isso suas opiniões, conhecimento e habilidades,
e hoje a gente tem.” (Entrevistado 2). Com elas se sentem parte do processo. Isso aju-
isso, a empresa passa a se comprometer da a diminuir a resistência e a criar a cultu-
com a qualidade, pois é uma diretriz. ra da qualidade na organização. O trabalho
A implantação de um sistema/tecnologia se torna colaborativo: “você chama as pes-
contribuiu de forma significativa para o de- soas para construir juntos, isso faz toda a
senvolvimento de qualidade, pois, por meio diferença, aí a construção é em conjunto”
do software há uma maior padronização das (Entrevistado 1).
atividades, workflow de tarefas, organização
e armazenamento de dados. Podemos ob- CONSIDERAÇÕES FINAIS
servar na fala: “o sistema é comunicativo, O objetivo dessa pesquisa foi identificar
interativo. Ele informa quando algo está os facilitadores e as barreiras para a imple-
acontecendo ou precisa acontecer” (En- mentação de gestão de qualidade nas orga-
trevistado 2). nizações de serviço, mais especificamente
Do ponto de vista da tecnologia, os sof- no setor de saúde. Os dados revelaram oito
twares podem agregar valor às rotinas de barreiras (complexidade do serviço; cen-
qualidade e facilitar o processo. Quando se tralização; mudança da equipe (tournover);
emprega a tecnologia, o controle sobre as falta de treinamento; falta de capacitação
informações torna-se maior e há também em qualidade; falta de recursos financeiros;
uma maior visibilidade das atividades rea- resistência; construção da cultura de qua-
lizadas. Além disso, podem-se incluir neste lidade) e sete facilitadores (envolvimento
sistema todas as tarefas e responsabilida- da alta gestão/gestores; inclusão da quali-
des necessárias para realizar determinado dade nas rotinas das áreas; multiplicadores
procedimento. Criar rotinas de trabalho de conhecimento/treinamentos; criação de
e ainda indicadores de desempenho. Com processos, rotinas, padronização; alinha-
isso, as informações tornam-se mais segu- mento da qualidade como estratégia da
ras e visíveis para quem for necessária, agi- empresa; implantação de sistema/tecnolo-
lizando o processo. gia; e trabalho em equipe/construir junto/
“Hoje o sistema de gestão de qualidade envolver pessoas).
é essencial, ele não é mais um diferencial, Entre as barreiras houve destaque para
que você podia ou não ter, hoje não é um a resistência das pessoas em relação a mu-
diferencial. Ele é uma necessidade e essa danças, inovações e processos de imple-
necessidade faz com que você seja diferen- mentação de qualidade, o que reforça acha-
te sim e o modelo de gestão de qualidade dos anteriores (TAMIMI; SABASTIANELLI,
só traz benefícios” (Entrevistado 4). 1998; TALIB et al., 2015). No entanto, a
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complexidade do setor de serviço é uma cas e teóricas. Avança nos estudos de bar-
barreira específica elucidada pelo caso. O reiras e fatores de sucesso na implantação
setor de serviço possui características que de GQ, especificamente de serviço, onde
o diferencia de uma indústria e o segmento os estudos dominantes são da indústria.
de saúde tem particularidades que aumen- Revela algumas particularidades como a
tam o desafio de implementar GQ. Além complexidade, a tecnologia e a capacitação
disso, aponta a necessidade de capacitação que são indícios das especificidades do se-
dos profissionais, que é algo bem específico tor de serviços. O trabalho contribui, na
da área investigada. prática, para que gestores de organizações
Os achados também reforçam a literatu- de serviço possam melhor administrar as
ra de fatores críticos de sucesso para GQ iniciativas de qualidade, para que tenham
(AHIRE et al., 1996; DILBER et al., 2005; resultados mais satisfatórios.
SALAHELSIN et al., 2015) ao apontar o en- O setor de serviços, mais especificamen-
volvimento da gestão de topo e o envol- te o de saúde, é complexo e possui poucos
vimento dos colaboradores como cruciais modelos de gestão de qualidade, portan-
para os resultados de GQ. Porém, inclui a do é uma área ampla de grande viabilidade
tecnologia como um fator importante na para futuras pesquisas. Futuras pesquisas
gestão dos processos. podem, também, se debruçar em estudos
Esta pesquisa possui implicações práti- comparativos, ampliando o estudo.
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