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EAM21 - FÍSICA DO SOLO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E ÁGUA - T02

Profª. Dra..Eliane Guimarães Pereira Melloni

André Vinícius Mendes Farias dos Santos - 2022008770


Mariana Cristina de Araceli Mendes - 2022016225

Relatório de aulas práticas

Prática 3 - Estabilidade de agregados


Métodos via úmida e via seca

INTRODUÇÃO

Na data de 12/09/2023 nos reunimos no laboratório de solos para estudo da estabilidade


de agregados. A estabilidade de agregados é vista como um indicador da qualidade do solo,
pois influencia em fatores como aeração, disponibilidade de água e resistência ao
desenvolvimento dos sistemas radiculares. Dessa forma, percebe-se que há extrema
relevância no cenário agrícola. Consoante a isso, realizamos a experimentação de amostras de
solo dos horizontes A, A/B e B. Para isso, foram adotadas duas metodologias sendo elas a
úmida e a seca. Além disso, calculamos o Diâmetro Médio Ponderado (DMP), Diâmetro
Médio Geométrico (DMG) e o Índice de Estabilidade de Agregado (IEA). Esse último é um
índice de qualidade de solo muito assertivo, ideal para comparação entre solos sujeitos a
diferentes sistemas de manejo. Assim, o objetivo foi a caracterização física dos agregados
para determinação de sua estrutura.

METODOLOGIA

1. MÉTODO VIA ÚMIDA

Com as amostras preparadas (secas ao ar e passadas na peneira de 4mm e retidas na


peneira de 2mm), utilizamos a balança para separar uma amostra de aproximadamente 50g de
solo de cada horizonte: A, AB e B. Umedecemos as amostras (imagem 1) e depois as
colocamos em um conjunto de peneiras com malhas de 2,000mm - 1,000mm, - 0,500mm -
0,250mm - 0,106 mm e levamos para o aparelho de oscilação vertical por 30 minutos.
Passado os minutos, retiramos o jogo de peneiras do aparelho e transferimos as frações
retidas em cada uma delas para os cadinhos numerados e de peso conhecido, utilizando água
para que todas as partículas de solo fossem transferidas, esse processo pode ser visto na
imagem 2. Os recipientes foram levados para estufa a 105 °C onde ficaram por 24 horas e
depois foram transferidos para o dessecador até que pudéssemos pesar cada fração de solo.
IMAGEM 1 - Amostra de solo do horizonte A umedecida e pronta para ir para as
peneiras

IMAGEM 2 - Retirada da porcentagem de amostra presa em uma peneira utilizando


água

2. MÉTODO VIA SECA

Com as amostras preparadas (secas ao ar e passadas na peneira de 4mm e retidas na


peneira de 2mm), utilizamos a balança para separar uma amostra de 100g de solo de cada
horizonte: A, AB e B.
Utilizando um jogo de peneiras com malhas de 2,000mm - 1,000mm, - 0,500mm -
0,250mm - 0,106 mm, colocamos na peneira de cima a amostra e levamos o conjunto para o
agitador, que ficou ligado por 15 minutos, o que pode ser observado na imagem 3. Após o
fim dos 15 minutos, transferimos os agregados que ficaram retidos em cada peneira para os
cadinhos numerados e de massa conhecida. Determinamos o peso de agregados em cada
tamanho de malha.

IMAGEM 3 - Agitador mecânico com as amostras e peneiras em agitação

RESULTADOS

1. VIA ÚMIDA

A tabela 1 mostra os dados obtidos pelo método via úmida. Para se determinar o teor de
agregados utilizamos a seguinte fórmula:

TEOR DE AGREGADOS = 1000 * (a/b)

Sendo: a = peso do agregado a 105 °C


b = peso da amostra seca a 105 °C
Os valores do peneiramento foram utilizados para calcular o Diâmetro Médio Ponderado
(DMPu) e o Diâmetro Médio Geométrico (DMG).
𝑛
DMPu = ∑ (𝑥𝑖 𝑤𝑖 )
𝑗=1

DMG = exp ∑(𝑤𝑝 ) * 𝑙𝑜𝑔 𝑥𝑖 / ∑( 𝑤𝑖 )

Sendo: wi = proporção de cada classe de agregados em relação ao total (%);


xi = diâmetro médio de cada classe de agregados (mm).
wp= peso dos agregados de cada classe
Tabela 1 - Resultados do ensaio de agregados pela via úmida

HORIZONTE A
Umidade 1,74%
M.total (g) Seca ao ar = 50,02g Seca em estufa = 49,14g
ø peneira
(mm) Tara do cadinho (g) Peso seco (g) Agre. (g) Agre. (%)
2,000 25,84 72,33 46,49 94,61
1,000 26,90 27,76 0,86 1,75
0,500 20,90 21,42 0,52 1,06
0,250 20,03 20,36 0,33 0,67
0,106 16,94 17,16 0,22 0,45
Perdas → 0,72 1,47
100,00
DMG = 2,68 mm
DMP = 2,88 mm
HORIZONTE AB
Umidade 1,85%
M.total (g) Seca ao ar = 50,05g Seca em estufa = 49,12g
ø peneira
(mm) Tara do cadinho (g) Peso seco (g) Agre. (g) Agre. (%)
2,000 26,78 62,3 35,52 72,31
1,000 21,07 25,72 4,65 9,47
0,500 20,02 24,33 4,31 8,77
0,250 15,33 17,68 2,35 4,78
0,106 14,86 16,05 1,19 2,42
Perdas → 1,1 2,24
100
DMG = 1,92 mm
DMP = 2,40 mm
HORIZONTE B
Umidade 0,96%
M.total (g) Seca ao ar = 50,01g Seca em estufa = 49,52g
ø peneira
(mm) Tara do cadinho (g) Peso seco (g) Agre. (g) Agre. (%)
2,000 26,2 55,55 29,35 59,27
1,000 19,61 24,41 4,8 9,69
0,500 21,26 26,16 4,9 9,89
0,250 22,5 27,46 4,96 10,02
0,106 26,5 29,65 3,15 6,36
Perdas → 2,36 4,77
100
DMG = 1,37 mm
DMP = 2,05 mm
2. VIA SECA

A tabela 2 mostra os dados obtidos pelo método via seca. Para se determinar o teor de
agregados utilizamos a seguinte fórmula:

TEOR DE AGREGADOS = 1000 * (a/b)

Sendo: a = peso do agregado a 105 °C


b = peso da amostra seca a 105 °C

Os valores do peneiramento foram utilizados para calcular o Diâmetro Médio Ponderado


(DMPs) e o Diâmetro Médio Geométrico (DMG).
𝑛
DMPs = ∑ (𝑥𝑖 𝑤𝑖 )
𝑗=1

DMG = exp ∑(𝑤𝑝 ) * 𝑙𝑜𝑔 𝑥𝑖 / ∑( 𝑤𝑖 )

Sendo: wi = proporção de cada classe de agregados em relação ao total (%);


xi = diâmetro médio de cada classe de agregados (mm).
wp= peso dos agregados de cada classe
TABELA 2 - Resultados do ensaio de estabilidade pela via seca

Horizonte A
ø peneira (mm) Tara Mpeneira + Msolo (g) Agr (g) Agr (%)
peneiras
2,000 437,58 530,88 93,3 94,91
1,000 449,22 453,30 4,08 4,15
0,500 338,73 338,97 0,24 0,24
0,250 378,79 379,00 0,21 0,21
0,106 374,28 374,47 0,19 0,19
Fundo 385,07 385,32 0,25 0,25
- - 0,03 0,03
98,3 100,00
DMP = 2,91 mm
DMG = 2,85 mm
Horizonte AB
ø peneira (mm) Tara Mpeneira + Msolo (g) Agr (g) Agr (%)
peneiras
2,000 437,58 522,22 84,64 86,19
1,000 449,22 461,6 14,14 12,61
0,500 338,73 339,21 0,48 0,49
0,250 378,79 379,01 0,22 0,22
0,106 374,28 374,52 0,24 0,24
Fundo 385,07 385,38 0,31 0,23
- - 0,01 0,01
98,2 100,00
DMP = 2,78 mm
DMG = 2,67 mm
Horizonte B
ø peneira (mm) Tara Mpeneira + Msolo (g) Agr (g) Agr (%)
peneiras
2,000 437,58 529,04 91,46 91,46
1,000 449,22 456 6,78 7,66
0,500 338,73 338,73 0,21 0,21
0,250 378,79 378,79 0,08 0,08
0,106 374,28 374,28 0,27 0,27
Fundo 385,07 385,35 0,28 0,35
- - 0,01 0,01
99,09 100,00
DMP = 2,87 mm
DMG = 2,79 mm
O Índice de Estabilidade de Agregados (IEA) foi obtido pela equação seguinte e os resultados
podem ser vistos na tabela 3.

𝐷𝑀𝑃𝑢
IEA = 𝐷𝑀𝑃𝑠
* 100

Tabela 3 – Resultado do cálculo do Índice de Estabilidade de Agregados

Horizontes IEA
A 98,97
AB 86,33
B 71,43

DISCUSSÃO

A matéria orgânica do solo exerce um papel fundamental na formação e estabilização de


agregados (DUTARTRE et al. 1993). Os menores se juntam e formam agregados maiores e o
estado de agregação do solo afeta a acumulação de carbono orgânico através da proteção da
matéria orgânica dentro dos agregados. Então, os agregados protegem fisicamente a matéria
orgânica do solo (MADARI, 2004), o que faz um solo com mais agregados ser um solo
estruturado, consistente e com maior permeabilidade (TECNAL).
Nesse experimento, IEA de agregados teve um comportamento decrescente conforme a
profundidade, ou seja, o horizonte A teve um IEA de 98,97%, enquanto o horizonte B teve o
menor IEA na ordem de 71,43%. Isso se deve, principalmente, ao elevado teor de matéria
orgânica no horizonte A.
De acordo com a MADARI, o DMP é uma estimativa da quantidade relativa de solo em
cada classe de agregados e aumenta conforme aumenta a percentagem dos maiores
agregados. Pela via úmida o DMP dos horizontes teve um comportamento decrescente
conforme a profundidade: O horizonte A teve um DMP de 2,88 mm, o horizonte AB tem um
DMP de 2,40 mm e o horizonte B teve um DMP de 2,05 mm. Pela via seca o comportamento
foi diferente, pois o DMP do horizonte B foi maior do que o horizonte AB.
Já o DMG mostra o tamanho mais frequente dos agregados. Pela via úmida os resultados
para o DMG foi de 2,68 (Hor. A); 1,92 (Hor. AB) e 1,37 (Hor. B), e observamos que quanto
mais profundo menor a frequência de agregados maiores nesse solo. GUIMARÃES, et al
(2006) afirma que os baixos valores do DMG indicam menor estruturação do solo. Para o
método pela via seca houve um comportamento diferente pois o DMG do horizonte AB foi
de 2,67mm, menor do que no horizonte B que foi de 2,79 mm, enquanto o horizonte A
continuou tendo o maior DMG de 2,85 mm. Conseguimos perceber que o horizonte A
contém mais agregados de tamanhos maiores comparado aos outros horizontes e podemos
afirmar que ele é mais estruturado que os demais.
REFERÊNCIAS

MADARI, Beáta Emoke. Procedimento para uma Estimativa Compartimentada do Seqüestro de


Carbono no Solo. Rio de Janeiro, RJ. Dezembro, 2004.

DUTARTRE, P. H.; BARTOLI, F.; ANDREUX, F.; PORTAL, J. M.; ANGE, A. Influence of content
and nature of organic matter on the structure of some sandy soils from West Africa. Geoderma,
Amsterdam, v. 56, p. 459–478, 1993.

TECNAL. Determinação da estabilidade dos agregados do solo. Piracicaba, SP. Disponível em:
https://tecnal.com.br/pt-BR/blog/307_determinacao_da_estabilidade_dos_agregados_do_solo. Acesso
em 25 set. 2023.

GUIMARÃES MENDES, Fernanda; GUIMARÃES PEREIRA MELLONI, Eliane;


MELLONI, Rogério. Aplicação de atributos físicos do solo no estudo da qualidade de
áreas impactadas, em Itajubá/MG. CERNE, vol. 12, núm. 3, julho-setembro, 2006, pp.
211-220 Universidade Federal de Lavras Lavras, Brasil.

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