Durante o período do apartheid na África do Sul, que durou de 1948 a 1994, a situação dos

refugiados na região foi complexa e muitas vezes trágica. O apartheid foi um sistema de
segregação racial oficialmente instituído pelo governo sul-africano, que discriminava
brutalmente a maioria negra da população em favor da minoria branca.

A política do apartheid resultou em violações sistemáticas dos direitos humanos e na

repressão de qualquer forma de oposição ao regime. Isso levou a um grande número de
pessoas buscando refúgio fora das fronteiras da África do Sul para escapar da perseguição,
violência e discriminação racial.

1. Refugiados Internos: Dentro da África do Sul, muitos negros foram deslocados de suas
terras e forçados a viver em áreas designadas para negros, chamadas de "bantustões" ou
"homelands". Essas áreas eram frequentemente superlotadas e carentes de recursos, o que
resultou em condições de vida precárias para os refugiados internos.

2. Refugiados nos países vizinhos: Muitos sul-africanos negros buscaram refúgio em países
vizinhos, como Lesoto, Suazilândia, Moçambique, Zimbábue e Botsuana. Esses países,
muitas vezes, receberam os refugiados, mas também enfrentaram desafios significativos
em termos de acomodação, recursos e segurança.

3. Perseguição de refugiados: O governo sul-africano frequentemente tentava perseguir e

repatriar refugiados políticos que fugiam para o exterior. Isso levou a casos de sequestros,
assassinatos e desaparecimentos forçados de opositores do regime que buscavam refúgio
em outros países africanos.

4. Ativismo internacional: A situação dos refugiados sul-africanos atraiu a atenção da

comunidade internacional, que condenou o apartheid e apoiou a luta contra ele. Muitos
refugiados se tornaram ativistas anti-apartheid em seus países de acolhimento, contribuindo
para a conscientização global sobre as injustiças do regime.

A situação dos refugiados durante o apartheid é apenas uma parte do legado sombrio
desse período na história da África do Sul. Com o fim do apartheid em 1994 e a ascensão
de Nelson Mandela à presidência, houve melhorias significativas na situação dos direitos
humanos no país, incluindo o retorno de muitos refugiados que haviam fugido durante
décadas de opressão racial.