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ATUALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS E DOS CRITÉRIOS


DE APLICAÇÃO DO CHECKLIST OCRA

Title:
Procedure and criteria update in applying the OCRA Checklist

Colombini Daniela, Occhipinti E.,


Battevi. N., Cerbai M., Facci R., Placci M., Santino E.

EPM, Unidade de Pesquisa Ergonomia da Postura e do Movimento,


Fundação Dom Carlo Gnocchi-ONLUS-Milão - Itália
Escola OCRA Brasiliana

Key words: repetitive movements, OCRA method, biomechanical


overload, toolkit

Atualização Checklist OCRA 2013


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Premissa e finalidade: o porquê da necessidade de uma atualização.

Nos últimos anos após a publicação do livro “O Método OCRA para a


análise e a prevenção do risco por movimentos repetitivos” publicado em
2005 por Franco Angeli Editor (1) traduzido para o português e publicado
em 2008 pela Editora LTr,, observou-se um grande incremento no uso do
Checklist OCRA como ferramenta de avaliação e de mapeamento do risco
por sobrecarga biomecânica dos membros superiores. Seja através de
atuações pessoais dos docentes das Escolas OCRA/EPM (Ergonomia da
Postura e do Movimento), seja por parte dos numerosos profissionais
certificados pelos cursos OCRA, surgiram muitas sugestões visando
facilitar o uso do Checklist nos diversos contextos de aplicação e, também,
tornar mais preciso o resultado das avaliações. Devido ao volume e à
importância da experiência adquirida, consideramos necessário produzir
esta atualização metodológica que, neste trabalho, está limitada ao
método Checklist básico, aquele dirigido ao estudo de uma única tarefa no
turno (monotarefa).

Introdução: Método OCRA como sistema de análise do risco por


sobrecarga biomecânica dos membros superiores e os requisitos e
conteúdos gerais do Checklist OCRA.

Antes de proceder à ilustração dos critérios e das técnicas de aplicação


atualizadas introduzidas no Checklist OCRA clássico, é oportuno redefinir
brevemente as técnicas de abordagem para a avaliação do risco por
movimentos repetitivos dos membros superiores.
Poder-se-ia, de fato, falar de sistema OCRA, sistema porque, mesmo na
unicidade do método e da sua implementação, através de ferramentas
diferentes, permite níveis diversificados de avaliação do risco em função
de objetivos específicos, portanto diferentes.
As ferramentas especificamente disponíveis até agora são 3 (figura 1):
- ÍNDICE OCRA: atende à exigência de oferecer uma avaliação analítica
do risco, aconselhável particularmente para o projeto e reprojeto dos
postos de trabalho e dos aspectos ligados à organização do trabalho.
- CHECKLIST OCRA clássico: representa a ferramenta escolhida para
obter o primeiro mapeamento do risco quando queremos responder ao
quesito a respeito do “peso” do risco que deriva da presença de
trabalhos repetitivos. O mapeamento permite, de fato, definir em que

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proporção se encontram postos de trabalho na faixa verde (risco


ausente), amarela (risco muito leve ou duvidoso), vermelha (risco leve
ou médio) ou violeta (risco elevado). Requer tempos de preenchimento
curtos, porém perde em precisão porque a análise oferece pontuações
que procedem conforme cenários em “degraus” e não de forma analítica
como no Índice OCRA.
- MINI-CHECKLIST OCRA: último a ser publicada e já apresentado
neste texto (6), oferece uma avaliação ainda mais rápida (e por isso
ainda mais aproximativa), em relação ao Checklist OCRA. É mais
adequado e provavelmente suficiente para avaliações em setores
especiais, (artesanato, pequena empresa, agricultura...) onde a
organização do trabalho não apresenta ritmos, tempos e ciclos tão bem
definidos como na indústria clássica.

SISTEMA OCRA

MINI CHECKLIST

CHECKLIST OCRA

ÍNDICE OCRA

Figura 1

Este sistema, por outro lado, usa também as ferramentas de identificação


e avaliação rápida do risco (pelo menos no que diz respeito aos
movimentos e aos esforços repetitivos dos membros superiores) que foram
apresentados em outra parte deste trabalho.
Para cada uma das ferramentas citadas, a EPM/OCRA elaborou softwares
simples (isto é, em planilhas excel®), para facilitar o levantamento dos
dados e a estimativa dos indicadores de exposição ou de risco finais.
No presente trabalho serão apresentados não só as atualizações
conceituais do Checklist OCRA clássico, mas também dois novos
instrumentos informatizados de avaliação para facilitar, através desta
ferramenta, a análise do risco.

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Checklist OCRA: Critérios Gerais

O Checklist OCRA é um instrumento de procedimento simplificado


(comparado com o Índice OCRA) para o estudo do risco por sobrecarga
biomecânica dos membros superiores a ser utilizado tanto na primeira fase
de estimativa da presença de risco dentro de uma determinada realidade
empresarial (fase de mapeamento), quanto na fase sucessiva de gestão
do próprio risco.
O Checklist OCRA se compõe de 5 partes dedicadas ao estudo dos quatro
principais fatores de risco (carência dos períodos de recuperação,
frequência, força, posturas inadequadas/estereotipia) e dos fatores
complementares (vibrações, temperaturas frias, trabalhos de precisão,
contragolpes etc...), considerando também, para a estimativa final do risco,
a duração efetiva do trabalho repetitivo. O modelo “em papel”, com
preenchimento manual, do Checklist OCRA encontra-se no anexo 1.
O preenchimento do Checklist OCRA pode ser efetuado também
observando o trabalhador diretamente no posto de trabalho analisado,
mas, assim como para o Índice OCRA, é mais fácil efetuar a análise
através de vídeos.
O esquema clássico de análise, até hoje proposto pelo Checklist OCRA,
prevê a identificação, através do uso de valores numéricos
preestabelecidos (crescentes em função do aumento do risco), das
pontuações de risco relativos a cada um dos fatores antes enunciados.
A soma dos valores parciais obtidos produz um valor numérico que permite
estimar o nível de exposição através de uma relação com os valores do
Índice OCRA, em faixas diferenciadas (verde, amarela, vermelha, violeta)
(8).

O novo esquema de cálculo do resultado final, apresentado na figura


2, mostra que todos os fatores de risco estão presentes, mas o fator
carência tempos de recuperação entra agora como um multiplicador a
ser aplicado, junto com o multiplicador da duração, à soma das
pontuações que derivam dos outros fatores de risco.

E, por fim, deve ser lembrado que este método permite não apenas
identificar com suficiente precisão o nível de risco por sobrecarga
biomecânica dos membros superiores, mas também de obter informações
importantes para a gestão do risco (melhorias, rodízios) e do dano (ex.:
para fins de recolocação ocupacional).

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Figura 2
Nos parágrafos seguintes serão descritas analiticamente cada uma das
seções que compõem o Checklist OCRA.

Elementos descritivos da tarefa e da organização do trabalho


(Anexo 1,)

Em primeiro lugar o Checklist OCRA deve ser utilizado para descrever um


posto de trabalho e para estimar o nível de exposição intrínseca da tarefa
executada, como se o posto de trabalho fosse o único utilizado no turno
inteiro por um único trabalhador: o procedimento permitirá conhecer quais
são os postos de trabalho, dentro da empresa, que resultam, pelas
próprias características estruturais e organizacionais, com exposição
ausente, leve, média, elevada, independentemente dos rodízios dos
trabalhadores em vários postos de trabalho/tarefas. Esta técnica de análise
constitui a base para a construção do mapa específico de risco dos postos
de trabalho em relação ao risco de sobrecarga biomecânica dos membros
superiores.
Não fornece, porém, diretamente os Índices de exposição de cada
trabalhador quando o mesmo executa várias tarefas: este valor pode ser
obtido numa segunda fase da análise, depois de terminado o mapeamento
dos postos de trabalho repetitivos, de acordo com metodologias já
descritas pelos Autores em outro lugar (10).

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A primeira parte do Checklist OCRA (tabela 1) prevê uma breve descrição


do posto de trabalho e da tarefa executada no posto de trabalho.
O Checklist OCRA se aplica aos trabalhos repetitivos que se identificam
quando:
- o trabalho é caracterizado por ciclos (independentemente de seu
comprimento);
- o trabalho é caracterizado pela execução de ações técnicas quase
idênticas que se repetem iguais a si mesmas por mais da metade do
tempo do trabalho em análise.
Lembramos que estas duas definições identificam somente a presença de
trabalho repetitivo onde este termo não é sinônimo de presença de risco: a
análise com o Checklist OCRA definirá o nível do risco ou sua ausência.

É oportuno também indicar:


- quantos postos de trabalho existem idênticos ao descrito;
- durante quantos turnos é(são) utilizado(s) o(s) posto(s) de trabalho;
- quantos trabalhadores, no total (considerando o número de postos
idênticos e de turnos de trabalho) e por sexo (nº homens e nº mulheres),
trabalham no(s) posto(s) analisado(s).
- a porcentagem de tempo de utilização efetiva do posto de trabalho
num turno. Pode ocorrer, de fato, que um posto de trabalho esteja ativo
(ou seja utilizado) só parcialmente num turno.

Tabela 1

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Antes de efetuar a análise dos diversos fatores de risco é de fundamental


importância, para uma avaliação mais específica do risco, estimar o tempo
efetivo de trabalho repetitivo, assim como foi proposto para o cálculo do
Índice OCRA. O esquema ilustrado na primeira parte do Checklist OCRA
(tabela 2) ajuda o responsável pelo preenchimento no cálculo deste dado,
que se obtém subtraindo do tempo total (bruto) de turno ou de “presença
remunerada”, os seguintes tempos:
- a duração efetiva das pausas, oficiais ou não;
- a duração efetiva da pausa para refeição (se estiver incluída no tempo
de turno e, portanto, remunerada);
- a duração estimada dos trabalhos não repetitivos.
Em algumas situações de trabalho não é prevista uma distribuição
programada das pausas: neste caso é importante analisar o
“comportamento modal” dos trabalhadores (envolvendo os diversos
interlocutores empresariais) na utilização das pausas fisiológicas ou de
outras pausas adicionais, para obter a duração que deverá ser utilizada no
Checklist.
Para completar a estimativa do tempo efetivo de trabalho repetitivo,
mesmo utilizando o Checklist OCRA, devem ser levantadas também as
seguintes informações:
- o início efetivo do horário de trabalho no posto considerado: devem
ser, de fato, avaliados os eventuais minutos de perda de tempo para
alcançar o posto de trabalho, ou para se vestir, etc.;
- o número e a duração média efetiva das pausas programadas ou de
outras interrupções adicionais (comportamento modal dos
trabalhadores);
- o horário real de abandono do posto de trabalho para alcançar o
refeitório ou os vestiários no fim do turno.
Deve ser lembrado que o atraso no início do trabalho no começo do turno
e o adiantamento do horário no término do turno irão diminuir o tempo
efetivo de trabalho repetitivo, mas não podem ser considerados como
pausas adicionais para a contagem da pontuação relativa ao fator de risco
carência dos tempos de recuperação.

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Tabela 2
Uma vez obtido o tempo efetivo de trabalho repetitivo se poderá proceder
à estimativa do tempo total de ciclo efetivo ou cadência (em segundos)
(tabela 3): este tempo se calcula considerando o número de peças efetivas
que o trabalhador deve completar no turno, utilizando a seguinte fórmula:

Tempo total de Tempo Efetivo de Trabalho Repetitivo em min. x 60


ciclo efetivo = N. Peças (ou N.Ciclos)

Deve-se proceder, portanto, à comparação entre o tempo total de ciclo


efetivo assim calculado e o tempo total de ciclo observado (medido no
posto de trabalho ou pelo vídeo com cronômetro): se similares, poderão
ser efetuadas as avaliações seguintes solicitadas pelo Checklist. A
existência de uma diferença significativa (mais de 5%) entre estes dois
tempos de ciclo deve levar o pesquisador a reconsiderar os conteúdos
reais do turno em termos de: duração das pausas, tempos gastos em
trabalhos não repetitivos, número de peças ou ciclos efetivamente
trabalhados, etc., até reconstruir corretamente o comportamento do
trabalhador no turno.
Esta concordância entre o tempo total de ciclo efetivo calculado e
observado é de fundamental importância para se obter uma avaliação
específica da exposição ocupacional: o não conhecimento do conteúdo
operacional efetivo do turno leva a uma subestimativa ou superestimativa
do nível de risco. Lembrar, por exemplo, que para um tempo efetivo de
trabalho repetitivo de 400 minutos, uma discordância de 5% significa que
não se conhece o que faz o trabalhador durante 20 minutos: este é o limite
temporal ainda aceitável.

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Tabela 3

Para evitar incorrer em erros no cálculo do tempo total de ciclo observado,


lembrar que este tempo começa no momento em que a peça que está
sendo trabalhada chega num ponto prefixado e termina quando uma outra
peça chega no mesmo ponto. Este tempo, portanto, inclui:
- tempo de atividade dos membros superiores
- outros tempos ativos, não dos membros superiores (ex.: andar)
- tempos passivos (breves tempos de espera; ex.: chegada da peça
seguinte).

Multiplicador de duração do trabalho repetitivo

Se o tempo efetivo de trabalho repetitivo no turno durar menos de 420


minutos ou mais de 481 minutos, deverá ser corrigido o valor da pontuação
final do Checklist OCRA, relativamente à efetiva duração da tarefa: o
objetivo é ponderar o Índice final do risco pelo tempo efetivo de trabalho
repetitivo executado (Figura 2).

Observando os multiplicadores da duração propostos na tabela 4, se nota


que variam para cada hora diferente de exposição.

Tabela 4

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Para a aplicação correta do multiplicador da duração deverão ser seguidos


os seguintes esquemas operacionais:

a) Checklist clássico manual. Uma vez calculado o tempo efetivo de


trabalho repetitivo (tabela 2), procurar o multiplicador correspondente na
tabela 4 e utilizá-lo como multiplicador sobre a pontuação final do
Checklist conforme o modelo de cálculo ilustrado na figura 2;
b) Checklist informatizado Uma vez preenchidos todos os dados
organizacionais necessários para o cálculo do tempo efetivo de trabalho
repetitivo, o software calcula automaticamente este valor e propõe o
correspondente multiplicador para a duração (figura 3).

Figura 3

O software permite também obter automaticamente (figura 4):


- o tempo total de ciclo efetivo escrevendo o número de ciclos efetuados
no turno: lembrar que o número de ciclos às vezes coincide com o
número de peças trabalhadas, e às vezes coincide com o número das
embalagens que contêm várias peças;
- a % de diferença entre tempo total de ciclo efetivo calculado e
observado e o número de minutos “não justificados”, isto é os minutos
nos quais é desconhecido o conteúdo operacional.

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Figura 4

Fator carência períodos de recuperação

Pode ser definido como período de recuperação aquele em que há uma


grande inatividade física dos membros superiores que haviam sido
envolvidos na execução de tarefas de trabalho anteriores.
Conforme já amplamente definido (1), os períodos de recuperação podem
ser considerados:
a) as pausas de trabalho, oficiais e não oficiais, incluindo a pausa para
a refeição (inclusa ou não no horário de trabalho remunerado);
b) os períodos suficientemente longos de execução de tarefas de
trabalho que comportam o essencial repouso dos grupos musculares
(por exemplo: as tarefas de controle visual).
c) os períodos, dentro do ciclo, que comportam o repouso completo dos
grupos musculares que trabalharam em tarefas anteriores. Períodos de
recuperação dentro do ciclo (controle visual, tempos passivos ou de
espera), para serem considerados significativos, devem prolongar-
se consecutivamente por pelo menos 10 segundos num ciclo e
serem constantemente repetidos, em cada ciclo e durante todo o
tempo de trabalho repetitivo, com uma relação de 5:1 entre trabalho
e recuperação.
Disso resulta que a análise dos períodos de recuperação deve verificar,
em primeiro lugar, se eles já existem dentro do ciclo (evento muito raro) e,
em segundo lugar, se satisfazem o critério da relação de 5:1: neste caso o
número de horas sem adequada recuperação resultará igual a 0.
Tendo em vista que, na prática, este tipo de situação nunca se concretiza,
normalmente se examina de forma mais macroscópica a presença de
pausas definindo a sua duração, frequência e distribuição no inteiro turno
de trabalho.

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Na versão clássica do Checklist OCRA, são fornecidos (tabela 5) seis


cenários de distribuição de pausas durante o turno de trabalho: para cada
cenário é previsto um número correspondente à relativa pontuação de
risco, descritiva do fator carência de tempos de recuperação.

Tabela 5

Há algum tempo aqueles que têm aplicado o Checklist OCRA em larga


escala, acham que o atual critério de cálculo da pontuação, atribuído ao
fator Tempo de Recuperação, não valoriza adequadamente a eventual
introdução de novas pausas como acontece quando se utiliza o método
OCRA atualizado: isto se deve ao fato que no Checklist OCRA o fator
tempos de recuperação age como simples parcela enquanto no método
Ocra atualizado atua como multiplicador dos outros fatores de risco.
Na nova versão do Checklist OCRA, é proposto, portanto, um novo modelo
de cálculo do fator recuperação adequado seja para aumentar sua
conformidade com o método OCRA analítico seja para valorizar a eficácia
das medidas para introduzir melhorias.

Estão previstas duas fases de avaliação:


- a primeira compreende a identificação do número de horas sem uma
adequada recuperação que pode ser obtidos dos seis cenários clássicos
(Figura 5) ou, para aumentar a precisão do resultado, pela determinação
do número exato de horas sem uma adequada recuperação, conforme
proposto para o Índice OCRA;
-a segunda compreende a aplicação de um fator multiplicativo
especifico, dito multiplicador para a recuperação, à pontuação do
Checklist determinado, na forma tradicional, pela soma das pontuações
dos outros fatores como frequência, força, postura e fatores
complementares (figura 2).

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PRIMEIRO EXEMPLO: Turno único diário de 8 horas com refeição fora do horário de trabalho,
com 2 pausas de 10 minutos, bem colocadas. O número de horas sem recuperação adequada é 4

SEGUNDO EXEMPLO: 2 turnos de 7,30 hs com refeição de 30 min. no horário de trabalho, com 2
pausas de 10 minutos, bem colocadas. O número de horas sem recuperação adequada é 3

TERCEIRO EXEMPLO: 2 turnos de 7,30 hs com refeição de 60 min. no horário de trabalho, com 2
pausas de 10 minutos, bem colocadas. O número de horas sem recuperação adequada é 2,5

TERCEIRO EXEMPLO: 2 turnos de 7,30 hs com refeição de 30 min. no horário de trabalho, com 2
pausas de 10 minutos, mal colocadas. O número de horas sem recuperação adequada é 5
FIGURA 5

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Determinação exata das horas sem adequada recuperação

Trata-se, substancialmente, de contar, num turno, as horas não contêm


uma recuperação de pelo menos 8-10 minutos consecutivos. Estão
excluídas da contagem:
- a hora antes do intervalo para refeição porque é recuperada na parada
para refeição
- a última hora do turno, porque é recuperada na interrupção do
trabalho.
Na figura 5 são mostrados, para diversos cenários organizacionais, alguns
exemplos de contagem das horas sem uma adequada recuperação.
Para definir facilmente e de forma mais precisa, como é previsto pelo
Índice OCRA, o número de horas sem uma adequada recuperação,
aconselhamos proceder da seguinte forma:
- marcar como “recuperados” os 60 minutos antes do término do turno e
antes do intervalo para refeição;
- procedendo depois da última hora até a primeira hora do turno, marcar
em sequência, como “recuperados” os períodos de 60 minutos que
compreendem uma pausa dentro deles e com pontuação 1 aqueles que
não compreendem as pausas. Se aparecerem períodos de meia hora
(ou de 20 a 40 minutos) não recuperados, atribuir a pontuação 0,5
(figura 5, terceiro exemplo ).
Seguindo este procedimento, teremos o número de horas sem adequada
recuperação, e não diretamente a pontuação para a recuperação, como na
edição anterior do Checklist.
A nova planilha excel® (NEWchecklistOCRAauto(v1)10-11-10), preparada
para facilitar o cálculo do valor final do Checklist, propõe um cálculo
automático das horas sem uma adequada recuperação, utilizando os
dados descritos na tabela 6. Trata-se, substancialmente, de subtrair,
partindo do número total de horas trabalhadas (às quais è subtraída a
última hora porque é sempre recuperada) :
-o número de boas pausas (isto é, as pausas de duração de pelo
menos 8-10 minutos consecutivos e que não estejam colocadas nos 60
minutos antes da pausa para refeição e/ou nos últimos 60 minutos do
turno);
- a pausa para refeição (n.=1) dentro ou fora do horário de trabalho.

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Nº de interrupções das atividades considerando o intervalo de refeição de pelo


menos 30 minutos e/ou número de boas pausas (pausas bem colocadas)
Nº. horas sem
Duração recuperação
do turno na ausência n.1 n.2 n.3 n.4 n.5 n.6 n.7
de pausas
480 7 6 5 4 3 2 1 0
460 7 6 5 4 3 2 1
440 6,5 5,5 4,5 3,5 2,5 1,5 0,5
420 6 5 4 3 2,5 1,5 0
390 5,5 4,5 3,5 2,5 1,5 0,5 0
360 5 4 3 2 1 0
330 4,5 3,5 2,5 1,5 0,5 0
300 4 3 2 1 0
270 3,5 2,5 1,5 0,5 0
240 3 2 1 0
210 2,5 1,5 0,5 0
180 2 1 0
120 1 0 0
0 0
Tabela 6 –Critérios utilizados para o cálculo automático das horas sem recuperação adequada

Sempre no citado software (NEWchecklistOCRAauto(v1) 10-11-10), é


possível escolher se utilizar este cálculo automático (um pouco menos
preciso) ou de inserir diretamente o número das horas sem uma adequada
recuperação, contado como para o Índice OCRA: inserindo este número,
será excluída a estimativa automática.
Para este fim é útil, ou até mesmo indispensável, descrever, na seção
própria prevista (figura 6) o horário de início e de término do turno
analisado e desenhar a colocação das pausas: resultará mais fácil
reconhecer as pausas mal colocadas (aquela nos 60 minutos antes da
refeição ou antes do término do turno, que não devem ser contadas no
número das boas pausas... Se houver turnos nos quais o horário de
trabalho, ou melhor, a distribuição dos tempos de recuperação resultar
substancialmente diferente dos outros, descrever o evento e considerar
mais pontuações relativas à correspondente distribuição dos tempos de
recuperação nos diversos turnos.

H. Inicio turno GRAFICO HORARIO E RECUPERAÇÃO (1 retângulo = 1 hora): PRIMEIRO TURNO

H. Inicio turno GRAFICO HORARIO E RECUPERAÇÃO (1 retângulo = 1 hora): SEGUNDO TURNO

H. Inicio turno GRAFICO HORARIO E RECUPERAÇÃO (1 retângulo = 1 hora): TERCEIRO TURNO

Figura 6 – Esquema descritivo da distribuição dos períodos de recuperação no turno

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Aplicação do novo fator multiplicativo específico, chamado “multiplicador


para a recuperação”.

No Índice OCRA o fator de risco para a carência de tempos de


recuperação é um multiplicador que, aplicado ao Índice final, modula o
resultado em função das horas que não contenham uma adequada
recuperação.

No Índice OCRA o multiplicador é aplicado ao denominador da fórmula


(AÇÕES OBSERVADAS / AÇÕES RECOMENDADAS): na tabela 7 são
indicados, para cada quadro de carência de número de horas sem
recuperação, o correspondente multiplicador e o seu recíproco (que será
útil para o Checklist, porque será aplicado ao numerador).

Nº. de horas sem recuperação adequada 7 6 5 4 3 2 1 0


FATOR MULTIPLICADOR DO INDICE OCRA
(aplicado ao denominador) 0,1 0,25 0,45 0,6 0,7 0,8 0,9 1
FATOR MULTIPLICADOR DO INDICE OCRA
(colocado no numerador o valor correspondente) 10 4 2,22 1,66 1,428 1,25 1,11 1

Tabela 7- Indice OCRA: os multiplicadores correspondentes a cada um dos cenários dos


números das horas sem recuperação

Resulta assim o andamento representado no gráfico da figura 7 (tipo


exponencial)

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M
U
L
T
I
P
L
I
C
A
D
O
R
E
S

HORAS SEM RECUPERAÇÃO

Figura 7 – Indice OCRA: andamento dos multiplicadores para o fator recuperação em função
do numero de horas sem recuperação adequada.

Pela análise do andamento dos valores dos multiplicadores do Índice


OCRA, para o fator recuperação, destaca-se o seguinte modelo
matemático que exprime uma função exponencial complexa:

Função original multiplicadores recuperação Índice OCRA=


y=esp(0,0735*esp(0,4907*x)

Para prosseguir no raciocínio, a título de exemplo, vamos comparar agora


dois análogos valores de Índice OCRA e de checklist OCRA (análogo nível
de exposição = vermelho leve), emparelhando-os num gráfico (figura 8).
Observando as curvas de comportamento que se geram ao variar das
diferentes pontuações que resultam dos diferentes níveis de carência
tempos de recuperação fica evidente o andamento que foi já antes definido
quase exponencial do Índice OCRA, enquanto aquele do Checklist resulta
linear. Esta linearidade, porém, se SEM
HORAS interrompe quando se apresenta o
RECUPERAÇÃO
quadro de ausência de recuperações num turno de 7-8 horas, ocasião em
que se assiste a uma subida rápida da pontuação de risco.

Atualização Checklist OCRA 2013


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Í
N
D
I
C
E

Nº DE HORAS SEM RECUPERAÇÃO ADEQUADA

Figura 8 – Comparação entre 2 valores análogos do Indice OCRA e do Checklist OCRA


(vermelho leve) pareados em um gráfico que mostra o andamento em função das variáveis dos
tempos de recuperação

Este diferente andamento, escolhido no passado para o Checklist, porque


de mais simples aplicação, parece conduzir a uma subestimativa da
eficácia das medidas para introduzir melhorias quando são acrescentadas
horas de recuperação no turno. No passado recomendou-se sempre o uso
do Índice OCRA em caso de reprojeto, devido à sua precisão, mas um
número crescente de pesquisadores tem achado mais confortável
experimentar a eficácia das melhorias organizacionais (por ex.: melhor
presença e distribuição das pausas) já na fase de mapeamento do risco.
Por esta razão pensou-se em corrigir o andamento linear das pontuações
de recuperação do Checklist, aplicando, com as devidas correções e os
devidos cuidados, o andamento exponencial dos multiplicadores para a
recuperação do Índice OCRA.
A fim de se obter uma aplicação mais eficaz e lógica desta curva
exponencial, sem alterar o significado das pontuações que estão já em
uso, foi necessário considerar 2 vínculos:
- a soma das pontuações de risco, que derivam dos fatores frequência,
força, postura e complementares, deve permanecer inalterada quando
todas as horas são adequadamente recuperadas (ou seja, o
multiplicador para a recuperação deve ser 1)
-o valor 4 de pontuação de recuperação (em situações de risco leve-
médio), é o ponto de “ancoragem” na aplicação dos novos

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multiplicadores de recuperação. De fato, o nosso data-base de dados


clínicos, correlato aos valores de exposição, tem a grande maioria dos
casos expostos a esta pontuação de recuperação, mostrando a este
nível uma grande eficácia preditiva para as patologias UL-WMSDs (8). É
óbvio, portanto, que se quis ancorar a aplicação da curva exponencial à
pontuação 4, modulando depois os novos multiplicadores em função
deste vínculo.
Os multiplicadores para a recuperação assim obtidos estão representados
na tabela 8.
Nº. Horas sem recuperação
0 1 2 3 4 5 6 7 8
adequada
MULTIPLICADOR PARA A
RECUPERAÇÀO
1 1,050 1,120 1,200 1,330 1,480 1,700 2,000 2,500
Tabela 8 – Novos multiplicadores para a recuperação para o Checklist OCRA

Na tabela 9 estão indicados os valores dos multiplicadores também


quando o número de horas sem uma adequada recuperação assume
valores intermediários (0,5; 1,5; 2,5 etc…). Na mesma tabela estão
também descritos os desvios percentuais (positivos ou negativos) que
assumem as pontuações finais de checklist em função de diversos valores
do fator “recuperação” em relação à situação (até agora prevalecente) de
uma pontuação igual a 4 horas sem uma adequada recuperação.

Multiplicador (para Andamento % a partir do n.


Nº. horas sem a
aplicar a de horas sem
necessária recuperação
Fr+Fo+Po+Co) recuperação=4
0 1 -24,8%
0,5 1,025 -22,9%
1 1,05 -21,1%
1,5 1,086 -18,3%
2 1,12 -15,8%
2,5 1,16 -12,8%
3 1,2 -9,8%
3,5 1,265 -4,9%
4 1,33 0,0%
4,5 1,4 5,3%
5 1,48 11,3%
5,5 1,58 18,8%
6 1,7 27,8%
6,5 1,83 37,6%
7 2 50,4%
7,5 2,25 69,2%
8 ou mais 2,5 88,0%

Atualização Checklist OCRA 2013


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Tabela 9 – Os valores dos multiplicadores (com valores intermediários)correspondente aos


diversos níveis dos números de horas em adequada recuperação e descrição percentual dos
andamentos positivos e negativos a partir da presença de 4 horas sem recuperação adequada
num turno de 8 horas

A figura 9 seguinte mostra graficamente os andamentos que agora


assumem os valores das checklist em função da variação do número de
horas sem uma adequada recuperação. Note-se que os novos
multiplicadores para a recuperação, criam um andamento do tipo
exponencial, agora mais próximo ao do Índice OCRA, ainda que não
completamente idêntico, devido à necessidade de responder aos vínculos
antes enunciados.

Nº DE HORAS SEM RECUPERAÇÃO

Figura 9 – Exemplo dos novos valores do Checklist OCRA em função da variação do numero de
horas sem recuperação adequada

Após esta longa, mas necessária, descrição dos novos critérios


introduzidos no Checklist OCRA, para um cálculo mais específico da
influência dos tempos de recuperação, podemos definir, em síntese, o
seguinte novo procedimento:
- contar as horas sem adequada recuperação (conforme indicado
anteriormente)
- identificar o correspondente multiplicador para a recuperação

Atualização Checklist OCRA 2013


21

- conforme ilustrado na figura 1, aplicar este multiplicador ao valor da


soma das pontuações obtidas dos 4 fatores de risco frequência, força,
postura e complementares que serão a seguir ilustrados.

Fator frequência de ação

Pelo fato do mecanismo de desenvolvimento das patologias tendíneas


estar amplamente ligado à frequência dos movimentos, resulta que um
importante avaliador do risco por sobrecarga biomecânica é dado pela
frequência de ação.
Una proposta “aplicável no campo” para medir a frequência de eventos
mecânicos dos membros superiores dentro do ciclo é aquela de contar, de
forma analítica, ou de identificar e estimar o número de ações técnicas
num ciclo e de relacioná-las à unidade de tempo (n. ações técnicas/minuto
= frequência das ações técnicas) (1)
É bom lembrar que a ação técnica não deve ser identificada com cada
movimento articular de mão, punho, cotovelo, ombro, mas com o conjunto
de movimentos de um ou mais segmentos articulares, que permitem o
cumprimento técnico de uma operação de trabalho simples como pegar,
posicionar, rodar, empurrar, etc... Por exemplo, as mais comuns ações
técnicas como pegar ou posicionar necessitam muitas vezes da
participação tanto de mais movimentos (flexões, extensões, desvios),
como de outros segmentos articulares do membro superior (dedos, punho,
cotovelo, ombro).
Somente depois, a análise feita em separado, primeiro das posturas
inadequadas (e, portanto, das posturas e dos movimentos de cada grupo
articular do membro superior) assumidas ao executar as ações técnicas, e
depois da força necessária para terminá-las, permitirá, junto com a
estimativa dos fatores complementares e dos eventos organizacionais,
obter a avaliação total do risco à exposição.

É importante, portanto, para que o resultado da avaliação do risco


utilizando o método OCRA seja confiável (permitindo assim obter
resultados preditivos sobre a probabilidade de adoecer), seguir
estritamente os critérios fornecidos para a sua definição. A escolha de
outros caminhos, como, por exemplo, contar como ações técnicas as fases
(conjunto de mais ações técnicas) ou obter o número por estrapolações
automáticas por outros métodos de tempos predeterminados, indicados
com a sigla PTS (MTM, UAS, TMC2, etc.), não autoriza a utilizar o
resultado como consequência da aplicação do método OCRA.

Atualização Checklist OCRA 2013


22

As ações técnicas podem ser divididas em dinâmicas (quando são


caracterizadas pelo movimento) e estáticas (quando são caracterizadas
pelo ato de segurar: por ex.: ação técnica “segurar” um objeto na mão).
O cálculo da pontuação das ações técnicas dinâmicas segue um processo
diferente do cálculo das ações técnicas estáticas. A resultante final
identificará, para cada membro, a situação mais crítica (entre ações
dinâmicas e estáticas) e a pontuação será a mais alta entre as duas
calculadas.

Cálculo das ações técnicas dinâmicas

O processo de atribuição das pontuações é muito simples, mas para


termos certeza da confiabilidade do resultado final, deve-se atentar aos
vários aspectos que o antecedem:
- lembrar que a contagem das ações técnicas deve ser bem distinta entre
ações executadas pelo membro direito em relação àquelas executadas
pelo membro esquerdo: não existem valores médios entre ambos
porque cada membro, em função do nível de exposição, terá uma
probabilidade diferente de adoecer. Distinguir a diferente exposição dos
dois membros é, de fato, indispensável para poder estabelecer o nexo
causal entre risco e patologia e para proceder a uma correta
recolocação ocupacional;
- de acordo com o objetivo da análise poderá ser avaliado um só membro
ou ambos. No caso do primeiro mapeamento do risco é normalmente
aconselhado analisar apenas o membro mais utilizado, normalmente o
dominante;
- para a contagem das ações técnicas seguir estritamente os critérios
estabelecidos. No uso do Checklist OCRA não é necessário escrever o
nome de cada ação técnica, mas apenas definir corretamente o seu
número.
- uma vez obtido o número das ações técnicas num ciclo (por membro)
deve-se proceder ao cálculo da frequência de ação que seguirá o
procedimento a seguir exposto; tendo que expressar o valor em “ações
técnicas/minuto”, deverá ser adotada a fórmula:
N . Ações / T .T .Ciclo * 60
onde:
N.Ações = número ações técnicas presentes num ciclo, relativamente a
um membro
T.T. Ciclo = Tempo Total de Ciclo efetivo ou Cadência

Atualização Checklist OCRA 2013


23

Serão apresentadas agora duas diferentes modalidades de cálculo do fator


frequência: o cálculo clássico manual e o cálculo através da planilha
informatizada: este último será obviamente o preferencial, mas a escolha
de começar primeiro com a descrição do cálculo manual, permite expor
todos os critérios e as conseguintes modalidades de cálculo da pontuação
que, caso contrário, não seriam suficientemente claros.

a) cálculo clássico manual

No primeiro bloco do Checklist (tabela 11), relativo à frequência, são


oferecidos sete cenários, cada um marcado com um valor numérico
crescente de 0 (baixas frequências de ação) a 10 (frequências máximas).
Cada item descreve a intensidade dos gestos laborais no tempo (lentos,
bastante rápidos, rápidos, rapidíssimos) através dos sete cenários citados
anteriormente que propõem frequências de ação crescentes de 20 a mais
de 70 ações por minuto, utilizando “degraus” progressivos de cerca de 10
ações por minuto.

SEÇÃO A: Pontuação relativos ao fator frequencia quando existe possibilidade de breves interrupções

FREQUENCIA inf.22,5 de 22,5 a 27,4 de 27,5 a 32,4 de 32,5 a 37,4 de 37,5 a 42,4 de 42,5 a 47,4

PONTUAÇÃO 0,0 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0

FREQUENCIA de 47,5 a 52,4 de 52,5 a 57,4 de 57,5 a 62,4 de 62,5 a 67,4 de 67,5 a 72,4 sup 72,4

PONTUAÇÃO 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 9

SEÇÃO B: Pontuação relativos ao fator frequencia quando não existe possibilidade de breves interrupções

FREQUENCIA inf.22,5 de 22,5 a 27,4 de 27,5 a 32,4 de 32,5 a 37,4 de 37,5 a 42,4 de 42,5 a 47,4

PONTUAÇÃO 0,0 0,5 1,0 2 4 5

FREQUENCIA de 47,5 a 52,4 de 52,5 a 57,4 de 57,5 a 62,4 de 62,5 a 67,4 de 67,5 a 72,4 sup 72,4

PONTUAÇÃO 6 7 8 9 10 10,0
Tabela 11 – Pontuações intermediárias para o Fator Frquencia em presença de (Seção A) ou
em ausencia (Seção B) de breves interrupções

Uma vez identificado o cenário com a frequência de ação correspondente,


controlar se o trabalhador tem ou não tem a possibilidade de fazer breves
interrupções (ritmo constante ou inconstante). Considerando também esta
segunda característica, escolher a pontuação relativa ao cenário

Atualização Checklist OCRA 2013


24

correspondente recorrendo, quando for necessário dispor de resultados


mais precisos, a pontuações intermediárias.
Pela experiência adquirida, a escolha da pontuação intermediária, relativa
à frequência, tem sido muitas vezes interpretada de forma muito subjetiva
pelo avaliador. Para evitar diferenças de atribuição das pontuações
intermediárias, nesta atualização se propõe um guia, na tabela 9, que
endereçará o técnico avaliador à sua correta utilização. Ao usar esta tabela
deve-se proceder da seguinte forma:-
- calcular a frequência de ação (por membro) e controlar se o
trabalhador tem ou não a possibilidade de fazer breves interrupções. Por
exemplo, na presença de ritmo praticamente imposto pela máquina
(sobre linhas em movimento) a possibilidade de fazer breves
interrupções (beber um copo de água, parar só por poucos segundos)
está ausente, enquanto a possibilidade de interromper o trabalho para
una breve pausa está sempre presente nos trabalhos em “bancada” ou
também, muitas vezes, nas linhas de montagem que oferecem a
possibilidade de modular o ritmo (postos com “pulmão”).
- uma vez identificado o valor da frequência, se houver breves
interrupções, escolher a correspondente pontuação de frequência na
seção A da tabela 9; se não houver interrupções escolher o valor na
seção B. Devem ser evitadas ulteriores pontuações intermediárias.

b) cálculo através de planilha informática

Continuando o exemplo de preenchimento já proposto anteriormente


(exemplo 1) figura 4 chegou-se a determinar que o tempo total de ciclo ou
cadência era igual a 60 segundos (tempo observado de 58 segundos, com
uma aceitável discrepância, em relação ao tempo calculado, de 3%).
Escrevendo nas células apropriadas da planilha Excel do Checklist OCRA
o número de ações técnicas levantadas (50 ações à direita e 30 à
esquerda), teremos automaticamente a contagem da frequência (figura
10). A fim de se obter a correta pontuação de frequência, marcar com um
"x", na célula apropriada, se existe ou não a possibilidade de breves
interrupções. As pontuações correspondentes para a frequência
aparecerão automaticamente respectivamente para o lado direito e o lado
esquerdo, levando em conta as pontuações intermediárias anteriormente
descritas.

Atualização Checklist OCRA 2013


25

Figura 10 – Exemplo 1: Cálculo automático da frequência e da respectiva pontuação na


presença de uma só ação dinâmica

Cálculo das ações técnicas estáticas

a) cálculo clássico manual

O cálculo do valor para as ações técnicas estáticas é obtido pelo seguinte


procedimento:
- identificação, dentro do ciclo, das ações de segurar com pega
constante de objetos ou ferramentas por um tempo igual ou superior a 5
segundos consecutivos;
- determinação do tempo total da ação de segurar como soma dos
segundos identificados;
- comparação e cálculo em porcentagem (%) em relação ao Tempo
Total de Ciclo efetivo (ou cadência).
- determinação da pontuação baseada nos seguintes intervalos de
duração: 0-50% = 0 pontos; 51%-80% = 2,5 pontos; 81%-100% = 4,5
pontos.
O valor final da frequência de ação estática será indicado no quadro
apropriado.
Pode-se incorrer numa situação de presença simultânea de ações
estáticas e dinâmicas (por exemplo: cortar com faca: a mão segura
“constantemente” o cabo da faca - ação estática -, enquanto corta - ações
dinâmicas).

Atualização Checklist OCRA 2013


26

Neste caso, para definir o valor final do fator frequência, deverá ser
considerada como pontuação representativa da frequência o valor mais
alto entre a pontuação de frequência obtida para as ações dinâmicas e a
pontuação de frequência obtida para as ações estáticas.

b) cálculo através de planilha informática

Consideremos um novo contexto (exemplo 2) que apresenta sempre um


ciclo de 60 segundos, no qual a mão esquerda apresenta tanto uma pega
estática (durante quase o tempo todo) quanto ações dinâmicas iguais a 30
ações por minuto. Após preencher na planilha os espaços dedicados
(figura 11), obteremos automaticamente o cálculo da pontuação final da
frequência, que compara as duas pontuações da frequência estática e
dinâmica, escolhendo a seguir, como representativo, o pior (estática).

Figura 11 – Exemplo 2: Cálculo automático da frequência e da respectiva pontuação na


presença de ações dinâmicas e estáticas

Atualização Checklist OCRA 2013


27

Uso de força

Para superar a dificuldade de avaliar a força interna desenvolvida, sem


recorrer a ferramentas dedicadas, também no caso do preenchimento do
Checklist OCRA sugere-se a utilização da escala de Borg CR-10 através
de entrevistas aos trabalhadores para descrever o esforço muscular
subjetivamente percebido durante a execução de uma tarefa de trabalho
(1).
A quantificação do esforço percebido por todo o membro superior deveria
ser efetuada em cada ação técnica individual que compõe o ciclo; para fins
práticos podem ser ignoradas as ações que requerem uma solicitação
muscular mínima ou leve (escala de Borg = de 0,5 a 2), para depois aplicar
o procedimento de avaliação da solicitação através da escala de Borg CR-
10 só para as ações (ou agregações de ações) que requerem uma
solicitação de força pelo menos “moderado” (escala de Borg igual ou
superior a 3). A avaliação será completada determinando a duração
porcentagem de cada nível de solicitação igual ou superior a 3 em relação
ao tempo de ciclo.
De experiências adquiridas surgem algumas sugestões práticas de
aplicação do método de entrevista do trabalhador que permitem obter
informações confiáveis e também superar algumas incertezas ligadas ao
uso de dados “subjetivos”.
Na tabela 12 é proposto um modelo de aplicação da escala de Borg para o
levantamento das informações sobre o esforço físico percebido.

ESCALA DE BORG (CR 10)


0 TOTALMENTE AUSENTE
0,5 EXTREMA/LEVE
1 MUITO LEVE
2 LEVE
3 MODESTA
4
5 FORTE
6
7 MUITO FORTE
8
9
10 EXTREMAMENTE FORTE (PRATICAMENTE MAXIMA)
Tabela 12 – Escala de Borg CR-10

Atualização Checklist OCRA 2013


28

Para uma correta entrevista é oportuno seguir as fases operacionais a


seguir listadas:
- o estudo da força segue aquele relativo à sequência das ações
técnicas: deve-se ter já conhecimento de como se desenvolve o ciclo;
- pode ser mais eficaz entrevistar o(s) trabalhador(es) através do técnico
da empresa que participou da primeira fase de análise do trabalho e da
descrição das ações técnicas;
- deve-se perguntar ao(s) trabalhador(es) se dentro do ciclo existem
ações técnicas que requerem uma considerável força muscular dos
membros superiores; esta modalidade de fazer a pergunta é importante
porque com frequência o trabalhador confunde o esforço muscular com
o cansaço geral que sente no fim do turno;
- uma vez extrapoladas as ações com uso de força, deverá ser solicitado
ao(s) trabalhador(es) de atribuir, a cada uma delas, uma das indicações
da Escala de Borg CR10, expressa com o termo verbal e não numérico
(ex: leve, moderada, etc...); esta modalidade de efetuar a pergunta, isto
é, de descrever o nível de força sem usar as pontuações, é importante
porque muitas vezes o trabalhador toma como referência as escalas
escolares de avaliação. A cada ação identificada corresponderá uma
pontuação progressiva de 0 a 10 (tabela 12). O pesquisador atribuirá
depois a cada ação indicada a relativa duração em fração de tempo em
relação à duração do ciclo;
- devido à finalidade prioritariamente preventiva dos procedimentos de
avaliação da exposição, é importante que se solicite ao trabalhador de
explicar o motivo da eventual presença de “esforço físico” para as ações
assinaladas como trabalhosas. Esta informação é de interesse prático
imediato porque, às vezes, a presença de força ao executar uma ação, é
devida à presença de um defeito técnico do produto ou à ineficiência das
ferramentas utilizadas, de uma avaria, de uma escolha errada dos
auxílios mecânicos, problemas que muitas vezes podem ser facilmente
resolvidos.
- é importante que o(s) próprio(s) trabalhador(es) atribuam a “pontuação”
do esforço físico percebido durante o desenvolvimento das diversas
ações. Deixar que um observador externo atribua “pontuação” de
esforço pode comportar erros significativos. De fato, sobretudo em
ações executadas com a ponta dos dedos ou das pequenas articulações
ou em determinadas posições articulares (apertar um botão, uma
alavanca com os dedos, ações de “pinch”, braços levantados, etc.) é
dificilmente percebida por um observador externo o uso de força,
mesmo quando significativa.

Atualização Checklist OCRA 2013


29

É aconselhável que o próprio entrevistador experimente executar a


operação, seja para ajudar o trabalhador a exprimir o juízo sobre o nível
di força seja para ele mesmo validar o resultado obtido;
- obtidas todas as informações do(s) trabalhador(es), a pontuação final
representará a pontuação média ponderada para o conjunto das ações
do ciclo.
Os resultados obtidos pela aplicação da Escala de Borg por meio de
entrevista, resultam o mais das vezes confiáveis quando têm como origem
um adequado número de trabalhadores (quando possível) que executam o
mesmo trabalho: este obviamente permite reduzir muito a subjetividade do
resultado. Deve ser usado sempre o valor “modal” expresso pelos
trabalhadores: para esta finalidade é também oportuno considerar em
separado, e para outros fins, os “juízos” expressos por indivíduos
portadores de patologias músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho
dos membros superiores.

a) cálculo clássico manual da pontuação para a força

No Checklist o esquema proposto para o estudo da força compreende 3


blocos semelhantes (tabela 13) como conteúdo descritivo dos momentos
operacionais que comportam desenvolvimento de força, mas diferentes
entre si pelo nível de força necessário.
Estes blocos compreendem, de fato, a descrição de algumas das
atividades ocupacionais mais comuns que prevêem respectivamente o uso
de força intensa quase máxima com valores de 8 ou mais na escala de
Borg (primeiro bloco), o uso de força forte com valores de 5, 6 e 7 na
escala de Borg (segundo bloco) e o uso de força moderada com valores de
3 ou 4 na escala de Borg (terceiro bloco). As atividades a descrever no que
diz respeito ao uso dos 3 diferentes graus de força são: puxar ou empurrar
alavanca, apertar botões, fechar ou abrir, pressionar ou manusear
componentes, usar ferramentas. É possível acrescentar outros itens para
representar outras ações identificadas em que seja necessário o uso da
força.
Para o preenchimento do esquema proposto, após ter obtido as
informações com as modalidades de entrevista antes descritas, para as
ações com força presente igual ou superior a 3, deverá ser identificada a
duração em relação ao tempo de ciclo. Para os vários cenários, para
diferentes níveis de força e duração, são previstos diferentes pontuações:
em caso de presença de mais cenários, as pontuações obtidas nos três
blocos deverão ser somadas para se obter a pontuação final.

Atualização Checklist OCRA 2013


30

FATOR FORÇA
PRESENÇA DE ATIVIDADES DE TRABALHO COM USO REPETIDO DE FORÇA DAS MÃOS E DOS
BRAÇOS (pelo menos uma vez a cada ciclo durante toda a operação ou tarefa analisada):
( ) SIM ( ) NÃO
Podem ser escolhidas mais respostas: Somar a pontuações parciais obtidas. Escolher se necessário mais pontuações
intermediárias e somar
A ATIVIDADE LABORAL EXIGE USO DE FORÇA QUASE MÁXIMA (pontuação de 8 ou mais da escala de Borg)
AO:
Puxar ou empurrar alavancas
PONTUAÇÃO D E
Fechar ou abrir
6 2 segundos a cada 10 minutos
Apertar ou manipular componentes
12 1 % do tempo
Usar ferramentas
24 5 % do tempo
Usar o peso do corpo para executar uma ação de trabalho Mais de 10% do tempo
32 (*) condição não aceitável
Manipular ou levantar objetos
A ATIVIDADE LABORAL EXIGE USO DE FORÇA FORTE OU MUITO FORTE (pontuação 5-6-7 da escala de Borg)
AO:
Puxar ou empurrar alavancas
PONTUAÇÃO D E
Apertar botões
4 2 segundos a cada 10 minutos
Fechar ou abrir
8 1 % do tempo
Apertar ou manusear componentes
16 5 % do tempo
Usar ferramentas Mais de 10% do tempo
24 (*)condição não aceitável
Manipular ou levantar objetos
A ATIVIDADE LABORAL EXIGE USO DE FORÇA MODERADA (pontuação 3-4 da escala de Borg) AO:
Puxar ou empurrar alavancas PONTUAÇÃO D E
Apertar botões 2 1/3 do tempo
Fechar ou abrir
4 Cerca da METADE do tempo
Apertar ou manusear componentes
6 MAIS da metade do tempo
Usar ferramentas
Manipular ou levantar objetos 8 Quase TODO o tempo

Tabela.13 - Checklist OCRA: avaliação do Fator Força

b) calculo da pontuação da força através da planilha informática

Na figura 12 é apresentado um exemplo de estimativa da pontuação de


força utilizando a planilha (ERGOepm_NEWcheclistOCRAauto(v1) BRA
130226) . Nela será suficiente marcar com um “X” o cenário ou os cenários
correspondentes àqueles identificados através da entrevista, para obter
automaticamente a pontuação final para a força.

Atualização Checklist OCRA 2013


31

Figura 12 – Exemplo 1: Cálculo automático da pontuação da força através do modelo clássico

Para atender às diversas exigências expressas pelos diferentes


utilizadores do Checklist OCRA, criou-se uma planilha alternativa àquela já
apresentada (ERGOepm_NEWchecklistOCRAautoAP(v1) BRA 130226)
que permite aumentar a precisão da análise. Essa planilha, de fato, em vez
de utilizar o andamento temporal a “tercinas”, requer, para exprimir a
duração do evento, diretamente a definição dos tempos em segundos
(figura 13). Para o cálculo automático das pontuações de força o software
relativo utiliza as pontuações intermediárias apresentadas na tabela 14.

FORÇA 3-4
Tempos em % 5 10 18 26 33 37 42 46 50 54 58 63 67 75 83 92 100

Pontuações 0,50 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00

FORÇA 5-6-7
Tempos em % 0,33 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,63 6,25 6,88 7,50 8,13 8,75 9,38 10,00

Pontuações 4,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00 21,00 22,00 23,00 24,00

FORÇA 8-9-10
Tempos em % 0,33 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33 2,67 3,00 3,33 3,67 4,00 4,33 4,67 5,00 5,63 6,25 6,88 7,50

Pontuações 6,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00 21,00 22,00 23,00 24,00 25,00 26,00 27,00 28,00

Tempos em % 8,13 8,75 9,38 10,00

Pontuações 29,00 30,00 31,00 32,00

Tabela.14 - Checklist OCRA: Pontuações intermediárias utilizadas no modelo de calculo


automático da pontuação de força que prevê a inserção dos tempos em segundos

Atualização Checklist OCRA 2013


32

Figura 13 – Exemplo 3: cálculo automático da pontuação da Força utilizando a duração (em


segundos) dos cenários previstos

Avaliação da presença de posturas inadequadas

A acurada descrição das principais posturas e movimentos inadequados


deve ser considerada um elemento de predição da localização articular
das patologias músculo-tendíneas relacionadas ao trabalho.
Na avaliação do risco postural lembramos que devem ser descritas e
quantificadas temporalmente só as posturas e os movimentos
inadequados se a inadequação estiver presente quando a articulação
trabalha em áreas superiores a 50% de sua máxima excursão angular (1).
Os segmentos articulares analisados, assim como as correspondentes
posturas inadequadas estão na planilha específica de preenchimento do
Checklist (figura 14).

FIGURA 14

Atualização Checklist OCRA 2013


33

Atualização Checklist OCRA 2013


34

A avaliação do risco postural prevê três principais momentos operacionais:


- a descrição das posturas e/ou dos movimentos inadequadas
separadamente para as articulações escápulo-umerais, do cotovelo, do
punho e da mão (tipo de pega e movimentos dos dedos)
respectivamente à direita e à esquerda.
- se a articulação trabalha em área de inadequação, proceder à
temporização do fenômeno dentro do ciclo (1/3, 2/3, 3/3 do tempo de
ciclo ou de um período de observação ou do tempo de trabalho
repetitivo).
Observa-se que as pontuações para a articulação do ombro consideram
frações temporais já a partir de 1/10 do tempo e têm por objetivo
evidenciar a presença de um ângulo do braço, em relação ao tronco, em
flexão ou em abdução superior a 80° (braços quase à altura dos
ombros) ou extensões extremas.
- o destaque da presença de estereotipia de movimentos ou de segurar,
isto é de gestos laborais do mesmo tipo (independentemente se
executados em posturas ou movimentos inadequados) identificáveis
através da observação de:
 ações técnicas ou grupos de ações técnicas iguais a si mesmas que
se repetem por mais de 50% do tempo de ciclo ou por quase o ciclo
inteiro;
 posições estáticas mantidas iguais a si mesmas por mais de 50% do
tempo de ciclo ou quase o ciclo inteiro (por ex.: segurar em pega
prolongada facas ou parafusadeiras, etc.);
 ciclos de duração brevíssima, inferior a 15 segundos ou até mesmo
inferiores aos 8 segundos, obviamente caracterizados pela presença
de ações dos membros superiores.

a) cálculo clássico manual da pontuação para a posturas e movimentos


inadequados

Os blocos de perguntas com as letras A e D descrevem cada qual um


segmento articular (figura 14); o último bloco descreve a presença de
estereotipia (figura 14).
Para cada cenário de postura inadequada (postura/movimento cuja
duração é toda vez registrada) é indicada a correspondente pontuação de
risco.

Atualização Checklist OCRA 2013


35

No que diz respeito à estereotipia, lembramos que pode ser de:


-grau elevado: quando o tempo de ciclo é inferior a 8 segundos
(obviamente os membros superiores devem ser ativos!) ou quando
ações técnicas idênticas ocupam quase o tempo todo, a pontuação é
igual a 3.
-grau intermediário quando o tempo de ciclo está compreendido entre 8
e 15 segundos ou quando ações técnicas idênticas ocupam 2/3 do
tempo, a pontuação é igual a 1,5.
Entre as pontuações obtidas de cada um dos segmentos articulares (A – B
– C – D) deve ser escolhido só o mais alto, a ser somado ao da
estereotipia (E) quando houver: o resultado da soma constituirá a
pontuação para a postura.
As perguntas descritivas da postura, em cada articulação são muito
simples. Deverá ser descrito :
- para os braços, durante quanto tempo são mantidas aproximadamente
à altura dos ombros (deverá ser praticamente controlada a altura do
cotovelo em relação à altura do ombro) ou em outras posturas
extremas (extensão do braço);
- para o punho, se serão assumidas posições inadequadas (flexões-
extensões superiores a 45° e/ou desvios rádio-ulnares muito
evidentes);
- para o cotovelo, se serão realizados movimentos muito amplos em
flexo-extensão (60° ou um percurso, entre o pegar e o posicionar um
objeto, de pelo menos 40 cm) ou em prono-supinação com ângulo
superior a 60° (rotação quase completa dos objetos);
- para a mão se o tipo de pega será em pinch, em pega palmar ou em
pega em gancho (figura 15).
FIGURA 15

GRIP PINCH PINCH PINCH

PINCH PRESA A UNCINO


PEGAS EM PRESA
GANCHOA UNCINO PRESA
PEGA PALMARE
PALMAR

Atualização Checklist OCRA 2013


36

No que concerne à articulação escápulo-umeral, estudos recentes indicam


que deve ser considerada a presença de risco já quando o braço (ou o
cotovelo) é mantido quase à altura dos ombros ou mais, por mais de 10%
do tempo (11).
Para as pegas em grip ideais não são previstas pontuações: quando
porém a pega em grip não é ideal (por exemplo: quando ao utilizar uma
faca ou uma parafusadeira o indicador é estendido para frente para melhor
orientar a direção da ponta ou para apertar um botão) pode ser previsto
uma pontuação, intermediária às indicadas, igual a 1 (para cerca de 1/3 do
tempo), 2 (para cerca 2/3 do tempo) e 3 (para aproximadamente o tempo
todo). Lembramos também que a presença de ações em grip, iguais a si
mesmas, por 2/3 ou mais do tempo, ainda que não gerem pontuações de
risco, introduzem pontuações de estereotipia.
Em cada caso é possível usar pontuações intermediárias.

b) cálculo da pontuação para as posturas e os movimentos inadequadas


através de planilha informática

Na figura 16 é apresentado um exemplo de estimativa da pontuação para


o fator postura utilizando a planilha (NEWchecklistOCRAauto(v1) 10-11-
10). Nela será suficiente marcar com um “X” o cenário ou os cenários
correspondentes àqueles identificados para se obter automaticamente a
pontuação final para a postura.

FIGURA 16 - Exemplo 1: cálculo automático da pontuação da postura inadequada

Atualização Checklist OCRA 2013


37

Conforme já falado no parágrafo sobre posturas, foi criada uma planilha


alternativa àquela já apresentada (NEWchecklistOCRAautoAP(v1) 10-11-
10) que permite aumentar a precisão da análise. Esta planilha, em vez de
utilizar o andamento temporal em “tercinas”, usa, para exprimir a duração
do evento, diretamente os tempos em segundos (figura 17).

Figura 17 - Exemplo 3: cálculo automático da pontuação da postura utilizando diretamente a


duração em segundos dos cenários previstos.

Neste software são utilizadas também pontuações intermediárias,


conforme a tabela 15.

OMBRO

Tempos 0,03 0,05 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,25 0,28 0,31 0,34 0,37 0,40 0,43

Pontuações 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 9,00 10,00

Tempos 0,46 0,50 0,54 0,58 0,62 0,66 0,70 0,74 0,78 0,82 0,86 0,90 0,94 1,00

Pontuações 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00 21,00 22,00 23,00 24,00

COTOVELO

Tempos 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,31 0,37 0,44 0,50 0,54 0,57 0,61 0,65 0,69 0,72 0,76 0,80 1,00

Pontuações 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,00

PUNHO

Tempos 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,31 0,37 0,44 0,50 0,54 0,57 0,61 0,65 0,69 0,72 0,76 0,80 1,00

Pontuações 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,00

MÃO

Tempos 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,31 0,37 0,44 0,50 0,54 0,57 0,61 0,65 0,69 0,72 0,76 0,80 1,00

Pontuações 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,00

Tabela 15– Pontuações intermediárias utilizadas no Software para o cálculo do fator postura
em função dos tempos de exposição

Fatores de risco complementares

Para a classificação dos fatores complementares, no Checklist OCRA


existem dois blocos (tabela 16) dos quais o primeiro compreende cenários
com fatores complementares físico-mecânicos e o segundo fatores
organizacionais.

Atualização Checklist OCRA 2013


38

FATOR RISCOS COMPLEMENTARES


Escolher uma única resposta por bloco e somar os valores para obter a pontuação final
FATORES FÍSICOS (a)

Luvas inadequadas à preensão (incômodas, muito espessas, de tamanho não apropriado)


2
necesárias para o trabalho executado, são usadas durante mais da metade do tempo)

Há movimentos bruscos ou de arranque ou contragolpes com freqüências de 2 por minuto ou mais 2

Há impactos repetidos (uso das mãos para golpear) com freqüências de pelo menos 10
2
vezes/hora

Há contatos com superfícies frias (inferiores a 0 graus) ou se executam trabalhos em câmaras


2
frigoríficas durante mais da metade do tempo
São usadas ferramentas vibratórias ou parafusadeiras com contragolpe durante pelo menos 1/3 do
tempo. Atribuir o valor 4 no caso de uso de ferramentas com elevado conteúdo de vibrações (ex.: 2
martelo pneumático; lixadeira, etc.) quando utilizadas durante pelo menos 1/3 do tempo
São usadas ferramentas que provocam compressões sobre as estruturas músculo-tendíneas
2
(verificar a presença de vermelhidão, calos , etc. na pele).

São executados trabalhos de precisão durante mais da metade do tempo (trabalhos em áreas
2
inferiores a 2 - 3 mm.) que requerem distância visual próxima

Há mais fatores complementares que considerados no total ocupam mais da metade do tempo
2
(como: )

Há um ou mais fatores complementares que ocupam quase o tempo todo


3
(como: )

FATORES ORGANIZACIONAIS (b)


Os ritmos de trabalho são determinados pela máquina mas existem áreas de “pulmão” e,
1
portanto, se pode acelerar ou desacelerar o ritmo de trabalho
Os ritmos de trabalho são completamente determinados pela máquina 2
Tabela 16 – Checklist OCRA: Avaliação dos Fatores Complementares

a) cálculo clássico manual da pontuação para os fatores complementares

Conforme a lista da tabela 16 é prevista uma divisão dos fatores


complementares em duas partes:
- na primeira parte, relativa só aos fatores de natureza físico/mecânica, é
prevista a atribuição de uma pontuação igual a “2” quando ocorrem as
circunstâncias de duração (> 50% do tempo) ou de frequência (n.
eventos por minuto) especificamente descritas e uma pontuação igual a
“3” quando existem mais fatores que ocupam quase o tempo inteiro.

Atualização Checklist OCRA 2013


39

Deve ser atribuído um valor mais elevado (pontuação = 4) em caso de


uso de ferramentas com elevado conteúdo de vibrações (ex.: martelo
pneumático, rebolos flexíveis etc.) quando utilizados por pelo menos 1/3
do tempo. Atribui-se também a pontuação “2” quando houver golpes ou
contragolpes com frequências de 2 ou mais por minuto ou quando
houver impactos repetidos (uso das mãos como ferramentas) com
frequências de, pelo menos, 10 vezes/hora;
-na segunda parte, entre os cenários organizacionais, estão indicadas
duas situações que geram pontuações pela presença do fator de risco:
-os ritmos de trabalho são determinados pela máquina, mas existem
“zonas pulmão” podendo, portanto, ser modulado, pelo menos em
parte, o ritmo de trabalho (ex.: linha de montagem em que a
trabalhadora “chama” a peça para o seu posto de trabalho, quando
acabou a anterior: pode, portanto, acumular uma reserva de poucas
peças);
-os ritmos de trabalho são completamente determinados pela
máquina: aplica-se quando o trabalhador deve trabalhar na linha com
ritmos absolutamente prefixados (ex.: linha em movimento).
Podem ser utilizadas pontuações intermediárias ou também inferiores
(porém nunca superiores) às indicadas, sobretudo para aqueles fatores
que podem apresentar diferente nível di risco: ex.: diferente nível de
exposição a vibrações etc.
Para cada um dos dois blocos (fatores físico-mecânicos e fatores
organizacionais) deve ser escolhida uma única resposta: a soma das
pontuações parciais obtidas pelos blocos fornece a pontuação para os
fatores complementares.

b) cálculo da pontuação para os fatores de risco complementares através


da planilha informática

Na figura 18 é apresentado um exemplo de estimativa da pontuação para


os fatores de risco complementares sempre utilizando a planilha
(NEWchecklistOCRAauto(v1) 10-11-10). Nesta planilha será suficiente
marcar com um “X” o cenário ou os cenários correspondentes àqueles
identificados, para se obter automaticamente a pontuação final para os
fatores de risco complementares. Para estes fatores não estão previstos
levantamentos nos tempos: no modelo da planilha
NEWchecklistOCRAautoAP(v1) 10-11-10 o levantamento é feito também
colocando um “X” quando se apresenta um determinado cenário.

Atualização Checklist OCRA 2013


40

Figura 18 - Exemplo 1: cálculo automático da pontuação para os fatores


complementares de risco, segundo o modelo mais clássico

Cálculo da pontuação final do Checklist OCRA

Para se obter o valor da pontuação final do Checklist OCRA é suficiente


somar as pontuações obtidas para cada um dos fatores de risco:
frequência, força, postura e complementares, em separado para o membro
direito e o membro esquerdo, e multiplicar esta soma para o fator de
recuperação e o fator duração (figura 2).
Tendo em vista que os valores numéricos indicados no Checklist OCRA
foram “calibrados” no modelo de cálculo do Índice de exposição OCRA, o
valor final pode ser por sua vez lido em função da faixa de
correspondência com os valores OCRA (8) assim como está indicado na
tabela 17.

PREVISÃO DE %
CHECK LIST OCRA FAIXAS RISCO PATOLÓGICOS

até 7,5 2,2 VERDE ACEITÁVEL < 5,3

BORDERLINE OU
7,6 – 11,0 2,3 – 3,5 AMARELA 5,3 – 8,4
MUITO LEVE

11,1 – 14.0 3,6 – 4,5 VERMELHA LEVE LEVE 8,5 – 10,7

14,1 – 22,5 4,6 – 9,0 VERMELHA MÉDIA MÉDIO 10,8 – 21,5

> 22,6 > 9,1 VIOLETA ELEVADO > 21,5


Tabela 17 – Critérios de Classificação (por faixa de exposição) dos valores finais do Índice
OCRA e do Checklist OCRA e correspondente estimativa da ocorrência da porcentagem(%) de
trabalhadores com patologias de membros superiores (UL-WMSD)

Atualização Checklist OCRA 2013


41

Breves notas conclusivas

Estas anotações de método relativos à checklist OCRA se limitam à


atualização de seus conteúdos “intrínsecos”: elas não dizem respeito,
portanto, aos aspectos da análise relativa a mais tarefas, que se encontra
em outros trabalhos (3,4,5, 7,9,10).
No que diz respeito à descrição e utilização do database que compara
dados expositivos e dados clínicos, dos quais foi obtida a fórmula preditiva,
ver a bibliografia citada (1,2, 8).
Retomando a definição do sistema OCRA proposto na figura 1, mesmo
tendo sido observado que este trabalho trata somente das atualizações
intrínsecas do Checklist, achamos útil concluir o estudo completando a
ilustração deste sistema (toolkit) com as suas ferramentas de medida,
também informáticas, especificamente preparadas (figura 19).

Figura 19 – O Sistema OCRA e seus três instrumentos e os softwares específicos

Para permitir uma aplicação mais fácil da avaliação do risco nos três níveis
de atuação que compõem o sistema OCRA, estão disponíveis (e podem
ser baixados gratuitamente do site www.epmresearch.org) diferentes
planilha (em Excel®) que satisfazem algumas exigências especificas de
avaliação. Foram descritos neste trabalho os softwares para a minicheck,
um para tarefas simples e um para multitask.

Atualização Checklist OCRA 2013


42

Para o Checklist clássico, além do software de mapeamento (já pronto há


algum tempo) estão disponíveis os softwares para o cálculo automático de
umo Checklist clássico completada por um modelo de alta precisão. Ainda
para o Checklist estão sendo preparados modelos para o cálculo de
exposição a tarefas longas ou para exposição a tarefas múltiplas de ciclo
semanal ou também anual. Os softwares prontos estão disponíveis e
podem ser baixados gratuitamente do site: www.epmresearch.org
Para o Índice OCRA, que há tempo oferece uma ferramenta de cálculo
seja mono ou multitask, serão em breve preparados modelos capazes de
efetuar a análise do risco através da decomposição do ciclo em fases e a
sucessiva recomposição com a dupla função de balanceamento do
trabalho e de gestão do risco.
A todas estas ferramentas (e sistema) está ligada idealmente a
contribuição central deste trabalho relativo à fase preliminar de
identificação (key enter) e avaliação rápida (quick assessment) dos riscos
de sobrecarga biomecânica dos membros superiores.
Sempre se observou que a avaliação do risco por movimentos repetitivos é
complexa devido à quantidade e variabilidade dos fatores de risco a serem
considerados: com certeza não foram ainda resolvidos todos os problemas
de avaliação mas podemos considerar que, graças à colaboração contínua
de muitos trabalhadores, italianos e estrangeiros, foram feitos passos
decisivos no caminho da simplificação, da articulação das ferramentas em
função dos objetivos de prevenção e da definição dos relativos critérios de
aplicação.

Resumo

Nos últimos anos, após a publicação do volume “O método OCRA para a


análise e a prevenção do risco por movimentos repetitivos publicado em
2005 por Franco Angeli Editore, houve um grande incremento no uso do
Checklist OCRA como ferramenta de avaliação e de mapeamento do risco
por sobrecarga biomecânica dos membros superiores. Seja através de
atuações pessoais dos pesquisadores da Unidade de Pesquisa EPM
(Ergonomia da Postura e do Movimento), seja por parte de colaboradores
e utilizadores, surgiram numerosas sugestões de melhorias para facilitar e
tornar mais preciso o resultado das avaliações. Devido ao volume e à
relevância da experiência adquirida, achou-se necessário produzir esta
atualização metodológica, que neste trabalho está limitada ao método
checklist básico, o mono-tarefa (execução de uma só tarefa no turno).
Junto com as atualizações conceituais do método checklist OCRA clássico

Atualização Checklist OCRA 2013


43

serão apresentadas duas novas ferramentas de avaliação informáticas


para facilitar a análise do risco através do Checklist OCRA.

Abstract
Background
In recent years after the publication of the book "The OCRA method for the
analysis and prevention of risk from repetitive motions published in 2005 by
Franco Angeli Editore, there was a significant increase in the use of OCRO
Checklist as a tool for assessment and mapping of the risk by
biomechanical overload of the upper limbs. In the mean time many
suggestions for improving the accuracy of the methodology and to make
the applications easier came out while applying the methodology.
Suggestions were also made by teachers and attendants within the EPM
(Ergonomics of Posturas and Movement) courses.
Objective sand method
Due to the amount and relevance of experience acquired, it was
considered appropriate and necessary to produz this chapter as a method
update, which here is limited to the basic checklist method, the single-task
(a single repetitive task in the shift).
Results and conclusion
In this paper beyond the update of the classic OCRA Checklist method, two
new software assessment tools to facilitate risk analysis are presented.

Bibliografia

(1) COLOMBINI DANIELA, OCCHIPINTI E., FANTI M. Il metodo OCRA per


l’analise e la prevenzione del risco da movimentos ripetuti. Collana Salute
e trabalho, Franco Angeli Editore, 2005.
(2) COLOMBINI D. ,.OCCHIPINTI E.: Preventing upper limb work related
musculoskeletal disorders (UL-WMSDs): new approaches in job (re)design
and current trends in standardization. Applied Ergonomics 2006; 37; 4:
441-450.
(3) COLOMBINI D, OCCHIPINTI E. et al.: Repetitive movements of upper
limbs in agricolture: set up of annual exposure level assessment models
starting from OCRO Checklist via simple and practical tools. In Ed. Khalid
H.M. Proceedings of agriculture ergonomics development conference. IEA
Press, Kuala Lumpur, 2007.

Atualização Checklist OCRA 2013


44

(4) COLOMBINI D., OCCHIPINTI E.: The OCRA Method (OCRA Index and
Checklist). Updates with special focus on multitask analysis. Conference
Proceedings: AHFE 2008 Las Vegas, July 2008. Eds W. Karkwoski and G.
Salvendy. ISBN 978-1-60643-712-4.
(5) COLOMBINI D., OCCHIPINTI E., Ocra method: a new procedure for
analysing multiple repetitive tasks. Conference Proceedings of XV
Congreso National de Salud en el Trabajo, XI Congreso Latinoamericano
de Salud Laboral, LeonMexico, 10-12 Septiembre 2009
(6) COLOMBINI D.,.OCCHIPINTI E: La valutazione del risco da
sovraccarico biomeccanicoa del rachide e degli arti superiores con
strumenti semplificati: la minichecklist OCRA. Contenuti, campo applicativo
e validazione. La Medicina del Lavoro ….
(7) OCCHIPINTI E., COLOMBINI D., A. GRECO: Guidelines for the
prevention of work related muscolo-skeletal disorders: the Italian
experience. In Ed. W. Karwowski, Handbook of Standards and Guidelines
in Ergonomics and Human Factors.Lawrence Erlbaum Associates, New
Jersey, 2006: chapter IV, 307-316
(8) OCCHIPINTI E , COLOMBINI D: Metodo Ocra: aggiornamento dei
valori di riferimento e dei modelli di previsione dell’occorrenza di patologie
muscolo-scheletriche correlate al lavoro degli arti superiores (UL-WMSDs)
in popolazioni lavorative esposte a movimenti e sforzi ripetuti degli arti
superiori. Med Lav, 2004; 95; 305-319.
(9) OCCHIPINTI E.,COLOMBINI D.: Ocra method: a new procedure for
analysing multiple repetitive . Conference Proceedings 17th IEA Congress
of the International Ergonomics Association. Beijing (China), August 9-14,
2009
(10) OCCHIPINTI E., COLOMBINI D.: Método Ocra : messa a punto di una
nova procedura per l’analisi di compiti multipli con rotazioni infrequenti. La
Medicina del Trabalho 2009; 3:234-241
(11) PUNNETT L, FINE LJ, KEYSERLING WM, CHAFFIN DB: Shoulder
disorders and postural stress in automobile assembly work. Scandinavian
Journal Work Environmental Health 2000; 26 (4): 283-291

ANEXO

Atualização Checklist OCRA 2013


45

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

DADOS CORPORATIVOS DA EMPRESA - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA TAREFA


EMPRESA: DEPARTAMENTO:

SETOR: TAREFA:

EXECUTOR: DATA:

BREVE DESCRIÇÃO (indicar tambéma porcentagem (%) de tempo de permanência no posto de trabalho, num turno

Quantos turnos? (w): Nº de postos de trabalho com tarefas identicas a serem avaliadas(j):

N° total de trabalhadores lotados na tarefa avalida(k)=(w)x(j): N°Homens N°Mulheres

DESCRIÇÃO VALORES

Oficial
(a)
DURAÇÃO DO TURNO
Efetiva(a) minutos

OFICIAIS: horário e duração


(b)
PAUSAS
EFETIVAS: horário e duração (b) minutos

Oficial:
(c)
INTERVALO DE
REFEIÇÃO: horário e
duração: Efetiva(c) minutos

(d)
TRABALHOS NÃO REPETIVOS (ex.: limpeza, abastecimento, setup, etc.)(d)
minutos
(e)
TEMPO LIQUIDO DETRABALHO REPETITIVOcálculo: (e)=(a)-(b)-(c)-(d)
minutos

Programado:
(f)
Nº PEÇAS ou CICLOS
Efetivo:(f) unidades

TEMPO TOTAL DE CICLOCALCULADO (OUCADÊNCIA)cálculo:(g)= (e)x60 (g)


(f) segundos
(h)
TEMPO TOTAL DE CICLO OBSERVADO (CRONOMETRADO)(h)
segundos
CÁLCULO DA DIFERENÇA ENTRE TEMPO CALCULADO E OBSERVADO: (i)= (g)-(h) (i)
(g) %

Atualização Checklist OCRA 2013


46

FATOR FREQUENCIA
A ATIVIDADE DOS MEMBROS SUPERIORES E A FREQUÊNCIA DE AÇÃO NA EXECUÇÃO DOS CICLOS
É prevista uma única resposta para os dois blocos (AÇÕES DINÂMICAS ou AÇÕES ESTÁTICAS) e prevalece a pontuação mais alta;
épossível escolher valores intermediários.

CENÁRIO PARA A DETERMINAÇÃO DA FREQUENCIA DAS AÇÕES TÉCNICAS DINÂMICAS Puntuação Direito Esquerdo

Os movimentos dos braços são lentos com possibilidade de frequentes interrupções (20 ações
por minuto);) 0
Os movimentos dos braços não são muito velozes(30 ações/min ou uma ação a cada 2
segundos), com possibilidade de breves 1
interrupções;
Os movimentos dos braços são mais rápidos (cerca de 40 ações/min), mas com possibilidade
de breves interrupções; 3
Os movimentos dos braços são bastante rápidos (cerca de 40 ações/min), a possibilidade de
interrupções é mais escassa e não regular; 4
Os movimentos dos braços são rápidos e constantes (cerca de 50 ações/min), são possíveis
apenas pausas ocasionais e breves; 6
Os movimentos dos braços são muito rápidos e constantes; carência de interrupções torna
difícil manter o ritmo (60 ações/min); 8

Frequências elevadíssimas (70 ou mais por minuto), não são possíveis interrupções; 10

AÇÕES TÉCNICAS ESTÁTICAS


Puntuação Direito Esquerdo
Observar no tempo total do ciclo ou no periodo observado
É mantido um objeto em preensão estática por menosde 50% do tempo de ciclo ou do período
de observação 0
É mantido um objeto em preensão estática durante pelo menos 5 seg., que ocupa 2/3 do tempo
de ciclo ou do período de observação. 2,5
É mantido um objeto em preensão estática durante pelo menos 5 seg., que ocupa 3/3 do tempo
de ciclo ou do período de observação. 4,5
SINTESE DA FREQUENCIA DAS AÇÕES
DINAMICAS Direito Esquerdo

Nº de ações técnicas contadas no ciclo (x)

Tempo Total de Ciclo (y)

Frequencia de ações por minuto (x .60)


y

Presença de possibilidade de breves interrupções

Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO FINAL DO
FATOR FREQUENCIA

Nota:

Atualização Checklist OCRA 2013


47

FATOR RECUPERAÇÃO
Desenhar no grafico abaixo a distribuição das pausas efetivamente utilizadas e o intervalo de refeição
independentemente de ser icluida ou não no horário de trabalho. A seguir contar quantas horas não tiveram
recuperação adequada (relação 5:1 entre trabalho repetitivo e pausa). Lembrar que os 60 minutos antesa da
refeição (pelo menos 30 minutos de duração) e os ultimos 60 minutos de trabalho são considerados
“recuperados”
Número dehoras sem recuparação adequada

EMPRESA COM TURNO ADMINISTRATIVO

Inicio do Final do
GRAFICO DO HORARIO E RECUPERAÇÕES(1 retangulo = 1 hora)
turno turno

REFEIÇÃO

EMPRESA COM TURNOS CONTINUOS DE 8 HORAS

Inicio do Final do
GRAFICO DO HORARIO E RECUPERAÇÕES(1 retangulo = 1 hora)
turno turno

EMPRESA COM TURNOS CONTINUOS DE 6 HORAS

Inicio do turno GRAFICO DO HORARIO E RECUPERAÇÕES(1 retangulo = 1 hora) Final do turno

EMPRESA COM OUTROS TIPOS DE TURNOS


Inicio do Final do
GRAFICO DO HORARIO E RECUPERAÇÕES(1 retangulo = 1 hora)
turno turno

PONTUAÇÀO FINAL – MULTIPLICADOR DE RECUPERAÇÃO


Número de
horas sem 8 ou
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5
recuperação mais
adequada
Multiplicador
De 1 1,025 1,05 1,086 1,12 1,16 1,2 1,265 1,33 1,4 1,48 1,58 1,7 1,83 2 2,25 2,5
Recuperação

Nota:

Atualização Checklist OCRA 2013


48

FATOR FORÇA
PRESENÇA DE ATIVIDADES DE TRABALHO COM USO REPETIDO DE FORÇA DAS MÃOS E
DOSBRAÇOS (pelo menos uma vez a cada ciclo durante toda a operação ou tarefa analisada):
( ) SIM( ) NÃO
Podem ser escolhidasmais respostas: Somar a pontuações parciais obtidas. Escolher se necessário mais pontuações intermediárias e
somar

A ATIVIDADE LABORAL EXIGE USO DE FORÇA QUASE MÁXIMA (pontuação de 8 ou mais da escala de
Borg)AO:
Puxar ou empurrar alavancas
PONTUAÇÃO D E
Fechar ou abrir
6 2 segundos a cada 10 minutos
Apertar ou manipular componentes
12 1 % do tempo
Usar ferramentas
24 5 % do tempo
Usar o peso do corpo para executar uma ação de trabalho Mais de 10% do tempo
32 (*) condição não aceitável
Manipular ou levantar objetos
A ATIVIDADE LABORAL EXIGE USO DE FORÇA FORTE OU MUITO FORTE (pontuação 5-6-7 da escala de Borg)
AO:
Puxar ou empurrar alavancas
PONTUAÇÃO D E
Apertar botões
4 2 segundos a cada 10 minutos
Fechar ou abrir
8 1 % do tempo
Apertar ou manusear componentes
16 5 % do tempo
Usar ferramentas Mais de 10% do tempo
24 (*)condição não aceitável
Manipular ou levantar objetos
A ATIVIDADE LABORALEXIGE USO DE FORÇA MODERADA (pontuação 3-4 da escala de Borg) AO:
Puxar ou empurrar alavancas PONTUAÇÃO D E
Apertar botões 2 1/3 do tempo
Fechar ou abrir
4 Cerca da METADE do tempo
Apertar ou manusear componentes
6 MAIS da metade do tempo
Usar ferramentas
Manipular ou levantar objetos 8 Quase TODO o tempo

ESCALA DE BORG

0 0,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
MUITO
TOTAL/ EXTREMA/ MUITO MUITO MUITO
LEVE MODESTA MODERADA FORTE FORTE + FORTE MÁXIMA
AUSENTE LEVE LEVE FORTE FORTE ++
+++

Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO FINAL DO
FATOR FORÇA

Nota: descrições das ações com uso de força e motivos

Atualização Checklist OCRA 2013


49

FATOR POSTURA E MOVIMENTOS INADEQUADOS


OMBRO(a) Direito Esquerdo
FLEXÃO (80° ou mais) ABDUÇÃO (80° ou mais) EXTENSÃO (20°ou mais)

80° e oltre

O braço/os braços não ficam apoiados sobre o plano de trabalho, mas ficam levantados durante
1
pelo menos metade do tempo
Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas)
2
durante cerca de 10% do tempo
Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas)
6
durante cerca de 1/3 do tempo
Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas)
12
durante mais da metade do tempo
Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas)
24
durante quase o tempo todo

OBS: SE AS MÃOS TRABALHAREM ACIMA DA ALTURA DA CABEÇA, DOBRAR OS VALORES.24

Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO DO OMBRO(a)

COTOVELO(b) Direito Esquerdo


FLEXO - EXTENSÃO PRONO - SUPINAÇÃO O cotovelo deve executar amplos movimentos de
flexo-extensão ou prono-supinação, movimentos 2
bruscos durante cerca de 1/3 do tempo.
O cotovelo deve executar amplos movimentos de
flexo-extensão ou prono-supinação, movimentos 4
60° bruscos durante mais da metade do tempo.
O cotovelo deve executar amplos movimentos de
flexo-extensão ou prono-supinação, movimentos 8
bruscos durante o tempo inteiro.

Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO DO COTOVELO(b)

Atualização Checklist OCRA 2013


50

PUNHO (c) Direito Esquerdo


FLEXO - EXTENSÃO DESVIO RADIO-ULNAR O punho deve fazer desvios extremos ou assumir
posições incômodas (amplas flexões ou extensões
2
45° 45° ou amplos desvios laterais) durante pelo menos 1/3
do tempo.
O punho deve fazer desvios extremos ou assumir
posições incômodas durante mais da metade do 4
tempo
O punho deve fazer desvios extremos durante
8
quase o tempo todo

Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO DO PUNHO(c)

MÃOS e DEDOS(d) Direito Esquerdo


PINCH PINCH PEGA em GANCHO PEGA PALMAR

A mão pega objetos ou peças ou instrumentos com os dedos


( ) Com os dedos apertados (pinch);
durante cerca de 1/3 do tempo 2
( ) Mão quase completamente aberta (preensão palmar);
durante mais da metade do tempo 4
( ) Mantendo os dedos em forma de gancho
durante quase o tempo inteiro 8
( ) Outros tipos de preensão comparáveis às anteriores
Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO DA MÃO e DEDOS (d)

ESTEREOTIPIA(e) Direito Esquerdo


Moderada = presença de gestos de trabalho do ombro e/ou do cotovelo e/ou do punho e/ou das
mãos idênticos, repetidos durante mais da metade do tempo (ou tempo de ciclo entre 8 e 15 seg,
1,5
com conteúdo prevalente de ações técnicas, mesmo diferentes entre si, dos membros
superiores)
Elevada = presença de gestos de trabalho do ombro e/ou do cotovelo e/ou do punho e/ou das
mãos idênticos, repetidos quase o tempo todo (ou tempo de ciclo inferior a 8 seg,com conteúdo 3,0
prevalente de ações técnicas, mesmo diferentes entre si, dos membros superiores)

OBS: usar somente o valor mais alto obtido nos 4 blocos (a,b,c,d) e somá-lo ao valor da Estereotipa (se houver)

Direito Esquerdo
PONTUAÇÃO FINAL DO FATOR POSTURA

Nota:

Atualização Checklist OCRA 2013


51

FATOR RISCOS COMPLEMENTARES


Escolher uma única resposta por bloco e somar os valores para obter a pontuação final

FATORES FÍSICOS(a)

Luvas inadequadas à preensão(incômodas, muito espessas, de tamanho não


2
apropriado)necesárias para o trabalho executado,são usadas durante mais da metade do tempo)

Há movimentos bruscos ou de arranque ou contragolpes com freqüências de 2 por minuto ou mais 2

Há impactos repetidos (uso das mãos para golpear) com freqüências de pelo menos 10
2
vezes/hora

Há contatos com superfícies frias (inferiores a 0 graus) ou se executam trabalhos em câmaras


2
frigoríficas durante mais da metade do tempo
São usadas ferramentas vibratórias ou parafusadeiras com contragolpe durante pelo menos 1/3 do
tempo. Atribuir o valor 4 no caso de uso de ferramentas com elevado conteúdo de vibrações (ex.: 2
martelo pneumático; lixadeira, etc.) quando utilizadas durante pelo menos 1/3 do tempo
São usadas ferramentas que provocam compressões sobre as estruturas músculo-tendíneas (
2
verificar a presença de vermelhidão, calos , etc. na pele).

São executados trabalhos de precisão durante mais da metade do tempo (trabalhos em áreas
2
inferiores a 2 -3 mm.) que requerem distância visual próxima

Há mais fatores complementares que considerados no total ocupam mais da metade do tempo
2
(como:)
Há um ou mais fatores complementares que ocupam quase o tempo todo
(como: 3
)

FATORES ORGANIZACIONAIS(b)
Os ritmos de trabalho são determinados pela máquina mas existem áreas de “pulmão” e,
1
portanto, se pode acelerar ou desacelerar o ritmo de trabalho
Os ritmos de trabalho são completamente determinados pela máquina 2

PONTUAÇÃO FINAL DOS FATORES Direito Esquerdo


COMPLEMENTARES
Somar os valores dos blocos (a) + (b)
Nota:

Atualização Checklist OCRA 2013


52

CÁLCULO DA PONTUAÇÀO INTRINSECA

FREQUENCIA FORÇA POSTURA COMPLEMENTARES


MULTIPLICADOR PONTUAÇÃO
RECUPERAÇÃO INTRINSECA D

( + + + ) x =
FREQUENCIA FORÇA POSTURA COMPLEMENTARES
MULTIPLICADOR PONTUAÇÃO
RECUPERAÇÃO INTRINSECA E

( + + + ) x =
MULTIPLICADOR CORRETOR DOTEMPO LIQUIDO DE TRABALHO REPETITIVO
Multiplcar o valor da pontuação intrinseca pelo fator de correçào correpondentei:
TEMPO TEMPO TEMPO
FATOR FATOR FATOR
LIQUIDO LIQUIDO LIQUIDO
60-120 min 0,5 241-300 min: 0,85 421-480 min: 1,0

121-180 min 0,65 301-360 min 0,925 sup.480 min 1,5

181-240 min 0,75 361-420 min 0,95

PONTUAÇÃO INTRINSECA FATOR CORREÇÃO PONTUAÇÀO FINAL D

X =
PONTUAÇÃO INTRINSECA FATOR CORREÇÃO PONTUAÇÀO FINAL E

X =
CORRESPONDÊNCIA DE PONTUAÇÕES ENTRE CHEKLIST E ÍNDICE OCRA
PREVISÃO DE %
CHECK LIST OCRA FAIXAS RISCO
PATOLÓGICOS
até 7,5 2,2 VERDE ACEITÁVEL < 5,3
BORDERLINE OU
7,6 – 11,0 2,3 – 3,5 AMARELA 5,3 – 8,4
MUITO LEVE
11,1 –14.0 3,6 – 4,5 VERMELHA LEVE LEVE 8,5 – 10,7
14,1 – 22,5 4,6 – 9,0 VERMELHA MÉDIA MÉDIO 10,8 – 21,5
> 22,6 > 9,1 VIOLETA ELEVADO > 21,5

Note conclusive

EXECUTOR: ______________________________________________________ DATA: / /

Atualização Checklist OCRA 2013

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