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ANÁLISE ERGONOMICA DO TRABALHO:


DA TAREFA DOS SERVENTES DE DESCARREGAMENTO MANUAL DE
MATERIAIS NO CANTEIRO DE OBRA

ERGONOMIC ANALYSIS OF WORK:


OF THE TASK OF DOWNLOADING SERVERS MANUAL OF MATERIALS
IN THE CONSTRUCTION SITE

Vagner Silva, GONÇALVES 1


Claudia Dias, OLLAY 2

RESUMO

Atualmente, a ergonomia nos traz diversas ferramentas, métodos e protocolos de


análise ergonômica onde avaliam e apontam as condições em que o trabalhador
está submetido ao realizar determinada atividade. Com uso dessas ferramentas, é
possível identificar as situações que mais prejudicam a saúde do trabalhador, desde
o levantamento de carga excessiva, às posturas inadequadas e aos movimentos
repetitivos. Este estudo de caso apresenta dados referentes a uma análise
ergonômica do trabalho realizada na tarefa dos serventes responsáveis pelo
descarregamento manual de materiais no canteiro de obras no município de Itu/SP.
Para atingir este objetivo, realizou-se a análise dos dados por meio de estatística
descritiva simples da população de serventes com base em questionário individual
de observação indireta, filmagem da situação real de trabalho dos serventes e a
utilização da metodologia RULA (Rapid Upper Limb Analysis System). Os dados
obtidos neste trabalho permitem a compreensão dos riscos ergonômicos
identificados e aponta as causas de possíveis acometimentos de doenças
musculoesqueléticas relacionadas aos esforços físicos, posturas e movimento das
atividades dos serventes, bem como, apresentação de ações ergonômicas eficazes
para eliminar ou minimizar a exposição aos riscos ergonômicos.

Palavras chave: Análise ergonômica do trabalho.RULA.Atividades.


Descarregamento manual de materiais.

ABSTRACT

Currently, ergonomics brings us several tools, methods and protocols of ergonomic


analysis where they evaluate and point out the conditions under which the worker is
subjected to performing a certain activity. Using these tools, it is possible to identify
the situations that most affect the health of the worker, from the lifting of excessive
load, inadequate postures and repetitive movements. This case study presents data
referring to an ergonomic analysis of the work performed in the task of the servants
responsible for manual unloading of materials at the construction site in the
municipality of Itu / SP.

1
Pós Graduando em Ergonomia da Universidade Santo Amaro - SP.vasigo2009.vg@gmail.com
2
Professora orientadora: Mestre, Universidade Santo Amaro - SP. collay@prof.unisa.br
2

In order to reach this objective, the data analysis was performed by means of simple
descriptive statistics of the servants population based on an individual questionnaire
of indirect observation, filming of the actual work situation of the servants and the use
of the RULA (Rapid Upper Limb Analysis System). The data obtained in this study
allow the understanding of the identified ergonomic risks and points out the causes of
possible musculoskeletal disorders related to the physical efforts, postures and
movement of the servants activities, as well as the presentation of effective
ergonomic actions to eliminate or minimize exposure to ergonomic risks.

Keywords: Ergonomic analysis of work.RULA.Ativities. Manual unloading of


materials.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Onuk5,no segmento da construção civil, diante de várias


funções existes no canteiro de obras , a função de servente apresenta um grande
esforço físico por ser uma função de apoio a várias frentes de trabalho, pois além de
abastecer outros profissionais dentro do processo construtivo na manipulação e
manuseio dos matérias , tais como cimento, cilindros, chapas de compensado,
tábuas, barrotes, blocos, tijolos, vergalhões etc , os serventes tem como tarefa
executar a descarga de materiais das carretas para o abastecimento da obra, pois
tais tarefas acabam levando os serventes ao acometimento de problemas na
coluna e suas estruturas. Também é importante destacar também as posturas
estáticas assumidas na execução de tais tarefas, como permanecer agachado,
ajoelhado, em pé executando trabalhos acima do nível dos ombros, ou até mesmo
realizar rotações associadas a inclinação lateral do tronco.
Diante do exposto, a ergonomia procura adequar as tarefas em que os
trabalhadores exercem as suas características sejam elas física, cognitiva ou
organizacional, antevendo ou corrigindo a exposição aos riscos que estão expostos.
Uma outra definição de acordo com ABERGO8 descreve ergonomia como sendo:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada


ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros
elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e
métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho
global do sistema8.

Segundo a NR171 , que visa estabelecer parâmetros mínimos que permitam a


adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. No seu item 17.2 e 17.2.1.1 define as condições de trabalho
3

relacionadas ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais que


para o efeito de norma NR 17. “Neste sentido, uma das etapas da análise
ergonômica do posto de trabalho lida com uma questão primordial, que é avaliar os
fatores de riscos dos postos de trabalho que são potencialmente danosas ao sistema
musculoesquelético. Para isso, existe as ferramentas para avaliação ergonômica das
posturas de trabalho”.
A escolha da ferramenta ideal e o tipo de observação a ser aplicada, irá
depender cenário de risco em que o trabalhador estará exposto, pois através das
especificidades de cada tarefa exercida pelos trabalhadores e o membro de maior
esforço em sua atividade, deverá ser escolhida a ferramenta e a observação que
melhor atenderá da necessidade do trabalhador exposto ao risco .

RULA (Rapid Upper-limb assessment) é uma análise rápida dos membros


superiores, é um método simples de levantamento do informações com fins
de investigação ergonômica nos postos de trabalho que possuam potencial
causador de desordens musculoesqueléticas.
Tem como finalidade investigar a exposição sofrida por trabalhadores
durante a atividade laboral, de fatores de riscos. O método usa diagrama de
postura do corpo em três escores que permite avaliação da exposição aos
fatores de risco.
Desenvolvido para o uso de investigações ergonômicas de locais de
trabalho, onde foram reportadas doenças dos membros superiores ligadas
ao trabalho. Este método não requer equipamento especial e oferece uma
rápida análise das posturas de pescoço, tronco e membros superiores junto
com a função muscular e a carga externa recebida pelo corpo7.

Segundo Capelletti6 , o método RULA é indicado para analisar a sobrecarga


concentrada no pescoço e membros superiores, utiliza diagramas para facilitar a
identificação das amplitudes de movimentos nas articulações de interesse como
também avalia o trabalho muscular estático e as forças exercidas pelos segmentos
em análise. Devido à facilidade e confiabilidade dos resultados obtidos, esse método
é bastante utilizado na análise ergonômica de posturas, atividades e postos de
trabalho
Já de acordo com Iida 3 ,diversos critérios podem ser utilizados para avaliar a
adequação dos postos de trabalho, mas do ponto de vista ergonômico, a postura e o
esforço físico exigido dos trabalhadores, através dos principais pontos de
concentração de tensões, que tendem a provocar dores nos músculos e tendões
devem ser utilizados.
Portanto, este estudo teve por objetivo principal avaliar sob o ponto de vista
ergonômico o posto de trabalho do setor de descarga de materiais em um canteiro
de obra e verificar a presença de riscos de Lesões por esforços repetitivos (LER) e
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), ambas, em membros
4

superiores.

2 METODOLOGIA

A metodologia aplicada foi à pesquisa de campo quali-quantitativa, do tipo


estudo de caso. Neste contexto, foram realizadas três visitas à empresa, localizada
no município de Itu, no estado de São Paulo. A pesquisa seguiu os procedimentos
éticos no que se refere a obter autorização da empresa e do trabalhador observado.
Para obtenção de dados reais, destaca-se a reunião realizada com
Engenheiro da obra, Mestre de obras, Encarregado Administrativo e com
trabalhadores envolvidos na descarga de materiais, além da realização de
questionários individuais de observação indireta aos trabalhadores envolvidos,
analisando as relações entre a sintomatologia musculoesquelética dos indivíduos ,
os esforços e as posturas que são praticadas durante a atividade. Como método de
análise, foi utilizada a ferramenta RULA, através do Software Ergolandia 5.0, onde
foram analisadas as posturas adotadas pelos colaboradores durante suas tarefas e
os esforços relacionados a atividade. Quanto aos equipamentos, foi utilizado o
Cronometro Digital e uma Câmera Digital marca Samsung para registro de vídeo e
fotografia das etapas de cada atividade analisada.
Para análise estatística dos dados referente a coleta das informações
individuais do questionário de observação indireta, foi utilizado o aplicativo de
planilha eletrônica Microsoft Excel versão 16.0. Com o intuito de complementação
dos conhecimentos para a elaboração desse artigo, utilizou se a pesquisa
bibliográfica, onde foram selecionados autores relacionados com a área pesquisada
e estudado seus conteúdos. Com isso, foram fornecidos os subsídios necessários
para a melhor compreensão e avaliação da temática abordada.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo limitou-se a analisar o setor de descarga de materiais , na


empresa MCR Serviços de Mão de Obra S/C Ltda, onde participaram do estudo os 3
serventes responsáveis pela descarga de materiais , do sexo masculino, com idades
entre 22 a 50 anos, que exercem atividades de descarga de materiais (levantamento
de sacas de cimento).
Por questões logísticas envolvendo os fabricantes de cimento e as limitações
de armazenagem, as sacas de 25kg foram abandonadas e nos últimos anos há um
padrão do uso de sacas de 50 kg. As sacas chegam às obras paletizadas, dispostas
5

umas sobre as outras, sendo que a altura vai variando de acordo com o
descarregamento que é realizado de forma manual até o esgotamento pleno do
palete.
Foram obtidas imagens durante a execução das atividades dos serventes,
que proporcionaram a verificação do desenvolvimento da atividade.
O método iniciou-se com a obtenção de dados in loco para análise, aplicando
observações indiretas, através de questionários individuais e realização de vídeos e
registros fotográficos na realização da tarefa .Em seguida , os dados coletados
foram complementados com a utilização o método denominado RULA (Rapid Upper
Limb Assessment), a fim de avaliar as posturas executadas pelos
trabalhadores ,principalmente nos membros superiores , definindo o nível de ação a
ser tomada e por fim, a apresentação da conclusão com as recomendações
ergonômicas.
Com o intuito de complementação dos conhecimentos para elaboração deste
estudo, foi utilizado a pesquisa bibliográfica, onde foram selecionados autores
relacionados com a área de pesquisa e estudado seus conteúdos. Com isso, foram
fornecidos os subsídios necessários para a melhor compreensão e avaliação da
temática abordada. O período de análise compreendeu no mês de abril de 2019.
Na primeira fase, foi aplicado uma pesquisa de campo com questões de
observação indireta, onde foi levantado a percepção dos trabalhadores responsáveis
pela descarga de materiais em relação à presença de dor. Os dados foram tratados
em estatística simples descritiva.

Figuras 1 e 2 – Descarga de materiais (sacos de cimento)

Fonte: Próprio autor

Segundo Miyashiro2 a biomecânica trata dos movimentos do corpo humano


nas atividades relacionadas ao trabalho. Esforços repetitivos, manuseio de cargas
pesadas, posturas inadequadas, máquinas e equipamentos não ergonômicos, são
atividades que podem resultar em lesões diversas a ponto de provocar o
6

afastamento das atividades laborais.


Portanto, a má postura pode gerar agravos à saúde do trabalhador expostos a
fatores biomecânicos inadequados. Para Iida3 existem 3 situações onde a má
postura pode trazer consequências danosas ao corpo humano:
a. Trabalhos estáticos que envolvem uma postura parada por longos
períodos;
b. Trabalhos que exigem muita força; e
c. Trabalhos que exigem posturas desfavoráveis, como o tronco inclinado e
torcido.

Visando a coleta de dados para quantificar os problemas gerados nas


atividades de descarga de materiais, foi aplicado um questionário a todos aos
trabalhadores responsáveis pela atividade de descarga, com a finalidade de realizar
o levantamentos das informações referente a sintomatologia musculoesquelética
dos indivíduos, correlacionando as relações entre morbidade osteomuscular com os
esforços e posturas exercidas durante a atividade:

Faixa Etária: ( ) Menor de 20 anos ( ) de 20 a 30 anos


( ) de 31 a 40 anos ( ) de 41 a 50 anos ( ) 51 anos ou mais
– Marque abaixo a região do corpo na qual sente dor e/ou desconforto:
(preste atenção em distinguir lado direito e lado esquerdo)
Lado Esquerdo Lado Direito 0 – Pescoço
1 – Abaixo do pescoço, entre os ombros
6 e 7 – Ombros
8 e 9 – braços
10 e 11 – cotovelos
12 e 13 – antebraços
14 e 15 – punhos
16 e 17 – mãos
2 e 3 – coluna torácica (superior e inferior)
4 – Coluna lombar
5 – Coluna sacral – glúteos
18 e 19 – coxas
20 e 21 – joelhos
22 e 23 – pernas
24 e 25 – tornozelos
26 e 27 – pés
Tabela 1 – Questionário dos trabalhadores
QUESTIONÁRIO
Objetivo: Coleta de informações para auxílio na Análise Ergonômica do Trabalho, com o intuito de identificar a SIMATOLOGIA
do trabalhador em suas atividades.

Setor:
Função:
7

Fonte: Próprio autor


8

Em seguida, foi realizado um compilamento das informações coletadas,


através das entrevistas de observação indireta balizadas no questionário da tabela 1,
com os trabalhadores responsáveis pela descarga de materiais, verificando as
partes do corpo (membros superiores e inferiores) que foram mais acometidas por
dores e desconfortos durante a tarefa analisada e a faixa etária dos trabalhadores:

Tabela 2 –Resultado geral das entrevistas realizadas


com os trabalhadores

Região do corpo que sente dor Porcentage


e/ou desconforto m
Abaixo do pescoço,
0 0%
entre os ombros
Antebraço direito 0 0%
Antebraço esquerdo 0 0%
Braço Direito 0 0%
Braço Esquerdo 0 0%
Coluna lombar 3 100%
Coluna torácica 3 100%
Cotovelo direito 2 67%
Cotovelo esquerdo 2 67%
Coxas 0 0%
Glúteos 0 0%
Joelhos 0 0%
Mão direita 0 0%
Mão esquerda 0 0%
Ombro direito 2 67%
Ombro esquerdo 1 33%
Pernas 0 0%
Pés 0 0%
Pescoço 1 33%
Punho direito 0 0%
Punho esquerdo 0 0%
Tornozelos 0 0%
Sem marcação 0 0%

Fonte: Próprio autor


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Gráfico 1 –Representação gráfica dos resultados das entrevistas


120%
100% 100%
100%

80%
67% 67% 67%
60%

40% 33% 33%

20%
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
0%

Om esq eita
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e
An sco
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do
o
aix
Ab

Fonte: Próprio autor

Tabela 3 – Resultado das faixa etário dos trabalhadores


Porcentage
Faixa Etária m
20 a 30 anos 2 67%
31 a 40 anos 0 0%
41 a 50 anos 1 33%
51 ou mais anos 0 0%
Não marcou 0 0%
Fonte: Próprio autor

Gráfico 2 –Representação gráfica da faixa etária dos trabalhadores

Faixa etária
25%
20%
20%
15%
15%
10%
10%
5%
5%
0%
0%
20 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 ou mais anos Não marcou
Fonte: Próprio autor
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Após a coleta de dados constatou-se que o local de maior predominância de


dores nos trabalhadores pesquisados era à coluna, 100% dos trabalhadores
pesquisados relataram que as regiões lombares e torácicas são as mais acometidas
por dores e desconfortos, devido ao trabalho em pé durante toda atividade,
movimentos de inclinação e flexão da coluna exigida durante a realização das
atividades de descarga de materiais (Figuras 1 e 2).
Também foi verificado através das observações junto aos trabalhadores, a
existência de dores e desconfortos em outras partes do membro superior dos
trabalhadores pesquisados, como ombro direto em 67%, cotovelo em 67%, ombro
esquerdo em 33% e pescoço em 33%, partes essas que também são bastante
exigidas nas atividades a descarga de materiais.
Para confirmação dos riscos ergonômicos identificados nas atividades
realizadas, foi aplicada a ferramenta ergonômica denominada RULA-Rapid Upper
Limb Assessment, através do Software Ergolandia 5.0 a fim de avaliar os danos
potenciais aos membros superiores, definindo o nível de ação a ser tomada.
Desenvolvido para o uso em investigações ergonômicas de locais de trabalho,
onde foram reportadas doenças dos membros superiores ligadas ao trabalho, este
método não requer equipamento especial e oferece uma rápida análise das posturas
de pescoço, tronco e membros superiores junto com a função muscular e a carga
externa recebida pelo corpo7.
Com o auxílio das filmagens realizadas, foi possível dividir o trabalho em
fases, e analisá-las corretamente. Ao utilizar o método RULA, conseguimos
identificar as atividades mais críticas e obter uma avaliação dessas atividades. Ao
abrir o software entrou-se com a seguinte informação:
Na figura 3, foi marcada a posição que o servente realizou durante a
execução da tarefa, em relação a postura dos braços.

Figura 3 – Avaliação do braço, segundo ângulo do ombro

Fonte:
Ergolandia 5.0
11

Na figura 4, foi marcada a posição que o servente realizou durante a


execução da tarefa, em relação a postura dos antebraços.

4 – Avaliação do antebraço, segundo ângulo do ombro

Fonte:
Ergolandia 5.0
Na figura 5, foi marcada a posição que o servente realizou durante a
execução da tarefa, em relação aos punhos.

5 – Avaliação da angulação dos punhos

Fonte: Ergolandia 5.0

Na figura 6, foi marcada a posição que o servente realizou durante a


execução da tarefa, em relação a rotação do punho.
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6 – Avaliação da rotação dos punhos

Fonte: Ergolandia 5.0

Na figura 7, foi marcada a posição que o servente realizou durante a


execução da tarefa, em relação a inclinação do pescoço.

7 – Avaliação da inclinação do pescoço

Fonte: Ergolandia 5.0

Na figura 8, foi marcada a posição que o servente realizou durante a


execução da tarefa, em relação a flexão da coluna.

8 – Avaliação da flexão da coluna


13

Fonte: Ergolandia 5.0

Na figura 9, foi marcada a posição que o servente realizou durante a


execução da tarefa, em relação a posição dos pés.

9– Avaliação dos pés (pés apoiados junto ao solo)

Fonte:
Ergolandia 5.0

Na figura 9, foi marcada a posição que o servente realizou durante a


execução da tarefa, em relação aos esforços realizados dos membros superiores e
inferiores durante a atividade.

9– Avaliação do uso da musculatura dos membros superiores e inferiores


14

Fonte: Ergolandia 5.0

Na figura 10, foi apontada o resultado final da avaliação do método RULA

10– Avaliação final da ferramenta RULA

Fonte: Ergolandia 5.0

Os resultados obtidos através da análise postural utilizando a ferramenta


RULA, serviu como base para definir o nível de ação a ser tomado pela empresa. Na
atividade realizada pelos serventes responsáveis pela descarga de materiais no
canteiro de obra da empresa MCR Serviços de Mão de Obra S/C Ltda, foi
identificado o resultado final na figura 10, tendo como nível de ação mais alto dos
parâmetros existentes que foi o nível 4. Com o resultado, evidencia-se que a
atividade exercida pelos colaboradores da descarga de materiais deve ser
investigada quanto antes e que ações mitigadoras devam ser tomadas rapidamente.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira geral a ergonomia visa à adaptação do trabalho ao homem,


atuando de modo multidisciplinar a fim de prevenir lesões nos trabalhadores,
tornando o ambiente de trabalho mais seguro.
Como é do conhecimento geral a avaliação Postural deve ser analisada como
uma parte da avaliação ergonômica global das organizações, assim como outros
fatores devem ser levados em consideração, isto é não é somente as observações
feitas com os trabalhadores e o valor alcançado com a ferramenta RULA que
determinarão quando e como interferir no posto de trabalho, mas deve se perceber
que tais recursos são necessárias para nortear o trabalho a ser produzido bem
como prioriza as ações.
A realização de movimento de maneira errônea pode vir a acarretar sérios
malefícios. Esses problemas de saúde poderiam ser evitados caso existisse na obra
uma maior preocupação em projetar o posto de trabalho corretamente.
Os resultados obtidos demonstraram a importância de adequação dos postos
de trabalho, visando o bem-estar do trabalhador e a conscientização junto aos
trabalhadores quanto ao correta manejo dos materiais no canteiro de obras.
A partir deste estudo, sugerem-se mudanças ergonômicas, visto que seria
possível a prevenção e diminuição de problemas relacionados à saúde dos
funcionários da obra gerando maior satisfação, conforto e segurança aos envolvidos
no processo.
Boas práticas e erradicação dos desconfortos elevam os índices de satisfação
no trabalho e, consequentemente, incrementam os níveis de produtividade.

REFERENCIAS

1-
Brasil. Secretaria de Inspeção de Trabalho. NR17-Ergonômia.Brasilia: Secretaria de
Inspeção de Trabalho,2018. Disponível em: <hppts:/
www.enit,trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/
sst-normatizacao/sst-nr-portugues?wiew=defalt>.Acesso em: 21 març.2019.
2-
Miyashiro, LC. Ergonomia física. Pós-Graduação em Ergonomia. Universidade de
Santo Amaro, São Paulo, 2013. 47 p.
3-
Iida, I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Blucker; 2005.
4-
Silva AP. Ergonomia interpretando a NR 17: manual técnico e prático para a
interpretação da norma regulamentadora 17. 2ª ed. São Paulo: LTr; 2016. 174p.
5-
ONUK, F. et al. Análise Ergonômica Postural do Posto de Trabalho do Servente na
Construção Civil. In: GONGRESSO NACIONAL DE EXCELENCIA EM GESTÃO, 7.
2011, Rio de Janeiro: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2011.
6-
CAPELETTI, Ben Hur Giovani Mascarello. Aplicação do método RULA na
investigação da postura adotada por operador de balanceadora de pneus em um
centro automotivo.2013. 43f. Monografia de Especialização curso de Pós-Graduação
em Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento Acadêmico de Construção
Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR.2015.
7-
MCARTAMNEY, L. and CORLETT, E.N, (1993). RULA: A survey method for the
investigation of workrelated upper limb disorders. Applied Ergonomics.
8-
O que é ergonomia: A disciplina ergonômica. Rio de Janeiro: Associação Brasileira
de Ergonomia, 2000.Disponivel em: <http:/www.abergo.org.br/internas.php?
pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 21 març.2019.

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