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VISTORIA
VEICULAR
Evolução da Legislação de Trânsito
e os Aspectos Polêmicos
que a Cercam
Vagner Pedroso Caovila
VISTORIA
VEICULAR
Evolução da Legislação de Trânsito
e os Aspectos Polêmicos
que a Cercam
1ª Edição
Copyright 2015 by
Vagner Pedroso Caovila
156p. – 17cm x 23 cm
ISBN - 978-85-918828-0-9
Agradeço de forma especial, aos meus pais, que me deram a maior herança
que existe: a educação e a vontade de buscar ser melhor. Minha esposa e filha,
fontes de inspiração.
A Deus, sobretudo.
sumário
Introdução 11
CAPÍTULO I
Breves Considerações sobre o Surgimento do Automóvel 19
1.1 Mas o que são automóveis? 23
CAPÍTULO II
Evolução da Legislação de Trânsito: vistoria automotiva 27
2.1 Mas, o que é vistoria? Qual sua finalidade e importância? 29
CAPÍTULO III
Fraudes em Vistoria 45
3.1 Cultura da fraude e a responsabilidade objetiva do Estado 49
3.2 Método antiquado e falho do decalque 51
3.3 Falhas no processo atual utilizados pelos Detrans e a necessidade do
combate ao crime organizado 57
CAPÍTULO IV
Cenário das Fraudes Envolvendo os Veículos Automotores 61
4.1 Cenário de fraudes envolvendo veículos roubados no Brasil 61
4.2 Principais tipos de adulteração em identificadores veiculares 63
4.2.1 Gravação identificadora de chassi 64
4.2.2 Gravações identificadoras de motor, câmbio e eixo 65
4.2.3 Certificado de registro de veículo (CRV) e
Certificado de registro e licenciamento do veículo (CRLV) 65
4.2.4 Demais pontos identificadores 65
4.3 A Identificação e registro das fraudes 66
4.3.1 Processos de identificação veicular - pontos que devem ser
observados nas gravações identificadoras de chassi e de motor 66
CAPÍTULO V
A Tecnologia Contra a Fraude - Resoluções Contran 282/2008 e
466/2013 e Portarias Denatran 1334/2010 e 130/2014 69
5.1 Equipamentos exigidos das ECVs, segundo a
Portaria 1334/2010 do Denatran 72
CAPÍTULO VI
As Empresas de Vistorias (ECVs) 75
6.1 Funcionamento de uma ECV 77
6.2 Vantagens para a população 80
6.3 Vantagens para o Estado 81
6.4 Justificativa para se transferir as vistorias para as ECVs ao invés de
realizá-las nos postos dos Detrans 81
6.5 Obrigatoriedade da ECV realizar a atividade exclusiva de
vistoria veicular: atividades consideradas conflitantes 83
CAPÍTULO VII
Considerações Acerca de o Credenciamento de Entidades
Privadas pelo Poder Público – Aspectos polêmicos:
poder de polícia, licitação e o descredenciamento imotivado 87
7.1 Mas, afinal, o que é credenciamento e
qual a fundamentação jurídica desse instituto? 89
7.2 O Credenciamento de empresas para realização de vistoria
automotiva caracteriza a terceirização do poder de polícia? 91
7.3 A Prestação de Serviços das ECVs não deveria se dar por
licitação ao invés de credenciamento? 94
7.4 O Descredenciamento das ECVs pelo Denatran antes de o término
de vencimento de suas respectivas portarias e o dever de indenizar? 97
CAPÍTULO VIII
Coletânea de Jurisprudência Atinente à Legalidade e
ao Credenciamento de Empresas de Vistorias 101
8.1 Justiça Estadual de Santa Catarina 101
8.2 Justiça Estadual do Rio Grande do Norte 105
8.3 Justiça Estadual de São Paulo 105
8.4 Justiça do Distrito Federal 108
8.5 Justiça Estadual do Espírito Santo 110
8.6 Justiça Estadual de Minas Gerais 111
BIBLIOGRAFIA 113
LEGISLAÇÃO 117
Resolução 282/2008 119
Resolução 466/2013 127
Portaria 1334/2010 138
Portaria 130/2014 152
introdução
12 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Vistoria Veicular no Brasil: a biografia
Vagner Pedroso Caovila e Eduardo Schroeder
14 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
pação das autoridades, que criaram o primeiro Código Nacional de Trânsito,
por meio do decreto nº 2.994 de 28 de janeiro de 1941, com foco nas regras
básicas de circulação que, praticamente, vigoram até os dias de hoje.
Contudo, apenas quinze anos mais tarde, no governo de Juscelino Kubits-
chek, o País sairia da inércia e, indústrias de Santa Bárbara d’Oeste, pequena
cidade do interior paulista, queimariam gasolina dentro do pistão do primeiro
automóvel fabricado aqui.
Entre 1956 e 1961 foram produzidas pouco mais de três mil unidades do
primeiro modelo brasileiro, o automóvel denominado Romi-Isetta. Um nú-
mero simbólico perto dos milhões de automóveis vendidos no Brasil e no
mundo. Pegando emprestado o jargão que marcaria a corrida espacial do fim
daquela década, tratava-se de ‘Um pequeno passo para o mercado automo-
bilístico mundial, um grande passo para um País que logo mergulharia na
Ditadura Militar’.
Há de se ressaltar, por sinal, que a Ditadura Militar e o movimento na-
cionalista, juntos, impulsionaram a indústria nacional, ainda, que por um
caminho pouco louvável: o fechamento das fronteiras para a importação de
veículos. Assim, a indústria, genuinamente, brasileira teve sua participação no
mercado, com a fabricação do Gurgel, Miura, Puma, dentre outros. A maioria
destas empresas não prosperou, especialmente após a reabertura das importa-
ções e a competição com os modelos importados, nos anos 90.
A perspectiva de crescimento gozada pelo mercado automobilístico bra-
sileiro era muito promissora, e a competência do Estado em controlar a frota,
inversamente proporcional. Por muitos anos o País desconheceu o tamanho
de sua garagem. Isto porque as estatísticas baseavam-se na emissão de guias
para arrecadação que sofria um processo de duplicação entre municípios e
estados. A inexistência de um registro único aliado a um processo deficiente
de licenciamento e fiscalização não permitiu uma consolidação precisa do ta-
manho exato da frota ativa.
Essa imprecisão tornava-se latente, em particular, no momento de dar bai-
xa nos veículos que saíam de circulação. Este descontrole sempre trouxe uma
sombra de descredibilidade aos números oficiais do Ministério dos Transpor-
tes, desde as primeiras estatísticas publicadas pela extinta Empresa Brasileira
de Planejamento de Transportes, o Grupo Executivo de Integração da Política
de Transportes (GEIPOT).
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Frota do Ciclo Otto no Brasil
16000
14000
mil veículos
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
1960
1966
1975
1978
1981
1984
1987
1990
1996
1963
1969
1972
Figura 1 - Réplica
do Benz Patent
Motorwagen, de 1885,
velocidade máxima
de 13 km/h. Primeiro
automóvel a gasolina.
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
sificou a preocupação das autoridades criando o primeiro Código Nacional de
Trânsito pelo decreto nº 2.994 de 28 de janeiro de 1941.
Já o primeiro carro brasileiro foi produzido em 1956, pelas indústrias
Romi na cidade de Santa Bárbara d´Oeste, interior Paulista, sendo denomina-
do Romi-Isetta. Foram produzidas pouco mais de 3.000 unidades, encerrando
a produção em 1961.
Figura 3 -
Romi-Isetta,
o primeiro
automóvel
produzido
em território
brasileiro,
em Santa
Bárbara
d’Oeste/SP
22 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
no entanto, continua sendo o único membro do BRICS a não possuir uma
montadora, genuinamente, nacional.
24 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Evolução da frota nacional
BRASIL: Frota de veículos (2004 - 2014)
86.600.490
81.089.666
75.179.955
64.817.974
54.506.661
45.372.640
39.240.875
Importante notar que para o cálculo da frota circulante no país são conside-
rados não só os carros, mas também motos, caminhões, ônibus, caminhonetes
e outros tipos de automotores inseridos no cadastro do Denatran desde 1990,
sendo que os dados do Denatran não desconsideram, por exemplo, eventuais
proprietários que registraram o veículo, mas deixaram de circular e não de-
ram baixa no registro.
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
2.1 Mas, o que é Vistoria? Qual sua finalidade e importância?
Art. 12.
Compete ao Contran:
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Códi-
go e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objeti-
vando a integração de suas atividades;
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas conti-
das neste Código e nas resoluções complementares;
X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habi-
litação, expedição de documentos de condutores, e registro e
licenciamento de veículos.
Art. 22.
Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição.
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trân-
sito, no âmbito das respectivas atribuições;
II – realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aper-
feiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir
e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigir, e
Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão
federal competente.
III – vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança
veicular, registrar emplacar, selar a placa, e licenciar veículos,
expedindo o Certificado de Registro e Licenciamento Anual, me-
diante delegação do órgão federal competente.
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
credenciar ou descredenciar entidades credenciadas pelo órgão máximo de
trânsito.
Na Tabela 1 são enumeradas, preliminarmente, as normativas do Contran
(resoluções) que apresentavam as principais características dos veículos:
Data de
Resolução Assunto Situação
Edição
Revogada
Complementa a Resolução n. 446/71
480 13/08/1974 pela Resolu-
- Características do veículo
ção 298/08
Revogada
Altera a Resolução Contran n. 480/74,
489 06/03/1975 pela Resolu-
relativa a características do veículo
ção 298/08
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Interessante notar o que ocorreu no período entre a fabricação da Romi-I-
setta, o primeiro carro brasileiro, em 1956, e a primeira Resolução acerca de
vistorias. Passaram-se 15 anos, o que significa que o processo de transferência
de proprietário de veículos, durante muito tempo ocorreu sem qualquer crité-
rio técnico e legislação especializada.
Este período “sem legislação” é compreensível, considerando que, naquela
época, existiam poucos veículos em circulação.
Fato importante na história da legislação de trânsito foi a publicação do
decreto 5.108, de 1966, que criou o segundo Código Nacional de Trânsito,
modificado pelo decreto 271 de 23 de fevereiro de 1967, instituindo o Depar-
tamento Nacional de Trânsito (Denatran), órgão máximo executivo de trân-
sito.
O atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB), também, trouxe uma im-
portante novidade, a criação do Sistema Nacional de Trânsito (SNT), que é
definido em seu artigo Art. 5º:
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Art. 2º - As Câmaras Temáticas são:
I – de Assuntos Veiculares;
II – de Educação para o Trânsito e Cidadania;
III – de Engenharia de Tráfego, da Sinalização e da Via;
IV - Esforço Legal: infrações, penalidades, crimes de trânsito,
policiamento e fiscalização de trânsito;
V – de Formação e Habilitação de Condutores;
VI – de Saúde e Meio Ambiente no Trânsito.
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
compatibilidade do motor com a Base Nacional (BIN), base estadual e com
a documentação do veículo, ou seja, com a numeração original que o veículo
foi produzido e gravado.
Além disso, essa Resolução 199/2006, direcionou a coleta por meio óptico
(fotografia) dos números dos motores de difícil visualização para efeito de
controle e regularização dos mesmos. Este serviço podia ser efetuado por em-
presas credenciadas pelos Detrans.
Tal procedimento alterou a conduta dos apaixonados por carros, que, mui-
tas vezes, trocavam os motores de seus veículos, por motores mais potentes,
considerando que o motor não era tratado como item de identificação dos
automóveis. Por isso, muitos carros antigos, hoje, possuem motores não origi-
nais que, necessariamente, precisam ser regularizados junto a um Detran após
autorização administrativa ou judicial de remarcação.
Em 2007, a Resolução Contran 250/2007, revogou a 199, permitindo que
o agente do Detran, declarasse a procedência lícita dos motores para os casos
de difícil visualização de identificação, desde que houvesse uma Declaração de
Procedência assinada pelo proprietário do veículo.
As mudanças trazidas pela Resolução 199/2006 e 250/2007 suscitaram
questionamentos por parte do Sindicato da Indústria Automotiva (Sindire-
pa), Sindicato Remanufaturados, Recondicionados e/ou Retífica de Motores
e Agregados Periféricos do Estado de São Paulo (Sindimotor), Associação
Paulista de Retífica de Motores (Aparem) e do Conselho Nacional de Retífica
de Motores (Conarem), que apontaram necessidade de promover ajustes nos
referidos normativos, bem como esclarecimentos do processo até, então, vi-
gente.
Os citados questionamentos foram analisados pela Câmara Temática de
Assuntos Veiculares do Contran, sendo formado um Grupo de Trabalho Es-
pecífico para estudo do tema composto por representantes do Sindicato Na-
cional da Indústria de Componentes Veículos Automotivos (Sindipeças), da
Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis), da Federação Na-
cional das Empresas de Seguros Privados e Capitais (Fenaseg) e da Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
A proposta apresentada pelo Grupo de Trabalho e, aprovada pela Câ-
mara, na 10ª Reunião Ordinária, em 17 e 18 de abril de 2008 sugeria duas
grandes mudanças para o processo de vistorias conforme se colaciona no
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Entre os anos de 1998 até 2008, os Detrans utilizaram os critérios estabe-
lecidos na Resolução Contran 05/98 e 14/98 para realização de suas vistorias
por ocasião da transferência de propriedade ou de domicílio, ou ainda em
qualquer alteração das características originais dos veículos, onde basicamen-
te eram checados:
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
l Profissionais com qualificação técnica comprovada;
l Canal aberto de Ouvidoria;
l Controle informatizado por biometria;
l Filmagem da vistoria por meio de sistema OCR; e
l Sistema único de controle de emissão e monitoramento dos laudos
de transferência denominado Sistema de Controle e Fiscalização para
Emissão de Certificado de Segurança Veicular e Vistorias (SISCSV).
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
nomenclatura em questão, neste trabalho, quando se tratar de empresas de
vistorias (sejam credenciadas ou habilitadas).
Mesmo com previsão para entrar em vigor em 1º de julho de 2014, a Reso-
lução 466 só teve efetividade a partir de 1º de novembro de 2014, consideran-
do que a Resolução 496/2014 prorrogou sua data de entrada em vigor.
Com a entrada em vigor da nova Resolução de vistorias, vários Estados já
estão se manifestando e escolhendo se irão utilizar das empresas privadas ou
continuarão realizando as atividades de forma exclusiva.
Estados como São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rondônia,
Bahia, Amazonas, já publicaram suas portarias de credenciamento para em-
presas de vistorias, outros Estados estão em estudo quanto ao melhor formato.
Também se têm notícias de que o Estado de Goiás licitou as atividades de
vistorias e outros Estados estudam o mesmo caminho.
Entende-se que a decisão dos gestores de cada Detran deve se pautar, prin-
cipalmente no benefício para a população e, por isso mesmo, o gestor de cada
órgão executivo de trânsito deve-se questionar se a população está satisfeita
com as vistorias em todas as cidades de seus respectivos Estados e se o órgão
está cumprindo a determinação legal, lançando todos os resultados das visto-
rias dentro do Sistema Único de Vistorias do Denatran (SISCSV).
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Já para realização da transferência de documento, obrigatoriamente, se
deve proceder à vistoria do veículo para que o órgão executivo de trânsito
(Detran) ou uma empresa habilitada pelo mesmo, culturalmente denominada
ECV, realize a análise física de todos os itens obrigatórios exigidos nas Resolu-
ções números 14, 259, 282 e 466 do Contran.
VEÍCULO
PASSA POR
RECEPTADOR LADRÃO ROUBA/
PROCESSO DE
ENCOMENDA O FURTA O VEÍCULO
ADULTERAÇÃO DE
ROUBO DE UM E ENTREGA
IDENTIFICADORES.
DETERMINADO NO LOCAL
(N° DE CHASSI,
VEÍCULO COMBINADO
MOTOR, PLACAS.
ETC.)
VEÍCULO É É REALIZADA
DOCUMENTADO A “QUEBRA”
VEÍCULO É E TRANSFERIDO DA VISTORIA”
COMERCIALIZADO PARA PARA QUE SEJA
PARA TERCEIROS PROPRIETÁRIO E PROVIDENCIADA
ENDEREÇOS DE SUA
“LARANJAS” DOCUMENTAÇÃO.
48 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
A grande falha no modelo antigo do processo de vistoria (antes da Resolu-
ção 282/2008) era exatamente deixar que o FATOR HUMANO fosse o único
recurso na realização da vistoria, situação essa que será alterada com o efetivo
cumprimento das Resoluções 282/08 e 466/2013 do Contran, pois, tais nor-
mativas trouxeram um novo processo de vistoria embasado no uso de equi-
pamentos de segurança para garantia de sua procedência, ou seja, primando
pelo FATOR TECNOLÓGICO.
Trata-se de importante avanço proposto aliando a tecnologia a profissio-
nais bem treinados para a realização das vistorias, pois, o uso da tecnologia,
além de coibir e, praticamente impossibilitar a realização das fraudes (quebra
de vistoria) possibilita, ainda, a identificação imediata dos responsáveis, caso
as mesmas ocorram e o ressarcimento dos prejuízos pelo responsável pela rea-
lização da vistoria.
E por que existem tantas fraudes/falhas em vistorias?
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Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
é preciso lembrar que a maioria dos Detrans são grandes arrecadadores de
receitas tendo em vista o número enorme de taxas recebidas pelas transferên-
cias, habilitações dentre outros serviços prestados.
Por esse raciocínio pode-se concluir que não falta receita à maioria dos
Detrans, no entanto, por questões políticas, muitas vezes, os gestores destes
órgãos são obrigados a transferir o saldo superavitário aos caixas dos gover-
nos estaduais.
Existem, ainda, casos onde os gestores não demonstram interesse em se
adequar as normativas estabelecidas pelo Contran, muito embora sejam obri-
gatórias, preferindo fechar os olhos para as fraudes e para a obrigatoriedade
de cumprimento da legislação vigente.
Seja qual for a peculiaridade apresentada por cada um dos 27 Departa-
mentos Estaduais de Trânsito, fato é que não se pode mais admitir a cultura
da fraude, não se pode mais permitir que facilitadores levem os processos
prontos para que os servidores homologuem as fraudes, não se pode mais
permitir é que sejam obrigados a lançar os dados das vistorias dentro do SIS-
CSV (sistema único do Denatran) em procedimento tecnológico e continuam
trabalhando, exclusivamente com os decalques.
52 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
comuns nas adulterações de gravações idenficadoras de chassi e motor.
Para efeito de consultas posteriores à realização da vistoria, o decalque
perde a qualidade, pois, o grafite utilizado para visualização da numeração
sofre desgaste com o tempo, prejudicando, muitas vezes, a identificação da
numeração coletada.
Seu arquivamento é físico em um laudo de papel, portanto, é um método
que oferece pouca segurança quando se refere a perdas de informação, seja
por extravio, ou eventos imprevistos, como incêndios e alagamentos.
54 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Figura 12 - Exemplo de decalque realizado em pedaço de madeira
Figura 15 Equipamento
pericial que realiza o
“raio-X” das numerações do
chassis e motor em busca de
fraude
Outro aspecto que dificulta o trabalho do vistoriador nos postos dos De-
trans é o aumento significativo da frota, que não é acompanhado pelo investi-
mento público na contratação e treinamento de pessoal, estrutura física ade-
quada e equipamentos.
56 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
3.3 Falhas no Processo Atual Utilizado pelos Detrans e a
Necessidade do Combate ao Crime Organizado
58 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
l O método de decalque não possibilita a averiguação do estado das su-
perfícies dos locais das gravações de chassi e motor coletadas no ato da
vistoria;
l Não é possível constatar em consultas futuras, se as superfícies apre-
sentavam-se, no ato da vistoria, com quaisquer sinais de adulteração,
como marcas de solda no entorno da superfície, abalroamento da cha-
pa, vestígios de abrasão e/ou de outras numerações sob a gravação,
sendo estes vestígios comumente encontrados em processos de adulte-
ração de veículos provenientes de roubo e furto;
l O método de decalque é, ainda, menos eficaz como evidência, quando
a gravação identificadora se apresenta em superfícies rugosas (porosas).
Nestas situações, sequer é possível visualizar os caracteres gravados;
l Dificuldades de acesso ao arquivamento dos laudos em papel com de-
calques de chassi e de motor;
l Utilização de sistema Estadual descentralizado, que permitia fraudes
em transferências entre Estados;
l Falta de capacitação técnica da maioria dos vistoriadores dos Detrans,
que muitas vezes, eram “emprestados” das prefeituras onde ocupavam
cargos administrativos;
l Falta de equipamentos e estrutura para realização das vistorias;
l Fraudes facilitadas por “maus” despachantes e agentes públicos que
aceitavam as “quebras de vistoria”.
60 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
CAPÍTULO IV
CENÁRIO DAS FRAUDES ENVOLVENDO OS
VEÍCULOS AUTOMOTORES1
1
Parte dos textos e informações, deste capítulo, foi fornecida pelo Especialista em
Identificação Veicular e Documental, Hugo Sulacov.
62 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
rias nacionalmente. Também estabeleceu um novo padrão de laudo eletrôni-
co, onde são inseridas as fotos colhidas nas vistorias, bem como conferidas,
eletronicamente as informações colhidas em vistorias com as informações
presentes na Base de Informações Nacional (BIN).
Além da utilização do SISCSV, a moderna legislação de vistoria estabele-
ceu a obrigatoriedade da filmagem, registro fotográfico, validação do laudo
por meio de confronto automático com as bases cadastrais e a identificação
do responsável por sua execução por meio de biometria, sendo empregadas
as melhores técnicas com o fito de substituição do fator humano pelo fator
tecnológico.
É importante que se diga que as Resoluções supracitadas, ainda, não estão
sendo adotadas pela maioria dos Detrans do país, os quais continuam reali-
zando as vistorias veiculares pelo processo antigo, por meio do decalque de
chassi, em sistemas individualizados sem qualquer comunicação com o SIS-
CSV.
l Bomba injetora;
l Caixa de direção;
l Segredo de cabine;
l Datas de algumas peças.
64 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
l Sobreposição de Caracteres - consiste na remoção parcial ou total da
gravação identificadora de chassi e a regravação no mesmo local de
numeração distinta.
l Remonte - consiste no transplante de peças de um veículo para outro,
geralmente em mal estado de conservação ou proveniente perda total.
l Enxerto ou Implante - consiste na afixação de uma chapa com nu-
meração distinta sobre a gravação original. É comum após a retirada
da chapa contendo a numeração adulterada, encontrar a numeração
original preservada. Há também o implante com massa.
l Ausência de Numeração - remoção total ou parcial da gravação de
numeração identificadora do chassi.
66 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
c) Espaçamento entre os caracteres gravados;
d) O Calibre do contorno dos caracteres;
e) Profundidade da gravação;
f) A preservação da superfície local da gravação, que não deve apresen-
tar irregularidades, tais como, marcas de solda no entorno, amassados,
vestígios de abrasão e/ou de outras numerações sob a gravação;
g) Presença da pintura original do local da gravação do chassi.
68 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
CAPÍTULO V
A TECNOLOGIA CONTRA A FRAUDE
Resoluções Contran 282/2008 e 466/2013 e
Portarias Denatran 1334/2010 e 130/2014
70 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
de credenciamento das ECVs, questionando ainda a necessidade da utilização
das UGCs, bem como em virtude de solicitação da Associação Nacional dos
Departamentos de Trânsito, a legislação que embasava as ECVs foi revogada,
sendo substituída pela Resolução 466/2013 do Contran.
Conforme já exposto no capítulo segundo, a nova e atual Resolução acabou
com o credenciamento de empresas de vistoria pelo Denatran e transferiu essa
competência para os Estados e para o Distrito Federal, se assim o desejarem.
A palavra credenciamento foi substituída por habilitação, onde agora os
Detrans, após habilitarem (ou credenciarem) as empresas de vistoria devem
pedir ao Denatran o acesso destas empresas habilitadas/credenciadas ao SIS-
CSV.
A Portaria 1334/2010 foi revogada pela Portaria 130/2014, ambas do De-
natran, sendo que a portaria vigente manteve praticamente as mesmas regras
exigidas na Portaria 1334/2010, com exceção da obrigatoriedade da contra-
tação de empresas UGCs, extintas pela Resolução 466/2013 e 496/2014 do
Contran.
Também não se observa a exigência expressa quanto à utilização de câme-
ras OCR, no entanto, o Denatran já informou aos Detrans que está desenvol-
vendo uma nova versão do SISCSV, onde não será surpresa a necessidade da
sua utilização, já que a câmera OCR dá mais segurança ao processo de vistoria
ao passo que colhe a imagem da placa do veículo e, automaticamente, abre a
OS (ordem de serviço), permitindo, assim, a abertura do processo de vistoria
sem a interferência humana após a leitura da placa do veículo.
Para fins ilustrativos e de conhecimento do leitor, serão listados a seguir os
equipamentos utilizados pelas ECVs.
Detecção de presença
do veiculo in-loco
72 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Armazenamento de Dados
76 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
davam os Detrans foram discutidas como o uso do velho e falho método do
decalque, as quebras de vistorias, a utilização individual de sistemas de infor-
mática independentes pelos Detrans, a interferência de terceiros estranhos ao
Detran e as ECVs na realização das vistorias e, especialmente, o credencia-
mento de empresas de vistorias pelo Denatran e não pelos Detrans.
O resultado é que o Artigo 1º da Resolução 282/008 foi revogado por uma
nova Resolução do Contran a 466/2013, acabando, assim, o credenciamento
de empresas de vistorias pelo Denatran.
A 466/2013 facultou aos Detrans a habilitação/credenciamento das empre-
sas de vistorias para realização das vistorias para fins de transferência, ou seja,
transferiu a competência de credenciamento do Denatran para os Detrans.
Ademais, referida resolução manteve irretocável a obrigatoriedade de to-
dos os Detrans na utilização do SISCSV, no método digital, com câmeras e
biometria.
A mudança é profunda para as empresas de vistorias que estavam em ati-
vidade, pois, agora dependem da manifestação dos Detrans interessados para
que haja a continuidade das atividades.
Noutro laudo resolve a grande maioria das brigas judiciais onde eram soli-
citados por alguns Detrans a competência para credenciamento das empresas
de vistorias no lugar do Denatran.
Nos últimos meses foram vistos vários Estados publicando suas portarias
Estaduais de credenciamento em locais onde já funcionavam as ECVs, tam-
bém foram vistos vários Estados se manifestando no sentido que de irão cre-
denciar essas empresas.
O fato é que são inegáveis os benefícios da utilização das ECVs em parce-
ria com os Detrans conforme será apontado a seguir, seja de forma paralela,
ou seja, deixando a população escolher aonde quer fazer a vistoria, ou seja,
transferindo essa atividade às empresas de vistorias credenciadas.
Figura 22
– Gravação
da vistoria
pela Câmera
Panorâmica
78 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Figura 23 – Modelo de Laudo de Vistoria Gravado no SISCSV – Denatran
80 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
(sob o sol e a chuva), ou a pagar por um serviço de melhor qualidade
realizado por empresas, que trabalham, exclusivamente, para esse fim.
82 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Por todas as questões até aqui discutidas, lembrando, ainda, dos pontos
mencionados no tópico acima que apresentam o problema cultural existente
em alguns Detrans de “quebras de vistoria”, conclui-se ser mais do que acer-
tada a decisão tomada por parte dos Detrans de credenciar empresas para a
realização da atividade de vistoria veicular.
Todo esse cuidado do Contran tem uma finalidade, evitar que sócios de
ECVs atuem em atividades tidas como conflitante.
84 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
de confiança, do Detran-SP, bem como seus cônjuges, compa-
nheiros e parentes até o 2º grau;
III - que possua em seu quadro de pessoal empregado ou servi-
dor público, inclusive os de confiança, do Detran-SP, bem como
seus cônjuges, companheiros e parentes até o 2º grau;
86 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
CAPÍTULO VII
CONSIDERAÇÕES ACERCA DE O
CREDENCIAMENTO DE ENTIDADES
PRIVADAS PELO PODER PÚBLICO
Aspectos Polêmicos: Poder de Polícia,
Licitação e o Descredenciamento Imotivado
A figura do credenciamento está presente em várias esferas e atividades
do poder público, desde os serviços essenciais como o credenciamento de
hospitais para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei 8.080/90),
credenciamento de médicos e psicólogos para realização de exames de habi-
litação para dirigir (artigos 148/148 do CTB), credenciamento de instituições
de educação superior (Lei n. 4.024/61), credenciamento de entidades para o
trabalho comunitário de presos previsto na Lei de Execuções Penais (Lei n.
7.2010/84), credenciamento de auditorias no Sistema Único de Saúde (Lei n.
1.691/95), credenciamento de entidades dedicadas ao atendimento da criança
e do adolescente (Lei n. 8.069/90).
Seja com o nome específico de “credenciamento”, “outorga”, “autorização”,
”habilitação”, ou ainda “cadastramento”, fato é que essa forma jurídica de auto-
rização de prestação de serviços por entidades privadas está presente em qua-
se todos os ramos da atividade pública, bem como aparece em destaque em
vários projetos de lei que preveem, por exemplo, o credenciamento de equipes
multidisciplinares, contratos de gestão, dentre outros.
Especificamente em assuntos voltados ao trânsito, não é diferente. No pró-
prio Código de Trânsito - Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997 - a figura do
Atividade de Escolta:
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das
rodovias e estradas federais:
(...) V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de
veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito
dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
(...) XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de
veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
Inspeção de Segurança:
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de
veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento
de segurança especificado pelo fabricante, será exigido, para
licenciamento e registro, certificado de segurança expedido por
instituição técnica credenciada por órgão ou entidade de metro-
logia legal, conforme norma elaborada pelo Contran.
88 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Verifica-se que o Contran ao expedir a Resolução 584, de 16/09/71 que
dispõe, entre outras coisas, sobre o funcionamento de autoescolas, determi-
nando que tenham “registro” no Departamento de Trânsito, como condição
para funcionamento. Registro, este que nada mais é do que credenciamento.
O credenciamento é amplamente utilizado pelo Denatran para associa-
ções credenciadas para examinar a originalidade de veículos antigos de co-
leção e expedir Certificado (Resolução 56/1998), organismos de certificação,
simuladores de direção, dentre outros.
Da mesma forma, esta figura é utilizada pelos Departamentos de Trânsito
Estaduais (Detrans) para credenciar despachantes, médicos/psicólogos, den-
tre outras atividades.
No tocante às vistorias automotivas, em 2008, a Resolução Contran
282/2008, inovou ao publicar normativa que permitiu ao Denatran credenciar
empresas de vistorias que exercessem tal atividade com exclusividade.
Muito embora o credenciamento seja figura jurídica reconhecida pelos
órgãos públicos, fato é que as atividades de vistorias automotivas foram e con-
tinuam sendo (agora com menos fervor) alvo de oposição por entidades que
são contra a delegação das atividades de vistorias.
Com o amadurecimento do tema e pacificação do entendimento jurispru-
dencial sobre a legalidade do credenciamento das empresas para a realização
das vistorias, vários Estados estão credenciando empresas para tal atividade.
90 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Algumas características do credenciamento:
O credenciamento não se presume, sendo objeto de ato estritamente for-
mal. O credenciamento é precário, podendo ser revisto sempre que hou-
ver real interesse. O credenciamento pode ser denominado de outras formas
como “autorização”, “habilitação”, “aprovação”, “homologação” ou “cadastra-
mento”, podendo ser cassado ou descredenciado mediante simples ato com
essa finalidade advindo do poder que lhe outorgou.
Embora o credenciamento não seja um contrato formal, em regra, impli-
ca em interesses recíprocos do outorgante e outorgado, conteúdo negocial,
podendo assim assumir o caráter contratual com características unilaterais e
bilaterais.
O Outorgado, ao obter o credenciamento, não adquire habilitação jurídica
para representação da Administração Pública, mas tão-somente a habilitação
técnica, instrumental, para exercer a atividade para qual foi credenciado.
A empresa credenciada tem sua atividade controlada pelo órgão outorgan-
te do credenciamento. Por isso, os atos praticados pelo credenciado são tidos
como verdadeiros, confiáveis, corretos, até que se prove o contrário, ensejando
o credenciado à fiscalização do Poder outorgante.
92 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
equipamentos técnicos). Estando presentes, assim, os requisitos para delega-
ção que são a realização de atividade técnica e de natureza instrumental.
Com os dados inseridos no Sistema Nacional (SISCSV), cabe ao Depar-
tamento de Trânsito (Detran) local exercer o poder de polícia, conferindo os
dados lançados no sistema, fotos e conferindo se não existem restrições ou
pendências, concluindo ao final pela aceitação ou reprovação da vistoria.
Ou seja, a palavra final no processo de vistoria continua sendo, exclusiva-
mente do Departamento de Trânsito local, que poderá apreender o veículo,
realizar novas vistorias, bem como exercer todas as atribuições que o poder de
polícia lhe permite realizar.
Com efeito, não há delegação do poder de polícia, que continua integral-
mente exercido pelas autoridades de trânsito (Detran e Ciretran).
Em análise da formalidade jurídica dos atos administrativos de creden-
ciamento de empresas de vistoria, observa-se que preenchem plenamente os
requisitos de competência, pois são outorgados pelo detentor da competên-
cia originária (Antes Denatran e que após a Resolução 466/2013 passou aos
Detrans); objeto é lícito, serviço de vistoria de veículos realizados em padrão
predefinido pelo Denatran/Detrans; forma, prevista em regulamento próprio
contendo todos os requisitos padrões; motivo fundamentado na lei em vigor
e motivado pela necessidade de propiciar ao cidadão um serviço de mais qua-
lidade e segurança; finalidade, estrito interesse da população, necessidade de
o Contran mudar os quadros anteriores à legislação em vigor, onde o próprio
Estado homologava as fraudes em automóveis por meio das vitorias falhas e
“quebras” de vistoria (grifos do autor).
O credenciamento de empresas para atividades de vistoria é perfeitamente
válido e legal, pois, atividades previstas nas Resoluções 282/2008 e 466/2013,
são atividades eminentemente técnicas, instrumentais e de mera verificação,
sendo que o resultado desta atividade materializado em um “laudo de vistoria”
será utilizado pela autoridade de trânsito para instrumentalizar sua decisão de
proceder ou não a vistoria, ou seja, o serviço prestado pelas ECVs é o meio, a
atividade técnica e instrumental para que o poder público atinja o fim, que é
a decisão sobre a aceitação da transferência, reprovação, apreensão, ou ainda
qualquer medida necessária de obrigação de fazer ou não fazer, insculpida no
poder de polícia.
Ao credenciar empresas para a atividade de vistoria automotiva, o poder
94 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Art. 12. Compete ao Contran:
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste
Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objeti-
vando a integração de suas atividades;
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas
neste Código e nas resoluções complementares;
X – normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habi-
litação, expedição de documentos de condutores, e registro e
licenciamento de veículos;
96 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
De fato, pela leitura desatenta ao texto da Lei de Licitações (nº. 8.666/93),
pode-se ter a falsa ideia de que todos os tipos de serviços que o particular
participe e que tenha relação com o Poder Público deveriam ser precedidos
de licitação.
In casu, não há necessidade de licitação por vários fatores destacados:
98 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
Ainda, considerando que o credenciamento é forma jurídica que deve ter
sua interpretação subsidiária baseada na Lei 8.666/93, insta ressaltar que as
alterações unilaterais devem estar motivadas nos moldes do art. 65, I, “a” e “b”
da Lei nº 8.666/93, além de que as alterações devem respeitar os direitos do
contratado, de acordo com o que prescreve o art. 58 na parte final do inciso I
da citada lei.
O ato praticado pelo Contran em alterar o art.1º da Res. 282/2008 que
previa o credenciamento de ECVs pelo Denatran, revogando, assim, o creden-
ciamento de centenas de empresas antes de o vencimento de suas respectivas
portarias não mostra o cumprimento das cautelas necessárias à espécie. Razão
por que a alteração realizada não se justifica em face de fatos novos e imprevi-
síveis à época da instauração do edital de credenciamento, que tenham força
bastante para alterar a demanda do interesse público, e, se não há fatos novos
e imprevisíveis, a alteração contratual é ilegítima e ilegal.
Visando a segurança jurídica e o respeito ao direito da empresa que teria
suas atividades paralisadas pelo Descredenciamento, o Contran poderia ter
respeitado as datas de credenciamento de cada empresa ao invés de ter toma-
do a violenta medida contra as empresas de vistorias, que agora, dependem ir-
restritamente dos Detrans para decidir sobre a continuidade ou o fechamento
da empresa.
Capítulo I
Das Vistorias
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo III
Capítulo V
Capítulo VI
Da Regularização de Motores com Numeração Fora do Padrão de Origem
Capítulo VI
Da Regularização de Motores com Numeração Fora do Padrão de Origem
Capítulo VII
Vagner Pedroso
Capítulo Caovila
VIII 123
Capítulo VIII
Capítulo IX
Da Regravação de Motores
Art. 10. Não existindo norma técnica da ABNT, a gravação a que se referem
os artigos 3º, 5º, e 7º somente será executada em superfície virgem do bloco, composta
por nove dígitos com a seguinte regra de formação:
Capítulo X
Capítulo XI
§ 1º As declarações e termos de responsabilidade deverão ter
reconhecimento das firmas por autenticidade.
§ 2º As cópias das notas fiscais apresentadas deverão ser retidas e as
originais protocoladas como utilizadas pelo órgão executivo de trânsito, com a
identificação do número do motor fornecido e do número do chassi do veículo onde o
motor foi instalado, devidamente comprovada pela vistoria prevista no art. 1º.
Capítulo XII
Das Sanções
Marcelo
Vagner PaivaCaovila
Pedroso dos Santos 125
Ministério da Justiça
Marcelo Paiva dos Santos
LEGISLAÇÃO - Resolução 282/2008 Ministério da Justiça
DECLARAÇÃO:
Considerando o disposto no inciso III do art. 22, nos incisos I e II do art. 123 e do
inciso V do art. 124, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de
Trânsito Brasileiro.
RESOLVE:
Capítulo I
Das disposições preliminares
II - a legitimidade da propriedade;
§ 1º O acesso de que trata este artigo será realizado por intermédio do órgão ou entidade
executivo de trânsito do Estado e do Distrito Federal contratante, que ressarcirá ao
DENATRAN os custos referentes aos acessos à base de dados do Registro Nacional de
Veículos Automotores - RENAVAM pelo SISCSV, nos termos da regulamentação a ser
editada pelo DENATRAN.
Capítulo II
Dos requisitos para habilitação do exercício dos serviços de vistoria de identificação
veicular
Capítulo III
Das Competências
Capítulo IV
Das sanções administrativas aplicáveis às empresas habilitadas
Art. 11. Constituem infrações passíveis de suspensão das atividades por 30 (trinta) dias
na primeira ocorrência, de 60 (sessenta) dias na segunda ocorrência e de 90 (noventa) dias na
terceira ocorrência:
Art. 13. Além das infrações e penalidades previstas nos artigos anteriores, será
considerada infração administrativa passível de cassação do habilitado, qualquer ato que
configure crime contra a fé pública, a administração pública e a administração da justiça,
previstos no Decreto-Lei 2.848/40, e atos de improbidade administrativa previstos na Lei nº
8.429/92, em especial a ofensa aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e interesse público.
Art. 14. Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
poderão suspender cautelarmente, sem prévia manifestação do interessado, as atividades de
vistoria de identificação veicular da pessoa jurídica de direito público ou privado,
motivadamente, em caso de risco iminente, nos termos do art. 45, da Lei nº 9.784/99.
Art. 15. A pessoa jurídica cassada poderá requerer sua reabilitação para o exercício da
atividade de vistoria de identificação veicular depois de decorridos 2 (dois) anos da aplicação
da penalidade.
Art. 16. As sanções aplicadas às pessoas jurídicas habilitadas são extensíveis aos
sócios, sendo vedada a participação destes na composição societária de outras pessoas
jurídicas que realizem as atividades de que trata esta Resolução.
Art. 17. No caso de alteração de endereço das instalações da pessoa jurídica habilitada,
esta somente poderá voltar a operar após a vistoria prévia do órgão ou entidade executivo de
trânsito do Estado e do Distrito Federal.
LEGISLAÇÃO - Resolução 466/2013
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2014, quando ficará
revogada a Resolução CONTRAN nº 5, de 23 de janeiro de 1998 e o art. 1º da Resolução
CONTRAN nº 282, de 26 de junho de 2008.
societário de outra empresa ou entidade com atividade semelhantes e/ou conflitante àquela
objeto da reabilitação, ou, ainda, que seja passível de credenciamento junto ao DENATRAN
neste período.
§ 3o. É facultado às ECV's e aos DETRAN's a troca de UGC precedida de comunicado ao
DENATRAN apresentando o cronograma de mudança e exposição de motivos.
§ 4o. Não será permitido o armazenamento de informações fora do Brasil.
Art. 12o. O Sistema que trata o módulo UGC, deverá ser desenvolvido/mantido por
empresas inscritas no DENATRAN e integradas ao SISCSV.
§ 1º Para o credenciamento como UGC junto ao DENATRAN será exigido da empresa
interessada a apresentação dos seguintes documentos:
a) ofício ao DENATRAN requerendo a inscrição, informando que dispõe de infra-
estrutura de hardware, de software e de pessoal técnico, com as adequações necessárias à
operação e ao funcionamento do sistema exigido nesta portaria;
b) cópia do Contrato Social da empresa, estatuto ou regimento atualizado;
c) comprovante de inscrição no CNPJ/MF;
d) comprovante de inscrição estadual;
e) certidões negativas de débitos com a união, estado e município da sede da empresa
interessada;
f) diagrama funcional do sistema e modelo de dados;
g) comprovante de certificação ISO/IEC 27.001:2005 para as UGC's e ABNT NBR 11515
ou EN 1047/2 para o ambiente que abriga dos dados do sistema;
h) comprovação de possuir certificado de sistema de qualidade padrão ISO 9001.
i) declaração da empresa e de todos seus sócios de não atuarem em atividades conflitantes;
§ 2º A inscrição dos DETRAN's no DENATRAN se dará, mediante a apresentação dos
documentos previstos nas alíneas “a” e “f” do parágrafo anterior;
§ 3º Após a aprovação de inscrição, dar-se-á a entrega de Especificação técnica de
WebService de comunicação do Módulo UGC com o Módulo Central do DENATRAN
mediante a assinatura de termo de sigilo e confidencialidade;
§ 4º A empresa deverá apresentar Certificado de Atendimento aos Requisitos Técnicos de
Software, Hardware, Segurança e Ambiente, expedido por Instituição Técnica Credenciada pelo
DENATRAN, que ateste condição de aptidão para operação integrada ao SISCSV;
§ 5º No período de certificação a UGC e as empresas produtoras de sistemas integrados ao
SISCSV, deverão apresentar o resultado de cinco auditorias, no mínimo uma in-loco e com
possibilidade das demais serem via remota, a qualquer tempo e sem aviso prévio, estando
sujeitas às penalidades contidas no anexo V.
§ 6º Não poderão se candidatar aos serviços de UGC as empresas de análise de crédito ou
venda de informação, empresas que tenham como proprietário, sócio, ou façam parte de um
grupo, ou que possuam parentesco até segundo grau de quem seja proprietário ou sócio de uma
ECV.
Art. 13o. O DENATRAN poderá exigir, a qualquer momento, dados complementares aos
referidos no Art. 12 e nova certificação de sistema.
Art. 14o. A Inscrição de que trata o Art.1º terá validade de 02 (dois) anos.
Parágrafo único. O DENATRAN poderá cancelar a inscrição a qualquer momento, quando
comprovar que as empresas deixaram de cumprir com as exigências desta Portaria.
Art. 15o. As ECV's e as UGC's terão, respectivamente, o prazo de 120 (cento e vinte) e 90
(noventa) dias para se adequarem a esta Portaria.
ANEXO I
I - DO OBJETO
DAS CERTIFICADORAS
1. Aspectos Gerais
2. Papéis de Trabalho
nesta portaria.
3.3 As evidências devem ser relatadas e anexadas ao processo principal da UGC, e no caso de
empresas coligadas no sistema, ficará uma cópia no processo da UGC e o original será
encaminhado à CGIT.
ANEXO II
I - DO OBJETO
A presente especificação funcional define a Unidade de Gestão Central (UGC), que será
encarregada de todo o processo de controle e emissão dos documentos eletrônicos disponíveis
na Central SISCSV, através da busca das informações de veículos na BASE do DENATRAN e
pelo sistema local das Empresas Certificadas para o reto cumprimento das resoluções referidas
nesta portaria.
II – INTRODUÇÃO
ANEXO III
ANEXO III
I - DO OBJETO
LEGISLAÇÃO - Portaria 1334/2010
II – INTRODUÇÃO
1.1. As ECV deverão fornecer links que propiciem capacidade de comunicação, a partir da
estação de trabalho remota para a central da UGC.
1.2. Os dados e imagens dos veículos deverão ser enviados assim que capturados para a UGC.
1.3. As filmagens não serão acessadas on-line, mas deverão ser encaminhadas para a UGC até o
primeiro dia útil do mês subseqüente através de mídia eletrônica. (backup).
1.4. Os equipamentos deverão ter capacidade para obter dados da UGC em quantidade e
velocidade compatíveis com o fluxo de veículos.
1.5. Os equipamentos deverão permitir a reprodução, em papel, de dados e imagens capturados
pelos mesmos.
1.6. Possibilidade de acesso ao help-desk da UGC para suporte técnico e operacional.
Função cujo objetivo é o cadastro obrigatório na UGC do resultado para os itens decorrentes da
Res. 05/98 do processo de vistoria.
Por ocasião da apresentação do CRV do veículo, o mesmo deverá ser fotografado/escaneado e
O Módulo Registrador responde pelo registro da imagem dos veículos na área monitorada, a
partir de um comando do módulo de controle local. As imagens registradas e os dados deverão
permitir a perfeita identificação do veículo, quanto à sua marca, modelo, cor, placa e local da
inspeção.
Para essa identificação, o registro deverá conter:
a) Data da gravação em dia, mês e ano (dd/mm/aaaa);
b) Instante da gravação em hora, minuto e segundo (hh:mm:ss);
c) Código para identificação do sistema, do local de operação.
sua obtenção.
c) As imagens capturadas sequencialmente deverão ter tamanho máximo de
100Kbytes.
OBSERVAÇÕES
OBSERVAÇÕES
Este módulo é responsável pela reprodução fiel dos dados capturados pelo sistema e/ou
introduzidos pelos operadores. Deverá apresentar textos e imagens com qualidade de impressão
de 600dpiem folhas de tamanho A4. No rodapé deverá constar obrigatoriamente o nº da UGC
cadastrado no sistema e, se caso for gerado o laudo de vistoria com o sistema em off-line,
deverá constar a Data e hora da geração do Laudo. Conforme modelo do anexo IV.
DATA VALIDADE
VISTORIA
e não-conformidades
ANEXO V
PENALIDADES
150 Vistoria Veicular
Evolução da Legislação de Trânsito e os Aspectos Polêmicos que a Cercam
ANEXO V
PENALIDADES
Considerando o disposto no art. 124, inciso V e no art.125 do CTB, bem como o disposto no
art. 311 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, que institui o Código Penal Brasileiro;
RESOLVE:
Do Âmbito e Finalidade
Art. 2º Ficam sujeitos às obrigações previstas nesta Portaria os órgãos e entidades executivos
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal e as pessoas jurídicas de direito público ou privado
habilitadas para o exercício da atividade de vistoria de identificação veicular prevista na Resolução
CONTRAN nº 466, de 2013.
§ 1º A relação de que trata o caput deste artigo deverá ser elaborada em planilha eletrônica,
devidamente preenchida com nome, endereço, telefones para contato, CNPJ, área geográfica de
atuação, ato administrativo de habilitação e prazo de vigência, nome do preposto responsável e
encaminhada ao endereço eletrônico a ser divulgado pelo DENATRAN.
Ou
Art. 7º Os valores recebidos pelos serviços prestados com base nesta Portaria são
classificados como Receita de Serviços e deverão ser recolhidos à Unidade Gestora/Gestão
200012/0001 - Departamento Nacional de Trânsito, no código de recolhimento 28820-9 - Serviços
de Comercialização de Processamento de Dados e Material de Informática, exclusivamente por
Guia de Recolhimento da União (GRU) do tipo Simples ou Cobrança.