Você está na página 1de 4

A União Europeia assumiu sempre como um dos seus principais

desígnios a promoção da coesão económica, social e territorial, porém,


atualmente a UE continua a revelar desigualdades entre os países
membros. Na Comunidade Europeia (atual União Europeia) existiram,
desde sempre, grandes disparidades territoriais e demográficas, que
podem constituir entraves à integração e ao desenvolvimento na Europa.
O Tratado de Roma (1957) criou mecanismos de solidariedade sob a
forma de dois fundos: o Fundo Social Europeu (FSE) e o Fundo Europeu
de Orientação e de Garantia Agrícola, (FEOGA). Em 1975, foram
introduzidos os aspetos regionais com a criação do Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional (FEDER). Em 1994, foi igualmente criado o
Fundo de Coesão. Em 2008, o Tratado de Lisboa introduziu uma terceira
dimensão da coesão da UE: a coesão territorial. O Fundo de Coesão foi
criado para reforçar a coesão económica, social e territorial da União
Europeia tendo em vista promover um desenvolvimento sustentável. Nos
períodos de programação 2014-2027 e 2021-2027, o Fundo de Coesão
concede apoio:
•a investimentos no ambiente, nomeadamente em domínios relacionados
com o desenvolvimento sustentável e a energia que apresentem
benefícios para o ambiente;
•a redes transeuropeias no domínio das infraestruturas de transportes;

•a assistência técnica.
Nesse sentido, foi definido ao longo do tempo a chamada Política de
Coesão, cujo principal objetivo é de contribuir para atenuar as disparidades
entre os níveis de desenvolvimento das diversas regiões europeias,
promovendo assim um desenvolvimento mais harmonioso do conjunto da
União. A Política de Coesão constitui a principal política de investimento da
União Europeia. Proporciona benefícios a todas as regiões e cidades da
UE e apoia o crescimento económico, a criação de emprego, a
competitividade das empresas, o desenvolvimento sustentável e a
proteção do ambiente. Esta política de investimento da UE foi suportada
por três fundos: o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
O FEDER destinou-se a apoiar o desenvolvimento regional, mudança
económica e aumento da cooperação territorial na UE. Enquanto o Fundo
de Coesão se concentrou nos transportes, no ambiente e também no
rendimento energético e nas energias renováveis nos Estados-membros.

Em maio de 2018, a Comissão propôs vários regulamentos para a


política de coesão após 2020. Um dos principais objetivos desta reforma
consiste em simplificar os procedimentos e aumentar a eficácia dos
investimentos da UE. Os onze objetivos temáticos utilizados na política de
coesão para o período 2014-2020 foram substituídos por cinco objetivos
políticos para o FEDER, o FSE+, o Fundo de Coesão e o FEAMP:
•Uma Europa mais inteligente – transformação económica inovadora e
inteligente;
•Uma Europa mais verde e hipocarbónica;

•Uma Europa mais conectada – mobilidade e conectividade das TIC a


nível regional;
•Uma Europa mais social – aplicação do Pilar Europeu dos Direitos
Sociais;
•Uma Europa mais próxima dos cidadãos – desenvolvimento sustentável e
integrado das zonas urbanas, rurais e costeiras através de iniciativas
locais.
Para combater estas disparidades a UE dividiu a sua área em
regiões. A elegibilidade das regiões para a atribuição dos fundos é feito
segundo três categorias:

- Regiões "menos desenvolvidas" com um PIB per capita inferior a


75% da média da UE. (Portugal exceto Algarve e Lisboa; Roménia)

- Regiões "de transição" com um PIB per capita situado entre os 75%
e os 90% da média da UE; (Parte de Espanha; Parte da Polónia)

- Regiões "mais desenvolvidas" com um PIB per capita superior a


90% da média da UE; (Norte da Itália; Países Baixos)

O objetivo da UE para estas regiões foi reduzir as desigualdades em


termos desenvolvimento económico e promover a cooperação entre si.O
nível de concentração exigido varia consoante a categoria das regiões a
apoiar. As regiões mais desenvolvidas devem reservar, no mínimo, 80%
dos recursos do FEDER para, pelo menos, duas destas prioridades e, no
mínimo, 20% para a promoção de uma economia hipocarbónica. As
regiões em transição devem reservar, no mínimo, 60% dos recursos do
FEDER para, pelo menos, duas destas prioridades e, no mínimo, 15%
para a promoção de uma economia hipocarbónica. As regiões menos
desenvolvidas devem reservar, no mínimo, 50% dos recursos do FEDER
para, pelo menos, duas destas prioridades e, no mínimo, 12% para a
promoção de uma economia hipocarbónica.
Portugal embora tendo beneficiado do apoio da UE continua a ser
um país com várias regiões menos desenvolvidas. Quando comparamos o
nosso país com os outros países membros na UE conseguimos evidenciar
diversas desigualdades, como por exemplo: a nível da educação – a
percentagem de individuos entre os 30 e os 34 anos com o ensino superior
no nosso país em 2021 era de 43,7% enquanto que no Luxemburgo a
percentagem é de 62,5%; a nível da saúde - a percentagem de médicos
por 100 mil habitantes em Portugal no ano de 2019 era de 532% por 100
mil habitantes apenas estando abaixo no ranking europeu da Grécia com
616,1% por 100 mil habitantes. Temos também de realçar que nem tudo no
nosso país se apresenta inferior aos outros países-membros, Portugal
encontrava-se no topo da lista dos melhores destinos europeus em 2021. A
nível regional a nossa ilha da Madeira em 2019 mediu um valor de PIB
nunca antes alcançado de 5 mil milhões de euros, apesar que muita desta
riqueza não permanece na ilha ou no país devido a serem fundos
conseguidos por empresas estrangeiras estando apenas alojadas na ilha
mas produzindo fundos para o seu país de origem, como por exemplo a
cadeia de Hoteis Ritz.

Você também pode gostar