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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO
SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO 01500

MUNICIPIO DE INHUMAS - GO

30º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos


Sorteio de Unidades Municipais

05/Outubro/2009

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO 01500

MUNICIPIO DE INHUMAS - GO

Trata o presente Relatório dos resultados dos exames


realizados sobre as 033 Ações de Governo executados na base municipal
de INHUMAS - GO em decorrência
do 30º Evento do Projeto de Fiscalização a partir de Sorteios
Públicos.

2. Os trabalhos foram realizados no período de 26Out2009 a


11Fev2010, e tiveram como objetivo analisar a aplicação dos recursos
federais no Município sob a responsabilidade de órgãos federais,
estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas.

3. As Ações Governamentais que foram objeto das ações de


fiscalização estão apresentadas a seguir, por Ministério Supervisor,
discriminando, a quantidade de fiscalizações realizadas e os recursos
aproximados aplicados:

20125 CONTROLADORIA-GERAL DA UNIAO


PROGRAMA:
GESTÃO DE REC. FEDERAIS PELO MINICÍPIOS E CONTROLE SOCIAL
AÇÃO:
GESTÃO DE REC. FEDERAIS PELO MINICÍPIOS E CONTROLE SOCIAL
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 1
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica

22000 MINIST. DA AGRICUL.,PECUARIA E ABASTECIMENTO


PROGRAMA:
APOIO AO DESENVOLVIMENTO DO SETOR AGROPECUARIO
AÇÃO:
APOIO A PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DO SETOR AGROPECUAR
IO - AQUISICAO DE PATRULHA MECANIZA
QUANTIDADE DE O.S.: 2 VALOR: R$ 1.462.000,00

26000 MINISTERIO DA EDUCACAO


PROGRAMA:
BRASIL ESCOLARIZADO
AÇÃO:
APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA EDUCACAO BASICA - NACIONAL
(CREDITO EXTRAORDINAR
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 700.000,00
AÇÃO:
DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA PARA A EDUCACAO BASICA - NA R
EGIAO CENTRO-OESTE
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 10.234,38
AÇÃO:
APOIO AO TRANSPORTE ESCOLAR NA EDUCACAO BASICA - NACION
AL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 46.127,17
AÇÃO:
DISTRIBUICAO DE MATERIAIS E LIVROS DIDATICOS PARA O ENS
INO FUNDAMENTAL - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica
AÇÃO:
APOIO A ALIMENTACAO ESCOLAR NA EDUCACAO BASICA - NO EST
ADO DE GOIAS
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 390.808,00

PROGRAMA:
ESTATÍSTICAS E AVALIAÇÕES EDUCACIONAIS
AÇÃO:
CENSO ESCOLAR DA EDUCACAO BASICA - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica

36000 MINISTERIO DA SAUDE


PROGRAMA:
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E INSUMOS ESTRATÉGICOS
AÇÃO:
PROMOCAO DA ASSISTENCIA FARMACEUTICA E INSUMOS ESTRATEG
ICOS NA ATENCAO BASICA EM SAUDE - NO ESTADO DE GOIAS
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 297.606,68

PROGRAMA:
ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
AÇÃO:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 2
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
ATENDIMENTO ASSISTENCIAL BaSICO NOS MUNICiPIOS BRASILEI
ROS
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 1.265.352,29
AÇÃO:
PISO DE ATENCAO BASICA VARIAVEL - SAUDE DA FAMILIA - NA
CIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 3.379.085,00
AÇÃO:
ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE S
AUDE - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 9 VALOR: R$ 960.005,00

PROGRAMA:
SANEAMENTO RURAL
AÇÃO:
IMPLANTACAO DE MELHORIAS HABITACIONAIS PARA CONTROLE DA
DOENCA DE CHAGAS - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 143.217,85
PROGRAMA:
SERVIÇOS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO
AÇÃO:
IMPLANTACAO DE MELHORIAS SANITARIAS DOMICILIARES PARA P
REVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 330.000,00

PROGRAMA:
VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS E AGRAVOS
AÇÃO:
INCENTIVO FINANCEIRO AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MU
NICIPIOS CERTIFICADOS PARA A VIGILANCIA EM SAUDE - NACI
ONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 262.545,12

42000 MINISTERIO DA CULTURA


PROGRAMA:
ENGENHO DAS ARTES
AÇÃO:
INSTALACAO DE ESPACOS CULTURAIS - EM MUNICIPIOS DO ESTA
DO DE GOI
QUANTIDADE DE O.S.: 3 VALOR: R$ 1.490.954,60

44000 MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE


PROGRAMA:
BRASIL JOGA LIMPO
AÇÃO:
PROJETOS DEMONSTRATIVOS DE GESTAO INTEGRADA DE RESIDUOS
SOLIDOS E SANEAMENTO AMBIENTAL-NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 400.000,00

55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME


PROGRAMA:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 3
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL
AÇÃO:
ACOES SOCIOEDUCATIVAS E DE CONVIVENCIA PARA CRIANCAS E
ADOLESCENTES EM SITUACAO DE TRABALHO
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 209.240,00

PROGRAMA:
GESTÃO DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOM
AÇÃO:
APOIO A ORGANIZACAO DO SISTEMA UNICO DE ASSISTENCIA SOC
IAL - SUAS - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica
AÇÃO:
FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE ASSISTENCIA SOCIAL - NAC
IONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica

PROGRAMA:
TRANSFERÊNCIA DE RENDA COM CONDICIONALIDADES - BOLSA FAMÍLIA
AÇÃO:
TRANSFERENCIA DE RENDA DIRETAMENTE AS FAMILIAS EM CONDI
CAO DE POBREZA E EXTREMA POBREZA (LEI Nº 10.836, DE 200
4) - NA REGIAO CENTRO-OESTE
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 3.854.103,00
AÇÃO:
SERVICO DE APOIO A GESTAO DESCENTRALIZADA DO PROGRAMA B
OLSA FAMILIA - NACIONAL
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 90.268,40

56000 MINISTERIO DAS CIDADES


PROGRAMA:
APOIO AO DESENVOLVIMENTO URBANO DE MUNICIPIOS DE PEQUEN
AÇÃO:
IMPLANTACAO OU MELHORIA DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URB
ANA EM MUNICIPIOS COM ATE 100.000 HABITANTES - ACOES DE
INFRA-ESTRUTURA URBAN
QUANTIDADE DE O.S.: 4 VALOR: R$ 2.912.950,00

PROGRAMA:
GESTAO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
AÇÃO:
APOIO A POLITICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - N
ACIONAL (CREDITO EXTRAORDINAR
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 987.600,00
AÇÃO:
APOIO A POLITICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - A
COES DE INFRA-ESTRUTURA URBAN
QUANTIDADE DE O.S.: 3 VALOR: R$ 1.479.300,00

PROGRAMA:
HABITACAO DE INTERESSE SOCIAL
AÇÃO:
APOIO AO PODER PUBLICO PARA CONSTRUCAO HABITACIONAL PAR
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 4
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
A FAMILIAS DE BAIXA RENDA - NACIONAL (CREDITO EXTRAORDI
NAR
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 842.802,66
AÇÃO:
APOIO A PROVISAO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL - NA
REGIAO CENTRO-OESTE
QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 339.875,18

TOTAL DE O.S.: 43 VALOR TOTAL: R$ 21.854.075,33

4. Este relatório, destinado aos órgãos e entidades da


Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de
execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de
campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos
legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

5. Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas,


quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente
informados sobre os fatos relatados, tendo se manifestado em
15Fev2010, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes,
adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas
públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

6. Nesse sentido, os resultados das fiscalizações realizadas,


sempre que os trabalhos tenham evidenciado fatos relevantes que
indiquem impropriedades/irregularidades na aplicação dos recursos
federais examinados estão demonstrados a seguir, por Ministério:

SUMÁRIO DAS CONSTATAÇÕES DA FISCALIZAÇÃO

26000 MINISTERIO DA EDUCACAO


1.1.1 CONSTATAÇÃO:
Falhas na formalização do procedimento licitatório.
1.1.2 CONSTATAÇÃO:
Falha na formalização dos procedimentos administrativos para as
compras diretas de materiais pedagógicos e de limpeza utilizados nas
escolas com recursos do PDDE.
1.1.3 CONSTATAÇÃO:
Falta de controle de estoque e da distribuição dos materiais
adquiridos com recursos do PDDE.
1.1.4 CONSTATAÇÃO:
Falta de aplicação financeira dos recursos do PDDE, enquanto não
utilizados.
1.1.5 CONSTATAÇÃO:
Falta da notificação dos recursos federais recebidos, prevista na Lei
nº 9.452/1997.
1.1.6 CONSTATAÇÃO:
Falha na formalização dos procedimentos licitatórios para a
contratação dos serviços de transporte escolar do PNATE.
1.1.7 CONSTATAÇÃO:
Prestação dos serviços de transporte escolar: desatendimento das
normas do Código Nacional de Trânsito.
1.1.8 CONSTATAÇÃO:
Falha de atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social -
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 5
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
CACS no acompanhamento das ações do PNATE no município.
1.1.9 CONSTATAÇÃO:
Falta de notificação dos recursos federais recebidos, prevista na Lei
nº 9.452/1997.
1.1.10 CONSTATAÇÃO:
Não utilização do Sistema de Controle de Remanejamento e Reserva
Técnica - SISCORT.
1.1.11 CONSTATAÇÃO:
Falta de controle do processo de distribuição, devolução e
remanejamento do livro didático.
1.1.12 CONSTATAÇÃO:
Falta de controle da entrega dos livros aos alunos e insuficiência de
ações com vistas ao incentivo da conservação e devolução dos livros.
1.1.13 CONSTATAÇÃO:
Falta de infra-estrutura básica para guarda e conservação dos livros.
1.1.14 CONSTATAÇÃO:
Incompatibilidade entre as guias de recebimento dos livros com as
informações obtidas no sistema de distribuição de livros, no sítio do
FNDE.
1.1.15 CONSTATAÇÃO:
Existência de alunos sem livros nas Escolas Municipais Senador João
Abrahão Sobrinho e Monsenhor Angelino.
1.1.16 CONSTATAÇÃO:
Irregularidades nos procedimentos licitatórios para a aquisição dos
gêneros alimentícios relativos ao PNAE.
1.1.17 CONSTATAÇÃO:
Divergências entre os dados informados na prestação de contas e os
constantes no sítio do FNDE relativas ao PNAE.
1.1.18 CONSTATAÇÃO:
Falta da apresentação das notas fiscais relativas aos pagamentos
realizados na conta 11991-1, Ag.496-0, Banco do Brasil.
1.1.19 CONSTATAÇÃO:
Falta de apresentação de documentação comprobatória da aplicação dos
recursos do PNAE de 2009.
1.1.20 CONSTATAÇÃO:
Escolas Municipais com infra-estrutura inadequada para o preparo e a
distribuição da merenda escolar.
1.1.21 CONSTATAÇÃO:
Falha no controle da distribuição de gêneros alimentícios do PNAE às
escolas.
1.1.22 CONSTATAÇÃO:
Fracionamento de despesas nas aquisições de gêneros alimentícios do
PNAE em 2008.
1.2.1 CONSTATAÇÃO:
Divergência entre os dados do Censo Escolar e dos Diários de Classe da
rede municipal de ensino de Inhumas/GO.

36000 MINISTERIO DA SAUDE


2.1.1 CONSTATAÇÃO:
Plano Municipal de Saúde não abrange o ano de 2009.
2.1.2 CONSTATAÇÃO:
Conselho Municipal de Saúde não possui autonomia financeira e
administrativa para seu funcionamento.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 6
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
2.1.3 CONSTATAÇÃO:
Composição do Conselho Municipal de Saúde incompatível com o
determinado pelo Conselho Nacional de Saúde.
2.1.4 CONSTATAÇÃO:
Conselho Municipal de Saúde não se reúne conforme periodicidade
estabelecida em resolução do Conselho Nacional de Saúde.
2.1.5 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de taxas bancárias com recursos do PAB-FIXO.
2.1.6 CONSTATAÇÃO:
Ausência de realização do curso introdutório.
2.1.7 CONSTATAÇÃO:
Falta de fornecimento de uniformes aos Agentes Comunitários de Saúde.
2.1.8 CONSTATAÇÃO:
Número de famílias cadastradas por Equipe superior ao previsto.
2.1.9 CONSTATAÇÃO:
Atendimento odontológico insuficiente.
2.1.10 CONSTATAÇÃO:
Existência de Unidades Básicas de Saúde não adequadas,
estruturalmente, para o atendimento da população.
2.1.11 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de taxas bancárias com recursos do PSF, PACS e Saúde Bucal.
2.1.12 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de profissionais não vinculados ao PSF com recursos do
Programa.
2.1.13 CONSTATAÇÃO:
Inexistência de proposta de expansão de equipes do PSF no Plano
Municipal de Saúde.
2.1.14 CONSTATAÇÃO:
Ausência de registro patrimonial dos equipamentos adquiridos.
2.1.15 CONSTATAÇÃO:
Ausência de destinação adequada a alguns dos equipamentos adquiridos
para prover as necessidades da Unidade de saúde da Família Parque
Santa Marta.
2.1.16 CONSTATAÇÃO:
Irregularidade verificada quanto à correta localização de equipamentos
adquiridos e que segundo constante do correspondente Plano de
Trabalho, devidamente aprovado, deveriam estar sendo utilizados nas
dependências da Unidade de Saúde da Família Parque Santa Marta, em
Inhumas/GO.
2.1.17 CONSTATAÇÃO:
Ausência de registro patrimonial dos materiais/equipamentos adquiridos
por meio do Convênio nº 1661/2007.
2.1.18 CONSTATAÇÃO:
Não localização de alguns dos equipamentos/materiais adquiridos por
meio do Convênio nº 1661/2007.
2.1.19 CONSTATAÇÃO:
Pagamentos realizados em pecúnia, mediante saque em conta corrente.
2.1.20 CONSTATAÇÃO:
Ausência de parecer jurídico prévio à realização do procedimento
licitatório.
2.1.21 CONSTATAÇÃO:
Inexistência de pesquisa de preços para a aquisição de Unidade
Móvel de Saúde.
2.1.22 CONSTATAÇÃO:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 7
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Ausência de critérios de aceitabilidade de preços unitários e preços
máximos no Edital de Pregão nº 003/2006 e Carta Convite nº 004/2007.
2.1.23 CONSTATAÇÃO:
Não aplicação dos recursos do Convênio no mercado financeiro.
2.1.24 CONSTATAÇÃO:
Não realização de pagamentos mediante crédito em conta-corrente.
2.1.25 CONSTATAÇÃO:
Não utilização da modalidade Pregão Eletrônico para as aquisições no
âmbito do Convênio.
2.2.1 CONSTATAÇÃO:
Casas antigas não demolidas.
2.2.2 CONSTATAÇÃO:
Não comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade
imóvel onde foram construídas as casas.
2.2.3 CONSTATAÇÃO:
Ocupação irregular de moradia construída com recursos do Convênio.
2.3.1 CONSTATAÇÃO:
Falta de efetivação da Contrapartida Estadual.
2.3.2 CONSTATAÇÃO:
Não comprovação da integralização da Contrapartida Municipal.
2.3.3 CONSTATAÇÃO:
Controle de estoque de medicamentos ineficaz.
2.3.4 CONSTATAÇÃO:
Descarte de medicamentos por prazo de validade expirado.
2.4.1 CONSTATAÇÃO:
Execução parcial das metas pactuadas em 2008 para o PPI-VS no
município de Inhumas/GO.
2.4.2 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de combustível para os veículos da vigilância epidemiológica
por meio de contrato julgado irregular pelo TCM/GO.
2.4.3 CONSTATAÇÃO:
Veículo utilizado pelo núcleo de vigilância epidemiológica em
condições impróprias de utilização.
2.4.4 CONSTATAÇÃO:
Motocicletas utilizadas pela vigilância epidemiológica sem a devida
identificação de suas vinculações de utilização.
2.4.5 CONSTATAÇÃO:
Contratação de Agentes Comunitários de Endemias sem a devida seleção
pública.
2.4.6 CONSTATAÇÃO:
Pagamento à profissional não vinculado às atividades fins das ações do
Programa de Vigilância em Saúde.
2.4.7 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de taxas bancárias com recursos do Teto Financeiro de
Vigilância em Saúde.
2.4.8 CONSTATAÇÃO:
Indícios de irregularidade em licitação para contratação de empresa
fornecedora de combustível para a frota municipal para o ano de 2009.

42000 MINISTERIO DA CULTURA


3.1.1 CONSTATAÇÃO:
Gestor Municipal não depositou o valor da contrapartida na conta
específica do convênio SICONV nº 703125 conforme estipulado no
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 8
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
cronograma de desembolso.
3.1.2 CONSTATAÇÃO:
Gestor Municipal não cadastrou processo licitatório no SICONV.
3.1.3 CONSTATAÇÃO:
Descumprimento de obrigação determinada pela Portaria 127/2009 quanto
à formalização do instrumento.
3.1.4 CONSTATAÇÃO:
Ausência de motivação para aceitabilidade de relevante item do Pregão
Presencial nº 12/2009 com valor 16,57% maior que o orçamento inicial.
3.1.5 CONSTATAÇÃO:
Realização de despesas com taxas bancárias no Convênio nº 556136.
3.1.6 CONSTATAÇÃO:
Realização de despesas em data posterior à vigência do Convênio nº
556136.
3.1.7 CONSTATAÇÃO:
Ausência de descrição qualitativa das metas a serem atingidas pelos
Convênios nº 556136 e 623745.
3.1.8 CONSTATAÇÃO:
Ausência de descrição qualitativa das metas a serem atingidas pelos
Convênios nº 556136 e 623745.
3.1.9 CONSTATAÇÃO:
Ausência de prestação de contas do convênio nº 623745, ensejando
abertura de tomada de contas especial.
3.1.10 CONSTATAÇÃO:
Emissão de nota de empenho, tendo como fonte recursos federais, sem a
devida descentralização total dos recursos.
3.1.11 CONSTATAÇÃO:
Má conservação da obra, denotando falta de acompanhamento e
fiscalização do contrato firmado com a WDC Projetos e Construções
Ltda.

44000 MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE


4.1.1 CONSTATAÇÃO:
Ausência de depósito do valor da contrapartida na conta específica do
Convênio nº 429992.
4.1.2 CONSTATAÇÃO:
Ausência de garantia de qualificação técnica para execução do Convênio
nº 429992.
4.1.3 CONSTATAÇÃO:
O aterro sanitário não está em funcionamento.
4.1.4 CONSTATAÇÃO:
Ausência de programa social para retirada de catadores da área de
construção do aterro sanitário.
4.1.5 CONSTATAÇÃO:
Utilização de licitação sem definição exata do objeto a ser executado.

55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME


5.1.1 CONSTATAÇÃO:
Recursos aplicados em despesas não relacionadas aos objetivos do
Programa.
5.1.2 CONSTATAÇÃO:
Instalações inadequadas e mal conservadas, mobiliário e material de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 9
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
apoio insuficientes.
5.1.3 CONSTATAÇÃO:
Inadequação e insuficiência dos materiais disponibilizados para a
execução das atividades socioeducativas.
5.1.4 CONSTATAÇÃO:
Divergência entre os dados do SISPETI e as informações do gestor em
relação ao número de monitores.
5.1.5 CONSTATAÇÃO:
Núcleo cadastrado no SISPETI inoperante.
5.1.6 CONSTATAÇÃO:
Divergências entre os registros de frequência contidos no SISPETI e os
apresentados nos Núcleos de Ações Socioeducativas.
5.1.7 CONSTATAÇÃO:
Divergência entre os registros relativos aos beneficiários cadastrados
no SISPETI e os relacionados nas Folhas de Frequência.
5.1.8 CONSTATAÇÃO:
Irregularidades nos procedimentos licitatórios para a aquisição de
gêneros alimentícios destinados aos beneficiários do PETI.
5.1.9 CONSTATAÇÃO:
Falhas comuns aos procedimentos licitatórios para a aquisição dos
gêneros alimentícios destinados aos beneficiários do PETI.
5.1.10 CONSTATAÇÃO:
Sonegação de documentos referentes às licitações para a equipe de
fiscalização.
5.2.1 CONSTATAÇÃO:
Município não possui estrutura para atendimento ao beneficiário do
BPC.
5.2.2 CONSTATAÇÃO:
Inexistência de diagnóstico das áreas de vulnerabilidade e risco
social.
5.2.3 CONSTATAÇÃO:
Inoperância do Conselho Municipal de Assistência Social.
5.2.4 CONSTATAÇÃO:
Inoperância da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil.
5.2.5 CONSTATAÇÃO:
Inoperância da Instância de Controle Social.
5.3.1 CONSTATAÇÃO:
Ausência de criação da coordenação municipal do Programa.
5.3.2 CONSTATAÇÃO:
Ausência de implementação de programas/ações complementares ao Bolsa
Família.
5.3.3 CONSTATAÇÃO:
Alunos beneficiários do Programa Bolsa Família não localizados.
5.3.4 CONSTATAÇÃO:
Desatualização Cadastral.
5.3.5 CONSTATAÇÃO:
Beneficiários com indícios de renda per capita superior à estabelecida
na legislação do Programa.
5.3.6 CONSTATAÇÃO:
Servidores municipais beneficiários com renda per capita superior à
estabelecida na legislação do programa.
5.3.7 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de benefício em nome de beneficiários falecidos.
5.3.8 CONSTATAÇÃO:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 10
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Recursos do Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família
- IGD não incorporados ao orçamento municipal.

56000 MINISTERIO DAS CIDADES


6.1.1 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação na Tomada de Preços 04/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.
6.1.2 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para quatro dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação Tomada de Preços 04/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.
6.1.3 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.
6.1.4 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.
6.1.5 CONSTATAÇÃO:
Bocas de lobo danificadas, denotando falta de manutenção.
6.1.6 CONSTATAÇÃO:
Restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
três obras distintas, em locais diferentes, como se fossem um único
objeto.
6.1.7 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Pregão Presencial 12/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.
6.1.8 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para dois dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação no Pregão Presencial 12/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.
6.1.9 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.
6.1.10 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de recapeamento realizado
na Avenida Radial Sul e na Rua Joaquim Pedro Vaz.
6.2.1 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Tomada de Preços 01/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.
6.2.2 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para três dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 11
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
condição de participação na Tomada de Preços 01/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.
6.2.3 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.
6.2.4 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.
6.2.5 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.
6.2.6 CONSTATAÇÃO:
Pagamento indevido por serviços glosados nos Relatórios de
Acompanhamento de Empreendimento - RAE da CAIXA (placa de obra).
6.2.7 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de construção de calçadas,
objeto do CR 242.955-52.
6.2.8 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento qualitativo dos serviços de construção de calçadas,
objeto do CR 242.955-52.
6.2.9 CONSTATAÇÃO:
Calçadas danificadas, em função da utilização indevida, da falta de
manutenção e de falhas na construção (espessura inferior ao previsto).
6.2.10 CONSTATAÇÃO:
Processo licitatório não disponibilizado pela Prefeitura de Inhumas.
6.2.11 CONSTATAÇÃO:
Utilização de licitação "guarda-chuva" para a execução das obras do
Contrato de Repasse 165.542-26.
6.2.12 CONSTATAÇÃO:
Restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
obras distintas, em locais distintos, como se fossem um único objeto.
6.2.13 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para sete dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor dos atestados de experiência prévia, como
condição de participação Concorrência 02/1999, incorrendo em restrição
à competitividade do certame.
6.2.14 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.
6.2.15 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.
6.2.16 CONSTATAÇÃO:
Exigência de que o profissional detentor de atestados de experiência
em obras compatíveis com o objeto licitado possuísse vínculo
empregatício com a empresa, como condição de participação na
Concorrência 002/1999, incorrendo em restrição à competitividade do
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 12
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
certame.
6.2.17 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de pavimentação, objeto do
CR 165.542-26.
6.2.18 CONSTATAÇÃO:
Boca de lobo danificada, denotando falta de manutenção.
6.2.19 CONSTATAÇÃO:
Restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
três obras distintas, em locais distintos, como se fossem um único
objeto.
6.2.20 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação na Concorrência 01/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.
6.2.21 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para quatro dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor dos atestados de experiência prévia, como
condição de participação Concorrência 01/2008, incorrendo em restrição
à competitividade do certame.
6.2.22 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.
6.2.23 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.
6.2.24 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de pavimentação, objeto do
CR 241.815-30.
6.2.25 CONSTATAÇÃO:
Processo licitatório não disponibilizado pela Prefeitura de Inhumas.
6.2.26 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de recapeamento realizado
na Avenida Wilson Quirino e na Rua Joaquim Vaz.
6.3.1 CONSTATAÇÃO:
Descumprimento do cronograma de execução.
6.3.2 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.
6.3.3 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para seis dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.
6.3.4 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 13
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
6.3.5 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.
6.3.6 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.
6.3.7 CONSTATAÇÃO:
Descumprimento do cronograma de execução.
6.3.8 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.
6.3.9 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para seis dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.
6.3.10 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.
6.3.11 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.
6.3.12 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.

DETALHAMENTO DAS CONSTATAÇÕES DA FISCALIZAÇÃO

1 - 26000 MINISTERIO DA EDUCACAO

1.1 - PROGRAMA
1061
BRASIL ESCOLARIZADO
AÇÃO :
0509
APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA EDUCACAO BASICA - NACIONAL
(CREDITO EXTRAORDINAR
OBJETIVO DA AÇÃO :
Contribuir para o desenvolvimento e a universalização do Ensino Básico
mediante aporte de recursos destinados à implementação de projetos
caracterizados por ações que visem priorizar a ampliação do
atendimento, bem como a melhoria e a qualidade da aprendizagem nas
escolas públicas
ORDEM DE SERVIÇO : 234425
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Este convenio tem por objeto conceder apoio financeiro para
o desenvolvimento de acoes que visam proporcionar a sociedade
a melhoria da infra-estrutura da rede fisica escolar, com a construçã
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 14
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
o de escola(s).
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 600433
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 700.000,00

1.1.1 CONSTATAÇÃO:
Falhas na formalização do procedimento licitatório.

FATO:
Para levar a efeito o objeto do Convênio n° 830332/2007 (SIAFI n°
600433) e respectivo Plano de Trabalho, o Município de Inhumas/GO
realizou o Pregão Presencial nº 15, de 31.07.08. A partir da análise
da documentação apresentada foram constatadas as seguintes falhas:
a) Não foi apresentado processo autuado e protocolado. O procedimento
foi apresentado em folhas numeradas compostas de 000018 a 00223;
b) O valor pactuado do convênio foi de R$ 707.070,71. No entanto, a
licitação realizada em 31/07/2008 foi de R$ 950.602,44, caracterizando
a realização da licitação sem adequação financeira, considerando que o
termo aditivo que alocou recursos complementares foi celebrado em
14/10/2009;
c) O projeto básico (necessário para obras e serviços de engenharia),
não constou da documentação apresentada;
d) As propostas constantes da documentação apresentada são cópias. A
empresa vencedora não apresentou carta-proposta, apenas a planilha
orçamentária idêntica à constante do edital;
e) Consta republicação do edital contendo informação de alteração da
planilha orçamentária e da data de abertura do pregão, contudo, não
consta Ata da deliberação sobre as alterações nem a planilha
retificada;
f) Falhas na confecção do edital: não constam do instrumento
convocatório o prazo e as condições para assinatura do contrato, o
prazo de execução dos serviços e para a conclusão e entrega do objeto
da licitação. Também não foram disciplinadas as sanções para o caso
de inadimplemento;
g) Falhas na publicação do edital: não consta da documentação
apresentada a identificação do jornal de grande circulação em que foi
veiculado o aviso da Licitação. A retificação do aviso de licitação
foi publicada apenas em um dos meios de comunicação exigido por Lei
(DOU, internet e jornal de grande circulação regional ou nacional),
sendo que a cópia da publicação também não identifica o jornal;
h) Qualificação econômico-financeira ficou limitada à apresentação
certidão negativa de falência ou concordata e de protestos.

EVIDÊNCIA:
A - Pregão Presencial nº 15, de 31.07.08 - procedimento apresentado em
folhas numeradas compostas de 000018 a 00223, não foi apresentado
processo autuado e protocolado).

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 15
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"a) Cabe ressaltar que todos os processos sejam eles licitatórios ou
não, não tramitam na Prefeitura de Inhumas sem que seja devidamente
protocolizado, onde facilita a tramitação e localização dos processos,
a não apresentação ou a não visualização do protocolo certamente
constitui um equívoco, que aliás é uma das formalidades verificadas
pelo Tribunal de Contas dos Municípios quando da análise dos contratos
e processos licitatórios. Portanto, não ficou caracterizada licitação
sem adequação financeira posto que, o município poderia em sede de
convenio, comparecer com uma contrapartida adicional à conta de
recursos próprios.
b) Pelo contrário, a licitação foi feita com a devida adequação
financeira, orçamentária mesmo porque, já foi empenhada, dentro da
dotação apresentada, e devidamente paga, não trazendo nenhum prejuízo
financeiro/orçamentário e sim planejando a adequação financeira. O
aditivo ora mencionado foi realizado dentro dos parâmetros legais e
devidamente registrado.
c) O projeto básico, está acostado juntamente ao processo licitatório,
e aprovado pelo Ministério e órgão fiscalizador, mesmo porque, não se
libera recursos sem a devida aprovação. O Município fez elaborar, a
fim de realizar o procedimento licitatório, projeto básico e orçamento
detalhado em composições de seus custos unitários. Não houvesse o
projeto básico não teria como orçar o valor da obra levada à
licitação.
d) As propostas originais certamente devem ter sido enviadas
juntamente com a prestação de contas do recurso recebido, obviamente,
que a CPL não poderá exigir planilhas diferentes da constante do
edital. A proposta do licitante haveria que ser elaborada contendo os
mesmos itens de serviços, e respectivos quantitativos, da planilha
orçamentária referencial do procedimento licitatório, devendo o
licitante apenas ofertar seus preços unitários para os itens de
serviços ali constantes, sob pena de impossibilidade de julgamento
objetivo da melhor proposta para a Administração.
A esse respeito da publicação deve ter havido um equivoco por parte da
averiguação, pois há nos autos a devida publicação no Diário Oficial
da União à seção 3, nº 139, de 22/07/2008, conforme cópia em anexo.
Cabe analise do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de maio/1998:
"A comissão de licitação, através de seu poder discricionário, pode
relevar falhas puramente formais, que não prejudiquem a lisura do
certame, a fim de não prejudicar um dos fins basilares da licitação
pública, que é o seu caráter competitivo.
Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."
Assim acerca dos demais pontos mencionados, não comprometem a lisura
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 16
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
do certame e nem a execução do objeto".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em relação as justificativas apresentadas pelo gestor municipal
tecemos as seguintes considerações:
a) apesar de gestor municipal afirmar que todos os processos são
protocolizados, o documento disponibilizado à CGU/GO não estava
organizado dessa forma, razão pela qual mantemos o apontamento;
b) Não procede a afirmação do gestor municipal de que a licitação foi
realizada com a devida adequação financeira e orçamentária, haja vista
que o empenho nº 2009NE655945, o qual alocou o recurso por parte do
concedente, foi feito em 22.09.2009 e o aporte de recurso financeiro
ocorreu em 21.10.2009, datas posteriores à licitação. Dessa forma,
mantemos nosso posicionamento;
c) Reafirmamos o fato apontado, tendo em vista que no documento
disponibilizado à CGU/GO não continha o projeto básico;
d) o gestor municipal confirmou o fato de que os documentos são
cópias, contudo, demonstrou desconhecer o paredeiro dos originais,
pois supõe que eles foram encaminhados junto à prestação de contas.
Não houve manifestação do gestor municipal acerca da inexistência da
carta-proposta do licitante vencedor, ele ainda confirmou a semelhança
da planilha do licitante à constante do instrumento editalício. Dessa
forma, mantemos o nosso posicionamento.

AÇÃO :
0515
DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA PARA A EDUCACAO BASICA - NA REGIAO CENTRO-OESTE
OBJETIVO DA AÇÃO :
Atendimento, com recursos suplementares, a escolas públicas estaduais,
distritais e municipais que oferecem a educação básica nas diversas mo
dalidades, bem como as escolas de educação especial mantidas por enti-
dades privadas sem fins lucrativos, visando à melhoria da infra-estru-
tura física e pedagógica, à autonomia gerencial dos recursos e à parti
cipação coletiva na gestão e no controle social, melhorando o funciona
mento das unidades educacionais e propiciando ao aluno ambiente adequa
do, salutar e agradável para a permanência na escola, concorrendo para
o alcance da elevação do desempenho escolar.
ORDEM DE SERVIÇO : 234498
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
- Aquisição de materiais de consumo e permanente pela Prefeitura Muni-
cipal/SEDUC necessários ao funcionamento da escola e de serviços para
manutenção, conservação e pequenos reparos na Unidade Escolar.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 10.234,38

1.1.2 CONSTATAÇÃO:
Falha na formalização dos procedimentos administrativos para as
compras diretas de materiais pedagógicos e de limpeza utilizados nas
escolas com recursos do PDDE.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 17


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
A Prefeitura não realizou procedimento licitatório. Os documentos
apresentados de suporte às despesas foram requisições de materiais,
ordens de pagamentos, notas fiscais de compras de materiais
pedagógicos e de limpeza, notas de empenho e autorizações de entrega
dos materiais. Essas despesas não foram precedidas de alguns
requisitos administrativos, tais como:
1) Processo numerado;
2) Pesquisa de preços;
3) Estimativa de preços com indicação do menor preço;
4) Indicação da disponibilidade de recurso orçamentário;
5) Autorização da autoridade competente para realização das despesas.

EVIDÊNCIA:
A - Processos nºs 1167/2009, de 18/02/2008, 7174 e 7175/2008, de
15/09/2008 e 7568/2008 de 02/10/2008.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Vale
ressaltar que a Prefeitura Municipal de Inhumas tem buscado cumprir as
exigências da Lei 8.666/93 em todos os procedimentos, para tanto, não
ficando diferente, existe e foi realizada os devidos procedimentos
licitatórios devidos à aquisição dos materiais pedagógicos e de
limpeza utilizados nas escolas com recursos do PDDE".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal afirma que fez licitações para as despesas
mencionadas, todavia não comprovou documentalmente tais feitos. Dessa
forma, mantemos nosso apontamento.

1.1.3 CONSTATAÇÃO:
Falta de controle de estoque e da distribuição dos materiais
adquiridos com recursos do PDDE.

FATO:
Com o fito de avaliar o planejamento de compras e o método de controle
utilizado na movimentação dos materiais adquiridos com recursos do
PDDE, visitamos as Escolas Municipais Monsenhor Angelino, Odilon José
Oliveira e Otávio Balestra, constantes da amostra encaminhada pela
DSEDU/SFC/CGU, ocasião em que verificamos que não é realizado o
controle de estoque dos materiais adquiridos e distribuídos. Os
registros dos quantitativos adquiridos constam apenas nas requisições
e notas fiscais, não havendo controle de entrada e saída dos itens, o
que impossibilita o conhecimento dos fluxos dos estoques. Constatamos,
ainda, que não consta indicação do Programa nas notas fiscais e que
não constam registros dos recebimentos dos materiais pelas escolas. No
que tange à programação de compras, não foi apresentada documentação
que comprove sua realização.
Oportuno registrar que a Escola Municipal Limeira também constava da
amostra supramencionada, contudo, a instituição não estava mais em
funcionamento, razão pela qual não foi objeto da fiscalização.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 18


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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
EVIDÊNCIA:
A - Documentação apresentada relativa ao Programa;
B - inspeção "in loco";
C - entrevistas com os responsáveis pelas entidades visitadas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Em
relação aos itens/fatos aqui discriminados, cabe manifestar que, muito
embora a Secretaria Municipal de Educação de Inhumas tenha suas
deficiências estruturais comuns a maioria da prefeituras brasileiras,
todo o material adquirido é precedido levantamento de todas as
unidades escolares com base no quantitativo de alunos, sendo que as
unidades escolares só recebem materiais de acordo com a necessidade e
o número de alunos.
O parâmetro utilizado tanto na aquisição quanto na distribuição das
mercadorias é o quantitativo requisitado pelas unidades através de
seus diretores, mediante estudo e considerando sempre o números de
alunos e a comparação com os gastos do mesmo período, além do que o
próprio Conselho faz o acompanhamento e fiscalização, evitando assim
falta e também os desperdícios.
Entendemos que a forma de avaliação e o método utilizado para
verificação da movimentação dos materiais adquiridos com recursos do
PDDE, não pode ser eficaz somente com visita in loco, mas mediante a
avaliação dos mecanismos utilizados desde o levantamento da
necessidades até a distribuição".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor municipal não têm o condão de
afastar as impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam
de maneira direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na
falta de elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos o nosso posicionamento em relação aos
fatos nela descritos.

1.1.4 CONSTATAÇÃO:
Falta de aplicação financeira dos recursos do PDDE, enquanto não
utilizados.

FATO:
Mediante análise da documentação do PDDE das escolas municipais
beneficiárias, constatamos que não houve a aplicação financeira dos
recursos recebidos, desatendendo o disposto no art. 29 da
Resolução/FNDE/CD/ nº 9, de 24 de abril de 2007. A seguir demonstramos
a cronologia de execução das despesas:
Extrato Bancário de Execução Financeira do PDDE.
Data Histórico Valor Saldo
02/01/08 OB Eletrônica 1.201,30 1.201,30
16/01/08 Depósito Cheque 120,13 1.321,43
06/03/08 Cheque compensado 1.321,43 00,00
07/08/08 OB Eletrônica 1.590,20 1.590,20
07/08/08 OB Eletrônica 795,10 2.385,30
15/08/08 Depósito cheque 238,53 2.623,83
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 19
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Extrato Bancário de Execução Financeira do PDDE.
Data Histórico Valor Saldo
29/09/08 Cheque compensado 1.476,88 1.146,95
15/10/08 Cheque compensado 1.146,95 00,00
EVIDÊNCIA:
A - Extrato bancário da c/c nº 415.000-4 - Ag.1251, CAIXA;
B - Ordem de Fornecimento e Notas fiscais.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Em
relação a aplicação financeira, deve ter havido algum desencontro de
informações, pois todos os recursos de contas da Prefeitura, já são
automáticas junto às instituições financeiras".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal municipal não admitiu a falha apontada, afirmando
que houve aplicação financeira dos recursos, todavia, ele não
apresentou extrato bancário comprobatório. Desta feita, mantemos o
nosso posicionamento.

1.1.5 CONSTATAÇÃO:
Falta da notificação dos recursos federais recebidos, prevista na Lei
nº 9.452/1997.

FATO:
Não obstante termos requerido ao gestor municipal, por meio da
Solicitação de Fiscalização nº. 01/2009, a comprovação das
notificações das liberações dos recursos do PDDE aos partidos
políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais, não
foi apresentado nenhum documento nesse sentido,ficando caracterizado
o descumprimento ao art. 2º da Lei nº.9.452/1997.

EVIDÊNCIA:
A - Solicitação de Fiscalização nº. 01/2009, de 15.10.2009; e
B - Ofício PM Inhumas nº 250/2009 de 05/11/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Foram
tomadas as providências no sentido de atender ao disposto no artigo 2º
da Lei 9542/97, sendo que foram afixadas no placar da Prefeitura,
Câmara de Diretores Lojistas, Câmara Municipal de Inhumas onde há
representantes de várias agremiações partidárias, porém, apesar de
haver outros partidos políticos no Município, não foi possível
localizar os seus representantes. Mas com o intuito de transparência,
notificamos os Partidos: PP, PSDB, PV e formalmente a Câmara Municipal
de Inhumas, que na qual comportam vereadores e representantes dos
demais partidos".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A despeito de o gestor municipal ter ponderado que adotou as medidas
exigidas pela legislação pertinente, não apresentou documentos
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 20
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
comprobatórios, motivo pelo qual mantemos o fato apontado.

AÇÃO :
0969
APOIO AO TRANSPORTE ESCOLAR NA EDUCACAO BASICA - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Garantir a oferta de transporte escolar aos alunos do ensino públi-
co, residentes em área rural, por meio de assistência financeira, em
caráter suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios, de modo a garantir-lhes o acesso e a permanência na escola.
ORDEM DE SERVIÇO : 234436
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
- Aquisição, Prefeitura Municipal/SEDUC, de combustível para os veícu-
los escolares e de serviços contratados junto a terceiros para o trans
porte dos alunos; Pagamento de despesas com impostos e taxas, peças e
serviços mecânicos.
- Atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 46.127,17

1.1.6 CONSTATAÇÃO:
Falha na formalização dos procedimentos licitatórios para a
contratação dos serviços de transporte escolar do PNATE.

FATO:
Da análise dos procedimentos licitatórios relativos à execução das
ações do PNATE no Município de Inhumas/GO, verificamos impropriedades
na formalização do procedimento e na elaboração do edital, conforme
abaixo discriminadas:
I - Procedimento: Pregão Presencial nº 02, de 24.01.08.
Objeto: Serviços de transporte escolar e transporte universitário para
o ano letivo de 2008 (21 linhas - 15 rurais e urbanas e 06 Goiânia,
Anicuns, Itaberaí e Goiás).
Impropriedades:
a) Não apresentação de processo autuado e protocolado, contrariando o
disposto no Art. 38, caput da Lei n° 8.666/93. O procedimento
licitatório apresentado estava numerado de 000004 a 000124;
b) Edital não estabelece as condições para a assinatura do contrato
por parte da licitante vencedora, não define prazo e condições para
execução da avença, não constando, tampouco, a minuta do ajuste a ser
firmado entre a administração e o licitante vencedor. Esses fatos
contrariam o disposto no Art. 40 da Lei n° 8.666/93.

II - Procedimento: Pregão Presencial nº 05, de 24.04.09.


Objeto licitado: Aquisição de serviços de transporte escolar
municipal, estadual e transporte universitário (20 linhas - 14 rurais
e urbanas e 06 intermunicipais)ano letivo de 2009.
Impropriedades:
a)Processo autuado, protocolado, contudo, com folhas não numeradas;
b) Termo de referência elaborado sem orçamento estimado em planilhas
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 21
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
de quantitativos e custos unitários.

EVIDÊNCIA:
A - Pregão Presencial nº 02, de 24.01.08, fls de 000004 a 000124;
B - Processo nº 1808-09 - Pregão Presencial nº 05, de 24.04.09, folhas
não numeradas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "A falha
na formalização dos procedimentos licitatórios mencionadas não
procede, pois todo e qualquer procedimento que tenha por objeto
contratação, aquisição ou requerimentos em geral são devidamente
formalizados no setor de protocolo da prefeitura de Inhumas, sem este
procedimento não há tramitação, portanto caso seja a falha mencionada
a ausência de protocolo, ocorreu uma falha por ocasião da apresentação
do processo licitatório, que são sempre iniciados com a requisição da
secretaria interessada, recebendo o despacho do gestor autorizando, e
após é autuado pela Comissão Permanente de Licitação na modalidade
cabível.
Os processos licitatórios Pregão presencial n.º 02 de 24/01/08 e
Pregão Presencial n.º 05 de 24/04/09, em que pesem apresentar algum
tipo de falha procedimental, buscou atender a necessidade do
Município, respeitando sobretudo o caráter competitivo entre os
licitantes e a defesa do interesse público".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal em sua manifestação não apresentou nenhum fato
que pudesse refutar a falha apontada, no tocante às falhas na
formalização dos procedimentos licitatórios, motivo pelo qual
ratificamos o nosso posicionamento.

1.1.7 CONSTATAÇÃO:
Prestação dos serviços de transporte escolar: desatendimento das
normas do Código Nacional de Trânsito.

FATO:
Visando a verificação da regularidade da prestação dos serviços do
transporte escolar, foram vistoriadas 5 (cinco) viaturas que atendem
ao município de Inhumas/GO, sendo constatadas impropriedades quanto as
condições condução de veículo, a falta do uso de cinto de segurança
pelos alunos e o transporte de alunos excedendo a capacidade do
viatura. As situações constatadas estão indicadas conforme a seguir:
I - Veículo modelo Kombi, placa JGG-0219: O motorista Edvaldo Firmino
Santana usava traje inadequado, vestindo bermuda e calçando chinelos.
No momento da vistoria o condutor não portava os documentos de
licenciamento do veículo;
II - Veículo modelo Kombi, placa JHJ-0387: O Motorista Vicente José
dos Santos informou que os cintos de segurança não eram utilizados por
todos os alunos em razão de a capacidade do veículo ser de oito
passageiros e, na oportunidade, o veículo transportava dezesseis
alunos.

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EVIDÊNCIA:
A - Fotos dos veículos vistoriados - Empresa GH Transportes Ltda.

Motorista: Vicente José dos Santos – linha 11 Motorista: Edvaldo Firmino Santana – linha 09

Motorista: Edvaldo Firmino Santana


Banco do veículo Kombi – placa JGG 0219
Traje: camisa verde e bermuda preta

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "A
Secretaria de Educação do Município de Inhumas vem se aprimorando cada
dia mais em relação à verificação, fiscalização e acompanhamento dos
prestadores de serviços, ocorre que em relação aos veículos de
transporte de alunos, já contratamos um fiscal onde irá vistoriar
todos os veículos semanalmente e fiscalizar o cumprimento de cada
condutor, portanto, ponto este que já tomamos providencias no sentido
de regularização".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa do gestor municipal não elide a falha apontada, bem
como não comprova a implementação de medidas adequadas visando
eliminar a impropriedade. Desta feita, mantemos o nosso
posicionamento.

1.1.8 CONSTATAÇÃO:
Falha de atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social -
CACS no acompanhamento das ações do PNATE no município.

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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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FATO:
Verificando a atuação do CACS no monitoramento da aplicação dos
recursos do PNATE em Inhumas/GO, foi comprovado que, em relação a
2008, o colegiado emitiu parecer sobre a prestação das contas das
despesas realizadas no exercício. Todavia, além da comprovação da
apreciação das contas anuais, não foram apresentados outros
documentos, tais como atas e relatórios, que indicassem a atuação do
conselho no monitoramento das ações desenvolvidas no âmbito do
Programa. Relativamente ao ano de 2009, foram apresentadas as Atas nº
07, de 02/03/2009 e nº 09, de 24/06/2009, das quais não constam
deliberações dos membros do CACS acerca do PNATE.
Assim, diante da documentação apresentada, não foi comprovado o
efetivo acompanhamento e o controle social realizado pelo CACS sobre a
aplicação dos recursos do PNATE. Essa circunstância contraria o
disposto no artigo 16 da Resolução/CD/FNDE nº 43, de 10/09/2007, e no
artigo 17 da Resolução/CD/FNDE nº 10, de 07/04/2008.

EVIDÊNCIA:
A - Prestação de contas do PNATE de 2008.
B - Ausência de atas de reuniões do CACS de 2008 e Atas nº 07, de
02/03/2009 e nº 09, de 24/06/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Em
relação a atuação do Conselho, este vem atuando de forma transparente
e independente, buscando o acompanhamento com qualidade e formalismo.
Todavia, sempre buscando a comprovação das contas anuais para sua
aprovação, buscando balancetes, notas fiscais, e documentos correlatos
à lisura dos procedimentos. Vale ressaltar que todos os documentos
requeridos pelo Conselho a Prefeitura Municipal está de pronto a
atender, para que facilite o monitoramento das ações desenvolvidas no
âmbito dos recursos".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal não admitiu a falha apontada, afirmando que o CACS
é atuante, todavia, ele não apresentou documentos comprovando esse
fato. Desta feita, mantemos o nosso posicionamento.

1.1.9 CONSTATAÇÃO:
Falta de notificação dos recursos federais recebidos, prevista na Lei
nº 9.452/1997.

FATO:
Não obstante termos requerido ao gestor municipal, por meio da
Solicitação de Fiscalização nº. 01/2009, a comprovação das
notificações das liberações dos recursos do PNATE aos partidos
políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais,
não foi apresentado nenhum documento nesse sentido, ficando
caracterizado o descumprimento ao art. 2º da Lei nº.9.452/1997.

EVIDÊNCIA:
A - Solicitação de Fiscalização nº. 01/2009, de 15.10.2009 e Ofício PM
Inhumas nº 250/2009 de 05/11/2009.
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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Foram
tomadas as providências no sentido de atender ao disposto no artigo 2º
da Lei 9542/97, sendo que foram afixadas no placar da Prefeitura,
Câmara de Diretores Lojistas, Câmara Municipal de Inhumas onde há
representantes de várias agremiações partidárias, porém, apesar de
haver outros partidos políticos no Município, não foi possível
localizar os seus representantes. Mas com o intuito de transparência,
notificamos os Partidos: PP, PSDB, PV e formalmente a Câmara Municipal
de Inhumas, que na qual comportam vereadores e representantes dos
demais partidos".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A despeito de o gestor municipal ter ponderado que adotou as medidas
exigidas pela legislação pertinente, não apresentou documentos
comprobatórios, motivo pelo qual mantemos o fato apontado.

AÇÃO :
4046
DISTRIBUICAO DE MATERIAIS E LIVROS DIDATICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL -
NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Prover de livros e materiais didáticos e de referência as escolas pú-
blicas do ensino fundamental, das redes federal, estadual, municipal e
do Distrito Federal, visando garantir a equidade nas condições de
acesso e a qualidade do ensino público brasileiro e, quando possível,
distribuí-los aos alunos matriculados e professores de escolas na mo-
dalidade plurilíngue, no exterior, que cursem ou lecionem a língua
portuguesa como língua estrangeira, preferencialmente nos países do
Mercosul.
ORDEM DE SERVIÇO : 234077
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
- Atendimento a todos os alunos do Estado/Município;
- Escolha dos livros didáticos por parte da escola (prazos, formas,
normas etc);
- Avaliação do processo de distribuição, utilização, conservação e
remanejamento do livro didático;
- Gerenciamento do Programa do Livro Didático por parte da SEDUC/Pre-
feitura;
- Utilização do sistema SISCORT;
- Utilização da Reserva Técnica;
- Conservação do livro didático.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: Não se aplica

1.1.10 CONSTATAÇÃO:
Não utilização do Sistema de Controle de Remanejamento e Reserva
Técnica - SISCORT.

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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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FATO:
Por meio de entrevista junto às responsáveis pelo gerenciamento do
Programa em Inhumas/GO e análise de documentos, foi verificado que
elas conhecem os normativos e a operacionalização do PNLD, bem como
mantêm interface constante com as escolas municipais.
Com relação à utilização do Sistema de Controle de Remanejamento e
Reserva Técnica - SISCORT, observa-se que a Secretaria Municipal de
Educação não o tem acessado, sequer dispondo de login e senha do
Sistema. As servidoras informaram, inclusive, que esse procedimento só
seria realizado em nível de Secretaria Estadual de Educação. No
entanto, a Resolução-FNDE nº 3/2008, inciso IV, alínea "e", determina
que o acesso deve ser feito pelas Secretarias Municipais de Educação
com fins de promover o remanejamento de todo e qualquer livro ou
material didático referente ao Programa, não utilizado pela escola,
para atender outras unidades que necessitem de complementação.

EVIDÊNCIA:
A - Entrevista com as gestoras do programa PNLD no município;
B - Fiscalização in loco.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

1.1.11 CONSTATAÇÃO:
Falta de controle do processo de distribuição, devolução e
remanejamento do livro didático.

FATO:
Avaliando o gerenciamento da distribuição de livros a cargo do
município, foi constatado que não há registro da efetiva entrega dos
livros às escolas beneficiadas - Escolas Municipais Senador João
Abrahão Sobrinho, Monsenhor Angelino, Odilon José de Oliveira e
Otávio Balestra, constantes da amostra encaminhada pela
DSEDU/SFC/CGU. Também não foi comprovado que no município sejam
realizados levantamento periódicos a respeito de carências ou sobras
de livros nas escolas, prejudicando, via de consequência, a
possibilidade da realização de remanejamento dos acervos excedentes.
Oportuno registrar que a Escola Municipal Limeira também constava da
amostra supramencionada, contudo, a instituição não estava mais em
funcionamento, razão pela qual não foi objeto da fiscalização.

EVIDÊNCIA:
A - Fiscalização in loco.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "A
Secretaria Municipal de Educação mantém programa de controle de
distribuição, entrega, devolução dos livros didáticos, fazendo ainda o
trabalho de conscientização de conservação tanto dos alunos quantos
dos pais durante todo o ano letivo, trabalho permanente que apresenta
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casos isolados de ineficiência , mas que na maioria dos casos tem
resultados satisfatórios".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal não admitiu a falha apontada, afirmando que o
controle de entrega dos livros didáticos é feita através das
matriculas dos alunos, contudo, ele não apresentou documentos
comprovando esse fato. Desta feita, mantemos o nosso posicionamento.

1.1.12 CONSTATAÇÃO:
Falta de controle da entrega dos livros aos alunos e insuficiência de
ações com vistas ao incentivo da conservação e devolução dos livros.

FATO:
Nas visitas às escolas, constatamos a falta de registros das entregas
dos livros didáticos aos alunos, embora os recebimentos dos livros
tenham sido confirmados pelos beneficiários durante a realização de
entrevistas. Além disso, foi confirmado que existe trabalho de
conscientização do aluno quanto os cuidados e devolução do livro
didático, contudo essa ação é realizada somente quando da entrega do
livro ao aluno. Assim, não foi comprovada a realização de outras
campanhas de conscientização específicas para este fim ao longo do
ano.

EVIDÊNCIA:
A - Entrevista com alunos das escolas visitadas;
B - Entrevista com os professores.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "O
controle de entrega dos livros didáticos é feita através das
matriculas onde consta os dados de todos os alunos matriculados, sendo
que os casos de alunos sem livros nas escolas Senador João Abrão,
Monsenhor Angelino são casos isolados, onde o problema é resultado de
ações dos próprios alunos".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não obstante o gestor municipal ter informado que mantém programa de
controle de entrega e devolução dos livros didáticos e realiza
trabalho de conscientização acerca da conservação deles, não
apresentou documentos comprovando tais fatos, razão pela qual
ratificamos nosso posicionamento.

1.1.13 CONSTATAÇÃO:
Falta de infra-estrutura básica para guarda e conservação dos livros.

FATO:
Em visita à Escola Municipal Rural Otávio Balestra, constatamos a
inexistência de armários e/ou prateleiras para guarda e conservação
adequada dos livros, estando os livros empilhados num canto da única
sala de aula da escola.

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EVIDÊNCIA:
A - Registros fotográficos feitos em inspeção in loco:

Sala de aula e local de guarda dos livros da escola Otávio Balestra


MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Estamos
buscando cada dia mais a realização de obras e reformas das
instalações das escolas municipais, assim poderemos obter conservação
e infra-estrutura básica para guarda e conservação correta dos
livros".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal municipal em sua manifestação reconhece a
necessidade de melhorias na estrutura física das escolas municipais.
No entanto, não comprovou a adoção de medidas concretas visando saná-
las, motivo pelo qual ratificamos o nosso posicionamento.

1.1.14 CONSTATAÇÃO:
Incompatibilidade entre as guias de recebimento dos livros com as
informações obtidas no sistema de distribuição de livros, no sítio do
FNDE.

FATO:
Comparando os dados de distribuição de livros relativos ao ano de 2009
constantes do sítio do FNDE, com a carta circular nº 21, de
27/08/2008, que encaminhou livros para as escolas Agropecuária João
Abrahão Sobrinho, Odilon José Alves e Otávio Balestra, foram
constatadas divergências em relação ao quantitativo de livros
distribuídos as escolas municipais. Cabe registrar que, de acordo com
informações obtidas da Secretaria Municipal da Educação, os
quantitativos e livros efetivamente recebidos guardavam estrita
correspondência com as quantidades relacionadas na Carta Circular.

EVIDÊNCIA:
A - Relação de distribuição dos livros extraída do sítio FNDE;
B - Cartas circular nº 21, de 27/08/2008, das escolas Agropecuária
João Abrahão Sobrinho, Odilon José Alves e Otávio Balestra;
C - Visita nas escolas.

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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Não houve manifestação.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

1.1.15 CONSTATAÇÃO:
Existência de alunos sem livros nas Escolas Municipais Senador João
Abrahão Sobrinho e Monsenhor Angelino.

FATO:
Com o intuito de verificar a execução do Programa Nacional do Livro
Didático-PNLD, visitamos as escolas municipais: Senador João Abrahão
Sobrinho, Monsenhor Angelino, Odilon José de Oliveira e Otávio
Balestra, das quais constatamos a existência de alunos sem livros em
duas das escolas. Na Escola Municipal Senador João Abrahão Sobrinho,
foi identificada carência de livros no 6º, 7º, 8 e 9º ano, sendo dez
unidades de cada livro das disciplinas de Português, História,
Geografia, Ciências e Matemática. Na Escola Monsenhor Angelino foram
identificadas carências no 3º e 5º ano, do livro de História, e no 2º
ano dos livros de Ciência, História e Geografia.

EVIDÊNCIA:
A - Lista de livros didáticos fornecida pela Escola Municipal
Agropecuária de Inhumas, Senador João Abrahão Sobrinho;
B - Entrevista com os alunos da Escola Monsenhor Angelino.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "A
existência de alunos sem livros nas escolas podemos esclarecer que
todos os alunos ao iniciar-se no ano letivo, recebem livros didáticos
o que ocorre às vezes é uma má utilização deste livro por parte do
aluno, onde estamos realizando campanhas de preservação e manutenção
dos livros com os alunos e pais".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal admitiu a falta de livros nas escolas, contudo, não
apresentou documentos comprovando as medidas mencionadas, motivo pelo
qual ratificamos o nosso posicionamento.

AÇÃO :
8744
APOIO A ALIMENTACAO ESCOLAR NA EDUCACAO BASICA - NO ESTADO DE GOIAS
OBJETIVO DA AÇÃO :
Garantir a oferta da alimentação escolar, de forma a suprir, no míni-
mo, 15% das necessidades nutricionais dos alunos matriculados em esta-
belecimentos públicos nos Estados, Municípios e Distrito Federal, nos
estabelecimentos mantidos pela União e excepcionalmente, nas entidades
filantrópicas, com a oferta de, no mínimo uma refeição diária, durante
o período de permanência na escola. Essa ação visa a contribuir para o
crescimento do aluno, para a melhoria da sua aprendizagem e para a
formação de bons hábitos alimentares.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 29
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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ORDEM DE SERVIÇO : 234525
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Aquisição, armazenagem e distribuição dos gêneros alimentícios pela
Prefeitura Municipal/SEDUC/Escolas Executoras/Empresas Terceirizadas;
- Recebimento e armazenagem dos gêneros, elaboração da merenda e ofer-
ta da refeição aos alunos pelas escolas e empresas terceirizadas;
- Atuação do Conselho de Alimentação Escolar - CAE.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 390.808,00

1.1.16 CONSTATAÇÃO:
Irregularidades nos procedimentos licitatórios para a aquisição dos
gêneros alimentícios relativos ao PNAE.

FATO:
Dos procedimentos licitatórios examinados, referentes à aquisição de
gêneros alimentícios para o PNAE, foram verificadas as seguintes
irregularidades, conforme o respectivo procedimento:
I - Convite nº 007/2008 - Proc. Nº 283/2008 de 17/01/2008.
Empresas constantes da ata de julgamento como participantes: Neto e
Soares Neto Ltda. - CNPJ 33.606.492/0001-12; Supermercado Ki-Jóia
(Osmiro Qualhato) - CNPJ 00490541000145; e Panificadora Santana
Granner Vaz Ltda. (CNPJ 37.347.218/0001-27).
Vencedora: Panificadora Santana Granner Vaz Ltda. (CNPJ
37.347.218/0001-27)
a)Desrespeito ao prazo mínimo entre a entrega do último convite e a
realização da sessão de abertura do certame, contrariando o disposto
no Art. 21, §2°, do inciso IV da Lei 8.666/93 - Os convites entregues
às empresas Neto e Soares Neto Ltda. e Supermercado Ki-Jóia registram
como data de entrega o dia 21/01/2008, e a licitação foi realizada no
dia 25/01/2008.
b)Propostas comerciais apresentadas sem carimbo e sem assinatura dos
responsáveis pelas empresas - das propostas das empresas Neto
Soares Neto e Supermercado Ki Jóia não constam carimbo e assinatura
dos responsáveis pelas empresas. Ademais, as propostas foram
apresentadas em cópias de papel timbrado das empresas.
c)Empresas indicadas como participantes não confirmam participação
no certame - instado a confirmar, por meio de circularização, a
participação no Convite n° 007/2008, o proprietário da empresa Neto
Soares Neto declarou que não participou da licitação. Já o
proprietário do Supermercado Ki Jóia se negou a assinar o anexo do
Ofício Circular, confirmando ou negando sua participação.
d) Proposta comercial da licitante vencedora apresentada por meio de
aposição manual do preço oferecido no próprio instrumento do convite
para participar do certame, contrariando o item 6.4 do edital de
licitação, que previa que o documento fosse apresentado em formulário
próprio da empresa.
e) Sobrepreço no valor do kilograma do pão francês - a proposta da
empresa vencedora previu o fornecimento de 6.300 kg de pão, ao preço
de R$ 4,80/kg, totalizando R$ 30.240,00. Os comprovantes de despesas
registram o fornecimento de 5.625 kg de pães, ao preço de R$ 6,00,
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 30
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
totalizando de R$ 33.750,00. Respeitado o valor do kg do pão constante
da proposta, o montante a ser pago deveria totalizar R$
27.000,00, o que resultou no pagamento, a maior, de R$ 6.750,00.
f) Não constam do processo instrumento de contrato ou eventual termo
aditivo de reajustamento de preços.

II - Convite nº 57 - Processo nº 6.526/2008 de 20/08/2008.


Empresas constantes da ata de julgamento como participantes: José
Pires da Rocha - Inhumense CNPJ 02.789.986 /0001-91 e Panificadora
Santana 37.347.218/0001-27.
Vencedora: Panificadora Santana 37.347.218/0001-27.
a) Licitação julgada contando com a apresentação de duas propostas de
preços, contrariando os §§ 3º e 7º do Artigo 22 da Lei 8.666/93 e
Decisão do TCU nº 1.102/2001 - Plenário, que estabelece que, quando se
tratarem de recursos federais, deve-se repetir o certame sempre que
não for atingido o número mínimo de três propostas válidas.
b) Propostas de preços das empresas José Pires da Rocha - Inhumense
CNPJ 02.789.986/0001-91 e Panificadora Santana 37.347.218/0001-27
apresentadas no próprio corpo do instrumento do convite, contrariando
o disposto no item 6.4 do edital que estabelecia a obrigação de
apresentação de proposta em formulário próprio da empresa.

III - Convite nº 61 - Proc.nº 7155/2008 de 04/09/2008.


Empresas constantes da ata de julgamento como participantes: Miramar
José Fernandes (Supermercado Soares) - CNPJ 37.006.426/0001-62; D&R
Distribuidora e Comércio de Carnes Ltda - CNPJ 09.343.028/0001-04; e
Adalberto José da Silva - CNPJ 06.029.690/0001-98;.
Vencedora: Adalberto José da Silva - CNPJ 06.029.690/0001-98.
a) Processo autuado em 04/09/08 e solicitação de material datada de
09/09/08, data posterior à da autorização de licitação 03/09/08.
Abertura do certame foi dia 11/09/08 e as autenticações da
documentação de habilitação foram feitas no dia 08/09/08. Na Ata de
Abertura consta que a habilitação e a abertura das propostas de preços
foram feitas sequencialmente no dia 11/09/08.
b) Convite julgado contando com a apresentação de apenas duas
propostas de preços válidas, visto que uma das participantes não foi
habilitada para a fase de julgamento das propostas. A situação
contraria os §§ 3º e 7º do Artigo 22 da Lei 8.666/93 e Decisão do TCU
nº 1.102/2001 - Plenário.
c) Empresas indicadas como participantes não confirmam participação no
certame - instadas a confirmar, por meio de circularização (Ofício
circular nº 476, de 03/11/2009), as empresas D&R Distribuidora e
Comércio de Carne Ltda., CNPJ 09.343.028/0001-04, e Miramar José
Fernandes (Supermercado Soares), CNPJ 37.006.426/0001-62, declararam
expressamente que não participaram do procedimento licitatório, não
tendo enviado propostas. As assinaturas constantes do recebimento dos
convites, das propostas de preços, do termo de renúncia de recurso e
da Ata de Julgamento não foram reconhecidas pelos proprietários das
empresas.
d) Termos registrados na Ata de julgamento relativos ao comparecimento
das empresas, inabilitação, propostas de preços não condizem com a
realidade dos fatos haja vista que as empresas mencionadas na ata
declararam não ter participado do certame, conforme documentos
firmados por meio do Ofício circular nº 476/2009.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 31
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
EVIDÊNCIA:
A) - Processo: 283-08,Convite Nº 007, de 25.01.08 (Aquisição de 6.300
kg de pães e 15.000 litros de leite pasteurizado destinados às escolas
e creches municipais);
B - Processo: 6526-08, Convite Nº 057, de 27.08.08 (Aquisição de pão e
leite pasteurizado destinados às Escolas e Creches Municipais);
C - Processo: 7155-08, Convite Nº 061, de 11.09.08 (Aquisição de
carnes (carne bobina, frango e lingüiça) destinados às escolas e
creches municipais).

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Foram
analisados os procedimentos licitatórios para aquisição de merenda
escolar no ano letivo de 2008, Carta Convite n.º 07/2008, de
17/01/2008, Carta Convite n.º 57/2008 de 20/08/2008 e Convite 61/2008
de 04/09/2008;
Na Carta Convite n.º 07/2008 que tem por objeto a aquisição de Pães
foi vencedora a empresa Panificadora Santana Granner Vaz Ltda, onde
foi aceito a documentação apresentada pois não havia erro passível de
comprometer o caráter competitivo, sendo que a apresentação das
propostas em papel timbrado das empresas demonstram a efetiva
participação das mesmas.
A falta de carimbo não é indicativo de irregularidade, e a não
confirmação da participação das empresas se deu certamente por falta
de informação dos licitantes, ou até mesmo em função de esquecimento
quanto a exatidão da data da abertura, e não pode ser considerada como
irregularidade, pois obtemos o formal convite com as devidas
assinaturas e com o devido carimbo do CNPJ das empresas, conforme em
anexo.
Não existe qualquer vedação a apresentação de proposta feita
manuscrita, quanto a alegação de sobrepreço, a variação de preços no
decorrer do contrato foi a causa do aumento do preço do quilo que
existe obviamente o processo a parte de reajustamento de preço, mas
que não foi solicitado pela fiscalização, porém os gastos ficaram
dentro do limite empenhado.
Na Carta Convite n.º 57/08 cujo objeto foi aquisição de pães, foi
vencedora a empresa Panificadora Santana, onde não compareceu uma das
as empresas convidadas, mas que se deu andamento pois não havia erro
passível de comprometer o caráter competitivo e para não prejudicar o
fornecimento de merenda é que buscou-se dar andamento no procedimento
licitatório, não constatando nenhuma outra irregularidade que
comprometesse o certame.
Na carta Convite n.º 61/2008 destinada a aquisição de gêneros
alimentícios registros de erros de grafia em relação as datas de
requisição e da abertura do certame.
Quanto a autenticação dos documentos ser 03 dias anterior a abertura
não há como levantar qualquer irregularidade neste ponto.
O fato das empresas não declararem a sua participação não pode ser
considerada, até porque os atos e documentos, bem como a ata de
julgamento estão devidamente assinados pelos licitantes.
Existe na Prefeitura Municipal de Inhumas, nomeação da CPL, onde todos
os procedimentos licitatórios se inicia através de oficio do
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 32
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
requisitante, após sempre é juntada a Portaria de nomeação".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal não se manifestou acerca dos itens "a" e
"f" do Convite nº 07/2008, no tocante aos demais itens dessa
licitação tecemos as seguintes considerações:
item "b" - O esclarecimento apresentado não contesta objetivamente a
falha apontada, razão pela qual ratificamos nossa posição;
item "c" - As ponderações do gestor municipal não corroboram com
o fato apontado pela CGU no que tange a não participação dos
licitantes no Convite comprovada pelos trabalhos de campo realizado
pela equipe de fiscalização. Em razão do exposto, ratificamos o nosso
posicionamento anterior.
item "d" - O gestor municipal equivocou-se ao afirmar que não há
amparo legal para a apresentação das propostas de preços, pois
o edital previa essa exigência. Além disso, o cerne da questão não foi
o fato da proposta estar manuscrita e sim em formulário inapropriado,
motivo pelo qual mantemos nossa posição;
item "e" - O gestor municipal não admitiu o sobrepreço,
alegando que houve reajustamento de preço em função da variação de
preço no decorrer do contrato, contudo, não apresentou documento do
ajuste mencionado. Há de se observar, ainda, que a aquisição foi feita
para um período menor do que um (01) ano e o instrumento editalício
não contemplou reajuste de preços. Dessa forma, ratificamos nossa
posição acerca do fato apontado.
O gestor municipal não se manifestou acerca do item "b"" do
Convite nº 57/2008, no tocante ao outro item dessa licitação tecemos
as seguintes considerações:
item "a" - O gestor municipal concordou com a impropriedade
apontada pela CGU e não apresentou fatos novos. Dessa forma, mantemos
nosso posicionamento.
O gestor municipal não se manifestou acerca do itens "b" e
"d" do Convite nº 61/2008, no tocante aos outros itens dessa
licitação tecemos as seguintes considerações:
item "a" - o gestor municipal não acrescentou ponderação
suficiente para elucidar a falha apontada, motivo pelo qual
ratificamos nosso posicionamento;
item "c" - o gestor municipal não apresentou fatos novos com o condão
de elucidar as impropriedades levantadas, razão pela qual mantemos
nossa posição.

1.1.17 CONSTATAÇÃO:
Divergências entre os dados informados na prestação de contas e os
constantes no sítio do FNDE relativas ao PNAE.

FATO:
Em análise da Prestação de Contas de 2008, constatamos que os valores
lançados pela Prefeitura relativos às receitas do FNDE e à
contrapartida divergem dos recursos financeiros transferidos pelo
FNDE, constantes do seu sítio na internet, e dos extratos bancários,
os quais demonstram que os valores efetivamente transferidos são
superiores aos informados, conforme demonstrado abaixo:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 33


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
VALORES (R$)
PRESTAÇÃO DE CONTAS EXTRATO BANCÁRIO
SÍTIO DO FNDE
FNDE CONTRAPARTIDA FNDE CONTRAPARTIDA
224.034,80 24.290,39 250.756,00 250.756,00 27.025,54
EVIDÊNCIA:
A - Prestação de contas 2008 apresentada pela Prefeitura Municipal de
Inhumas/GO;
B - Demonstrativo dos recursos transferidos à Prefeitura extraídos do
sítio do FNDE, exercício 2008;
C - Extratos bancários das contas-correntes nºs 5503-4, 11991-1,
23768-x, agência do Banco do Brasil nº 496-0.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

1.1.18 CONSTATAÇÃO:
Falta da apresentação das notas fiscais relativas aos pagamentos
realizados na conta 11991-1, Ag.496-0, Banco do Brasil.

FATO:
Dos extratos bancários da aplicação dos recursos do PNAE de 2008,
verificamos que não foram apresentadas pela Prefeitura as notas
fiscais dos pagamentos realizados na conta 11991-1, Ag.496-0,
relativamente aos cheques abaixo relacionados:
BANCO DO BRASIL - AG. 496-0 C/C 11991-1
Nº CHEQUE VALOR (R$) DATA
850049 2.188,41 02/01/2008
850050 1.995,15 23/04/2008
850051 1896,00 25/04/2008
850052 1.999,50 16/05/2008
850053 1.999,50 20/06/2008
850054 2.076,00 22/07/2008
850055 1.999,50 18/08/2008
850057 132,00 30/10/2008
TOTAL 14.282,06
EVIDÊNCIA:
A - Extrato bancário conta nº 11991-1, Ag.496-0, Banco do Brasil.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

1.1.19 CONSTATAÇÃO:
Falta de apresentação de documentação comprobatória da aplicação dos
recursos do PNAE de 2009.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 34


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FATO:
No exercício de 2009 (até 13/10/2009) foram aplicados R$ 154.984,29,
do qual foram fiscalizados R$ 91.840,27, correspondendo ao percentual
de 59,25%. Mediante análise dos comprovantes das despesas realizadas,
verificamos que foram feitas licitações nas modalidades de convite,
pregão presencial e compras com dispensa de licitação. Dos
procedimentos citados, somente foi apresentado à equipe de
fiscalização
a licitação relativa ao pregão presencial.

EVIDÊNCIA:
A - Extrato bancário da conta-corrente nº 23315-X, Agência 0496-0,
Banco do Brasil;
B - Notas fiscais, cópias de cheques, nota de empenho e ordens de
pagamento apresentados pela Prefeitura de Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

1.1.20 CONSTATAÇÃO:
Escolas Municipais com infra-estrutura inadequada para o preparo e a
distribuição da merenda escolar.

FATO:
Em visita às Escolas Municipais Peralta, Uni Duni Tê e Otávio
Balestra, e Escolas Rurais Odilon José Oliveira e Monsenhor Angelino,
verificamos que as cantinas apresentam condições inadequadas para o
preparo e a distribuição de lanches aos alunos. As situações
constatadas foram as seguintes:
a) portas e janelas das cantinas não possuem proteção contra insetos e
roedores;
b) os tetos das cantinas não possuem forro;
c) a estocagem e o cozimento dos alimentos são realizados no mesmo
local.

EVIDÊNCIA:
A - Fotos das escolas municipais visitadas:

Janela da cozinha da Escola Municipal Peralta Porta da Escola Municipal Peralta


Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 35
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Teto sem forro da Escola Municipal UNI DUNI TÊ Janela da Escola Municipal UNI DUNI TÊ

Teto sem forro da Escola Municipal Odilon Janela da Escola Municipal Odilon

Local de armazenamento e cozinha da Escola


Teto da cozinha da Escola Municipal Otávio
Municipal Otávio

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 36


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Teto da cozinha da Escola Municipal Monsenhor Local de armazenamento e cozinha da Escola
Angelino Municipal Monsenhor Angelino

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Estamos
buscando cada dia mais a realização de obras e reformas das
instalações das escolas municipais, assim poderemos obter conservação
e infra-estrutura básica para guarda e conservação de todos os
materiais livros e merenda das escolas, mas aproveitamos a esclarecer
que sempre buscamos melhoras dentro da capacidade financeira do
município".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal reconhece a necessidade de melhorias na
estrutura física das escolas municipais. No entanto, não comprovou a
adoção das providências anunciadas visando sanar as falhas
constatadas, razão pela qual ratificamos o nosso posicionamento.

1.1.21 CONSTATAÇÃO:
Falha no controle da distribuição de gêneros alimentícios do PNAE às
escolas.

FATO:
Em visita às escolas Peralta, Uni Duni Tê e Otávio Balestra; e às
Escolas Rurais Odilon José Oliveira e Monsenhor Angelino, constatamos
que a entrega de gêneros alimentícios perecíveis é feita
semanalmente, não havendo controle documental desse recebimento. O
controle da quantidade recebida somente é feito na guia de remessa do
consumo mensal.

EVIDÊNCIA:
A - Guias de remessas de gêneros alimentícios das escolas Peralta, Uni
Duni Tê, Otávio Balestra, Escola Rural Odilon José Oliveira, Escola
Rural Monsenhor Angelino;
B - Inspeção "in loco".

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "A
Secretaria Municipal de Educação vem buscando cada dia mais a
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 37
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
implementação de servidores no acompanhamento, fiscalização e controle
dos materiais e gêneros alimentícios da merenda escolar, mas existe
ainda uma deficiência de servidores que será sanada de imediato".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação do gestor não traz fatos novos ao item constatado pela
equipe de fiscalização. Dessa forma, ratificamos o nosso
posicionamento em relação aos fatos nela descritos.

1.1.22 CONSTATAÇÃO:
Fracionamento de despesas nas aquisições de gêneros alimentícios do
PNAE em 2008.

FATO:
Da análise dos procedimentos licitatórios relativos à execução das
ações do PNAE no Município de Inhumas/GO, verificamos que as
aquisições de gêneros alimentícios realizadas no decorrer de 2008
totalizaram R$ 521.402,59. Nas licitações realizadas não foi observado
a modalidade pertinente ao valor anual estimado da contratação. As
compras foram parceladas e realizadas por meio de 6 (seis) licitações
na modalidade convite, em desacordo com estabelecido no inciso II,
letra a e b, e § 1 e 2º, do Artigo 23, da Lei nº 8.666/93.

EVIDÊNCIA:
A - Processo: 282-08, Convite Nº 006, de 24.01.08
B - Processo: 283-08, Convite Nº 007, de 25.01.08
C - Processo: 3874-08, Convite Nº 041, de 29.05.08
D - Processo: 6525-08, Convite Nº 056, de 27.08.08
E - Processo: 6526-08, Convite Nº 057, de 27.08.08
F - Processo: 7155-08, Convite Nº 061, de 11.09.08

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Em
relação à constatação 3.1.31, esta informação não procede, pois é
feita a divisão de objeto, para que haja uma maior competitividade
entre os licitantes, não sendo os convites mencionados com o mesmo
objeto licitado, estando em acordo com a lei 8.666/93.
A esse respeito cabe análise do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de
maio/1998":
" Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 38


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:
Os argumentos de apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar
as impropriedades registradas, vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos o nosso posicionamento em relação aos
fatos nela
descritos.

1.2 - PROGRAMA
1449
ESTATÍSTICAS E AVALIAÇÕES EDUCACIONAIS
AÇÃO :
4014
CENSO ESCOLAR DA EDUCACAO BASICA - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Realizar, anualmente, em parceria com as Secretarias de Educação dos
Estados e do Distrito Federal, por escola, a coleta de informações
estatístico-educacionais referentes a matrículas e docência,para
subsidiar o planejamento e a gestão da Educação nas esferas
governamentais.
ORDEM DE SERVIÇO : 233986
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Levantamento detalhado das escolas e do aluno da educação infantil, do
ensino fundamental e do ensino médio.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: Não se aplica

1.2.1 CONSTATAÇÃO:
Divergência entre os dados do Censo Escolar e dos Diários de Classe da
rede municipal de ensino de Inhumas/GO.

FATO:
Por meio da análise dos diários de classe do mês de maio/2008 das
Escolas Municipais Peralta, Uni Duni Tê e Monsenhor Angelino, e
Escolas Rurais Odilon José Oliveira e Otávio Balestra, definidas em
amostra pela DSEDU/SFC/CGU, constatamos a seguinte situação:
Quadro Comparativo – Censo X Diários de Classe - Inhumas/GO
Educação Infantil Educação Fundamental
Escola Municipal
Censo Diário Dif. Censo Diário Dif.
Peralta 164 162 2 - - -
Uni Duni Tê 133 132 1 387 399 -12
Odilon J Oliveira 8 8 0 16 16 0
Otávio Balestra 3 3 0 9 11 -2
Monsenhor Angelino 6 3 3 25 23 2
Fonte: Censo/MEC e Diários de Classe das escolas municipais

Desse modo, em relação ao quantitativo de alunos da educação infantil,


as conferências dos diários de classe das escolas constantes da
amostra indicaram um déficit de seis alunos em relação aos dados
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 39
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
constantes do censo. Já em relação aos quantitativos da Educação
Fundamental, foi detectada a existência de doze alunos a mais do que o
número constante do censo.

EVIDÊNCIA:
A - dados do Censo de 2008;
B - diários de classe do mês de maio/2008 das Escolas Municipais
Peralta, Uni Duni Tê, Monsenhor Angelino, Escola Rural Odilon José
Oliveira, Escola Rural Otávio Balestra.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010 - GAB , de 15.01.2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Em
relação a divergência entre os dados informados no censo e os diários
de classe, informamos que será feita uma busca em todos os dados
mencionados onde detectaremos onde se encontra as divergências para
fins de regularização e adequação".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


O gestor municipal admitiu a divergência apontada, todavia, a
constatação deve permanecer até a efetiva regularização.

2 - 36000 MINISTERIO DA SAUDE

2.1 - PROGRAMA
1214
ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
AÇÃO :
0587
ATENDIMENTO ASSISTENCIAL BaSICO NOS MUNICiPIOS BRASILEIROS
OBJETIVO DA AÇÃO :
Ampliar o acesso da população rural e urbana à atenção básica, por
meio da transferência de recursos federais, com base em um valor
per capita, para a prestação da assistência básica, de caráter
individual ou coletivo, para a prevenção de agravos, tratamento
e reabilitação, levando em consideração as disparidades regionais.
ORDEM DE SERVIÇO : 233626
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Os municípios e o Distrito Federal, como gestores dos sistemas locais
de saúde, são responsáveis pelo cumprimento dos princípios da Atenção
Básica, pela organização e execução das ações em seu território, compe
tindo-lhes, entre outros:
I-organizar,executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica
dentro do seu território;
II-Incluir a proposta de organização da Atenção Básica e da forma de
utilização dos recursos do PAB Fixo e Variável, nos Planos de Saúde;
III-Inserir preferencialmente a estratégia de Saúde da Família em sua
rede de serviços, visando à organização sistêmica da atenção à saúde;
IV-Organizar o fluxo de usuários;
V-Garantir infra-estrutura necessária ao funcionamento das Unidades Bá
sicas de Saúde (recursos materiais, equipamentos e insumos);
VI-Selecionar, contratar e remunerar os profissionais de saúde.
(As demais competências dos municípios constam da Portaria 648/2006).
AGENTE EXECUTOR :
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 40
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE INHUMAS
AUTARQUIA MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 1.265.352,29

2.1.1 CONSTATAÇÃO:
Plano Municipal de Saúde não abrange o ano de 2009.

FATO:
Em atenção à Solicitação de Fiscalização nº
001/2009/SM30/Inhumas/Saúde/CGU-Regional/GO, a Secretaria Municipal de
Saúde encaminhou à equipe de fiscalização o Plano Municipal de Saúde
do Município de Inhumas para a gestão 2005 a 2008, ao contrário do que
determina a Portaria MS nº 3085/GM, de 01/12/2006, em seu artigo 4º, §
2º, conforme transcrito a seguir: "Estes instrumentos, em cada esfera
de gestão do SUS, deverão ser compatíveis com os respectivos Planos
Plurianuais (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA), conforme dispositivos constitucionais e
legais acerca destes instrumentos". Assim, formalmente, não há no PMS
dados referentes ao ano de 2009, deixando as ações do corrente período
sem o devido suporte de planejamento prévio. Ainda em campo, a
Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadora do Controle e
Avaliação, em seu Ofício nº 164/2009, manifestou-se da seguinte
maneira acerca do problema apontado: " Vimos através deste, justificar
que por engano a data do Plano Municipal de 2005 a 2008 foi digitada
erroneamente, pois esta data não pode coincidir com o período de
gestão, ela deve-se prolongar por mais um ano, ou seja, 2006 a 2009."
Em análise ao conteúdo do referido Plano Municipal de Saúde, não se
vislumbra que a questão da data tenha sido apenas um erro de
digitação, pois além do período "2005 a 2008" ter sua citação repetida
em mais de uma situação no referido documento, não houve nenhuma
atitude promovida pela Secretaria Municipal de Saúde no sentido de se
retificar os eventuais erros de data e de conteúdo encontrados no PMS.

EVIDÊNCIA:
SF nº 001/2009/SM30/Inhumas/Saúde/CGU-Regional/GO;
Plano Municipal de Saúde 2005 - 2008;
Ofício nº 164/2009, de 19/10/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"ESCLARECIMENTO: A informação desta constatação não configura em
irregularidade por se
tratar de erro de digitação e logo então fora sanado através do oficio
de correção, estando em
seu bojo a correção para 2009."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação apresentada pela Prefeitura Municipal de Inhumas/GO
apenas ratificou os fatos apontados na constatação, permanecendo a
situação de inexistência de retificação, à época, do problema
apontado, mesmo com o gestor apontando que tudo não passou de um
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 41
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
simples erro de digitação (repetida vezes verificado no referido Plano
Municipal de Saúde).

2.1.2 CONSTATAÇÃO:
Conselho Municipal de Saúde não possui autonomia financeira e
administrativa para seu funcionamento.

FATO:
Questionada por meio da Solicitação de Fiscalização n.º
001/2009/SM30/Inhumas/Saúde/CGU-Regional/GO acerca da estruturação e
funcionamento do Conselho Municipal de Saúde, o Secretário Municipal
de Saúde, em documento assinado pelo mesmo, informou o seguinte:
"Atesto que o conselho municipal de saúde de Inhumas utiliza as
dependências da secretaria municipal de saúde do município para as
reuniões, discussões e pesquisas inerentes ás atividades do conselho,
sendo destinado espaço físico com mesa para reuniões, arquivo próprio
e exclusivo além de computador e internet. Atesto ainda que as
eventuais despesas com refeições, deslocamentos, material de
expediente entre outros, correm por conta das dotações orçamentárias
do fundo municipal de saúde."(sic). Desta forma, a Prefeitura
Municipal não cumpre com o determinado pelo Conselho Nacional de
Saúde, em sua resolução n.º 333/2003, quarta diretriz, transcrita a
seguir, ao não conceder autonomia para o funcionamento do Conselho
Municipal de Saúde: "Os Governos garantirão autonomia para o pleno
funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, secretaria
executiva e estrutura administrativa."

EVIDÊNCIA:
A - SF n.º 001/2009/SM30/Inhumas/Saúde/CGU-Regional/GO;
B - Documento assinado pelo Secretário Municipal de Saúde;
C - Visita in loco.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"ESCLARECIMENTO: Esta constatação não procede, pois o Conselho
Municipal de Saúde
possui autonomia financeira e administrativa para seu funcionamento,
este vem atuando de
forma transparente e independente, buscando o acompanhamento com
qualidade e
formalismo. Todavia, sempre buscando a comprovação das contas anuais
para sua aprovação,
buscando balancetes, notas fiscais, e documentos correlatos à lisura
dos procedimentos. Vale
ressaltar que todos os documentos requeridos pelo Conselho a
Prefeitura Municipal e Fundos
estão de pronto a atender, para que facilite o monitoramento das ações
desenvolvidas no
âmbito dos recursos."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A questão aqui discutida refere-se à ausência de autonomia financeira
e de estrutura do Conselho Municipal de Saúde de Inhumas/GO. No
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 42
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
entanto, o gestor fugiu aos fatos aqui discutidos, não justificando o
porquê de não conceder ao CMS as prerrogativas determinadas pelo
Conselho Nacional de Saúde. O CMS realmente funciona, de acordo com as
atas das reuniões, mas, conforme atestado pelo próprio Secretário
Municipal de Saúde, não é concedido ao referido Conselho nenhum tipo
de autonomia, ficando o mesmo vinculado ao orçamento e estrutura da
Secretária Municipal de Saúde. Tal procedimento impede o melhor
funcionamento do CMS, pois o mesmo não foi instituído pelo Conselho
Nacional de Saúde para ficar subordinado às Secretarias Municipais de
Saúde e perdendo, consequentemente, autonomia em relação às decisões
que precisam ser tomadas.

2.1.3 CONSTATAÇÃO:
Composição do Conselho Municipal de Saúde incompatível com o
determinado pelo Conselho Nacional de Saúde.

FATO:
De acordo com a Lei n.º 2.492/2001, que reformulou lei anterior que
havia instituído o Conselho Municipal de Saúde de Inhumas/GO, este
passou a ser composto por 14 integrantes, com a seguinte distribuição
sintética de representação:
Dos usuários: 35,71 %;
Entidades dos trabalhadores de Saúde: 14,29%;
Representantes de governo, prestadores de serviços privados
conveniados, ou sem fins lucrativos: 50%.
No entanto, a Resolução n.º 333/2003 do Conselho Nacional de Saúde,
determina, em sua Terceira Diretriz, II, que a composição dos
Conselhos Municipais de Saúde siga a seguinte distribuição:
Dos usuários: 50%;
Entidades dos trabalhadores de Saúde: 25%;
Representantes de governo, prestadores de serviços privados
conveniados, ou sem fins lucrativos: 25%.
Desta forma, a referida lei que regulamenta a distribuição de vagas
junto ao Conselho Municipal de Saúde de Inhumas/GO está em
desconformidade com determinação superior, com a conseqüente
fragilização do controle social na área da saúde.

EVIDÊNCIA:
A) Lei n.º 2.492, de 24/09/01.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Em relação a composição do Conselho Municipal de Saúde este será
imediatamente ajustado."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Devido ao fato de não terem sido encaminhados documentos que
demonstrem a pronta correção do problema apontado na presente
constatação,
mantém-se a mesma para futuras averiguações.

2.1.4 CONSTATAÇÃO:
Conselho Municipal de Saúde não se reúne conforme periodicidade
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 43
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
estabelecida em resolução do Conselho Nacional de Saúde.

FATO:
Conforme verificou-se em análise às atas disponibilizadas à equipe de
fiscalização pela Secretaria Municipal de Saúde, as reuniões
ordinárias não têm acontecido a cada 30 dias, conforme determina a
Resolução CNS n.º 333/2003, Quarta Diretriz, V e ratificado pelo
artigo 6, II, da Lei Municipal n.º 2.492, de 24/09/01, sendo que as
reuniões foram realizadas nas seguintes datas: 05/03/08, 14/05/08,
26/11/08, 28/01/09, 29/04/09 e 24/06/09. Tal modo de ação, em
desacordo com os citados dispositivos legais, possui respaldo no
Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde, em seu artigo 12,
cujo texto informa que "O Conselho se reunirá sempre que for
necessário, para desempenhar suas atribuições, mediante convocação do
Presidente, do seu substituto legal ou a requerimento da maioria de
seus membros." Assim, a periodicidade estipulada pelo Conselho
Nacional de Saúde e ratificada em lei específica encontra-se
formalmente desobedecida pelo Regimento Interno do Conselho Municipal
de Saúde e, consequentemente, fragilizando o controle social junto às
ações de saúde desenvolvidas no Município.

EVIDÊNCIA:
Lei n.º 2.492, de 24/09/01;
Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde
Cópia das atas das reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho
Municipal de Saúde.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Esta constatação não procede pois o Conselho se reúne a medida da
necessidade discutida entre os membros, mesmo porque estes possuem
atas de reuniões
periódicas para discussões em geral."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


As justificativas apresentadas pelo gestor municipal não elidiram o
frontal desrespeito às determinações do Conselho Nacional de Saúde e à
Lei Municipal que trata do Conselho Municipal de Saúde,
especificamente, em relação às reuniões mensais obrigatórias do CMS.
Tal periodicidade possui o caráter de se conceder ao CMS o caráter
vigilante e atuante sobre as ações municipais na área da saúde. Desta
forma, mantém-se a presente constatação.

2.1.5 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de taxas bancárias com recursos do PAB-FIXO.

FATO:
De acordo com informações da Prefeitura Municipal de Inhumas/GO, esta
mantém convênio com o Banco do Brasil para a realização da folha de
pagamento de todos os seus servidores efetivos, além dos prestadores
de serviços, por meio da Agência n.º 496-0, Conta-corrente n.º 73145-
5, concentrando, assim, os recursos de diversas áreas para o pagamento
salarial de seu quadro funcional. Especificamente em relação aos
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 44
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
prestadores de serviços pagos com recursos do PAB-FIXO, cujos créditos
do Fundo Nacional de Saúde são vinculados à Conta-corrente n.º 19457-
3, Agência n.º 496, a Secretaria Municipal de Saúde, gestora das
contas da saúde, efetua pagamento de taxa estipulada no referido
convênio, cobrada pelo Banco do Brasil, com os recursos específicos do
citado Programa, conforme descrito abaixo:

Agência 496-0 Conta-corrente 19457-3 / FMS-PAB-FIXO


Data Documento Valor (R$)
15/01/2008 550496000073145 77,04
20/02/2008 550496000073145 20,33
25/03/2008 550496000073145 75,97
27/03/2008 550496000073145 29,96
25/04/2008 550496000073145 75,97
30/05/2008 550496000073145 72,76
18/06/2008 550496000073145 71,69
21/07/2008 550496000073145 69,55
19/08/2008 550496000073145 65,27
19/09/2008 550496000073145 64,20
21/10/2008 550496000073145 65,27
21/11/2008 550496000073145 64,20
19/12/2008 550496000073145 64,20
02/03/2009 550496000073145 44,94
02/04/2009 550496000073145 46,01
14/05/2009 550496000073145 35,31
24/06/2009 550496000073145 46,01
14/07/2009 550496000073145 31,03
24/08/2009 550496000073145 44,94
Total 1.064,65
Fonte: Extratos bancários e Contábeis de janeiro de 2008 a agosto de 2009.

Conforme preconiza os regramentos do Bloco de Atenção Básica à Saúde,


principalmente o determinado no artigo 6º da Portaria GM n.º 698/2006,
transcrito abaixo, os recursos destinados às referidas contas
específicas devem ser gastos, exclusivamente, em atividades correlatas
a cada bloco e coerentes com as diretrizes do Plano Municipal de
Saúde: "Os recursos de cada Bloco de Financiamento devem ser
aplicados, exclusivamente, nas ações e serviços de saúde relacionados
ao Bloco.". Desta forma, taxas bancárias, de qualquer espécie, estão
fora do rol de despesas elegíveis para o Bloco de Atenção Básica à
Saúde.

EVIDÊNCIA:
A- Extratos bancários de janeiro de 2008 a agosto de 2009, com seus
respectivos extratos contábeis.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Como se sabe, as tarifas bancárias são cobradas nas próprias contas
de cada convênio, não obtendo maneira de debitar as tarifas bancárias
de uma conta dentro de outra, razão pela qual há a impossibilidade de
sanar o entendimento da fiscalização, onde entendemos não ser
irregularidade por se tratar de encargos decorrentes de ações
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 45
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
realizadas dentro da Atenção Básica de Saúde."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A cobrança de tarifas bancárias relativas às folhas de pagamentos dos
servidores por meio de convênio celebrado entre a Prefeitura de
Inhumas/GO e o Banco do Brasil, nas contas-correntes criadas pela
Prefeitura Municipal para cada um dos programas que integram o PAB,
ocorre devido a uma atitude discricionária da gestão municipal em
criar uma ferramenta administrativa para facilitar o pagamento de seus
servidores. No entanto, os recursos federais destinados aos Blocos de
Atenção Básica, conforme explicitado na constatação, devem ser gastos
apenas com despesas relativas ao próprio bloco. Portanto, tarifas
bancárias debitadas nas contas-correntes em decorrência de uma atitude
discricionária da Prefeitura não se enquadram no rol de despesas
aceitáveis com recursos do PAB fixo e variável. Desta forma, mantém-se
a presente constatação.

AÇÃO :
20AD
PISO DE ATENCAO BASICA VARIAVEL - SAUDE DA FAMILIA - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Verificar a atuação das equipes do PSF, a participação do gestor muni
cipal na implementação e desenvolvimento do programa e o controle
realizado pelo gestor federal quanto à observância de critérios e
requisitos.
ORDEM DE SERVIÇO : 233142
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Propostas de implantação de equipes do PSF inseridas no Plano
Municipal de Saúde, propostas analisadas pelos conselhos municipais
de saúde, unidades básicas de saúde adequadamente estruturadas,
materiais e equipamentos disponibilizados aos profissionais,
profissionais selecionados e contratados conforme a legislação,
contrapartida municipal efetivada, dados inseridos corretamente no
SIAB, equipes capacitadas, prestação de contas analisada pelo conselho
municipal de saúde, atendimento prestado adequadamente às famílias,
carga horária semanal cumprida pelos profissionais do PSF/PACS.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 3.379.085,00

2.1.6 CONSTATAÇÃO:
Ausência de realização do curso introdutório.

FATO:
Em entrevista com os Agentes Comunitários de Saúde constatou-se a
existência de uma servidora, concursada, cuja nomeação ocorreu em
16/07/2008, que ainda não participou do curso introdutório, em
desacordo com o contido na Portaria nº 648-GM, de 28/03/2006. A
Coordenadora do PSF no município informou que os profissionais das
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 46
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
equipes 301 e 308 ainda não participaram do curso introdutório, pois
estão aguardando o fechamento de novas turmas, haja vista que o
chamamento dos profissionais aprovados no concurso público realizado
em fevereiro de 2008 ocorreu em janeiro de 2009.

EVIDÊNCIA:
a - Entrevista com ACS;
b - Decreto nº 161, de 16/07/2008;
c - Declaração da Coordenadora do PSF, datada de 21/10/09.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Esta informação não procede, em um meio de vários Agentes de Saúde,
uma apenas não participou, mas obviamente que todos eles participaram
do curso introdutório para o início de suas atividades como Agente. Os
cursos são feitos dentro de um todo, com todos os agentes, estando
aptos a realizarem os trabalhos, estes são repassados para a prática."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Deixamos de acatar a manifestação apresentada, uma vez que a
realização do curso introdutório está prevista nas normas que
regulamentam a matéria.
2.1.7 CONSTATAÇÃO:
Falta de fornecimento de uniformes aos Agentes Comunitários de Saúde.

FATO:
Os Agentes Comunitários de Saúde entrevistados afirmaram que dispõem
de
recursos materiais/equipamentos/insumos necessários à realização das
suas atividades. No entanto, questionaram sobre a obrigatoriedade da
disponibilização de camisetas, por parte da Secretaria Municipal de
Saúde, uma vez que, segundo eles, o último fornecimento ocorreu no
exercício de 2006, ocasião em que foram distríbuídas duas por ACS.

EVIDÊNCIA:
a - Entrevistas realizadas com quinze ACS.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Esta informação não procede, todo ano é feita a distribuição de
uniformes para os agentes, não ficando ou seja, estando todos os
agentes uniformizados e devidamente dentro dos parâmetros legais
exigidos, inclusive estamos realizando mais uma entrega a semana que
vem para todos os agentes."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Deixamos de acatar a justificativa apresentada, uma vez que os agentes
entrevistados foram unânimes em afirmar que a última distribuição de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 47
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
camisetas ocorreu em 2006 e que, embora na manifestação apresentada a
prefeitura informe que realiza a distribuição anualmente e que fará
nova entrega na "semana que vem", a mesma eximiu-se de apresentar
comprovantes de aquisição /distribuição das camisetas do período
avaliado.

2.1.8 CONSTATAÇÃO:
Número de famílias cadastradas por Equipe superior ao previsto.

FATO:
De acordo com os dados extraídos do Sistema SIAB, por meio do
Relatório "Consolidado das Famílias Cadastradas no Ano de 2009",
constatou-se que as equipes 308, 309 e 314, atendem, respectivamente,
4.403, 4.446 e 4.288 pessoas, portanto em número superior ao
recomendado na Portaria GM/MS nº 648, qual seja, de 4.000 pessoas por
equipe.

EVIDÊNCIA:
a - Relatório SIAB - Consolidado das Famílias Cadastradas no Ano de
2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Em relação a esta constatação, estaremos adequando de acordo com as
possibilidades deste Fundo."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Permanece a impropriedade.

2.1.9 CONSTATAÇÃO:
Atendimento odontológico insuficiente.

FATO:
Das 39 famílias entrevistadas, sete informaram que aguardam
atendimento odontológico, enquanto que outras 15 afirmaram que não
utilizam os serviços do PSF, sendo que, a maioria delas, motivadas
pelo longo período de espera para serem chamadas.
Constatamos, também, que a Unidade de Saúde da Família Genesy Vieira
Soyer, onde atuam as equipes 312 e 313, ambas com equipe de Saúde
Bucal na Modalidade 1, possui apenas um equipamento odontológico,
conforme relatado em item específico deste Relatório.
Ressalte-se que os Agentes Comunitários de Saúde entrevistados
afirmaram que o atendimento é realizado concomitantemente com duas
pessoas de cada microárea. Dessa forma, e de acordo com o tempo de
duração de cada tratamento, grande parte da população não é atendida.

EVIDÊNCIA:
a - Verificação in loco;
b - Entrevistas realizadas com 39 famílias beneficiárias do Programa.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 48


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"A Secretaria de Saúde buscará solucionar esta insuficiência na medida
das possibilidades deste Fundo."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Permanece a constatação.

2.1.10 CONSTATAÇÃO:
Existência de Unidades Básicas de Saúde não adequadas,
estruturalmente, para o atendimento da população.

FATO:
Durante visita a quatro Unidades Básicas de Saúde, onde atuam oito
Equipes de Saúde da Família, constatou-se que três delas não atendem
aos dispositivos estabelecidos no Manual de Estrutura Física da
UBS/USF e no item 3, subitem III (Da Infra-estrutura e dos recursos
necessários) da Portaria nº 648/2006, já que foram detectadas as
seguintes situações:
- Inexistência de sanitários anexos aos consultórios das Unidades Dr.
Tufi Sahium, Dr. João Severino de Araújo e Genesy Vieira Soyer;
- Inexistência de abrigo de resíduos sólidos (expurgo) na Unidade Dr.
João Severino de Araújo - Ressalte-se que o lixo encontrava-se
depositado no sanitário masculino, quando da nossa visita;
- Inexistência de área de escovação nas Unidades Dr. Tufi Sahium, Dr.
João Severino de Araújo e Genesy Vieira Soyer;
- Falta de manutenção, com paredes danificadas por infiltrações e
mofo, nas Unidades Dr. João Severino de Araújo e Genesy Vieira Soyer.
Constatamos, também, que a Unidade de Saúde da Família Genesy Vieira
Soyer, onde atuam as equipes 312 e 313, ambas com equipe de Saúde
Bucal na Modalidade 1, possui apenas um equipamento odontológico.
Segundo a Coordenadora do PSF, um dos equipamentos foi instalado em
uma Unidade de apoio na zona rural, visando o atendimento daquela
comunidade, o que prejudica o atendimento às famílias residentes na
zona urbana, uma vez que duas equipes utilizam, em escala de
revezamento, um mesmo equipamento.

EVIDÊNCIA:
a - Visita in loco;
b - Fotos a seguir:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 49


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
USF Dr. João Severino de Araújo Sanitário Masculino

Expurgo – No Sanitário Masculino USF Genesy Vieira Soyer

Detalhe da Parede da Farmácia da Unidade Mofo em Parede da Farmácia da Unidade

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 50


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Infiltrações em Paredes

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"A Prefeitura e o Fundo vem buscando as melhorias possíveis para
melhoramentos das Unidades Básicas de Saúde, e buscaremos ainda mais
para atender as adequações necessárias."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em que pese a manifestação apresentada, a impropriedade permanece.

2.1.11 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de taxas bancárias com recursos do PSF, PACS e Saúde Bucal.

FATO:
De acordo com informações da Prefeitura Municipal de Inhumas/GO, esta
mantém convênio com o Banco do Brasil para a realização da folha de
pagamento de todos os seus servidores efetivos, além dos prestadores
de serviços, por meio da Agência nº 496-0, Conta-corrente nº 73145-5,
concentrando, assim, os recursos de diversas áreas para o pagamento
salarial de seu quadro funcional.
Especificamente em relação aos prestadores de serviços pagos com
recursos do PSF, cujos créditos do Fundo Nacional de Saúde são
vinculados à Conta-corrente nº 6949-3, Agência nº 496, a Secretaria
Municipal de Saúde, gestora das contas da saúde, efetua pagamento de
taxa estipulada no referido convênio, cobrada pelo Banco do Brasil,
com os recursos específicos do citado Programa, conforme descrito no
quadro a seguir:

Agência 496-0 Conta-corrente 6949-3 / FMS-PSF

Data Documento Valor (R$)

11/01/08 550496000073145 42,8

11/01/08 550496000073145 12,84

29/02/08 550496000073145 41,73

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 51


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Agência 496-0 Conta-corrente 6949-3 / FMS-PSF

Data Documento Valor (R$)

05/03/08 550496000073145 10,7

31/03/08 550496000073145 12,84

31/03/08 550496000073145 41,73

24/04/08 550496000073145 12,84

24/04/08 550496000073145 12,84

30/05/08 550496000073145 40,66

30/05/08 550496000073145 12,84

24/06/08 550496000073145 12,84

24/06/08 550496000073145 40,66

24/06/08 550496000073145 23,54

28/07/08 550496000073145 32,1

28/07/08 550496000073145 36,38

26/08/08 550496000073145 34,24

26/08/08 550496000073145 32,1

26/08/08 550496000073145 3,21

02/10/08 550496000073145 38,52

02/10/08 550496000073145 32,1

21/10/08 550496000073145 32,1

22/10/08 550496000073145 32,1

02/12/08 550496000073145 29,96

02/12/08 550496000073145 31,03

29/12/08 550496000073145 39,59

29/12/08 550496000073145 29,96

30/12/08 550496000073145 29,96

29/01/09 550496000073145 46,01

20/02/09 550496000073145 19,26

05/03/09 550496000073145 2,14

05/03/09 550496000073145 48,15

05/03/09 550496000073145 19,26

02/04/09 550496000073145 48,15

02/04/09 550496000073145 21,4

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 52


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Agência 496-0 Conta-corrente 6949-3 / FMS-PSF

Data Documento Valor (R$)

30/04/09 550496000073145 59,92

14/05/09 550496000073145 2,14

28/05/09 550496000073145 4,28

28/05/09 550496000073145 67,41

03/07/09 550496000073145 4,28

03/07/09 550496000073145 68,48

04/08/09 550496000073145 67,41

04/08/09 550496000073145 4,28

28/08/09 550496000073145 17,12

28/08/09 550496000073145 67,41

Total 1319,31
Fonte: Extratos bancários e Contábeis de janeiro de 2008 a agosto de 2009.

O mesmo ocorre com os recursos do Programa de Agentes Comunitários de


Saúde, movimentados na Conta-corrente 7888-3, Agência nº 496,
conforme descrito no quadro a seguir:

Agência 496-0 Conta-corrente 7888-3 / PACS


Data Documento Valor (R$)
11/01/08 550496000073145 119,84
22/02/08 550496000073145 126,26
25/03/08 550496000073145 129,47
23/04/08 550496000073145 117,7
23/04/08 550496000073145 11,77
27/05/08 550496000073145 124,12
24/06/08 550496000073145 134,82
24/06/08 550496000073145 135,89
24/07/08 550496000073145 135,89
21/08/08 550496000073145 128,4
19/09/08 550496000073145 138,03
22/10/08 550496000073145 136,96
21/11/08 550496000073145 136,96
22/12/08 550496000073145 138,03
29/01/09 550496000073145 128,4
02/03/09 550496000073145 127,33

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 53


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Agência 496-0 Conta-corrente 7888-3 / PACS
Data Documento Valor (R$)
03/03/09 550496000073145 4,28
02/04/09 550496000073145 126,26
30/04/09 550496000073145 128,4
28/05/09 550496000073145 134,82
29/06/09 550496000073145 134,82
30/07/09 550496000073145 134,82
28/08/09 550496000073145 134,82
Total 2768,09
Fonte: Extratos bancários e Contábeis de janeiro de 2008 a agosto de 2009.

E, ainda, com os recursos do Programa de Saúde Bucal , movimentados na


Conta-corrente 9828-0, Agência nº 496, conforme descrito a seguir:

Agência 496-0 Conta-corrente 9828-0 / FMS / Saúde Bucal


Data Documento Valor (R$)
11/01/08 550496000073145 12,84
29/02/08 550496000073145 12,84
31/03/08 550496000073145 12,84
24/04/08 550496000073145 12,84
30/05/08 550496000073145 11,77
24/06/08 550496000073145 10,7
28/07/08 550496000073145 10,7
26/08/08 550496000073145 10,7
02/10/08 550496000073145 10,7
03/11/08 550496000073145 10,7
03/11/08 550496000073145 2,14
02/12/08 550496000073145 10,7
02/12/08 550496000073145 2,14
29/12/08 550496000073145 3,21
29/12/08 550496000073145 10,7
30/12/08 550496000073145 10,7
29/01/09 550496000073145 4,28
20/02/09 550496000073145 11,77
05/03/09 550496000073145 11,77
05/03/09 550496000073145 4,28
02/04/09 550496000073145 11,77
02/04/09 550496000073145 4,28

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 54


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Agência 496-0 Conta-corrente 9828-0 / FMS / Saúde Bucal
Data Documento Valor (R$)
30/04/09 550496000073145 10,7
14/05/09 550496000073145 2,14
28/05/09 550496000073145 14,98
28/05/09 550496000073145 2,14
03/07/09 550496000073145 17,12
03/07/09 550496000073145 2,14
29/07/09 550496000073145 14,98
28/08/09 550496000073145 13,91
28/08/09 550496000073145 2,14
Total 284,62
Fonte: Extratos bancários e Contábeis de janeiro de 2008 a agosto de 2009.

Conforme o artigo 6º da Portaria GM nº 698/2006, transcrito abaixo, os


recursos destinados às referidas contas específicas devem ser gastos,
exclusivamente, em atividades correlatas a cada bloco e coerentes com
as diretrizes do Plano Municipal de Saúde: "Os recursos de cada Bloco
de Financiamento devem ser aplicados, exclusivamente, nas ações e
serviços de saúde relacionados ao Bloco". Desta forma, taxas
bancárias, de qualquer espécie, estão fora do rol de despesas
elegíveis para o Bloco de Atenção Básica à Saúde.

EVIDÊNCIA:
a - Extratos bancários de janeiro de 2008 a agosto de 2009, com seus
respectivos extratos contábeis.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Como se sabe, as tarifas bancárias são cobradas nas próprias contas
de cada convênio, não obtendo maneira de debitar as tarifas bancárias
de uma conta dentro de outra, razão pela qual há a impossibilidade de
sanar o entendimento da fiscalização, onde entendemos não ser
irregularidade por se tratar de encargos decorrentes de ações
realizadas
dentro da Atenção Básica de Saúde."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em que pese a manifestação apresentada, os recursos de cada Bloco
de Financiamento devem ser aplicados, exclusivamente, nas ações e
serviços de saúde relacionados ao Bloco. As taxas decorrentes do
convênio celebrado entre a prefeitura municipal e o Banco do Brasil
para o pagamento dos servidores são de responsabilidade da prefeitura,
motivo pelo qual, deixamos de acatar a justificativa apresentada.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 55


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
2.1.12 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de profissionais não vinculados ao PSF com recursos do
Programa.

FATO:
Em análise às despesas efetuadas com os recursos financeiros relativos
ao Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável, destinados ao
custeio da estratégia de Saúde da Família, relativos ao meses de
janeiro e março de 2009, constatamos o pagamento de servidores não
vinculados às equipes do PSF, quais sejam:
- Servidor CMP - Técnico em Enfermagem - Cais
- Servidor JPS - Nutricionista - Cais
- Servidor GBCG - Assistente Social
Conforme o artigo 6º da Portaria GM nº 698/2006, transcrito abaixo, os
recursos destinados às referidas contas específicas devem ser gastos,
exclusivamente, em atividades correlatas a cada bloco e coerentes com
as diretrizes do Plano Municipal de Saúde: "Os recursos de cada Bloco
de Financiamento devem ser aplicados, exclusivamente, nas ações e
serviços de saúde relacionados ao Bloco". Desta forma, o pagamento de
servidores, embora da área da saúde, que não estejam vinculados às
Equipes de Saúde da Família, está fora do rol de despesas elegíveis.

EVIDÊNCIA:
a - Análise das despesas realizadas com recursos do PSF, nos meses de
janeiro, fevereiro e março de 2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Em relação a este item as correções serão devidamente feitas de
acordo com o artigo 6 da Portaria GM nº 698/2006."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em que pese a justificativa apresentada, permanece a impropriedade.

2.1.13 CONSTATAÇÃO:
Inexistência de proposta de expansão de equipes do PSF no Plano
Municipal de Saúde.

FATO:
Conforme relatado em item específico deste Relatório, o Plano
Municipal de Saúde existente abrange o período de 2005 a 2008. Nele
não há previsão de expansão de equipes do PSF no município. Não há,
também, planejamento para o exercício de 2009.
Ressaltamos, no entanto, que a Secretaria Municipal de Saúde
apresentou, à equipe da CGU/GO, um "Projeto de Implementação do PSF de
Inhumas" datado de fevereiro/2009, onde está prevista a implantação de
três novas equipes. Quanto à aprovação destas pelo Conselho Municipal
de Saúde, constatamos que, em Ata do dia 14/05/2008, foi aprovada a
construção de uma Unidade do PSF no Setor Jardim Raio de Sol, a
Unidade Joviano Lobo. Não foram identificadas reuniões para aprovação
de implementação de outras novas equipes.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 56
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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A Secretaria Municipal de Saúde apresentou, ainda, uma Declaração da
Regional de Saúde - Central, datada de 21/10/2009, onde consta que a
Unidade de Saúde da Família Joviano Lobo teve o Projeto homologado
pela Resolução CIB nº 026/2009. A referida Unidade já se encontra em
funcionamento. Quanto às outras duas Unidades, a citada Declaração
informa que, na data da supervisão, não estavam devidamente
estruturadas, contando apenas com Unidade de Apoio, e que um novo
Parecer Técnico será emitido após serem sanadas as pendências
existentes.

EVIDÊNCIA:
a - Projeto de implementação do PSF de Inhumas;
b - Declaração da Regional de Saúde à Central;
c - Atas de reuniões do CMS.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Não existe proposta de expansão de equipes do PSF no Plano Municipal
de saúde fato este que será sanado imediatamente.
A equipe de fiscalização fez analise dos exercício de 2005 a 2008, as
constatações são todos no sentido de corrigir os equívocos
relacionados aos recursos do PAB fixo, e a postura da Administração é
promover a adequação dos pontos mencionados apesar das dificuldades
orçamentárias e estruturais.
Das supostas falhas apontadas que dizem respeito diretamente ao
atendimento da população nas unidades do PSF, número de famílias por
equipe superior ao previsto, atendimento odontológico insuficiente,
Existência de Unidades Básicas de Saúde não adequadas,
estruturalmente, não reflete a realidade geral do Programa Saúde da
Família no Município de Inhumas, pois a população recebe atendimento
de qualidade e dentro das propostas de atuação do programa.
A verdade é que os recursos repassados ao município não são suficiente
para prestar o
atendimento que a população merece, mas mesma assim o Município de
Inhumas procura dentro das possibilidades e limitações orçamentárias e
financeiras, oferecer um bom atendimento a população."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Conforme manifestação apresentada, no Plano Municipal de Saúde
inexiste proposta de expansão de equipes. Apesar da disposição da
Prefeitura em sanar imediatamente a impropriedade, não nos foram
apresentados documentos comprobatórios das providências adotadas,
motivo pelo qual, permanece a constatação.

AÇÃO :
8581
ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE SAUDE - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Financiamento para a adequação e ampliação da rede de serviços de a-
tenção básica de saúde; apoio técnico e financiamento para melhoria a-
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 57
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
dequação da rede de serviços caracterizada como de primeira referência
para a atenção básica.
ORDEM DE SERVIÇO : 233055
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Aquisição de Equipamentos Médico-Hospitalares.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 618287
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 103.110,00

2.1.14 CONSTATAÇÃO:
Ausência de registro patrimonial dos equipamentos adquiridos.

FATO:
Evidenciamos que o gestor não havia providenciado, até o momento de
nossa inspeção in loco, o devido registro patrimonial dos bens
adquiridos com recursos do convênio n. 1001/2007, não tendo sido
averiguado sequer um deles portando sua identificação patrimonial.
Asseveramos que tal situação se afigura prejudicial ao controle desses
bens, não somente para o gestor municipal, como também aos órgãos de
fiscalização externa, por ocasião de sua atuação.

EVIDÊNCIA:
Inspeção física por nós realizada na Unidade de Saúde Parque Santa
Marta, em Inhumas/GO.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"ESCLARECIMENTO: Em relação a ausência de registro patrimonial, a
prefeitura e o fundo municipal de saúde tem feito gradativamente no
ato da aquisição do bem, através de plaquetas de patrimônio".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em que pese a manifestação apresentada pelo gestor municipal,
reiteramos a presente constatação, haja vista ter restado evidente a
ausência de registro patrimonial nos materiais/equipamentos
permanentes adquiridos pela Prefeitura de Inhumas/GO, por força do
Convênio nº 1001/2007. Aduz-se, ainda, o fato de tais
materiais/equipamentos terem sido adquiridos em agosto/2008, ou seja,
há mais de 1 ano da realização de nossos trabalhos de fiscalização
naquela municipalidade, prazo, este, mais que suficiente para que
fossem adotadas as providências cabíveis nesse sentido, por quem de
direito.

2.1.15 CONSTATAÇÃO:
Ausência de destinação adequada a alguns dos equipamentos adquiridos
para prover as necessidades da Unidade de saúde da Família Parque
Santa Marta.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 58


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
Ao procedermos à devida inspeção dos equipamentos adquiridos pelo
gestor municipal e que foram destinados à Unidade de Saúde da Família
Parque Santa Marta, constatamos, no interior de um dos banheiros da
citada unidade, a presença de dois ventiladores, os quais teriam sido
adquiridos com recursos do Convênio n. 1001/2007, acondicionados em
suas caixas e, por óbvio, sem a utilização devida.
Neste ponto, muito embora tal fato por si só já denote a inadequação
da situação aqui relatada, há de se registrar, ainda, que pudemos
constatar, durante o período em que estivemos nas dependências da
mencionada Unidade de Saúde, a ausência de condições físicas
adequadas àquelas instalações, que possibilitassem uma regular
circulação de ar em seu interior, o que torna a temperatura ambiente
do local por demais elevada para uma Unidade de Saúde, mormente se
considerarmos que por lá transitam pessoas portadoras das mais
variadas enfermidades de origem viral, o que aumenta,
substancialmente, o risco da propagação de contaminação.

EVIDÊNCIA:
Inspeção realizada "in loco", cujo objeto refere-se aos equipamentos
adquiridos pelo gestor municipal, em função da celebração do convênio
n. 1001/2007, e que foram destinados à Unidade de Saúde da Família
Parque Santa Marta, em Inhumas/GO.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A destinação dos bens são verificadas na medida da necessidades da
Unidade e é feita pelo seu responsável. Importante ressaltar também
que todos os equipamentos adquiridos para a Unidade Parque Santa
Marta, estão à disposição desta e devidamente instalados conforme a
necessidade do município".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Entendemos que a manifestação apresentada pelo gestor municipal não
elide a presente constatação, haja vista ter restado evidente em
nossa inspeção realizada, "in loco", a existência de alguns
equipamentos (no caso, dois ventiladores) ainda acondicionado em suas
caixas e, por óbvio, sem atingir o fim aos quais se destinam. Há de se
ressaltar, ainda, que os materiais/equipamentos adquiridos por meio de
convênio específico, devem obedecer o estabelecido em seu respectivo
plano de trabalho aprovado, incluindo-se aí a destinação dos
materiais/equipamentos, bem como os objetivos pretendidos.

2.1.16 CONSTATAÇÃO:
Irregularidade verificada quanto à correta localização de equipamentos
adquiridos e que segundo constante do correspondente Plano de
Trabalho, devidamente aprovado, deveriam estar sendo utilizados nas
dependências da Unidade de Saúde da Família Parque Santa Marta, em
Inhumas/GO.

FATO:
Cumpre-nos relatar que ao longo de nossa inspeção realizada nas
dependências da Unidade de Saúde beneficiada pelo objeto do Convênio
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 59
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
n. 1001/2007, constatamos a ausência de um aparelho de ar-condicionado
"split", o qual foi adquirido mediante emissão de nota fiscal n. 1643,
datada de 11/08/2008, oriunda da empresa SKALA MEDH Produtos Médicos e
Hospitalares Ltda., sendo o presente item composto de Unid. Ext. CA
SPLIT SE18F 220/60, no valor de R$ 1.140,00 e Unid. Int. CA SPLIT
SI18F 220/60, no valor de R$ 500,00.
Ademais, deve-se aduzir que além do mencionado aparelho de ar-
condicionado, também não encontramos no local outros materiais
adquiridos por força do mesmo convênio, como: um bisturi eletrônico
mod. BP 100 plus, no valor de R$ 510,00; um dos dois negatoscópios
adquiridos, no valor unitário de R$ 180,00; um projetor data show no
valor de R$ 2.300,00; um suporte para soro fixo com 4 ganchos, no
valor de R$ 94,00; uma cadeira de rodas, no valor de R$ 345,00; uma
impressora multifuncional, ao preço de R$ 650,00; um microcomputador
completo, no valor de R$ 1.450,00; um aparelho fotopolimerizador, ao
preço de R$ 455,00; um armário de aço, tipo roupeiro, no valor de R$
1.560,00; um criocautério (o qual segundo informações estaria na
Unidade de Saúde Joviano Lobo), no valor de R$ 2.249,00 e uma câmara
de refrigeração, no valor de R$ 14.200,00.
Além disso, deve ser acrescido que em outra inspeção por nós realizada
naquela municipalidade, mais especificamente na Unidade de Saúde
Teodoro Alves, acabamos por nos deparar com o supradito aparelho de
ar-condicionado, o qual encontrava-se juntamente com mais 3
negatoscópios, 1 gabinete torre ATX e uma impressora multifuncional
HP, todos embalados no interior de um de seus banheiros, não se
encontrando no atendimento da finalidade para os quais foram
adquiridos.
Importante consignar o redimensionamento de tal constatação a qual
acaba por adquirir maior gravame na medida em que se conjuga à
irregularidade da localização do equipamento ora em apreço, o fato de
o mesmo sequer contar com o seu devido registro patrimonial, além de
permanecer sem utilização efetiva, mesmo já transcorridos mais de 1
ano e 3 meses de sua aquisição.

EVIDÊNCIA:
Constatações por nós realizadas, mediante inspeção "in loco".
Segue relatório fotográfico do que fora por nós constatado por ocasião
da inspeção realizada.

Ventiladores, ainda, acondicionados em suas caixas

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 60


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Continuação da foto anterior

Autoclave, sem registro patrimonial

Consultório odontológico da Unidade de Saúde Santa Marta

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A Unidade examinada ainda não nos encaminhou sua manifestação.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Permanecemos no aguardo do encaminhamento da manifestação do gestor
municipal.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 61


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
AÇÃO :
8581
ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE S
AUDE - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Financiamento para a adequação e ampliação da rede de serviços de a-
tenção básica de saúde; apoio técnico e financiamento para melhoria a-
dequação da rede de serviços caracterizada como de primeira referência
para a atenção básica.
ORDEM DE SERVIÇO : 233057
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Aquisição de Equipamentos Médico-Hospitalares.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 618288
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 88.395,00

2.1.17 CONSTATAÇÃO:
Ausência de registro patrimonial dos materiais/equipamentos adquiridos
por meio do Convênio nº 1661/2007.

FATO:
Evidenciamos que os bens adquiridos pelo Fundo Municipal de Saúde de
Inhumas/GO, em razão do Convênio nº 1661/2007, cujo objeto consistia
na aquisição de equipamentos e materiais permanentes para Unidade
Básica de Saúde, não foram, até o momento da realização de nossa
fiscalização "in loco", submetidos ao devido registro patrimonial, não
tendo sido verificado, em nenhum deles, qualquer indicação de que
foram incorporados ao patrimônio da Administração local.

EVIDÊNCIA:
Inspeção realizada "in loco", tendo por objeto os
materiais/equipamentos adquiridos pelo gestor municipal, em
cumprimento ao estabelecido no Convênio nº 1661/2007.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Em relação a ausência de registro patrimonial, a prefeitura e o fundo
municipal de saúde tem feito gradativamente no ato da aquisição do
bem, através de plaquetas de patrimônio".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em que pese a manifestação apresentada pelo gestor municipal,
reiteramos a presente constatação, haja vista ter restado evidente a
ausência de registro patrimonial nos materiais/equipamentos
permanentes adquiridos pela Prefeitura de Inhumas/GO, por força do
Convênio nº 1661/2007. Aduz-se, ainda, o fato de tais
materiais/equipamentos terem sido adquiridos em agosto/2008, ou seja,
há mais de 1 ano da realização de nossos trabalhos de fiscalização
naquela municipalidade, prazo, este, mais que suficiente para que
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 62
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
fossem adotadas as providências cabíveis nesse sentido, por quem de
direito.

2.1.18 CONSTATAÇÃO:
Não localização de alguns dos equipamentos/materiais adquiridos por
meio do Convênio nº 1661/2007.

FATO:
Pudemos constatar que, dos bens adquiridos pelo Fundo Municipal de
Saúde de Inhumas/GO, mediante utilização dos recursos repassados em
função do Convênio nº 1661/2007, os quais se destinariam a suprir as
necessidades da Unidade de Saúde Teodoro Alves, alguns deles não foram
por nós encontrados naquele local. Destacamos que tais bens
compreendem um DVD player DV361K KARAOKE-V.Cassete (no valor de R$
430,00); uma cadeira odontológica Ecoflex Odontomedic (no valor de R$
5.020,00); uma balança eletrônica AD. Ref.M200 Welmy (no valor de R$
845,00); um micromotor sistema Duriot D-X (no valor de R$ 222,00); um
colposcópio CP-14 Microem (no valor de R$ 9.100,00); um esteto Litiman
Classic II preto-2201 (no valor de R$ 1.900,00) e um esteto Litiman
pediátrico preto-2113 (no valor de 950,00).
EVIDÊNCIA:
Inspeção "in loco", levada a efeito por está equipe de fiscalização.
Segue, abaixo, relatório fotográfico pertinente ao objeto do convênio
em apreço.

Equipamentos adquiridos e mantidos encaixotados no interior de


um dos banheiros da Unidade de Saúde Teodoro Alves

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 63


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Continuação da foto anterior, onde se nota a presença de 1 (um)
ar-condicionado, constante de unidades interna e externa; 1 (uma)
impressora multifuncional; 3 (três) negatoscópios e 1 (uma) CPU

Balança pediátrica, sem constar o devido registro patrimonial

Armário de vidro, sem identificação patrimonial

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010, de 15/01/2010 a Prefeitura Municipal de
Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Não existe ausência de destinação de equipamentos adquiridos para
atender as Unidades de Saúde do Município, pois estes são adquiridos
com a devida destinação, com sua devida localização através da
plaqueta de patrimônio colocada no ato do recebimento com seu devido
registro".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Reiteramos a presente constatação, tendo em conta o que fora por nós
averiguado ao longo da inspeção realizada na Unidade de Saúde da
Família Teodoro Alves, bem como os depoimentos colhidos dos
funcionários da mencionada Unidade de Saúde.

AÇÃO :
8581
ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE SAUDE - NACIONAL
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 64
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
OBJETIVO DA AÇÃO :
Financiamento para a adequação e ampliação da rede de serviços de a-
tenção básica de saúde; apoio técnico e financiamento para melhoria a-
dequação da rede de serviços caracterizada como de primeira referência
para a atenção básica.
ORDEM DE SERVIÇO : 233063
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Construção/Reforma de Unidade de saúde.
AGENTE EXECUTOR :
ASSOCIACAO LAR DE SANTANA DE INHUMAS
*** TIPO DE ADMINISTRACAO NAO IDENTIFICADA ***
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 544612
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 50.000,00

2.1.19 CONSTATAÇÃO:
Pagamentos realizados em pecúnia, mediante saque em conta corrente.

FATO:
Observamos que os pagamentos realizados pela Associação Lar de Santana
de Inhumas/GO à empresa ESSA Engenharia Ltda., contratada para
realização da reforma de suas instalações, relativos às Notas Fiscais
nºs 151, 152 e 154, respectivamente nos valores de R$ 21.146,93; R$
15.419,47 e R$ 13.399,23, foram feitos diretamente da primeira para
a segunda, em pecúnia, mediante saque em conta corrente dos recursos
financeiros repassados por força do Convênio nº 3752/05, contrariando
o Art. 20 da IN STN 01/1997.

EVIDÊNCIA:
Análise do extrato de conta corrente específica do convênio nº
3752/05, bem como reconhecimento do próprio responsável pela despesa,
mediante declaração constante à folha 196, do Processo
MS25005.002516/2005-92.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

AÇÃO :
8581
ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE SAUDE - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Financiamento para a adequação e ampliação da rede de serviços de a-
tenção básica de saúde; apoio técnico e financiamento para melhoria a-
dequação da rede de serviços caracterizada como de primeira referência
para a atenção básica.
ORDEM DE SERVIÇO : 233108
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Aquisição de Unidade Móvel de Saúde.
AGENTE EXECUTOR :
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 65
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 541961
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 94.500,00

2.1.20 CONSTATAÇÃO:
Ausência de parecer jurídico prévio à realização do procedimento
licitatório.

FATO:
A PM de Inhumas não apresentou as minutas dos Editais de Licitação e
dos consequentes Contratos Administrativos relativos ao Pregão nº
003/2006 e ao Convite nº 004/2007, acompanhadas do devido despacho de
exame e aprovação elaborado previamente pela Assessoria Jurídica.
Em relação ao Pregão nº 003/2006, foi disponibilizado, pela
Prefeitura, o Despacho s/nº, de 05/07/2006, elaborado pelo seu
Assessor Jurídico (OAB/GO 9882), opinando pelo prosseguimento da
licitação. Ocorre que tal Despacho foi exarado na mesma data da
aprovação do Edital pelo Sr. Prefeito e pela Srª. Pregoeira, indicando
que houve apenas análise 'pro forma' das minutas.
Quanto ao Convite nº 004/2007, o fato descrito anteriormente se
repetiu, pois o Despacho s/nº, de 05/01/2007, elaborado pela
Assessoria Jurídica da Prefeitura, opinou pelo prosseguimento da
licitação, na mesma data em que o Edital do Convite foi aprovado pelo
Presidente da Comissão de Licitação, donde se pode inferir que não
houve análise prévia das minutas.
A prática descrita acima está em desacordo com o estabelecido no
Parágrafo Único do artigo 38 da Lei nº 8.666/93.

EVIDÊNCIA:
- Despacho s/nº de 05/07/2006, elaborado pelo seu Assessor Jurídico
(OAB/GO 9882);
- Despacho s/nº de 05/01/2007, elaborado pela Assessoria Jurídica da
Prefeitura(OAB/GO 9882.
- Ausência de Minutas previamente analisadas e aprovadas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 055/2010 - GAB, de 15 de janeiro de 2010, a
Prefeitura Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Por se tratar de uma exigência legal que sempre é analisada pelo TCM-
GO, tanto o edital como as minutas são precedidas de parecer jurídico
prévio, sendo que em relação as datas dos despachos de autorização
pelo prefeito e a confecção dos edital e minuta, não existe
irregularidade.
As minutas de edital e contrato são sempre analisados previamente pela
assessoria jurídica nas licitações, sem tal procedimento prévio a CPL
não faz a publicação dos avisos de edital e nem tão pouco procede o
convite, assim o despacho existente nas licitações corresponde de fato
a analise previa."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura de Inhumas assevera que as minutas foram analisadas por
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 66
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
sua Assessoria Jurídica e que os despachos existentes correspondem de
fato à análise prévia. No entanto, o Município deixou de apresentar
qualquer documento que comprove o alegado, tais como minutas
rubricadas
pela assessoria jurídica, protocolo de movimentação de processos com
antecedência razoável, etc. Conforme já mencionado, a aprovação das
minutas na mesma data pela Assessoria Jurídica e pela Presidente da
CPL denota a análise 'pro forma' dos referidos documentos. Confirma,
ainda, esta constatação, a análise bastante sucinta exarada nos
Pareceres em comento. Desta forma, conclui-se pela manutenção da
irregularidade apontada.

2.1.21 CONSTATAÇÃO:
Inexistência de pesquisa de preços para a aquisição de Unidade
Móvel de Saúde.

FATO:
Ao analisar os documentos disponibilizados à equipe de fiscalização
relativos ao procedimento licitatório para a aquisição da
Unidade Móvel de Saúde (Pregão Presencial nº 003/2006), não se
localizou a documentação que demonstre a realização de pesquisa de
preços, conforme estipulado nos artigos 15 e 43 da Lei n.º
8.666/93. A necessidade de pesquisa de preços serve como critério de
avaliação se as futuras propostas estarão de acordo com os preços de
mercado, bem como possibilitará averiguar se há ou não sobrepreço.
Esse entendimento já foi confirmado pelo Tribunal de Contas da União,
conforme os Acórdãos TCU n.º 301/2005 - Plenário, n.º 1544/2004
- Segunda Câmara e n.º 1182/2004 - Plenário.

EVIDÊNCIA:
Verificação 'in locu'.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre esse item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.1.22 CONSTATAÇÃO:
Ausência de critérios de aceitabilidade de preços unitários e preços
máximos no Edital de Pregão nº 003/2006 e Carta Convite nº 004/2007.

FATO:
Ao proceder à análise dos instrumentos convocatórios relativos às
licitações realizadas através do Edital de Pregão nº 003/2006 e
Convite nº 004/2007, verificou-se a ausência de cláusulas que
estabeleçam critérios de aceitabilidade de preços unitários, com a
fixação de preços máximos, conforme determina o art. 40, inciso X, da
Lei 8.666/93. A fixação desse limite constitui fator ordenador da
licitação, ao evitar a disparidade exagerada dos preços unitários e
global constantes das propostas, inclusive possibilitando a
desclassificação de propostas inexeqüíveis ou com preços acima dos
praticados no mercado, conforme vasta jurisprudência do TCU, em
especial o Acórdão 1941/2006 - Plenário.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 67
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
EVIDÊNCIA:
- Edital do Pregão Presencial nº 003/2006;
- Edital do Convite nº 004/2007.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre esse item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.1.23 CONSTATAÇÃO:
Não aplicação dos recursos do Convênio no mercado financeiro.

FATO:
De acordo com os extratos bancários relativos à conta específica do
Convênio, a PM de Inhumas deixou de aplicar os recursos financeiros do
Convênio pelo período de 85 (oitenta e cinco) dias, haja vista que os
mesmos foram liberados e depositados na conta específica em 15/02/2006
e somente aplicados em 09/05/2006. Referido atraso contraria o
disposto no art. 20 da IN/STN nº 001/97. A irregularidade também foi
apontada no Relatório de Visita nº 99-a/2006 e ratificado no Parecer
GESCON nº 3360, de 12/09/2007, que apontou um montante a devolver aos
cofres da União no valor de R$ 963,05. A PM de Inhumas efetuou a
devolução dos recursos em 13/03/2009. Em que pese a Prefeitura ter
efetuado a devolução dos recursos devidamente atualizados, isso não
elide a falha acima apontada, haja vista que a finalidade de referida
obrigação é manter o poder aquisitivo dos valores a serem empregados
no objeto do Convênio e não obter ganho financeiro por parte da União.

EVIDÊNCIA:
- Relatório de Visita nº 99-1/2006, de 25/10/2006;
- Demonstrativo de Débito anexo ao Parecer GESCON nº 3360, de
12/09/2007, que apontou um montante a devolver aos cofres da União no
valor de R$ 963,05;
- Ofício nº 097/2006/SEF/Prefeitura de Inhumas, de 08/05/2006.
- Guia de Recolhimento da União de 13/03/2009, no valor de R$ 963,05.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 055/2010 - GAB, de 15 de janeiro de 2010, a
Prefeitura Municpal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Todas as contas vinculadas ao Município estão autorizadas junto a
todas as instituições financeiras a devida aplicação dos recursos de
todos os convênios."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da PM de Inhumas trouxe apenas uma informação genérica
de que a rede bancária possui autorização para aplicar os recursos
depositados nas contas vinculadas aos convênios no mercado financeiro.
No entanto, deixou de se manifestar sobre o fato específico
apresentado. Conforme mencionado alhures, a PM de Inhumas chegou a
devolver aos cofres da União o valor de R$ 963,05, em 13/03/2009, em
decorrência do atraso verificado, reconhecendo, assim, sua desídia.
Desta forma, conclui-se que a impropriedade apontada deve ser mantida.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 68
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
2.1.24 CONSTATAÇÃO:
Não realização de pagamentos mediante crédito em conta-corrente.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas efetuou pagamentos através de cheques
nominativos aos fornecedores dos equipamentos licitados através do
Convite nº 004/2007, conforme demonstra os extratos bancários da conta
específica e a relação de pagamentos efetuados apresentada por ocasião
da Prestação de Contas, contrariando, assim, o disposto no art. 114 da
Lei nº 11.49/2006 (LDO 2007), que determina que os pagamentos serão
realizados obrigatoriamente mediante crédito na conta-corrente de
titularidade do fornecedor ou prestador de serviços. A falha
mencionada também foi apontada através do Parecer GESCON/MS nº 1073,
de 16/03/2009.

EVIDÊNCIA:
- Extratos bancários da conta-corrente específica do Convênio;
- Relação de Pagamentos anexo a Prestação Contas;
- Parecer GESCON/MS nº 1073, de 16/03/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre esse item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.1.25 CONSTATAÇÃO:
Não utilização da modalidade Pregão Eletrônico para as aquisições no
âmbito do Convênio.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas realizou 02 (dois) procedimentos licitatórios
para a aquisição dos equipamentos previstos no Plano de Trabalho do
Convênio SIAFI Nº 541961.
A aquisição da unidade móvel de saúde (ambulância), foi precedida do
Pregão Presencial nº 003/2006, de forma que atendeu parcialmente o
Decreto nº 5.504/05, haja vista que tal diploma normativo determina
que as compras de bens e serviços comuns deverão ser realizadas
preferencialmente através do Pregão Eletrônico e a impossibilidade de
sua utilização deverá ser devidamente justificada. Ao analisar a
documentação referente à aquisição da Unidade Móvel de Saúde, não foi
localizada qualquer justificativa para a não utilização da forma
eletrônica.
Já a aquisição dos equipamentos médicos-hospitalares para UMS foram
adquiridos através do Convite nº 004/2007. A adoção da modalidade
Convite e a não utilização do Pregão, preferencialmente na sua forma
eletrônica, contrariou o § 1º, art. 1º do Decreto nº 5.504/05.

EVIDÊNCIA:
- Edital do Pregão Presencial nº 003/2006 e Convite nº 004/2007.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 055/2010 - GAB, de 15 de janeiro de 2010, a
Prefeitura Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 69
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"Quanto a não utilização do Pregão Eletrônico para aquisição no âmbito
do convênio, cabe dizer que a Prefeitura de Inhumas ainda não detém
condições físicas, de pessoal e estruturais para realização do Pregão
Eletrônico, sendo utilizadas as demais modalidades licitatórias de
acordo com a complexidade do objeto e valor."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A PM de Inhumas alega, em sua manifestação, que ainda não detém
condições estruturais e de recursos humanos para a realização de
Pregão na sua forma eletrônica. A justificativa não deve ser acatada,
posto que, no caso específico, a Prefeitura chegou a realizar um
Pregão Presencial, evidenciando contar com recursos humanos
capacitados nessa área. Quanto às condições estruturais, não
especificou suas dificuldades, mas se pode inferir que se trata de
deficiências na área de tecnologia de informação, que no entanto
poderiam ser facilmente supridas, inclusive utilizando-se do site
www.comprasnet.go.gov.br, destinado à aquisições realizadas através da
internet e disponibilizado pelo Governo de Goiás. Por fim, é
necessário destacar que o Decreto nº 5.504/05 prevê que a
impossibilidade de utilizar o Pregão na sua forma eletrônica deverá
ser devidamente justificada, o que não ocorreu no bojo de cada
procedimento realizado. Desta forma, conclui-se pela manutenção da
impropriedade verificada.

2.2 - PROGRAMA
1287
SANEAMENTO RURAL
AÇÃO :
3921
IMPLANTACAO DE MELHORIAS HABITACIONAIS PARA CONTROLE DA
DOENCA DE CHAGAS - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Implantação de Melhorias Habitacionais para Controle da Doença de
Chagas.
ORDEM DE SERVIÇO : 233227
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Melhorar as condições físicas e sanitárias das habitações por meio de
restauração (reforma) ou reconstrução. A restauração compreende os
seguintes serviços: reboco das paredes internas e externas e pintura
das mesmas; calçada de proteção em torno da casa; cobertura com
materiais adequados; piso cimentado ou de madeira; recuperação de
abrigo de animais e depósitos; substituição de cercas e implantação
e/ou recuperação de instalações sanitárias. Nos casos em que as
habitações não suportarem reformas, serão demolidas e reconstruídas.
AGENTE EXECUTOR :
INHUMAS
ADMINISTRACAO DIRETA MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 555078
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 143.217,85

2.2.1 CONSTATAÇÃO:
Casas antigas não demolidas.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 70
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
As novas casas construídas e localizadas nas regiões de incidência da
Doença de Chagas no Município de Inhumas-GO visam combater e diminuir
esse tipo de enfermidade. Para que esse objetivo possa ser alcançado,
é mister que as habitações antigas, que já não tinham condições de
serem reformadas, sejam demolidas. Em visita aos locais onde as casas
foram construídas, verificou-se que a maior parte das habitações
antigas ainda não foram demolidas, contrariando, desta forma, os
objetivos da ação e o disposto na Portaria FUNANA nº 106, de
04/03/2004.

EVIDÊNCIA:
- Visita in loco;
- Fotos
- Declaração firmada pela PM de Inhumas-GO, de 22/08/2005,
comprometendo-se a demolir as casa antigas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre esse item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.2.2 CONSTATAÇÃO:
Não comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade
imóvel onde foram construídas as casas.

FATO:
Conforme disposições inscritas na IN STN nº 01/97, o Plano de Trabalho
conterá informações quanto à comprovação, pelo convenente, do
exercício
pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel. Ao proceder a
análise à documentação que deu suporte à assinatura do Convênio SIAFI
nº 555078, não se localizou documentação que comprove o exercício dos
poderes inerentes à propriedade imóvel pela PM de Inhumas ou pelos
beneficiários, contrariando, assim, o disposto no art. 2º, incisos
VIII e IX da IN STN nº 01/97.

EVIDÊNCIA:
- Cópia do Processo FUNASA nº 25160.003.109/2005-18

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre esse item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.2.3 CONSTATAÇÃO:
Ocupação irregular de moradia construída com recursos do Convênio.

FATO:
Conforme informações colhidas na região, o beneficiário H.A.O teria
falecido e a casa construída com os recursos do Convênio
encontra-se ocupada por B.P.C.N, que não tem qualquer vínculo de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 71
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
parentesco com o beneficiário. O novo ocupante seria o proprietário da
Fazenda onde está localizada a habitação construída com os recursos do
Convênio. O atual ocupante reside em Goiânia-GO, utilizando a moradia
apenas como casa de campo.

EVIDÊNCIA:
- Visita in locu
- Relação de beneficiários elaborada em 21/09/2009 pela PM de Inhumas;

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre esse ponto.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.3 - PROGRAMA
1293
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E INSUMOS ESTRATÉGICOS
AÇÃO :
20AE
PROMOCAO DA ASSISTENCIA FARMACEUTICA E INSUMOS ESTRATEG
ICOS NA ATENCAO BASICA EM SAUDE - NO ESTADO DE GOIAS
OBJETIVO DA AÇÃO :
Visa garantir o acesso dos pacientes aos medicamentos básicos por in-
termedio da racionalização e otimização da programação, armazenamento
controle de estoques e distribuição em todos os níveis de gestão.
ORDEM DE SERVIÇO : 233158
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Medicamentos pactuados no Plano Estadual de Assistência Farmacêutica-
PEAF para atendimento à Farmácia básica.
AGENTE EXECUTOR :
FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE INHUMAS
AUTARQUIA MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 297.606,68

2.3.1 CONSTATAÇÃO:
Falta de efetivação da Contrapartida Estadual.

FATO:
De acordo com a Resolução nº 015/2008-CIB, de 21/02/2008, o repasse da
contrapartida Estadual previsto é de R$ 2,00 (dois reais) por
hab/ano, transferidos em medicamentos, pela Indústria Química do
Estado de Goiás (IQUEGO).
Dos dados extraídos do site do Ministério da Saúde, constatamos que a
população do município de Inhumas é de 47.984 habitantes, dessa forma,
o repasse estadual, em medicamentos, no exercício de 2008, deveria ser
no valor de R$ 95.968,00 (noventa e cinco mil, novecentos e sessenta e
oito reais).
No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Ofício nº
03/09, datado de 21/10/2009, informou que a medicação referente à
Contrapartida Estadual do ano de 2008 não foi entregue ao município.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 72
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Forneceu, ainda, relações relativas a medicamentos recebidos em
2008 e 2009, referentes à contrapartida Estadual do ano de 2007.
Dessa forma, evidendenciou-se que não houve a aplicação dos valores
devidos pelo Estado de Goiás no ano de 2008.

EVIDÊNCIA:
a - Resolução nº 015/2008-CIB, de 21/02/2008;
b - Ofício nº 03/09 SMS/Inhumas, de 21/10/2009;
c - Relação de medicamentos recebidos em 2008, referentes à
contrapartida estadual de 2007;
d - Relação de medicamentos recebidos em 2009, referentes à
contrapartida estadual de 2007.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"A Contrapartida Estadual fica adstrita no âmbito Estadual."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Acatamos a justificativa apresentada, uma vez que a contrapartida
estadual é de responsabilidade do Governo do Estado de Goiás.

2.3.2 CONSTATAÇÃO:
Não comprovação da integralização da Contrapartida Municipal.

FATO:
A Prefeitura Municipal de Inhumas não apresentou os comprovantes de
integralização da contrapartida municipal, apesar do contido na
SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 001/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-
Regional/GO, de 15/10/2009, e reiterado nas Solicitações nº
002/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-Regional/GO, de 20/10/2009, e
003/2009/SM30/Inhumas/GO/GER/CGU-Regional/GO, de 03/11/2009.
Ressaltamos que foi fornecida uma relação, contendo o "Quantitativo de
Medicamentos da Farmácia Básica Adquiridos pela Secretaria Municipal
de Saúde de Janeiro a Agosto de 2009", no entanto, não há indicação da
fonte dos recursos utilizados para tais aquisições, bem como os
valores pagos pelos medicamentos relacionados.
Por fim, em análise aos extratos bancários relativos ao período de
abril/2008 a agosto/2009, da conta-corrente nº 19906-0, da Agência
496-0, do Banco do Brasil, onde são movimentados os recursos do
Programa, não vislumbramos a existência de outros créditos, que não o
valor repassado pela União.

EVIDÊNCIA:
a - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 001/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-
Regional/GO, de 15/10/2009;
b - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 002/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-
Regional/GO, de 20/10/2009;
c - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 003/2009/SM30/Inhumas/GO/GER/CGU-
Regional/GO, de 03/11/2009;
d - Relatório "Quantitativo de Medicamentos da Farmácia Básica
Adquiridos pela Secretaria Municipal de Saúde de Janeiro a Agosto de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 73
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
2009";
e - Extratos bancários da conta-corrente nº 19906-0, da Agência 496-0,
do Banco do Brasil.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Em relação a contrapartida municipal esta é realizada em sua
integralidade através de pagamentos feitos e comprovados. Não tendo
sido apresentado toda a fiscalização devido ao tempo de procura nos
balancetes que são gerados em conjunto com a Prefeitura. Mas estamos à
disposição para esclarecermos esta questão."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Deixamos de acatar a justificativa apresentada, uma vez que os
documentos comprobatórios não foram apresentados à equipe de
fiscalização, em detrimento ao preconizado no art. 26, da Lei nº
10.180, de 06/02/2001.

2.3.3 CONSTATAÇÃO:
Controle de estoque de medicamentos ineficaz.

FATO:
Em visita ao Almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde e às
Unidades de Saúde que recebem os medicamentos básicos, constatou-se
que os relatórios contendo os saldos dos medicamentos existentes são
preenchidos mediante a contagem dos estoques. O sistema não é
informatizado e inexistem fichas de prateleiras.
No intuito de verificarmos o controle da distribuição de medicamentos
básicos às Unidades de Saúde, solicitamos uma relação contendo o
quantitativo de medicamentos básicos distribuídos às Unidades, de
01/01/2008 a 31/08/2009, mediante a SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº
001/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-Regional/GO, de 15/10/2009. Reiteramos
o pedido por meio das Solicitações nº 002/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-
Regional/GO, de 20/10/2009, e 003/2009/SM30/Inhumas/GO/GER/CGU-
Regional/GO, de 03/11/2009, no entanto, tal relação não nos foi
fornecida.

EVIDÊNCIA:
a - Vistoria in loco;
b - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 001/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-
Regional/GO, de 15/10/2009;
c - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 002/2009/SM30/Inhumas/SAÚDE/CGU-
Regional/GO, de 20/10/2009;
d - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO nº 003/2009/SM30/Inhumas/GO/GER/CGU-
Regional/GO, de 03/11/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 74
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"A Secretaria de Saúde através de seu Fundo Municipal, vem ao longo
dos anos se aprimorando e se equipando para o melhor atendimento ao
cidadão, não estando ainda em plena capacidade de estoque mas
continuaremos em busca de melhorias."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A falta de controle dos estoques e dos descartes de medicamentos
vencidos, reflete o mau gerenciamento do Programa no município, uma
vez que impossibilita a realização de um planejamento adequado de
compras para o atendimento da demanda. Dessa forma, deixamos de acatar
a justificativa apresentada.

2.3.4 CONSTATAÇÃO:
Descarte de medicamentos por prazo de validade expirado.

FATO:
O município de Inhumas procedeu ao descarte de medicamentos básicos
nos
exercícios de 2008 e 2009. Os medicamentos descartados em 2008
encontram-se relacionados em uma listagem, fornecida pela farmacêutica
responsável, que contém o nome dos medicamentos sem, no entanto,
indicar as quantidades. Em relação ao descarte ocorrido em 2009, não

registro dos medicamentos, bem como as quantidades. A informação do
descarte foi obtida junto à farmacêutica responsável pelo almoxarifado
da Secretaria Municipal de Saúde e pelas enfermeiras de quatro
Unidades de Saúde visitadas.

EVIDÊNCIA:
a - Lista dos medicamentos e insumos a serem incinerados - 2008;
b - Informação fornecida pela farmacêutica responsável pelo
almoxarifado da SMS e por enfermeiras de 4 Unidades de Saúde
visitadas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


A constatação foi levada ao conhecimento do Prefeito Municipal, por
meio do Informativo - Relatório Prévio nº 522. Em resposta o Prefeito
emitiu o Ofício nº 55/2010 - GAB, de 15/01/2010, com a seguinte
manifestação:
"Os descartes realizados pela Secretaria foi feito por minoria dos
medicamentos, e somente dos recebidos através do Estado de Goiás, que
na maioria das vezes estão chegando com o prazo praticamente vencido."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A falta de controle dos estoques e dos descartes de medicamentos
vencidos, reflete o mau gerenciamento do Programa no município, uma
vez que impossibilita a realização de um planejamento adequado de
compras para o atendimento da demanda. Dessa forma, deixamos de acatar
a justificativa apresentada.

2.4 - PROGRAMA
1444
VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS E AGRAVOS
AÇÃO :
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 75
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
20AL
INCENTIVO FINANCEIRO AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MU
NICIPIOS CERTIFICADOS PARA A VIGILANCIA EM SAUDE - NACI
ONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Promover ações de notificação, investigação, vigilância ambiental,
controle de doenças, imunizações, sistemas de informação, supervisão,
educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de epide-
miologia e controle de doenças.
ORDEM DE SERVIÇO : 233214
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Execução das diversas ações do programa, pactuadas na Programação Pac-
tuada Integrada de Vigilância em Saúde - PPI/VS.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 262.545,12

2.4.1 CONSTATAÇÃO:
Execução parcial das metas pactuadas em 2008 para o PPI-VS no
município de Inhumas/GO.

FATO:
Da análise do relatório de acompanhamento das metas de 2008 (PPI-VS)
pactuadas pelo município, constatou-se que algumas ações não foram
totalmente executadas se comparadas com o que havia sido previsto, não
tendo sido apresentado justificativas ou, quando apresentadas, sem a
devida comprovação, conforme quadros a seguir:
Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS
Ação Previsto Realizado %
Executado
5. Vigilância de Doenças
Transmitidas por Vetores e
Antropozoonoses
5.1. Vigilância entomológica
5.1.4. Realizar ações de
124254 119394 96,08
eliminação de focos e/ou
criadouros de Aedes aegypti
e/ou Aedes albopictus nos
imóveis.
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
5. Vigilância de Doenças
Transmitidas por Vetores e
02 01 50,00
Antropozoonoses
5.3 Controle vetorial

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 76


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS
Ação Previsto Realizado %
Executado
5.3.1 Realizar borrifação em
domicílios para controle de
Triatomíneos
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
5. Vigilância de Doenças
Transmitidas por Vetores e
Antropozoonoses
5.4 Imunização de
10216 8567 83,86
reservatórios
5.4.1 Realizar vacinação anti-
rábica em cães
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
7. Imunizações
7.1 Vacinação
7.1.1 Realizar campanha anual 3413 3328 97,5
(1ª etapa) contra poliomietite
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
7. Imunizações
7.1 Vacinação
7.1.1-A Realizar campanha
3413 3305 96,83
anual (2ª etapa) contra
poliomielite
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
7. Imunizações
7.1 Vacinação
7.1.2 Realizar campanha anual 4336 3809 87,84
contra a influenza
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 77
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS
Ação Previsto Realizado %
Executado
7. Imunizações
7.1 Vacinação
7.1.3 Realizar vacinação de
600 587 97,83
rotina para tríplice viral em
crianças de 1 ano
Justificativa: inexistente
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
8. Monitorização de agravos de
relevância epidemiológica
8.1 Investigar óbitos maternos
Justificativa: “segundo a 13 09 69,23
coordenadora, 04 óbitos não
foram investigados em função
da falta de motorista no NVE.”
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
9. Divulgação de informações
epidemiológicas
9.1 Elaborar informes
epidemiológicos
Justificativa: “segundo a
coordenadora, o boletim do 1º
02 0 0,00
semestre/08 foi elaborado
aguardando, porém, serviços de
gráfica.Com relação ao do 2º
semestre, ficou combinado um
prazo de 15 dias p/elaboração
e publicação.”
Fonte: PPI-VS 2008.

Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS


Ação Previsto Realizado %
Executado
12. Procedimentos em
vigilância sanitária
12.2 Expedição de
alvará/licença sanitária para
estabelecimentos cadastrados 324 88 27,16
abaixo.
12.2.3 Serviços de alimentação
Justificativa: “Tanto o
cadastramento quanto a
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 78
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Acompanhamento das metas físicas da PPI-VS
Ação Previsto Realizado %
Executado
expedição de alvará de licença
estão em andamento.”
Fonte: PPI-VS 2008.

EVIDÊNCIA:
A - Relatório de acompanhamento das metas pactuadas na PAP-VS de 2008.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No que se diz respeito as metas, procuramos atender em sua grande
maioria, e continuamos buscando e aprimorando cada vez mais para
atingirmos."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação do Prefeito Municipal de Inhumas/GO não altera a
situação da constatação apresentada, apenas ratificando-a. Desta
forma, mantém-se o presente ponto de impropriedade.

2.4.2 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de combustível para os veículos da vigilância epidemiológica
por meio de contrato julgado irregular pelo TCM/GO.

FATO:
Em 10 de janeiro de 2008, por meio do Pregão Presencial n.º 001/2008,
a Prefeitura Municipal de Inhumas/GO deu início à contratação de
empresa fornecedora de gasolina comum e óleo diesel para a frota
pertencente ao município, da qual fazem parte, também, os carros e
motocicletas do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, cuja dotação
orçamentária estava sob o registro 10.305.0245.2.059-3.3.90.30.00. Em
23 de janeiro de 2008, então, houve a homologação e adjudicação das
empresas vencedoras, Auto Posto R5 Ltda. e Combustíveis Santa
Terezinha Ltda, sendo a primeira responsável pelo fornecimento de
gasolina comum à frota municipal, enquanto a segunda empresa ficou
responsável pelo fornecimento do óleo diesel. Ainda na referida data,
houve a assinatura dos contratos administrativos entre os
representantes da Prefeitura Municipal e as empresas vencedoras do
certame. Como os veículos do Núcleo de Vigilância Epidemiológica são
abastecidos apenas com gasolina comum, os mesmos foram atendidos pela
empresa Auto Posto R5 Ltda., cujo contrato de fornecimento foi
assinado pelo Secretário Municipal de Saúde, também em 23/01/2008.
A Prefeitura Municipal, então, encaminhou o referido Pregão Presencial
ao TCM/GO, por exigência legal, para que fosse feita a avaliação
regular de todo o processo, a fim de se ratificar, ou não, os atos ali
emanados. Em consequência da referida análise, em 09/12/2008, a Corte
de Contas dos Municípios do Estado de Goiás, por intermédio da
Resolução n.º 07872-08, julgou como irregulares os contratos
celebrados entre as diversas áreas da Prefeitura de Inhumas/GO e as
empresas Auto Posto R5 Ltda. e Combustíveis Santa Terezinha Ltda.,
abrangendo, portanto, os veículos automotores vinculados ao Núcleo
de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 79
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Vigilância Epidemiológica - NVE do
município. Tal decisão foi ratificada, em 20/05/2009, por meio da
Resolução n.º 02588-09.
Por meio dos extratos bancários e contábeis da conta-corrente
específica para crédito dos recursos do Teto Financeiro de Vigilância
em Saúde, oriundos do Fundo Nacional de Saúde, verificou-se o regular
pagamento à empresa Auto Posto R5 Ltda. relativo ao abastecimento da
frota da Vigilância Epidemiológica em Inhumas/GO no período de
janeiro/2008 a dezembro de 2008.
Registra-se, ainda, que, após a emissão da Resolução TCM/GO n.º
2588/09, o único documento encontrado no processo relativo ao Pregão
Presencial n.º 01/2008 trata-se do Certificado de Auditoria TCM/GO n.º
0175/2009, cujo conteúdo não acata os embargos de declaração da
Prefeitura Municipal de Inhumas/GO e mantém a irregularidade de todo o
processo citado. Não se vislumbrou, portanto, nenhuma atitude
administrativa da referida Prefeitura Municipal após a ratificação da
irregularidade do citado Pregão Presencial pelo Tribunal de Contas dos
Municípios do Estado de Goiás.
Lista-se, a seguir, as irregularidades apontadas pelo TCM/GO
como
argumentos para julgar o referido pregão presencial irregular:
- Participação do assessor jurídico da Prefeitura Municipal
de
Inhumas/GO na Comissão de Licitação;
- Publicação irregular do Edital do Pregão presencial n.º 01/2008;
- Excesso de gastos previstos no Edital, 40,57% acima da média dos
anos
de 2005, 2006 e 2007.
Finalmente, a seguir, tem-se a relação de pagamentos efetuados pela
Secretaria Municipal de Saúde para o Auto Posto R5 Ltda., relativos
aos abastecimentos da frota de veículos vinculada ao Núcleo de
Vigilância Epidemiológica:
Data Cheque Valor(R$)
21/01/2008 850330 146,42
11/02/2008 850340 93,66
19/02/2008 850344 197,23
11/03/2008 850354 110,46
24/03/2008 850361 92,78
16/04/2008 850394 639,76
30/04/2008 850425 76,03
12/05/2008 850437 179,99
19/05/2008 850441 19,84
04/06/2008 850473 184,81
11/06/2008 850481 154,00
23/06/2008 850484 78,21
02/07/2008 850492 189,05
09/07/2008 850498 86,62
23/07/2008 850504 81,56
30/07/2008 850506 55,57
11/08/2008 850516 84,32
18/08/2008 850524 142,00
11/09/2008 180121 169,33
07/10/2008 180139 293,72
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 80
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Data Cheque Valor(R$)
22/10/2008 180150 127,49
30/10/2008 180151 330,31
10/11/2008 850543 165,38
19/11/2008 850551 318,09
10/12/2008 850562 308,38
16/12/2008 850572 280,96
30/12/2008 850594 60,24
Total 4.666,21
Fonte:Extratos bancários e contábeis da conta do TFVS

EVIDÊNCIA:
A - Extratos bancários e contábeis da Conta-corrente n.º 19458-1,
Agência n.º 496-0, no período de janeiro/2008 a janeiro/2009;
B - Pregão Presencial n.º 01/2008;
C - Resoluções TCM/GO n.º 7878/08 e n.º 2588/09;
D - Ofício TCM/GO n.º 3424/2008-SR, que comunica à P.M. de Inhumas/GO
sobre a decisão de irregularidade relativa ao Pregão n.º 01/2008 e dos
contratos por ele gerados;
E - Certificado de Auditoria n.º 0175/2009, de 27/06/2009.
F - Relação de veículos automotores do Núcleo de Vigilância
Epidemiológica de Inhumas/GO fornecida pela SMS local;
G - Ordens de Pagamento, notas fiscais e cheques, referentes à empresa
Auto Posto R5 Ltda, relativos ao corte amostra de novembro/2008 a
fevereiro/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No que diz respeito as constatações do relativas aos processos
licitatórios Pregão Presencial
n.º 01/08 e Pregão Presencial n.º 16/08, cujo objeto aquisição de
combustível para atender as
demandas da prefeitura em geral, obedeceram as exigências legais e
formais, com protocolo
da solicitações das secretarias, quantitativo de acordo com a previsão
feita e relação ao
numero de veículos da frota e veículos contratados, declaração de
existência de saldo
orçamentário, aprovação prévia da minutas de edital e contrato pelo
assessoria jurídica,
publicação do aviso de edital em jornal de grande circulação e no
Diário Oficial do Estado,
observância do prazo de 08 dias úteis entre publicação e abertura. No
que diz respeito as
participação do quantitativo das empresas licitantes, para a
Prefeitura o único interesse é que
a contratação se dê por empresa idônea que cumpra os requisitos do
edital e as clausulas
contratuais.
A publicação do edital não é única forma de divulgação das licitações,
o edital é afixado no
Placar da prefeitura onde circulam várias pessoas e as noticias correm
com facilidade.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 81
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
A não participação de outros postos de combustíveis nas licitações
mencionadas, se deve
com certeza a falta de interesse e tal fato escapa a esfera de atuação
da prefeitura.
Um fato que contribui para o desinteresse das empresas no fornecimento
de combustíveis
para a Prefeitura é sempre o pagamento a prazo, pois o quantitativo
fornecido durante o mês é
pago entre o dia 30 e o dia 10, do mês, que apesar de ser pago o preço
a prazo a maioria dos
postos acabam não manifestando interesse nas contratações pois
preferem a venda a vista, e
a maioria não possui capacidade de estocagem suficiente para
abastecimento da sua clientela
e da prefeitura."(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Primeiramente, informa-se que a Prefeitura Municipal de Inhumas/GO
apresentou texto único para as duas constatações que envolvem a compra
de combustíveis para os veículos da vigilância epidemiológica, cujas
análises dar-se-ão especificamente para cada uma das situações.
Em relação à presente constatação, as falhas apontadas pelo TCM/GO,
com as quais esta equipe de fiscalização corrobora, e que resultaram
no julgamento irregular do Pregão Presencial n.º 001/2008, tratam de
questões sensíveis a um processo licitatório e que macularam o Pregão
em questão. Não se pode admitir, por exemplo, a diminuição da
importância da publicidade correta do certame, como o gestor fez
constar em seu texto. As justificativas da Prefeitura Municipal,
especificamente em referência à presente constatação, não elidiram os
problemas apontados, haja vista não ter sido apresentada uma solução
prática para o pagamento efetuado a um contrato julgado
irregular pela Corte de Contas Municipal. Assim sendo, mantém-se a
presente constatação.

2.4.3 CONSTATAÇÃO:
Veículo utilizado pelo núcleo de vigilância epidemiológica em
condições impróprias de utilização.

FATO:
Em vistoria in loco aos veículos disponibilizados para transporte dos
Agentes Comunitários de Endemias, materiais e equipamentos vinculados
às ações de Vigilância em Saúde no município de Inhumas/GO, verificou-
se a existência da caminhonete Chevrolet A-10, ano 1984, placa JFO-
8350, conforme registro fotográfico disponibilizado mais adiante,
funcionando à base de gás liquefeito de petróleo (gás de cozinha), o
que é expressamente proibido pela Lei Federal n.º 8.176/91, artigo 1º,
II, transcrito a seguir, o que constitui crime contra a ordem
econômica: "Usar gás liqüefeito de petróleo em motores de qualquer
espécie, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins
automotivos, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da
lei".
Além da irregularidade apontada acima, frisa-se que o referido veículo
automotor encontra-se completamente sucateado, sem itens de segurança
básica, sendo, ainda, utilizado para transporte de Agentes
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 82
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Comunitários de Endemias, em determinadas situações, às regiões
atendidas pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica.
Registra-se, por fim, que esta equipe de fiscalização presenciou,
durante os trabalhos de campo, o funcionamento do veículo,
transportando ACE, em pelo menos uma oportunidade.

EVIDÊNCIA:
A) Vistoria in loco;
B) Relação de veículos do NVE fornecida pela SES/GO
C) Registro fotográfico abaixo:

Foto 01: Compartimento Foto 02: Visão mais próxima do


localizado no motor da compartimento utilizado para
caminhonete para acomodação do acomodar o botijão de gás de
botijão de gás de cozinha cozinha.

Foto 03: Motor da caminhonete A- Foto 04: Vista lateral da


10, ano 1984, placa JFO-8350 caminhonete A-10, ano 1984,
placa JFO-8350

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.4.4 CONSTATAÇÃO:
Motocicletas utilizadas pela vigilância epidemiológica sem a devida
identificação de suas vinculações de utilização.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 83


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
Da análise da documentação disponibilizada pela Secretaria da Saúde do
Estado de Goiás e pela Secretaria Municipal de Saúde, foi observado
que existem 08 (oito) veículos no município destinados à execução das
atividades do Programa de Vigilância em Saúde, quais sejam:
Veículo Órgão Cedente
Veículo Chevrolet/A-10, ano Termo de Comodato n 001/2000
1984, placa JFO-8350 (FUNASA e SES)
Veículo Chevrolet/S-10, ano Veículo cedido pela SES-GO
1998, placa KDJ-0038
Veículo Fiat/Strada, ano 2001, Veículo cedido pela SES-GO
placa KEO-4271
Veículo Ford/Courier, ano Veículo cedido pela SES-GO
1998/99, placa KDX-9303
Moto Honda/CG 125, ano 2001, Teto Financeiro de Vigilância em
placa KEL-1596 Saúde – TFVS
Moto Honda/CG 125, ano 2001, Teto Financeiro de Vigilância em
placa KEL-1676 Saúde – TFVS
Moto Honda/CG 125, ano 2001, Teto Financeiro de Vigilância em
placa KEL-1736 Saúde – TFVS
Moto Honda/CG 125, ano 2031, Teto Financeiro de Vigilância em
placa KEL-8794 Saúde – TFVS

Em vistoria aos citados veículos, ficou evidenciado que as 04 (quatro)


motos listadas acima, à data desta fiscalização, não estavam
caracterizadas com identificação da origem dos recursos, ou seja, da
Vigilância Epidemiológica, conforme determinado pelo Código de
Trânsito Brasileiro em seu Art. 120, §1º, transcrito a seguir:
"Art.120,§1º: Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do
Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de propriedade
da administração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação expressa,
por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou
entidade em cujo nome o veículo será registrado, excetuando-se os
veículos de representação e os previstos no art. 116." Completando a
informação descrita, informa-se que, ainda de acordo com o CTB, em seu
anexo I, veículo automotor é "todo veículo a motor de propulsão que
circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o
transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de
veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas". Assim
sendo, as exigências do Código de Trânsito Brasileiro aplicam-se,
também, às motocicletas.

EVIDÊNCIA:
A - Vistoria in loco;
B - Relação de veículos automotores fornecidos pela SES/GO;
C - Relação de veículos automotores fornecidos pela SMS/Inhumas;
D - Registro fotográfico abaixo:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 84


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Foto 01: Motocicleta placa KEL Foto 02: Motocicleta placa KEV
1596 8794

Foto 03 : Motocicleta placa KEL Foto 04 : Placa da motocicleta


1736 ao lado.

Foto 05: Motocicleta KEL 1676

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.4.5 CONSTATAÇÃO:
Contratação de Agentes Comunitários de Endemias sem a devida seleção
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 85
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
pública.

FATO:
Em análise às folhas de pagamentos dos Agentes Comunitários de
Endemias, em conjunto com os extratos contábeis do período de janeiro
de 2008 a agosto de 2009, verificou-se a ocorrência de contratação
de 6 (seis) profissionais sem a devida seleção pública exigida pela
Emenda
Constitucional n.º 51/2006, sendo que os seus vínculos com a
Prefeitura Municipal de Inhumas/GO regem-se pela simples prestação de
serviços na área de endemias. A seguir, estão listados os
profissionais
contratados nessa condição de prestadores de serviços, cujos
vencimentos são pagos com recursos do Teto Financeiro da Vigilância em
Saúde creditados pela União em conta-corrente específica gerida pela
Secretaria Municipal de Saúde:
Agentes de Combate de Endemias – Prestação de Serviços
Nome Data do Função Vencimento
Contrato líquido
A.S.M. 15/06/2009 Agente de 569,30
Combate de
Endemias
D.D.H. 15/06/2009 Agente de 569,30
Combate de
Endemias
E.S.R. 15/06/2009 Agente de 569,30
Combate de
Endemias
P.R.C.L. 15/06/2009 Agente de 569,30
Combate de
Endemias
R.P.B. 15/06/2009 Agente de 569,30
Combate de
Endemias
W.J.S. 15/06/2009 Agente de 569,30
Combate de
Endemias
Fonte: Folhas de pagamentos fornecidas pelo RH/Inhumas.

Registra-se, por fim, que os pagamentos observados dentro do período


de escopo do presente trabalho, referem-se aos meses de julho e agosto
de 2009, e somam uma quantia de R$6.765,94.

EVIDÊNCIA:
A - Folhas de Pagamentos dos meses de julho e agosto de 2009;
B - Extratos contábeis dos meses de julho e agosto de 2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 86


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2.4.6 CONSTATAÇÃO:
Pagamento à profissional não vinculado às atividades fins das ações do
Programa de Vigilância em Saúde.

FATO:
Em atendimento à Solicitação de Fiscalização n.º 001/2009, por meio do
Ofício n.º 177/09, foi entregue à equipe de fiscalização, pelo setor
de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de Inhumas/GO, a relação
de profissionais vinculados ao Programa de Vigilância em Saúde da
FUNASA. Em análise à referida listagem, verificou-se a existência de
pagamento a profissional cuja função é denominada "Fiscal Arrecadador
- O", que, a princípio, não guarda relação com as atividades
desempenhadas pelos Agentes Comunitários de Endemias e,
consequentemente, não deveria ter seus vencimentos pagos com recursos
do orçamento municipal destinados às ações de Vigilância em Saúde.
Além disso, a vinculação do referido profissional, segundo disposto na
descrição encontrada na folha de pagamento, dá-se junto à Secretaria
Municipal de Saúde.
Verificou-se, por fim, a ocorrência da referida situação por todo o
período de escopo do presente trabalho, de janeiro/2008 a agosto/2009,
gerando um montante líquido recebido pelo "Fiscal Arrecadador - O",
CPF 015.907.581-53, de R$ 58.665,90.

EVIDÊNCIA:
A - Solicitação de Fiscalização n.º 001/2009;
B - Ofício n.º 177/09;
C - Folhas de pagamentos entre janeiro/2008 a agosto/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.4.7 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de taxas bancárias com recursos do Teto Financeiro de
Vigilância em Saúde.

FATO:
De acordo com informações da Prefeitura Municipal de Inhumas/GO, esta
mantém convênio com o Banco do Brasil para a realização da folha de
pagamento de todos os seus servidores efetivos, além dos prestadores
de serviços, por meio da Agência n.º 496-0, Conta-corrente n.º 73145-
5, concentrando, assim, os recursos de diversas áreas para o pagamento
salarial de seu quadro funcional. Especificamente em relação aos
Agentes Comunitários de Endemias, cujos créditos do Fundo Nacional de
Saúde são vinculados à Conta-corrente n.º 19458-1, Agência n.º 496-0,
a Secretaria Municipal de Saúde, gestora das contas da saúde, efetua
pagamento de taxa estipulada no referido convênio, cobrada pelo Banco
do Brasil, com os recursos específicos do citado Programa, conforme
descrito a seguir:

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Agência 496-0 Conta-corrente 19457-3 / FMS-PAB-FIXO
Data Documento Valor (R$)
30/01/2008 550496000073145 31,03
11/02/2008 550496000073145 1,07
25/02/2008 550496000073145 22,47
25/02/2008 550496000073145 1,07
25/03/2008 550496000073145 23,54
25/03/2008 550496000073145 1,07
30/04/2008 550496000073145 24,61
27/05/2008 550496000073145 29,96
27/05/2008 550496000073145 1,07
24/06/2008 550496000073145 25,68
24/06/2008 550496000073145 1,07
21/08/2008 550496000073145 1,07
21/08/2008 550496000073145 28,89
02/10/2008 550496000073145 27,82
22/10/2008 550496000073145 29,96
22/10/2008 550496000073145 1,07
21/11/2008 550496000073145 28,89
22/12/2008 550496000073145 28,89
29/01/2009 550496000073145 26,75
10/02/2009 550496000073145 1,07
05/03/2009 550496000073145 24,61
05/03/2009 550496000073145 1,07
26/03/2009 550496000073145 25,68
26/03/2009 550496000073145 1,07
30/04/2009 550496000073145 24,61
28/05/2009 550496000073145 25,68
26/06/2009 550496000073145 23,54
Total 463,31
Fonte: Extratos bancários e Contábeis de janeiro de 2008 a agosto de 2009.

Conforme preconiza os regramentos da Vigilância em Saúde,


principalmente o determinado no artigo 14, combinado com o 3º, da
Portaria GM/MS n.º 1.172/2004, transcrito a seguir, os recursos
destinados às referidas contas específicas devem ser gastos,
exclusivamente, no financiamento de atividades correlatas às ações do
referido Programa: "Art. 14. O Teto Financeiro de Vigilância em Saúde
- TFVS de cada unidade da Federação destina-se, exclusivamente, ao
financiamento das ações estabelecidas nas Seções II, III e IV do
Capítulo I desta Portaria e será estabelecido por portaria conjunta da
Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde e da Secretaria de
Vigilância em Saúde.". Já a seção II, do artigo 3º, não faz nenhuma
menção ao pagamento de taxas bancárias como despesa elegível ao
Programa. Desta forma, taxas bancárias, de qualquer espécie, estão
fora do rol de despesas elegíveis para o Programa de Vigilância em
Saúde.

EVIDÊNCIA:
A- Extratos bancários de janeiro de 2008 a agosto de 2009, com seus
respectivos extratos contábeis.

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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Não se aplica.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

2.4.8 CONSTATAÇÃO:
Indícios de irregularidade em licitação para contratação de empresa
fornecedora de combustível para a frota municipal para o ano de 2009.

FATO:
Assim como em 2008, a Prefeitura Municipal de Inhumas/GO promoveu um
Pregão Presencial, no final do referido período, para contratar
empresas fornecedoras de gasolina comum e óleo diesel para a frota
municipal, incluindo os veículos da vigilância epidemiológica, para o
ano de 2009. Assim, em 12/12/2008, o Secretário de Administração
concedeu autorização para a realização da licitação e, em 17/12/2008,
a então Pregoeira Oficial tornou público o Edital do Pregão Presencial
n.º 16/2008, cujo item 01 relacionava-se à gasolina comum e o item 02
estava relacionado ao diesel. No entanto, relatamos a seguir
indícios
que dão margem à interpretação de suposto acordo entre as empresas
concorrentes e a Prefeitura Municipal de Inhumas/GO com o intuito de
cercear a participação de mais empresas, bem como o de promover
ajuste acerca dos itens a serem vencidos por cada uma das empresas
participantes:
Assim como no Pregão Presencial n.º 01/2008, julgado irregular pelo
TCM/GO, dentre outros motivos, devido à fragilidade da publicidade da
licitação, o Pregão Presencial n.º 16/2008 apresentou o mesmo
problema, não se evidenciando, nas cópias fornecidas à equipe de
fiscalização, a publicidade do processo licitatório conforme determina
a Lei n.º 10.520/02, artigo 4º.
Conforme se verificou no Pregão Presencial n.º 01/2008, apenas as
empresas Auto Posto R5 Ltda. e Combustíveis Santa Terezinha Ltda.
apresentaram interesse em participar de uma licitação que visava à
contratação de 251.000 litros de gasolina comum e 465.000 litros de
diesel e que chegou ao valor final de R$ 1.611.150,00. Não há indício
algum da participação de outras empresas da cidade, mesmo sendo
evidenciado, conforme registro fotográfico, a existência de pelo menos
mais 3 (três) postos de combustíveis na mesma avenida em que se
encontram as duas empresas participantes do certame.
Ainda em coincidência com o verificado no Pregão Presencial anterior
ao de n.º 16/2008, não houve disputa de lances entre as empresas
participantes, conforme evidenciado na ata de 08/01/2009, assinada
pela então Pregoeira, transformando o processo licitatório em
praticamente uma concorrência pública, fugindo à principal
característica do pregão que é a disputa entre as empresas para gerar
economia aos cofres públicos. Além disso, devido ao grande volume de
produto a ser contratado, as empresas tinham condições de melhorar
seus preços, não sendo aceitável a argumentação encontrada na referida
ata do certame, em que é relatado que as empresas não fariam lances
devido ao fato dos preços já estarem abaixo do encontrado no mercado.
As empresas Auto Posto R5 Ltda. e Combustíveis Santa Terezinha Ltda.
venceram, nos Pregões Presenciais realizados para a contratação de
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combustíveis para 2008, e depois para 2009, nos mesmos itens, ou seja,
o Auto Posto R5 venceu o item gasolina comum e o Posto Santa Terezinha
Ltda. venceu o item diesel, sem que houvesse, em ambos os Pregões,
lances entre as empresas em relação ao item vencido pela sua
concorrente. Assim, cada empresa venceu seu item sem que a empresa
concorrente fizesse qualquer tipo de lance sobre o mesmo. No Pregão
Presencial n.º 01/2008, as ofertas foram as seguintes:
Pregão Presencial n.º 01/2008
Item 01 – Gasolina C. Auto Posto R5 Ltda. Posto Santa Terezinha
251.000 L 2,48 2,49
Negociação Sem lance Sem lance
Item 02 – Diesel Auto Posto R5 Ltda. Posto Santa Terezinha
465.000 L 1,91 1,89
Negociação Sem lance Sem lance
Fonte: Ata do Pregão Presencial n.º 01/2008.

Já no Pregão Presencial n.º 16/2008, as ofertas foram as seguintes:


Pregão Presencial n.º 16/2008
Item 01 – Gasolina C. Auto Posto R5 Ltda. Posto Santa Terezinha
251.000 L 2,52 2,53
Negociação 2,51 Sem lance
Item 02 – Diesel Auto Posto R5 Ltda. Posto Santa Terezinha
465.000 L 2,12 2,11
Negociação Sem Lance Sem lance
Fonte: Ata do Pregão Presencial n.º 16/2008.

Informa-se, ainda, que por meio do registro fotográfico realizado


durante os trabalhos de campo, evidenciou-se, por exemplo, que o Auto
Posto R5 Ltda. oferece diesel aos seus clientes ao preço de R$ 1,820 e
o Posto Santa Terezinha Ltda. à 1,950, ou seja, valores abaixo do
vendido por esta empresa à Prefeitura Municipal, não havendo
argumentos que convençam sobre a não competição entre as empresas
durante esta fase no Pregão Presencial.

EVIDÊNCIA:
A - Pregão Presencial n.º 01/2008;
B - Processo do Pregão Presencial n.º 16/2008;
C - Telas do CNPJ, sistema vinculado à Receita Federal;
D - Registro fotográfico abaixo:

Foto 01: Posto Santa Terezinha e Foto 02: Posto Santa Terezinha –
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sua placa de preços em que se visão panorâmica.
evidencia a oferta de gasolina
comum, item não disputado pela
empresa na fase de lances do
Pregão Presencial n.º 16/2008

Foto 03: Auto Posto R5 e sua Foto 04: Auto Posto R5 e as


placa de preços em que se faixas de preço em que se
evidencia o fornecimento de evidencia o fornecimento de
diesel, item não disputado pela diesel.
empresa na fase de lances do
Pregão Presencial n.º 16/2008

Foto 05: Evidência de Posto Foto 06: Evidência de Posto


combustível não participante do combustível não participante do
Pregão Presencial n.º 16/2008 e Pregão Presencial n.º 16/2008 e
com localização física na mesma com localização física na mesma
avenida onde se encontra os avenida onde se encontra os
postos participantes do certame postos participantes do certame

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Foto 07: Evidência de Posto
combustível não participante do
Pregão Presencial n.º 16/2008 e
com localização física na mesma
avenida onde se encontra os
postos participantes do certame

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n.º 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No que diz respeito as constatações do relativas aos processos
licitatórios Pregão Presencial
n.º 01/08 e Pregão Presencial n.º 16/08, cujo objeto aquisição de
combustível para atender as demandas da prefeitura em geral,
obedeceram as exigências legais e formais, com protocolo da
solicitações das secretarias, quantitativo de acordo com a previsão
feita e relação ao numero de veículos da frota e veículos contratados,
declaração de existência de saldo orçamentário, aprovação prévia da
minutas de edital e contrato pelo assessoria jurídica, publicação do
aviso de edital em jornal de grande circulação e no Diário Oficial do
Estado, observância do prazo de 08 dias úteis entre publicação e
abertura. No que diz respeito as
participação do quantitativo das empresas licitantes, para a
Prefeitura o único interesse é que a contratação se dê por empresa
idônea que cumpra os requisitos do edital e as clausulas contratuais.
A publicação do edital não é única forma de divulgação das licitações,
o edital é afixado no Placar da prefeitura onde circulam várias
pessoas e as noticias correm com facilidade.
A não participação de outros postos de combustíveis nas licitações
mencionadas, se deve com certeza a falta de interesse e tal fato
escapa a esfera de atuação da prefeitura.
Um fato que contribui para o desinteresse das empresas no fornecimento
de combustíveis para a Prefeitura é sempre o pagamento a prazo, pois o
quantitativo fornecido durante o mês é
pago entre o dia 30 e o dia 10, do mês, que apesar de ser pago o preço
a prazo a maioria dos postos acabam não manifestando interesse nas
contratações pois preferem a venda a vista, e
a maioria não possui capacidade de estocagem suficiente para
abastecimento da sua clientela e da prefeitura."(sic)

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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:
Primeiramente, informa-se que a Prefeitura Municipal de Inhumas/GO
apresentou texto único para as duas constatações que envolvem a compra
de combustíveis para os veículos da vigilância epidemiológica, cujas
análises dar-se-ão especificamente para cada uma das situações.
Em relação à presente constatação, faz-se as seguintes análises em
relação à argumentação apresentada pelo gestor municipal:
a) "No que diz respeito as constatações do relativas aos processos
licitatórios Pregão Presencial n.º 01/08 e Pregão Presencial n.º
16/08, cujo objeto aquisição de combustível para atender as demandas
da prefeitura em geral, obedeceram as exigências legais e formais, com
protocolo da solicitações das secretarias, quantitativo de acordo com
a previsão feita e relação ao numero de veículos da frota e veículos
contratados, declaração de existência de saldo orçamentário, aprovação
prévia da minutas de edital e contrato pelo assessoria jurídica,
publicação do aviso de edital em jornal de grande circulação e no
Diário Oficial do Estado, observância do prazo de 08 dias úteis entre
publicação e abertura."
O Pregão Presencial n.º 16/2008 apresentou, de acordo com a
documentação disponibilizada à equipe de fiscalização, clara falha de
publicidade e, em nenhum momento, há a verificação da publicidade do
certame conforme é exigido nas Leis n.º 8.666/93 e 10.520/02. Não se
vislumbra no processo a publicidade supostamente alegada pelo gestor
municipal, além de nenhum documento adicional ter sido fornecido
juntamente com a presente justificativa.
b)"No que diz respeito as participação do quantitativo das empresas
licitantes, para a Prefeitura o único interesse é que a contratação se
dê por empresa idônea que cumpra os requisitos do edital e as
clausulas contratuais."(sic)
A preocupação permanente do gestor municipal deve ser a de ater-se,
exclusivamente, ao que é determinado pelas Lei n.º 8.666/93 e
10.520/02, garantindo a escolha da empresa que atenda a todos os
quesitos exigidos. A suposta falta de interesse da Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO em dar a melhor publicidade possível a uma
contratação que atinge R$ 1.611.150,00 demonstra ser um dos argumentos
mais factíveis para o interesse de apenas duas empresas em uma
licitação de tamanho vulto.
c)" A publicação do edital não é única forma de divulgação das
licitações, o edital é afixado no Placar da prefeitura onde circulam
várias pessoas e as noticias correm com facilidade."
Não se pode aceitar, em hipótese alguma, a diminuição da importância
da publicidade em um processo licitatório, principalmente nas
contratações que envolvem grande quantidade de recursos.
d)" A não participação de outros postos de combustíveis nas licitações
mencionadas, se deve com certeza a falta de interesse e tal fato
escapa a esfera de atuação da prefeitura.
Um fato que contribui para o desinteresse das empresas no fornecimento
de combustíveis para a Prefeitura é sempre o pagamento a prazo, pois o
quantitativo fornecido durante o mês é
pago entre o dia 30 e o dia 10, do mês, que apesar de ser pago o preço
a prazo a maioria dos postos acabam não manifestando interesse nas
contratações pois preferem a venda a vista, e
a maioria não possui capacidade de estocagem suficiente para
abastecimento da sua clientela e da prefeitura."
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 93
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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O registro fotográfico presente neste relatório, bem como as vistorias
in loco, não deixam dúvida quanto à estrutura física de pelo menos
três postos da cidade de Inhumas/GO, e não participantes das
licitações de compra de combustíveis, em condição de similaridade com
os dois postos de combustíveis já costumeiros nas licitações da
Prefeitura Municipal de Inhumas/GO. Cita-se, inclusive, a existência
de um posto BR, vinculado diretamente à Petrobrás, mas que não
participou de dos Pregões Presenciais n.º 01/2008 e 16/2008.
Assim, o argumento de desinteresse, em uma licitação tão vistosa e
atraente, em uma cidade com excelente rede de postos de combustíveis,
parece pouco crível.
Em relação ao argumento de desinteresse de todos os demais postos de
combustíveis da cidade em decorrência da condição de pagamento a prazo
estipulado pela Prefeitura, cita-se que, sabidamente, boa parte das
vendas dos postos no varejo é feita por meio de cartão de crédito,
cujos valores ao que os postos têm direito são liberados a prazo e,
ainda por cima, com o desconto obrigatório em favor das
administradoras dos cartões. Não há que se falar que a condição de
pagamento da Prefeitura, normal no mercado financeiro, afaste empresas
de uma licitação milionária como a do presente caso.
O desinteresse de determinadas empresas é um argumento plausível em
situações de licitações não atraentes financeiramente ou com objetos
com restrição de mercado, o que, decididamente, não cabe na presente
análise. Mantém-se, portanto, a constatação em sua forma integral.

3 - 42000 MINISTERIO DA CULTURA

3.1 - PROGRAMA
1142
ENGENHO DAS ARTES
AÇÃO :
1611
INSTALACAO DE ESPACOS CULTURAIS - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Destina-se a implantar e modernizar espaços culturais, permanentes ou
provisórios (itinerantes), por meio da disponibilização de infra-
estruturas física, técnica e operacional necessárias à realização de
suas atividades, culturais ou de formação, no intuito de proporcionar,
ao público e aos artistas, ambientes adequados, ampliando a oferta
desses espaços, o barateamento dos custos de produção, bem como o
acesso da comunidade à produção, difusão e intercâmbio dos bens e dos
serviços culturais.
ORDEM DE SERVIÇO : 233351
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Realização do objeto ajustado, conforme plano de trabalho e termo de
convênio, bem como cumprimento dos dispositivos legais que
regulamentam a transferência e a regularidade na aplicação de
recursos públicos.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 390.179,60
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3.1.1 CONSTATAÇÃO:
Gestor Municipal não depositou o valor da contrapartida na conta
específica do convênio SICONV nº 703125 conforme estipulado no
cronograma de desembolso.

FATO:
Em análise aos extratos bancários da conta específica nº 26.468-7,
agência 496-0, do Banco do Brasil, verificou-se que, até 23.10.2009, a
Prefeitura Municipal de Inhumas não havia depositado o valor de R$
78.035,92 referente à contrapartida do convênio SICONV nº 703125.
Conforme o termo de convênio celebrado, em seu item II, alínea "a", da
cláusula terceira, compete ao convenente: "depositar, se for o caso, o
valor correspondente a contrapartida na conta bancária específica do
convênio em conformidade com o cronograma de desembolso". Em consulta
ao SICONV, pode-se constatar que o cronograma de desembolso prevê o
depósito da contrapartida na conta específica em maio de 2009.

EVIDÊNCIA:
A) Extratos bancários da conta nº 26.468-7, agência 496-0, do Banco do
Brasil de Abril a Outubro/2009;
B) Cronograma de desembolso do convênio SICONV nº 703125;
C) Termo de celebração do convênio SICONV nº 703125.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
"As constatações em sua maioria referem-se a falta de procedimentos
administrativos passíveis de correção, e nesse sentido, sempre que
houver possibilidade de correções, estaremos tomando as providências
cabíveis".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Trata-se de declaração genérica apresentada pelo gestor municipal que
não traz fatos novos a constatação apontada pela equipe de
fiscalização. Desta, mantemos o ponto fiscalizado.

3.1.2 CONSTATAÇÃO:
Gestor Municipal não cadastrou processo licitatório no SICONV.

FATO:
A equipe de fiscalização verificou que, para a contratação de empresa
de fornecimento de móveis e equipamentos para o Centro Cultural de
Inhumas, aquela Prefeitura Municipal efetuou o pregão presencial nº
12/2009, sendo que o termo de homologação e adjudicação foi assinado
em 27.08.2009.
Entretanto, em consulta ao SICONV em 03.12.2009, constatou-se que o
Gestor Municipal ainda não havia cadastrado as informações sobre o
referido pregão no Portal de Convênios do Governo Federal
contrariando, o disposto no § 3º, art. 49 da Portaria Interministerial
nº 127, de 29 de Maio de 2008.

EVIDÊNCIA:
A) Termo de Homologação e Adjudicação do pregão presencial 12/2009;
B) Consulta as informações do convênio no SICONV em 03.12.2009.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 95
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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Manifestação já transcrita no item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Trata-se de declaração genérica apresentada pelo gestor municipal que
não traz fatos novos a constatação apontada pela equipe de
fiscalização. Desta, mantemos o ponto fiscalizado.

3.1.3 CONSTATAÇÃO:
Descumprimento de obrigação determinada pela Portaria 127/2009 quanto
à formalização do instrumento.

FATO:
A partir da verificação do termo de celebração do convênio SICONV nº
703125/2009, constatou-se que o Ministério da Cultura descumpriu o
disposto no item X, do art. 30, da Portaria Interministerial nº 127,
de 29 de Maio de 2008, o qual determina que, na formalização do
instrumento de convênio, haja cláusula estabelecendo a obrigatoriedade
de o convenente incluir regularmente no SICONV as informações e os
documentos exigidos pela Portaria 127/2009, mantendo-o atualizado.

EVIDÊNCIA:
A) Termo de celebração do convênio SICONV nº 703125.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação já transcrita em item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Trata-se de declaração genérica apresentada pelo gestor municipal que
não traz fatos novos a constatação apontada pela equipe de
fiscalização. Desta, mantemos o ponto fiscalizado, inclusive
considerando que o responsável pela formalização do instrumento de
convênio é o Ministério da Cultura.

3.1.4 CONSTATAÇÃO:
Ausência de motivação para aceitabilidade de relevante item do Pregão
Presencial nº 12/2009 com valor 16,57% maior que o orçamento inicial.

FATO:
No item 60 do plano de trabalho do convênio SICONV nº 703125/2009, há
previsão de aquisição de 250 poltronas para auditório no valor total
de R$ 131.250,00. Esse item representa 33,6% do valor total deste
convênio. As informações apresentadas no plano de trabalho orientaram
a definição do orçamento apresentado para abertura do pregão
presencial nº 12/2009, o qual teve como objeto a aquisição de
equipamentos e móveis para o Centro Cultural de Inhumas, incluindo a
aquisição dessas poltronas para auditório.
Durante a realização do processo licitatório, o menor lance
apresentado para as poltronas foi R$ 153.000,00, valor 16,57% maior do
que o previsto e onerando o orçamento do convênio em R$ 21.750,00.
Apesar da relevância deste item no valor total do convênio, o
pregoeiro justificou a aceitação do valor afirmando, na ata do pregão,
apenas que: "os preços foram tidos como aceitáveis". Dessa forma,
infringiu-se o inciso XI, do art. 4º, da Lei 10.520/2002, que
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 96
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
determina que examinada a proposta classificada em primeiro lugar,
quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a
respeito da sua aceitabilidade.

EVIDÊNCIA:
A) Autos do procedimento referente ao pregão presencial nº 12/2009
(orçamento inicial, mapa de lances e ata do pregão);
B) Plano de trabalho do convênio SICONV nº 703125.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
"Quanto à indagação a cerca da aceitabilidade de item com valor acima
do orçamento inicial, o pregoeiro buscou informações de mercado antes
de decidir e homologação do item, sendo que a diferença entre a
proposta final e o orçamento estão dentro dos preços máximos
praticados no mercado".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não acatamos a justificativa apresentada pela Prefeitura Municipal de
Inhumas, visto que o ponto de fiscalização não discute a aceitação ou
não de item de pregão, mas sim da ausência de motivação da
aceitabilidade nos autos do processo licitatório. Logo, mantemos a
constatação apontada.

AÇÃO :
1611
INSTALACAO DE ESPACOS CULTURAIS - EM MUNICIPIOS DO ESTADO DE GOI
OBJETIVO DA AÇÃO :
Destina-se a implantar e modernizar espaços culturais, permanentes ou
provisórios (itinerantes), por meio da disponibilização de infra-
estruturas física, técnica e operacional necessárias à realização de
suas atividades, culturais ou de formação, no intuito de proporcionar,
ao público e aos artistas, ambientes adequados, ampliando a oferta
desses espaços, o barateamento dos custos de produção, bem como o
acesso da comunidade à produção, difusão e intercâmbio dos bens e dos
serviços culturais.
ORDEM DE SERVIÇO : 233349
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Realização do objeto ajustado, conforme plano de trabalho e termo de
convênio, bem como cumprimento dos dispositivos legais que
regulamentam a transferência e a regularidade na aplicação de
recursos públicos.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 556136
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 550.000,00

3.1.5 CONSTATAÇÃO:
Realização de despesas com taxas bancárias no Convênio nº 556136.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 97
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
Na análise da execução financeira do referido convênio, constatou-se
que o Banco do Brasil descontou, da conta específica da transferência
voluntária, conta 19225-2, agência 496-0, tarifas de cheque compensado
nos valores de R$ 157,43, em 03.01.2007, e R$ 117,53, em 07.02.2007.
Tal desconto contraria o estabelecido no inciso VII, do art. 8º, da IN
STN nº 01/1997, que veda a realização de despesas com taxas bancárias
na execução financeira dos convênios federais.
EVIDÊNCIA:
A) Extrato bancário do Banco do Brasil, conta 19225-2, agência 496-0,
de janeiro e fevereiro de 2007.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

3.1.6 CONSTATAÇÃO:
Realização de despesas em data posterior à vigência do Convênio nº
556136.

FATO:
O convênio para construção da 1ª etapa do Centro Cultura de Inhumas
foi celebrado em 31.12.2005, com previsão de vigência até 27.07.2006.
Essa data final foi alterada para 22.11.2006 por meio do termo aditivo
nº 001/2006, publicado no DOU em 05.05.2006.
No entanto, conforme pode ser visualizado na tabela a seguir, todas as
notas fiscais apresentadas pelo contratado registram data após
22.11.2006, portanto, após o término da vigência do convênio.

Data Número da Nota Fiscal Valor R$


28.12.2006 234 - WDC Projetos e Construções 151.839,63
31.01.2007 235 - WDC Projetos e Construções 114.159,81
19.04.2007 239 - WDC Projetos e Construções 16.798,63
01.06.2007 241 - WDC Projetos e Construções 110.867,92
13.08.2007 242 - WDC Projetos e Construções 156.334,01
Tabela 01: Notas fiscais relativas aos gastos do Convênio 556136.

Dessa forma, o Gestor Municipal descumpriu o inciso V, do art. 8º, da


IN STN nº 001/1997, que veda a realização de despesa em data posterior
à vigência do convênio.

EVIDÊNCIA:
A) Extrato bancário do Banco do Brasil, conta 19225-2, agência 496-0,
de janeiro a dezembro de 2007;
B) Termo de Celebração do Convênio nº 556136 e aditivo;
C) Notas fiscais nº 234, 235, 239, 241 e 242 da WDC Projetos e
Construções Ltda.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 98


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"De se convir que não houve propriamente a "realização da despesa" em
data posterior à vigência do convênio, mas, tão somente, a última
etapa da "realização da despesa" consistente no pagamento. Os serviços
foram realizados na vigência do convênio".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação do gestor municipal não condiz com as informações
coletadas pela equipe de fiscalização durante o trabalhos de campo. A
quinta e última medição foi assinada em 18/04/2007, podendo se inferir
a construção da 1ª etapa encerrou em 2007, ou seja, após o término da
vigência do convênio. Logo, não acatamos a justificativa e mantemos o
ponto fiscalizado.

3.1.7 CONSTATAÇÃO:
Ausência de descrição qualitativa das metas a serem atingidas pelos
Convênios nº 556136 e 623745.

FATO:
Para construção e aquisição dos equipamentos pertinentes ao Centro
Cultural de Inhumas (GO), aquela Prefeitura Municipal celebrou 03
convênios com o Ministério da Cultura. A tabela, a seguir, sintetiza
as informações essenciais de cada convênio.

Data de
Nº Convênio Celebração
Objeto

SIAFI nº 556136 30.12.2005 Construção da 1ª etapa do Centro Cultural

SIAFI nº 623745 31.12.2007 Construção da 2ª etapa do Centro Cultural


Aquisição e instalação de equipamento para o
SICONV nº 703125 14.05.2009
Centro Cultural.
Tabela 02: Convênios relacionados à construção do Centro Cultural de Inhumas.

Não identificamos sobreposição de itens na análise das referidas


transferências de recursos. No entanto, a formalização dos convênios
nº 556136 e 623745 falhou em não descrever, qualitativamente, os itens
da 1ª etapa e da 2º etapa do projeto de construção. A equipe de
fiscalização só pode compreender o que representa cada etapa, após a
explicação verbal feita pelo engenheiro da Prefeitura Municipal no
momento da fiscalização in loco.
No termo de convênio da 1ª etapa do Centro Cultural, a cláusula
primeira descreve apenas que o acordo "tem por objeto, mediante a
conjugação de esforços, o apoio à Construção da 1ª Etapa do Centro
Cultural de Inhumas/GO". Já no instrumento de formalização do convênio
623745, também em sua cláusula primeira, afirma que "o presente
convênio tem por objeto a mútua cooperação e colaboração recíproca dos
partícipes, na implementação do Projeto Segunda etapa da Construção do
Centro de Cultura e Convenções de Inhumas". Os planos de trabalho de
ambos convênios também não fazem referência a metas qualitativas a
serem atingidas. Nota-se, claramente, que não há descrição evidente do
que representam a 1ª etapa e a 2ª etapa da construção da referida
obra.
Conforme fotos apresentadas e a explicação do engenheiro, constatou-se
que a 1ª etapa constitui-se da construção do bloco referente ao
auditório e da entrada do Centro Cultural. A 2ª etapa refere-se,
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 99
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
essencialmente, à construção do bloco de salas.
Portanto, constatamos que, na celebração dos convênios, houve o
descumprimento do inciso III, do art. 2º, da IN STN nº 01/1997, que
determina a necessidade da descrição qualitativa das metas a serem
atingidas pelo convênio.

EVIDÊNCIA:
A) Termo de Celebração do Convênio nº 556136 e 623745;
B) Fotos apresentadas pelo Gestor Municipal;

Foto 01 – Vista Frontal do Centro Cultural. Em destaque, observa-se que não


há construção no lado esquerdo da entrada principal.
Fonte: Foto de 16.09.2007 apresentada pelo engenheiro da Prefeitura
Municipal.

C) Fotos realizadas pela equipe de fiscalização.

2ª Etapa 1ª Etapa

Foto 02 – Vista Frontal do Centro Cultural apontando construção relativa à


1ª etapa e à 2ª etapa.
Fonte: Foto realizada pela equipe de fiscalização.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
"Pode-se afirmar que houve uma irregularidade formal que não
prejudicou a consecução do objeto do convênio. A ausência da
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 100
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"descrição qualitativa" não ocasionou mudança do objeto do ajuste de
vontades entre o Município e a União".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não acatamos a justificativa do gestor municipal, visto que a ausência
de descrição qualitativa das metas a serem cumpridas prejudica as
ações de fiscalização interna e externa. Desta forma, mantemos o ponto
fiscalizado, considerando ainda que o responsável pela formalização do
instrumento de convênio é o Ministério da Cultura.

AÇÃO :
1611
INSTALACAO DE ESPACOS CULTURAIS - NO ESTADO DE GOIAS
OBJETIVO DA AÇÃO :
Destina-se a implantar e modernizar espaços culturais, permanentes ou
provisórios (itinerantes), por meio da disponibilização de infra-
estruturas física, técnica e operacional necessárias à realização de
suas atividades, culturais ou de formação, no intuito de proporcionar,
ao público e aos artistas, ambientes adequados, ampliando a oferta
desses espaços, o barateamento dos custos de produção, bem como o
acesso da comunidade à produção, difusão e intercâmbio dos bens e dos
serviços culturais.
ORDEM DE SERVIÇO : 233350
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Realização do objeto ajustado, conforme plano de trabalho e termo de
convênio, bem como cumprimento dos dispositivos legais que
regulamentam a transferência e a regularidade na aplicação de
recursos públicos.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 623745
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 550.775,00

3.1.8 CONSTATAÇÃO:
Ausência de descrição qualitativa das metas a serem atingidas pelos
Convênios nº 556136 e 623745.

FATO:
Para construção e aquisição dos equipamentos pertinentes ao Centro
Cultural de Inhumas (GO), aquela Prefeitura Municipal celebrou 03
convênios com o Ministério da Cultura. A tabela, a seguir, sintetiza
as informações essenciais de cada convênio.

Data de
Nº Convênio Celebração
Objeto

SIAFI nº 556136 30.12.2005 Construção da 1ª etapa do Centro Cultural

SIAFI nº 623745 31.12.2007 Construção da 2ª etapa do Centro Cultural


Aquisição e instalação de equipamentos para
SICONV nº 703125 14.05.2009
o Centro Cultural.
Tabela 02: Convênios relacionados à construção do Centro Cultural de Inhumas.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 101
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Não identificamos sobreposição de itens na análise das referidas
transferências de recursos. No entanto, a formalização dos convênios
nº 556136 e 623745 falhou em não descrever, qualitativamente, os itens
da 1ª etapa e da 2º etapa do projeto de construção. A equipe de
fiscalização só pode compreender o que representa cada etapa, após a
explicação verbal feita pelo engenheiro da Prefeitura Municipal no
momento da fiscalização in loco.
No termo de convênio da 1ª etapa do Centro Cultural, a cláusula
primeira descreve apenas que o acordo "tem por objeto, mediante a
conjugação de esforços, o apoio à Construção da 1ª Etapa do Centro
Cultural de Inhumas/GO". Já no instrumento de formalização do convênio
623745, também em sua cláusula primeira, afirma que "o presente
convênio tem por objeto a mútua cooperação e colaboração recíproca dos
partícipes, na implementação do Projeto Segunda etapa da Construção do
Centro de Cultura e Convenções de Inhumas". Os planos de trabalho de
ambos convênios também não fazem referência a metas qualitativas a
serem atingidas. Nota-se, claramente, que não há descrição evidente do
que representam a 1ª etapa e a 2ª etapa da construção da referida
obra.
Conforme fotos apresentadas e a explicação do engenheiro, constatou-se
que a 1ª etapa constitui-se da construção do bloco referente ao
auditório e da entrada do Centro Cultural. A 2ª etapa refere-se,
essencialmente, à construção do bloco de salas.
Portanto, constatamos que, na celebração dos convênios, houve o
descumprimento do inciso III, do art. 2º, da IN STN nº 01/1997 que
determina a necessidade da descrição qualitativa das metas a serem
atingidas pelo convênio.

EVIDÊNCIA:
A) Termo de Celebração do Convênio nº 556136 e 623745;
B) Fotos apresentadas pelo Gestor Municipal;

Foto 01 – Vista Frontal do Centro Cultural. Em destaque, observa-se que não


há construção no lado esquerdo da entrada principal.
Fonte: Foto de 16.09.2007 apresentada pelo engenheiro da Prefeitura
Municipal.

C) Fotos realizadas pela equipe de fiscalização.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 102


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
2ª Etapa 1ª Etapa

Foto 02 – Vista Frontal do Centro Cultural apontando construção relativa à


1ª etapa e à 2ª etapa.
Fonte: Foto realizada pela equipe de fiscalização.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
"Pode-se afirmar que houve uma irregularidade formal que não
prejudicou a consecução do objeto do convênio. A ausência da
"descrição qualitativa" não ocasionou mudança do objeto do ajuste de
vontades entre o Município e a União".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não acatamos a justificativa do gestor municipal, visto que a ausência
de descrição qualitativa das metas a serem cumpridas prejudica as
ações de fiscalização interna e externa. Desta forma, mantemos o ponto
fiscalizado, considerando ainda que o responsável pela formalização do
instrumento de convênio é o Ministério da Cultura.

3.1.9 CONSTATAÇÃO:
Ausência de prestação de contas do convênio nº 623745, ensejando
abertura de tomada de contas especial.

FATO:
O convênio para construção da 2ª etapa do Centro Cultural de Inhumas
foi celebrado em 31.12.2007 com previsão inicial de término da
vigência para 31.12.2008. Essa data final foi alterada, de ofício,
para 15.05.2009, por meio do termo aditivo nº 001/2008, publicado no
DOU em 29.05.2008. Considerando o prazo de 60 dias determinado pelo
termo de convênio, o prazo de prestação de contas encerrou-se em
14.07.2009.
No entanto, até 04.11.2009, data do último dia de fiscalização em
campo, o Gestor Municipal não havia prestado contas desse convênio ao
Ministério da Cultura. Verificou-se que, na conta específica do
convênio, nº 15-6, agência 1251, da CAIXA, até 26.10.2009, havia um
saldo remanescente de R$ 76.762,01.
Cabe ressaltar, ainda, que o Centro Cultural de Inhumas não está
pronto e nem foi entregue pela construtora responsável pela obra.
Constata-se, por exemplo, que não foram concluídas as instalações
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 103
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
elétricas, visto que, conforme pode-se observar nas fotos retiradas
pela equipe de fiscalização, a subestação de energia ainda não foi
ativada.
Por meio da Solicitação de Fiscalização n.º
002/2009/SM30/Inhumas/GO/GER/CGU-Regional/GO, questionou-se, ao
Gestor, o motivo do atraso no cronograma de execução da 2ª etapa do
Centro Cultural. A Prefeitura Municipal afirmou, pelo Ofício 340/2009
- GAB, de 03.11.2009, que "o atraso no cronograma de execução da 2ª
Etapa do Centro Cultural, se deu por vários motivos, dentre eles,
período chuvoso e falta de mão de obra especializada na região".
Não acatamos a justificativa apresentada, pois é inerente a toda obra
o seu devido planejamento, inclusive na definição das atividades que
podem ou não serem realizadas em período chuvoso e, quanto à falta de
mão-de-obra especializada, cabe destacar que Inhumas(GO) está a,
apenas, 45 quilômetros de Goiânia, capital do Estado, portanto, a
alegação não procede.
Por fim, apontamos que o parágrafo 2-A, do art. 31, da IN STN nº
01/1997, determina que o descumprimento do prazo de prestação de
contas obriga o ordenador de despesa da unidade concedente à imediata
instauração de tomada de contas especial e ao registro do fato no
cadastro de convênios do SIAFI.

EVIDÊNCIA:
A) Solicitação de Fiscalização n.º 002/2009/SM30/Inhumas/GO/GER/CGU-
Regional/GO;
B) Ofício 340/2009 de 03.11.2009 da Prefeitura Municipal de Inhumas em
resposta à Solicitação de Fiscalização n.º 002/2009/SM30/ Inhumas
/GO/GER/CGU-Regional/GO;
C) Termo de Celebração do Convênio nº 623745 e aditivo.
D) Fotos realizadas pela equipe de fiscalização.

Foto 03 – Ligações de energia elétrica Foto 04 – Transformador da subestação


provisórias atendiam o Centro Cultura de energia ainda não está em
até 04.11.2009. funcionamento.
Fonte: Fotos realizadas pela equipe de fiscalização.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
"Efetivamente, é inerente a toda obra o seu devido planejamento,
inclusive na definição das atividades que podem ou não serem
realizadas em período chuvoso; ocorre que quando a obra é executada à
conta de recursos federais nem sempre é possível o cumprimento dos
prazos para inícios, cumprimento de suas etapas e conclusão, em razão
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 104
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
dos atrasos na liberação de parcelas dos recursos. Efetivamente o
período chuvoso no ano de 2009 iniciou-se mais cedo: em agosto já
ocorreram chuvas na região. A proximidade de Inhumas à Goiânia não
assegurou fosse obtida a necessária mão-de-obra especializada para
instalação daqueles equipamentos".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Quando há justificativas para atraso no cronograma de execução em
convênio com recursos do Governo Federal, o instrumento contratual
deve ser devidamente aditivado prorrogando o período do vigência.
Logo, como não houve a prestação de contas e nem a prorrogação da
vigência do convênio, mantemos a constatação apontada.

3.1.10 CONSTATAÇÃO:
Emissão de nota de empenho, tendo como fonte recursos federais, sem a
devida descentralização total dos recursos.

FATO:
Como já apontado em item anterior deste relatório, a construção do
Centro Cultural de Inhumas ocorreu mediante dois convênios federais,
556136 e 623745, que representam, respectivamente, a construção da 1ª
e da 2ª etapa da obra.
Cabe observar que o convênio nº 623745 teve início da sua vigência em
31.12.2007, e sua execução financeira foi sustentada pela Tomada de
Preços nº 03/2006, cujo Termo de Homologação e Adjudicação foi
assinado em 20.09.2006, ou seja, antes da vigência do convênio, cujo
objeto é a construção da 2ª etapa do Centro Cultural.
Em que pese não haver normativo que vede, expressamente, a realização
de despesas em convênios federais sustentadas em licitações realizadas
antes da vigência do termo de transferência, apontamos que a nota de
empenho, no valor de R$ 1.048.138,81, emitida em 25.09.2009 para o
licitante vencedor do referido certame, descreve como fonte de
recursos os convênios, ajustes e acordos com órgãos federais. Ora, em
25.09.2009, o Gestor Municipal não tinha valores orçamentários de R$
1.048,138,81 provenientes de recursos federais que sustentassem a
emissão da nota de empenho, o que determina infração às normas
contábeis e orçamentárias da administração pública.

EVIDÊNCIA:
A) Nota de empenho no valor de R$ 1.048.138,81 emitida em 25.09.2009
(Autos da Tomada de Preços nº 003/2006).
B) Termo de Celebração do Convênio nº 623745.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

3.1.11 CONSTATAÇÃO:
Má conservação da obra, denotando falta de acompanhamento e
fiscalização do contrato firmado com a WDC Projetos e Construções
Ltda.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 105


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
Com verificação in loco feita na construção do Centro Cultural de
Inhumas(GO), constatamos a má conservação da obra, o que poderá
provavelmente prejudicar a qualidade final do objeto conveniado.
Verificamos que não há, por exemplo, conservação da área externa,
ressaltada pelo crescimento do mato nas proximidades da edificação,
comprometendo, inclusive, o trabalho de paisagismo já realizado.
Observamos, também, que há infiltrações no gesso do auditório e que a
construção, como um todo, está suja e empoeirada, prejudicando o
serviço de pintura já concluído.
Em que pese ser uma obra ainda não entregue pela construtora
responsável, nota-se a falta de cuidado na construção, demonstrando
debilidades no acompanhamento e fiscalização do contrato firmado com a
WDC Projetos e Construções Ltda.

EVIDÊNCIA:
A) Verificação in loco;
B) Fotos retiradas pela equipe de fiscalização.

Foto 05 – Falta de conservação do Foto 06 – Infiltração no gesso do


projeto de paisagismo. auditório.

Foto 07 – Falta de limpeza das Foto 08 – Falta de cuidados na


escadas. conservação da obra que carece de
limpeza.
Fonte: Fotos realizadas pela equipe de fiscalização.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
" As medidas passiveis de correção apresentadas nas constatações estão
sendo tomadas, sendo que em relação a fiscalização, a mesma já estava
sendo feita, porém com a indicação no presente item já tomamos medidas
que visem o efetivo controle e conservação da obra para afastar
qualquer ameaça na qualidade final da obra, através da limpeza da
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 106
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
área externa, correção das infiltrações.
A prefeitura possui apenas 01 engenheiro para os elaboração dos
projetos e fiscalização das obras, mas mesmo assim o trabalho de
acompanhamento e fiscalização dos contratos é feito periodicamente.
(...)
De vez que não houve o recebimento do objeto contratado pela
Administração o executor reponde pelos defeitos apontados no relatório
de visita da CGU".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os fatos apontados pelo gestor municipal não se sobrepõem à
constatação da equipe de fiscalização de que, no período de campo, foi
detectado má conservação da obra. Logo, mantemos a constatação
apontada.

4 - 44000 MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE

4.1 - PROGRAMA
0516
BRASIL JOGA LIMPO
AÇÃO :
7989
PROJETOS DEMONSTRATIVOS DE GESTAO INTEGRADA DE RESIDUOS
SOLIDOS E SANEAMENTO AMBIENTAL-NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Promover o aumento da capacidade de gestão ambiental urbana, atenuando
os impactos negativos decorrentes das atividades humanas e melhorando
a qualidade de vida em cidades selecionadas, por meio da gestão inte-
grada de resíduos sólidos, do saneamento ambiental e dos transportes
urbanos.
ORDEM DE SERVIÇO : 236893
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Apoiar a implantação de Aterro Sanitário no município de Inhumas/GO,
conforme plano de trabalho.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONVÊNIO SIAFI 429992
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 400.000,00

4.1.1 CONSTATAÇÃO:
Ausência de depósito do valor da contrapartida na conta específica do
Convênio nº 429992.

FATO:
Pela análise de cópia da prestação de contas e dos extratos bancários
relativos à movimentação dos recursos na conta específica do convênio,
conta 9081-6, agência 496-0, do Banco do Brasil, verificamos que o
Gestor Municipal não depositou o valor da contrapartida, no valor de R
$ 40.000,00, na referida conta. Para fins de contrapartida, a
Prefeitura Municipal realizou um pagamento direto, no valor de R$
40.000,00, à GAE Construção e Comércio Ltda., em 20.06.2002,
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liquidando com recursos próprios a Nota Fiscal nº 3226. Desta forma, o
Gestor Municipal descumpriu o cronograma de desembolso determinado
pelo Termo de Celebração do Convênio e reduziu os ganhos de
rendimentos de aplicação que poderiam ser, adicionalmente, somados a
realização do objeto do convênio.
A tabela a seguir sintetiza a execução financeira do convênio em
questão.
Contratada Data Fonte de recursos Valor R$
GAE Const. e Comer. Ltda. (NF 3203) 10.05.2002 Conta específica 350.940,26
GAE Const. e Comer. Ltda. (NF 3225) 21.06.2002 Conta específica 49.059,74
GAE Const. e Comer. Ltda. (NF 3225) 20.06.2002 Contrapartida 40.000,00
GAE Const. e Comer. Ltda. (NF 3320) 25.10.2002 Conta específica 10.430,00
Devolução de recursos (GRU) 22.10.2002 Conta específica 6,44
Total 450.436,44*
Tabela – Execução financeira do Convênio nº 429992.
*Obs.: O valor total é obtido pela soma de R$ 440.000,00 (valor do convênio) mais R$
10.436,44 (rendimentos de aplicação).

EVIDÊNCIA:
A)Cópia da prestação de contas do Convênio nº 429992;
B)Extratos bancários da conta específica do Convênio nº 429992;
C)Notas fiscais da GAE Construção e Comércio Ltda. relativas ao
Convênio nº 429992.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas (GO) apresentou a seguinte manifestação:
"A prefeitura continua a busca pela documentação relativa a
Concorrência n.º 02/1999 junto a todos arquivo existente, junto ao TCM
e Câmara Municipal, sempre notificando o ex-gestor da Prefeitura
Municipal de Inhumas para apresentação desta documentação pois não
houve se quer transição de cargo, e sem a mesma fica de fato
impossível de manifestar acerca das questões levantadas".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Acatamos a justificativa da atual gestão municipal, mas mantemos o
ponto de fiscalização, visto que o responsável por esta constatação é
o gestor municipal de mandato entre 2001 e 2004.

4.1.2 CONSTATAÇÃO:
Ausência de garantia de qualificação técnica para execução do Convênio
nº 429992.

FATO:
Constatamos que o edital da Concorrência nº 002/1999 não
exigiu qualificação técnica dos licitantes para construção de aterro
sanitário, já que o enfoque maior da qualificação exigida restringiu-
se à pavimentação asfáltica, construção de meio-fio, rede coletora e
estação de tratamento de esgotos.
Dessa forma, para execução do Convênio nº 429992, além de se dispor de
um contrato sem a definição exata do objeto a ser executado, não houve
qualquer garantia de que a contratada tivesse qualificação técnica
para construção de aterro sanitário.

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EVIDÊNCIA:
A) Edital da Concorrência nº 002/1999.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação já transcrita no item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Acatamos a justificativa da atual gestão municipal, mas mantemos o
ponto de fiscalização, visto que o responsável por esta constatação é
o gestor municipal de mandato entre 2001 e 2004.

4.1.3 CONSTATAÇÃO:
O aterro sanitário não está em funcionamento.

FATO:
Em inspeção física, realizada em 03.11.2009, ao local onde deveria ter
sido construído o aterro sanitário em Inhumas, verificamos que
as ações executadas em 2002 encontram-se em situação de abandono e
tomadas pelo mato, o que, inclusive, dificultou a realização da ação
de fiscalização. De imediato, notamos que o objetivo do Convênio nº
429992 não foi cumprido, ressaltando-se, ainda, pela observação, que
na mesma área encontra-se em funcionamento um "lixão", ou seja, um
depósito de lixo domiciliar diretamente no solo sem qualquer tipo de
tratamento.
Constatamos que há indícios de construção inicial da célula de
resíduos sólidos e da lagoa de tratamento de chorume. No entanto,
observa-se que a lona de impermeabilização, que deveria proteger o
solo de infiltrações, encontra-se à vista e rasgada. Na base da célula
de resíduos sólidos, nota-se a presença de lixo antigo sem qualquer
ação de compactação e cobertura, indício de tentativa de utilização.
Em entrevista ao servidor municipal responsável pelo "lixão", fomos
informados que não é possível a movimentação das máquinas (trator de
esteira) sobre a área do aterro sanitário, visto que o equipamento,
fatalmente, atolaria. Deduzi-se desse fato que o não funcionamento do
aterro sanitário decorre de problemas, essencialmente, na construção
e/ou manutenção do sistema de drenagem de chorume e de contenção de
água das chuvas.

EVIDÊNCIA:
A) Verificação in loco;
B) Fotos tiradas pela equipe de fiscalização.

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Foto - Lona de impermeabilização à vista e rasgada sobre
talude. Lixo antigo não compactado e descoberto na célula de resíduos
sólidos.

Foto - Lagoa de Chorume desativada.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação já transcrita em item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não acatamos a justificativa da atual gestão municipal, visto que,
além de tomar medidas a fim de garantir o ressarcimento ao erário
público, o gestor deveria empreender novas ações a fim de tornar
possível o funcionamento do aterro sanitário no município.

4.1.4 CONSTATAÇÃO:
Ausência de programa social para retirada de catadores da área de
construção do aterro sanitário.

FATO:
A alínea u, do item II, da cláusula segunda do Termo de Convênio nº
429992 determinou à Prefeitura Municipal de Inhumas o gerenciamento
integrado de resíduos sólidos urbanos, controlando a presença de
catadores e promovendo a organização em cooperativas.
No entanto, durante a verificação in loco, realizada em 03.11.2009,
constatamos a presença de catadores sem qualquer equipamento de
proteção ou indícios de organização em cooperativas.
Tal fato é agravado pela presença de vetores de doenças,
principalmente urubus, no local.

EVIDÊNCIA:
A) Verificação in loco;
B) Fotos tiradas pela equipe de fiscalização.

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Foto - Presença de catadores na área do aterro sanitário.

Foto - Indícios de moradia de catadores na área do aterro


sanitário.

Foto - Vetores de doenças próximos aos catadores.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação já transcrita em item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não acatamos a justificativa do atual gestor municipal de Inhumas,
visto que, mesmo sendo o convênio celebrado em gestão anterior, não se
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 111
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exime o atual prefeito em promover programa social para retirada de
catadores na área do aterro sanitário. Assim, mantemos a constatação
apontada.

4.1.5 CONSTATAÇÃO:
Utilização de licitação sem definição exata do objeto a ser executado.

FATO:
A licitação utilizada para a execução do Convênio nº 429992 foi a
Concorrência nº 02/1999, de 27/12/1999, que resultou na assinatura, em
26/04/2000, de Contrato de Empreitada firmado entre a Prefeitura de
Inhumas e a empresa GAE Construção e Comércio Ltda. (CNPJ:
02.083.764/0001-13), no valor de R$ 19.390.554,81. O objeto definido
no edital foi a contratação de empresa para a execução das obras de
infra-estrutura urbana e saneamento básico no município de Inhumas.
Com essa definição genérica, a Prefeitura passou a dispor de um
instrumento, comumente denominado "contrato guarda-chuva", para
realização de grande parte dos serviços de infra-estrutura. Esta
prática expressamente infringe o art. 23, § 1º, da Lei n. 8.666/1993:
"As obras, serviços e compras efetuadas pela administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e
economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da
competitividade, sem perda da economia de escala."

EVIDÊNCIA:
A) Edital da Concorrência nº 002/1999.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação já transcrita no item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Acatamos a justificativa da atual gestão municipal, mas mantemos o
ponto de fiscalização, visto que os responsáveis por esta constatação
são gestores de mandato anterior.

5 - 55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME

5.1 - PROGRAMA
0068
ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL
AÇÃO :
2060
ACOES SOCIOEDUCATIVAS E DE CONVIVENCIA PARA CRIANCAS E
ADOLESCENTES EM SITUACAO DE TRABALHO
OBJETIVO DA AÇÃO :
Ação referente ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI,
destinada ao oferecimento de atividades socioeducativas com o fim de
garantir o direito ao não trabalho às crianças e adolescentes
com idade inferior a 16 anos e que se encontram em situação de traba-/
lho conforme identificado pelo Cadastro Único do Governo Federal.
ORDEM DE SERVIÇO : 234177
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Atuação do gestor municipal no planejamento, execução e acompanhamento
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das atividades socioeducativas, principalmente quanto ao oferecimento
de infra-estrutura adequada para realização do serviço socioeducativo
e quanto à qualidade dos gastos realizados para custeio do serviço, --
assim como a gestão e o controle das frequências dos beneficiários.///
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 209.240,00

5.1.1 CONSTATAÇÃO:
Recursos aplicados em despesas não relacionadas aos objetivos do
Programa.

FATO:
Em análise do extrato bancário da conta do PETI n° 19534-0 - Ag.
496-0, verificamos que no período sob análise foram repassados pelo
Gestor Federal recursos no montante de R$ 101.240,00.
Mediante exame da documentação comprobatória das despesas realizadas
com recursos do Programa, constatamos despesa com locação de
imóvel situado na Rua Cedro, Qd-01, Lt-04, Setor Tarumã, para
execução das ações socioeducativas, no valor mensal de R$ 800,00,
totalizando o pagamento de R$ 12.000,00 - período de janeiro/2008 a
março/2009, em desacordo com as orientações previstas na Cartilha
PETI/MDS/2004.

EVIDÊNCIA:
A - Documentação comprobatória de despesas realizadas com recursos do
Programa.
B - Contrato de Locação de imóvel - Cedro Qd-01 Lt-04 - Setor Tarumã.
C - Extrato Bancário da conta do PETI.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº55-2010-GAB - 15-jan-2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"As constatações
apresentadas estão sendo alvo de levantamento por parte da Secretaria
de Educação e Secretaria de Administração da prefeitura.
Esclarecemos que todas as despesas aplicadas estão devidamente
direcionadas ao Programa pactuado. Em relação aos itens/fatos aqui
discriminados, cabe manifestar que, muito embora os Nucleos de Inhumas
tenha suas deficiências estruturais comuns a maioria da prefeituras
brasileiras, todo o material adquirido é precedido levantamento de
todas as unidades com base no quantitativo de alunos, sendo que os
Nucleos só recebem materiais de acordo com a necessidade e o número de
alunos". (sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa não elide o fato apontado, motivo pelo qual mantemos
nosso posicionamento.

5.1.2 CONSTATAÇÃO:
Instalações inadequadas e mal conservadas, mobiliário e material de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 113
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apoio insuficientes.

FATO:
Em visita realizada ao local de execução das ações socioeducativas do
Núcleo Vila América, verificamos que as instalações físicas são
inadequadas e mal conservadas, assim como a insuficiência de
mobiliário e material de apoio, conforme relatado a seguir: teto com
infiltração; paredes internas e portas descascadas e sem pintura;
área aproveitada para refeição, inapropriada; sanitários para uso
comum dos executores das atividades e crianças/ adolescentes; e
falta de copos descartáveis e/ou canecas para uso individual,
visto não haver bebedouro e sim filtro nas salas de aulas.
Constatamos, ainda, que não há armários suficientes para guarda de
material pedagógico, gêneros alimentícios, utensílios de limpeza e
cozinha.
Sobre o fato constatado, a Coordenadora do PETI apresentou através
de comunicação escrita, durante os trabalhos de campo, o seguinte: "O
PETI Vila América possui prédio próprio, com os seguintes ambientes:
secretaria, cozinha, 02 salas, 01 galpão e 02 banheiros, sendo um
feminino e outro masculino. Seu pátio é concretado, e cercado
com muro e um portão de entrada. Seu espaço físico não está em
boas condições, porém já existe uma reforma prevista para janeiro,
que ofereça condições adequadas que garanta um melhor atendimento às
crianças".

EVIDÊNCIA:
A- Visita "in loco".
B- Fotos do local.
PETI – VILA MUTIRÃO

Ambiente interno da Sala de Aula

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 114


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Porta de Acesso à Sala de Aula Pátio

PETI – VILA MUTIRÃO

Filtro localizado na sala de aula – Caneca de uso comum

Banheiro para uso comum dos monitores e alunos

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 115


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PETI – VILA MUTIRÃO

Teto da Sala de Aula

Local para atividades de artes e lanche

C- Descrição apresentada pela Coordenação do PETI.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº55-2010-GAB - 15-jan-2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"As constatações
apresentadas estão sendo alvo de levantamento por parte da Secretaria
de Educação e Secretaria de Administração da prefeitura.
Esclarecemos que todas as despesas aplicadas estão devidamente
direcionadas ao Programa pactuado. Em relação aos itens/fatos aqui
discriminados, cabe manifestar que, muito embora os Nucleos de Inhumas
tenha suas deficiências estruturais comuns a maioria da prefeituras
brasileiras, todo o material adquirido é precedido levantamento de
todas as unidades com base no quantitativo de alunos, sendo que os
Nucleos só recebem materiais de acordo com a necessidade e o número de
alunos". (sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Mantemos a nossa ressalva, haja vista que a justificativa não elide o
fato apontado.

5.1.3 CONSTATAÇÃO:
Inadequação e insuficiência dos materiais disponibilizados para a
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 116
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execução das atividades socioeducativas.

FATO:
Em visita aos Núcleos de execução das atividades socioeducativas da
Vila América e Mutirão, entrevistamos os responsáveis pelos
Núcleos, monitores e crianças/adolescentes, havendo uniformidade
de opinião quanto à inadequação e insuficiência de materiais
pedagógicos e lúdicos necessários ao desenvolvimento das atividades
socioeducativas, tais como: jogos educativos, bola de futebol e livros
literários.

EVIDÊNCIA:
A- Visita aos Núcleos do PETI da Vila Mutirão e América e entrevista
junto aos monitores, alunos e responsáveis pela execução local do
Programa.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº55-2010-GAB - 15-jan-2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"As constatações
apresentadas estão sendo alvo de levantamento por parte da Secretaria
de Educação e Secretaria de Administração da prefeitura.
Esclarecemos que todas as despesas aplicadas estão devidamente
direcionadas ao Programa pactuado. Em relação aos itens/fatos aqui
discriminados, cabe manifestar que, muito embora os Nucleos de Inhumas
tenha suas deficiências estruturais comuns a maioria da prefeituras
brasileiras, todo o material adquirido é precedido levantamento de
todas as unidades com base no quantitativo de alunos, sendo que os
Nucleos só recebem materiais de acordo com a necessidade e o número de
alunos". (sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Ratificamos o nosso posicionamento, uma vez que os próprios
responsáveis pelos núcleos e monitores informaram a insuficiência dos
materiais.

5.1.4 CONSTATAÇÃO:
Divergência entre os dados do SISPETI e as informações do gestor em
relação ao número de monitores.

FATO:
Confrontando as informações apresentadas pela Coordenadora do PETI,
através de comunicação escrita dirigida à equipe de fiscalização
durante os trabalhos em campo, com os registros do SISPETI,
verificamos as seguintes divergências:
- Vila América: O SISPETI registra 08 monitores, enquanto
que a Coordenação do PETI informa 04.
- Vila Mutirão: O SISPETI registra 07 monitores, enquanto
que a Coordenação do PETI informa 03.
Diante do exposto, concluímos que não houve atualização dos
dados pertinentes ao número de monitores no SISPETI.

EVIDÊNCIA:
A - Comunicação escrita da Coordenadora do PETI dirigida à Equipe de
Fiscalização.
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B - Registros do SISPETI, extraídos em 15.10.09.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n. 055-2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"Em se
tratando em SISPETI, nossos técnicos monitoram diariamente afim de
atualização, mas infelizmente o sistema não atualiza constantemente,
ficando desatualizado não por falta de alimentação do sistema e sim de
atualização por falta dos gerenciadores do SISPETI, razão disto há uma
diferença insignificante mas há. Já providenciamos a alimentação do
sistema por várias vezes e ainda continua desatualizado a questão da
desativação do Nucleo, já informamos mas o sistema ainda continua
desatualizado".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Mantemos o nosso posicionamento, uma vez que não há comprovação do
teor da manifestação, nem de providências adotadas junto ao órgão
gestor do programa visando sanar as divergências apontadas.

5.1.5 CONSTATAÇÃO:
Núcleo cadastrado no SISPETI inoperante.

FATO:
Verificamos que no SISPETI encontra-se registrado o Núcleo - PETI
Setor Amélio Alves, com 39 usuários e 12 monitores, no Espaço Shallon
do Setor Tarumã.
Sobre o Núcleo em questão, o Gestor emitiu o Ofício nº 41, de
11/11/09, informando: " 3. O Núcleo do PETI Amélio Alves,
situado no Setor Tarumã, foi criado em 2001, tendo seu
funcionamento até 31.07.2008, data em que ocorreu sua desativação. Em
relação às crianças vinculadas a este Núcleo, estas foram
remanejadas para as demais unidades do Programa PETI. "
Diante da documentação comprobatória das despesas realizadas no
período de janeiro/2008 à agosto/2009, verificamos a existência de
contrato de locação, assim especificado: Galpão coberto 720,00 m2 na
Rua Cedro Qd-01 lt-04 - Setor Tarumã, para funcionamento do PETI -
período de 02/01/08 a 31/dez/08 e 05/01/09 a 31/12/09.
Conforme análise, evidenciamos pagamento equivalente a R$ 6.400,00,
posterior à data de desativação informada pela gestora, conforme
cheques nºs 850389, 850395, 100218, 100209, 100230, 100233 e 100235 -
da C/corrente nº 19534-0, denominada PINHUMASFMASCPETI, da Agência
496-0 do Banco 001.
Ressaltamos que na documentação apresentada não ficou demonstrada a
rescisão contratual pertinente à locação em questão.

EVIDÊNCIA:
A- Entrevista com a Gestora do Programa.
B- Ofício nº 41, de 11/11/09.
C- Extrato da c/corrente nº 19534-0, denominada PINHUMASFMASCPETI -
Agência: 496-0 - Banco 001.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

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ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:
Não se aplica.

5.1.6 CONSTATAÇÃO:
Divergências entre os registros de frequência contidos no SISPETI e os
apresentados nos Núcleos de Ações Socioeducativas.

FATO:
Em confronto dos registros contidos no SISPETI e nas folhas de
frequência dos núcleos de execução das ações socioeducativas,
relativos aos beneficiários selecionados em amostra disponibilizada
pela CGU/PR, referentes ao mês de agosto de 2009, deparamos com as
seguinte situações:
- Vila América: Dos 10 beneficiários selecionados, 03 não
atingiram a frequência mínima estabelecida na legislação do
Programa: NIS nº 16090015602, 16412422073 e 16117150483. E ainda, os
beneficiários de NIS nº 16245698856 e 16568639460 não se encontravam
relacionados na Folha de Frequência apresentada.
- Vila Mutirão: Dos 10 beneficiários selecionados, 08 não se
relacionados na folha de frequência apresentada: NIS nº 16097096837,
16127038635, 16437033399, 16469701400, 16604652131, 16575644539,
16637845133 e 16245865345. E ainda, o beneficiário de NIS nº
16568426777 não atingiu a frequência mínima estabelecida na legislação
do Programa.
Vale ressaltar, que o campo "frequência igual ou superior a 85%" do
SISPETI, registra que todos os beneficiários cadastrados estão com a
frequência em conformidade com as normas do Programa, contudo, a
partir das constatações relativas à amostra analisada, verificamos que
há divergências nesses registros.

EVIDÊNCIA:
A - Registros do SISPETI - mês agosto, extraídos em 15.10.09.
B - Folhas de Frequência - mês de agosto - das Vilas Mutirão e
América.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n. 055-2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"Em se
tratando em SISPETI, nossos técnicos monitoram diariamente afim de
atualização, mas infelizmente o sistema não atualiza constantemente,
ficando desatualizado não por falta de alimentação do sistema e sim de
atualização por falta dos gerenciadores do SISPETI, razão disto há uma
diferença insignificante mas há. Já providenciamos a alimentação do
sistema por várias vezes e ainda continua desatualizado a questão da
desativação do Nucleo, já informamos mas o sistema ainda continua
desatualizado".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Mantemos a ressalva, em virtude da manifestação da prefeitura não
elidir o fato apontado.

5.1.7 CONSTATAÇÃO:
Divergência entre os registros relativos aos beneficiários cadastrados
no SISPETI e os relacionados nas Folhas de Frequência.
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FATO:
Do confronto realizado entre os registros do SISPETI e das Folhas
de Frequência dos Núcleos de Ações Socioeducativas visitados,
constatamos o seguinte:
-Beneficiários cadastrados no SISPETI que não estão na Folha de
Frequência dos Núcleos de Ações Socioeducativas:
VILA MUTIRÃO
16089801497 16089946371 16118559156 16097096837 16091214315
16117166800 16110327930 16127038635 16255259502 16230328918
21228838153 20459229702 20459291275 16493786909 20697876513
16397371760 16437033399 16437034166 16428778468 16493609608
16373382118 20459301416 20459284376 20459297419 16419346909
16493321574 16469292691 16494277811 16469701400 20459308941
20459292212 16501250871 16399882231 16392623125 16568168417
16568168417 21048344314 16639424976 16604652131 16604652565
16634164577 16646767972 16612926253 16604689000 16625657590
20419725738 16568505332 16617048858 16668614540 16625029794
16645052562 16637845133 16595274060 16604112544 16604766730
16588605707 20094387057 16614221486 16668672680 16294663149
16245865345
VILA AMÉRICA
16137314252 16142655674 16117284552 16168803263 16145732017
20419725061 20697876777 16123635310 16392460463 20370527814
16117188693 16097277920 16167344583 20459306663 16263479885
16286783599 16295591982 16245633061 20703405076 16295334696
16225783319 16298289292 16245698856 20419706873 16252194531
16295457127 16265528689 16218850006 16412422073 16392557769
16392614746 16399892369 16573189222 16654394276 20419725053
16601552209 16575465820 16623960873 16568639460 16645055812
16588605707 16630978111
Com relação ao Núcleo Amélio Alves, que não se encontra mais em
operacionalização, verificamos beneficiários que não foram localizados
nos Núcleos da Vila América ou Vila Mutirão, portanto, não estão mais
participando das ações socioeducativas promovidas, conforme
relacionado a seguir:
16126905203 16153564365 16167747130 16139330134 21066531236
21221559445 20459306647 16246790691 16392394282 16438986128
16392462024 16137628168 16090063941 16090175715 16218638252
16291308860 16267665551 20459290236 16256817649 16218670806
16255332757 16270460663 16439550501 20459289963 21048344527
16604634109 20964007236 21046367376 21066531015 20419678543
16617057601
Ainda, sobre o Núcleo Amélio Alves, verificamos que os beneficiários
abaixo relacionados que integravam este Núcleo continuam frequentando
as ações do PETI, mas ainda não foram vinculados ao atual Núcleo
que participam:
21222717230 20419683016 21212346043 16117361263 16255276385
16255282814 16255300499
Outrossim, do total de 70 registros que estão na situação de "não
vinculados" no SISPETI, constatamos que os beneficiários abaixo
relacionados estão efetivamente participando das ações do PETI:
20690248576 16419391734 16117164891 16247100818 16252206939
16168625721 20459304326 16255372627 16247172606 16425645300
20097876351 20697876378 20419681412 16460428590 16419366888
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 120
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
20459291291 16631914249 16631921776 20697876416 16669363738
16580444410 16637097900 16595294371
Por fim, verificamos que 185 beneficiários estão registrados no
SISPETI, vinculados a um Núcleo de Ações Socioeducativas, no entanto,
somente 53 destes constam relacionados nas Folhas de Frequência do
Núcleo ao qual encontra-se vinculado.
Diante do exposto, concluímos que os registros do SISPETI estão
desatualizados e não refletem o atual quantitativo de crianças
que efetivamente participam e integram o Programa sob análise.

EVIDÊNCIA:
A - Registros do SISPETI - mês agosto, extraídos em 15.10.09.
B - Folhas de Frequência - mês de agosto - das Vilas Mutirão e
América.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício n. 055-2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"Em se
tratando em SISPETI, nossos técnicos monitoram diariamente afim de
atualização, mas infelizmente o sistema não atualiza constantemente,
ficando desatualizado não por falta de alimentação do sistema e sim de
atualização por falta dos gerenciadores do SISPETI, razão disto há uma
diferença insignificante mas há. Já providenciamos a alimentação do
sistema por várias vezes e ainda continua desatualizado a questão da
desativação do Nucleo, já informamos mas o sistema ainda continua
desatualizado".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa não elide o fato apontado, motivo pelo qual mantemos o
nosso posicionamento.

5.1.8 CONSTATAÇÃO:
Irregularidades nos procedimentos licitatórios para a aquisição de
gêneros alimentícios destinados aos beneficiários do PETI.

FATO:
Verificamos que foram realizados procedimentos licitatórios destinados
à aquisição de gêneros alimentícios, os quais visaram atender a
clientela beneficiária do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
- PETI e Programa Nacional de Alimentação - PNAE em 2008 e 2009, sendo
constatadas as seguintes irregularidades, conforme o respectivo
procedimento:
I - Convite nº 007/2008 - Proc. Nº 283/2008 de 17/01/2008.
Empresas constantes da ata de julgamento como participantes: Neto e
Soares Neto Ltda. - CNPJ 33.606.492/0001-12; Supermercado Ki-Jóia
(Osmiro Qualhato) - CNPJ 00490541000145; e Panificadora Santana
Granner Vaz Ltda. (CNPJ 37.347.218/0001-27).
Vencedora: Panificadora Santana Granner Vaz Ltda. (CNPJ
37.347.218/0001-27)
a)Desrespeito ao prazo mínimo entre a entrega do último convite e a
realização da sessão de abertura do certame, contrariando o disposto
no Art. 21, §2°, do inciso IV da Lei 8.666/93 - Os convites entregues
à empresas Neto e Soares Neto Ltda. e Supermercado Ki-Jóia registram
como data de entrega o dia 21/01/2008, e a licitação foi realizada no
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 121
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
dia 25/01/2008.
b)Propostas comerciais apresentadas sem carimbo e sem assinatura dos
responsáveis pelas empresas - das propostas das empresas Neto Soares
Neto e Supermercado Ki Jóia não constam carimbo e assinatura dos
responsáveis pelas empresas. Ademais, as propostas foram apresentadas
em cópias de papel timbrado das empresas.
c)Empresas indicadas como participantes não confirmam participação no
certame - instado a confirmar, por meio de circularização, a
participação no Convite n° 007/2008, o proprietário da empresa Neto
Soares Neto declarou que não participou da licitação. Já o
proprietário do Supermercado Ki Jóia se negou a assinar o anexo do
Ofício Circular, confirmando ou negando sua participação.
d) Proposta comercial da licitante vencedora apresentada por meio de
aposição manual do preço oferecido no próprio instrumento do convite
para participar do certame, contrariando o item 6.4 do edital de
licitação, que previa que o documento fosse apresentado em formulário
próprio da empresa.
e) Sobrepreço no valor do kilograma do pão francês - a proposta da
empresa vencedora previu o fornecimento de 6.300 kg de pão, ao preço
de R$ 4,80/kg, totalizando R$ 30.240,00. Os comprovantes de despesas
registram o fornecimento de 5.625 kg de pães, ao preço de R$ 6,00,
totalizando de R$ 33.750,00. Respeitado o valor do kg do pão constante
da proposta, o montante a ser pago deveria totalizar R$
27.000,00, o que resultou no pagamento, a maior, de R$ 6.750,00.
f) Não constam do processo instrumento de contrato ou eventual termo
aditivo de reajustamento de preços.

II - Convite nº 57 - Processo nº 6.526/2008 de 20/08/2008.


Empresas constantes da ata de julgamento como participantes: José
Pires da Rocha - Inhumense CNPJ 02.789.986 /0001-91 e Panificadora
Santana 37.347.218/0001-27.
Vencedora: Panificadora Santana 37.347.218/0001-27.
a) Licitação julgada contando com a apresentação de duas propostas de
preços, contrariando os §§ 3º e 7º do Artigo 22 da Lei 8.666/93 e
Decisão do TCU nº 1.102/2001 - Plenário, que estabelece que, quando se
tratarem de recursos federais, deve-se repetir o certame sempre que
não for atingido o número mínimo de três propostas válidas.
b) Propostas de preços das empresas José Pires da Rocha - Inhumense
CNPJ 02.789.986/0001-91 e Panificadora Santana 37.347.218/0001-27
apresentadas no próprio corpo do instrumento do convite, contrariando
o disposto no item 6.4 do edital que estabelecia a obrigação de
apresentação de proposta em formulário próprio da empresa.

III - Convite nº 61 - Proc.nº 7155/2008 de 04/09/2008.


Empresas constantes da ata de julgamento como participantes: Miramar
José Fernandes (Supermercado Soares) - CNPJ 37.006.426/0001-62; D&R
Distribuidora e Comércio de Carnes Ltda - CNPJ 09.343.028/0001-04; e
Adalberto José da Silva - CNPJ 06.029.690/0001-98;.
Vencedora: Adalberto José da Silva - CNPJ 06.029.690/0001-98.
a) Processo autuado em 04/09/08 e solicitação de material datada de
09/09/08, data posterior à da autorização de licitação 03/09/08.
Abertura do certame foi dia 11/09/08 e as autenticações da
documentação de habilitação foram feitas no dia 08/09/08. Na Ata de
Abertura consta que a habilitação e a abertura das propostas de preços
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 122
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
foram feitas sequencialmente no dia 11/09/08.
b) Convite julgado contando com a apresentação de apenas duas
propostas de preços válidas, visto que uma das participantes não foi
habilitada para a fase de julgamento das propostas. A situação
contraria os §§ 3º e 7º do Artigo 22 da Lei 8.666/93 e Decisão do TCU
nº 1.102/2001 - Plenário.
c) Empresas indicadas como participantes não confirmam participação no
certame - instadas a confirmar, por meio de circularização (Ofício
circular nº 476, de 03/11/2009), as empresas D&R Distribuidora e
Comércio de Carne Ltda., CNPJ 09.343.028/0001-04, e Miramar José
Fernandes (Supermercado Soares), CNPJ 37.006.426/0001-62, declararam
expressamente que não participaram do procedimento licitatório, não
tendo enviado propostas. As assinaturas constantes do recebimento dos
convites, das propostas de preços, do termo de renúncia de recurso e
da Ata de Julgamento não foram reconhecidas pelos proprietários das
empresas.
d) Termos registrados na Ata de julgamento relativos ao comparecimento
das empresas, inabilitação, propostas de preços não condizem com a
realidade dos fatos haja vista que as empresas mencionadas na ata
declararam não ter participado do certame, conforme documentos
firmados por meio do Ofício circular nº 476/2009.

EVIDÊNCIA:
A - Processo: 283-08,Convite Nº 007, de 25.01.08 (Aquisição de 6.300
kg de pães e 15.000 litros de leite pasteurizado);
B - Processo: 6526-08, Convite Nº 057, de 27.08.08 (Aquisição de pão e
leite pasteurizado);
C - Processo: 7155-08, Convite Nº 061, de 11.09.08 (Aquisição de
carnes (carne bovina, frango e lingüiça.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do ofício nº 55-2010-GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas apresentou a seguinte manifestação:"Para
aquisição dos gêneros alimentícios destinados aos beneficiários do
PETI, foram realizados procedimentos licitatórios na modalidade Carta
Convite n.º 007/2008 de 17/01/2008, carta Convite 57/2008 e Carta
Convite 61/2008.
Na Carta Convite n.º 07/2008 que tem por objeto a aquisição de Pães
foi vencedora a empresa Panificadora Santana Granner Vaz LTda, onde as
falhas ocorreram por parte da CPL, porém não há comprometimento do
caráter competitivo, sendo que a apresentação das propostas em papel
timbrado das empresas demonstram a efetiva participação das mesmas.
A falta de carimbo nas propostas não é indicativo de irregularidade, e
a não confirmação da participação das empresas, se dá certamente por
falta de informação dos licitantes, ou até mesmo em função de
esquecimento quanto a exatidão da data da abertura, e não pode ser
considerada como irregularidade.
Não há qualquer vedação a apresentação de proposta feita manuscrita,
quanto a alegação de sobrepreço, a variação de preços no decorrer do
contrato foi a causa do aumento do preço do produto que passou de R$
4,80 para R$ 6,00, porém os gastos ficaram dentro do limite licitado e
empenhado.
Na Carta Convite n.º 57/08 cujo objeto foi aquisição de pães, foi
vendedora a empresa Panificadora Santana, onde não compareceram todas
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 123
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
as empresas convidadas, e para não prejudicar o fornecimento de
merenda é que buscou-se dar andamento no procedimento licitatório, não
constatando nenhuma outra irregularidade que comprometesse o certame.
Na carta Convite n.º 61/2008 destinada a aquisição de gêneros
alimentícios, foram mencionados a existência divergência nas datas,
que são verdade erros na digitação em relação as datas de requisição e
da abertura do certame.
Quanto a autenticação dos documentos ser 03 dias anterior a abertura
não há como levantar qualquer irregularidade neste ponto.
O fato das empresas não declararem a sua participação por ocasião da
visita nos estabelecimentos comerciais, não pode ser considerada
irregularidade, até porque os atos e documentos do certame, bem como a
ata de julgamento estão devidamente assinados pelos licitantes, o que
é totalmente questionado é a eficiência do procedimento utilizado pela
equipe da CGU, e a assinatura dos licitantes na ata demonstram a
participação no certame.
Quanto à publicação, cabe ressaltar que todos os atos relativos aos
procedimentos licitatórios são publicados no placar da prefeitura,
conforme disposição da Lei Orgânica Municipal.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Com relação ao:
I - Convite nº 007/2008 - Proc. Nº 283/2008, de 17/01/2008.
a) O gestor não se manifestou acerca do desrespeito ao prazo mínimo
estipulado entre a entrega dos convites e a realização da sessão de
abertura;
b) Não acatamos a justificativa, uma vez que o gestor descumpriu os
artigos nº 38, inc IV (apresentação das propostas em original), e nº
43, § 2º (assinatura dos responsáveis das empresas nas propostas);
c) Justificativa não acatada, haja vista a existência de declaração
expressa da empresa informando a não participação em processo
licitatório;
d)Justificativa não aceita, em virtude de descumprimento do item 6.4
do edital.
II - Convite nº 57/2008 - Processo nº 6.526/2008, de 20/08/2008.
a)Justificativa não acatada, uma vez que a mesma sugere ausência de
planejamento;
b) Justificativa não aceita, em virtude de descumprimento do item 6.4
do edital.
III - Convite nº 61 - Proc.nº 7155/2008, de 04/09/2008.
a) Justificativa não aceita, haja vista a obrigatoriedade de
cumprimento dos prazos estipulados na Lei nº 8.666/93;
b) Não apresentada justificativa pelo gestor;
c e d)Justificativa não aceita, em virtude de declaração expressa
apresentada.

5.1.9 CONSTATAÇÃO:
Falhas comuns aos procedimentos licitatórios para a aquisição dos
gêneros alimentícios destinados aos beneficiários do PETI.

FATO:
Dos Convites realizados para aquisição de gêneros alimentícios
destinados aos beneficiários do PETI e Programa Nacional de
Alimentação Escolar - PNAE, verificamos as seguintes falhas:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 124
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
A)Na formalização dos processos:
01 - Não constam dos processos os atos de designação das comissões de
licitação ou dos responsáveis pelos convites, em desacordo com o
estabelecido no art. 38, III, da Lei n° 8.666/93, e Decreto nº
3.555/00, Anexo I, art. 21, VI.
02 - As folhas dos processos não se encontravam numeradas, em
desacordo com o estabelecido no art. 38, caput da Lei n° 8.666/93.
03 - Não constam dos processos as minutas dos contratos
administrativos, em desacordo com o estabelecido na Lei n°
8.666/93,art.39, § único - Decreto nº 3.555/00, Anexo I, art. 21, VII.
04 - Não constam dos processos os comprovantes da publicação dos
resultados das licitações, em desacordo com o estabelecido no Decreto
nº 3.555/00, Anexo I, art. 21, XII.
05 - Não constam dos processos os comprovantes da publicação dos
extratos dos Contratos, em desacordo com o estabelecido na Lei n°
8.666/93,art.61, parágrafo único -Decreto nº 3.555/00, Anexo I,
art.21, XII.
06 - Não constam das Atas de Julgamento o relato dos critérios de
desempate das propostas de preços.
B) Na elaboração do edital (legislação - art. 40 da Lei n° 8.666/93).
01 - As folhas dos editais não foram rubricadas.
02 - Não consta nos Editais cláusula estabelecendo prazo p/recursos.
03 - Não consta nos Editais cláusula especificando as sanções para o
caso de inadimplemento após a contratação do objeto.
04 - Não constam dos editais previsões dos prazos e condições para a
assinatura, vigência e execução do contratos, e para as entregas dos
objetos das licitações.

EVIDÊNCIA:
A - Processo: 282-08, Convite Nº 006, de 24.01.08
Objeto Licitado: Aquisição de gêneros alimentícios.
B - Processo: 283-08,Convite Nº 007, de 25.01.08
Objeto Licitado: Aquisição de 6.300 kg de pães e 15.000 litros de
leite pasteurizado.
C - Processo: 3874-08,Convite Nº 041, de 29.05.08
Objeto Licitado: Aquisição de gêneros alimentícios.
D - Processo:6525-08, Convite Nº 056, de 27.08.08
Objeto Licitado: Aquisição de gêneros alimentícios.
E - Processo: 6526-08, Convite Nº 057, de 27.08.08
Objeto Licitado: Aquisição de pão e leite pasteurizado.
F - Processo: 7155-08, Convite Nº 061, de 11.09.08
Objeto Licitado: Aquisição de carnes (carne bovina, frango e
lingüiça).
G - Processo: 1470-09, Pregão Presencial Nº 04, de 28.04.09
Objeto Licitado: Aquisição de gêneros alimentícios.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"As demais
omissões existentes no edital não prejudicam o certame, pois
neste caso qualquer questão de duvida ou omissão no edital a CPL
aplicava subsidiariamente as disposições da Lei 8.666/93.
A esse respeito cabe analise do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de
maio/1998:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 125
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por
exemplo, não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua
proposta desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos a nosso posicionamento em relação aos
fatos nela descritos.

5.1.10 CONSTATAÇÃO:
Sonegação de documentos referentes às licitações para a equipe de
fiscalização.

FATO:
Instado a apresentar a documentação referente à execução dos recursos
financeiros do PETI, o Município de Inhumas/GO não apresentou a
documentação relativa a todos os procedimentos licitatórios
deflagrados para realização das despesas. Além disso, mesmo quando a
equipe de fiscalização da CGU teve acesso à documentação, ela não foi
disponibilizada de pronto. Somente na medida em que, durante os
trabalhos de campo, era obtida a informação de que havia ocorrido um
procedimento licitatório - por meio de menções, por exemplo, em
comprovantes de despesas - é que a prefeitura disponibilizava a
documentação pertinente. Essas circunstâncias impediram o exame da
legalidade dos autos que não foram apresentados e obstaram à atuação
regular da equipe de fiscalização, configurando, desse modo, afronta
ao disposto no Art. 26 da Lei n° 10.180/2001.
Cabe registrar que, examinando os documentos que foram
disponibilizados, verificou-se que os procedimentos licitatórios
referentes ao PETI disseram respeito também às aquisições relativas ao
Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. Desse modo, as
constatações aqui registradas se estendem à execução do PNAE em
Inhumas/GO.

EVIDÊNCIA:
A - Solicitação de Fiscalização nº. 01/2009, de 15.10.2009

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO, apresentou a seguinte justificativa:"Quanto a
alegação de sonegação de documentos das licitações, cabe
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 126
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
dizer que em alguns momentos de fato ocorreu, segundo o presidente da
CPL, dificuldades de deixar o serviços das licitações em andamento em
virtude no final de ano onde a fase preparatória dos processos
licitatórios é bastante intensa, porém não houve sonegação como
mencionado, tanto é verdade que os processos foram entregues e
analisados, conforme encontram descrito neste tópico".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos o nosso posicionamento em relação aos
fatos nela descritos.

5.2 - PROGRAMA
1006
GESTÃO DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOM
AÇÃO :
0A28
APOIO A ORGANIZACAO DO SISTEMA UNICO DE ASSISTENCIA SOCIAL - SUAS
- NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Coordenar a gestão do Sistema Único de Assistência Social - SUAS e a-
poiar sua implementação nos estados, Distrito Federal e municípios,
tendo em vista as diretrizes da primazia do Estado, descentralização
político-administrativa, participação da população e centralidade na
família.
ORDEM DE SERVIÇO : 234100
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Atuação do gestor municipal no tocante ao cumprimento das condicionali
dades previstas pela NOB - Norma Operacional Básica da Assistência So-
cial com relacao ao níveis de gestao dos recursos assistenciais.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: Não se aplica

5.2.1 CONSTATAÇÃO:
Município não possui estrutura para atendimento ao beneficiário do
BPC.

FATO:
O município fiscalizado está habilitado na Gestão Básica. Em
entrevista com a gestora da Assistência Social, constatou-se que o
município não possui estrutura para recepção, identificação e
encaminhamento dos beneficiários do BPC - Benefício de Prestação
Continuada. Conforme informação da Gestora, duas servidoras estão
designadas para o atendimento desta clientela.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 127


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
EVIDÊNCIA:
A- Entrevista com a Gestora da Assistência Social.
B- Ofício 051, de 22/10/09.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


O Gestor informou por meio do Ofício 051, de 22/10/09, o seguinte: "O
Município de Inhumas-GO ainda não possui estrutura física
específica para o atendimento aos beneficiários do BPC, mas possui uma
estrutura controlada pela Secretaria Municipal de Promoção Social,
onde são amparados todos beneficiários do BPC.
O atendimento aos beneficiários do BPC é realizado na Secretaria
Municipal de Promoção Social, sendo encaminhados de acordo com suas
necessidades. Para atendimento aos beneficiários do BPC, o Município
conta com o trabalho da Sra. (...) Auxiliar de Secretaria, cargo em
comissão, graduada em Gestão Pública; e da Sra. (...), contratada como
estagiária, cursando o 8º período de Serviço Social."
Em resposta ao Informativo encaminhado à prefeitura, o gestor através
do
nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, manifestou, também, o seguinte:
"Salientamos que em decorrência das grandes e variadas demandas do
município que exigem planejamento e gastos, alguns programas de
responsabilidade do município, acabam enfrentando dificuldades, que
muitas vezes não é detectados pelo gestores e nem pelos Conselhos
Municipais.
As deficiências estruturais, e procedimentais na execução do programa
e as falhas apontadas em relação beneficiários já estão sendo
trabalhadas junto a Secretarias Municipais envolvidas nos programas, e
serão alvo de ações para correção das falhas apontadas e outras
porventura existente." (sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em que pese as informações do Gestor, verificamos que a Secretaria de
Promoção Social atende em seu local uma clientela muito diversificada,
o que provoca aglomeração em sua recepção. Tendo em vista que o
público alvo do Benefício de Prestação Continuada -BPC são idosos e
portadores de deficiência física, cabe ao Gestor as adequações no
sentido de manter estrutura para recepção, identificação,
encaminhamento, orientação dos beneficiários do BPC e dos Benefícios
Eventuais, com equipe profissional composta por, no mínimo, um (01)
profissional de serviço social, considerando as peculiaridades da
clientela em questão, além, de apresentar Plano de Inserção e
capacidade de gestão, contendo ações, prazos e metas a serem
executadas, articulando-as às ofertas da Assistência Social e às
demais políticas pertinentes, dando cumprimento ainda ao art. 24 da
LOAS.

5.2.2 CONSTATAÇÃO:
Inexistência de diagnóstico das áreas de vulnerabilidade e risco
social.

FATO:
Mediante a Solicitação de Fiscalização nº 02, de 21/10/09, requeremos
informações sobre o Diagnóstico de Áreas de Risco e Vulnerabilidade
Social. O Gestor emitiu o Ofício nº 051, de 22/10/09, informando:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 128
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
"O trabalho de Diagnóstico de Áreas de Risco e Vulnerabilidade Social
do Município ainda não foi feito. Existe um cadastro das famílias que
residem na três principais áreas de risco do Município, as quais serão
removidas destas áreas, pois já estão em fase de conclusão 65
(sessenta e cinco) unidades habitacionais, construídas através do
Programa de Habitação de Interesse Social em parceria com o Governo
Federal."
Portanto, não foi atendido o requisito previsto na Norma Operacional
Básica que estabelece para habilitação no nível básico de gestão a
realização de Diagnóstico de Áreas de Risco e Vulnerabilidade Social.

EVIDÊNCIA:
A - Ofício/Inhumas nº 51, de 22/10/09.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Salientamos que em decorrência das grandes e variadas demandas do
município que exigem planejamento e gastos, alguns programas de
responsabilidade do município, acabam enfrentando dificuldades, que
muitas vezes não é detectados pelo gestores e nem pelos Conselhos
Municipais.
As deficiências estruturais, e procedimentais na execução do programa
e as falhas apontadas em relação beneficiários já estão sendo
trabalhadas junto a Secretarias Municipais envolvidas nos programas, e
serão alvo de ações para correção das falhas apontadas e outras
porventura existente".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos nosso posicionamento em relação aos
fatos nela descritos.

AÇÃO :
8249
FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE ASSISTENCIA SOCIAL - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Assegurar o funcionamento do Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) e a realização de conferências nacionais, assim como apoiar
técnica e financeiramente a manutenção dos conselhos estaduais, do
Distrito Federal (DF) e municipal de assistência social, em virtude
de constituírem-se em instâncias deliberativas e de controle social
no Sistema Único de Assistência Social.
ORDEM DE SERVIÇO : 234346
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Instâncias de Controle Social do Programa Bolsa Família e das àreas de
assistência social criadas atendendo aos critérios de paridade e sua
atuação.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 129
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: Não se aplica

5.2.3 CONSTATAÇÃO:
Inoperância do Conselho Municipal de Assistência Social.

FATO:
O Conselho Municipal de Assistência Social foi criado mediante a Lei
nº 2.300, de 15/12/95 e sua última composição se deu pelo Decreto nº
080, de 07/05/09. A Presidência do Conselho na composição anterior e
atual coube a Gestora de Promoção Social.
Quanto a sua atuação, o Gestor informou no Ofício nº 051, de 22/10/09
que todas as ações pertinentes ao CMAS estão lavradas em atas.
Tendo em vista não haver relatórios de fiscalização, ou outro
documento semelhante, que comprovasse ações de fiscalização e
controle desencadeadas pelo aludido conselho, procedemos a análise
consubstanciada na leitura das atas de reunião. Diante das
quais, verificamos a ineficiência da atuação do órgão no cumprimento
de suas atribuições regulamentares, dispostas na Lei nº 8.742/1991, no
Decreto nº 4.675/2003 e na Portaria MDS nº 660/2004,
especialmente no que concerne ao controle, à fiscalização e ao
acompanhamento dos programas sociais, financiados com recursos
federais, bem como no que se refere à gestão do Fundo Municipal de
Assistência Social.

EVIDÊNCIA:
A - Atas nºs 17 a 22 e 25 a 29 apresentadas pelo representante do
CMAS.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


O Gestor manifestou por meio do Ofício n° 055/2010/GAB, de
15/01/2010, o seguinte: "Salientamos que em decorrência das
grandes e variadas demandas do município que exigem planejamento e
gastos, alguns programas de responsabilidade do município, acabam
enfrentando dificuldades, que muitas vezes não é detectados pelo
gestores e nem pelos Conselhos Municipais.
As deficiências estruturais, e procedimentais na execução do programa
e as falhas apontadas em relação beneficiários já estão sendo
trabalhadas junto a Secretarias Municipais envolvidas nos programas, e
serão alvo de ações para correção das falhas apontadas e outras
porventura existente".(sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar
as impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de
maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos nosso posicionamento em relação aos
fatos nela
descritos.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 130
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
5.2.4 CONSTATAÇÃO:
Inoperância da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil.

FATO:
A Comissão Municipal do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
vigente em 2008 foi nomeada mediante o Decreto nº 74, de 16/03/05.
A atual composição foi delegada pelo Decreto nº 081, de
07/05/2009, sendo que a coordenadora e uma das assistentes sociais
nomeadas já não integram mais a Comissão.
Para fins de comprovação de sua atuação, foi apresentado o Livro
de Atas comum aos registros pertinentes ao Conselho Municipal
de Assistência Social e ao CMETI, pelo que verificamos apenas um
registro na Ata nº 26, de 26/06/09, que trata da posse da
última comissão nomeada. Conforme entrevista com a integrante da
Comissão, ela não soube precisar o quantitativo de reuniões
realizadas, informando que talvez em torno de três reuniões neste
ano, e que sua participação se restringiu ao comparecimento às
reuniões.
Tendo em vista que o Gestor não apresentou outro documento e/ou
relatório que comprove sua atuação, e diante da Ata
apresentada, constatamos que a Comissão está inoperante no tocante
ao cumprimento da competência prevista no item 6.5 - Anexo I da
Portaria nº 458, de 04/10/01.

EVIDÊNCIA:
A - Ata nº 26, de 26/06/09

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação transcrita no segundo item relativo ao programa.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar
as impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de
maneira direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta
de elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos nosso posicionamento em relação aos
fatos nela descritos.

5.2.5 CONSTATAÇÃO:
Inoperância da Instância de Controle Social.

FATO:
Verificamos que a Instância de Controle Social do Programa Bolsa
Família possui doze integrantes, no entanto, os assuntos pertinentes a
sua atuação se concentra na servidora que exerce a função de
Responsável Municipal pelo Programa Bolsa Família. Mediante
entrevista verificamos que as funções se confundem tendo em vista
que a mesma servidora exerce função de operacionalizar os sistemas
utilizados, responder pela Instancia de Controle Social e ainda pela
execução do Programa.
Verificamos que no Ofício nº 08, de 28/01/08, dirigido ao Diretor de
Departamento de Operação do MDS, em resposta ao Relatório de
Fiscalização do MDS nº 02/2007, o Gestor menciona no item 10: "Com a
mudança da gestora do Programa Bolsa Família neste Município, notou-se
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 131
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
a necessidade de uma nova estruturação da Instância de Controle Social
do Programa Bolsa Família para atender sua função social. Em reunião
datada do dia quatorze do mês de dezembro do ano de 2007, foram
realizadas algumas modificações no Conselho, promovendo substituições
de conselheiros e suplentes. Na mesma oportunidade, também iniciou a
discussão do Regimento Interno da Instância de Controle Social deste
Município, enfatizando que todas a alterações serão encaminhadas ao
Ministério do Desenvolvimento Social, juntamente com o Decreto
Municipal de nomeação dos novos conselheiros e o Regimento Interno
aprovado pelo Conselho Municipal."
Não obstante as mudanças informadas ao Gestor Federal, constatamos que
foi promovida apenas uma reunião da ICS, em que se elegeu a
Presidente. Quanto a sua atuação não foi apresentada documentação que
comprove a atuação do órgão de controle social nas ações previstas nos
Incisos I, II, III,IV, V e VII do art. 8 - IN/MDS nº 01, de
20/05/2005.

EVIDÊNCIA:
A - Ata da Instância de Controle Social.
B - Ofício nº 08, de 28/01/08.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação transcrita no segundo item relativo ao programa.
ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:
Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos nosso posicionamento com relação aos
fatos nela descritos.

5.3 - PROGRAMA
1335
TRANSFERÊNCIA DE RENDA COM CONDICIONALIDADES - BOLSA FAMÍLIA
AÇÃO :
8442
TRANSFERENCIA DE RENDA DIRETAMENTE AS FAMILIAS EM CONDI
CAO DE POBREZA E EXTREMA POBREZA (LEI Nº 10.836, DE 200
4) - NA REGIAO CENTRO-OESTE
OBJETIVO DA AÇÃO :
Melhorar as condições socioeconômicas das famílias pobres e extrema-
mente pobres por meio de transferência direta de renda.
ORDEM DE SERVIÇO : 234247
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Dados cadastrais dos beneficiários atualizados; renda per capita das
famílias em conformidade com a estabelecida na legislação do Programa;
cumprimento das condicionalidades das áreas da educação e saúde; e Pro
gramas/Ações municipais complementares ao Bolsa Família.
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 3.854.103,00
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 132
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
5.3.1 CONSTATAÇÃO:
Ausência de criação da coordenação municipal do Programa.

FATO:
Não há coordenação constituída nos moldes do inciso I, art.
14, Decreto n. 5.209, de 17 de setembro de 2004, não existindo
estrutura formal que gerencie as implementações e ações do programa.
Por conseguinte, não houve a designação de técnico responsável pelo
acompanhamento da condicionalidade da educação e saúde, para o
exercício da competência estabelecida no inciso I e III, da Portaria
interministerial nº 2.509, de 18.11.04.
Conforme documentação e entrevista realizada, verificamos a existência
de servidora responsável pelo Programa Bolsa Família, a qual acumula
as funções de coordenação, acompanhamento da condicionalidade da área
de educação e saúde, além de Presidente da Instância de Controle
Social do Programa.

EVIDÊNCIA:
A- Ausência de Coordenação Municipal do Programa devidamente
formalizado em conformidade com o Decreto n. 5.209, de 17 de setembro
de 2004.
B- Documento de "Formalização da Instância de Controle Social do
Programa Bolsa Família", de 28.05.08.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"Com
relação as deficiências estruturais e procedimentais apontadas na
execução do programa, já estão sendo trabalhadas junto a Secretarias
Municipais envolvidas nos programas, e serão alvo de ações diretas
para correção das falhas apontadas e outras porventura existentes.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, mantemos nosso posicionamento em relação aos
fatos nela descritos.

5.3.2 CONSTATAÇÃO:
Ausência de implementação de programas/ações complementares ao Bolsa
Família.

FATO:
Conforme entrevista com a responsável pela execução do Programa Bolsa
Família no Município e entrevista junto aos beneficiários selecionados
por amostragem, constatamos que não estão sendo executados
programas/ações complementares, tendo como público alvo as famílias
beneficiárias do PBF, contrariando o inciso VII, Cláusula Quarta do
Termo de Adesão ao Programa Bolsa família e o art. 2º, inciso V da
Portaria nº 148, de 27.04.2006.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 133


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
EVIDÊNCIA:
A- Entrevista com a responsável pela execução do Programa Bolsa
Família no Município de Inhumas.
B- Entrevista realizada junto às famílias beneficiárias do Programa,
conforme amostra selecionada.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação transcrita no primeiro item relativo ao programa.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, ratificamos o nosso posicionamento em relação
aos fatos nela descritos.

5.3.3 CONSTATAÇÃO:
Alunos beneficiários do Programa Bolsa Família não localizados.

FATO:
Conforme visita ao Colégio Estadual Manoel Vilaverde, constatamos a
seguinte situação: os alunos de NIS 16198959741, 16549030677 e
20419699184 são alunos desistentes, os de NIS 16245694796 e
16549847673 não foram encontrados na escola e o aluno de NIS
16199070101 já concluiu o 3º ano. Verificamos nos registros do Projeto
Presença - Ficha de Preenchimento da Frequência Escolar, que a escola
informou ao Gestor Municipal a situação dos alunos referenciados.
Outrossim, analisando a folha de pagamento emitido pela CAIXA,
referente ao mês de agosto/2009 - Bolsa Família, constatamos que os
beneficiários acima listados tiveram seus benefícios liberados,
denotando que não houve atuação do gestor municipal quanto ao bloqueio
e/ou cancelamento do benefícios em questão.

EVIDÊNCIA:
A- Frequência escolar referente aos meses de junho e julho/2009.
B- Projeto Presença - Ficha de Preenchimento da Frequência Escolar.
C- folha de pagamento emitido pela CAIXA, referente ao mês de
agosto/2009 - Bolsa Família.
D - Entrevista com a gestora do Colégio Estadual Manoel Vilaverde.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação: "Os pontos
levantados nas constatações são comuns a todos os municípios
brasileiros, mas o Bolsa Família é um programa que , apesar das
dificuldades, tem sido acompanhado pela Administração Municipal, em
alguns casos, a dificuldade social é grande, porque as família não
possuem residências próprias, o que dificulta a atualização do
cadastro". (sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 134
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, ratificamos o nosso posicionamento em relação
aos fatos nela descritos.

5.3.4 CONSTATAÇÃO:
Desatualização Cadastral.

FATO:
Mediante visita às famílias beneficiárias, selecionada por amostragem,
constatamos que os beneficiários de NIS nº 16614905954, 12508453937,
12587342319, 16399559716, 16568322580 e 20945152552 mudaram para
endereço desconhecido.
Outrossim, ressaltamos que os beneficiários de NIS nº 20954193843,
16469510087, 20945114216, 16645890754 e 16645063939 não se encontravam
em casa na ocasião da visita, portanto não foram entrevistados.

EVIDÊNCIA:
A- Verificação "in loco" .

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação transcrita no item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, ratificamos o nosso posicionamento em relação
aos fatos nela descritos.

5.3.5 CONSTATAÇÃO:
Beneficiários com indícios de renda per capita superior à estabelecida
na legislação do Programa.

FATO:
Visitamos as famílias beneficiárias do Programa Bolsa família
selecionadas por amostragem.
Conforme declaração dos responsáveis entrevistados e análise dos
registros contidos no cadastro único fornecido pela Prefeitura,
relacionamos os seguintes indícios de renda per capita superior à
estabelecida na legislação:
1- NIS 12594062970 - Verificamos que a beneficiária possui casa em
construção e local onde funciona uma facção.
2- NIS 16127018901 - A beneficiária declarou que ganha 465,00, o
esposo recebe uma renda mensal de R$ 749,00 e possui 2 dependentes
menores, portanto a renda per capita da família atinge R$ 303,50.
3- NIS 16252228495 - A beneficiária declarou que ganha 465,00, o
esposo recebe uma renda mensal de R$ 930,00 e possui 3 dependentes
menores, e ainda, uma agregada que possui rendimentos de R$ 465,00,
portanto a renda per capita da família atinge R$ 310,00.
4- NIS 16024324880 - A beneficiária declarou que ganha 465,00, o
esposo recebe uma renda mensal de R$ 640,00 e possui 3 dependentes
menores, portanto a renda per capita da família atinge R$ 221,00.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 135
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
5- NIS 16024324880 - A beneficiária declarou que ganha 465,00, o
esposo recebe uma renda mensal de R$ 465,00 e possui 2 dependentes
menores, portanto a renda per capita da família atinge R$ 232,50.
6- NIS 16549096295 - A beneficiária declarou ganhar em torno de R$
697,50, renda originária de um lava-jato, possui 2 dependentes
menores, portanto a renda per capita da família atinge R$ 232,50.
7- NIS 12747440313 - A beneficiária declarou que ganha 465,00 e possui
1 dependente menor, portanto a renda per capita da família atinge R$
232,50.
8- NIS 16374791488 - A beneficiária recebe pensão no valor de 465,00
e possui 2 dependentes menores, portanto a renda per capita da família
atinge R$ 155,00.

EVIDÊNCIA:
A- Declaração prestada pelo responsável beneficiário do Programa,
quando da visita realizada aos beneficiários da amostra selecionada e
disponibilizada pela CUG/SFC/DSDES.
B- Cadastro Único fornecido pela Prefeitura.
C- Registro fotográfico.

NIS 12594062970 – Funcionamento de facção.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:"Com
relação as deficiências estruturais e procedimentais apontadas na
execução do programa, já estão sendo trabalhadas junto a Secretarias
Municipais envolvidas nos programas, e serão alvo de ações diretas
para correção das falhas apontadas e outras porventura existentes."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, ratificamos o nosso posicionamento em relação
aos fatos nela descritos.

5.3.6 CONSTATAÇÃO:
Servidores municipais beneficiários com renda per capita superior à
estabelecida na legislação do programa.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 136
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
FATO:
Do confronto entre a lista de beneficiários do Programa, extraída do
SIBEC/CAIXA e contracheques dos servidores municipais, referentes
ao mês de agosto de 2009, fornecidos pela Prefeitura, verificamos
a ocorrência de servidores que constam da relação de pagamentos
do Bolsa Família e que não atendem aos critérios do Programa, tendo
em vista possuírem renda "per capita" familiar superior à estipulada
para o Programa.
Relacionamos a seguir os valores apurados, ressaltando que
consideramos o total de rendimentos constante do contracheque do
servidor e os registros dos demais componentes da família, declarados
no Cadastro Único:
1- NIS 16289896343 - Servidora municipal com salário de R$ 769,73.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 3 pessoas,
ou seja, renda "per capita" R$ 256,60;
2- NIS 17029036903 - Servidor municipal com renda total no valor de R
$ 1.400,16, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 935,16, mais
a renda do componente da família no valor de R$ 465,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 04, ou seja,
renda "per capita" de R$ 350,00;
3- NIS 16218788661 - Servidora municipal com salário de R$ 993,25.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 331,10;
4- NIS 19010369784 - Servidora municipal com salário de R$ 1.610,56.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 05 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 322,10;
5- NIS 19015080154 - Servidora municipal com salário de R$ 953,25.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03
pessoas, ou seja, renda "per capita" de R$ 317,80;
6- NIS 12229600690 - Servidora municipal com salário de R$ 558,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 186,00;
7- NIS 12765380319 - Servidora municipal com salário de R$ 1.023,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 255,80;
8- NIS 16478054021 - Servidora municipal com renda total no valor de
R$ 1.240,70, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 1.100,70,
mais a renda do componente da família no valor de R$ 310,20;
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 310,20;
9- NIS 12088907728 - Servidora municipal com salário de R$ 953,25.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 238,00;
10- NIS 16399701237 - Servidora municipal com salário de R$ 635,42.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 02 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 317,70;
11- NIS 16373799868 - Servidora municipal com salário de R$ 953,25.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 05 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 190,70;
12- NIS 13460612311 - Servidora municipal com salário de R$ 809,02.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 02 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 404,50;
13- NIS 16568653668 - Servidora municipal com renda total no valor de
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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
R$ 1.152,25, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 952,25,
mais a renda do componente da família no valor de R$ 200,00. Consta
no CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 06 pessoas, ou seja,
renda "per capita" de R$ 192,00;
14- NIS 16644726888 - Servidora municipal com renda total no valor de
R$ 742,08, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 562,08, mais a
renda do componente da família no valor de R$ 180,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 247,40;
15- NIS 16294838348 - Servidora municipal com salário de R$ 529,58.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03
pessoas, ou seja, renda "per capita" de R$ 176,50;
16- NIS 12290229689 - Servidora municipal com salário de R$ 513,91.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 171,30;
17- NIS 16428795257 - Servidora municipal com renda total no valor de
R$ 695,06, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 615,06, mais a
renda do componente da família no valor de R$ 80,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 173,80;
18- NIS 12670094319 - Servidora municipal com renda total no valor de
R$ 932,93, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 732,93, mais a
renda do componente da família no valor de R$ 200,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 155,50;
19- NIS 12290229689 - Servidora municipal com salário de R$ 516,32.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 172,10;
20- NIS 17032351385 - Servidora municipal com salário de R$ 671,86.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 167,96;
21- NIS 12304852922 - Servidora municipal com renda total no valor de
R$ 719,33, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 599,33, mais a
renda do componente da família no valor de R$ 120,00. Consta no
CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 04 pessoas, ou seja,
renda "per capita" de R$ 239,77;
22- NIS 12696655318 - Servidora municipal com salário de R$ 2.049,60.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 512,40;
23- NIS 16137669816 - Servidor municipal com renda total no valor de
R$ 1.120,85, assim dividida: salário da Prefeitura de R$ 770,85, mais
a renda do componente da família no valor de R$ 350,00. Consta no
CADÚNICO que a unidade familiar é composta de 04 pessoas, ou seja,
renda "per capita" de R$ 280,21;
24- NIS 12389476491 - Servidora municipal com salário de R$ 2.091,30.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 05 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 418,26;
25- NIS 16218474977 - Servidora municipal com salário de R$ 787,17.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 196,79;
26- NIS 16025404837 - Servidora municipal com salário de R$ 1.023,00.
Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 03 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 341,00;
27- NIS 16033300727 - Servidora municipal com salário de R$ 635,42.
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Consta no CADÚNICO que a unidade familiar é composta por 04 pessoas,
ou seja, renda "per capita" de R$ 158,85.

EVIDÊNCIA:
A- Lista de beneficiários do Programa do Município de Inhumas,
extraído do SIBEC/CAIXA.
B- Contracheque dos servidores municipais, referente ao mês de
agosto de 2009, fornecida pela Prefeitura.
C- Formulário de cadastramento Único para Programas Sociais do Governo
Federal.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Manifestação transcrita no item anterior.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Os argumentos apresentados pelos gestor não têm o condão de afastar as
impropriedades registradas, uma vez que não se relacionam de maneira
direta com os fatos levantados em campo. Dessa forma, na falta de
elementos que desconstituam, de maneira direta e inequívoca a
constatação registrada, ratificamos o nosso posicionamento em relação
aos fatos nela descritos.

5.3.7 CONSTATAÇÃO:
Pagamento de benefício em nome de beneficiários falecidos.

FATO:
Constatamos a ocorrência de pagamento de benefício referente aos NIS
16645063939 e 20945152552, cujos beneficiários são falecidos

EVIDÊNCIA:
Visita às famílias constantes da amostra.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


.
AÇÃO :
8446
SERVICO DE APOIO A GESTAO DESCENTRALIZADA DO PROGRAMA B
OLSA FAMILIA - NACIONAL
OBJETIVO DA AÇÃO :
Transferir recursos financeiros aos estados e municípios com o propó-
sito de assegurar os recursos para a melhoria do desempenho da gestão
descentralizada do Programa Bolsa Família (PBF).
ORDEM DE SERVIÇO : 234289
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Recursos do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) incluídos no orça-
mento municipal e aplicados na melhoria da gestão do Programa Bolsa
Família (nas áreas da saúde, educação e assistência social) e do Cadas
tro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 139
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 90.268,40

5.3.8 CONSTATAÇÃO:
Recursos do Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família
- IGD não incorporados ao orçamento municipal.

FATO:
Verificamos, com base na análise do Orçamento Municipal referente aos
exercícios de 2008 e 2009, que não houve previsão dos recursos do
Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família - IGD
consignada em rubrica própria.

EVIDÊNCIA:
A - Orçamento Municipal de Inhumas/GO referente aos exercícios de 2008
e 2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício nº 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura
Municipal de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:" Não há
nenhuma observação em relação ao presente programa em fase da
inexistência de recursos orçamentários nos exercício de 2008 e 2009. O
orçamento utilizado é juntamente ao da Secretaria de Promoção Social
do Município." (sic)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Ratificamos o nosso posicionamento, uma vez que o gestor não observou
as orientações contidas no Caderno Informativo acerca do IGD.

6 - 56000 MINISTERIO DAS CIDADES

6.1 - PROGRAMA
0310
GESTAO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
AÇÃO :
0B16
APOIO A POLITICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - NACIONAL (CREDITO
EXTRAORDINAR
OBJETIVO DA AÇÃO :
Apoio a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano
ORDEM DE SERVIÇO : 234618
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Execução de galerias pluviais com recomposição asfáltica
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 987.600,00

6.1.1 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 140
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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
participação na Tomada de Preços 04/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 243.566-60 foi celebrado em 28/12/2007, entre
a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades, com
interveniência da CAIXA, tendo como objeto a "execução de galerias
pluviais com recomposição asfáltica".
Nos itens 4.4.2 e 4.4.3 do Edital foi estabelecida a exigência de
comprovação de experiência prévia do responsável técnico pela obra e
do licitante a partir de um único contrato, o que equivale a
restringir tal comprovação à apresentação de um único atestado técnico
referente a obras semelhantes às previstas na licitação.
O órgão licitante, conforme se observa, estabeleceu o limite máximo de
um atestado técnico, entretanto, não evidenciamos motivos para tal
exigência.
A exigência da apresentação de mais de um atestado ou da limitação do
seu número não é admissível, exceto em casos devidamente justificados.
A limitação de número de atestados é exceção e deve ser devidamente
justificada no processo, o que não foi feito pelo órgão licitante.
No que se refere à limitação do número de atestados, como foi o caso,
o Tribunal de Contas da União, conforme item 9.2.1 do Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário, expressa o entendimento de que tal
exigência deve ser evitada, a não ser que seja devidamente justificada
e vise garantir que a empresa contratada "detenha o conhecimento
técnico e a capacidade operacional inerentes à metodologia construtiva
a ser aplicada, sem prejuízo de esclarecer que é vedada a imposição do
referido limite quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se
os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante têm
dimensão semelhante à do objeto do certame".
Ora, obras de construção de galerias pluviais são corriqueiras,
realizadas rotineiramente por centenas de empresas no País e, no caso
sob análise, não demandavam nenhum conhecimento técnico e capacidade
operacional especial inerente à metodologia construtiva, que
justificasse a imposição de limitação do número de atestados.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 04/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O entendimento de que a exigência de experiência do responsável
técnico a partir de apenas um contrato (itens 4.4.2. e 4.4.3.)
equivale a restringir a comprovação dessa experiência a apenas um
atestado não procede, dado que o edital não restringiu essa
comprovação a apenas um atestado, mas apenas a um contrato.
Essa diferença não é apenas semântica, mas traduz a possibilidade de a
experiência do profissional ser comprovada mediante quantos atestados
quiser a empresa juntar, referente à mesma obra (contrato), ou seja,
obra de padrões semelhantes ao que está em questão.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 141
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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Na realidade, o edital em momento algum restringiu a comprovação à
apenas um atestado, como entendeu o n. analista, e tanto assim é que
não houve impugnação ou questionamento a essa, ou a outra(s), previsão
(ões), razão ,pela qual é de se requerer seja relevada a condição
contida no edital.
Por fim note-se que o que se buscava era a verificação da capacitação
do profissional e também da empresa, a fim de deixar garantida a
competência na execução da obra.
O Eg. TCU pontuou:
"Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.
Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com
a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao
estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação
técnico-operacional nos termos do inc. II do art. 30 da lei 8.666/93.
(TCU, TC-009.987/94-0, Min. Paulo Afonso Martins de Oliveira,
09/08/95. BLC nov/95, pág. 564)
Ademais, o § 3º do artigo 30 reza que "será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões e atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica equivalente ou
superior." daí porque, rente a esse princípio, não haveria de supor o
licitante que apenas um atestado seria admitido.
Ante essas razões, pede-se seja relevada a condição posta no edital,
até mesmo porque adota-se a anotação como alerta para futuras obras,
consignando que não restou prejudicado, nem o certame nem o interesse
público, dado que alcançou-se a plena disputa e a competitividade".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura alega que a comprovação de aptidão técnico-profissional
não estaria restrita a um atestado mas a um único contrato,
acrescentando, ainda, que a experiência do profissional poderia ser
comprovada com quantos atestados o licitante quisesse juntar, desde
que referentes "à mesma obra (contrato)". Ora, como pode uma mesma
obra - ou um mesmo tipo de serviço incluído em determinada obra -
servir de base para diferentes atestados? Parece-nos claro que cada
obra ou tipo de serviço dentro de uma obra equivale a um atestado,
mesmo que emitidos em série para diversas finalidades.
Ademais, o disposto nos itens 4.4.2 e 4.4.3 do Edital da licitação
define os tipos de serviços e respectivos quantitativos necessários à
comprovação da aptidão técnico-profissional da empresa e de seu
responsável técnico, deixando claro que tais serviços e quantitativos
deveriam ser provenientes de um único contrato. Se deveriam ser
provenientes de um único contrato, conforme consta do Edital, e
referentes à mesma obra, segundo esclarecimento apresentado pela
Prefeitura, por óbvio, teria-se um único atestado por tipo de serviço.
O tipo de obra licitada não apresentava características inerentes à
sua metodologia construtiva que justificassem a restrição da
comprovação da aptidão técnico-profissional a atestado decorrente de
um único contrato ou de uma única obra, tanto que não há na
documentação analisada qualquer pronunciamento técnico que propugne
por uma complexidade técnica que demandasse tal restrição. Diante
disso, o nosso entendimento é de que essa exigência teve como único
objetivo confirmar que o participante da licitação já tivesse
executado obra de mesma envergadura, situação vedada no Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 142
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Embora o disposto artigo 30 da Lei 8.666/93 trate a questão sempre no
plural ("atestados" ou "certidões"), o Edital da licitação,
especialmente em seu item 4.4.3, leva, inegavelmente, ao entendimento
que somente seria admissível um único atestado ou certidão, posto que,
além de trazer os termos "atestado" e "certidão" no singular, limitou
a sua origem a um único contrato.
Assim, não obstante a inexistência de recursos durante os
procedimentos da licitação, resta evidente a ilegalidade da exigência
editalícia. Já o potencial restritivo à competitividade da licitação
fica evidenciado pelo fato de que somente empresas que tivessem
executado obra de mesma magnitude poderiam participar da licitação,
caracterizando direcionamento indevido, e pelo fato de que apenas uma
empresa apresentou proposta.
Diante do exposto mantemos a constatação.

6.1.2 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para quatro dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação Tomada de Preços 04/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, no item 4.4.8 do Edital, exigiu, como
condição para participação no Tomada de Preços 04/2008, a comprovação
de visita aos locais das obras, mediante atestado fornecido pela
municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia 05/06/2008, com
início às 09:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
licitação após a 05/06/2008 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 09/06/2008,
nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 143
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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
de habilitação em quatro dias e infringência ao estabelecido no inciso
I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 04/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Os analistas entenderam que ocorreu restrição ao caráter competitivo
do certame, em virtude de exigência de visita técnica, constante do
item 4.4.8., que integra a fase de habilitação, em data única, o que
teria antecipado a data dessa fase, diminuindo, assim, o prazo legal
de quinze dias.
A respeito de tal assertiva cabe ressaltar que a exigência, nesse
sentido, contida no edital é perfeitamente lógica e regular, não tendo
sido afrontada qualquer disposição legal. Tampouco constituiu-se ela
em restrição ao caráter competitivo, mesmo porque caso alguma empresa
pretendesse a participação, bastava requerer o atestado de
comparecimento.
Sobre a obrigatoriedade da realização da visita técnica, a discussão
já está superada, desde que os tribunais de contas, em sua maioria, em
especial o TCU, já pontuaram que não é faculdade do licitante, mas
antes uma obrigação a realização da visita técnica. Assim os
licitantes devem efetuar a visita técnica para não serem inabilitados
do procedimento, como disposto pelo TCU no Processo no TC-
013.049/2005-0:
"No que concerne à vistoria prévia, forçoso destacar que tal exigência
encontra amparo tanto na legislação (art. 30, inciso III, da Lei nº
8.666/1993) como na jurisprudência do TCU (v.g. Decisão nº 783/2000-
Plenário)".
Ainda sobre essa questão, cumpre analisar os fatos sob dois outros
aspectos:
O primeiro deles é que a falta de previsão de data, deixando ao
critério da empresa o dia e a hora, implicaria em colocar um servidor
público durante todos os dias úteis do transcurso de uma licitação à
disposição, em tempo integral, para acompanhar aquele que pretendesse
a visita. Se se considerar que estão em curso não uma, mas várias
licitações, pode-se imaginar o prejuízo aos serviços e a balbúrdia
instalada, com inúmeros servidores paralisados de seus afazeres
somente esperando funcionários de empresas que pretendem participar de
licitações comparecerem para a visita técnica.
O segundo aspecto diz respeito a razões de lógica material. Com
efeito, a demarcação de data anterior àquela designada pela Comissão
para a abertura dos envelopes é medida de preservação dos interesses
da administração e defesa do uso adequado dos recursos públicos,
exigindo dos licitantes o pleno conhecimento do objeto licitado, a fim
de que possam eles, antes de comparecer ao certame, avaliar se tem
condições concretas de executar a obra.
Importante destacar que soaria como ilógico pretender que somente
quando da abertura da fase da habilitação os licitantes promovessem a
visita técnica, desde que, comparecendo os interessados à disputa em
si, teriam que sair e vistoriar o local da obra no momento em que
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 144
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fossem abertos os trabalhos. E (não é demais supor) caso um dos
licitantes sentisse que no local da obra existia algum fator que
complicaria ou dificulta (sic) a sua execução, e que o custo desse
impedimento não fora por ele avaliado na proposta de preços (já
entregue) ter-se-ia, em plena disputa, um impasse, desde que o
licitante já está nela inserido; teria apresentado os envelopes (de
habilitação e de preços, que estariam de posse da Comissão). Como a
lei não admite recuos, quando o licitante já está no processo, a sua
situação é insustentável, dado que constatou que não tem condições de
executar a obra pelo preço que lançou em sua proposta. Se essa
hipótese ocorresse com todos os licitantes, ter-se-ia uma licitação
frustrada, com perda de recursos públicos, perda de tempo e,
principalmente prejuízos aos munícipes, com a não execução do
benefício público pretendido.
No caso de obras, e especificamente no caso de municípios pequenos, a
administração deve resguardar o interesse público com os instrumentos
legais disponíveis. Portanto não se trata de mero formalismo , mas de
exigências que visam levar o licitante a conhecer, e assim a avaliar,
a sua capacidade e interesse na execução da obra licitada, evitando
assim que posteriormente venha ele a alegar que a administração não
informou dados e informações relevantes ao processo licitatório,
causando prejuízos a (sic) administração pública e ao bom andamento
dos serviços.
Por outro lado, o próprio SINDUSCOM-SE orienta seus sindicalizados
sobre a propriedade dessa visita, cuja manifestação, contida no site
indicado, está assim construída:
"A visita técnica pode ser feita por qualquer pessoa, leiga ou
profissional, independente de vínculo com a empresa licitante, desde
que o edital não exija a presença de engenheiro habilitado para
determinada especialidade e que seja empregado da empresa. Entretanto,
recomenda-se que seja enviado para efetuar a vistoria no lugar das
obras a serem executadas um profissional devidamente inscrito no CREA
e que pertença à equipe técnica da empresa ou que possua procuração
desta última. Esta atitude é um meio de cautela, uma vez que esta
visita atesta que o local se encontra em perfeitas condições para
execução do serviço a ser contratado e qualquer ocorrência posterior
referente ao estado do local não poderá ser questionada futuramente.
Ressalta-se que se houver no instrumento editalício previsão da
presença de engenheiro habilitado e que possua vínculo empregatício
com a empresa licitante, deverá ser cumprida a exigência. Assim, só o
que constar no edital deve ser rigorosamente obedecido.
No que se refere ao pré-estabelecimento no edital de data para a
visita técnica, é plenamente possível que o órgão licitante determine
dia e hora para a realização desta. Havendo qualquer impedimento da
empresa em não poder se dirigir ao local para atestar as condições, é
aconselhável que se comunique com a Administração Pública, por meio de
documento protocolado no órgão licitante, solicitando o agendamento de
outro período para realização da visita.
Caso o edital exija a visita técnica, mas não constem as informações
concernentes à sua concretização, a empresa licitante pode elaborar um
Pedido de Esclarecimento, através do qual a Administração Pública
deverá dirimir as dúvidas quanto as omissões ou obscuridades
editalícias. (Assessoria Jurídica do SINDUSCON-SE - www.sinduscom-
se.com.br)"
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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Dessa forma, com a devida vênia aos doutos entendimentos manifestados
no Relatório, há que prevalecer, no caso, o bom senso, aliás sempre o
dirigidor da boa interpretação das normas legais. E em assim sendo,
requer seja considerado o argumento lógico aqui manifestado, o qual
justifica a demarcação do prazo de visita antes da abertura da fase de
habilitação, mesmo porque prejuízo algum tal providência trouxe ao
certame, antes preveniu futuras discussões."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manchete da nossa constatação é clara ao apontar que foi
predeterminada apenas uma data fixa para a visita dos interessados
aos locais das obras, de modo que não há engano sobre esse aspecto.
Não se trata de questionar a exigência de que os licitantes visitassem
previamente o local das obras, ou a inegável importância dessa visita,
mas a definição de regras absolutamente rígidas e inflexíveis para
tal. O Edital é claro nesse aspecto: "Não serão aceitas visitas fora
da data e horário estipulado".
Como já relatado anteriormente, a estratégia adotada pela Comissão
de Licitação alijou da disputa quaisquer outros interessados que,
porventura, tivessem tomado conhecimento da licitação após a data
definida para a visita aos locais das obras ou tomassem a decisão de
participar do processo após essa data.
Cabe ressaltar, ainda, que não se trata de entender ou sugerir que a
visita técnica somente pudesse ocorrer após a abertura da fase da
habilitação, posto que, como afirma a Prefeitura, seria ilógico.
Entretanto, até a data marcada para a apresentação pelos interessados
da documentação inerente à licitação, nada deveria impedir a
participação na disputa. Os documentos de habilitação somente
poderiam ser exigidos e julgados a partir dessa data. Assim, a
substituição da exigência de que o licitante apresentasse declaração
própria de ter conhecimento do local das obras pela exigência de
certidão exarada pela municipalidade e específica para a licitação sob
análise, a partir de visita por ela predeterminada para uma única data
e horário, trouxe, como efeito prático, a antecipação do início da
fase de habilitação, resultando, também, no descumprimento do prazo
legal estipulado no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Da nossa constatação não consta entendimento ou sugestão de que
deveria ser deixado "ao critério da empresa o dia e a hora" para a
visita técnica, haja vista que, especialmente nos pequenos municípios,
o corpo técnico das prefeituras é usualmente restrito e não poderia
ficar permanentemente à disposição dos interessados. Entretanto, essa
situação, bem como quaisquer outras dificuldades administrativas que
possam ser eventualmente invocadas, não são suficientes para elidir a
falha apontada. Diante da restrição do corpo técnico da Prefeitura,
mas visando proporcionar a mais ampla competitividade, poderiam ter
sido adotadas diferentes estratégias para a visita ao local das obras,
como por exemplo: fixação de datas alternativas ou adoção de um
sistema de agendamento das visitas.
Reafirmamos, portanto, a nossa convicção de que a fixação de data de
maneira rígida e inflexível para visita ao local das obras possuiu
potencial restritivo à competição, enquanto que a necessidade de que
essa visita fosse, obrigatoriamente, comprovada por meio de
certificado específico exarado pela autoridade municipal, resultou na
antecipação da fase de habilitação.
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Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.1.3 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.

FATO:
O item 4.5.7 do Edital estabelece que a participação na licitação
estaria condicionada à apresentação de comprovação de prestação de
garantia no valor de 1% do valor estimado para a licitação (R$
1.036.980,00), a ser efetivada até o 30/05/2008, portanto antes da
data da entrega da documentação de habilitação.
A Seção II da Lei 8.666/93 estabelece as condições de habilitação nas
licitações. O Artigo 31, constante da referida Seção II, estabelece a
documentação que pode ser exigida como qualificação econômico-
financeira para fins de habilitação. O inciso III do referido Artigo
define que poderá ser exigida "garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação".
Pelo que consta do texto legal mencionado, nos parece claro que a
comprovação da prestação de garantia, como condição de participação na
licitação, somente poderia ter sido exigida no momento da entrega da
documentação de habilitação, tendo a Comissão de Licitação a obrigação
de julgar a sua validade e adequação aos termos do edital quando da
análise de tais documentos, ou seja após a abertura dos envelopes
apresentados pelos licitantes, contendo os documentos de habilitação,
conforme definido no inciso I do Artigo 43 da Lei 8.666/93.
Cabe lembrar que a análise e julgamento dos documentos de habilitação
não necessitam ser realizados imediatamente após a abertura dos
envelopes contendo a documentação dos participantes, haja vista que o
§ 3º do Artigo 43 da Lei 8.666/93 dispõe que: "É facultada à Comissão
ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta".
O efeito prático da exigência editalícia foi a antecipação do início
da fase de habilitação em, pelo menos, 3 dias úteis e, por
conseqüência, o descumprimento do prazo legal de 15 dias que deve
separar a publicação do Edital do recebimento dos documentos de
habilitação e das propostas ou da realização do evento, conforme
consta no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Ao exigir a apresentação da garantia antes da data marcada para
apresentação do restante da documentação de habilitação, a Comissão de
Licitação diminuiu, sem previsão legal que a respaldasse, o prazo para
que os possíveis interessados pudessem conseguir os recursos ou o aval
financeiro para o cumprimento da exigência.
Diante do exposto, concluímos pela ilegalidade da exigência editalícia
de prestação de garantia previamente à fase de habilitação, bem como
consideramos que a exigência constituiu-se em fator limitante à
competitividade do certame.

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EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 04/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A exigência, que consta do edital no item 4.5.7, de que o comprovante
de garantia devesse ser obtido antes de instalada a fase de
habilitação (desde que, no entendimento do analista, esse documento
faz parte dos documentos de habilitação) se justifica por razões de
interesse público e em nome da celeridade e prevenção de
inabilitações.
Com efeito, sendo a questão do oferecimento de garantias se mostra uma
das mais controversas na materialização das licitações de médio e
grande porte, ante a insistência de serem utilizados títulos da dívida
pública fora dos padrões estabelecidos pelo Banco Central, dado que a
lei de licitações não estabelece regramento para essa aceitação.
Considerando o número estratosférico de títulos podres existentes no
mercado, a administração entendeu conveniente, para preservação da
ampla competitividade e plena participação de empresas, que essa
comprovação se desse antes da instalação dos trabalhos de abertura dos
envelopes respectivos.
Isso porque, ao se instalar a sessão, com a vedação de juntada de
novos documentos, constatando a Comissão que determinada empresa
promoveu a juntada de garantia fora das condições de aceitabilidade,
só restaria a inabilitação do licitante, com prejuízo ao certame e,
possivelmente aos cofres públicos, ante a redução da disputa.
Eventualmente poderia ser eliminado justamente o licitante que
ofereceria o menor preço, daí o prejuízo fatalmente seria maior."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada. No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público. Quanto à celeridade necessária às contratações, ela
deve decorrer do planejamento e organização da Prefeitura e não de
atos que infrinjam o arcabouço legal ou o princípio básico da ampla
competitividade. Diante disso, as alegações de interesse público e
celeridade não podem ser recepcionadas.
O que se questionou foi a exigência de prestação de garantia
previamente ao julgamento da habilitação do licitante e a consequente
antecipação da fase de habilitação. Essa situação é confirmada pela
justificativa apresentada pela Prefeitura, quando afirma que a
estratégia adotada se justificaria pela "prevenção de inabilitações"
decorrentes da prestação de garantias "fora das condições de
aceitabilidade", situação em que "restaria a inabilitação do
licitante", o que poderia trazer prejuízo à "ampla competitividade e
plena participação de empresas". É nosso entendimento que tal alegação
também não pode prosperar, quer seja porque não possui amparo legal,
quer seja porque a prestação de garantia fora das condições de
aceitabilidade, antes ou depois da fase de habilitação, teria a mesma
consequência: inabilitação do participante. Ademais, a competitividade
sofre maior prejuízo quando são adotadas regras restritivas, no caso a
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antecipação da fase de habilitação, do que quando o processo
licitatório se atém ao ordenamento legal.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.1.4 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.

FATO:
Conforme consta do item 4.5.9 do Edital, foi exigido dos interessados
na licitação que apresentassem, como parte da documentação necessária
à habilitação na licitação, comprovação de possuir capital social
mínimo integralizado na data de apresentação da proposta,
correspondente a 10% do valor estimado para a contratação. Já o item
4.5.7 do Edital estabelece que a participação na licitação estaria
condicionada à apresentação de comprovação de prestação de garantia no
valor 1% do valor estimado para a licitação a ser efetivada até o
30/05/2008.
A jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a doutrina jurídica
apontam no sentido de que a exigência concomitante de comprovação de
capital social e de prestação de garantia prévia, como condição de
habilitação de interessados na licitação, configura-se como fator
limitante à competitividade do certame, conforme argumentação a
seguir:
- Decisão nº 681/1998/Plenário - O TCU se manifestou em sentido
contrário acerca de exigência simultânea de capital social mínimo e
garantia de proposta (caução), em confronto com o que especifica o
art. 31, parágrafo 2º, da Lei nº 8.666/93. Da referida Decisão
ressaltamos o seguinte trecho:
"A matéria versada (ilegalidade de exigência simultânea de capital
social e garantia caução) permite revelar a extensão do conflito que
freqüentemente se observa entre a Administração Pública no uso da
amplitude e envergadura com que busca dimensionar as garantias
assecuratórias para o sucesso do processo licitatório, maximização do
negócio e resguardo do interesse público, e o atendimento à exegese da
Lei no sentido de assegurar o amplo caráter participativo e
competitivo aos interessados na licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, da
Lei nº 8.666/93). No caso vertente, ainda que expostas as razões para
a exigência simultânea do capital mínimo integralizado e da prestação
de garantia caução, é interativo o entendimento interpretativo de que
na fase para habilitação não pode ser exigido ônus dessa espécie
(prestação de garantia) o que poderia ser exigível para a fase de
execução do objeto licitado."
- Decisão 1.521/2002/Plenário - O TCU se manifestou no sentido de que
se atente para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº
8.666/93, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos
instrumentos convocatórios de licitações, requisitos de capital social
mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-
financeira dos licitantes.
No mesmo sentido das Decisões do TCU, é o ensinamento de Marçal Justen
Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
edição, DIALÉTICA, São Paulo, 2000, página 359), conforme
transcrevemos:
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"... A Garantia ... Em épocas passadas, era usual a Administração
condicionar a habilitação ao depósito de valores ou ao caucionamento
de bens. Isso acarretava indevida restrição à participação dos
interessados. Consagrou-se, por isso, o princípio de que a habilitação
não pode ser condicionada ao pagamento de valores ou cauções etc. O
princípio foi alçado ao nível constitucional. A exigência de
'garantias' para participação na licitação é incompatível com o
disposto no art. 37, inc. XXI, da CF/88. Por isso, o inc. III do art.
31 é inconstitucional. Além do mais, não acrescenta qualquer vantagem
ou benefício à Administração. Existe, ainda, evidente
incompatibilidade entre o inc. III e o espírito da Lei, retratado no
art. 32, § 5º."

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 04/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No caso em tela a comissão exigiu tanto a garantia como capital
social mínimo, porém o fez em resguardo ao interesse público e em nome
da efetiva garantia na execução do contrato.
De se ver que essa exigência não se constitui em previsão restritiva,
mas sim em condição que pretende afastar dos certames empresas
aventureiras, que gravitam em torno de licitações visando tão somente
obter vantagens imediatas, aí sim frustrando o caráter competitivo.
Entretanto, acolhendo a recomendação contida na jurisprudência
colacionada, o Poder Executivo abster-se-á de inserir, nos editais
futuros, tal previsão.
Além do mais, existe um rol extenso de obras de engenharia cuja
execução não é realizada por qualquer profissional ou empresa. Ainda
mais uma obra que visa o escoamento de águas pluviais, sendo que a
intensidade das chuvas tem causado inúmeros prejuízos materiais e
ceifado vidas humanas, por erros de construção nas galerias como o
noticiário tem anunciado cotidianamente. Tal obra não pode ser
considerada meramente de "corriqueira", sendo necessária, sim, a
comprovação da capacidade técnica para a sua execução. Daí porque a
administração cuidou de se precaver nas garantias, porém sendo certo
que essa conduta não implicou em perda do caráter competitivo do
certame.
Vejamos:
"Art. 31 - A documentação relativa à qualificação econômica-financeira
limitar-se-á a:
...
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
"caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que
assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
lucratividade.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução
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de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório
da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei,
como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira
dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a
ser ulteriormente celebrado.
Em relação as exigências editalícias assim manifestou o STJ :
". . .O interesse público reclama, além do suporte técnico-operacional
para realização das obras e serviços , outros requisitos ditados no
chamamento Editalício.
2. exigência editalícia orientada pelo interesse público no
cumprimento das obrigações . Legalidade." ( STJ 1ª Turma. RMS n.º
9687/PR. DJ 11 nov. de 2002, p. 00149) (grifamos)
". . .a exigência no edital, de comprovação de capacidade técnico-
operacional, não fere o caráter de competição do certame
licitatório." (STJ, 1ª Turma, RESP n.] 155861/SP, DJ 08 de mar. 1999
p. 000114.) (grifamos)
No entanto, ainda que se entenda como exigências alternativas,
constitui-se essa em mera falha formal, que apenas revestiu a execução
da obra de maior garantia, sem trazer qualquer prejuízo ao caráter
competitivo, como quis entender o Relatório. Essa presunção de
prejuízo não encontra amparo nos fatos e nos resultados do certame.
Cabe a invocação do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de maio/1998:
"Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."
Nesse pensar, as falhas inquinadas de restritivas ou de ilegais,
consoante consta do Relatório, configuram meras falhas formais, que
não trouxeram prejuízo ao objetivo perseguido pela administração,
sendo que a licitação teve preservados os princípios basilares que a
regem, quais sejam o da publicidade, o da amplitude da disputa, o da
legalidade e o do devido processo legal, razão pela qual pede-se sejam
elas relevadas".

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada, informando que a exigência concomitante de capital social
mínimo e de prestação de garantia se deu em nome do "resguardo ao
interesse público e em nome da efetiva garantia na execução do
contrato". No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público.
A constatação por nós apresentada não entra no mérito sobre se a falha
é ou não formal, mas na consequência que dela poderia advir, qual
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seja: a restrição à competitividade. Embora a Prefeitura afirme que a
falha não trouxe "qualquer prejuízo ao caráter competitivo" e que a
restrição à competitividade "não encontra amparo nos fatos e nos
resultados do certame", verifica-se que a Tomada de Preços 004/2008
teve apenas um participante e, portanto, pouca ou nenhuma
competitividade. Cabe ressaltar que o objeto licitado (obra de
engenharia) estava orçado em mais de R$ 1.000.000,00, de forma que não
é de se supor que pouco ou nenhum interesse despertasse nas empresas
do ramo.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura (abster-se de
inserir, nos editais futuros, tal previsão), mas considerando que tal
ação não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.1.5 CONSTATAÇÃO:
Bocas de lobo danificadas, denotando falta de manutenção.

FATO:
Durante a verificação in loco, observamos a existência de 4 bocas de
lobo danificadas, indicando situações de falta de manutenção e/ou
falhas construtivas.
As bocas de lobo danificadas são as seguintes:
- boca situada na Rua Áureo Bento Xavier, conectada ao PV-2 -
assoreamento do interior da caixa coletora por detritos, erosão na
calçada pavimentada e destruição parcial de partes superiores da
estrutura das paredes da caixa;
- 2 bocas situadas na Rua 14, conectadas aos PV-11A e PV-11B - erosões
nas calçadas de terra e destruição parcial de partes superiores da
estrutura das paredes das caixas coletoras;
- boca situada na Rua 14, conectada ao PV-11D - erosão na sarjeta e em
parte do pavimento a jusante da entrada da boca de lobo, indicando
ineficiência na captação do fluxo de águas pluviais ou falhas na
recomposição da sarjeta e do pavimento, posteriores à cobertura da
valeta escavada para colocação da tubulação do ramal de ligação da
caixa coletora ao PV-11D.
Cabe ressaltar que a manutenção e conservação das bocas de lobo é
responsabilidade da Prefeitura de Inhumas, conforme declaração exarada
pela administração municipal em 26/03/2008 (fls. 47 do Volume Técnico
I/CAIXA).

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco; Fotos.

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Boca de lobo na R. Áureo Bento Boca de lobo na R. 14, conectada
Xavier, conectada ao PV-2 ao PV-11A

Boca de lobo na R. 14, conectada Boca de lobo na R. 14, conectada


ao PV-11B ao PV-11D

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

AÇÃO :
1D73
APOIO A POLITICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - ACOES DE INFRA-
ESTRUTURA URBAN
OBJETIVO DA AÇÃO :
Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano
ORDEM DE SERVIÇO : 234621
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Execução de pavimentação e recapeamento de vias incluídas em regiões m
metropolitanas em risco ou criticas
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 493.100,00
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6.1.6 CONSTATAÇÃO:
Restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
três obras distintas, em locais diferentes, como se fossem um único
objeto.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 255.402-42 foi celebrado em 03/11/2008, entre
a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades,com
interveniência da CAIXA, tendo como objeto a "pavimentação e
recapeamento de vias no município de Inhumas".
Da análise do Pregão Presencial 12/2008 e da inspeção realizada in
loco, verificamos que o objeto licitado trata de três diferentes
obras:
- Implantação e asfaltamento de continuação da Av. Universitária;
- Asfaltamento de ruas do Setor Quilombo;
- Recapeamento da Avenida Radial Sul e da Rua Joaquim Pedro Vaz.
No que se refere aos locais dessas obras, pode ser observado que
tratam-se de locais distantes entre si, não trazendo nenhuma
interdependência entre as obras. No entanto, as obras foram licitadas
como se fossem uma só, com tamanho e vulto financeiro além do que
seria exigível para cada lote.
Essa situação inviabilizou a participação de pequenas empresas,
sobretudo em face da exigência de comprovação de desempenho prévio de
atividades compatíveis, em termos de características e quantidades,
com o objeto licitado considerado de forma global.
Importante ressaltar que tais obras não envolvem complexidade técnica
relevante e são realizadas cotidianamente no País inteiro. Portanto,
não foi a complexidade, ou qualquer outro fator de ordem técnica, o
fato motivador da licitação das obras de forma global. Restariam,
assim, supostamente, apenas motivos de ordem econômica.
Com efeito, a Prefeitura não demonstrou, tecnicamente, o motivo da
preferência pela adjudicação por preço global, em detrimento da
adjudicação por item, obrigatória no caso, conforme Súmula n.º 247 do
Tribunal de Contas da União:
"Súmula n.º 247 do TCU
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço
global, nos editais das licitações para a contratação de obras,
serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de
escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de
licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução,
fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com
relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de
habilitação adequar-se a essa divisibilidade".
Como fato motivador de ordem econômica, restaria uma suposta economia
de escala, que, além de não ter sido justificada no processo
licitatório, ficou comprometida pela proibição da formação de
consórcios. Além disso, ainda que tal argumentação - economia de
escala - fosse correta no caso sob análise, a prática mais usual e
comumente aceita deveria ser a de que todas as obras das prefeituras
fossem licitadas como se fossem uma só e, obviamente, não é essa
prática mais usual e não é esse o espírito embutido no ordenamento
legal.
Uma provável economia de escala, que justificasse a reunião das
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diversas obras em um só objeto, não impediria ou afastaria a
participação das pequenas empresas, se houvesse a possibilidade de
formação de consórcios. No entanto, sem justificativas ou estudos
técnicos balizadores, o órgão licitante também infringiu o previsto no
inciso I do §1º do art. 3º da Lei n.º 8.666/93, referente à restrição
ao caráter competitivo da licitação, ao vedar a participação de
consórcios. A vedação consta do subitem 4.2.1 do Edital.
Destacamos que a proibição de formação de consórcios seria justificada
caso as obras tivessem sido consideradas objetos distintos e dividida
em lotes, em locais distintos, passíveis de serem executadas por
diferentes empresas.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Pregão Presencial 12/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O analista entende que, por se tratar de três diferentes áreas as
quais, em seu convencimento em locais distantes um dos outros, sem
trazer qualquer interdependência entre as obras, (qualquer que seja o
significado dessa expressão), deveriam elas ser licitadas de per si.
Data máxima vênia, ocorre grave equívoco nesse entendimento, e várias
razões concorrem para isso.
Prima facie, não há se falar em locais de obra distantes uns dos
outros, numa comuna como Inhumas, cidade de pequeno para médio porte.
Se levarmos em consideração que as obras em questão se tratam de
pavimentação e recapeamento, portanto em vias urbanas lineares, a
distância fatalmente se revela na menor das questões.
A lei de Licitações dispõe que "As obras, serviços e compras efetuadas
pela administração serão divididas em tantas parcelas quantas se
comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à
licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis
no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de
escala." (art. 23, § 1º).
Ocorre que essa previsão não é absoluta e comporta análise, por parte
do órgão licitante, a fim de avaliar qual é a solução ideal para a
administração, levando em consideração a qualidade dos serviços, a
idoneidade da empresa, a facilidade de fiscalização, etc.
Nesse aspecto, cumpre salientar que os órgãos competentes avaliaram as
condições e chegaram à conclusão de que a solução mais razoável seria
a licitação dos serviços em um só lote, principalmente em vista que:
a) a natureza dos serviços era a mesma, e os bairros não eram tão
distantes entre si, de tal sorte que permitia que uma mesma empresa
pudesse se encarregar de todas as frentes de trabalho;
b) a separação em lotes poderia propiciar a participação de empresas
que não detinham condições econômico-financeiras para suportar atrasos
na liberação de recursos (tão comuns quando se trata de obras com a
interveniência da CEF), trazendo prejuízos à colocação dos serviços
públicos à disposição dos administrados e causando transtornos ao
cumprimento do objeto do convênio, com graves e sérios prejuízos aos
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gestor (sic) e ao Município. Releva salientar que na administração dos
recursos públicos, a busca cega ao menor preço ou à ampla
competitividade tem que ser sopesada ante a possibilidade concreta de
paralisação dos serviços por empresas que não tem condições de
execução, ainda que formadas em consórcios. Acaso se dê a não execução
do objeto do contrato de repasse, a consequência é a inscrição do
Município no cadastro de inadimplentes e a determinação, após a
realização de TCE, de devolução dos recursos ao governo federal.
Assim, o ente federado Município, ao realizar licitações para execução
de obras, notadamente com recursos federais, se cerca de todas as
cautelas de que dispõe, a fim de garantir-se, e garantir ao gestor,
que os serviços serão executados, e bem executados, com o regular
emprego do dinheiro público;
c) a separação em lotes iria propiciar o aumento do valor das obras,
desde que cada empresa iria consignar, em seus custos, o gasto com a
implantação de canteiro de obras, sendo que se fosse apenas um
licitante vencedor, o canteiro seria apenas um. Somente isso já
representa economia de escala, facilmente constatável; além disso,
perfeitamente lícita a conclusão de que uma licitação em tais
condições iria resultar em preços díspares, sem qualquer garantia de
que o custo final seria mais barato, porém com uma dose bem maior de
risco para a administração;
d) a separação em três lotes distintos iria implicar em reforço da
fiscalização, desde que seriam três empresas a serem fiscalizadas;
No tocante à proibição de formação de consórcios, essa decisão
decorreu do exercício do poder discricionário da administração, numa
prática usual nos certames da Prefeitura Municipal de Inhumas, aliás
regra geral em todas as licitações.
Por qualquer ângulo que sejam analisados os fatos e as possibilidades,
a solução mais razoável é a de que os serviços fossem licitados, como
o foram, em um só lote, daí porque pede-se sejam consideradas as
razões aqui apresentadas como motivação suficiente para a decisão de
licitar-se as obras de pavimentação e recapeamento de três bairros
distintos em um só lote, em atenção ao princípio da razoabilidade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Inicialmente, cabe esclarecer que inexistência de interdependência
entre obras significa que a execução, conclusão e funcionalidade plena
de uma não depende da outra. Ou seja, são obras estanques,
independentes umas das outras.
Em relação à distância física entre as três obras, o fato foi apontado
meramente para reforçar a inexistência de interdependência entre elas.
Portanto, nesse aspecto, concordamos com a Prefeitura, quando aponta
que "a distância fatalmente se revela na menor das questões",
especialmente se considerarmos que tais obras seriam independentes
umas das outras mesmo que fossem vizinhas.
Concordamos, também, quando a Prefeitura aponta que a previsão do
parágrafo 1º do art. 23 da Lei 8.666/93 não é absoluta, deixando
alguma margem para a discricionariedade do administrador. Entretanto,
tal discricionariedade necessitaria, obrigatoriamente, de motivação
formal prévia, haja vista que mesmo os atos discricionários carecem de
fundamentação. Conforme consta da nossa constatação, em nenhum momento
a Prefeitura demonstrou, tecnicamente, o motivo da preferência pela
adjudicação por preço global, em detrimento da adjudicação por
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item, obrigatória no caso, conforme Súmula n.º 247 do Tribunal de
Contas da União.
Em relação aos argumentos identificados nas alíneas "a" até "d" da
justificativa da Prefeitura, tecemos as seguintes considerações:
a) A natureza similar dos serviços e o fato de que uma única empresa
pudesse ter condições de arcar com todas as frentes de trabalho não
autoriza e nem releva o descumprimento do mandamento legal infringido;
b) A restrição a empresas aventureiras ou a empresas que não tivessem
condições de suportar os encargos da contratação deveria ter vindo da
submissão das regras editalícias ao ordenamento jurídico vigente, o
qual prevê mecanismos para tanto. Especulações sobre possíveis atrasos
na liberação de recursos não podem ser acatados como justificativas
para o descumprimento da norma. Além disso, a chance de uma empresa
não suportar atrasos nos pagamentos é muito maior quando incumbida de
muitas obras simultâneas ou de obras grandes do que quando incumbidas
de poucas e pequenas obras. A prática demonstra que o risco de
prejuízo para a Prefeitura e para os administrados é muito maior
quando se aglutina, indevidamente, diferentes obras em um só objeto,
pois, no caso de qualquer tipo de problema com a empresa executora,
todas as obras contratadas ficam prejudicadas, o que, quando da
adjudicação por itens, possui uma possibilidade bem menor de ocorrer;
c) O item "canteiro de obras" usualmente é proporcional à envergadura
da obra a ser executada e representou apenas 1,77% do total da
proposta adjudicada globalmente para as três obras, não havendo
motivos para acreditar que, no caso da adjudicação por itens, tal
situação pudesse sofrer um acréscimo tão substancial que justificasse
a restrição à competitividade decorrente da indevida adjudicação de
forma global. Quanto à alegada falta de garantias de que a adjudicação
por itens traria economia, porque proporcionaria a apresentação de
preços díspares, cabe lembrar que a competitividade efetiva é, sempre,
a principal responsável pela queda de preços numa licitação e essa
poderia ter sido muito maior na adjudicação por itens. Discordamos,
ainda, em relação à alegada possibilidade de apresentação de preços
díspares numa adjudicação por itens, posto que, na licitação sob
análise (Pregão Presencial 012/2008), havia uma planilha balizadora
dos preços dos itens de serviço, cuja elaboração foi da própria
Prefeitura.
d) A alegação de que "a separação em três lotes distintos iria
implicar em reforço da fiscalização, desde que seriam três empresas a
serem fiscalizadas" não pode prosperar, haja vista que: a) no caso sob
análise, o que se deveria fiscalizar seriam as obras em execução e não
as empresas, de forma que, com uma ou mais empresas, a quantidade de
obras que seriam fiscalizadas não sofreria variação; b) não se pode
admitir a linha de raciocínio de que, como não havia condições
adequadas de fiscalizar, optou-se por comprometer a competitividade do
certame licitatório.
Em relação à proibição da formação de consórcios, reiteramos o
posicionamento expresso na nossa constatação, acrescentando que,
embora seja prática discricionária usual da Prefeitura, conforme
afirmado na justificativa por ela apresentada, mesmo os atos
discricionários precisam ser motivados além da simples vontade do
gestor ou da prática usual da administração municipal.
Por fim, o resultado da licitação, por si só, indica que a restrição à
competitividade trouxe reflexos negativos à contratação, pois apenas
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uma única empresa apresentou proposta, cujo montante apresentou uma
variação de apenas R$ 35,66 em relação ao preço base da Prefeitura,
correspondendo a insignificantes 0,0068% do total orçado para as
obras.
Diante do exposto, entendemos que nem a ampla competitividade foi
preservada e nem os argumentos apresentados pela Prefeitura são
suficientes para relevar, em nome da razoabilidade, a falha apontada,
razões pelas quais mantemos a constatação.

6.1.7 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Pregão Presencial 12/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.

FATO:
No item 9.3.2 do Edital foi estabelecida a exigência de comprovação de
experiência prévia do responsável técnico pela obra a partir de um
único contrato, o que equivale a restringir tal comprovação à
apresentação de um único atestado técnico referente a obras
semelhantes às previstas na licitação.
O órgão licitante, conforme se observa, estabeleceu o limite máximo de
um atestado técnico, entretanto, não evidenciamos motivos para tal
exigência.
A exigência da apresentação de mais de um atestado ou da limitação do
seu número não é admissível, exceto em casos devidamente justificados.
A limitação de número de atestados é exceção e deve ser devidamente
justificada no processo, o que não foi feito pelo órgão licitante.
No que se refere à limitação do número de atestados, como foi o caso,
o Tribunal de Contas da União, conforme item 9.2.1 do Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário, expressa o entendimento de que tal
exigência deve ser evitada, a não ser que seja devidamente justificada
e vise garantir que a empresa contratada "detenha o conhecimento
técnico e a capacidade operacional inerentes à metodologia construtiva
a ser aplicada, sem prejuízo de esclarecer que é vedada a imposição do
referido limite quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se
os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante têm
dimensão semelhante à do objeto do certame".
Ora, obras de pavimentação e recapeamento asfáltico são corriqueiras,
realizadas rotineiramente por centenas de empresas no País e, no caso
sob análise, não demandavam nenhum conhecimento técnico e capacidade
operacional especial inerente à metodologia construtiva, que
justifique a imposição de limitação do número de atestados.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Pregão Presencial 12/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O edital não estabeleceu a limitação de apresentação de apenas um
atestado, mas antes previu a apresentação de atestado(s) decorrentes
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de um contrato, o que, no caso, quis se referir à obra em questão.
O entendimento de que a exigência de experiência do responsável
técnico a partir de apenas um contrato (itens 9.3.2.) equivale a
restringir a comprovação dessa experiência a apenas um atestado não
procede, dado que o edital não restringiu essa comprovação a apenas um
atestado, mas apenas a um contrato.
Essa diferença não é apenas semântica, mas traduz a possibilidade de a
experiência do profissional ser comprovada mediante quantos atestados
a empresa quiser juntar, desde que referente à mesma obra (contrato),
ou seja, obra de padrões semelhantes à que está em disputa.
Na realidade, o edital em momento algum restringiu a comprovação à
apenas um atestado, como entendeu o n. analista, e tanto assim é que
não houve impugnação ou questionamento a essa, ou a outra(s), previsão
(ões), razão ,pela qual é de se requerer seja relevada a condição
contida no edital.
Por fim note-se que o que se buscava era a verificação da capacitação
do profissional e também da empresa, a fim de deixar garantida a
competência na execução da obra.
O Eg. TCU pontuou:
"Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.
Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com
a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao
estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação
técnico-operacional nos termos do inc. II do art. 30 da lei 8.666/93.
(TCU, TC-009.987/94-0, Min. Paulo Afonso Martins de Oliveira,
09/08/95. BLC nov/95, pág. 564)
Ademais, o § 3º do artigo 30 reza que "será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões e atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica equivalente ou
superior." daí porque, rente a esse princípio, não haveria de supor o
licitante que apenas um atestado seria admitido.
Ante essas razões, pede-se seja relevada a condição posta no edital,
até mesmo porque adota-se a anotação como alerta para futuras obras,
consignando que não restou prejudicado, nem o certame nem o interesse
público, dado que alcançou-se a plena disputa e a competitividade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura alega que a comprovação de aptidão técnico-profissional
não estaria restrita a um atestado mas a um único contrato,
acrescentando, ainda, que a experiência do profissional poderia ser
comprovada com quantos atestados o licitante quisesse juntar, desde
que referentes "à mesma obra (contrato)". Ora, como pode uma mesma
obra - ou um mesmo tipo de serviço incluído em determinada obra -
servir de base para diferentes atestados? Parece-nos claro que cada
obra ou tipo de serviço dentro de uma obra equivale a um atestado,
mesmo que emitidos em série para diversas finalidades.
Ademais, se os atestados a serem apresentados deveriam ser
provenientes de um único contrato, conforme consta do Edital, e
referentes à mesma obra, segundo esclarecimento apresentado pela
Prefeitura, por óbvio, teria-se um único atestado.
O tipo de obra licitada não apresentava características inerentes à
sua metodologia construtiva que justificassem a restrição da
comprovação da aptidão técnico-profissional a atestado decorrente de
um único contrato ou de uma única obra, tanto que não há na
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documentação analisada qualquer pronunciamento técnico que propugne
por uma complexidade técnica que demandasse tal restrição. Diante
disso, o nosso entendimento é de que essa exigência teve como único
objetivo confirmar que o participante da licitação já tivesse
executado obra de mesma envergadura, situação vedada no Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário.
Embora o disposto artigo 30 da Lei 8.666/93 trate a questão sempre no
plural ("atestados" ou "certidões"), o Edital da licitação, em seu
item 9.3.2, leva, inegavelmente, ao entendimento que somente seria
admissível um único atestado ou certidão, posto que, em sua frase
final, além de trazer os termos "atestado" e "certidão" no singular,
limitou a sua origem a um único contrato, conforme transcrevemos:
"Será permitida a apresentação de certidão e/ou atestado proveniente
de 01 (hum) contrato".
Assim, não obstante a inexistência de recursos durante os
procedimentos da licitação, resta evidente a ilegalidade da exigência
editalícia. Já o potencial restritivo à competitividade da licitação
fica evidenciado pelo fato de que somente empresas que tivessem
executado obra de mesma magnitude poderiam participar da licitação,
caracterizando direcionamento indevido, e pelo fato de que apenas uma
única empresa apresentou proposta.
Diante do exposto mantemos a constatação.

6.1.8 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para dois dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação no Pregão Presencial 12/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, no item 9.3.5 do Edital, exigiu, como
condição para participação no Pregão Presencial 12/2008, a comprovação
de visita aos locais das obras, mediante atestado fornecido pela
municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia 18/06/2008, com
início às 09:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
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interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
licitação após a 18/06/2008 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 20/06/2008,
nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
de habilitação em dois dias e infringência ao estabelecido no inciso
I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Pregão Presencial 12/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Os analistas entenderam que ocorreu restrição ao caráter competitivo
do certame, em virtude de exigência de visita técnica, constante do
item 4.4.8., que integra a fase de habilitação, em data única, o que
teria antecipado a data dessa fase, diminuindo, assim, o prazo legal
de quinze dias.
A respeito de tal assertiva cabe ressaltar que a exigência, nesse
sentido, contida no edital é perfeitamente lógica e regular, não tendo
sido afrontada qualquer disposição legal. Tampouco constituiu-se ela
em restrição ao caráter competitivo, mesmo porque caso alguma empresa
pretendesse a participação, bastava requerer o atestado de
comparecimento.
Sobre essa questão, os fatos hão que ser analisados sob dois aspectos:
O primeiro deles é que a falta de previsão de data, deixando ao
critério da empresa o dia e a hora, implicaria em colocar um servidor
público durante todos os dias úteis do transcurso de uma licitação à
disposição, em tempo integral, para acompanhar aquele que pretendesse
a visita. Se se considerar que estão em curso não uma, mas várias
licitações, pode-se imaginar o prejuízo aos serviços e a balbúrdia
instalada, com inúmeros servidores paralisados de seus afazeres
somente esperando funcionários de empresas que pretendem participar de
licitações comparecerem para a visita técnica.
O segundo aspecto diz respeito a razões de lógica material. Com
efeito, a demarcação de data anterior àquela designada pela Comissão
para a abertura dos envelopes é medida de preservação dos interesses
da administração e defesa do uso adequado dos recursos públicos,
exigindo dos licitantes o pleno conhecimento do objeto licitado, a fim
de que possam eles, antes de comparecer ao certame, avaliar se tem
condições concretas de executar a obra.
Importante destacar que soaria como ilógico pretender que somente
quando da abertura da fase da habilitação os licitantes promovessem a
visita técnica, desde que, comparecendo os interessados à disputa em
si, teriam que sair e vistoriar o local da obra no momento em que
fossem abertos os trabalhos. E (não é demais supor) caso um dos
licitantes sentisse que no local da obra existia algum fator que
complicaria ou dificulta (sic) a sua execução, e que o custo desse
impedimento não fora por ele avaliado na proposta de preços (já
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entregue) ter-se-ia, em plena disputa, um impasse, desde que o
licitante já está nela inserido; teria apresentado os envelopes (de
habilitação e de preços, que estariam de posse da Comissão). Como a
lei não admite recuos, quando o licitante já está no processo, a sua
situação é insustentável, dado que constatou que não tem condições de
executar a obra pelo preço que lançou em sua proposta. Se essa
hipótese ocorresse com todos os licitantes, ter-se-ia uma licitação
frustrada, com perda de recursos públicos, perda de tempo e,
principalmente prejuízos aos munícipes, com a não execução do
benefício público pretendido.
No caso de obras, e especificamente no caso de municípios pequenos, a
administração deve resguardar o interesse público com os instrumentos
legais disponíveis. Portanto não se trata de mero formalismo , mas de
exigências que visam levar o licitante a conhecer, e assim a avaliar,
a sua capacidade e interesse na execução da obra licitada, evitando
assim que posteriormente venha ele a alegar que a administração não
informou dados e informações relevantes ao processo licitatório,
causando prejuízos a (sic) administração pública e ao bom andamento
dos serviços.
Dessa forma, com a devida vênia aos doutos entendimentos manifestados
no Relatório, há que prevalecer, no caso, o bom senso, aliás sempre o
dirigidor da boa interpretação das normas legais. E em assim sendo,
requer seja considerado o argumento lógico aqui manifestado, o qual
justifica a demarcação do prazo de visita antes da abertura da fase de
habilitação, mesmo porque prejuízo algum tal providência trouxe ao
certame, antes preveniu futuras discussões."
Por derradeiro cumpre dizer que as regras, numa licitação, não são
inflexíveis, sendo que essa inflexibilidade somente poderá ser
afirmada no caso de impugnação ao edital, e manutenção da previsão, ou
postulação de empresa, no certame, sem essa condição, e ser ela
inabilitada, fatos não ocorrentes.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manchete da nossa constatação é clara ao apontar que, por
meio do item 9.3.5 do edital, foi predeterminada apenas uma data
fixa para a visita dos interessados aos locais das obras, de modo que
não há engano sob esse aspecto.
Não se trata de questionar a exigência de que os licitantes visitassem
previamente o local das obras, ou a inegável importância dessa visita,
mas a definição de regras absolutamente rígidas e inflexíveis para
tal. O Edital é claro nesse aspecto: "Não serão aceitas visitas fora
da data e horário estipulado".
Como já relatado anteriormente, a estratégia adotada pela Comissão
de Licitação alijou da disputa quaisquer outros interessados que,
porventura, tivessem tomado conhecimento da licitação após a data
definida para a visita aos locais das obras ou tomassem a decisão de
participar do processo após essa data.
Cabe ressaltar, ainda, que não se trata de entender ou sugerir que a
visita técnica somente pudesse ocorrer após a abertura da fase da
habilitação, posto que, como afirma a Prefeitura, seria ilógico.
Entretanto, até a data marcada para a apresentação pelos interessados
da documentação inerente à licitação, nada deveria impedir a
participação na disputa. Os documentos de habilitação somente
poderiam ser exigidos e julgados a partir dessa data. Assim, a
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substituição da exigência de que o licitante apresentasse declaração
própria de ter conhecimento do local das obras pela exigência de
certidão exarada pela municipalidade e específica para a licitação sob
análise, a partir de visita por ela predeterminada para uma única data
e horário, trouxe, como efeito prático, a antecipação do início da
fase de habilitação, resultando, também, no descumprimento do prazo
legal estipulado no inciso V do § 2º do Artigo 4º da Lei 10.520/2002.
Da nossa constatação não consta entendimento ou sugestão de que
deveria ser deixado "ao critério da empresa o dia e a hora" para a
visita técnica, haja vista que, especialmente nos pequenos municípios,
o corpo técnico das prefeituras é usualmente restrito e não poderia
ficar permanentemente à disposição dos interessados. Entretanto, essa
situação, bem como quaisquer outras dificuldades administrativas que
possam ser eventualmente invocadas, não são suficientes para elidir a
falha apontada. Diante da restrição do corpo técnico da Prefeitura,
mas visando proporcionar a mais ampla competitividade, poderiam ter
sido adotadas diferentes estratégias para a visita ao local das obras,
como por exemplo: fixação de datas alternativas ou adoção de um
sistema de agendamento das visitas.
Reafirmamos, portanto, a nossa convicção de que a fixação de data de
maneira rígida e inflexível para visita ao local das obras possuiu
potencial restritivo à competição, enquanto que a necessidade de que
essa visita fosse, obrigatoriamente, comprovada por meio de
certificado específico exarado pela autoridade municipal, resultou na
antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.1.9 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.

FATO:
Não consta do edital do Pregão Presencial 12/2008 nenhuma menção às
condições de apresentação do BDI incluído nos preços propostos pelos
licitantes.
Da proposta vencedora da licitação, consta apenas a indicação de que
o BDI seria de 25%, não fazendo diferenciação entre serviços e
materiais.
Diante do exposto, como o BDI não foi apresentado de forma a detalhar
os seus componentes, nem na planilha orçamentária apresentada na
licitação, nem na planilha contendo os preços atualizados da proposta
vencedora, ficamos impossibilitados de verificar a adequação dos itens
incluídos como despesas indiretas.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Pregão Presencial 12/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A falta de abertura do BDI, tanto no edital quanto nas propostas, não
interferiu na composição dos custos nem no oferecimento dos preços,
daí porque não trouxe qualquer prejuízo ao certame.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 163
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De se salientar que essa obrigatoriedade não consta da lei de
Licitações, daí porque, em princípio, não estaria a administração
obrigada a faze-lo, o que não quer dizer que não fará doravante, muito
pelo contrário, é o que irá passar a prever e a exigir."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A composição do BDI abriga diversas despesas indiretas, sendo que, nem
sempre os licitantes se restringem a despesas passíveis de comporem o
BDI, incluindo, por exemplo, valores indevidos referentes à
Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSLL e ao Imposto de Renda -
IRPJ. Se não houve abertura do BDI, nem no Edital e nem na proposta
apresentada, como pode a Prefeitura afirmar que o fato não interferiu
na composição dos custos e no preço ofertado?
Embora a obrigatoriedade da abertura dos componentes do BDI não conste
da Lei 8.666/93, a necessidade de que tal exigência conste dos editais
de licitação decorre da obrigatoriedade de que a administração saiba
pelo quê está pagando, como forma de evitar pagamentos indevidos.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura ("irá passar a
prever e a exigir" a abertura do BDI), mas considerando que tal ação
não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.1.10 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de recapeamento realizado
na Avenida Radial Sul e na Rua Joaquim Pedro Vaz.

FATO:
Considerando que a única medição até agora apresentada à CAIXA detalha
apenas a execução dos serviços de recapeamento, durante a verificação
in loco percorremos 100% das áreas que passariam por este tipo de
intervenção, com foco na verificação da existência dos revestimentos
asfálticos. Foram conferidos os comprimentos e larguras da cobertura
asfáltica dos logradouros, bem como o estado geral de conservação.
A conferência das medidas de comprimento e largura foi realizada pela
Equipe de Fiscalização em 21/10/2009 e em 05/11/2009, com a
utilização de aparelho GPS, modelo Garmin E-Trex Legend, e de trena de
50 metros, respectivamente.
Chama a atenção a diferença a menor de 20,24% em relação ao total
pactuado de 9.800,74m² para os serviços de recapeamento. As medidas
por nós observadas in loco encontram-se demonstradas a seguir:

Logradouro Largura Média Comprimento Área (m²)


Verificada in Verificado
loco (m) in loco
(m)
Avenida Radial Sul (entre 9,28¹ 14,00 129,92
Av. Radial Leste mais 14
metros)
Avenida Radial Sul (após 14 7,37² 246,00 1.813,02
metros da esquina com a Av.
Radial Leste e Rua 18)
Avenida Radial Sul (entre 6,383 630,00 4.019,40
Rua 18 e Rua das Tulipas)

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Logradouro Largura Média Comprimento Área (m²)
Verificada in Verificado
loco (m) in loco
(m)
Rua Joaquim Pedro Vaz 6,874 270,00 1.854,90
(entre Rua da Saudade e Rua
José Alvarenga)
1160
TOTAL verificado in loco (m²) 7.817,24
Total Previsto (m²) 9.800,74
Diferença (m²) - 1.983,50
Variação em relação ao previsto - 20,24%
Larguras médias medidas em diferentes pontos de cada trecho.
¹ Medidas das larguras na Av. Radial Sul, entre a Av. Radial Leste e 14 metros
após a esquina: 10,25m e 8,30m (Média 9,28m)
² Medidas das larguras entre 14 metros após a esquina da Radial Leste e a Rua 18:
8,30m; 7,40m; 6,40m (Média 7,37m)
3
Medidas das larguras entre Rua 18 e Rua das Tulipas: 6,35m e 6,40m (Média 6,38m)
4
Medidas das larguras entre Rua da Saudade e Rua José Alvarenga : 6,85m; 6,40m e
7,35m (Média 6,87m)

Cabe salientar que, como a camada asfáltica de recapeamento não


alcança a largura total das ruas, a nossa medição se baseou na largura
efetiva da parte recapeada e não na largura entre os meios fios.
Considerando que o valor total previsto para os serviços de
recapeamento de 9.800,74 m² foi de R$ 149.316,42, ou seja R$ 15,24 por
metro quadrado, podemos estimar o superfaturamento quantitativo
praticado em R$ 30.228,54. Como o pagamento por 100% dos serviços de
recapeamento já foi autorizado pela CAIXA, o fato caracteriza
prejuízo.
Não foram verificadas inconsistências qualitativas significantes em
relação às especificações pactuadas.
A conservação da pavimentação asfáltica verificada é satisfatória.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco.

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Detalhes do recapeamento na Av. Radial Sul

Detalhes do recapeamento na Rua Joaquim Pedro Vaz

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A inspeção afirma que, munida de equipamentos e instrumentos,
promoveu a medição dos logradouros e vias públicas que receberam os
benefícios objeto do contrato de repasse e concluiu que houve
diferença, a menor, de 20,24%, no total dos serviços executados, ou
seja, do total previsto de 9.800,74m² para os serviços de
recapeamento, somente teriam sido executados 7.817,24m², o que
resultaria numa metragem, a menor, equivalente a 1.923,50m².
Com a devida vênia, o levantamento há que ser questionado por várias
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razões. A primeira delas diz respeito á falta de notificação para que
representante do município acompanhasse as medições, de forma a
garantir o perfeito conhecimento dos levantamentos, da forma como
estavam sendo conduzidos e se estavam sendo realizados nos locais
certos. A segunda diz respeito aos resultados, desde que os mesmos são
conflitantes tanto com os verificados pela fiscalização do município
como os fiscalizados, e atestados nas medições, pela fiscalização da
Caixas Econômica Federal.
Importante aqui relembrar que os serviços são executados, medidos,
conferidos e atestados pela fiscalização municipal. As medições são
encaminhadas à Caixa Econômica Federal designa um fiscal para que
confira, in loco, os serviços, tanto nos aspectos de qualidade, quanto
nos de quantidade, e somente depois disso é que é feita a liberação da
medição. Após isso, a empresa está habilitada a receber da CEF o valor
da medição, cujo pagamento se dá por crédito direto na conta corrente
da empresa.
Vale dizer, o município apenas confere as medições dos serviços, porém
a conferência final e o atestado de cumprimento dos quantitativos
indicados nas medições é de responsabilidade da Caixa Econômica
Federal."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em relação à falta de notificação para que representante do município
acompanhasse as medições para o "perfeito conhecimento dos
levantamentos, da forma como estavam sendo conduzidos e se estavam
sendo realizados nos locais certos", tecemos as seguintes
considerações: a) durante a reunião de abertura dos trabalhos,
realizada em 21/10/2009, foi informado ao Prefeito quanto a
metodologia de trabalho que seria adotada, inclusive quanto às
verificações in loco, não tendo o gestor se manifestado sobre a
intenção de acompanhar os trabalhos de campo; b) o método e os locais
dos levantamentos realizados encontram-se descritos na constatação
apresentada à Prefeitura; c) a presença de representante do município
em nada alteraria o método adotado nas medições, o qual não difere do
método adotado pela CAIXA e, possivelmente, pela própria Prefeitura:
para o cálculo da área, mede-se o comprimento da rua recapeada e
multiplica-se pela média da largura da camada de asfalto, medida em
diversos pontos; d) os locais das medições foram os logradouros
constantes da documentação apresentada pela própria Prefeitura e pela
CAIXA, conforme pode ser verificado a partir da fotos constantes das
evidências.
A discrepância entre os resultados da fiscalização da CGU e as
medições da Prefeitura e o atesto da CAIXA é a própria essência da
constatação. Sendo assim, de forma a contestar os nossos resultados,
deveria a Prefeitura ter conferido, também in loco, as nossas medições
para rejeitá-las ou confirmá-las. Entretanto, tal providência não foi
adotada, tendo a Prefeitura se limitado a apontar a que as medições
por ela encaminhadas foram aprovadas pela CAIXA, a quem caberia a
responsabilidade pela "conferência final e o atestado de cumprimento
dos quantitativos indicados...".
O fato da CAIXA ser responsável pela aprovação da medição encaminhada
não exonera o administrador municipal de garantir o fiel cumprimento
dos quantitativos pactuados e nem exonera a CAIXA de possíveis erros
cometidos na aprovação dos serviços.
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Diante do exposto, na ausência de contestação objetiva à diferença por
nós apontada, mantemos a constatação.

6.2 - PROGRAMA
6001
APOIO AO DESENVOLVIMENTO URBANO DE MUNICIPIOS DE PEQUEN
AÇÃO :
109A
IMPLANTACAO OU MELHORIA DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URB
ANA EM MUNICIPIOS COM ATE 100.000 HABITANTES - ACOES DE
INFRA-ESTRUTURA EM MU
OBJETIVO DA AÇÃO :
Implantação ou Melhoria de obras de Infra-Estrutura Urbana em Municípi
ios com até 100.000 habitantes
ORDEM DE SERVIÇO : 234617
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Implantação de calçamentos em vias do município
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 245.850,00

6.2.1 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Tomada de Preços 01/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 242.955-52 foi celebrado em 31/12/2007,
entre a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades,
com interveniência da CAIXA, tendo como objeto a "implantação de
calçamentos no município de Inhumas".
No item 04.04.04 do Edital foi estabelecida a exigência de comprovação
de experiência prévia do licitante e do responsável técnico pela obra
a partir de um único contrato, o que equivale a restringir tal
comprovação à apresentação de um único atestado técnico referente a
obras semelhantes às previstas na licitação.
O órgão licitante, conforme se observa, estabeleceu o limite máximo de
um atestado técnico, entretanto, não evidenciamos motivos para tal
exigência.
A exigência da apresentação de mais de um atestado ou da limitação do
seu número não é admissível, exceto em casos devidamente justificados.
A limitação de número de atestados é exceção e deve ser devidamente
justificada no processo, o que não foi feito pelo órgão licitante.
No que se refere à limitação do número de atestados, como foi o caso,
o Tribunal de Contas da União, conforme item 9.2.1 do Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário, expressa o entendimento de que tal
exigência deve ser evitada, a não ser que seja devidamente justificada
e vise garantir que a empresa contratada "detenha o conhecimento
técnico e a capacidade operacional inerentes à metodologia construtiva
a ser aplicada, sem prejuízo de esclarecer que é vedada a imposição do
referido limite quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se
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os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante têm
dimensão semelhante à do objeto do certame".
Ora, obras de construção de calçadas são corriqueiras, realizadas
rotineiramente por centenas de empresas no País e, no caso sob
análise, não demandavam nenhum conhecimento técnico e capacidade
operacional especial inerente à metodologia construtiva, que
justificasse a imposição de limitação do número de atestados.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O entendimento de que a exigência de experiência do responsável
técnico a partir de apenas um contrato (itens 04.04.04 do edital)
implica em restringir a comprovação dessa experiência a apenas um
atestado não procede, dado que o edital não restringiu essa
comprovação a apenas um atestado, mas apenas a um contrato.
Essa diferença não é apenas semântica, mas traduz a possibilidade de a
experiência do profissional ser comprovada mediante quantos atestados
quiser a empresa juntar, referente à mesma obra (contrato), ou seja,
obra de padrões semelhantes ao que está em questão.
Na realidade, o edital em momento algum restringiu a comprovação à
apenas um atestado, como entendeu o n. analista, e tanto assim é que
não houve impugnação ou questionamento a essa, ou a outra(s), previsão
(ões), razão ,pela qual é de se requerer seja relevada a condição
contida no edital.
Por fim note-se que o que se buscava era a verificação da capacitação
do profissional e também da empresa, a fim de deixar garantida a
competência na execução da obra.
O Eg. TCU pontuou:
"Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.
Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com
a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao
estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação
técnico-operacional nos termos do inc. II do art. 30 da lei 8.666/93.
(TCU, TC-009.987/94-0, Min. Paulo Afonso Martins de Oliveira,
09/08/95. BLC nov/95, pág. 564)
Ademais, o § 3º do artigo 30 reza que "será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões e atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica equivalente ou
superior." daí porque, rente a esse princípio, não haveria de supor o
licitante que apenas um atestado seria admitido.
Ante essas razões, pede-se seja relevada a condição posta no edital,
até mesmo porque adota-se a anotação como alerta para futuras obras,
consignando que não restou prejudicado, nem o certame nem o interesse
público, dado que alcançou-se a plena disputa e a competitividade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura alega que a comprovação de aptidão técnico-profissional
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não estaria restrita a um atestado mas a um único contrato,
acrescentando, ainda, que a experiência do profissional poderia ser
comprovada com quantos atestados o licitante quisesse juntar, desde
que referentes "à mesma obra (contrato)". Ora, como pode uma mesma
obra - ou um mesmo tipo de serviço incluído em determinada obra -
servir de base para diferentes atestados? Parece-nos claro que cada
obra ou tipo de serviço dentro de uma obra equivale a um atestado,
mesmo que emitidos em série para diversas finalidades. Ademais, o
disposto no itens 04.04.04 do Edital da licitação deixa claro que a
capacitação técnica-profissional da empresa ou de seu responsável
técnico deveria ser proveniente de um único contrato. Se deveria ser
proveniente de um único contrato, conforme consta do Edital, e
referentes à mesma obra, segundo esclarecimento apresentado pela
Prefeitura, por óbvio, teria-se um único atestado.
O tipo de obra licitada não apresentava características inerentes à
sua metodologia construtiva que justificassem a restrição da
comprovação da aptidão técnico-profissional a atestado decorrente de
um único contrato ou de uma única obra, tanto que não há na
documentação analisada qualquer pronunciamento técnico que propugne
por uma complexidade técnica que demandasse tal restrição. Diante
disso, o nosso entendimento é de que essa exigência teve como único
objetivo confirmar que o participante da licitação já tivesse
executado obra de mesma envergadura, situação vedada no Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário.
Embora o disposto artigo 30 da Lei 8.666/93 trate a questão sempre no
plural ("atestados" ou "certidões"), o Edital da licitação leva,
inegavelmente, ao entendimento que somente seria admissível um único
atestado ou certidão, posto que limitou a sua origem a um único
contrato relativo a "serviços compatíveis" com o objeto licitado.
Assim, não obstante a inexistência de recursos durante os
procedimentos da licitação, resta evidente a ilegalidade da exigência
editalícia. Já o potencial restritivo à competitividade da licitação
fica evidenciado pelo fato de que somente empresas que tivessem
executado obra de mesma magnitude poderiam participar da licitação.
Diante do exposto mantemos a constatação.

6.2.2 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para três dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação na Tomada de Preços 01/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, no item 04.04.04.02 do Edital, exigiu, como
condição para participação no Tomada de Preços 01/2008, a comprovação
de visita aos locais das obras, mediante atestado fornecido pela
municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia 12/05/2008, com
início às 09:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
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técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
licitação após a 12/05/2008 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 15/05/2008,
nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
de habilitação em três dias e infringência ao estabelecido no inciso
I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
Os analistas entenderam que ocorreu restrição ao caráter competitivo
do certame, em virtude de exigência de visita técnica, constante do
item 4.4.8., que integra a fase de habilitação, em data única, o que
teria antecipado a data dessa fase, diminuindo, assim, o prazo legal
de quinze dias.
A respeito de tal assertiva cabe ressaltar que a exigência, nesse
sentido, contida no edital é perfeitamente lógica e regular, não tendo
sido afrontada qualquer disposição legal. Tampouco constituiu-se ela
em restrição ao caráter competitivo, mesmo porque caso alguma empresa
pretendesse a participação, bastava requerer o atestado de
comparecimento.
Sobre a obrigatoriedade da realização da visita técnica, a discussão
já está superada, desde que os tribunais de contas, em sua maioria, em
especial o TCU, já pontuaram que não é faculdade do licitante, mas
antes uma obrigação á (sic) realização da visita técnica. Assim os
licitantes devem efetuar a visita técnica para não serem inabilitados
do procedimento, como disposto pelo TCU no Processo no TC-
013.049/2005-0:
"No que concerne à vistoria prévia, forçoso destacar que tal exigência
encontra amparo tanto na legislação (art. 30, inciso III, da Lei nº
8.666/1993) como na jurisprudência do TCU (v.g. Decisão nº 783/2000-
Plenário)".
Ainda sobre essa questão, cumpre analisar os fatos sob dois outros
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aspectos:
O primeiro deles é que a falta de previsão de data, deixando ao
critério da empresa o dia e a hora, implicaria em colocar um servidor
público durante todos os dias úteis do transcurso de uma licitação à
disposição, em tempo integral, para acompanhar aquele que pretendesse
a visita. Se se considerar que estão em curso não uma, mas várias
licitações, pode-se imaginar o prejuízo aos serviços e a balbúrdia
instalada, com inúmeros servidores paralisados de seus afazeres
somente esperando funcionários de empresas que pretendem participar de
licitações comparecerem para a visita técnica.
O segundo aspecto diz respeito a razões de lógica material. Com
efeito, a demarcação de data anterior àquela designada pela Comissão
para a abertura dos envelopes é medida de preservação dos interesses
da administração e defesa do uso adequado dos recursos públicos,
exigindo dos licitantes o pleno conhecimento do objeto licitado, a fim
de que possam eles, antes de comparecer ao certame, avaliar se tem
condições concretas de executar a obra.
Importante destacar que soaria como ilógico pretender que somente
quando da abertura da fase da habilitação os licitantes promovessem a
visita técnica, desde que, comparecendo os interessados à disputa em
si, teriam que sair e vistoriar o local da obra no momento em que
fossem abertos os trabalhos. E (não é demais supor) caso um dos
licitantes sentisse que no local da obra existia algum fator que
complicaria ou dificulta (sic) a sua execução, e que o custo desse
impedimento não fora por ele avaliado na proposta de preços (já
entregue) ter-se-ia, em plena disputa, um impasse, desde que o
licitante já está nela inserido; teria apresentado os envelopes (de
habilitação e de preços, que estariam de posse da Comissão). Como a
lei não admite recuos, quando o licitante já está no processo, a sua
situação é insustentável, dado que constatou que não tem condições de
executar a obra pelo preço que lançou em sua proposta. Se essa
hipótese ocorresse com todos os licitantes, ter-se-ia uma licitação
frustrada, com perda de recursos públicos, perda de tempo e,
principalmente prejuízos aos munícipes, com a não execução do
benefício público pretendido.
No caso de obras, e especificamente no caso de municípios pequenos, a
administração deve resguardar o interesse público com os instrumentos
legais disponíveis. Portanto não se trata de mero formalismo , mas de
exigências que visam levar o licitante a conhecer, e assim a avaliar,
a sua capacidade e interesse na execução da obra licitada, evitando
assim que posteriormente venha ele a alegar que a administração não
informou dados e informações relevantes ao processo licitatório,
causando prejuízos à administração pública e ao bom andamento dos
serviços.
Por outro lado, o próprio SINDUSCOM-SE orienta seus sindicalizados
sobre a propriedade dessa visita, cuja manifestação, contida no site
indicado, está assim construída:
"A visita técnica pode ser feita por qualquer pessoa, leiga ou
profissional, independente de vínculo com a empresa licitante, desde
que o edital não exija a presença de engenheiro habilitado para
determinada especialidade e que seja empregado da empresa. Entretanto,
recomenda-se que seja enviado para efetuar a vistoria no lugar das
obras a serem executadas um profissional devidamente inscrito no CREA
e que pertença à equipe técnica da empresa ou que possua procuração
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desta última. Esta atitude é um meio de cautela, uma vez que esta
visita atesta que o local se encontra em perfeitas condições para
execução do serviço a ser contratado e qualquer ocorrência posterior
referente ao estado do local não poderá ser questionada futuramente.
Ressalta-se que se houver no instrumento editalício previsão da
presença de engenheiro habilitado e que possua vínculo empregatício
com a empresa licitante, deverá ser cumprida a exigência. Assim, só o
que constar no edital deve ser rigorosamente obedecido.
No que se refere ao pré-estabelecimento no edital de data para a
visita técnica, é plenamente possível que o órgão licitante determine
dia e hora para a realização desta. Havendo qualquer impedimento da
empresa em não poder se dirigir ao local para atestar as condições, é
aconselhável que se comunique com a Administração Pública, por meio de
documento protocolado no órgão licitante, solicitando o agendamento de
outro período para realização da visita.
Caso o edital exija a visita técnica, mas não constem as
informações concernentes à sua concretização, a empresa licitante pode
elaborar um Pedido de Esclarecimento, através do qual a Administração
Pública deverá dirimir as dúvidas quanto as omissões ou obscuridades
editalícias. (Fonte: Assessoria Jurídica do SINDUSCON-SE -
www.sinduscom-se.com.br)"
Dessa forma, com a devida vênia aos doutos entendimentos manifestados
no Relatório, há que prevalecer, no caso, o bom senso, aliás sempre o
dirigidor da boa interpretação das normas legais. E em assim sendo,
requer seja considerado o argumento lógico aqui manifestado, o qual
justifica a demarcação do prazo de visita antes da abertura da fase de
habilitação, mesmo porque prejuízo algum tal providência trouxe ao
certame, antes preveniu futuras discussões.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manchete da nossa constatação é clara ao apontar que foi
predeterminada apenas uma data fixa para a visita dos interessados
aos locais das obras, de modo que não há engano sobre esse aspecto.
Não se trata de questionar a exigência de que os licitantes visitassem
previamente o local das obras, ou a inegável importância dessa visita,
mas a definição de regras absolutamente rígidas e inflexíveis para
tal. O Edital é claro nesse aspecto: "Não serão aceitas visitas fora
da data e horário estipulado".
Como já relatado anteriormente, a estratégia adotada pela Comissão
de Licitação alijou da disputa quaisquer outros interessados que,
porventura, tivessem tomado conhecimento da licitação após a data
definida para a visita aos locais das obras ou tomassem a decisão de
participar do processo após essa data.
Cabe ressaltar, ainda, que não se trata de entender ou sugerir que a
visita técnica somente pudesse ocorrer após a abertura da fase da
habilitação, posto que, como afirma a Prefeitura, seria ilógico.
Entretanto, até a data marcada para a apresentação pelos interessados
da documentação inerente à licitação, nada deveria impedir a
participação na disputa. Os documentos de habilitação somente
poderiam ser exigidos e julgados a partir dessa data. Assim, a
substituição da exigência de que o licitante apresentasse declaração
própria de ter conhecimento do local das obras pela exigência de
certidão específica para a licitação sob análise exarada pela
municipalidade e específica para a licitação sob análise, a partir de
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visita por ela predeterminada para uma única data e horário, trouxe,
como efeito prático, a antecipação do início da fase de habilitação,
resultando, também, no descumprimento do prazo legal estipulado no
inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Da nossa constatação não consta entendimento ou sugestão de que
deveria ser deixado "ao critério da empresa o dia e a hora" para a
visita técnica, haja vista que, especialmente nos pequenos municípios,
o corpo técnico das prefeituras é usualmente restrito e não poderia
ficar permanentemente à disposição dos interessados. Entretanto, essa
situação, bem como quaisquer outras dificuldades administrativas que
possam ser eventualmente invocadas, não são suficientes para elidir a
falha apontada. Diante da restrição do corpo técnico da Prefeitura,
mas visando proporcionar a mais ampla competitividade, poderiam ter
sido adotadas diferentes estratégias para a visita ao local das obras,
como por exemplo: fixação de datas alternativas ou adoção de um
sistema de agendamento das visitas.
Reafirmamos, portanto, a nossa convicção de que a fixação de data de
maneira rígida e inflexível para visita ao local das obras possuiu
potencial restritivo à competição, enquanto que a necessidade de que
essa visita fosse, obrigatoriamente, comprovada por meio de
certificado específico exarado pela autoridade municipal, resultou na
antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.2.3 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.

FATO:
O item 04.05.02 do Edital estabelece que a participação na licitação
estaria condicionada à apresentação de comprovação de prestação de
garantia no valor de R$ 2.581,42, a ser efetivada até o 09/05/2008,
portanto antes da data da entrega da documentação de habilitação.
A Seção II da Lei 8.666/93 estabelece as condições de habilitação nas
licitações. O Artigo 31, constante da referida Seção II, estabelece a
documentação que pode ser exigida como qualificação econômico-
financeira para fins de habilitação. O inciso III do referido Artigo
define que poderá ser exigida "garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação".
Pelo que consta do texto legal mencionado, nos parece claro que a
comprovação da prestação de garantia, como condição de participação na
licitação, somente poderia ter sido exigida no momento da entrega da
documentação de habilitação, tendo a Comissão de Licitação a obrigação
de julgar a sua validade e adequação aos termos do edital quando da
análise de tais documentos, ou seja após a abertura dos envelopes
apresentados pelos licitantes, contendo os documentos de habilitação,
conforme definido no inciso I do Artigo 43 da Lei 8.666/93.
Cabe lembrar que a análise e julgamento dos documentos de habilitação
não necessitam ser realizados imediatamente após a abertura dos
envelopes contendo a documentação dos participantes, haja vista que o
§ 3º do Artigo 43 da Lei 8.666/93 dispõe que: "É facultada à Comissão
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ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta".
O efeito prático da exigência editalícia foi a antecipação do início
da fase de habilitação em, pelo menos, 3 dias úteis e, por
conseqüência, o descumprimento do prazo legal de 15 dias que deve
separar a publicação do Edital do recebimento dos documentos de
habilitação e das propostas ou da realização do evento, conforme
consta no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Ao exigir a apresentação da garantia antes da data marcada para
apresentação do restante da documentação de habilitação, a Comissão de
Licitação diminuiu, sem previsão legal que a respaldasse, o prazo para
que os possíveis interessados pudessem conseguir os recursos ou o aval
financeiro para o cumprimento da exigência.
Diante do exposto, concluímos pela ilegalidade da exigência editalícia
de prestação de garantia previamente à fase de habilitação, bem como
consideramos que a exigência constituiu-se em fator limitante à
competitividade do certame.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A exigência, que consta do edital no item 04.05.02, de que o
comprovante de garantia devesse ser obtido antes de instalada a fase
de habilitação (desde que, no entendimento do analista, esse documento
faz parte dos documentos de habilitação) se justifica por razões de
interesse público e em nome da celeridade e prevenção de
inabilitações.
Com efeito, sendo a questão do oferecimento de garantias se mostra uma
das mais controversas na materialização das licitações de médio e
grande porte, ante a insistência de serem utilizados títulos da dívida
pública fora dos padrões estabelecidos pelo Banco Central, dado que a
lei de licitações não estabelece regramento para essa aceitação.
Considerando o número estratosférico de títulos podres existentes no
mercado, a administração entendeu conveniente, para preservação da
ampla competitividade e plena participação de empresas, que essa
comprovação se desse antes da instalação dos trabalhos de abertura dos
envelopes respectivos.
Isso porque, ao se instalar a sessão, com a vedação de juntada de
novos documentos, constatando a Comissão que determinada empresa
promoveu a juntada de garantia fora das condições de aceitabilidade,
só restaria a inabilitação do licitante, com prejuízo ao certame e,
possivelmente aos cofres públicos, ante a redução da disputa.
Eventualmente poderia ser eliminado justamente o licitante que
ofereceria o menor preço, daí o prejuízo fatalmente seria maior.
Por derradeiro, tem-se que havendo sido a Tomada de Preços, eleita
como a modalidade cabível em razão do valor estimado da contratação, a
comprovação de recolhimento da garantia ocorrida em até 3 dias úteis
antes do recebimento das propostas não caracteriza restrição à
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competitividade do certame considerando-se a necessidade de estar o
licitante devidamente cadastrado ou atender a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas (art. 22, § 2º da LLC)."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada. No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público. Quanto à celeridade necessária às contratações, ela
deve decorrer do planejamento e organização da Prefeitura e não de
atos que infrinjam o arcabouço legal ou o princípio básico da ampla
competitividade. Diante disso, as alegações de interesse público e
celeridade não podem ser recepcionadas.
O que se questionou foi a exigência de prestação de garantia
previamente ao julgamento da habilitação do licitante e a consequente
antecipação da fase de habilitação. Essa situação é confirmada pela
justificativa apresentada pela Prefeitura, quando afirma que a
estratégia adotada se justificaria pela "prevenção de inabilitações"
decorrentes da prestação de garantias "fora das condições de
aceitabilidade", situação em que "restaria a inabilitação do
licitante", o que poderia trazer prejuízo à "ampla competitividade e
plena participação de empresas". É nosso entendimento que tal alegação
também não pode prosperar, quer seja porque não possui amparo legal,
quer seja porque a prestação de garantia fora das condições de
aceitabilidade, antes ou depois da fase de habilitação, teria a mesma
consequência: inabilitação do participante. Ademais, a competitividade
sofre maior prejuízo quando são adotadas regras restritivas, no caso a
antecipação da fase de habilitação, do que quando o processo
licitatório se atém ao ordenamento legal.
Quanto à comparação da antecipação da fase de habilitação, conforme
por nós apontado, com necessidade de estar o licitante devidamente
cadastrado ou atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas não é
procedente, porque a exigência questionada estipulou a prestação da
garantia para o dia 09/05/2008, portanto para seis dias antes da
licitação (15/05/2008). Assim, essa argumentação somente reforçaria a
evidência de antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.2.4 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.

FATO:
Conforme consta do item 04.05.03 do Edital da Tomada de Preços
01/2008, foi exigido dos interessados na licitação que apresentassem,
como parte da documentação necessária à habilitação na licitação,
comprovação de possuir, na data de apresentação da proposta, capital
social mínimo de R$ 25.814,20 integralizado. Já o item 04.05.02 do
Edital estabelece que a participação na licitação estaria condicionada
à apresentação de comprovação de prestação de garantia no valor R$
2.581,42, a ser efetivada até o 09/05/2008.
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A jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a doutrina jurídica
apontam no sentido de que a exigência concomitante de comprovação de
capital social e de prestação de garantia prévia, como condição de
habilitação de interessados na licitação, configura-se como fator
limitante à competitividade do certame, conforme argumentação a
seguir:
- Decisão nº 681/1998/Plenário - O TCU se manifestou em sentido
contrário acerca de exigência simultânea de capital social mínimo e
garantia de proposta (caução), em confronto com o que especifica o
art. 31, parágrafo 2º, da Lei nº 8.666/93. Da referida Decisão
ressaltamos o seguinte trecho:
"A matéria versada (ilegalidade de exigência simultânea de capital
social e garantia caução) permite revelar a extensão do conflito que
freqüentemente se observa entre a Administração Pública no uso da
amplitude e envergadura com que busca dimensionar as garantias
assecuratórias para o sucesso do processo licitatório, maximização do
negócio e resguardo do interesse público, e o atendimento à exegese da
Lei no sentido de assegurar o amplo caráter participativo e
competitivo aos interessados na licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, da
Lei nº 8.666/93). No caso vertente, ainda que expostas as razões para
a exigência simultânea do capital mínimo integralizado e da prestação
de garantia caução, é interativo o entendimento interpretativo de que
na fase para habilitação não pode ser exigido ônus dessa espécie
(prestação de garantia) o que poderia ser exigível para a fase de
execução do objeto licitado."
- Decisão 1.521/2002/Plenário - O TCU se manifestou no sentido de que
se atente para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº
8.666/93, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos
instrumentos convocatórios de licitações, requisitos de capital social
mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-
financeira dos licitantes.
No mesmo sentido das Decisões do TCU, é o ensinamento de Marçal Justen
Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
edição, DIALÉTICA, São Paulo, 2000, página 359), conforme
transcrevemos:
"... A Garantia ... Em épocas passadas, era usual a Administração
condicionar a habilitação ao depósito de valores ou ao caucionamento
de bens. Isso acarretava indevida restrição à participação dos
interessados. Consagrou-se, por isso, o princípio de que a habilitação
não pode ser condicionada ao pagamento de valores ou cauções etc. O
princípio foi alçado ao nível constitucional. A exigência de
'garantias' para participação na licitação é incompatível com o
disposto no art. 37, inc. XXI, da CF/88. Por isso, o inc. III do art.
31 é inconstitucional. Além do mais, não acrescenta qualquer vantagem
ou benefício à Administração. Existe, ainda, evidente
incompatibilidade entre o inc. III e o espírito da Lei, retratado no
art. 32, § 5º."

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
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de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No caso em tela a comissão de licitação fez constar do edital tanto a
exigência da garantia como a demonstração de capital social mínimo,
porém o fez em resguardo ao interesse público e em nome da efetiva
garantia na execução do contrato.
De se ver que essa exigência não se constitui em previsão restritiva,
mas sim em condição suplementar, com o viso de afastar dos
certames, de uma forma geral, empresas aventureiras, que gravitam em
torno de licitações visando tão somente obter vantagens imediatas, aí
sim frustrando o caráter competitivo. Essa ocorrência é de
conhecimento e domínio público de tantos quantos militem nessa área.
Além do mais, existe um rol extenso de obras de engenharia cuja
execução não é realizada por qualquer profissional ou empresa, ainda
mais uma obra pública que deve suportar o escoamento de águas
pluviais, sendo que a intensidade das chuvas tem causado inúmeros
prejuízos materiais e ceifado vidas humanas, por erros de construção
como o noticiário tem anunciado cotidianamente. Daí porque a
administração cuidou de se precaver nas garantias, porém sendo certo
que essa conduta não implicou em perda do caráter competitivo do
certame.
Vejamos:
"Art. 31 - A documentação relativa à qualificação econômica-financeira
limitar-se-á a:
...
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
"caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que
assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
lucratividade.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução
de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório
da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei,
como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira
dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a
ser ulteriormente celebrado.
Em relação as exigências editalícias assim manifestou o STJ :
". . .O interesse público reclama, além do suporte técnico-operacional
para realização das obras e serviços , outros requisitos ditados no
chamamento Editalício.
2. exigência editalícia orientada pelo interesse público no
cumprimento das obrigações . Legalidade." ( STJ 1ª Turma. RMS n.º
9687/PR. DJ 11 nov. de 2002, p. 00149) (grifamos)
". . .a exigência no edital, de comprovação de capacidade técnico-
operacional, não fere o caráter de competição do certame
licitatório." (STJ, 1ª Turma, RESP n.] 155861/SP, DJ 08 de mar. 1999
p. 000114.) (grifamos)
No entanto, ainda que se entenda como exigências alternativas,
constitui-se essa em mera falha formal, que apenas revestiu a execução
da obra de maior garantia, sem trazer qualquer prejuízo ao caráter
competitivo, como quis entender o Relatório. Essa presunção de
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prejuízo não encontra amparo nos fatos e nos resultados do certame.
Cabe a invocação do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de maio/1998:
"Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."
Nesse pensar, as falhas inquinadas de restritivas ou de ilegais,
consoante consta do Relatório, configuram meras falhas formais, que
não trouxeram prejuízo ao objetivo perseguido pela administração,
sendo que a licitação teve preservados os princípios basilares que a
regem, quais sejam o da publicidade, o da amplitude da disputa, o da
legalidade e o do devido processo legal, razão pela qual pede-se sejam
elas relevadas.
Entretanto, acolhendo a recomendação contida na jurisprudência
colacionada, o Poder Executivo abster-se-á de inserir, nos editais
futuros, tal previsão."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada, informando que a exigência concomitante de capital social
mínimo e de prestação de garantia se deu em nome do "resguardo ao
interesse público e em nome da efetiva garantia na execução do
contrato". No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público.
A constatação por nós apresentada não entra no mérito sobre se a falha
é ou não formal, mas na consequência que dela poderia advir, qual
seja: a restrição à competitividade. Embora a Prefeitura afirme que a
falha não trouxe "qualquer prejuízo ao caráter competitivo" e que a
restrição à competitividade "não encontra amparo nos fatos e nos
resultados do certame", verifica-se que o resultado da Tomada de
Preços 001/2008, por si só, indica que a restrição à competitividade
trouxe reflexos negativos à contratação, pois a proposta vencedora
apresentou uma variação de apenas R$ 83,41 em relação ao preço base da
Prefeitura, correspondendo a insignificantes 0,032% do total orçado
para as obras.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura (abster-se de
inserir, nos editais futuros, tal previsão), mas considerando que tal
ação não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.2.5 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.

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FATO:
Não consta do edital do Tomada de Preços 01/2008 nenhuma menção às
condições de apresentação do BDI incluído nos preços propostos pelos
licitantes.
Da proposta vencedora da licitação, também não consta menção ao BDI.
Diante do exposto, como o BDI não foi apresentado de forma a detalhar
os seus componentes, nem na planilha orçamentária apresentada na
licitação, nem na planilha contendo os preços da proposta vencedora,
ficamos impossibilitados de verificar a adequação dos itens incluídos
como despesas indiretas.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A falta de abertura do BDI, tanto no edital quanto nas propostas, não
interferiu na composição dos custos nem no oferecimento dos preços,
daí porque não trouxe qualquer prejuízo ao certame.
De se salientar que essa obrigatoriedade não consta da lei de
Licitações, daí porque, em princípio, não estaria a administração
obrigada a faze-lo, o que não quer dizer que não fará doravante, muito
pelo contrário, é o que irá passar a prever e a exigir."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A composição do BDI abriga diversas despesas indiretas, sendo que, nem
sempre os licitantes se restringem a despesas passíveis de comporem o
BDI, incluindo, por exemplo, valores indevidos referentes à
Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSLL e ao Imposto de Renda -
IRPJ. Se não houve abertura do BDI, nem no Edital e nem na proposta
apresentada, como pode a Prefeitura afirmar que o fato não interferiu
na composição dos custos e no preço ofertado?
Embora a obrigatoriedade da abertura dos componentes do BDI não conste
da Lei 8.666/93, a necessidade de que tal exigência conste dos editais
de licitação decorre da obrigatoriedade de que a administração saiba
pelo quê está pagando, como forma de evitar pagamentos indevidos.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura ("irá passar a
prever e a exigir" a abertura do BDI), mas considerando que tal ação
não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.2.6 CONSTATAÇÃO:
Pagamento indevido por serviços glosados nos Relatórios de
Acompanhamento de Empreendimento - RAE da CAIXA (placa de obra).

FATO:
Verificamos a existência das seguintes Medições de Obra e respectivos
Relatórios de Acompanhamento de Empreendimento - RAE na documentação
em poder da CAIXA e na documentação apresentada pela Prefeitura:
- 1ª Medição, no valor de R$ 93.028,97;
- RAE de 11/07/2008, aprovando o valor de R$ 92.193,09, correspondendo
a 35,73% do valor total pactuado. Neste RAE foram glosados R$ 835,88,
referentes à placa de obra inadequada (R$ 683,76) e pequenos serviços
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não executados (R$ 152,12);
- 2ª Medição, no valor de R$ 165.029,67;
- RAE de 15/09/2008, aprovando o valor de R$ 137.399,90,
correspondendo a 53,24% do valor total pactuado. Neste RAE foram
glosados R$ 27.781,89, referentes a 927,49m² de calçadas não
executadas. Diferença essa que deveria ser compensada com obras na Av.
Pedro Alves Teixeira. Também neste RAE foram liberados R$ 152,12 que
haviam sido glosados no RAE de 11/07/2008;
- 3ª Medição, no valor de R$ 27.781,89;
- RAE de 16/01/2009, aprovando o valor de R$ 27.547,04, correspondendo
a 10,67% do valor total pactuado. Neste RAE foram glosados R$ 234,85,
referentes a rampas de acessibilidade não executadas e confirmada a
glosa da placa de obra.
Observa-se, então, que o valor total aprovado pelos RAE foi de R$
257.140,03, correspondendo a uma glosa total de R$ 918,61 (placa de
obra no valor de R$ 683,76 e rampas no valor de R$ 234,85).
Conferindo, por meio dos extratos bancários e das notas fiscais, os
pagamentos realizados, observa-se que foram efetuados pagamentos no
valor de R$ 257.823,79, conforme detalhamos:
Medição Nota Fiscal Data do Valor (R$)
Pagamento
1ª Medição 263 13/08/2008 53.821,45
1ª Medição 270 29/09/2008 39.055,40
2ª Medição 273 19/11/2008 137.399,90
3ª Medição 277 02/02/2009 27.547,04
TOTAL 257.823,79

Comparando os valores aprovados nos RAE (R$ 257.140,03) e os valores


pagos (R$ 257.823,79), obtém-se uma diferença de R$ 683,76, que
corresponde ao valor da glosa da placa de obra. Essa diferença a maior
nos pagamentos indica que, embora glosada, o valor foi pago pela
CAIXA.
Considerando que o valor total disponível para a execução do pacto foi
de R$ 258.878,32 (repasse + contrapartida + R$ 735,82 de rendimentos)
e o valor aprovado pela CAIXA foi de R$ 257.140,03, o valor a ser
recolhido pela Prefeitura, ao final da execução da obra, deveria ser
de R$ 1.738,29. O saldo na conta bancária do CR 242.955-52, em
29/05/2009, era de R$ 1.054,53, o que confirma o pagamento pela placa
de obra glosada.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Prestação de Contas apresenta em 02/05/2009 pela Prefeitura de
Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação específica sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

6.2.7 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de construção de calçadas,
objeto do CR 242.955-52.
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FATO:
Durante a inspeção in loco, percorremos 100% das áreas que seriam
beneficiadas com a construção de calçadas, com foco na verificação da
existência dos revestimentos nos passeios públicos. Foram conferidos
os comprimentos e larguras das calçadas, bem como as suas
características e o estado geral de conservação.
Os áreas calçadas foram identificadas por meio das planilhas e plantas
disponibilizadas pela CAIXA e medidas pela Equipe de Fiscalização em
21/10/2009, com a utilização de trena de 50 metros. Os resultados das
verificações in loco foram comparados com valores obtidos nas três
fontes abaixo e estão apresentados na tabela a seguir:
- Medições da Prefeitura, presentes nas páginas 90 e 91 do Volume
Técnico/CAIXA;
- Plantas da Prefeitura (croquis de medição), presentes nas páginas 92
a 107 do Volume Técnico/CAIXA;
- Termo de Aceitação Definitiva de Obra, integrante da prestação de
contas final, encaminhada pela Prefeitura de Inhumas à CAIXA em
02/05/2009 e ainda não incorporada aos volumes do contrato analisado.
Logradouros de implantação Áreas de implantação dos calçamentos (m2)
dos calçamentos Medições da Plantas da Termo de Medições da
Prefeitura Prefeitura Aceitação Fiscalização
Avs. Radial Norte e 5.219,58 4.924,01 4.953,29 4.989,13
Wilson Quirino
Av. Bernardo Sayão e R. 2.757,94 2.532,94 2.470,94 2.476,93
Cezário Silva
Av. Pedro Alves Teixeira 365,40 365,40 927,59 365,40
Área total dos 8.342,92 7.822,35 8.351,82 7.831,46
calçamentos

Pelo que se verifica, as áreas medidas pela Equipe de Fiscalização são


quase coincidentes com as constantes das plantas da Prefeitura,
inclusive quanto às dimensões dos diversos segmentos, e menores que as
áreas informadas nas medições da Prefeitura e no Termo de Aceitação,
estas últimas muito próximas entre si. Não identificamos na
documentação analisada explicações para as divergências nos documentos
da Prefeitura.
Já as medições aprovadas pela CAIXA indicam a execução de 8.341,72m²
de calçadas. Comparando o quantitativo atestado pela CAIXA com a nossa
medição, obtém-se uma variação de 510,26m², correspondendo a diferença
de 6,11% a menor, em relação ao total aprovado.
O valor total pago pelos serviços de calçamento foi de R$ 257.823,79.
Retirando-se R$ 683,76 desse montante, correspondendo ao valor da
placa da obra, item independente da quantidade de serviços, tem-se R$
257.140,03, correspondendo, em proporção direta, à área de calçamentos
executada. Dividindo-se R$ 257.140,03 por 8.341,72 m², a área total
considerada nos pagamentos autorizados pela CAIXA, tem-se o valor
unitário de R$ 30,82/m² de calçamento.
O superfaturamento quantitativo é, então, estimado em R$ 15.726,21 (R
$30,82 x 510,26). Como o pagamento por 100% dos serviços de calçamento
já foi autorizado pela CAIXA, o fato caracteriza prejuízo.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco.

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de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Diz o relatório que foram constatadas diferenças significativas
quando da conferência dos serviços executados. Diz o relatório que
foram conferidos os cumprimento (sic) e a largura das calçadas e que a
diferença resultou da comparação das medições aprovadas pela Caixa e o
total apurado no levantamento, resultando numa metragem a menor de
510,26m² de calçadas não executadas, importando o prejuízo em R$
15.726,21, já computado o pagamento indevido da placa (item anterior).
No que tange a essa imputação, releva acrescentar que os levantamentos
se deram à revelia do fiscalizado, e sem que esse pudesse ao menos
designar servidor para acompanhar os trabalhos e prestar as
informações adequadas.
No entanto a inspeção afirma que, munida de equipamentos e
instrumentos, promoveu a medição dos logradouros e vias públicas que
receberam os benefícios objeto do contrato de repasse e concluiu que
houve diferença, a menor, da ordem de 6,11% dos serviços de
calçamento, conforme demonstrado no Relatório.
Com a devida vênia, o levantamento há que ser questionado por várias
razões. A primeira delas diz respeito à falta de notificação para que
representante do município acompanhasse as medições, de forma a
garantir o perfeito conhecimento dos levantamentos; da forma como
estavam sendo conduzidos e os métodos de cálculos empregados e, por
fim, se estavam sendo realizados nos locais certos.
A segunda diz respeito aos resultados, desde que os mesmos são
conflitantes tanto com os verificados pela fiscalização do município
quanto com os atestados nas medições, pela fiscalização da Caixa
Econômica Federal. Tanto assim é que não houve divergências nas demais
obrigações do contratado, mas apenas e tão somente na pavimentação.
Importante aqui relembrar que os serviços são executados, medidos,
conferidos e atestados pela fiscalização municipal. As medições são
encaminhadas á Caixa Econômica Federal que designa um fiscal para que
confira, in loco, os serviços, tanto nos aspectos de qualidade, quanto
nos de quantidade. Somente depois disso é que é feita a liberação da
medição. Após isso, a empresa está habilitada a receber da CEF o valor
da medição, cujo pagamento se dá por crédito direto na conta corrente
da empresa.
Vale dizer, o município apenas certifica as medições dos serviços,
porém a conferência final e o atestado de aprovação das medições
quanto ao cumprimento dos quantitativos ali indicados é de
responsabilidade da Caixa Econômica Federal."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Inicialmente cabe esclarecer que, ao contrário do que consta na
manifestação da Prefeitura, o valor referente à placa glosada não está
incluído no cálculo por nós apresentado, conforme consta do teor da
nossa constatação. Assim, o valor apontado como prejuízo potencial
refere-se, exclusivamente, ao superfaturamento quantitativo.
Em relação à falta de notificação para que representante do município
acompanhasse as medições para o "perfeito conhecimento dos
levantamentos, da forma como estavam sendo conduzidos e se estavam
sendo realizados nos locais certos", tecemos as seguintes
considerações: a) durante a reunião de abertura dos trabalhos,
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 183
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
realizada em 21/10/2009, foi informado ao Prefeito quanto a
metodologia de trabalho que seria adotada, inclusive quanto às
verificações in loco, não tendo o gestor se manifestado sobre a
intenção de acompanhar os trabalhos de campo; b) o método e os locais
dos levantamentos realizados encontram-se descritos na constatação
apresentada à Prefeitura; c) a presença de representante do município
em nada alteraria o método adotado nas medições, o qual não difere do
método adotado pela CAIXA e, possivelmente, pela própria Prefeitura:
para o cálculo da área, mede-se o comprimento da calçada e multiplica-
se pela média da largura do trecho revestido pelo calçamento; d) os
locais das medições foram os logradouros constantes da documentação
apresentada pela própria Prefeitura e pela CAIXA, conforme pode ser
verificado a partir da fotos constantes das evidências.
A discrepância entre os resultados da fiscalização da CGU e as
medições da Prefeitura e o atesto da CAIXA é a própria essência da
constatação. Sendo assim, de forma a contestar os nossos resultados,
deveria a Prefeitura ter conferido, também in loco, as nossas medições
para rejeitá-las ou confirmá-las. Entretanto, tal providência não foi
adotada, tendo a Prefeitura se limitado a apontar a que as medições
por ela encaminhadas foram aprovadas pela CAIXA, a quem caberia a
responsabilidade pela "conferência final e o atestado de aprovação das
medições quanto ao cumprimento dos quantitativos ali indicados ...".
O fato da CAIXA ser responsável pela aprovação da medição encaminhada
não exonera o administrador municipal de garantir o fiel cumprimento
dos quantitativos pactuados e nem exonera a CAIXA de possíveis erros
cometidos na aprovação dos serviços.
Diante do exposto, na ausência de contestação objetiva à diferença por
nós apontada, mantemos a constatação.

6.2.8 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento qualitativo dos serviços de construção de calçadas,
objeto do CR 242.955-52.

FATO:
Conforme consta da documentação apresentada pela Prefeitura de Inhumas
e pela CAIXA, as calçadas deveriam ser construídas em concreto
desempenado com espessura mínima de 5 cm.
Durante a verificação in loco, ao nos depararmos com trechos de
calçadas quebrados ou nos quais a espessura do calçamento podia ser
verificada a partir de suas bordas internas (na divisa com os lotes ou
em rachaduras no passeio), constatamos que a espessura das calçadas
não chega aos 5 cm, ficando em no máximo 3 cm.
O fato caracteriza superfaturamento qualitativo, haja vista que, tanto
na análise técnica da CAIXA, quanto na Tomada de Preços
01/2008/Inhumas, usada para a contratar a empresa executora da obra, o
objeto foi especificado como sendo calçadas com 5 cm de espessura. A
própria proposta vencedora da licitação é clara neste sentido.
O custo unitário contratado pela Prefeitura para o metro quadrado do
item de serviço "Passeio Público de Proteção c/ Concreto Desempenado 5
cm" foi de R$ 24,24, perfazendo um total de R$ 202.200,25, para os
8.341,72m² de calçadas.
Considerando que não consta das planilhas SINAPI o custo estimado para
calçadas em concreto desempenado com espessura inferior a 5 cm, para
estimar o prejuízo, partimos da composição do item de serviço "Passeio
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 184
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
de Proteção em Concreto Desempenado 5cm", código SINAPI 41727,
referente ao mês de maio/2008, e calculamos o valor dos materiais
utilizados em termos proporcionais à espessura (redução de 5cm para 3
cm, correspondendo a 60%). Quanto à mão de obra, ante a falta de
informação sobre a proporcionalidade entre esta e a espessura da
calçada, optamos por manter o valor que cada item da mão de obra
representa no preço unitário do item de serviço, conforme segue:
Composição Unitária Custo % sobre o Preço Fator de Valor
do Serviço por m² de SINAPI Total Contratado Ajuste de 5cm Ajustado
calçada (R$) (R$) para 3cm para 3cm
(R$)
Areia média 2,35 11,70% 2,84 x 0,6 1,70
Cimento Portland 7,53 37,48% 9,08 x 0,6 5,45
comum
Pedra britada 2 ou 25 0,95 4,73% 1,15 x 0,6 0,69
mm
Pedra britada 05 ou 0,65 3,24% 0,79 x 0,6 0,47
75 mm
Tábua de madeira de 0,30 1,49% 0,36 x 0,6 0,22
3ª - 2,5 X 30,0 cm
Material - TOTAL 11,78 58,64% 14,22 x 0,6 8,32
Pedreiro 4,72 23,49% 5,69 x 1,0 5,69
Servente 3,59 17,87% 4,33 x 1,0 4,33
Serviço - TOTAL 8,31 41,36% 10,02 x 1,0 10,02
TOTAIS 20,09 100,00% 24,24 - 18,34
Fonte: Planilha SINAPI - Analítico de maio/2008 e Planilhas de Medição

Assim, a estimativa do valor superfaturado pode ser obtida a partir da


diferença entre o valor total pago pelo item de serviço "Passeio de
Proteção em Concreto Desempenado 5cm" e o novo valor ajustado para uma
espessura média de 3cm (R$ 18,34 x 8.341,72m²), conforme segue:
Valor Pago Valor Ajustado Diferença
R$ 202.200,25 R$ 152.987,14 R$ 49.213,11

Como o pagamento por 100% dos serviços de calçamento já foi autorizado


pela CAIXA, o fato caracteriza prejuízo.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco; Fotos.

Av. Wilson Quirino de Andrade, Av. Wilson Quirino de Andrade,


Setor Tarumã, Q. 2 Setor Tarumã, Q. 2 – detalhe

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Av. Wilson Quirino de Andrade, Av. Wilson Quirino de Andrade,
S. Raio de Sol, Q. 3 – fragmento Res. Watanabe, Q. 1

Av. Wilson Quirino de Andrade, Av. Wilson Quirino de Andrade,


Res. Watanabe, Q. 1 - fragmento Res. Watanabe, Q. 1 - fragmento

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Diz o relatório que analisada a documentação do contrato, verificou-
se que, segundo o ajuste as calçadas deveriam ter sido construídas com
espessura mínima de 5cm.
Porém, na verificação in loco constatou-se, ao verificar trechos de
calçadas quebrados ou nos quais a espessura do calçamento poderia ser
verificada a partir de suas bordas internas, a análise revelou que
"...a espessura das calçadas não chega 5cm, ficando no máximo em 3cm.
Data maxissima vênia, além da ilegalidade na forma de condução da
vistoria, por afrontar ao princípio da ampla defesa e contraditório,
importa ressaltar que os critérios utilizados para se chegar à
conclusão manifestada no Relatório quanto a esse item não encontram o
menor respaldo nas técnicas de aferição de serviços preconizadas pelas
normas de engenharia.
A verificação de alguns pontos, o exame superficial a olho nu de
alguns locais, permissa vênia, não autorizam a conclusão de que toda a
área delimitada para a implementação dos serviços teria "no máximo
3cm."
Ora, diz o Relatório que o calçamento não atingia 5cm, e que teria no
máximo 3cm. Como o vistoriante chegou a essa conclusão? Qual o método
utilizado para esse cálculo? Quantos pontos e com que distância um do
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 186
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
outro foram analisados? Houve perfuração do material a fim de calcular
a espessura, em outros pontos, ou somente foram aferida as laterais.
È por demais sabido que, em obras públicas, tais como pavimentação,
calçamento, imprimação, embora haja uma espessura mínima recomendável
e que, eventualmente poderá ser a contratada, em alguns locais
esparsos essa espessura pode não atingir a metragem ajustada, o que
não implica na conclusão de que toda a área não recebeu o material na
espessura contratada.
Assim, não pode ser tida como válida e regular essa imputação, pelo
que a administração procederá nova verificação dos quantitativos
executados quanto á espessura prevista em contrato e, caso haja
diferença, será essa exigida do CONTRATADO."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Inicialmente cabe esclarecer que, ao contrário do que consta na
manifestação da Prefeitura, não houve nenhuma afronta ao princípio da
ampla defesa. O informativo encaminhado ao Prefeito em 16/12/2009, por
meio do Ofício n.º 41199/2009/GAB/CGU-Regional/GO, deixa perfeitamente
claro que as informações então encaminhadas são de "caráter apenas
preliminar" e destinam-se a propiciar a oportunidade para "eventuais
considerações" da Prefeitura sobre os resultados da fiscalização.
Também consta do mencionado Ofício que as informações encaminhadas
"contêm, em princípio, conclusões preliminares acerca de falhas e/ou
irregularidades, cuja comprovação não raro demanda um aprofundamento
de diligências" e que não é afastada a "apresentação de outros
documentos e/ou informações que, em decorrência do aprofundamento das
apurações, sejam requeridos". Portanto não há que se falar em afronta
ao princípio da ampla defesa e, menos ainda, em ilegalidade na forma
de condução da vistoria, posto que realizada estritamente em relação
aos recursos federais repassados ao município e dentro das normas de
auditoria e fiscalização aplicáveis.
Quanto à constatação em si, é de se observar que não decorreu de
perícia de engenharia, mas de vistoria dos aspectos mais óbvios da
obra e, por isso mesmo, de fácil mensuração, quais sejam: comprimento,
largura e espessura das calçadas. Os comprimentos e larguras foram
conferidos em todos os trechos. Entretanto, no que se refere à
espessura, por não possuirmos autorização para tal, não foram
realizadas perfurações sistematizadas, tendo sido aproveitadas, para a
formação de opinião, as situações originalmente encontradas in loco.
Assim, os locais e os fragmentos de calçadas com espessura inferior ao
contratado estão detalhados nas fotos adiante.
Não há razão para crer que, por mera coincidência, somente nos trechos
que tivemos condições de medir, a espessura do calçamento não atingiu
os cinco centímetros, haja vista que: a) conforme consta dos
Relatórios de Acompanhamento de Empreendimento - RAE exarados pela
CAIXA, cerca de 90% do calçamento fiscalizado foi executado em um
período de apenas dois meses, entre 13/06/2008 e 15/08/2008; b)
percorremos todos os trechos que foram objeto de intervenção e
verificamos que as características de todos eles são semelhantes,
indicando que a mesma metodologia construtiva foi utilizada; c) a
mesma empresa foi responsável pela execução de todo o calçamento; d)
em boa parte dos trechos verificados havia indicativos de que a
espessura das calçadas não atingia, em nenhuma de suas partes, os
cinco centímetros contratados.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 187
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Quanto à alegação de que "em alguns locais esparsos essa espessura
pode não atingir a metragem ajustada", entendemos não se aplicar ao
caso concreto sob análise, posto que tratam-se de calçadas cuja
contratação previu a realização de vários serviços preliminares que
pudessem garantir a espessura contratada em toda a sua extensão, tais
como: limpeza do terreno, aterro, apiloamento e regularização do
terreno.
Ademais, não foram feitas especulações a partir de "exame superficial
a olho nu", mas observações criteriosas das espessuras nos locais onde
isso foi possível, como comprovam as fotos constantes das evidências.
Ainda que não possuam precisão pericial, as evidências por nós
coletadas são robustas e demandam revisão das obras por parte dos
responsáveis: Prefeitura de Inhumas e CAIXA.
Diante do exposto, na ausência de contestação objetiva à diferença por
nós apontada, mantemos a constatação.

6.2.9 CONSTATAÇÃO:
Calçadas danificadas, em função da utilização indevida, da falta de
manutenção e de falhas na construção (espessura inferior ao previsto).

FATO:
Durante a verificação in loco, observamos a existência de três trechos
danificados nos calçamentos que foram objeto do Contrato de Repasse
242.955-52, indicando situações de falta de manutenção e de uso
indevido do passeio público. Situação esta, certamente agravada pelo
fato de que as calçadas não possuem a espessura contratada, sendo mais
finas do que os 5 cm pactuados.
Os trechos danificados são os seguintes:
- Avenida Wilson Quirino, Quadra 3, Setor Raio de Sol - a parte
interna do calçamento apresentava afundamento, provavelmente devido à
movimentação de veículos utilizados em serviços relativos ao cartaz
publicitário instalado no lote vago defronte à calçada;
- Avenida Wilson Quirino, Quadra 2, Setor Tarumã - o calçamento
implantado em frente ao lote vago situado ao lado de loja de material
de construção apresentava trincas e afundamentos, certamente
ocasionados pelo tráfego de veículos pesados, em decorrência da
utilização do lote para armazenamento de materiais da referida loja;
- Avenida Wilson Quirino, Quadra 1, Residencial Watanabe - o
calçamento estava com a parte interna destruída por serviço que
envolveu movimentação de terra no local.
Cabe ressaltar que a manutenção e conservação das calçadas é
responsabilidade da Prefeitura de Inhumas, conforme declaração exarada
pela administração municipal em 25/02/2008 (fl. 31 do Volume
Técnico/CAIXA). Além da conservação e manutenção, também é
responsabilidade da Prefeitura fiscalizar o uso das calçadas para fins
indevidos, como o tráfego de veículos pesados.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco; Fotos.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 188


Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Av. Wilson Quirino - Q3 Av. Wilson Quirino - Q2
Setor Raio de Sol Setor Tarumã

Av. Wilson Quirino - Q1 Av. Wilson Quirino - Q1


Setor Watanabe Setor Watanabe

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O Relatório aponta que as calçadas estão danificadas em razão de
utilização indevida e em decorrência de falhas na construção.
Quanto á utilização indevida, não é apontada em que consiste este uso
indevido, sendo difícil de concluir o que possa gerar essa afirmação.
No tocante à falha de construção, as justificativas produzidas no item
anterior rebatem essa conclusão."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Acreditamos ser a constatação bastante clara quanto ao uso indevido,
de forma que reproduzimos o já relatado:
- Avenida Wilson Quirino, Quadra 3, Setor Raio de Sol - a parte
interna do calçamento apresentava afundamento, provavelmente devido à
movimentação de veículos utilizados em serviços relativos ao cartaz
publicitário instalado no lote vago defronte à calçada;
- Avenida Wilson Quirino, Quadra 2, Setor Tarumã - o calçamento
implantado em frente ao lote vago situado ao lado de loja de material
de construção apresentava trincas e afundamentos, certamente
ocasionados pelo tráfego de veículos pesados, em decorrência da
utilização do lote para armazenamento de materiais da referida loja;
- Avenida Wilson Quirino, Quadra 1, Residencial Watanabe - o
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 189
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
calçamento estava com a parte interna destruída por serviço que
envolveu movimentação de terra no local.
Como se vê, nos dois primeiros casos o uso indevido decorre do tráfego
de veículos sobre a calçada, situação obviamente irregular. A terceira
situação decorreu de serviço, não se sabe a cargo de quem, que
demandou a destruição de calçada. Em todos os casos, quando da nossa
verificação in loco, as calçadas danificadas não haviam sido
recuperadas ou refeitas, denotando falta de manutenção. Os pontos
destruídos comprovam as falhas de construção, posto que, em nenhum
deles, a espessura média chegou aos cinco centímetros contratados. As
fotos do campo "evidência" da constatação anterior, em conjunto com as
fotos do campo "evidência" desta constatação, ilustram de maneira
cristalina a situação apontada.
Portanto, entendemos estarem caracterizados o uso indevido, a falta de
manutenção e as falhas de construção, motivo pelo qual mantemos a
constatação.

AÇÃO :
109A
IMPLANTACAO OU MELHORIA DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URBANA EM MUNICIPIOS
COM ATE 100.000 HABITANTES - ACOES DE INFRA-ESTRUTURA URBAN
OBJETIVO DA AÇÃO :
Implantação ou Melhoria de obras de Infra-Estrutura Urbana em Municípi
ios com até 100.000 habitantes
ORDEM DE SERVIÇO : 234604
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Drenagem pluvial meio fio guias sarjetas no Vale das Goiabeiras
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 600.000,00

6.2.10 CONSTATAÇÃO:
Processo licitatório não disponibilizado pela Prefeitura de Inhumas.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 165.542-26 foi celebrado em 18/06/2004, entre
a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades, com
interveniência da CAIXA, tendo como objeto a "execução de ações de
infraestrutura urbana no município de Inhumas".
A licitação utilizada para a execução do Contrato de Repasse 165.542-
26 foi a Concorrência 02/1999, de 27/12/1999, que resultou na
assinatura, em 26/04/2000, de Contrato de Empreitada, firmado entre a
Prefeitura de Inhumas e a empresa GAE Construção e Comércio Ltda.
(CNPJ: 02.083.764/0001-13), no valor de R$ 19.390.554,81.
A licitação foi do tipo menor preço, sob regime de empreitada global.
O seu objeto foi a contratação, pelo Município de Inhumas, ao preço
orçamentário estimado em R$ 20.000.000,00, de empresa para a execução
das obras de infraestrutura no município.
Em 04/08/2004 a CAIXA emitiu o documento "Verificação de Resultado de
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 190
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Processo Licitatório", considerando apto o processo licitatório e os
serviços licitados compatíveis com o objeto do CR 165.542-26.
Apesar da análise da CAIXA, por meio da Solicitação de Fiscalização
01/2009/SM30/Inhumas/CGU-Regional/GO, de 15/10/2009, solicitamos à
Prefeitura que apresentasse as licitações realizadas para execução dos
contratos de repasse sob análise neste 30º Sorteio de Municípios,
entre eles o CR 165.542-26.
Em 03/11/2009 a Prefeitura, por meio do Ofício 340/2009, informou que
"até o presente momento não foi localizado o Processo Licitatório ...
pois já faz mais de oito anos e que provavelmente encontra-se em poder
da Câmara Municipal de Inhumas ...". Diante disso, resta
inviabilizada, ao menos por enquanto, uma análise mais completa dos
aspectos legais e formais e da licitação.
Não obstante a ausência do processo licitatório, da documentação em
poder da CAIXA constam cópias do edital, da proposta vencedora, da ata
de julgamento, do termo de homologação, do contrato e dos termos
aditivos celebrados. Com base nessa documentação, alguns aspectos da
licitação puderam ser abordados nas constatações a seguir.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Ofício 340/2009, de 03/11/2009, da Prefeitura de Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A licitação a que se refere essa ação diz respeito a Concorrência de
n.º 02/1999, datada de 27/12/1999, portanto deflagrada há mais de dez
anos.
Os arquivos contábeis do Município registram documentação mais
recente, sendo que nos casos de processos mais antigos, são eles
encaminhados para um depósito geral, no qual a documentação é tão
somente colocada, e de período em período a Câmara Municipal autoriza
a incineração.
Nesse caso específico as buscas do processo ainda estão sendo
efetuadas, sem que se tenha alcançado sucesso, informando-se contudo
que, em princípio, não há indicativo de incineração."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Concorrência 02/1999, embora datada de 27/12/1999, continuou a ser
usada pela Prefeitura por muitos anos após a sua realização, como por
exemplo no Contrato de repasse sob análise (165.542-26) que foi
assinado em 2004 e cuja execução só foi concluída em 2006. Assim, a
alegação de que, pela idade, o processo foi enviado ao arquivo morto
não pode ser acatada, motivo pelo qual mantemos a constatação.

6.2.11 CONSTATAÇÃO:
Utilização de licitação "guarda-chuva" para a execução das obras do
Contrato de Repasse 165.542-26.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas reuniu diversas obras de infraestrutura,
previstas para diversas localidades do município, em um só objeto,
adjudicado à empresa GAE - Construção e Comércio Ltda., por meio do
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 191
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
contrato originado da Concorrência 002/1999, no valor de R$
19.390.554,81.
Dessa forma, a Prefeitura passou a dispor de um instrumento, comumente
denominado "Contrato Guarda-Chuva", para realização de grande parte
dos serviços de infraestrutura urbana, contando, entretanto, com a
possibilidade potencial, do financiamento das obras a partir da
celebração futura de convênios.
De acordo com o item 1.8 do Edital, as obras "serão complementadas por
verbas Federal e Estadual", em vez de "são complementadas". Não
constam, pois, do Edital, os convênios ou contratos de repasse
firmados entre o Município e a União até a publicação da Concorrência
n.º 002/1999, bem como não houve referência expressa, no processo
licitatório, sobre a inserção do Contrato de Repasse n.º 165.542-26,
ou de qualquer outro.
Por meio deste artifício, licitação "guarda-chuva", convênios,
contratos de repasse, ou outros instrumentos congêneres, firmados, até
mesmo, depois da Concorrência n.º 002/1999, para execução de quaisquer
obras de infraestrutura, já teriam como destinatária a empresa GAE
Construção e Comércio Ltda., sem necessidade de licitação específica.
Os procedimentos licitatórios adotados contrariam disposição expressa
da Lei de Licitações, em especial o disposto no inciso III do § 2º e
no § 3º, sem prejuízo do previsto no § 6º, todos, do art. 7º da Lei de
Licitações, "in litteris":
" § 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o
respectivo cronograma;
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos
financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto
nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de
concessão, nos termos da legislação específica.
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos
atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha
dado causa."
Ciente da irregularidade, a CAIXA, inicialmente, vetou a utilização do
contrato decorrente da licitação (Ofício 3-298/2004/GIDUR/GO, de
21/10/2004). Entretanto, a pedido da Prefeitura de Inhumas, a CAIXA
solicitou pronunciamento do Ministério das Cidades. Por meio do
Parecer Jurídico 216/2005, de 13/06/2005, o referido Ministério, a
despeito da evidente característica de licitação "guarda-chuva",
entendeu que o processo atendia aos requisitos legais e às exigências
do Acórdão 2.068/2004/TCU, propugnando pela sua validade para a
execução do CR 165.542-26.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O processo foi analisado a partir da documentação disponível, em
poder da Caixa Econômica Federal, tendo a Comissão pontuado que o
contrato assume a feição de contrato guarda-chuva, e por englobar
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diversas obras de natureza distinta num mesmo processo licitatório,
sem a possibilidade de adjudicação por item, seria esse procedimento
ilegal.
No entanto, n. analista, o Município deu aplicação ao procedimento e
execução ao contrato dele decorrente baseado no princípio da aparência
e da presunção da legalidade, desde que, com base em parecer jurídico
do Ministério das Cidades, órgão responsável pela liberação dos
recursos e interveniente no processo, havia manifestado o entendimento
de que a licitação atendia aos requisitos legais e às exigências do
Acórdão 2.068/2004 - TCU, reconhecendo sua validade para a execução do
contrato de repasse 165.542-26.
Dessa forma, não se pode, nessa altura do desenvolvimento dos
serviços, inquinar de ilegalidade, ao Município de Inhumas, a validade
do procedimento sob os aspectos legais e procedimentais razão pela
qual pugna-se pelo acatamento do contrato."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da Prefeitura se restringiu a afirmar que usou a
licitação porque o Ministério das Cidades a autorizou. Embora, neste
ponto, assista razão à Prefeitura, posto que o Ministério das Cidades
realmente autorizou a sua utilização na execução do Contrato de
Repasse 165.542-26, o fato não pode ser objetivamente considerado para
descaracterizar a constatação por nós apresentada, qual seja: a
licitação utilizada na execução do Contrato de Repasse possuía todas
as características das licitações "guarda-chuva".

6.2.12 CONSTATAÇÃO:
Restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
obras distintas, em locais distintos, como se fossem um único objeto.

FATO:
Da análise do Edital da Concorrência 02/1999/Inhumas, verificamos que
o objeto licitado é por demais genérico, podendo abarcar dezenas de
diferentes obras. Tal constatação é reforçada por meio do Termo
Aditivo de Re-Ratificação, de 07/12/2004. O referido Termo Aditivo
lista, nada menos, do que seis tipos diferentes de obras e, pelo
menos, 30 diferentes bairros.
No que se refere aos locais dessas obras, pode ser observado que, via
de regra, tratam-se de locais distantes entre si, não trazendo
interdependência entre as obras. No entanto, as obras foram licitadas
como se fossem uma só, tornando-as, para efeito da licitação, uma
única obra, com tamanho e vulto financeiro além do que seria exigível
para cada possível lote. Essa situação inviabilizou a participação de
pequenas e médias empresas, sobretudo em face da exigência de
comprovação de desempenho prévio de atividades compatíveis, em termos
de características e quantidades, com o objeto licitado considerado de
forma global.
Importante ressaltar que a maioria das obras de infraestrutura
licitadas não envolvem complexidade técnica relevante e são realizadas
cotidianamente no País inteiro. Portanto, não foi a complexidade, ou
qualquer outro fator de ordem técnica, o fato motivador da licitação
das obras de forma global. Restariam, assim, supostamente, apenas
motivos de ordem econômica.
Não consta que a Prefeitura tenha demonstrado, tecnicamente, o motivo
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da preferência pela adjudicação por preço global, em detrimento da
adjudicação por item, obrigatória no caso, conforme Súmula n.º 247 do
Tribunal de Contas da União:
"Súmula n.º 247 do TCU
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço
global, nos editais das licitações para a contratação de obras,
serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de
escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de
licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução,
fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com
relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de
habilitação adequar-se a essa divisibilidade".
Como fato motivador de ordem econômica, restaria uma suposta economia
de escala, que ficou comprometida pela proibição da formação de
consórcios, além de, ao que parece, não ter sido justificada no
processo licitatório. Além disso, ainda que tal argumentação -
economia de escala - fosse correta no caso sob análise, a prática mais
usual e comumente aceita deveria ser a de que todas as obras das
prefeituras fossem licitadas como se fossem uma só e, obviamente, não
é essa prática mais usual e não é esse o espírito embutido no
ordenamento legal.
Uma provável economia de escala, que justificasse a reunião das
diversas obras em um só objeto, não impediria ou afastaria a
participação das pequenas empresas, se houvesse a possibilidade de
formação de consórcios. No entanto, sem justificativas ou estudos
técnicos balizadores, o órgão licitante também infringiu o previsto no
inciso I do §1º do art. 3º da Lei n.º 8.666/93, referente à restrição
ao caráter competitivo da licitação, ao vedar a participação de
consórcios. A vedação consta do subitem 4.2.1 do Edital.
Destacamos que a proibição de formação de consórcios seria justificada
caso as obras tivessem sido consideradas objetos distintos e dividida
em lotes, em locais distintos, passíveis de serem executadas por
diferentes empresas.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 002/1998/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Como afirmado retro, o procedimento foi analisado pela Assessoria
Jurídica do Ministério das Cidades e tido como regular, consentâneo
com as recomendações do Eg. TCU e aplicável e válido para a execução
do contrato decorrente do CR 165.542-26, razão pela qual entende-se
que ficaram superadas as discussões acerca das fases procedimentais,
pelo menos em relação ao Município, dado que a efetiva outorga das
obras se deveu à essa manifestação do órgão convenente.
Apenas à guisa de complementação, que numa comuna pequena como
Inhumas, os locais ditos como distantes uns dos outros na realidade
não comportam a interpretação de lonjura tal como nas cidades grandes
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porquanto ali, dado ao tamanho do perímetro urbano, quiçá menor do que
um pequeno bairro de uma cidade grande, longe é um adjetivo que tem
que ser entendido com relatividade, não se prestando ao conceito legal
inserto na lei 8.666/93 a ponto de descaracterizar o princípio da
economicidade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da Prefeitura se restringiu a afirmar que usou a
licitação porque o Ministério das Cidades a autorizou. Embora, neste
ponto, assista razão à Prefeitura, posto que o Ministério das Cidades
realmente autorizou a sua utilização na execução do Contrato de
Repasse 165.542-26, o fato não pode ser objetivamente considerado para
descaracterizar a constatação por nós apresentada, qual seja:
restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
obras distintas, em locais distintos, como se fossem um único objeto.
Em relação à distância física entre as obras, o fato foi apontado
meramente para reforçar a inexistência de interdependência entre elas,
especialmente se considerarmos que tais obras seriam independentes
umas das outras mesmo que fossem vizinhas.

6.2.13 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para sete dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor dos atestados de experiência prévia, como
condição de participação Concorrência 02/1999, incorrendo em restrição
à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, na alínea "e" do item 6.2.3 do Edital,
exigiu, como condição para participação no Concorrência 02/1999, a
comprovação de visita aos locais das obras, mediante atestado
fornecido pela municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia
20/12/1999, com início às 08:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
licitação após 20/12/1999 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 27/12/1999,
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nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
de habilitação em quatro dias e infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 02/1999/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Como afirmado retro, o procedimento foi analisado pela Assessoria
Jurídica do Ministério das Cidades e tido como regular, consentâneo
com as recomendações do Eg. TCU e aplicável e válido para a execução
do contrato decorrente do CR 165.542-26, razão pela qual entende-se
que ficaram superadas as discussões acerca das fases procedimentais,
pelo menos em relação ao Município, dado que a efetiva outorga das
obras se deveu à essa manifestação do órgão convenente."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da Prefeitura se restringiu a afirmar que usou a
licitação porque o Ministério das Cidades a autorizou. Embora, neste
ponto, assista razão à Prefeitura, posto que o Ministério das Cidades
realmente autorizou a sua utilização na execução do Contrato de
Repasse 165.542-26, o fato não pode ser objetivamente considerado para
descaracterizar a constatação por nós apresentada, qual seja:
restrição à competitividade decorrente de exigência de visita
técnica em data única.

6.2.14 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.

FATO:
A alínea "e" do item 6.2.4 do Edital estabelece que a participação na
licitação estaria condicionada à apresentação de comprovação de
prestação de garantia correspondente a R$ 200.000,00 do valor estimado
para a contratação, a ser efetivada até o dia 20/12/1999, portanto,
anterior à data da entrega dos documentos de habilitação.
A Seção II da Lei 8.666/93 estabelece as condições de habilitação nas
licitações. O Artigo 31, constante da referida Seção II, estabelece a
documentação que pode ser exigida como qualificação econômico-
financeira para fins de habilitação. O inciso III do referido Artigo
define que poderá ser exigida "garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação".
Pelo que consta do texto legal mencionado, nos parece claro que a
comprovação da prestação de garantia, como condição de participação na
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licitação, somente poderia ter sido exigida no momento da entrega da
documentação de habilitação, tendo a Comissão de Licitação a obrigação
de julgar a sua validade e adequação aos termos do edital quando da
análise de tais documentos, ou seja após a abertura dos envelopes
apresentados pelos licitantes, contendo os documentos de habilitação,
conforme definido no inciso I do Artigo 43 da Lei 8.666/93.
Cabe lembrar que a análise e julgamento dos documentos de habilitação
não necessitam ser realizados imediatamente após a abertura dos
envelopes contendo a documentação dos participantes, haja vista que o
§ 3º do Artigo 43 da Lei 8.666/93 dispõe que: "É facultada à Comissão
ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta".
O efeito prático da exigência editalícia foi a antecipação do início
da fase de habilitação em, pelo menos, 5 dias úteis e, por
conseqüência, o descumprimento do prazo legal de 15 dias que deve
separar a publicação do Edital do recebimento dos documentos de
habilitação e das propostas ou da realização do evento, conforme
consta no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Ao exigir a apresentação da garantia antes da data marcada para
apresentação do restante da documentação de habilitação, a Comissão de
Licitação diminuiu, sem previsão legal que a respaldasse, o prazo para
que os possíveis interessados pudessem conseguir os recursos ou o aval
financeiro para o cumprimento da exigência.
Diante do exposto, concluímos pela ilegalidade da exigência editalícia
de prestação de garantia previamente à fase de habilitação, bem como
consideramos que a exigência constituiu-se em fator limitante à
competitividade do certame.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 02/1999/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Como afirmado retro, o procedimento foi analisado pela Assessoria
Jurídica do Ministério das Cidades e tido como regular, consentâneo
com as recomendações do Eg. TCU e aplicável e válido para a execução
do contrato decorrente do CR 165.542-26, razão pela qual entende-se
que ficaram superadas as discussões acerca das fases procedimentais,
pelo menos em relação ao Município, dado que a efetiva outorga das
obras se deveu à essa manifestação do órgão convenente."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da Prefeitura se restringiu a afirmar que usou a
licitação porque o Ministério das Cidades a autorizou. Embora, neste
ponto, assista razão à Prefeitura, posto que o Ministério das Cidades
realmente autorizou a sua utilização na execução do Contrato de
Repasse 165.542-26, o fato não pode ser objetivamente considerado para
descaracterizar a constatação por nós apresentada, qual seja:
restrição à competitividade decorrente de exigência de prestação de
garantia previamente ao julgamento da habilitação do licitante.
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6.2.15 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.

FATO:
Conforme consta da alínea "c" do item 6.2.4 do Edital, foi exigido dos
interessados na licitação que apresentassem, como parte da
documentação necessária à habilitação na licitação, comprovação de
possuir capital social mínimo integralizado na data de apresentação da
proposta, correspondente a R$ 2.000.000,00. Já a alínea "e" do item
6.2.4 do Edital estabelece que a participação na licitação estaria
condicionada à apresentação de comprovação de prestação de garantia,
correspondente a R$ 200.000,00.
A jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a doutrina jurídica
apontam no sentido de que a exigência concomitante de comprovação de
capital social e de prestação de garantia prévia, como condição de
habilitação de interessados na licitação, configura-se como fator
limitante à competitividade do certame, conforme argumentação a
seguir:
- Decisão nº 681/1998/Plenário - O TCU se manifestou em sentido
contrário acerca de exigência simultânea de capital social mínimo e
garantia de proposta (caução), em confronto com o que especifica o
art. 31, parágrafo 2º, da Lei nº 8.666/93. Da referida Decisão,
ressaltamos o seguinte trecho:
"A matéria versada (ilegalidade de exigência simultânea de capital
social e garantia caução) permite revelar a extensão do conflito que
freqüentemente se observa entre a Administração Pública no uso da
amplitude e envergadura com que busca dimensionar as garantias
assecuratórias para o sucesso do processo licitatório, maximização do
negócio e resguardo do interesse público, e o atendimento à exegese da
Lei no sentido de assegurar o amplo caráter participativo e
competitivo aos interessados na licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, da
Lei nº 8.666/93). No caso vertente, ainda que expostas as razões para
a exigência simultânea do capital mínimo integralizado e da prestação
de garantia caução, é interativo o entendimento interpretativo de que
na fase para habilitação não pode ser exigido ônus dessa espécie
(prestação de garantia) o que poderia ser exigível para a fase de
execução do objeto licitado."
- Decisão 1.521/2002/Plenário - O TCU se manifestou no sentido de que
se atente para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº
8.666/93, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos
instrumentos convocatórios de licitações, requisitos de capital social
mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-
financeira dos licitantes.
No mesmo sentido das Decisões do TCU, é o ensinamento de Marçal Justen
Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
edição, DIALÉTICA, São Paulo, 2000, página 359), conforme
transcrevemos:
"... A Garantia ... Em épocas passadas, era usual a Administração
condicionar a habilitação ao depósito de valores ou ao caucionamento
de bens. Isso acarretava indevida restrição à participação dos
interessados. Consagrou-se, por isso, o princípio de que a habilitação
não pode ser condicionada ao pagamento de valores ou cauções etc. O
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 198
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
princípio foi alçado ao nível constitucional. A exigência de
'garantias' para participação na licitação é incompatível com o
disposto no art. 37, inc. XXI, da CF/88. Por isso, o inc. III do art.
31 é inconstitucional. Além do mais, não acrescenta qualquer vantagem
ou benefício à Administração. Existe, ainda, evidente
incompatibilidade entre o inc. III e o espírito da Lei, retratado no
art. 32, § 5º.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 02/1999/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Como afirmado retro, o procedimento foi analisado pela Assessoria
Jurídica do Ministério das Cidades e tido como regular, consentâneo
com as recomendações do Eg. TCU e aplicável e válido para a execução
do contrato decorrente do CR 165.542-26, razão pela qual entende-se
que ficaram superadas as discussões acerca das fases procedimentais,
pelo menos em relação ao Município, dado que a efetiva outorga das
obras se deveu à essa manifestação do órgão convenente."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da Prefeitura se restringiu a afirmar que usou a
licitação porque o Ministério das Cidades a autorizou. Embora, neste
ponto, assista razão à Prefeitura, posto que o Ministério das Cidades
realmente autorizou a sua utilização na execução do Contrato de
Repasse 165.542-26, o fato não pode ser objetivamente considerado para
descaracterizar a constatação por nós apresentada, qual seja:
restrição à competitividade decorrente de exigência concomitante de
capital social mínimo e de prestação de garantia.

6.2.16 CONSTATAÇÃO:
Exigência de que o profissional detentor de atestados de experiência
em obras compatíveis com o objeto licitado possuísse vínculo
empregatício com a empresa, como condição de participação na
Concorrência 002/1999, incorrendo em restrição à competitividade do
certame.

FATO:
No item 6.2.3 - Da Qualificação técnica, alínea "b.1", o órgão
licitante exigiu, com fundamento no § 1º do art. 30 da Lei 8.666/93,
que a empresa comprovasse possuir em seu quadro permanente, na data da
proposta, profissional de nível superior, detentor de atestados de
responsabilidade técnica devidamente registrados no CREA, referentes à
execução de serviços e obras em características e semelhantes com as
do objeto dessa licitação.
A comprovação do vínculo ao quadro permanente somente seria admissível
por meio da carteira de trabalho devidamente preenchida ou por meio do
contrato social da empresa. Ou seja, o responsável técnico deveria,
obrigatoriamente, ser empregado da empresa ou sócio dela.
Esse dispositivo legal, bastante questionado administrativa e
judicialmente, abriga interpretações diversas, tendo em vista que na
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 199
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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Lei de Licitações não foi definido o significado de quadro permanente.
Na Decisão n.º 2.297/2005 - TCU - Plenário, o Ministro Relator
demonstrou com clareza a fragilidade dessa exigência. Não obstante a
extensão da citação de grande parte do voto do Sr. Ministro, ela é
necessária para o deslinde da questão:
"8. O artigo 30, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93, utiliza a
expressão "qualificação técnico-profissional" para indicar a
existência, nos quadros permanentes de uma empresa, de profissionais
em cujo acervo técnico conste a responsabilidade pela execução de
obras ou serviços similares àqueles aspirados pelo órgão ou entidade
da Administração.
9. Todavia, há que se atentar para o fato de que a Lei nº 8.666/93 não
define o que seja "quadro permanente". Assim, essa expressão poderia
ser compreendida como o conjunto de pessoas ligadas à empresa de modo
permanente, sem natureza eventual, por meio de vínculos de natureza
trabalhista e/ou societária. Esse conceito, entretanto, reclama certa
ampliação nas hipóteses em que a autonomia no exercício da profissão
descaracteriza o vínculo empregatício sem afastar a qualificação do
sujeito como integrante do quadro permanente, como é o caso dos
profissionais da área de engenharia.
10. A exigência de que as empresas concorrentes possuam vínculo
empregatício, por meio de carteira de trabalho assinada, com o
profissional técnico qualificado mostra-se, ao meu ver, excessiva e
limitadora à participação de eventuais interessados no certame, uma
vez que o essencial, para a Administração, é que o profissional esteja
em condições de efetivamente desempenhar seus serviços no momento da
execução de um possível contrato. Em outros termos, o sujeito não
integrará o quadro permanente quando não estiver disponível para
prestar seus serviços de modo permanente durante a execução do objeto
do licitado.
11. A regra contida no artigo 30, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93,
não pode ser tomada em caráter absoluto, devendo-se sopesá-la diante
dos objetivos que se busca alcançar com a realização das licitações,
quais sejam, a garantia de observância ao princípio da isonomia e a
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração.
12. Assim, se o profissional assume os deveres de desempenhar suas
atividades de modo a assegurar a execução satisfatória do objeto
licitado, o correto é entender que os requisitos de qualificação
profissional foram atendidos. Não se pode conceber que as empresas
licitantes sejam obrigadas a manter profissionais de alta
qualificação, sob vínculo empregatício, apenas para participar da
licitação, pois a interpretação ampliativa e rigorosa da exigência de
vínculo trabalhista se configuraria como uma modalidade de distorção.
13. Atender, no caso em tela, à letra fria desse dispositivo, sem
considerar os objetivos da Administração e os limites de exigência de
qualificação técnica, suficientes para a garantia do cumprimento das
obrigações, seria desbordar para o formalismo que se basta em si
mesmo, sem ter em vista qualquer outro objetivo consentâneo com o
interesse público.
14. As exigências de qualificação técnica, sejam elas de caráter
técnico profissional ou técnico operacional, portanto, não devem ser
desarrazoadas a ponto de comprometer a natureza de competição que deve
permear os processos licitatórios realizados pela Administração
Pública. Devem constituir tão somente garantia mínima suficiente para
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 200
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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
que o futuro contratado demonstre, previamente, capacidade para
cumprir as obrigações contratuais.
15. Nesse sentido, entendo que seria suficiente, segundo alega a
representante, a comprovação da existência de um contrato de prestação
de serviços, sem vínculo trabalhista e regido pela legislação civil
comum.
16. Esse posicionamento encontra guarida no entendimento segundo o
qual a Constituição Federal somente autoriza exigências que configurem
um mínimo de segurança. Portanto, não há de se admitir exigências que
vão além disso com base no argumento de que a segurança da
Administração restaria ampliada, na medida em que o máximo de
segurança corresponderia, inequivocamente, ao máximo da restrição. E
essa não é a solução proclamada pela Carta Magna.
17. Desse modo, os fatos noticiados pela representante refletem, ao
meu ver, a prática de ato contrário aos princípios norteadores e ao
caráter competitivo dos procedimentos licitatórios".
De acordo com o voto do Ministro Relator, seria suficiente a exigência
de comprovação da existência de contrato de prestação de serviços, por
meio do qual o profissional assumisse os deveres de desempenhar suas
atividades de modo a assegurar a execução satisfatória do objeto
licitado. A exigência, conforme demonstrado, possuiu potencial
restritivo à competitividade do certame.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 02/1999/Inhumas.

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Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
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"Como afirmado retro, o procedimento foi analisado pela Assessoria
Jurídica do Ministério das Cidades e tido como regular, consentâneo
com as recomendações do Eg. TCU e aplicável e válido para a execução
do contrato decorrente do CR 165.542-26, razão pela qual entende-se
que ficaram superadas as discussões acerca das fases procedimentais,
pelo menos em relação ao Município, dado que a efetiva outorga das
obras se deveu à essa manifestação do órgão convenente."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manifestação da Prefeitura se restringiu a afirmar que usou a
licitação porque o Ministério das Cidades a autorizou. Embora, neste
ponto, assista razão à Prefeitura, posto que o Ministério das Cidades
realmente autorizou a sua utilização na execução do Contrato de
Repasse 165.542-26, o fato não pode ser objetivamente considerado para
descaracterizar a constatação por nós apresentada, qual seja:
restrição à competitividade decorrente de exigência de que o
profissional detentor de atestados de experiência em obras compatíveis
com o objeto licitado possuísse vínculo empregatício com a
empresa.

6.2.17 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de pavimentação, objeto do
CR 165.542-26.

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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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FATO:
Durante a verificação in loco, percorremos 100% das áreas que seriam
beneficiadas com a pavimentação e com as galerias pluviais, com foco
na verificação da existência dos revestimentos asfálticos, das obras
de drenagem superficial (meio fio) e das galerias pluviais. Foram
conferidos os comprimentos e larguras das ruas asfaltadas, bem como as
suas características e o estado geral de conservação.
Os ruas asfaltadas foram identificadas por meio das planilhas e
plantas disponibilizadas pela CAIXA e medidas pela Equipe de
Fiscalização em 22/10/2009, com a utilização de aparelho GPS, modelo
Garmin E-Trex Legend, e de trena de 50 metros.
Os resultados das verificações in loco foram comparados com os
quantitativos medidos pela Prefeitura e aprovados pela CAIXA. Não
identificamos diferenças significativas em relação à rede principal de
galerias pluviais. Entretanto, em relação aos ramais da rede pluvial,
à pavimentação e ao meio fio, a nossa medição indicou a existência de
superfaturamento quantitativo.
Em relação à nossa medição, cabe esclarecer que os comprimentos das
ruas asfaltadas, conforme verificado in loco, apresentaram, em relação
às medidas constantes da planilha de medição da Prefeitura, uma
diferença consistente com o grau de precisão do aparelho de medição
utilizado (GPS), variando entre 10 e 15 metros em cada rua medida.
Diante disso, para o cálculo da área asfaltada com TSD, optamos por
considerar como válidas as medidas de comprimento informadas pela
Prefeitura, com exceção da Rua São Paulo, pois a nossa medição indicou
um comprimento de 210,00 metros e a da Prefeitura 396,30 metros.
Essa diferença, muito provavelmente, decorre do fato de que a medição
da Prefeitura considerou, também, o trecho já pavimentado da Rua São
Paulo e que não integrou o projeto (entre a Rua Fortaleza e a Rua
Felisberto Jácomo). De acordo com projeto constante à fl. 409 do
Volume Técnico/CAIXA, o trecho a ser asfaltado estaria, somente, entre
as Ruas Sílvio Pinheiro Bailão e Fortaleza.
Já as medições da largura da camada asfáltica apresentadas pela
Prefeitura e aprovadas pela CAIXA, as quais foram conferidas pela
Equipe de Fiscalização com o uso de trena, indicam uma variação muito
além do aceitável, quando considerado o grau de precisão da trena.
Assim, por exemplo, ruas que a Prefeitura informou com tendo 7,00 m de
largura de camada asfáltica apresentaram variações de até 10% em
relação à nossa medição.
Quanto ao meio fio, a diferença encontrada decorre da medição pela
Prefeitura do trecho da Rua São Paulo que não integrou o projeto
(entre a Rua Fortaleza e a Rua Felisberto Jácomo).
No tocante aos ramais, as medições da Prefeitura claramente
superestimaram o seus comprimentos.
O quadro a seguir apresenta os superfaturamentos encontrados:
Serviço Medido Verificado in loco Diferença %
Pavimentação TSD 27.477,73 m² 24.809,59 m² - 2.668,15 -9,71%
Meio fio 7.850,78 m 7.478,18 m - 372,60 -4,74%
Ramal 400 mm 66,00 m 34,00 m - 32,00 - 48,48%
Ramal 600 mm 110,44 m 78,10 m - 32,34 - 29,28%

A planilha de preços contratada pela Prefeitura e aprovada pela CAIXA


indica o valor de R$ 400.210,42 para a execução de 27.477,73 m² de
pavimentação com TSD. Desse valor, R$ 246.738,96 são relativos a
itens de serviço diretamente proporcionais à camada asfáltica e R$
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153.471,46 são relativos a itens de serviço proporcionais à área da
rua, incluindo as áreas destinadas ao meio-fio e às sarjetas. Assim,
para o cálculo do prejuízo advindo do superfaturamento da
pavimentação, calculamos em R$ 8,98 o preço por metro quadrado de
pavimentação (R$ 246.738,96 sobre 27.477,73 m²). Consequentemente, o
superfaturamento pode, então, ser estimado em R$ 23.959,99 (R$ 8,98 x
2.668,15 m²).
Para a execução de 7.850,78 metros de meio fio, a planilha de preços
contratada pela Prefeitura e aprovada pela CAIXA indica o valor de R$
39.410,92, o que perfaz um valor de R$ 5,02 por metro.
Consequentemente, o superfaturamento pode, então, ser estimado em R$
1.870,45 (R$ 5,02 x 372,60m).
A quantificação do prejuízo decorrente do superfaturamento dos ramais
ficou prejudicada, em função da inexistência de detalhamento da
composição dos serviços correspondentes à implantação de ramais.
Como o pagamento por 100% dos serviços de pavimentação, meio fio e
ramais já foi autorizado pela CAIXA, o fato caracteriza prejuízo.
Não foram verificadas inconsistências qualitativas significantes em
relação às especificações pactuadas.
A conservação da pavimentação asfáltica verificada é satisfatória.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No que tange a essa imputação, releva acrescentar que os
levantamentos se deram à revelia do fiscalizado, e sem que esse
pudesse ao menos designar servidor para acompanhar os trabalhos e
prestar as informações adequadas.
No entanto a inspeção afirma que, munida de equipamentos e
instrumentos, promoveu a medição dos logradouros e vias públicas que
receberam os benefícios objeto do contrato de repasse e concluiu que
houve diferença, a menor, de 29,28%, dos serviços de pavimentação e
meios-fios e ramais, conforme planilha constante do Relatório. Informa
que o valor que decorre dessa diferença não pode ser apurado em razão
da falta de elementos , mais especificamente detalhamento da
composição dos serviços.
Com a devida vênia, o levantamento há que ser questionado por várias
razões. A primeira delas diz respeito á falta de notificação para que
representante do município acompanhasse as medições, de forma a
garantir o perfeito conhecimento dos levantamentos, da forma como
estavam sendo conduzidos e se estavam sendo realizados nos locais
certos.
A segunda diz respeito aos resultados, desde que os mesmos são
conflitantes tanto com os verificados pela fiscalização do município
quanto com os atestados nas medições, pela fiscalização da Caixa
Econômica Federal.
Importante aqui relembrar que os serviços são executados, medidos,
conferidos e atestados pela fiscalização municipal. As medições são
encaminhadas à Caixa Econômica Federal que designa um fiscal para que
confira, in loco, os serviços, tanto nos aspectos de qualidade, quanto
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nos de quantidade. Somente depois disso é que é feita a liberação da
medição. Após isso, a empresa está habilitada a receber da CEF o valor
da medição, cujo pagamento se dá por crédito direto na conta corrente
da empresa.
Vale dizer, o município apenas certifica as medições dos serviços,
porém a conferência final e o atestado de cumprimento dos
quantitativos indicados nas medições é de responsabilidade da Caixa
Econômica Federal."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Inicialmente, cabe esclarecer que a diferença de 29,28% refere-se,
unicamente, aos quantitativo de ramais de 600 mm, e não ao total das
diferenças apontadas, conforme deu a entender a manifestação da
Prefeitura.
Em relação à falta de notificação para que representante do município
acompanhasse as medições para o "perfeito conhecimento dos
levantamentos, da forma como estavam sendo conduzidos e se estavam
sendo realizados nos locais certos", tecemos as seguintes
considerações: a) durante a reunião de abertura dos trabalhos,
realizada em 21/10/2009, foi informado ao Prefeito quanto a
metodologia de trabalho que seria adotada, inclusive quanto às
verificações in loco, não tendo o gestor se manifestado sobre a
intenção de acompanhar os trabalhos de campo; b) o método e os locais
dos levantamentos realizados encontram-se descritos na constatação
apresentada à Prefeitura; c) a presença de representante do município
em nada alteraria o método adotado nas medições, o qual não difere do
método adotado pela CAIXA e, possivelmente, pela própria Prefeitura:
para o cálculo da área, mede-se o comprimento da rua pavimentada e
multiplica-se pela média da largura da camada de asfalto, medida em
diversos pontos; já para o cálculo de distâncias lineares, mede-se a
distância linear entre os pontos; d) os locais das medições foram os
logradouros constantes da documentação apresentada pela própria
Prefeitura e pela CAIXA, conforme pode ser verificado a partir da
tabela a seguir e das fotos constantes das evidências:
Vale das Goiabeiras - Pavimentação
CR 165.542-26
Logradouro Medições da Fiscalização
Comprimento Larg. Média Áreas Meio Fio (m)
(m)* (m)* (m²)
Av. Universitária, pista oeste, entre 70,60 7,50 529,50 141,20
R. Florianópolis e Av. Pedro Alves

Av. Universitária, pista leste, entre 70,60 6,50 458,90 141,20


R. Florianópolis e Av. Pedro Alves

Av. Universitária, pista oeste, entre 116,52 7,40 862,25 233,04


antes da R. Fortaleza e R. Felisberto
Jácomo
Av. Pedro Alves Teixeira, pista norte, 332,60 6,60 2.195,16 665,20
entre Av. Jerônimo Bailão e Av.
Universitária
Av. Pedro Alves Teixeira, pista sul, 332,60 6,70 2.228,42 665,20
entre Av. Jerônimo Bailão e Av.
Universitária
R. Silvio Pinheiro Bailão 311,00 6,60 2.052,60 622,00

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Vale das Goiabeiras - Pavimentação
CR 165.542-26
Logradouro Medições da Fiscalização
Comprimento Larg. Média Áreas Meio Fio (m)
(m)* (m)* (m²)
R. Natal - R. Fortaleza 108,50 6,75 732,38 217,00
(Ramo 1)
R. Fortaleza (Ramo 2) 275,80 6,60 1.820,28 551,60
R. Rio de Janeiro 450,00 6,30 2.835,00 900,00
R. São Paulo (considerou-se a medição 210,00 6,60 1.386,00 420,00
da fiscalização)
R. Belo Horizonte 533,70 6,60 3.522,42 1.067,40
R. Maceió 233,17 6,60 1.538,92 466,34
R. Recife 213,70 6,50 1.389,05 427,40
R. Felisberto Jácomo, entre R. São 300,00 6,60 1.980,00 600,00
Paulo e Av. Universitária
R. Felisberto Jácomo, entre Av. 74,30 7,00 520,10 148,60
Universitária e R. Aracaju
R. Vitória 96,00 7,10 681,60 192,00
R. Silvio Pinheiro Bailão, 10,00 7,70 77,00 20,00
encabeçamento
Totais 24.809,58 7.478,18
* - Foram utilizados os comprimentos informados no Demonstrativo de Serviços Executados
elaborado pela Prefeitura e larguras medidas in loco pela Equipe de Fiscalização, com
exceção da Rua São Paulo, onde foi utilizado, também, o comprimento medido pela Equipe
de Fiscalização.

Vale das Goiabeiras - Drenagem


CR 165.542-26
Logradouro Ramal 400 mm Ramal 600 mm
(m) (m)
PV-76 - 10,80
PV-77 - 20,50
PV-78 3,90 -
PV-79 9,40 19,80
PV-80 20,70 -
PV-83 - 13,50
PV-85 - 13,50
Total verificado in loco 34,00 78,10

A discrepância entre os resultados da fiscalização da CGU e as


medições da Prefeitura e o atesto da CAIXA é a própria essência da
constatação. Sendo assim, de forma a contestar os nossos resultados,
deveria a Prefeitura ter conferido, também in loco, as nossas medições
para rejeitá-las ou confirmá-las. Entretanto, tal providência não foi
adotada, tendo a Prefeitura se limitado a apontar que as medições por
ela encaminhadas foram aprovadas pela CAIXA, a quem caberia a
responsabilidade pela "conferência final e o atestado de cumprimento
dos quantitativos indicados...".
O fato da CAIXA ser responsável pela aprovação da medição encaminhada
não exonera o administrador municipal de garantir o fiel cumprimento
dos quantitativos pactuados e nem exonera a CAIXA de possíveis erros
cometidos na aprovação dos serviços.
Diante do exposto, na ausência de contestação objetiva à diferença por
nós apontada, mantemos a constatação.

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6.2.18 CONSTATAÇÃO:
Boca de lobo danificada, denotando falta de manutenção.

FATO:
Durante a verificação in loco da boca de lobo tripla conectada ao PV-
76, situada na Rua Rio de Janeiro, observamos que o interior da caixa
coletora se apresentava erodido e com acúmulo de detritos na junção
com a tubulação do ramal.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco; Fotos.

Boca de lobo tripa na R. Rio de Interior da caixa coletora na


Janeiro, conectada ao PV-76 junção com ramal conectado ao
PV-76

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No que tange à erosão a administração municipal está procedendo à
correção e manutenção, de forma a eliminar essas ocorrências, tendo
apenas que salientar que, dado ao período chuvoso, acentuado pela
intensidade das precipitações pluviométricas, essa manutenção está
bastante comprometida."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não obstante a justificativa apresentada, a constatação deve
permanecer até a efetiva correção e manutenção do problema apontado.

AÇÃO :
109A
IMPLANTACAO OU MELHORIA DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URB
ANA EM MUNICIPIOS COM ATE 100.000 HABITANTES - INFRA-ES
TRUTURA URBANA EM MUNI
OBJETIVO DA AÇÃO :
Implantação ou Melhoria de obras de Infra-Estrutura Urbana em Municípi
ios com até 100.000 habitantes
ORDEM DE SERVIÇO : 234616
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Implantação ou melhoria de obras de infraestrutura urbana em município
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os com até 100.000 habitantes - infraestrutura ur
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 1.482.100,00

6.2.19 CONSTATAÇÃO:
Restrição à competitividade decorrente da licitação de forma global de
três obras distintas, em locais distintos, como se fossem um único
objeto.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 241.815-30 foi celebrado em 27/12/2007, entre
a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades, com
interveniência da CAIXA, tendo como objeto a "execução de pavimentação
asfáltica com drenagem superficial"
Da análise da Concorrência 01/2008/Inhumas e da verificação realizada
in loco, verificamos que o objeto licitado trata de três diferentes
obras:
- Asfaltamento de ruas no Setor Alegrino Lélis;
- Asfaltamento de ruas no Setor Eldorado;
- Recapeamento na Avenida Wilson Quirino e Rua Joaquim Pedro.
No que se refere aos locais dessas obras, pode ser observado que
tratam-se de locais distantes entre si, não trazendo nenhuma
interdependência entre as obras. No entanto, as obras foram licitadas
como se fossem uma só, tornando-as, indevidamente, uma única obra, com
tamanho e vulto financeiro além do que seria exigível para cada lote.
Essa situação inviabilizou a participação de pequenas empresas,
sobretudo em face da exigência de comprovação de desempenho prévio de
atividades compatíveis, em termos de características e quantidades,
com o objeto licitado considerado de forma global.
Importante ressaltar que tais obras não envolvem complexidade técnica
relevante e são realizadas cotidianamente no País inteiro. Portanto,
não foi a complexidade, ou qualquer outro fator de ordem técnica, o
fato motivador da licitação das obras de forma global. Restariam,
assim, supostamente, apenas motivos de ordem econômica.
Com efeito, a Prefeitura não demonstrou, tecnicamente, o motivo da
preferência pela adjudicação por preço global, em detrimento da
adjudicação por item, obrigatória no caso, conforme Súmula n.º 247 do
Tribunal de Contas da União:
"Súmula n.º 247 do TCU
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço
global, nos editais das licitações para a contratação de obras,
serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de
escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de
licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução,
fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com
relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de
habilitação adequar-se a essa divisibilidade".
Como fato motivador de ordem econômica, restaria uma suposta economia
de escala, que, além de não ter sido justificada no processo
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 207
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licitatório, ficou comprometida pela proibição da formação de
consórcios. Além disso, ainda que tal argumentação - economia de
escala - fosse correta no caso sob análise, a prática mais usual e
comumente aceita deveria ser a de que todas as obras das prefeituras
fossem licitadas como se fossem uma só e, obviamente, não é essa
prática mais usual e não é esse o espírito embutido no ordenamento
legal.
Uma provável economia de escala, que justificasse a reunião das
diversas obras em um só objeto, não impediria ou afastaria a
participação das pequenas empresas, se houvesse a possibilidade de
formação de consórcios. No entanto, sem justificativas ou estudos
técnicos balizadores, o órgão licitante também infringiu o previsto no
inciso I do §1º do art. 3º da Lei n.º 8.666/93, referente à restrição
ao caráter competitivo da licitação, ao vedar a participação de
consórcios. A vedação consta do subitem 3.3 do Edital.
Destacamos que a proibição de formação de consórcios seria justificada
caso as obras tivessem sido consideradas objetos distintos e dividida
em lotes, em locais distintos, passíveis de serem executadas por
diferentes empresas.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Pregão Presencial 12/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Entende o analista que se tratam de três distintas situadas, segundo
seu convencimento, em locais distantes um dos outros, sem trazer
qualquer interdependência entre as obras, (qualquer que seja o
significado dessa expressão), deveriam elas ser licitadas de per si.
Data máxima vênia, ocorre grave equívoco nesse entendimento, e várias
razões concorrem para isso.
Prima facie, não há se falar em locais de obra distantes uns dos
outros, numa comuna como Inhumas, cidade de pequeno para médio porte.
Se levarmos em consideração que as obras em questão se tratam de
pavimentação e recapeamento, portanto em vias urbanas lineares, a
distância fatalmente se revela na menor das questões.
O que se enquadra como longa distância, em cidades interioranas, de
baixa densidade, seriam considerados, na cidade grande, como meros
bairros.
É o caso da presente obra. Não há qualquer impedimento ou
inconveniente em se licitar os serviços em apenas um lote, antes
pelo contrário, as análises dos setores competentes permitiram que se
chegasse à conclusão de que essa era a alternativa mais lógica e
recomendável sob os aspectos da economicidade, praticidade (aspecto
operacional) e eficiência.
Ocorre que essa previsão não é absoluta e comporta análise, por parte
do órgão licitante, a fim de avaliar qual é a solução ideal para a
administração, levando em consideração a qualidade dos serviços, a
idoneidade da empresa, a facilidade de fiscalização, etc. Se não
vejamos:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 208
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a)A natureza dos serviços era a mesma, e os bairros não eram tão
distantes entre si, de tal sorte que permitia que uma mesma empresa
pudesse se encarregar de todas as frentes de trabalho;
b)A separação em lotes poderia propiciar a participação de empresas
que não detinham condições econômico-financeiras para suportar atrasos
na liberação de recursos (tão comuns quando se trata de obras com a
interveniência da CEF), trazendo prejuízos à colocação dos serviços
públicos à disposição dos administrados e causando transtornos ao
cumprimento do objeto do convênio, com graves e sérios prejuízos aos
(sic) gestor e ao Município. Releva salientar que na administração dos
recursos públicos, a busca cega ao menor preço ou à ampla
competitividade tem que ser sopesada ante a possibilidade concreta de
paralisação dos serviços por empresas que não tem condições de
execução, ainda que formadas em consórcios. Acaso se dê a não execução
do objeto do contrato de repasse, a consequência é a inscrição do
Município no cadastro de inadimplentes e a determinação, após a
realização de TCE, de devolução dos recursos ao governo federal.
Assim, o ente federado Município, ao realizar licitações para execução
de obras, notadamente com recursos federais, se cerca de todas as
cautelas de que dispõe, a fim de garantir-se, e garantir ao gestor,
que os serviços serão executados, e bem executados, com o regular
emprego do dinheiro público;
c) A separação em lotes iria propiciar o aumento do valor das obras,
desde que cada empresa iria consignar, em seus custos, o gasto com a
implantação de canteiro de obras, sendo que se fosse apenas um
licitante vencedor, o canteiro seria apenas um. Somente isso já
representa economia de escala, facilmente constatável; além disso,
perfeitamente lícita a conclusão de que uma licitação em tais
condições iria resultar em preços díspares, sem qualquer garantia de
que o custo final seria mais barato, porém com uma dose bem maior de
risco para a administração;
d) A separação em três lotes distintos iria implicar em reforço da
fiscalização, desde que seriam três empresas a serem fiscalizadas;
No tocante à proibição de formação de consórcios, essa decisão
decorreu do exercício do poder discricionário da administração, numa
prática usual nos certames da Prefeitura Municipal de Inhumas, aliás
regra geral em todas as licitações. E não há qualquer garantia que,
num consórcio formado por pequenas empresas, haverá a segurança de que
essas empresas reunidas quiçá para participar dessa licitação,
detenham as condições completas de exeqüibilidade que o contrato exige
e o plano de trabalho e o convênio impõem.
Por qualquer ângulo que sejam analisados os fatos e as possibilidades,
a solução mais razoável é a de que os serviços fossem licitados, como
o foram, em um só lote, daí porque pede-se sejam consideradas as
razões aqui apresentadas como motivação suficiente para a decisão de
licitar-se as obras de pavimentação e recapeamento de três bairros
distintos em um só lote, em atenção ao princípio da razoabilidade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Inicialmente, cabe esclarecer que inexistência de interdependência
entre obras significa que a execução, conclusão e funcionalidade plena
de uma não depende da outra. Ou seja, são obras estanques,
independentes umas das outras.
Em relação à distância física entre as três obras, o fato foi apontado
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meramente para reforçar a inexistência de interdependência entre elas.
Portanto, nesse aspecto, concordamos com a Prefeitura, quando aponta
que "a distância fatalmente se revela na menor das questões",
especialmente se considerarmos que tais obras seriam independentes
umas das outras mesmo que fossem vizinhas.
Concordamos, também, quando a Prefeitura aponta que a previsão do
parágrafo 1º do art. 23 da Lei 8.666/93 não é absoluta, deixando
alguma margem para a discricionariedade do administrador. Entretanto,
tal discricionariedade necessitaria, obrigatoriamente, de motivação
formal prévia, haja vista que mesmo os atos discricionários carecem de
fundamentação. Conforme consta da nossa constatação, em nenhum momento
a Prefeitura demonstrou, tecnicamente, o motivo da preferência pela
adjudicação por preço global, em detrimento da adjudicação por
item, obrigatória no caso, conforme Súmula n.º 247 do Tribunal de
Contas da União.
Em relação aos argumentos identificados nas alíneas "a" até "d" da
justificativa da Prefeitura, tecemos as seguintes considerações:
a) A natureza similar dos serviços e o fato de que uma única empresa
pudesse ter condições de arcar com todas as frentes de trabalho não
autoriza e nem releva o descumprimento do mandamento legal infringido;
b) A restrição a empresas aventureiras ou a empresas que não tivessem
condições de suportar os encargos da contratação deveria ter vindo da
submissão das regras editalícias ao ordenamento jurídico vigente, o
qual prevê mecanismos para tanto. Especulações sobre possíveis atrasos
na liberação de recursos não podem ser acatados como justificativas
para o descumprimento da norma. Além disso, a chance de uma empresa
não suportar atrasos nos pagamentos é muito maior quando incumbida de
muitas obras simultâneas ou de obras grandes do que quando incumbidas
de poucas e pequenas obras. A prática demonstra que o risco de
prejuízo para a Prefeitura e para os administrados é muito maior
quando se aglutina, indevidamente, diferentes obras em um só objeto,
pois, no caso de qualquer tipo de problema com a empresa executora,
todas as obras contratadas ficam prejudicadas, o que, quando da
adjudicação por itens, possui uma possibilidade bem menor de ocorrer;
c) O item "canteiro de obras" usualmente é proporcional à envergadura
da obra a ser executada e representou apenas 0,59% do total da
proposta adjudicada globalmente para as três obras, não havendo
motivos para acreditar que, no caso da adjudicação por itens, tal
situação pudesse sofrer um acréscimo tão substancial que justificasse
a restrição à competitividade decorrente da indevida adjudicação de
forma global. Quanto à alegada falta de garantias de que a adjudicação
por itens traria economia, porque proporcionaria a apresentação de
preços díspares, cabe lembrar que a competitividade efetiva é, sempre,
a principal responsável pela queda de preços numa licitação e essa
poderia ter sido muito maior na adjudicação por itens. Discordamos,
ainda, em relação à alegada possibilidade de apresentação de preços
díspares numa adjudicação por itens, posto que, na licitação sob
análise (Concorrência 001/2008/Inhumas), havia uma planilha balizadora
dos preços dos itens de serviço, cuja elaboração foi da própria
Prefeitura.
d) A alegação de que "a separação em três lotes distintos iria
implicar em reforço da fiscalização, desde que seriam três empresas a
serem fiscalizadas" não pode prosperar, haja vista que: a) no caso sob
análise, o que se deveria fiscalizar seriam as obras em execução e não
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as empresas, de forma que, com uma ou mais empresas, a quantidade de
obras que seriam fiscalizadas não sofreria variação; b) não se pode
admitir a linha de raciocínio de que, como não havia condições
adequadas de fiscalizar, optou-se por comprometer a competitividade do
certame licitatório.
Em relação à proibição da formação de consórcios, reiteramos o
posicionamento expresso na nossa constatação, acrescentando que,
embora seja prática discricionária usual da Prefeitura, conforme
afirmado na justificativa por ela apresentada, mesmo os atos
discricionários precisam ser motivados além da simples vontade do
gestor ou da prática usual da administração municipal.
Por fim, o resultado da licitação, por si só, indica que a restrição à
competitividade trouxe reflexos negativos à contratação, pois apenas
duas empresas apresentaram propostas, tendo a proposta vencedora da
licitação apresentado uma variação de apenas R$ 1.039,90 em relação ao
preço base da Prefeitura, correspondendo a insignificantes 0,0068% do
total orçado para as obras.
Diante do exposto, entendemos que nem a ampla competitividade foi
preservada e nem os argumentos apresentados pela Prefeitura são
suficientes para relevar, em nome da razoabilidade, a falha apontada,
razões pelas quais mantemos a constatação.

6.2.20 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação na Concorrência 01/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.

FATO:
Nos itens 4.4.2 e 4.4.3 do Edital foi estabelecida a exigência de
comprovação de experiência prévia do licitante e do responsável
técnico pela obra a partir de, no máximo, dois contratos, o que
equivale a restringir tal comprovação à apresentação de, no máximo,
dois atestados técnicos referentes a obras semelhantes às previstas na
licitação.
O órgão licitante, conforme se observa, estabeleceu o limite máximo de
dois atestados técnicos, entretanto, não evidenciamos motivos para tal
exigência.
A exigência da apresentação de mais de um atestado ou da limitação do
seu número não é admissível, exceto em casos devidamente justificados.
A limitação de número de atestados é exceção e deve ser devidamente
justificada no processo, o que não foi feito pelo órgão licitante.
No que se refere à limitação do número de atestados, como foi o caso,
o Tribunal de Contas da União, conforme item 9.2.1 do Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário, expressa o entendimento de que tal
exigência deve ser evitada, a não ser que seja devidamente justificada
e vise garantir que a empresa contratada "detenha o conhecimento
técnico e a capacidade operacional inerentes à metodologia construtiva
a ser aplicada, sem prejuízo de esclarecer que é vedada a imposição do
referido limite quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se
os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante têm
dimensão semelhante à do objeto do certame".
Ora, obras de pavimentação são corriqueiras, realizadas rotineiramente
por centenas de empresas no País e, no caso sob análise, não
demandavam nenhum conhecimento técnico e capacidade operacional
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especial inerente à metodologia construtiva, que justificasse a
imposição de limitação do número de atestados.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O entendimento de que a exigência de experiência do responsável
técnico a partir de apenas um contrato (itens 4.4.2. e 4.4.3.)
equivale a restringir a comprovação dessa experiência a no máximo dois
contratos não procede, dado que o edital não restringiu essa
comprovação a apenas dois atestados, mas apenas a dois contratos.
Essa diferença não é apenas semântica, mas traduz a possibilidade de a
experiência do profissional ser comprovada mediante quantos atestados
quiser a empresa juntar, referente à mesma obra (contrato), ou seja,
obra de padrões semelhantes ao que está em questão.
Na realidade, o edital em momento algum restringiu a comprovação a
apenas dois atestados, como entendeu o n. analista, e tanto assim é
que não houve impugnação ou questionamento a essa, ou a outra(s),
previsão(ões), razão ,pela qual é de se requerer seja relevada a
condição contida no edital.
Por fim note-se que o que se buscava era a verificação da capacitação
do profissional e também da empresa, a fim de deixar garantida a
competência na execução da obra.
O Eg. TCU pontuou:
"Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.
Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com
a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao
estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação
técnico-operacional nos termos do inc. II do art. 30 da lei 8.666/93.
(TCU, TC-009.987/94-0, Min. Paulo Afonso Martins de Oliveira,
09/08/95. BLC nov/95, pág. 564)
Ademais, o § 3º do artigo 30 reza que "será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões e atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica equivalente ou
superior." daí porque, rente a esse princípio, não haveria de supor o
licitante que apenas um atestado seria admitido.
Ante essas razões, pede-se seja relevada a condição posta no edital,
até mesmo porque adota-se a anotação como alerta para futuras obras,
consignando que não restou prejudicado, nem o certame nem o interesse
público, dado que alcançou-se a plena disputa e a competitividade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura alega que a comprovação de aptidão técnico-profissional
não estaria restrita a dois atestados mas a dois contratos,
acrescentando, ainda, que a experiência do profissional poderia ser
comprovada com quantos atestados o licitante quisesse juntar, desde
que referentes "à mesma obra (contrato)". Ora, como pode uma mesma
obra - ou um mesmo tipo de serviço incluído em determinada obra -
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servir de base para diferentes atestados? Parece-nos claro que cada
obra ou tipo de serviço dentro de uma obra equivale a um atestado,
mesmo que emitidos em série para diversas finalidades.
Ademais, o disposto nos itens 4.4.2 e 4.4.3 do Edital da licitação
define os tipos de serviços e respectivos quantitativos necessários à
comprovação da aptidão técnico-profissional da empresa e de seu
responsável técnico, deixando claro que tais serviços e quantitativos
deveriam ser provenientes de, no máximo, dois contratos. Se deveriam
ser provenientes de dois contratos, conforme consta do Edital, e
referentes à mesma obra, segundo esclarecimento apresentado pela
Prefeitura, por óbvio, teria-se, no máximo dois atestados por tipo de
serviço.
O tipo de obra licitada não apresentava características inerentes à
sua metodologia construtiva que justificassem a restrição da
comprovação da aptidão técnico-profissional a atestados decorrentes de
dois contratos apenas, tanto que não há na documentação analisada
qualquer pronunciamento técnico que propugne por uma complexidade
técnica que demandasse tal restrição. Diante disso, o nosso
entendimento é de que essa exigência teve como único objetivo
confirmar que o participante da licitação já tivesse executado obra de
mesma envergadura, situação vedada no Acórdão n.º 2.359/2007 - TCU
- Plenário.
O Edital da licitação, em seus itens 4.4.2 e 4.4.3, leva,
inegavelmente, ao entendimento que somente seriam admissíveis dois
atestados ou certidões, posto que, em sua frase final, além de trazer
os termos "atestado" e "certidão" no singular, limitou a sua origem a
dois contratos, conforme transcrevemos: "Será permitida a apresentação
de certidão e/ou atestado proveniente de apenas dois contratos para
atendimento dos itens de serviço indicados a seguir."
Assim, não obstante a inexistência de recursos durante os
procedimentos da licitação, resta evidente a ilegalidade da exigência
editalícia. Já o potencial restritivo à competitividade da licitação
fica evidenciado pelo fato de que somente empresas que tivessem
executado obra de mesma magnitude poderiam participar da licitação,
caracterizando direcionamento indevido, e pelo fato de que apenas duas
empresas apresentaram proposta.
Diante do exposto mantemos a constatação.

6.2.21 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para quatro dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor dos atestados de experiência prévia, como
condição de participação Concorrência 01/2008, incorrendo em restrição
à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, no item 4.4.5 do Edital, exigiu, como
condição para participação na Concorrência 01/2008, a comprovação de
visita aos locais das obras, mediante atestado fornecido pela
municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia 05/05/2008, com
início às 09:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
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proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
licitação após a 05/05/2008 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 09/05/2008,
nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
de habilitação em quatro dias e infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Os analistas entenderam que ocorreu restrição ao caráter competitivo
do certame, em virtude de exigência de visita técnica, constante do
item 4.4.5. do edital, que integra a fase de habilitação, em data
única, o que teria antecipado a data dessa fase, diminuindo, assim, o
prazo legal de quinze dias.
Primeiro, há que constar que uma vez tendo sido eleita a modalidade de
licitação como Tomada de Preços, em razão do valor estimado da
contratação, a realização de visita técnica ocorrida quatro dias úteis
antes do recebimento das propostas não caracterizou restrição à
competitividade do certame considerando-se a necessidade de estar o
licitante devidamente cadastrado ou atender a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas (art. 22, § 2º da LLC).
A respeito de tal assertiva cabe ressaltar que a exigência, nesse
sentido, contida no edital é perfeitamente lógica e regular, não tendo
sido afrontada qualquer disposição legal. Tampouco constituiu-se ela
em restrição ao caráter competitivo, mesmo porque caso alguma empresa
pretendesse a participação, bastava requerer o atestado de
comparecimento.
Sobre a obrigatoriedade da realização da visita técnica, a discussão
já está superada, desde que os tribunais de contas, em sua maioria, em
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especial o TCU, já pontuaram que não é faculdade do licitante, mas
antes uma obrigação á realização da visita técnica. Assim o s
licitantes devem efetuar a visita técnica para não serem inabilitados
do procedimento, como disposto pelo TCU no Processo no TC-
013.049/2005-0:
"No que concerne à vistoria prévia, forçoso destacar que tal exigência
encontra amparo tanto na legislação (art. 30, inciso III, da Lei nº
8.666/1993) como na jurisprudência do TCU (v.g. Decisão nº 783/2000-
Plenário)".
Ainda sobre essa questão, cumpre analisar os fatos sob dois outros
aspectos:
O primeiro deles é que a falta de previsão de data, deixando ao
critério da empresa o dia e a hora, implicaria em colocar um servidor
público durante todos os dias úteis do transcurso de uma licitação à
disposição, em tempo integral, para acompanhar aquele que pretendesse
a visita. Se se considerar que estão em curso não uma, mas várias
licitações, pode-se imaginar o prejuízo aos serviços e a balbúrdia
instalada, com inúmeros servidores paralisados de seus afazeres
somente esperando funcionários de empresas que pretendem participar de
licitações comparecerem para a visita técnica.
O segundo aspecto diz respeito a razões de lógica material. Com
efeito, a demarcação de data anterior àquela designada pela Comissão
para a abertura dos envelopes é medida de preservação dos interesses
da administração e defesa do uso adequado dos recursos públicos,
exigindo dos licitantes o pleno conhecimento do objeto licitado, a fim
de que possam eles, antes de comparecer ao certame, avaliar se tem
condições concretas de executar a obra.
Importante destacar que soaria como ilógico pretender que somente
quando da abertura da fase da habilitação os licitantes promovessem a
visita técnica, desde que, comparecendo os interessados à disputa em
si, teriam que sair e vistoriar o local da obra no momento em que
fossem abertos os trabalhos. E (não é demais supor) caso um dos
licitantes sentisse que no local da obra existia algum fator que
complicaria ou dificulta (sic) a sua execução, e que o custo desse
impedimento não fora por ele avaliado na proposta de preços (já
entregue) ter-se-ia, em plena disputa, um impasse, desde que o
licitante já está nela inserido; teria apresentado os envelopes (de
habilitação e de preços, que estariam de posse da Comissão). Como a
lei não admite recuos, quando o licitante já está no processo, a sua
situação é insustentável, dado que constatou que não tem condições de
executar a obra pelo preço que lançou em sua proposta. Se essa
hipótese ocorresse com todos os licitantes, ter-se-ia uma licitação
frustrada, com perda de recursos públicos, perda de tempo e,
principalmente prejuízos aos munícipes, com a não execução do
benefício público pretendido.
No caso de obras, e especificamente no caso de municípios pequenos, a
administração deve resguardar o interesse público com os instrumentos
legais disponíveis. Portanto não se trata de mero formalismo , mas de
exigências que visam levar o licitante a conhecer, e assim a avaliar,
a sua capacidade e interesse na execução da obra licitada, evitando
assim que posteriormente venha ele a alegar que a administração não
informou dados e informações relevantes ao processo licitatório,
causando prejuízos a (sic) administração pública e ao bom andamento
dos serviços.
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Por outro lado, o próprio SINDUSCOM-SE orienta seus sindicalizados
sobre a propriedade dessa visita, cuja manifestação, contida no site
indicado, está assim construída:
"A visita técnica pode ser feita por qualquer pessoa, leiga ou
profissional, independente de vínculo com a empresa licitante, desde
que o edital não exija a presença de engenheiro habilitado para
determinada especialidade e que seja empregado da empresa. Entretanto,
recomenda-se que seja enviado para efetuar a vistoria no lugar das
obras a serem executadas um profissional devidamente inscrito no CREA
e que pertença à equipe técnica da empresa ou que possua procuração
desta última. Esta atitude é um meio de cautela, uma vez que esta
visita atesta que o local se encontra em perfeitas condições para
execução do serviço a ser contratado e qualquer ocorrência posterior
referente ao estado do local não poderá ser questionada futuramente.
Ressalta-se que se houver no instrumento editalício previsão da
presença de engenheiro habilitado e que possua vínculo empregatício
com a empresa licitante, deverá ser cumprida a exigência. Assim, só o
que constar no edital deve ser rigorosamente obedecido.
No que se refere ao pré-estabelecimento no edital de data para a
visita técnica, é plenamente possível que o órgão licitante determine
dia e hora para a realização desta. Havendo qualquer impedimento da
empresa em não poder se dirigir ao local para atestar as condições, é
aconselhável que se comunique com a Administração Pública, por meio de
documento protocolado no órgão licitante, solicitando o agendamento de
outro período para realização da visita.
Caso o edital exija a visita técnica, mas não constem as informações
concernentes à sua concretização, a empresa licitante pode elaborar um
Pedido de Esclarecimento, através do qual a Administração Pública
deverá dirimir as dúvidas quanto as omissões ou obscuridades
editalícias. (Assessoria Jurídica do SINDUSCON-SE - www.sinduscom-
se.com.br)"
Dessa forma, com a devida vênia aos doutos entendimentos manifestados
no Relatório, há que prevalecer, no caso, o bom senso, aliás sempre o
dirigidor da boa interpretação das normas legais. E em assim sendo,
requer seja considerado o argumento lógico aqui manifestado, o qual
justifica a demarcação do prazo de visita antes da abertura da fase de
habilitação, mesmo porque prejuízo."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manchete da nossa constatação é clara ao apontar que, por
meio do item 4.4.5 do edital, foi predeterminada apenas uma data
fixa para a visita dos interessados aos locais das obras, de modo que
não há engano sob esse aspecto.
Não se trata de questionar a exigência de que os licitantes visitassem
previamente o local das obras, ou a inegável importância dessa visita,
mas a definição de regras absolutamente rígidas e inflexíveis para
tal. O Edital é claro nesse aspecto: "Não serão aceitas visitas fora
da data e horário estipulado".
Como já relatado anteriormente, a estratégia adotada pela Comissão
de Licitação alijou da disputa quaisquer outros interessados que,
porventura, tivessem tomado conhecimento da licitação após a data
definida para a visita aos locais das obras ou tomassem a decisão de
participar do processo após essa data.
Cabe ressaltar, ainda, que não se trata de entender ou sugerir que a
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 216
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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visita técnica somente pudesse ocorrer após a abertura da fase da
habilitação, posto que, como afirma a Prefeitura, seria ilógico.
Entretanto, até a data marcada para a apresentação pelos interessados
da documentação inerente à licitação, nada deveria impedir a
participação na disputa. Os documentos de habilitação somente
poderiam ser exigidos e julgados a partir dessa data. Assim, a
substituição da exigência de que o licitante apresentasse declaração
própria de ter conhecimento do local das obras pela exigência de
certidão exarada pela municipalidade e específica para a licitação sob
análise, a partir de visita por ela predeterminada para uma única data
e horário, trouxe, como efeito prático, a antecipação do início da
fase de habilitação, resultando, também, no descumprimento do prazo
legal estipulado no inciso II do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Da nossa constatação não consta entendimento ou sugestão de que
deveria ser deixado "ao critério da empresa o dia e a hora" para a
visita técnica, haja vista que, especialmente nos pequenos municípios,
o corpo técnico das prefeituras é usualmente restrito e não poderia
ficar permanentemente à disposição dos interessados. Entretanto, essa
situação, bem como quaisquer outras dificuldades administrativas que
possam ser eventualmente invocadas, não são suficientes para elidir a
falha apontada. Diante da restrição do corpo técnico da Prefeitura,
mas visando proporcionar a mais ampla competitividade, poderiam ter
sido adotadas diferentes estratégias para a visita ao local das obras,
como por exemplo: fixação de datas alternativas ou adoção de um
sistema de agendamento das visitas.
Quanto à comparação da antecipação da fase de habilitação, conforme
por nós apontado, com necessidade de estar o licitante devidamente
cadastrado ou atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas não é
procedente, porque trata-se da Concorrência 001/2008 e não de uma
Tomada de Preços. Além disso, ainda que fosse uma tomada de preços, a
exigência questionada estipulou a visita obrigatória para quatro dias
antes da licitação, enquanto que o atendimento a todas as condições
exigidas para cadastramento pode ocorrer até o terceiro dia anterior.
Portanto, essa argumentação somente reforçaria a evidência de
antecipação da fase de habilitação.
Reafirmamos, portanto, a nossa convicção de que a fixação de data de
maneira rígida e inflexível para visita ao local das obras possuiu
potencial restritivo à competição, enquanto que a necessidade de que
essa visita fosse, obrigatoriamente, comprovada por meio de
certificado específico exarado pela autoridade municipal, resultou na
antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.2.22 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.

FATO:
O item 4.5.5 do Edital estabelece que a participação na licitação
estaria condicionada à apresentação de comprovação de prestação de
garantia correspondente a 1% do valor estimado para a contratação, a
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 217
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
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ser efetivada até o quinto dia útil anterior à data da entrega dos
documentos de habilitação.
A Seção II da Lei 8.666/93 estabelece as condições de habilitação nas
licitações. O Artigo 31, constante da referida Seção II, estabelece a
documentação que pode ser exigida como qualificação econômico-
financeira para fins de habilitação. O inciso III do referido Artigo
define que poderá ser exigida "garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação".
Pelo que consta do texto legal mencionado, nos parece claro que a
comprovação da prestação de garantia, como condição de participação na
licitação, somente poderia ter sido exigida no momento da entrega da
documentação de habilitação, tendo a Comissão de Licitação a obrigação
de julgar a sua validade e adequação aos termos do edital quando da
análise de tais documentos, ou seja após a abertura dos envelopes
apresentados pelos licitantes, contendo os documentos de habilitação,
conforme definido no inciso I do Artigo 43 da Lei 8.666/93.
Cabe lembrar que a análise e o julgamento dos documentos de
habilitação não necessitam ser realizados imediatamente após a
abertura dos envelopes contendo a documentação dos participantes, haja
vista que o § 3º do Artigo 43 da Lei 8.666/93 dispõe que: "É facultada
à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a
promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a
instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou
informação que deveria constar originariamente da proposta".
O efeito prático da exigência editalícia foi a antecipação do início
da fase de habilitação em, pelo menos, 5 dias úteis e, por
conseqüência, o descumprimento do prazo legal de 15 dias que deve
separar a publicação do Edital do recebimento dos documentos de
habilitação e das propostas ou da realização do evento, conforme
consta no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Ao exigir a apresentação da garantia antes da data marcada para
apresentação do restante da documentação de habilitação, a Comissão de
Licitação diminuiu, sem previsão legal que a respaldasse, o prazo para
que os possíveis interessados pudessem conseguir os recursos ou o aval
financeiro para o cumprimento da exigência.
Diante do exposto, concluímos pela ilegalidade da exigência editalícia
de prestação de garantia previamente à fase de habilitação, bem como
consideramos que a exigência constituiu-se em fator limitante à
competitividade do certame.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A exigência, que consta do edital no item 4.5.5, de que o comprovante
de garantia devesse ser obtido antes de instalada a fase de
habilitação (desde que, no entendimento do analista, esse documento
faz parte dos documentos de habilitação) se justifica por razões de
interesse público e em nome da celeridade e prevenção de
inabilitações.
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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Com efeito, sendo a questão do oferecimento de garantias se mostra uma
das mais controversas na materialização das licitações de médio e
grande porte, ante a insistência de serem utilizados títulos da dívida
pública fora dos padrões estabelecidos pelo Banco Central, dado que a
lei de licitações não estabelece regramento para essa aceitação.
Considerando o número estratosférico de títulos podres existentes no
mercado, a administração entendeu conveniente, para preservação da
ampla competitividade e plena participação de empresas, que essa
comprovação se desse antes da instalação dos trabalhos de abertura dos
envelopes respectivos.
Isso porque, ao se instalar a sessão, com a vedação de juntada de
novos documentos, constatando a Comissão que determinada empresa
promoveu a juntada de garantia fora das condições de aceitabilidade,
só restaria a inabilitação do licitante, com prejuízo ao certame e,
possivelmente aos cofres públicos, ante a redução da disputa.
Eventualmente poderia ser eliminado justamente o licitante que
ofereceria o menor preço, daí o prejuízo fatalmente seria maior.
Por derradeiro, tem-se que havendo sido a Tomada de Preços, eleita
como a modalidade cabível em razão do valor estimado da contratação, a
comprovação de recolhimento da garantia ocorrida em até 3 dias úteis
antes do recebimento das propostas não caracteriza restrição à
competitividade do certame considerando-se a necessidade de estar o
licitante devidamente cadastrado ou atender a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas (art. 22, § 2º da LLC)."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada. No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público. Quanto à celeridade necessária às contratações, ela
deve decorrer do planejamento e organização da Prefeitura e não de
atos que infrinjam o arcabouço legal ou o princípio básico da ampla
competitividade. Diante disso, as alegações de interesse público e
celeridade não podem ser recepcionadas.
O que se questionou foi a exigência de prestação de garantia
previamente ao julgamento da habilitação do licitante e a consequente
antecipação da fase de habilitação. Essa situação é confirmada pela
justificativa apresentada pela Prefeitura, quando afirma que a
estratégia adotada se justificaria pela "prevenção de inabilitações"
decorrentes da prestação de garantias "fora das condições de
aceitabilidade", situação em que "restaria a inabilitação do
licitante", o que poderia trazer prejuízo à "ampla competitividade e
plena participação de empresas". É nosso entendimento que tal alegação
também não pode prosperar, quer seja porque não possui amparo legal,
quer seja porque a prestação de garantia fora das condições de
aceitabilidade, antes ou depois da fase de habilitação, teria a mesma
consequência: inabilitação do participante. Ademais, a competitividade
sofre maior prejuízo quando são adotadas regras restritivas, no caso a
antecipação da fase de habilitação, do que quando o processo
licitatório se atém ao ordenamento legal.
Quanto à comparação da antecipação da fase de habilitação, conforme
por nós apontado, com necessidade de estar o licitante devidamente
cadastrado ou atender a todas as condições exigidas para cadastramento
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até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas não é
procedente, porque trata-se da Concorrência 001/2008 e não de uma
Tomada de Preços. Além disso, ainda que fosse uma tomada de preços, a
exigência questionada estipulou a apresentação da garantia para cinco
dias úteis antes da licitação, enquanto que o atendimento a todas as
condições exigidas para cadastramento pode ocorrer até o terceiro dia
anterior. Portanto, essa argumentação somente reforçaria a evidência
de antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.2.23 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.

FATO:
Conforme consta do item 4.5.7 do Edital, foi exigido dos interessados
na licitação que apresentassem, como parte da documentação necessária
à habilitação na licitação, comprovação de possuir capital social
mínimo integralizado na data de apresentação da proposta,
correspondente a 10% do valor estimado para a contratação. Já o item
4.5.5 do Edital estabelece que a participação na licitação estaria
condicionada à apresentação de comprovação de prestação de garantia,
correspondente a 1% do valor estimado para a contratação.
A jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a doutrina jurídica
apontam no sentido de que a exigência concomitante de comprovação de
capital social e de prestação de garantia prévia, como condição de
habilitação de interessados na licitação, configura-se como fator
limitante à competitividade do certame, conforme argumentação a
seguir:
- Decisão nº 681/1998/Plenário - O TCU se manifestou em sentido
contrário acerca de exigência simultânea de capital social mínimo e
garantia de proposta (caução), em confronto com o que especifica o
art. 31, parágrafo 2º, da Lei nº 8.666/93. Da referida Decisão
ressaltamos o seguinte trecho:
"A matéria versada (ilegalidade de exigência simultânea de capital
social e garantia caução) permite revelar a extensão do conflito que
freqüentemente se observa entre a Administração Pública no uso da
amplitude e envergadura com que busca dimensionar as garantias
assecuratórias para o sucesso do processo licitatório, maximização do
negócio e resguardo do interesse público, e o atendimento à exegese da
Lei no sentido de assegurar o amplo caráter participativo e
competitivo aos interessados na licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, da
Lei nº 8.666/93). No caso vertente, ainda que expostas as razões para
a exigência simultânea do capital mínimo integralizado e da prestação
de garantia caução, é interativo o entendimento interpretativo de que
na fase para habilitação não pode ser exigido ônus dessa espécie
(prestação de garantia) o que poderia ser exigível para a fase de
execução do objeto licitado."
- Decisão 1.521/2002/Plenário - O TCU se manifestou no sentido de que
se atente para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº
8.666/93, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos
instrumentos convocatórios de licitações, requisitos de capital social
mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-
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financeira dos licitantes.
No mesmo sentido das Decisões do TCU, é o ensinamento de Marçal Justen
Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
edição, DIALÉTICA, São Paulo, 2000, página 359), conforme
transcrevemos:
"... A Garantia ... Em épocas passadas, era usual a Administração
condicionar a habilitação ao depósito de valores ou ao caucionamento
de bens. Isso acarretava indevida restrição à participação dos
interessados. Consagrou-se, por isso, o princípio de que a habilitação
não pode ser condicionada ao pagamento de valores ou cauções etc. O
princípio foi alçado ao nível constitucional. A exigência de
'garantias' para participação na licitação é incompatível com o
disposto no art. 37, inc. XXI, da CF/88. Por isso, o inc. III do art.
31 é inconstitucional. Além do mais, não acrescenta qualquer vantagem
ou benefício à Administração. Existe, ainda, evidente
incompatibilidade entre o inc. III e o espírito da Lei, retratado no
art. 32, § 5º.'

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Concorrência 01/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No caso em tela a comissão exigiu tanto a garantia como capital
social mínimo, porém o fez em resguardo ao interesse público e em nome
da efetiva garantia na execução do contrato.
De se ver que essa exigência não se constitui em previsão restritiva,
mas sim em condição suplementar que pretende afastar dos certames
empresas aventureiras, que gravitam em torno de licitações visando tão
somente obter vantagens imediatas, aí sim frustrando o caráter
competitivo. Essa ocorrência é de conhecimento e domínio público de
tantos quantos militem nessa área.
Além do mais, existe um rol extenso de obras de engenharia cuja
execução não é realizada por qualquer profissional ou empresa. Ainda
mais uma obra que visa o escoamento de águas pluviais, sendo que a
intensidade das chuvas tem causado inúmeros prejuízos materiais e
ceifado vidas humanas, por erros de construção nas galerias como o
noticiário tem anunciado cotidianamente. Tal obra não pode ser
considerada meramente de "corriqueira", sendo necessária, sim, a
comprovação da capacidade técnica para a sua execução. Daí porque a
administração cuidou de se precaver nas garantias, porém sendo certo
que essa conduta não implicou em perda do caráter competitivo do
certame.
Vejamos:
"Art. 31 - A documentação relativa à qualificação econômica-financeira
limitar-se-á a:
...
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
"caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que
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assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
lucratividade.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução
de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório
da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei,
como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira
dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a
ser ulteriormente celebrado.
Em relação as exigências editalícias assim manifestou o STJ :
". . .O interesse público reclama, além do suporte técnico-operacional
para realização das obras e serviços , outros requisitos ditados no
chamamento Editalício.
2. exigência editalícia orientada pelo interesse público no
cumprimento das obrigações . Legalidade." ( STJ 1ª Turma. RMS n.º
9687/PR. DJ 11 nov. de 2002, p. 00149) (grifamos)
". . .a exigência no edital, de comprovação de capacidade técnico-
operacional, não fere o caráter de competição do certame
licitatório." (STJ, 1ª Turma, RESP n.] 155861/SP, DJ 08 de mar. 1999
p. 000114.) (grifamos)
No entanto, ainda que se entenda como exigências alternativas,
constitui-se essa em mera falha formal, que apenas revestiu a execução
da obra de maior garantia, sem trazer qualquer prejuízo ao caráter
competitivo, como quis entender o Relatório. Essa presunção de
prejuízo não encontra amparo nos fatos e nos resultados do certame.
Cabe a invocação do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de maio/1998:
"Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."
Nesse pensar, as falhas inquinadas de restritivas ou de ilegais,
consoante consta do Relatório, configuram meras falhas formais, que
não trouxeram prejuízo ao objetivo perseguido pela administração,
sendo que a licitação teve preservados os princípios basilares que a
regem, quais sejam o da publicidade, o da amplitude da disputa, o da
legalidade e o do devido processo legal, razão pela qual pede-se sejam
elas relevadas.
Entretanto, acolhendo a recomendação contida na jurisprudência
colacionada, o Poder Executivo abster-se-á de inserir, nos editais
futuros, tal previsão."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada, informando que a exigência concomitante de capital social
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mínimo e de prestação de garantia se deu em nome do "resguardo ao
interesse público e em nome da efetiva garantia na execução do
contrato". No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público.
A constatação por nós apresentada não entra no mérito sobre se a falha
é ou não formal, mas na consequência que dela poderia advir, qual
seja: a restrição à competitividade. Embora a Prefeitura afirme que a
falha não trouxe "qualquer prejuízo ao caráter competitivo" e que a
restrição à competitividade "não encontra amparo nos fatos e nos
resultados do certame", verifica-se que a Concorrência 001/2008 teve
apenas dois participantes e, portanto, pouca competitividade. Cabe
ressaltar que o objeto licitado (obra de engenharia) estava orçado em
mais de R$ 1.500.000,00, de forma que não é de se supor que pouco ou
nenhum interesse despertasse nas empresas do ramo.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura (abster-se de
inserir, nos editais futuros, tal previsão), mas considerando que tal
ação não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.2.24 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de pavimentação, objeto do
CR 241.815-30.

FATO:
Durante a inspeção in loco, percorremos 100% das áreas que seriam
beneficiadas com a pavimentação e com as galerias pluviais, com foco
na verificação da existência dos revestimentos asfálticos, das obras
de drenagem superficial (meio fio) e das galerias pluviais. Foram
conferidos os comprimentos e larguras das ruas asfaltadas, bem como as
suas características e o estado geral de conservação.
Os ruas asfaltadas foram identificadas por meio das planilhas e
plantas disponibilizadas pela CAIXA e medidas pela Equipe de
Fiscalização em 22/10/2009, com a utilização de aparelho GPS, modelo
Garmin E-Trex Legend, e de trena de 50 metros.
Os resultados das verificações in loco foram comparados com os
quantitativos medidos pela Prefeitura e aprovados pela CAIXA. Não
identificamos diferenças significativas em relação à drenagem
superficial e à rede de galerias pluviais. Entretanto, em relação à
pavimentação, a nossa medição indicou a existência de superfaturamento
quantitativo.
Em relação à nossa medição, cabe esclarecer que, os comprimentos das
ruas asfaltadas, conforme verificado in loco, apresentaram, em relação
às medidas constantes da planilha de medição da Prefeitura (fls. 170
do Volume Técnico I/CAIXA), uma diferença consistente com o grau de
precisão do aparelho de medição utilizado (GPS), variando entre 10 e
15 metros em cada rua medida. Diante disso, para o cálculo da área
asfaltada com TSD, optamos por considerar como válidas as medidas de
comprimento informadas pela Prefeitura.
Já as medições da largura da camada asfáltica apresentadas pela
Prefeitura e aprovadas pela CAIXA, as quais foram conferidas pela
Equipe de Fiscalização com o uso de trena, indicam uma variação muito
além do aceitável, quando considerado o grau de precisão da trena.
Assim, por exemplo, ruas que a Prefeitura informou com tendo 7,00 m de
largura de camada asfáltica apresentaram variações de até 15% em
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relação à nossa medição.
O quadro a seguir apresenta o superfaturamento encontrado:
Serviço Previsto Verificado in loco Diferença %
Pavimentação TSD 55.465,98 m² 50.897,32 m² - 4.568,66 -8,23%

A planilha de preços contratada pela Prefeitura e aprovada pela CAIXA


indica o valor de R$ 1.209.771,67 para a execução de 55.465,98 m² de
pavimentação com TSD. Desse valor, R$ 736.176,56 são relativos a
itens de serviço diretamente proporcionais à área da camada asfáltica
(itens 3.7 a 3.16) e R$ 473.595,11 são relativos a itens de serviço
proporcionais à área da rua, incluindo meio-fio e sarjetas (itens 3.1
a 3.6). Assim, para o cálculo do prejuízo advindo do
superfaturamento, calculamos em R$ 13,27 o preço por metro quadrado de
pavimentação (R$ 736.176,56 sobre 55.465,98 m²). Consequentemente, o
superfaturamento pode, então, ser estimado em R$ 60.626,12 (R$ 13,27 x
4.568,66 m²).
Como o pagamento por 100% dos serviços de pavimentação já foi
autorizado pela CAIXA, o fato caracteriza prejuízo.
Não foram verificadas inconsistências qualitativas significantes em
relação às especificações pactuadas.
A conservação da pavimentação asfáltica verificada é satisfatória.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Diz o relatório que nos quesitos drenagem superficial e rede de
galerias pluviais não foram constatadas diferenças significativas
porém, em relação à pavimentação a conferência dos dados medidos
constatou divergências, para menos, dos serviços ditos como
realizados.
No que tange a essa imputação, releva acrescentar que os levantamentos
se deram à revelia do fiscalizado, e sem que esse pudesse ao menos
designar servidor para acompanhar os trabalhos e prestar as
informações adequadas.
No entanto a inspeção afirma que, munida de equipamentos e
instrumentos, promoveu a medição dos logradouros e vias públicas que
receberam os benefícios objeto do contrato de repasse e concluiu que
houve diferença, a menor, da ordem de 8,23% dos serviços de
pavimentação, conforme planilha constante do Relatório.
Com a devida vênia, o levantamento há que ser questionado por várias
razões. A primeira delas diz respeito á falta de notificação para que
representante do município acompanhasse as medições, de forma a
garantir o perfeito conhecimento dos levantamentos, da forma como
estavam sendo conduzidos e se estavam sendo realizados nos locais
certos.
A segunda diz respeito aos resultados, desde que os mesmos são
conflitantes tanto com os verificados pela fiscalização do município
quanto com os atestados nas medições, pela fiscalização da Caixa
Econômica Federal. Tanto assim é que não houve divergências nas demais
obrigações do contratado, mas apenas e tão somente na pavimentação.
Importante aqui relembrar que os serviços são executados, medidos,
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conferidos e atestados pela fiscalização municipal. As medições são
encaminhadas à Caixa Econômica Federal que designa um fiscal para que
confira, in loco, os serviços, tanto nos aspectos de qualidade, quanto
nos de quantidade. Somente depois disso é que é feita a liberação da
medição. Após isso, a empresa está habilitada a receber da CEF o valor
da medição, cujo pagamento se dá por crédito direto na conta corrente
da empresa.
Vale dizer, o município apenas certifica as medições dos serviços,
porém a conferência final e o atestado de cumprimento dos
quantitativos indicados nas medições é de responsabilidade da Caixa
Econômica Federal."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em relação à falta de notificação para que representante do município
acompanhasse as medições para o "perfeito conhecimento dos
levantamentos, da forma como estavam sendo conduzidos e se estavam
sendo realizados nos locais certos", tecemos as seguintes
considerações: a) durante a reunião de abertura dos trabalhos,
realizada em 21/10/2009, foi informado ao Prefeito quanto a
metodologia de trabalho que seria adotada, inclusive quanto às
verificações in loco, não tendo o gestor se manifestado sobre a
intenção de acompanhar os trabalhos de campo; b) o método e os locais
dos levantamentos realizados encontram-se descritos na constatação
apresentada à Prefeitura; c)embora representante da Prefeitura tenha,
em 21/10/2009, nos guiado até o Setor Alegrino Lélis e indicado os
locais das obras, o mesmo, por motivos que não são do nosso
conhecimento, não acompanhou os trabalhos de medição; d) a presença de
representante do município em nada alteraria o método adotado nas
medições, o qual não difere do método adotado pela CAIXA e,
possivelmente, pela própria Prefeitura: para o cálculo da área, mede-
se o comprimento da rua pavimentada e multiplica-se pela média da
largura da camada de asfalto, medida em diversos pontos; e) os locais
das medições, além de indicados pelo representante da Prefeitura,
foram os logradouros constantes da documentação apresentada pela mesma
e pela CAIXA, conforme pode ser verificado a partir da tabela a seguir
e das fotos constantes das evidências:
Setor Alegrino Lélis - Pavimentação Medições da Fiscalização
Comprimento Largura Média Áreas
(m) (m) (m2)
Avenida 1 - Pista Direita 405,17 7,15 2.896,97
Avenida 1 - Esquerda 368,70 7,15 2.636,21
Rua 1 262,64 6,40 1.680,90
Rua 2 287,15 6,50 1.866,48
Rua 3 310,49 6,20 1.925,04
Rua 4 315,55 6,70 2.114,19
Rua 5 310,42 6,55 2.033,25
Rua 6 305,30 6,15 1.877,60
Rua 7 300,17 6,15 1.846,05
Rua 8 295,04 7,40 2.183,30
Rua 8-A 111,87 6,45 721,56
Rua 9 456,74 7,00 3.197,18
Rua 11 60,62 7,10 430,40
Rua 12 94,08 5,90 555,07
Rua 13 129,23 6,40 827,07
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Setor Alegrino Lélis - Pavimentação Medições da Fiscalização
Comprimento Largura Média Áreas
(m) (m) (m2)
Rua 14 165,39 6,15 1.017,15
Rua 15 202,96 6,10 1.238,06
Rua 16 580,55 6,90 4.005,80
Total 33.052,24
Setor Eldorado - Pavimentação Medições da Fiscalização
Comprimento Largura Média Áreas
(m) (m) (m2)
R. Zilmar Rodrigues Rabelo 286,28 6,50 2.299,51
R. Maristela Palmeira 292,03 6,00 1.752,18
R. João Luiz 296,63 6,75 2.002,25
R. Maria José de Paula 93,00 6,60 613,80
R. Alzira 353,77 6,20 2.193,37
R. Esmeria 356,05 6,70 2.385,54
R. Itubes 358,33 7,60 2.723,31
R. Joana Luiza 396,16 7,30 2.891,97
R. Joana Luiza 100,00 7,60 760,00
(entre a Rua João Luiz da Mota e Rua
Maria José de Paula)
R. 13 34,07 6,55 223,16
Total 17.845,08
Total Geral 50.897,32

A discrepância entre os resultados da fiscalização da CGU e as


medições da Prefeitura e o atesto da CAIXA é a própria essência da
constatação. Sendo assim, de forma a contestar os nossos resultados,
deveria a Prefeitura ter conferido, também in loco, as nossas medições
para rejeitá-las ou confirmá-las. Entretanto, tal providência não foi
adotada, tendo a Prefeitura se limitado a apontar que as medições por
ela encaminhadas foram aprovadas pela CAIXA, a quem caberia a
responsabilidade pela "conferência final e o atestado de cumprimento
dos quantitativos indicados...".
O fato da CAIXA ser responsável pela aprovação da medição encaminhada
não exonera o administrador municipal de garantir o fiel cumprimento
dos quantitativos pactuados e nem exonera a CAIXA de possíveis erros
cometidos na aprovação dos serviços.
Diante do exposto, na ausência de contestação objetiva à diferença por
nós apontada, mantemos a constatação.

AÇÃO :
109A
IMPLANTACAO OU MELHORIA DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URB
ANA EM MUNICIPIOS COM ATE 100.000 HABITANTES - ACOES DE
INFRA-ESTRUTURA URBAN
OBJETIVO DA AÇÃO :
Implantação ou Melhoria de obras de Infra-Estrutura Urbana em Municípi
ios com até 100.000 habitantes
ORDEM DE SERVIÇO : 234610
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Execução de recapeamento em várias ruas do município de Inhumas
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
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ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 585.000,00

6.2.25 CONSTATAÇÃO:
Processo licitatório não disponibilizado pela Prefeitura de Inhumas.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 230.121-10 foi celebrado em 11/10/2007,
entre a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades,
com interveniência da CAIXA, tendo como objeto o "recapeamento de vias
no município de Inhumas".
Inicialmente, a licitação apresentada para a execução do Contrato de
Repasse 230.121-10 foi a Concorrência 01/2008, de 09/05/2008.
A licitação foi do tipo menor preço, sob regime de empreitada global.
O seu objeto foi a contratação, pelo Município de Inhumas, ao preço
orçamentário estimado em R$ 2.203.668,00, de empresa para a execução
das obras de pavimentação e drenagem que foram objeto dos Contratos de
Repasse 241.815-30 e 230.121-10.
Posteriormente, em 02/06/2008, a parte do objeto da licitação que
dizia respeito ao CR 230.121-10 foi revogada, por não atender ao
requisitos do programa financiador da obra.
Conforme documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da
CAIXA, nova licitação foi apresentada para a execução do Contrato de
Repasse 230.121-10. Trata-se do o Pregão Presencial 008/2008, de
06/06/2008, que resultou na assinatura, em 09/06/2008, de Contrato de
Execução de Obras e Serviços, firmado entre a Prefeitura de Inhumas e
a empresa Interenge Construção Ltda. (CNPJ: 01.994.990/0001-93), no
valor de R$ 677.337,77.
Em 17/06/2008 a CAIXA emitiu o documento "Verificação de Resultado de
Processo Licitatório", considerando apto o processo licitatório e os
serviços licitados compatíveis com o objeto do CR 230.121-10.
Não obstante a análise da CAIXA, por meio da Solicitação de
Fiscalização 01/2009/SM30/Inhumas/CGU-Regional/GO, de 15/10/2009,
solicitamos à Prefeitura que apresentasse as licitações realizadas
para execução dos contratos de repasse sob análise neste 30º Sorteio
de Municípios, entre eles o CR 230.121-10.
Em, 26/10/2009 a Prefeitura disponibilizou uma série de procedimentos
licitatórios para análise, entretanto, entre eles, não constava o
Pregão Presencial 008/2008. Diante disso, resta inviabilizada, ao
menos por enquanto, a análise dos aspectos legais e formais e da
licitação.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Documento de 26/10/2009 da Prefeitura de Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Na realidade o procedimento não foi disponibilizado à inspeção em
virtude de que houvera sido arquivado em local diferente daquele onde
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 227
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
deveria estar.
Porém, a Comissão teve acesso ao procedimento, desde que ela mesma
indicada, no item logo a seguir, que teve em mãos a licitação, sob a
modalidade de pregão Presencial de n.º 008/2008, o qual foi submetido
á análise."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não obstante a justificativa apresentada, a equipe de Fiscalização não
teve acesso ao processo licitatório, mas apenas a cópia da proposta
original da empresa vencedora da licitação, que constava da
documentação disponibilizada pela CAIXA.
Ademais a constatação trata da Concorrência 001/2008 e não do Pregão
Presencial 008/2008.
Diante disso, a constatação deve permanecer.

6.2.26 CONSTATAÇÃO:
Superfaturamento quantitativo dos serviços de recapeamento realizado
na Avenida Wilson Quirino e na Rua Joaquim Vaz.

FATO:
Durante a inspeção in loco percorremos 100% das áreas que passariam
por restauração e por recapeamento, com foco na verificação da
existência dos revestimentos asfálticos. Foram conferidos os
comprimentos e larguras da cobertura asfáltica dos logradouros, bem
como o estado geral de conservação.
A conferência das medidas de comprimento e largura foi realizada pela
Equipe de Fiscalização em 21/10/2009, com a utilização de aparelho
GPS, modelo Garmin E-Trex Legend, e de trena de 50 metros,
respectivamente.
Em relação aos trechos restaurados, a diferença de 1,53% verificada em
relação ao total previsto de 5.791,44 m² não foi significativa,
podendo ser imputada ao erro decorrente da precisão e do manuseio dos
instrumentos de medição utilizados. Entretanto, o mesmo não pode ser
afirmado em relação aos trechos recapeados, pois chama a atenção a
diferença a menor de 12,65% em relação ao total pactuado de 33.260,94
m². As medidas por nós observadas in loco encontram-se demonstradas a
seguir:
Logradouro - Restauração Largura Comprimento Área
Verificada Verificado (m²)
in loco in loco
(m) (m)
Pista esquerda da Avenida Wilson 6,40¹ 420,00 2.688,00
Quirino (entre Rua Bartolomeu
Bueno e Rua Jequitibá)
Rua Joaquim Pedro Vaz (entre Rua 7,98² 400,00 3.192,
da Getúlio Vargas e Rua José P.
Alvarenga)
TOTAL verificado in loco (m²) 5.880,00
Total Previsto (m²) 5.791,44
Diferença (m²) +88,56
Variação em relação ao previsto +1,53%

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Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
Larguras médias medidas em diferentes pontos de cada trecho
¹ Medidas das larguras na Pista esquerda da Avenida Wilson Quirino, entre Rua
Bartolomeu Bueno e Rua das Palmas: 6,25m e 6,55m (Média 6,40m)
² Medidas das larguras na Rua Joaquim Pedro Vaz, entre Rua da Getúlio Vargas e
Rua José P. Alvarenga: 7,80m; 8,00 e 8,15m (Média 7,98m)

Logradouro Largura Comprimento Área (m²)


Verificada Verificado
in loco in loco
(m) (m)
Avenida Wilson Quirino 8,00 30,00 240,00
(semicírculo da Praça)
Avenida Wilson Quirino (dois 7,90¹ 140,00 1.106,00
lados do triângulo da Praça)
Avenida Wilson Quirino (pistas 6,88² 700,00 4.816,00
direita e esquerda, entre
vértice do triângulo da Praça e
Rua Antônio Moreira)
Avenida Wilson Quirino (pistas 6,753 800,00 5.400,00
direita e esquerda, entre Rua
Antônio Moreira e Rua Padre
Anchieta)
Avenida Wilson Quirino (pistas 6,304 140,00 882,00
direita e esquerda, entre Rua
Padre Anchieta e Rua Bartolomeu
Bueno)
Pista direita da Avenida Wilson 6,455 420,00 2.709,00
Quirino (entre Rua Bartolomeu
Bueno e Rua Jequitibá)
Avenida Wilson Quirino (pistas 6,206 480,00 2.976,00
direita e esquerda, entre Rua
Jequitibá e Rua das Tulipas)
Avenida Wilson Quirino (pista 8,507 390,00 3.315,00
única, entre Rua das Tulipas e
Rua H)
Avenida Wilson Quirino (entre 7,858 370,00 2.904,50
Rua H e Rua A)
Avenida Wilson Quirino (entre 7,379 460,00 3.390,20
Rua A e Av. Radial Leste)
Rua Joaquim Pedro Vaz (entre Rua 8,7510 150,00 1.312,50
da Getúlio Vargas e Rua Leopoldo
de Bulhões)
TOTAL verificado in loco (m²) 29.051,20
Total Previsto (m²) 33.260,94
Diferença (m²) -4.209,74
Variação em relação ao previsto -12,65%

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 229


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Larguras médias medidas em diferentes pontos de cada trecho
¹ das larguras na Avenida Wilson Quirino nos dois lados
Medidas do
triângulo da Praça: 8,00m e 7,80m (Média 7,90m)
² Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (pistas direita e
esquerda, entre vértice do triângulo da Praça e Rua Antônio
Moreira): 7,00m; 7,00m; 6,80m e 6,70m (Média 6,88m)
3
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (pistas direita e
esquerda, entre Rua Antônio Moreira e Rua Padre Anchieta): 6,75m e
6,75m (Média 6,75m)
4
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (pistas direita e
esquerda, entre Rua Padre Anchieta e Rua Bartolomeu Bueno): 6,25m e
6,35m (Média 6,30)
5
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (pista direita,
entre Rua Bartolomeu Bueno e Rua Jequitibá): 6,35m e 6,55m (Média
6,45m)
6
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (pistas direita e
esquerda, entre Rua Jequitibá e Rua das Tulipas): 6,20m e 6,20m
(Média 6,20m)
7
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (pista única, entre Rua
das Tulipas e Rua H): 8,80m e 8,20m (Média 8,50m)
8
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (entre Rua H e Rua
A): 8,20m e 7,50m (Média 7,85m)
9
Medidas das larguras na Avenida Wilson Quirino (entre Rua A e Av.
Radial Leste): 7,50m; 8,05m e 6,55m (Média 7,37m)
10
Medidas das larguras na Rua Joaquim Pedro Vaz (entre Rua da
Getúlio Vargas e Rua Leopoldo de Bulhões): 9,10m e 8,40m (Média
8,75m)

Cabe salientar que, como a camada asfáltica de recapeamento não


alcança a largura total das ruas, a nossa medição se baseou na largura
efetiva da parte recapeada e não na largura entre os meios fios.
Considerando que o valor total previsto para os serviços de
recapeamento de 33.260,94 m² foi de R$ 540.338,87, ou seja R$ 16,24
por metro quadrado, podemos estimar o superfaturamento quantitativo
praticado em R$ 68.366,18. Como o pagamento por 100% dos serviços de
recapeamento já foi autorizado pela CAIXA, o fato caracteriza
prejuízo.
Não foram verificadas inconsistências qualitativas significantes em
relação às especificações pactuadas.
A conservação da pavimentação asfáltica verificada é satisfatória.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Medições realizadas in loco.

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Detalhes do recapeamento na AV. Wilson Quirino

Detalhes do recapeamento na Rua Joaquim Pedro Vaz


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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Diz a Comissão que realizada medições nos locais de execução das
obras, foi constatada diferença, para menos, no quantitativo, da ordem
de 12,65% do total previsto, ou seja, de uma previsão inicial de
execução de 33.260,94m² de recapeamento, somente teriam sido
executados 29.051,20, faltando 4.209,74 para completar o total
contratado.
Acerca dessa constatação, a despeito do levantamento haver sido
realizado sem o acompanhamento de qualquer servidor, ou mesmo do
representante da empreiteira, parte interessada no resultado, o que o
inquina de ilegítimo sob o aspecto legal, impende ser dito que os
métodos e formas em que se deu o levantamento podem ter comprometido,
em muito o alcance do resultado efetivo, desde que os mesmos são
conflitantes tanto com os verificados pela fiscalização do município
quanto com os atestados nas medições, pela fiscalização da Caixas
Econômica Federal.
Importante aqui relembrar que os serviços são executados, medidos,
conferidos e atestados pela fiscalização municipal. As medições são
encaminhadas à Caixa Econômica Federal que designa um fiscal para que
confira, in loco, os serviços, tanto nos aspectos de qualidade, quanto
nos de quantidade. Somente depois disso é que é feita a liberação da
medição. Após isso, a empresa está habilitada a receber da CEF o valor
da medição, cujo pagamento se dá por crédito direto na conta corrente
da empresa.
Vale dizer, o município apenas certifica as medições dos serviços
apresentadas pela contratada, porém a conferência final e o atestado
de cumprimento dos quantitativos indicados nas medições é de
responsabilidade da Caixa Econômica Federal."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Em relação à falta de notificação para que representante do município
acompanhasse as medições, tecemos as seguintes considerações: a)
durante a reunião de abertura dos trabalhos, realizada em 21/10/2009,
foi informado ao Prefeito quanto a metodologia de trabalho que seria
adotada, inclusive quanto às verificações in loco, não tendo o gestor
se manifestado sobre a intenção de acompanhar os trabalhos de campo;
b) o método e os locais dos levantamentos realizados encontram-se
descritos na constatação apresentada à Prefeitura; c) a presença de
representante do município em nada alteraria o método adotado nas
medições, o qual não difere do método adotado pela CAIXA e,
possivelmente, pela própria Prefeitura: para o cálculo da área, mede-
se o comprimento da rua pavimentada e multiplica-se pela média da
largura da camada de asfalto, medida em diversos pontos; d) os locais
das medições foram os logradouros constantes da documentação
apresentada pela própria Prefeitura e pela CAIXA, conforme pode ser
verificado a partir das tabelas existentes na constatação encaminhada
à Prefeitura e das fotos constantes das evidências.
A discrepância entre os resultados da fiscalização da CGU e as
medições da Prefeitura e o atesto da CAIXA é a própria essência da
constatação. Sendo assim, de forma a contestar os nossos resultados,
deveria a Prefeitura ter conferido, também in loco, as nossas medições
para rejeitá-las ou confirmá-las. Entretanto, tal providência não foi
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 232
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adotada, tendo a Prefeitura se limitado a apontar a que as medições
por ela encaminhadas foram aprovadas pela CAIXA, a quem caberia a
responsabilidade pela "conferência final e o atestado de cumprimento
dos quantitativos indicados...".
O fato da CAIXA ser responsável pela aprovação da medição encaminhada
não exonera o administrador municipal de garantir o fiel cumprimento
dos quantitativos pactuados e nem exonera a CAIXA de possíveis erros
cometidos na aprovação dos serviços.
Diante do exposto, na ausência de contestação objetiva à diferença por
nós apontada, mantemos a constatação.

6.3 - PROGRAMA
9991
HABITACAO DE INTERESSE SOCIAL
AÇÃO :
0648
APOIO AO PODER PUBLICO PARA CONSTRUCAO HABITACIONAL PAR
A FAMILIAS DE BAIXA RENDA - NACIONAL (CREDITO EXTRAORDI
NAR
OBJETIVO DA AÇÃO :
Apoio ao Poder Público para construção habitacional para fámilias de b
baixa renda
ORDEM DE SERVIÇO : 234619
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Produção habitacional - Inhumas/GO - setor Sol Nascente
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 842.802,66

6.3.1 CONSTATAÇÃO:
Descumprimento do cronograma de execução.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 233.301-54 foi celebrado em 30/12/2007, entre
a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades, com
interveniência da CAIXA, tendo como objeto a "produção de unidades
habitacionais".
O cronograma de execução aprovado previa a execução das obras em 150
dias. Por meio do RAE de 06/07/2009 é possível verificar que a obra
teve início em 04/07/2008 e que a última medição de obra encaminhada
pela Prefeitura data de 19/06/2009. Na verificação in loco por nós
realizada em 21/10/2009, portanto depois de mais de um ano do início
das obras, verificamos que os serviços de construção das casas ainda
não estavam concluídos.
O atraso na execução da obra vem propiciando que serviços já
executados se deteriorem e facilitando a ação de vândalos que destroem
portas e esquadrias, demandando novos serviços. Com efeito, duas
casas, situadas de frente para a Rua Sebastião Inácio Vieira, no
Residencial Morada do Sol, foram arrombadas e tiveram parte de suas
esquadrias, portas e janelas, depredadas, demonstrando problemas
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quanto à vigilância do patrimônio.
Diante disso, concluímos pelo descumprimento do cronograma de
execução, com prejuízo potencial na qualidade da obra.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA.

Portas e Janelas destruídas no Residencial Morada do Sol

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O atraso na construção das casas deveu, em primeiro lugar, na
antecipação do período chuvoso, na momentânea falta de material.
Ademais, nas obras executadas à conta de recursos federais nem sempre
é possível o cumprimento dos prazos para inícios, cumprimento de suas
etapas e conclusão, em razão dos atrasos na liberação de parcelas dos
recursos. O contratado é responsável pelos eventuais danos sobrevindos
à obra durante o curso de sua execução."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura aponta como causa do atraso a antecipação do período
chuvoso e a momentânea falta de material. Embora tal alegação possa
realmente ser procedente, não temos como avaliar o seu real impacto no
atraso das obras, haja vista que não há comprovação dessas alegações,
especialmente em relação à falta de material.
Considerando que, até a data da nossa fiscalização, a última medição
apresentada pela Prefeitura data de 19/06/2009 e o último pagamento
autorizado pela CAIXA data de 07/08/2009, a alegação de atrasos nos
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repasses não é suficientemente consistente para que a constatação
possa ser relevada.
Quanto aos prejuízos à obra decorrentes do atraso na sua execução e
da vigilância deficiente do patrimônio público, cabe ressaltar que,
perante o gestor federal financiador da obra, a responsabilidade é da
Prefeitura de Inhumas, conforme termos do Contrato de Repasse
pactuado.
Diante disso, não acatamos a justificativa apresentada.

6.3.2 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.

FATO:
No item 04.04.04 do Edital foi estabelecida a exigência de comprovação
de experiência prévia do licitante e do responsável técnico pela obra
a partir de um único contrato, o que equivale a restringir tal
comprovação à apresentação de um único atestado técnico referente a
obras semelhantes às previstas na licitação.
O órgão licitante, conforme se observa, estabeleceu o limite máximo de
um atestado técnico, entretanto, não evidenciamos motivos para tal
exigência.
A exigência da apresentação de mais de um atestado ou da limitação do
seu número não é admissível, exceto em casos devidamente justificados.
A limitação de número de atestados é exceção e deve ser devidamente
justificada no processo, o que não foi feito pelo órgão licitante.
No que se refere à limitação do número de atestados, como foi o caso,
o Tribunal de Contas da União, conforme item 9.2.1 do Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário, expressa o entendimento de que tal
exigência deve ser evitada, a não ser que seja devidamente justificada
e vise garantir que a empresa contratada "detenha o conhecimento
técnico e a capacidade operacional inerentes à metodologia construtiva
a ser aplicada, sem prejuízo de esclarecer que é vedada a imposição do
referido limite quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se
os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante têm
dimensão semelhante à do objeto do certame".
Ora, obras de construção de casas populares, com apenas 33,52m² são
corriqueiras, realizadas rotineiramente por centenas de empresas no
País e, no caso sob análise, não demandavam nenhum conhecimento
técnico e capacidade operacional especial inerente à metodologia
construtiva, que justificasse a imposição de limitação do número de
atestados.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O entendimento de que a exigência de experiência do responsável
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técnico a partir de apenas um contrato (itens 04.04.04 do edital)
equivale a restringir a comprovação dessa experiência a apenas um
atestado não procede, dado que o edital não restringiu essa
comprovação a apenas um atestado, mas apenas a um contrato.
Essa diferença não é apenas semântica, mas traduz a possibilidade de a
experiência do profissional ser comprovada mediante quantos atestados
quiser a empresa juntar, referente à mesma obra (contrato), ou seja,
obra de padrões semelhantes ao que está em questão.
Na realidade, o edital em momento algum restringiu a comprovação à
apenas um atestado, como entendeu o n. analista, e tanto assim é que
não houve impugnação ou questionamento a essa, ou a outra(s), previsão
(ões), razão ,pela qual é de se requerer seja relevada a condição
contida no edital.
Por fim note-se que o que se buscava era a verificação da capacitação
do profissional e também da empresa, a fim de deixar garantida a
competência na execução da obra.
O Eg. TCU pontuou:
"Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.
Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com
a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao
estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação
técnico-operacional nos termos do inc. II do art. 30 da lei 8.666/93.
(TCU, TC-009.987/94-0, Min. Paulo Afonso Martins de Oliveira,
09/08/95. BLC nov/95, pág. 564)
Ademais, o § 3º do artigo 30 reza que "será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões e atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica equivalente ou
superior." daí porque, rente a esse princípio, não haveria de supor o
licitante que apenas um atestado seria admitido.
Ante essas razões, pede-se seja relevada a condição posta no edital,
até mesmo porque adota-se a anotação como alerta para futuras obras,
consignando que não restou prejudicado, nem o certame nem o interesse
público, dado que alcançou-se a plena disputa e a competitividade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura alega que a comprovação de aptidão técnico-profissional
não estaria restrita a um atestado mas a um único contrato,
acrescentando, ainda, que a experiência do profissional poderia ser
comprovada com quantos atestados o licitante quisesse juntar, desde
que referentes "à mesma obra (contrato)". Ora, como pode uma mesma
obra - ou um mesmo tipo de serviço incluído em determinada obra -
servir de base para diferentes atestados? Parece-nos claro que cada
obra ou tipo de serviço dentro de uma obra equivale a um atestado,
mesmo que emitidos em série para diversas finalidades.
Ademais, o disposto no itens 04.04.04 do Edital da licitação deixa
claro que a capacitação técnica-profissional da empresa ou de seu
responsável técnico deveria ser proveniente de um único contrato. Se
deveria ser proveniente de um único contrato, conforme consta do
Edital, e referentes à mesma obra, segundo esclarecimento apresentado
pela Prefeitura, por óbvio, teria-se um único atestado.
O tipo de obra licitada não apresentava características inerentes à
sua metodologia construtiva que justificassem a restrição da
comprovação da aptidão técnico-profissional a atestado decorrente de
um único contrato ou de uma única obra, tanto que não há na
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documentação analisada qualquer pronunciamento técnico que propugne
por uma complexidade técnica que demandasse tal restrição. Diante
disso, o nosso entendimento é de que essa exigência teve como único
objetivo confirmar que o participante da licitação já tivesse
executado obra de mesma envergadura, situação vedada no Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário.
Embora o disposto artigo 30 da Lei 8.666/93 trate a questão sempre no
plural ("atestados" ou "certidões"), o Edital da licitação leva,
inegavelmente, ao entendimento que somente seria admissível um único
atestado ou certidão, posto que limitou a sua origem a um único
contrato relativo a "serviços compatíveis" com o objeto licitado.
Assim, não obstante a inexistência de recursos durante os
procedimentos da licitação, resta evidente a ilegalidade da exigência
editalícia. Já o potencial restritivo à competitividade da licitação
fica evidenciado pelo fato de que somente empresas que tivessem
executado obra de mesma magnitude poderiam participar da licitação.
Diante do exposto mantemos a constatação.

6.3.3 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para seis dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, no item 04.04.04.02 do Edital, exigiu, como
condição para participação no Tomada de Preços 02/2008, a comprovação
de visita aos locais das obras, mediante atestado fornecido pela
municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia 21/05/2008, com
início às 09:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
licitação após a 21/05/2008 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 27/05/2008,
nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
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dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
de habilitação em dois dias e infringência ao estabelecido no inciso
I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"Os analistas entenderam que ocorreu restrição ao caráter competitivo
do certame, em virtude de exigência de visita técnica, constante do
item 04.04.02. que integra a fase de habilitação, em data única, o que
teria antecipado a data dessa fase, diminuindo, assim, o prazo legal
de quinze dias.
A respeito de tal assertiva cabe ressaltar que a exigência, nesse
sentido, contida no edital é perfeitamente lógica e regular, não tendo
sido afrontada qualquer disposição legal. Tampouco constituiu-se ela
em restrição ao caráter competitivo, mesmo porque caso alguma empresa
pretendesse a participação, bastava requerer o atestado de
comparecimento.
Sobre a obrigatoriedade da realização da visita técnica, a discussão
já está superada, desde que os tribunais de contas, em sua maioria, em
especial o TCU, já pontuaram que não é faculdade do licitante, mas
antes uma obrigação á realização da visita técnica. Assim o s
licitantes devem efetuar a visita técnica para não serem inabilitados
do procedimento, como disposto pelo TCU no Processo no TC-
013.049/2005-0:
"No que concerne à vistoria prévia, forçoso destacar que tal exigência
encontra amparo tanto na legislação (art. 30, inciso III, da Lei nº
8.666/1993) como na jurisprudência do TCU (v.g. Decisão nº 783/2000-
Plenário)".
Ainda sobre essa questão, cumpre analisar os fatos sob dois outros
aspectos:
O primeiro deles é que a falta de previsão de data, deixando ao
critério da empresa o dia e a hora, implicaria em colocar um servidor
público durante todos os dias úteis do transcurso de uma licitação à
disposição, em tempo integral, para acompanhar aquele que pretendesse
a visita. Se se considerar que estão em curso não uma, mas várias
licitações, pode-se imaginar o prejuízo aos serviços e a balbúrdia
instalada, com inúmeros servidores paralisados de seus afazeres
somente esperando funcionários de empresas que pretendem participar de
licitações comparecerem para a visita técnica.
O segundo aspecto diz respeito a razões de lógica material. Com
efeito, a demarcação de data anterior àquela designada pela Comissão
para a abertura dos envelopes é medida de preservação dos interesses
da administração e defesa do uso adequado dos recursos públicos,
exigindo dos licitantes o pleno conhecimento do objeto licitado, a fim
de que possam eles, antes de comparecer ao certame, avaliar se tem
condições concretas de executar a obra.
Importante destacar que soaria como ilógico pretender que somente
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quando da abertura da fase da habilitação os licitantes promovessem a
visita técnica, desde que, comparecendo os interessados à disputa em
si, teriam que sair e vistoriar o local da obra no momento em que
fossem abertos os trabalhos. E (não é demais supor) caso um dos
licitantes sentisse que no local da obra existia algum fator que
complicaria ou dificulta (sic) a sua execução, e que o custo desse
impedimento não fora por ele avaliado na proposta de preços (já
entregue) ter-se-ia, em plena disputa, um impasse, desde que o
licitante já está nela inserido; teria apresentado os envelopes (de
habilitação e de preços, que estariam de posse da Comissão). Como a
lei não admite recuos, quando o licitante já está no processo, a sua
situação é insustentável, dado que constatou que não tem condições de
executar a obra pelo preço que lançou em sua proposta. Se essa
hipótese ocorresse com todos os licitantes, ter-se-ia uma licitação
frustrada, com perda de recursos públicos, perda de tempo e,
principalmente prejuízos aos munícipes, com a não execução do
benefício público pretendido.
No caso de obras, e especificamente no caso de municípios pequenos, a
administração deve resguardar o interesse público com os instrumentos
legais disponíveis. Portanto não se trata de mero formalismo , mas de
exigências que visam levar o licitante a conhecer, e assim a avaliar,
a sua capacidade e interesse na execução da obra licitada, evitando
assim que posteriormente venha ele a alegar que a administração não
informou dados e informações relevantes ao processo licitatório,
causando prejuízos à administração pública e ao bom andamento dos
serviços.
Por outro lado, o próprio SINDUSCOM-SE orienta seus sindicalizados
sobre a propriedade dessa visita, cuja manifestação, contida no site
indicado, está assim construída:
"A visita técnica pode ser feita por qualquer pessoa, leiga ou
profissional, independente de vínculo com a empresa licitante, desde
que o edital não exija a presença de engenheiro habilitado para
determinada especialidade e que seja empregado da empresa. Entretanto,
recomenda-se que seja enviado para efetuar a vistoria no lugar das
obras a serem executadas um profissional devidamente inscrito no CREA
e que pertença à equipe técnica da empresa ou que possua procuração
desta última. Esta atitude é um meio de cautela, uma vez que esta
visita atesta que o local se encontra em perfeitas condições para
execução do serviço a ser contratado e qualquer ocorrência posterior
referente ao estado do local não poderá ser questionada futuramente.
Ressalta-se que se houver no instrumento editalício previsão da
presença de engenheiro habilitado e que possua vínculo empregatício
com a empresa licitante, deverá ser cumprida a exigência. Assim, só o
que constar no edital deve ser rigorosamente obedecido.
No que se refere ao pré-estabelecimento no edital de data para a
visita técnica, é plenamente possível que o órgão licitante determine
dia e hora para a realização desta. Havendo qualquer impedimento da
empresa em não poder se dirigir ao local para atestar as condições, é
aconselhável que se comunique com a Administração Pública, por meio de
documento protocolado no órgão licitante, solicitando o agendamento de
outro período para realização da visita.
Caso o edital exija a visita técnica, mas não constem as informações
concernentes à sua concretização, a empresa licitante pode elaborar um
Pedido de Esclarecimento, através do qual a Administração Pública
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deverá dirimir as dúvidas quanto as omissões ou obscuridades
editalícias. (Assessoria Jurídica do SINDUSCON-SE - www.sinduscom-
se.com.br)"
Dessa forma, com a devida vênia aos doutos entendimentos manifestados
no Relatório, há que prevalecer, no caso, o bom senso, aliás sempre o
dirigidor da boa interpretação das normas legais. E em assim sendo,
requer seja considerado o argumento lógico aqui manifestado, o qual
justifica a demarcação do prazo de visita antes da abertura da fase de
habilitação, mesmo porque prejuízo algum tal providência trouxe ao
certame, antes preveniu futuras discussões."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manchete da nossa constatação é clara ao apontar que foi
predeterminada apenas uma data fixa para a visita dos interessados
aos locais das obras, de modo que não há engano sobre esse aspecto.
Não se trata de questionar a exigência de que os licitantes visitassem
previamente o local das obras, ou a inegável importância dessa visita,
mas a definição de regras absolutamente rígidas e inflexíveis para
tal. O Edital é claro nesse aspecto: "Não serão aceitas visitas fora
da data e horário estipulado".
Como já relatado anteriormente, a estratégia adotada pela Comissão
de Licitação alijou da disputa quaisquer outros interessados que,
porventura, tivessem tomado conhecimento da licitação após a data
definida para a visita aos locais das obras ou tomassem a decisão de
participar do processo após essa data.
Cabe ressaltar, ainda, que não se trata de entender ou sugerir que a
visita técnica somente pudesse ocorrer após a abertura da fase da
habilitação, posto que, como afirma a Prefeitura, seria ilógico.
Entretanto, até a data marcada para a apresentação pelos interessados
da documentação inerente à licitação, nada deveria impedir a
participação na disputa. Os documentos de habilitação somente
poderiam ser exigidos e julgados a partir dessa data. Assim, a
substituição da exigência de que o licitante apresentasse declaração
própria de ter conhecimento do local das obras pela exigência de
certidão específica para a licitação sob análise exarada pela
municipalidade e específica para a licitação sob análise, a partir de
visita por ela predeterminada para uma única data e horário, trouxe,
como efeito prático, a antecipação do início da fase de habilitação,
resultando, também, no descumprimento do prazo legal estipulado no
inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Da nossa constatação não consta entendimento ou sugestão de que
deveria ser deixado "ao critério da empresa o dia e a hora" para a
visita técnica, haja vista que, especialmente nos pequenos municípios,
o corpo técnico das prefeituras é usualmente restrito e não poderia
ficar permanentemente à disposição dos interessados. Entretanto, essa
situação, bem como quaisquer outras dificuldades administrativas que
possam ser eventualmente invocadas, não são suficientes para elidir a
falha apontada. Diante da restrição do corpo técnico da Prefeitura,
mas visando proporcionar a mais ampla competitividade, poderiam ter
sido adotadas diferentes estratégias para a visita ao local das obras,
como por exemplo: fixação de datas alternativas ou adoção de um
sistema de agendamento das visitas.
Reafirmamos, portanto, a nossa convicção de que a fixação de data de
maneira rígida e inflexível para visita ao local das obras possuiu
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potencial restritivo à competição, enquanto que a necessidade de que
essa visita fosse, obrigatoriamente, comprovada por meio de
certificado específico exarado pela autoridade municipal, resultou na
antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.3.4 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.

FATO:
O item 04.05.02 do Edital estabelece que a participação na licitação
estaria condicionada à apresentação de comprovação de prestação de
garantia no valor de R$ 10.257,56, a ser efetivada até o 20/05/2008,
portanto antes da data da entrega da documentação de habilitação.
A Seção II da Lei 8.666/93 estabelece as condições de habilitação nas
licitações. O Artigo 31, constante da referida Seção II, estabelece a
documentação que pode ser exigida como qualificação econômico-
financeira para fins de habilitação. O inciso III do referido Artigo
define que poderá ser exigida "garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação".
Pelo que consta do texto legal mencionado, nos parece claro que a
comprovação da prestação de garantia, como condição de participação na
licitação, somente poderia ter sido exigida no momento da entrega da
documentação de habilitação, tendo a Comissão de Licitação a obrigação
de julgar a sua validade e adequação aos termos do edital quando da
análise de tais documentos, ou seja após a abertura dos envelopes
apresentados pelos licitantes, contendo os documentos de habilitação,
conforme definido no inciso I do Artigo 43 da Lei 8.666/93.
Cabe lembrar que a análise e julgamento dos documentos de habilitação
não necessitam ser realizados imediatamente após a abertura dos
envelopes contendo a documentação dos participantes, haja vista que o
§ 3º do Artigo 43 da Lei 8.666/93 dispõe que: "É facultada à Comissão
ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta".
O efeito prático da exigência editalícia foi a antecipação do início
da fase de habilitação em, pelo menos, 5 dias úteis e, por
conseqüência, o descumprimento do prazo legal de 15 dias que deve
separar a publicação do Edital do recebimento dos documentos de
habilitação e das propostas ou da realização do evento, conforme
consta no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Ao exigir a apresentação da garantia antes da data marcada para
apresentação do restante da documentação de habilitação, a Comissão de
Licitação diminuiu, sem previsão legal que a respaldasse, o prazo para
que os possíveis interessados pudessem conseguir os recursos ou o aval
financeiro para o cumprimento da exigência.
Diante do exposto, concluímos pela ilegalidade da exigência editalícia
de prestação de garantia previamente à fase de habilitação, bem como
consideramos que a exigência constituiu-se em fator limitante à
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competitividade do certame.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A exigência, que consta do edital no item 04.05.02, de que o
comprovante de garantia devesse ser obtido antes de instalada a fase
de habilitação (desde que, no entendimento do analista, esse documento
faz parte dos documentos de habilitação) se justifica por razões de
interesse público e em nome da celeridade e prevenção de
inabilitações.
Com efeito, sendo a questão do oferecimento de garantias se mostra uma
das mais controversas na materialização das licitações de médio e
grande porte, ante a insistência de serem utilizados títulos da dívida
pública fora dos padrões estabelecidos pelo Banco Central, dado que a
lei de licitações não estabelece regramento para essa aceitação.
Considerando o número estratosférico de títulos podres existentes no
mercado, a administração entendeu conveniente, para preservação da
ampla competitividade e plena participação de empresas, que essa
comprovação se desse antes da instalação dos trabalhos de abertura dos
envelopes respectivos.
Isso porque, ao se instalar a sessão, com a vedação de juntada de
novos documentos, constatando a Comissão que determinada empresa
promoveu a juntada de garantia fora das condições de aceitabilidade,
só restaria a inabilitação do licitante, com prejuízo ao certame e,
possivelmente aos cofres públicos, ante a redução da disputa.
Eventualmente poderia ser eliminado justamente o licitante que
ofereceria o menor preço, daí o prejuízo fatalmente seria maior."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada. No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público. Quanto à celeridade necessária às contratações, ela
deve decorrer do planejamento e organização da Prefeitura e não de
atos que infrinjam o arcabouço legal ou o princípio básico da ampla
competitividade. Diante disso, as alegações de interesse público e
celeridade não podem ser recepcionadas.
O que se questionou foi a exigência de prestação de garantia
previamente ao julgamento da habilitação do licitante e a consequente
antecipação da fase de habilitação. Essa situação é confirmada pela
justificativa apresentada pela Prefeitura, quando afirma que a
estratégia adotada se justificaria pela "prevenção de inabilitações"
decorrentes da prestação de garantias "fora das condições de
aceitabilidade", situação em que "restaria a inabilitação do
licitante", o que poderia trazer prejuízo à "ampla competitividade e
plena participação de empresas". É nosso entendimento que tal alegação
também não pode prosperar, quer seja porque não possui amparo legal,
quer seja porque a prestação de garantia fora das condições de
aceitabilidade, antes ou depois da fase de habilitação, teria a mesma
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consequência: inabilitação do participante. Ademais, a competitividade
sofre maior prejuízo quando são adotadas regras restritivas, no caso a
antecipação da fase de habilitação, do que quando o processo
licitatório se atém ao ordenamento legal.
Quanto à comparação da antecipação da fase de habilitação, conforme
por nós apontado, com necessidade de estar o licitante devidamente
cadastrado ou atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas não é
procedente, porque a exigência questionada estipulou a prestação da
garantia para o dia 09/05/2008, portanto para seis dias antes da
licitação (15/05/2008). Assim, essa argumentação somente reforçaria a
evidência de antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.3.5 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.

FATO:
Conforme consta do item 04.05.03 do Edital da Tomada de Preços
02/2008, foi exigido dos interessados que apresentassem, como parte da
documentação necessária à habilitação na licitação, comprovação de
possuir, na data de apresentação da proposta, capital social mínimo
integralizado. Já o item 04.05.02 do Edital estabelece que a
participação na licitação estaria condicionada à apresentação de
comprovação de prestação de garantia no valor R$ 10.257,56, a ser
efetivada até o 20/05/2008.
A jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a doutrina jurídica
apontam no sentido de que a exigência concomitante de comprovação de
capital social e de prestação de garantia prévia, como condição de
habilitação de interessados na licitação, configura-se como fator
limitante à competitividade do certame, conforme argumentação a
seguir:
- Decisão nº 681/1998/Plenário - O TCU se manifestou em sentido
contrário acerca de exigência simultânea de capital social mínimo e
garantia de proposta (caução), em confronto com o que especifica o
art. 31, parágrafo 2º, da Lei nº 8.666/93. Da referida Decisão
ressaltamos o seguinte trecho:
"A matéria versada (ilegalidade de exigência simultânea de capital
social e garantia caução) permite revelar a extensão do conflito que
freqüentemente se observa entre a Administração Pública no uso da
amplitude e envergadura com que busca dimensionar as garantias
assecuratórias para o sucesso do processo licitatório, maximização do
negócio e resguardo do interesse público, e o atendimento à exegese da
Lei no sentido de assegurar o amplo caráter participativo e
competitivo aos interessados na licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, da
Lei nº 8.666/93). No caso vertente, ainda que expostas as razões para
a exigência simultânea do capital mínimo integralizado e da prestação
de garantia caução, é interativo o entendimento interpretativo de que
na fase para habilitação não pode ser exigido ônus dessa espécie
(prestação de garantia) o que poderia ser exigível para a fase de
execução do objeto licitado."
- Decisão 1.521/2002/Plenário - O TCU se manifestou no sentido de que
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se atente para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº
8.666/93, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos
instrumentos convocatórios de licitações, requisitos de capital social
mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-
financeira dos licitantes.
No mesmo sentido das Decisões do TCU, é o ensinamento de Marçal Justen
Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
edição, DIALÉTICA, São Paulo, 2000, página 359), conforme
transcrevemos:
"... A Garantia ... Em épocas passadas, era usual a Administração
condicionar a habilitação ao depósito de valores ou ao caucionamento
de bens. Isso acarretava indevida restrição à participação dos
interessados. Consagrou-se, por isso, o princípio de que a habilitação
não pode ser condicionada ao pagamento de valores ou cauções etc. O
princípio foi alçado ao nível constitucional. A exigência de
'garantias' para participação na licitação é incompatível com o
disposto no art. 37, inc. XXI, da CF/88. Por isso, o inc. III do art.
31 é inconstitucional. Além do mais, não acrescenta qualquer vantagem
ou benefício à Administração. Existe, ainda, evidente
incompatibilidade entre o inc. III e o espírito da Lei, retratado no
art. 32, § 5º."

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No caso em tela a comissão exigiu tanto a garantia como capital
social mínimo, porém o fez em resguardo ao interesse público e em nome
da efetiva garantia na execução do contrato.
De se ver que essa exigência não se constitui em previsão restritiva,
mas sim em condição que pretende afastar dos certames empresas
aventureiras, que gravitam em torno de licitações visando tão somente
obter vantagens imediatas, aí sim frustrando o caráter competitivo.
Entretanto, acolhendo a recomendação contida na jurisprudência
colacionada, o Poder Executivo abster-se-á de inserir, nos editais
futuros, tal previsão.
Além do mais, existe um rol extenso de obras de engenharia cuja
execução não é realizada por qualquer profissional ou empresa. Ainda
mais uma obra que visa o escoamento de águas pluviais, sendo que a
intensidade das chuvas tem causado inúmeros prejuízos materiais e
ceifado vidas humanas, por erros de construção nas galerias como o
noticiário tem anunciado cotidianamente. Tal obra não pode ser
considerada meramente de "corriqueira", sendo necessária, sim, a
comprovação da capacidade técnica para a sua execução. Daí porque a
administração cuidou de se precaver nas garantias, porém sendo certo
que essa conduta não implicou em perda do caráter competitivo do
certame.
Vejamos:
"Art. 31 - A documentação relativa à qualificação econômica-financeira
limitar-se-á a:
...
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III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
"caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que
assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
lucratividade.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução
de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório
da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei,
como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira
dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a
ser ulteriormente celebrado.
Em relação as exigências editalícias assim manifestou o STJ :
". . .O interesse público reclama, além do suporte técnico-operacional
para realização das obras e serviços , outros requisitos ditados no
chamamento Editalício.
2. exigência editalícia orientada pelo interesse público no
cumprimento das obrigações . Legalidade." ( STJ 1ª Turma. RMS n.º
9687/PR. DJ 11 nov. de 2002, p. 00149) (grifamos)
". . .a exigência no edital, de comprovação de capacidade técnico-
operacional, não fere o caráter de competição do certame
licitatório." (STJ, 1ª Turma, RESP n.] 155861/SP, DJ 08 de mar. 1999
p. 000114.) (grifamos)
No entanto, ainda que se entenda como exigências alternativas,
constitui-se essa em mera falha formal, que apenas revestiu a execução
da obra de maior garantia, sem trazer qualquer prejuízo ao caráter
competitivo, como quis entender o Relatório. Essa presunção de
prejuízo não encontra amparo nos fatos e nos resultados do certame.
Cabe a invocação do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de maio/1998:
" Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."
Nesse pensar, as falhas inquinadas de restritivas ou de ilegais,
consoante consta do Relatório, configuram meras falhas formais, que
não trouxeram prejuízo ao objetivo perseguido pela administração,
sendo que a licitação teve preservados os princípios basilares que a
regem, quais sejam o da publicidade, o da amplitude da disputa, o da
legalidade e o do devido processo legal, razão pela qual pede-se sejam
elas relevadas."

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ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:
A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada, informando que a exigência concomitante de capital social
mínimo e de prestação de garantia se deu em nome do "resguardo ao
interesse público e em nome da efetiva garantia na execução do
contrato". No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público.
A constatação por nós apresentada não entra no mérito sobre se a falha
é ou não formal, mas na consequência que dela poderia advir, qual
seja: a restrição à competitividade. Embora a Prefeitura afirme que a
falha não trouxe "qualquer prejuízo ao caráter competitivo" e que a
restrição à competitividade "não encontra amparo nos fatos e nos
resultados do certame", verifica-se que o resultado da Tomada de
Preços 001/2008, por si só, indica que a restrição à competitividade
trouxe reflexos negativos à contratação, pois a proposta vencedora
apresentou uma variação de apenas R$ 83,41 em relação ao preço base da
Prefeitura, correspondendo a insignificantes 0,032% do total orçado
para as obras.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura (abster-se de
inserir, nos editais futuros, tal previsão), mas considerando que tal
ação não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.3.6 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.

FATO:
Não consta do edital do Tomada de Preços 02/2008 nenhuma menção às
condições de apresentação do BDI incluído nos preços propostos pelos
licitantes.
Da proposta vencedora da licitação também não consta menção ao BDI.
Diante do exposto, como o BDI não foi apresentado de forma a detalhar
os seus componentes, nem na planilha orçamentária apresentada na
licitação, nem na planilha contendo os preços da proposta vencedora,
ficamos impossibilitados de verificar a adequação dos itens incluídos
como despesas indiretas.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A falta de abertura do BDI, tanto no edital quanto nas propostas, não
interferiu na composição dos custos nem no oferecimento dos preços,
daí porque não trouxe qualquer prejuízo ao certame.
De se salientar que essa obrigatoriedade não consta da lei de
Licitações, daí porque, em princípio, não estaria a administração
obrigada a faze-lo, o que não quer dizer que não fará doravante, muito
pelo contrário, é o que irá passar a prever e a exigir."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 246


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ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:
A composição do BDI abriga diversas despesas indiretas, sendo que, nem
sempre os licitantes se restringem a despesas passíveis de comporem o
BDI, incluindo, por exemplo, valores indevidos referentes à
Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSLL e ao Imposto de Renda -
IRPJ. Se não houve abertura do BDI, nem no Edital e nem na proposta
apresentada, como pode a Prefeitura afirmar que o fato não interferiu
na composição dos custos e no preço ofertado?
Embora a obrigatoriedade da abertura dos componentes do BDI não conste
da Lei 8.666/93, a necessidade de que tal exigência conste dos editais
de licitação decorre da obrigatoriedade de que a administração saiba
pelo quê está pagando, como forma de evitar pagamentos indevidos.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura ("irá passar a
prever e a exigir" a abertura do BDI), mas considerando que tal ação
não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

AÇÃO :
10SJ
APOIO A PROVISAO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL – NA REGIAO CENTRO-
OESTE
OBJETIVO DA AÇÃO :
Apoio a provisão habitacional de interesse Social
ORDEM DE SERVIÇO : 234620
OBJETO FISCALIZAÇÃO:
Produção ou Aquisição de Unidades Habitacionais
AGENTE EXECUTOR :
PREFEITURA MUNICIPAL DE INHUMAS-GO
ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.:
CONTRATO DE REPASSE
MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 339.875,18

6.3.7 CONSTATAÇÃO:
Descumprimento do cronograma de execução.

FATO:
O Contrato de Repasse n° 249.832-19 foi celebrado em 30/04/2008,
entre a Prefeitura Municipal de Inhumas e o Ministério das Cidades,
com interveniência da CAIXA, tendo como objeto o "apoio ao Poder
Público para
construção habitacional".
O cronograma de execução aprovado previa a execução das obras em 120
dias. Por meio do RAE de 20/05/2009 é possível verificar que a obra
teve início em 07/11/2008 e que a última medição de obra encaminhada
pela Prefeitura data de 24/04/2009. Na inspeção in loco por nós
realizada em 21/10/2009, portanto depois de quase um ano do início das
obras, verificamos que os serviços de construção das casas ainda
não estavam concluídos.
O atraso na execução da obra vem propiciando que serviços já
executados se deteriorem e facilitando a ação de vândalos que destroem
portas e esquadrias, demandando novos serviços.
Diante disso, concluímos pelo descumprimento do cronograma de
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execução, com prejuízo potencial na qualidade da obra.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
fotos.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


Não se aplica.

6.3.8 CONSTATAÇÃO:
Exigência de número máximo de atestados de capacidade técnica para
participação no Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em restrição à
competitividade do certame.

FATO:
No item 04.04.04 do Edital foi estabelecida a exigência de comprovação
de experiência prévia do licitante e do responsável técnico pela obra
a partir de um único contrato, o que equivale a restringir tal
comprovação à apresentação de um único atestado técnico referente a
obras semelhantes às previstas na licitação.
O órgão licitante, conforme se observa, estabeleceu o limite máximo de
um atestado técnico, entretanto, não evidenciamos motivos para tal
exigência.
A exigência da apresentação de mais de um atestado ou da limitação do
seu número não é admissível, exceto em casos devidamente justificados.
A limitação de número de atestados é exceção e deve ser devidamente
justificada no processo, o que não foi feito pelo órgão licitante.
No que se refere à limitação do número de atestados, como foi o caso,
o Tribunal de Contas da União, conforme item 9.2.1 do Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário, expressa o entendimento de que tal
exigência deve ser evitada, a não ser que seja devidamente justificada
e vise garantir que a empresa contratada "detenha o conhecimento
técnico e a capacidade operacional inerentes à metodologia construtiva
a ser aplicada, sem prejuízo de esclarecer que é vedada a imposição do
referido limite quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se
os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante têm
dimensão semelhante à do objeto do certame".
Ora, obras de construção de casas populares, com apenas 33,52m² são
corriqueiras, realizadas rotineiramente por centenas de empresas no
País e, no caso sob análise, não demandavam nenhum conhecimento
técnico e capacidade operacional especial inerente à metodologia
construtiva, que justificasse a imposição de limitação do número de
atestados.
Diante desses fatos, concluímos pela infringência ao estabelecido no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:
Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"O entendimento de que a exigência de experiência do responsável
técnico a partir de apenas um contrato (itens 04.04.04 do edital)
equivale a restringir a comprovação dessa experiência a apenas um
atestado não procede, dado que o edital não restringiu essa
comprovação a apenas um atestado, mas apenas a um contrato.
Essa diferença não é apenas semântica, mas traduz a possibilidade de a
experiência do profissional ser comprovada mediante quantos atestados
quiser a empresa juntar, referente à mesma obra (contrato), ou seja,
obra de padrões semelhantes ao que está em questão.
Na realidade, o edital em momento algum restringiu a comprovação à
apenas um atestado, como entendeu o n. analista, e tanto assim é que
não houve impugnação ou questionamento a essa, ou a outra(s), previsão
(ões), razão ,pela qual é de se requerer seja relevada a condição
contida no edital.
Por fim note-se que o que se buscava era a verificação da capacitação
do profissional e também da empresa, a fim de deixar garantida a
competência na execução da obra.
O Eg. TCU pontuou:
"Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.
Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com
a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao
estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação
técnico-operacional nos termos do inc. II do art. 30 da lei 8.666/93.
(TCU, TC-009.987/94-0, Min. Paulo Afonso Martins de Oliveira,
09/08/95. BLC nov/95, pág. 564)
Ademais, o § 3º do artigo 30 reza que "será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões e atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica equivalente ou
superior." daí porque, rente a esse princípio, não haveria de supor o
licitante que apenas um atestado seria admitido.
Ante essas razões, pede-se seja relevada a condição posta no edital,
até mesmo porque adota-se a anotação como alerta para futuras obras,
consignando que não restou prejudicado, nem o certame nem o interesse
público, dado que alcançou-se a plena disputa e a competitividade."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A Prefeitura alega que a comprovação de aptidão técnico-profissional
não estaria restrita a um atestado mas a um único contrato,
acrescentando, ainda, que a experiência do profissional poderia ser
comprovada com quantos atestados o licitante quisesse juntar, desde
que referentes "à mesma obra (contrato)". Ora, como pode uma mesma
obra - ou um mesmo tipo de serviço incluído em determinada obra -
servir de base para diferentes atestados? Parece-nos claro que cada
obra ou tipo de serviço dentro de uma obra equivale a um atestado,
mesmo que emitidos em série para diversas finalidades.
Ademais, o disposto no itens 04.04.04 do Edital da licitação deixa
claro que a capacitação técnica-profissional da empresa ou de seu
responsável técnico deveria ser proveniente de um único contrato. Se
deveria ser proveniente de um único contrato, conforme consta do
Edital, e referentes à mesma obra, segundo esclarecimento apresentado
pela Prefeitura, por óbvio, teria-se um único atestado.
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O tipo de obra licitada não apresentava características inerentes à
sua metodologia construtiva que justificassem a restrição da
comprovação da aptidão técnico-profissional a atestado decorrente de
um único contrato ou de uma única obra, tanto que não há na
documentação analisada qualquer pronunciamento técnico que propugne
por uma complexidade técnica que demandasse tal restrição. Diante
disso, o nosso entendimento é de que essa exigência teve como único
objetivo confirmar que o participante da licitação já tivesse
executado obra de mesma envergadura, situação vedada no Acórdão n.º
2.359/2007 - TCU - Plenário.
Embora o disposto artigo 30 da Lei 8.666/93 trate a questão sempre no
plural ("atestados" ou "certidões"), o Edital da licitação leva,
inegavelmente, ao entendimento que somente seria admissível um único
atestado ou certidão, posto que limitou a sua origem a um único
contrato relativo a "serviços compatíveis" com o objeto licitado.
Assim, não obstante a inexistência de recursos durante os
procedimentos da licitação, resta evidente a ilegalidade da exigência
editalícia. Já o potencial restritivo à competitividade da licitação
fica evidenciado pelo fato de que somente empresas que tivessem
executado obra de mesma magnitude poderiam participar da licitação.
Diante do exposto mantemos a constatação.

6.3.9 CONSTATAÇÃO:
Exigência de visita técnica, em data única, marcada para seis dias
antes da abertura das propostas, com a presença obrigatória de
responsável técnico detentor do atestado de experiência prévia, como
condição de participação Tomada de Preços 02/2008, incorrendo em
restrição à competitividade do certame.

FATO:
A Prefeitura de Inhumas, no item 04.04.04.02 do Edital, exigiu, como
condição para participação no Tomada de Preços 02/2008, a comprovação
de visita aos locais das obras, mediante atestado fornecido pela
municipalidade, entretanto, restringiu a visita ao dia 21/05/2008, com
início às 09:00 horas.
Ao determinar a necessidade de vistoria obrigatória, em data única, e
com a presença do responsável técnico, a Comissão Permanente de
Licitação, não só onerou, por sua própria conta, a participação dos
proponentes, como alijou da disputa possíveis interessados que, por
qualquer motivo, não pudessem estar presentes, com o seu responsável
técnico, na data marcada.
No que se refere à exigência de que o representante legal na vistoria
fosse o responsável técnico, entendemos que seria responsabilidade da
empresa proponente declarar estar ciente do local e da complexidade
dos serviços, cabendo somente a ela nomear o seu representante na
vistoria. Não obstante a irregularidade da intromissão na definição
dos representantes das empresas na vistoria, não se trata de
questionar a exigência de que os licitantes visitassem previamente o
local dos serviços, mas a definição de regras inflexíveis para tal
visita.
Como a participação na vistoria, em data fixa, foi definida como
condição obrigatória para a habilitação, resta claro que a estratégia
adotada pela Comissão de Licitação alijou da disputa quaisquer outros
interessados que, porventura, tivessem tomado conhecimento da
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licitação após a 21/05/2008 ou tomassem a decisão de participar do
processo após essa data. Cabe ressaltar que até o dia 27/05/2008,
nada deveria impedir a participação de qualquer interessado na
disputa, pois se tratava do prazo legal previsto para o recebimento
dos documentos de habilitação, a qual somente poderia ser julgada após
essa data.
O efeito prático dessa estratégia foi a antecipação do início da fase
de habilitação em seis dias e infringência ao estabelecido no inciso
I do § 1º do art. 3º da Lei de Licitações.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
" Os analistas entenderam que ocorreu restrição ao caráter competitivo
do certame, em virtude de exigência de visita técnica, constante do
item 04.04.02., que integra a fase de habilitação, em data única, o
que teria antecipado a data dessa fase, diminuindo, assim, o prazo
legal de quinze dias.
A respeito de tal assertiva cabe ressaltar que a exigência, nesse
sentido, contida no edital é perfeitamente lógica e regular, não tendo
sido afrontada qualquer disposição legal. Tampouco constituiu-se ela
em restrição ao caráter competitivo, mesmo porque caso alguma empresa
pretendesse a participação, bastava requerer o atestado de
comparecimento.
Sobre a obrigatoriedade da realização da visita técnica, a discussão
já está superada, desde que os tribunais de contas, em sua maioria, em
especial o TCU, já pontuaram que não é faculdade do licitante, mas
antes uma obrigação á realização da visita técnica. Assim o s
licitantes devem efetuar a visita técnica para não serem inabilitados
do procedimento, como disposto pelo TCU no Processo no TC-
013.049/2005-0:
"No que concerne à vistoria prévia, forçoso destacar que tal exigência
encontra amparo tanto na legislação (art. 30, inciso III, da Lei nº
8.666/1993) como na jurisprudência do TCU (v.g. Decisão nº 783/2000-
Plenário)".
Ainda sobre essa questão, cumpre analisar os fatos sob dois outros
aspectos:
O primeiro deles é que a falta de previsão de data, deixando ao
critério da empresa o dia e a hora, implicaria em colocar um servidor
público durante todos os dias úteis do transcurso de uma licitação à
disposição, em tempo integral, para acompanhar aquele que pretendesse
a visita. Se se considerar que estão em curso não uma, mas várias
licitações, pode-se imaginar o prejuízo aos serviços e a balbúrdia
instalada, com inúmeros servidores paralisados de seus afazeres
somente esperando funcionários de empresas que pretendem participar de
licitações comparecerem para a visita técnica.
O segundo aspecto diz respeito a razões de lógica material. Com
efeito, a demarcação de data anterior àquela designada pela Comissão
para a abertura dos envelopes é medida de preservação dos interesses
da administração e defesa do uso adequado dos recursos públicos,
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exigindo dos licitantes o pleno conhecimento do objeto licitado, a fim
de que possam eles, antes de comparecer ao certame, avaliar se tem
condições concretas de executar a obra.
Importante destacar que soaria como ilógico pretender que somente
quando da abertura da fase da habilitação os licitantes promovessem a
visita técnica, desde que, comparecendo os interessados à disputa em
si, teriam que sair e vistoriar o local da obra no momento em que
fossem abertos os trabalhos. E (não é demais supor) caso um dos
licitantes sentisse que no local da obra existia algum fator que
complicaria ou dificulta (sic) a sua execução, e que o custo desse
impedimento não fora por ele avaliado na proposta de preços (já
entregue) ter-se-ia, em plena disputa, um impasse, desde que o
licitante já está nela inserido; teria apresentado os envelopes (de
habilitação e de preços, que estariam de posse da Comissão). Como a
lei não admite recuos, quando o licitante já está no processo, a sua
situação é insustentável, dado que constatou que não tem condições de
executar a obra pelo preço que lançou em sua proposta. Se essa
hipótese ocorresse com todos os licitantes, ter-se-ia uma licitação
frustrada, com perda de recursos públicos, perda de tempo e,
principalmente prejuízos aos munícipes, com a não execução do
benefício público pretendido.
No caso de obras, e especificamente no caso de municípios pequenos, a
administração deve resguardar o interesse público com os instrumentos
legais disponíveis. Portanto não se trata de mero formalismo , mas de
exigências que visam levar o licitante a conhecer, e assim a avaliar,
a sua capacidade e interesse na execução da obra licitada, evitando
assim que posteriormente venha ele a alegar que a administração não
informou dados e informações relevantes ao processo licitatório,
causando prejuízos à administração pública e ao bom andamento dos
serviços.
Por outro lado, o próprio SINDUSCOM-SE orienta seus sindicalizados
sobre a propriedade dessa visita, cuja manifestação, contida no site
indicado, está assim construída:
"A visita técnica pode ser feita por qualquer pessoa, leiga ou
profissional, independente de vínculo com a empresa licitante, desde
que o edital não exija a presença de engenheiro habilitado para
determinada especialidade e que seja empregado da empresa. Entretanto,
recomenda-se que seja enviado para efetuar a vistoria no lugar das
obras a serem executadas um profissional devidamente inscrito no CREA
e que pertença à equipe técnica da empresa ou que possua procuração
desta última. Esta atitude é um meio de cautela, uma vez que esta
visita atesta que o local se encontra em perfeitas condições para
execução do serviço a ser contratado e qualquer ocorrência posterior
referente ao estado do local não poderá ser questionada futuramente.
Ressalta-se que se houver no instrumento editalício previsão da
presença de engenheiro habilitado e que possua vínculo empregatício
com a empresa licitante, deverá ser cumprida a exigência. Assim, só o
que constar no edital deve ser rigorosamente obedecido.
No que se refere ao pré-estabelecimento no edital de data para a
visita técnica, é plenamente possível que o órgão licitante determine
dia e hora para a realização desta. Havendo qualquer impedimento da
empresa em não poder se dirigir ao local para atestar as condições, é
aconselhável que se comunique com a Administração Pública, por meio de
documento protocolado no órgão licitante, solicitando o agendamento de
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outro período para realização da visita.
Caso o edital exija a visita técnica, mas não constem as informações
concernentes à sua concretização, a empresa licitante pode elaborar um
Pedido de Esclarecimento, através do qual a Administração Pública
deverá dirimir as dúvidas quanto as omissões ou obscuridades
editalícias. (Assessoria Jurídica do SINDUSCON-SE - www.sinduscom-
se.com.br)"
Dessa forma, com a devida vênia aos doutos entendimentos manifestados
no Relatório, há que prevalecer, no caso, o bom senso, aliás sempre o
dirigidor da boa interpretação das normas legais. E em assim sendo,
requer seja considerado o argumento lógico aqui manifestado, o qual
justifica a demarcação do prazo de visita antes da abertura da fase de
habilitação, mesmo porque prejuízo algum tal providência trouxe ao
certame, antes preveniu futuras discussões."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A manchete da nossa constatação é clara ao apontar que foi
predeterminada apenas uma data fixa para a visita dos interessados
aos locais das obras, de modo que não há engano sobre esse aspecto.
Não se trata de questionar a exigência de que os licitantes visitassem
previamente o local das obras, ou a inegável importância dessa visita,
mas a definição de regras absolutamente rígidas e inflexíveis para
tal. O Edital é claro nesse aspecto: "Não serão aceitas visitas fora
da data e horário estipulado".
Como já relatado anteriormente, a estratégia adotada pela Comissão
de Licitação alijou da disputa quaisquer outros interessados que,
porventura, tivessem tomado conhecimento da licitação após a data
definida para a visita aos locais das obras ou tomassem a decisão de
participar do processo após essa data.
Cabe ressaltar, ainda, que não se trata de entender ou sugerir que a
visita técnica somente pudesse ocorrer após a abertura da fase da
habilitação, posto que, como afirma a Prefeitura, seria ilógico.
Entretanto, até a data marcada para a apresentação pelos interessados
da documentação inerente à licitação, nada deveria impedir a
participação na disputa. Os documentos de habilitação somente
poderiam ser exigidos e julgados a partir dessa data. Assim, a
substituição da exigência de que o licitante apresentasse declaração
própria de ter conhecimento do local das obras pela exigência de
certidão específica para a licitação sob análise exarada pela
municipalidade e específica para a licitação sob análise, a partir de
visita por ela predeterminada para uma única data e horário, trouxe,
como efeito prático, a antecipação do início da fase de habilitação,
resultando, também, no descumprimento do prazo legal estipulado no
inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Da nossa constatação não consta entendimento ou sugestão de que
deveria ser deixado "ao critério da empresa o dia e a hora" para a
visita técnica, haja vista que, especialmente nos pequenos municípios,
o corpo técnico das prefeituras é usualmente restrito e não poderia
ficar permanentemente à disposição dos interessados. Entretanto, essa
situação, bem como quaisquer outras dificuldades administrativas que
possam ser eventualmente invocadas, não são suficientes para elidir a
falha apontada. Diante da restrição do corpo técnico da Prefeitura,
mas visando proporcionar a mais ampla competitividade, poderiam ter
sido adotadas diferentes estratégias para a visita ao local das obras,
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como por exemplo: fixação de datas alternativas ou adoção de um
sistema de agendamento das visitas.
Reafirmamos, portanto, a nossa convicção de que a fixação de data de
maneira rígida e inflexível para visita ao local das obras possuiu
potencial restritivo à competição, enquanto que a necessidade de que
essa visita fosse, obrigatoriamente, comprovada por meio de
certificado específico exarado pela autoridade municipal, resultou na
antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.3.10 CONSTATAÇÃO:
Exigência de prestação de garantia previamente ao julgamento da
habilitação do licitante, como condição obrigatória para a
participação na licitação, caracterizando infringência ao Artigo 31 da
Lei 8.666/93 e limitação à competitividade.

FATO:
O item 04.05.02 do Edital estabelece que a participação na licitação
estaria condicionada à apresentação de comprovação de prestação de
garantia no valor de R$ 10.257,56, a ser efetivada até o 20/05/2008,
portanto antes da data da entrega da documentação de habilitação.
A Seção II da Lei 8.666/93 estabelece as condições de habilitação nas
licitações. O Artigo 31, constante da referida Seção II, estabelece a
documentação que pode ser exigida como qualificação econômico-
financeira para fins de habilitação. O inciso III do referido Artigo
define que poderá ser exigida "garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação".
Pelo que consta do texto legal mencionado, nos parece claro que a
comprovação da prestação de garantia, como condição de participação na
licitação, somente poderia ter sido exigida no momento da entrega da
documentação de habilitação, tendo a Comissão de Licitação a obrigação
de julgar a sua validade e adequação aos termos do edital quando da
análise de tais documentos, ou seja após a abertura dos envelopes
apresentados pelos licitantes, contendo os documentos de habilitação,
conforme definido no inciso I do Artigo 43 da Lei 8.666/93.
Cabe lembrar que a análise e julgamento dos documentos de habilitação
não necessitam ser realizados imediatamente após a abertura dos
envelopes contendo a documentação dos participantes, haja vista que o
§ 3º do Artigo 43 da Lei 8.666/93 dispõe que: "É facultada à Comissão
ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta".
O efeito prático da exigência editalícia foi a antecipação do início
da fase de habilitação em, pelo menos, 5 dias úteis e, por
conseqüência, o descumprimento do prazo legal de 15 dias que deve
separar a publicação do Edital do recebimento dos documentos de
habilitação e das propostas ou da realização do evento, conforme
consta no inciso III do § 2º do Artigo 21 da Lei 8.666/93.
Ao exigir a apresentação da garantia antes da data marcada para
apresentação do restante da documentação de habilitação, a Comissão de
Licitação diminuiu, sem previsão legal que a respaldasse, o prazo para
que os possíveis interessados pudessem conseguir os recursos ou o aval
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financeiro para o cumprimento da exigência.
Diante do exposto, concluímos pela ilegalidade da exigência editalícia
de prestação de garantia previamente à fase de habilitação, bem como
consideramos que a exigência constituiu-se em fator limitante à
competitividade do certame.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A exigência, que consta do edital no item 04.05.02, de que o
comprovante de garantia devesse ser obtido antes de instalada a fase
de habilitação (desde que, no entendimento do analista, esse documento
faz parte dos documentos de habilitação) se justifica por razões de
interesse público e em nome da celeridade e prevenção de
inabilitações.
Com efeito, sendo a questão do oferecimento de garantias se mostra uma
das mais controversas na materialização das licitações de médio e
grande porte, ante a insistência de serem utilizados títulos da dívida
pública fora dos padrões estabelecidos pelo Banco Central, dado que a
lei de licitações não estabelece regramento para essa aceitação.
Considerando o número estratosférico de títulos podres existentes no
mercado, a administração entendeu conveniente, para preservação da
ampla competitividade e plena participação de empresas, que essa
comprovação se desse antes da instalação dos trabalhos de abertura dos
envelopes respectivos.
Isso porque, ao se instalar a sessão, com a vedação de juntada de
novos documentos, constatando a Comissão que determinada empresa
promoveu a juntada de garantia fora das condições de aceitabilidade,
só restaria a inabilitação do licitante, com prejuízo ao certame e,
possivelmente aos cofres públicos, ante a redução da disputa.
Eventualmente poderia ser eliminado justamente o licitante que
ofereceria o menor preço, daí o prejuízo fatalmente seria maior."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada. No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público. Quanto à celeridade necessária às contratações, ela
deve decorrer do planejamento e organização da Prefeitura e não de
atos que infrinjam o arcabouço legal ou o princípio básico da ampla
competitividade. Diante disso, as alegações de interesse público e
celeridade não podem ser recepcionadas.
O que se questionou foi a exigência de prestação de garantia
previamente ao julgamento da habilitação do licitante e a consequente
antecipação da fase de habilitação. Essa situação é confirmada pela
justificativa apresentada pela Prefeitura, quando afirma que a
estratégia adotada se justificaria pela "prevenção de inabilitações"
decorrentes da prestação de garantias "fora das condições de
aceitabilidade", situação em que "restaria a inabilitação do
licitante", o que poderia trazer prejuízo à "ampla competitividade e
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30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
plena participação de empresas". É nosso entendimento que tal alegação
também não pode prosperar, quer seja porque não possui amparo legal,
quer seja porque a prestação de garantia fora das condições de
aceitabilidade, antes ou depois da fase de habilitação, teria a mesma
consequência: inabilitação do participante. Ademais, a competitividade
sofre maior prejuízo quando são adotadas regras restritivas, no caso a
antecipação da fase de habilitação, do que quando o processo
licitatório se atém ao ordenamento legal.
Quanto à comparação da antecipação da fase de habilitação, conforme
por nós apontado, com necessidade de estar o licitante devidamente
cadastrado ou atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas não é
procedente, porque a exigência questionada estipulou a prestação da
garantia para o dia 09/05/2008, portanto para seis dias antes da
licitação (15/05/2008). Assim, essa argumentação somente reforçaria a
evidência de antecipação da fase de habilitação.
Diante do exposto, não acatamos as justificativas apresentadas.

6.3.11 CONSTATAÇÃO:
Exigência concomitante de capital social mínimo e de prestação de
garantia como condição de participação na licitação, caracterizando
limitação à competitividade.

FATO:
Conforme consta do item 04.05.03 do Edital da Tomada de Preços
02/2008, foi exigido dos interessados que apresentassem, como parte da
documentação necessária à habilitação na licitação, comprovação de
possuir, na data de apresentação da proposta, capital social mínimo
integralizado. Já o item 04.05.02 do Edital estabelece que a
participação na licitação estaria condicionada à apresentação de
comprovação de prestação de garantia no valor R$ 10.257,56, a ser
efetivada até o 20/05/2008.
A jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a doutrina jurídica
apontam no sentido de que a exigência concomitante de comprovação de
capital social e de prestação de garantia prévia, como condição de
habilitação de interessados na licitação, configura-se como fator
limitante à competitividade do certame, conforme argumentação a
seguir:
- Decisão nº 681/1998/Plenário - O TCU se manifestou em sentido
contrário acerca de exigência simultânea de capital social mínimo e
garantia de proposta (caução), em confronto com o que especifica o
art. 31, parágrafo 2º, da Lei nº 8.666/93. Da referida Decisão
ressaltamos o seguinte trecho:
"A matéria versada (ilegalidade de exigência simultânea de capital
social e garantia caução) permite revelar a extensão do conflito que
freqüentemente se observa entre a Administração Pública no uso da
amplitude e envergadura com que busca dimensionar as garantias
assecuratórias para o sucesso do processo licitatório, maximização do
negócio e resguardo do interesse público, e o atendimento à exegese da
Lei no sentido de assegurar o amplo caráter participativo e
competitivo aos interessados na licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, da
Lei nº 8.666/93). No caso vertente, ainda que expostas as razões para
a exigência simultânea do capital mínimo integralizado e da prestação
de garantia caução, é interativo o entendimento interpretativo de que
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na fase para habilitação não pode ser exigido ônus dessa espécie
(prestação de garantia) o que poderia ser exigível para a fase de
execução do objeto licitado."
- Decisão 1.521/2002/Plenário - O TCU se manifestou no sentido de que
se atente para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº
8.666/93, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos
instrumentos convocatórios de licitações, requisitos de capital social
mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-
financeira dos licitantes.
No mesmo sentido das Decisões do TCU, é o ensinamento de Marçal Justen
Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
edição, DIALÉTICA, São Paulo, 2000, página 359), conforme
transcrevemos:
"... A Garantia ... Em épocas passadas, era usual a Administração
condicionar a habilitação ao depósito de valores ou ao caucionamento
de bens. Isso acarretava indevida restrição à participação dos
interessados. Consagrou-se, por isso, o princípio de que a habilitação
não pode ser condicionada ao pagamento de valores ou cauções etc. O
princípio foi alçado ao nível constitucional. A exigência de
'garantias' para participação na licitação é incompatível com o
disposto no art. 37, inc. XXI, da CF/88. Por isso, o inc. III do art.
31 é inconstitucional. Além do mais, não acrescenta qualquer vantagem
ou benefício à Administração. Existe, ainda, evidente
incompatibilidade entre o inc. III e o espírito da Lei, retratado no
art. 32, § 5º."

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"No caso em tela a comissão exigiu tanto a garantia como capital
social mínimo, porém o fez em resguardo ao interesse público e em nome
da efetiva garantia na execução do contrato.
De se ver que essa exigência não se constitui em previsão restritiva,
mas sim em condição que pretende afastar dos certames empresas
aventureiras, que gravitam em torno de licitações visando tão somente
obter vantagens imediatas, aí sim frustrando o caráter competitivo.
Entretanto, acolhendo a recomendação contida na jurisprudência
colacionada, o Poder Executivo abster-se-á de inserir, nos editais
futuros, tal previsão.
Além do mais, existe um rol extenso de obras de engenharia cuja
execução não é realizada por qualquer profissional ou empresa. Ainda
mais uma obra que visa o escoamento de águas pluviais, sendo que a
intensidade das chuvas tem causado inúmeros prejuízos materiais e
ceifado vidas humanas, por erros de construção nas galerias como o
noticiário tem anunciado cotidianamente. Tal obra não pode ser
considerada meramente de "corriqueira", sendo necessária, sim, a
comprovação da capacidade técnica para a sua execução. Daí porque a
administração cuidou de se precaver nas garantias, porém sendo certo
que essa conduta não implicou em perda do caráter competitivo do
certame.
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Vejamos:
"Art. 31 - A documentação relativa à qualificação econômica-financeira
limitar-se-á a:
...
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
"caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que
assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
lucratividade.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução
de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório
da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei,
como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira
dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a
ser ulteriormente celebrado.
Em relação as exigências editalícias assim manifestou o STJ :
". . .O interesse público reclama, além do suporte técnico-operacional
para realização das obras e serviços , outros requisitos ditados no
chamamento Editalício.
2. exigência editalícia orientada pelo interesse público no
cumprimento das obrigações . Legalidade." ( STJ 1ª Turma. RMS n.º
9687/PR. DJ 11 nov. de 2002, p. 00149) (grifamos)
". . .a exigência no edital, de comprovação de capacidade técnico-
operacional, não fere o caráter de competição do certame
licitatório." (STJ, 1ª Turma, RESP n.] 155861/SP, DJ 08 de mar. 1999
p. 000114.) (grifamos)
No entanto, ainda que se entenda como exigências alternativas,
constitui-se essa em mera falha formal, que apenas revestiu a execução
da obra de maior garantia, sem trazer qualquer prejuízo ao caráter
competitivo, como quis entender o Relatório. Essa presunção de
prejuízo não encontra amparo nos fatos e nos resultados do certame.
Cabe a invocação do julgado do TCU no AUDIN n.º 109, de maio/1998:
" Entende-se como falhas formais "aquelas decorrentes de atos
impróprios, ilegais, praticados pela Administração ou por parte de
quem com ela se relaciona, mas que não afetem ou digam respeito ao seu
conteúdo, isto é, como o próprio nome diz, são de mera forma. Não
maculam a essência do ato praticado ou da manifestação realizada.
Podem, dependendo da situação, ser relevada. Uma falha formal
identificada na documentação ou proposta dos licitantes, por exemplo,
não significa que o licitante deva ser inabilitado ou a sua proposta
desclassificada." (cf. ILC, nº 48, fev/98, p. 139).
Uma falha formal cometida pela Administração ou pelo licitante pode
ser corrigida ou relevada, sem que o ato ou manifestação devam ser
anulados ou tidos por ilegais. A exemplo disso, há a Decisão/TCU n.º
757/97, publicada no DOU de 24.11.97."
Nesse pensar, as falhas inquinadas de restritivas ou de ilegais,
consoante consta do Relatório, configuram meras falhas formais, que
não trouxeram prejuízo ao objetivo perseguido pela administração,
sendo que a licitação teve preservados os princípios basilares que a
regem, quais sejam o da publicidade, o da amplitude da disputa, o da
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legalidade e o do devido processo legal, razão pela qual pede-se sejam
elas relevadas."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A justificativa apresentada não contesta objetivamente a falha
apontada, informando que a exigência concomitante de capital social
mínimo e de prestação de garantia se deu em nome do "resguardo ao
interesse público e em nome da efetiva garantia na execução do
contrato". No caso sob análise, o interesse público está regrado pela
Lei 8.666/93 e, portanto, contrariá-la é, também, contrariar o
interesse público.
A constatação por nós apresentada não entra no mérito sobre se a falha
é ou não formal, mas na consequência que dela poderia advir, qual
seja: a restrição à competitividade. Embora a Prefeitura afirme que a
falha não trouxe "qualquer prejuízo ao caráter competitivo" e que a
restrição à competitividade "não encontra amparo nos fatos e nos
resultados do certame", verifica-se que o resultado da Tomada de
Preços 001/2008, por si só, indica que a restrição à competitividade
trouxe reflexos negativos à contratação, pois a proposta vencedora
apresentou uma variação de apenas R$ 83,41 em relação ao preço base da
Prefeitura, correspondendo a insignificantes 0,032% do total orçado
para as obras.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura (abster-se de
inserir, nos editais futuros, tal previsão), mas considerando que tal
ação não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.

6.3.12 CONSTATAÇÃO:
Obra licitada e contratada sem a abertura dos componentes do BDI
utilizado.

FATO:
Não consta do edital do Tomada de Preços 02/2008 nenhuma menção às
condições de apresentação do BDI incluído nos preços propostos pelos
licitantes.
Da proposta vencedora da licitação também não consta menção ao BDI.
Diante do exposto, como o BDI não foi apresentado de forma a detalhar
os seus componentes, nem na planilha orçamentária apresentada na
licitação, nem na planilha contendo os preços da proposta vencedora,
ficamos impossibilitados de verificar a adequação dos itens incluídos
como despesas indiretas.

EVIDÊNCIA:
Documentação constante dos Volumes Principal e Técnico da CAIXA;
Tomada de Preços 02/2008/Inhumas.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:


Por meio do Ofício 55/2010/GAB, de 15/01/2010, a Prefeitura Municipal
de Inhumas/GO apresentou a seguinte manifestação:
"A falta de abertura do BDI, tanto no edital quanto nas propostas, não
interferiu na composição dos custos nem no oferecimento dos preços,
daí porque não trouxe qualquer prejuízo ao certame.
De se salientar que essa obrigatoriedade não consta da lei de
Licitações, daí porque, em princípio, não estaria a administração
obrigada a faze-lo, o que não quer dizer que não fará doravante, muito
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pelo contrário, é o que irá passar a prever e a exigir."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:


A composição do BDI abriga diversas despesas indiretas, sendo que, nem
sempre os licitantes se restringem a despesas passíveis de comporem o
BDI, incluindo, por exemplo, valores indevidos referentes à
Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSLL e ao Imposto de Renda -
IRPJ. Se não houve abertura do BDI, nem no Edital e nem na proposta
apresentada, como pode a Prefeitura afirmar que o fato não interferiu
na composição dos custos e no preço ofertado?
Embora a obrigatoriedade da abertura dos componentes do BDI não conste
da Lei 8.666/93, a necessidade de que tal exigência conste dos editais
de licitação decorre da obrigatoriedade de que a administração saiba
pelo quê está pagando, como forma de evitar pagamentos indevidos.
Não obstante a providência indicada pela Prefeitura ("irá passar a
prever e a exigir" a abertura do BDI), mas considerando que tal ação
não corrige a falha já cometida, mantemos a constatação.
CONCLUSÃO

Concluídos os trabalhos, dentre as constatações registradas, destacamos


as seguintes:

26000 MINISTERIO DA EDUCACAO

ITENS:
1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6 1.1.7 1.1.8
1.1.9 1.1.10 1.1.11 1.1.12 1.1.13 1.1.14 1.1.15 1.1.16
1.1.17 1.1.18 1.1.19 1.1.20 1.1.21 1.1.22 1.2.1

36000 MINISTERIO DA SAUDE

ITENS:
2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4 2.1.5 2.1.6 2.1.7 2.1.8
2.1.9 2.1.10 2.1.11 2.1.12 2.1.13 2.1.14 2.1.15 2.1.16
2.1.17 2.1.18 2.1.19 2.1.20 2.1.21 2.1.22 2.1.23 2.1.24
2.1.25 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4
2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 2.4.5 2.4.6 2.4.7 2.4.8

42000 MINISTERIO DA CULTURA

ITENS:
3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7 3.1.8
3.1.9 3.1.10 3.1.11

44000 MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE

ITENS:
4.1.1 4.1.2 4.1.3 4.1.4 4.1.5

55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME

ITENS:
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 260
Missão da SFC: “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.”
30º Sorteio de Unidades Municipais – Inhumas - GO
5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.1.5 5.1.6 5.1.7 5.1.8
5.1.9 5.1.10 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.2.5 5.3.1
5.3.2 5.3.3 5.3.4 5.3.5 5.3.6 5.3.7 5.3.8

56000 MINISTERIO DAS CIDADES

ITENS:
6.1.1 6.1.2 6.1.3 6.1.4 6.1.5 6.1.6 6.1.7 6.1.8
6.1.9 6.1.10 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.2.4 6.2.5 6.2.6
6.2.7 6.2.8 6.2.9 6.2.10 6.2.11 6.2.12 6.2.13 6.2.14
6.2.15 6.2.16 6.2.17 6.2.18 6.2.19 6.2.20 6.2.21 6.2.22
6.2.23 6.2.24 6.2.25 6.2.26 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4
6.3.5 6.3.6 6.3.7 6.3.8 6.3.9 6.3.10 6.3.11 6.3.12

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