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Coordenação de
Ensino FAMART
A GESTÃO EM
SEGURANÇA PÚBLICA
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................... 4
SEGURANÇA PÚBLICA ............................................................................................. 6
O que se entende por segurança ................................................................................ 8
Segurança Pública: natureza e conceito ................................................................... 11
Segurança pública: dever do Estado, direito e responsabilidade de todos ............... 31
A PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA:
conselhos comunitários de segurança ...................................................................... 34
OS CONSELHOS COMUNITÁRIOS DE SEGURANÇA COMO ESTRATÉGIAS
PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA ............... 37
O fortalecimento dos vínculos entre a polícia e a sociedade para uma segurança de
prevenção por meio do respeito aos direitos humanos ............................................. 39
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45
Introdução
por diferentes esferas. Áreas urbanas e rurais, bairros de diferentes classes, escolas
órgãos de segurança pública, entre outros, são sempre citados por estarem falhando
conforme se pode vislumbrar pela dicção do texto constitucional em seu Art. 144, in
verbis:
I – polícia federal;
desafia a abertura para o novo, construído no cotidiano das ações humanas que
compreensão e tratamento dos conflitos sociais e acena para uma política integral de
cidadãos.
(PIRES, 2004).
SEGURANÇA PÚBLICA
Fonte: https://www.parintins24hs.com.br/seguranca-publica-o-que-e-isso/
pública, pois podem atingir a qualquer pessoa, tanto de forma direta, por meio da
responsabilidade de todos.
debate contemporâneo. O que fazer? Como fazer? Quando fazer? Onde fazer?
caminhos, as atuações que podem inferir neste processo de mudança para diminuir
da sua práxis.
Fonte: http://www.informeblumenau.com/seguranca-publica-e-tema-de-encontro-nesta-terca-feira/
Derivado do verbo segurar – que tem por significado tornar seguro, e por
é seguro: a garantia, a firmeza, a fiança. Garantia, firmeza, fiança, sem dúvida, dão
sempre ideia do que está no seguro, ou é seguro, para que se evitem prejuízos em
afastada de todo mal. Neste particular, portanto, traduz a ideia de seguridade, que é
proveniência do latim securus que significa, salvo, garantido, confiável. “Por isso,
humano – uma dada catástrofe física ou ação humana que ameaça o homem. O
risco humano é, para igual dano, considerado pior do que o natural, pois este é tido
coletiva, uma espécie do género social, se o risco para a sociedade vem de outra
organização política.
organização política em proteger dos riscos os seus membros. Com efeito, qualquer
de certeza dos negócios jurídicos, de sorte que as pessoas saibam de antemão que,
significa a previsão de vários meios que garantam aos indivíduos e suas famílias
direitos sociais.
p. 777).
público, o regular andamento das obras públicas, o devido exercício das funções da
possa produzir, a curto prazo, a prática de crimes. Convivência pacífica não significa
interpessoais. Ela deixa de ser tal quando discussões, divergências, rusgas e outras
restabelecimento dessa convivência social que permite que todos gozem de seus
direitos e exerçam suas atividades sem perturbação de outrem, salvo nos limites de
Isto é o que se entende por segurança, uma situação oposta à desordem, que
Fonte: https://revistaelos.wordpress.com/2015/01/13/seguranca-publica-uma-politica-de-estado/
ciências sociais aplicadas, como o Direito, isto é, a ciência jurídica. Desta forma,
da sociedade. Daí a sua relação com as ciências sociais, pois a teleologia do objeto
do Estado cuja finalidade é garantir a incolumidade dos bens jurídicos e dos direitos
todo mal, que possa afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da liberdade, ou
que a liberdade de cada cidadão, mesmo em fazer aquilo que a lei não lhe veda, não
seus órgãos: polícia federal, polícia rodoviária, polícia ferroviária, polícia civil, polícia
direito, por ser esta, ao mesmo passo, dever e direito, estado de seguridade e de
típicas, na limitação das liberdades individuais, mas sempre sob o prisma legal, sob
às leis e a manutenção da paz social e ordem pública. Inclui ações para prevenir e
Deve estar articulada com ações sociais priorizando a prevenção e buscando atingir
as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento
ela quem garante a integridade física e moral do cidadão, bem como o direito ao
da humanidade.
[...] os direitos não nascem todos de uma vez. Nascem quando devem ou
perpassando pelo artigo 5º, caput – o que o caracteriza como cláusula pétrea –, pelo
artigo 6º, garantindo-o como direito social, e especificado pelo artigo 144, o
2008, p. 76).
[...]
Estado pelo que obrassem contra a segurança; e, no artigo 169, atribui às câmaras
[...]
Posturas policiais, aplicação das suas rendas, e todas as suas particulares, e uteis
Guarda Municipal foi criada em 1831 sob a razão aparente de garantir a ordem,
embates políticos, haja vista o sufocamento das casas legislativas e dos governos
insurreição.
sistema morto desde o fim do século XVII”. (FAORO, 2001, p. 351). Contudo, após
O que ocorreu com o Estado nacional independente é que ele era liberal
dominação patrimonialista no nível político. Por essa razão, esdrúxula para os que
e aplaudida como forma de manutenção de governo. “Para que o laço federal possa
72.
regime conveniente à segurança das fronteiras; inciso XX, utilizar a guarda nacional;
[...]
[...]
[...]
caso do artigo 6º, n.3, no qual a União pode intervir no Estado para manter (impor) o
federalismo, além de artigos que não ficaram bem definidos, como o 4º e o 8º, § 3º.
principalmente, para os constituintes de 1891 por terem criado uma nova legislação
República.
país, deve ser, não a de idear o mais belo plano, com os dados desta ou daquela
filosofia, para substituir o que existe; mas, sim, observar qual a constituição histórica
filosofia, não para descobrir a melhor forma de governo, sim aquela que lhe seja
adaptável, isto é, uma filosofia que lhe ajude a desvendar o que a constituição
referida tem de imutável e o que tem de modificável. As instituições que tal estudo
que as respeitemos no plano inovador: aquelas que tem caráter transitório e cuja
Esta mesma limitada intervenção tem de ser prática, para que nos aproveite: jamais
Esta é a única racional atitude de um espírito reformador, este o critério que deve
limitações.
A partir daí a Constituição de 1934 adere ao novo discurso, qual seja: de que
garantias individuais.
externa e prover a polícia marítima e portuária (art. 5º, inciso V e XI); prevê o crime
interna nacional (art. 57, alínea “e”); e dispõe as polícias militares como reservas do
[...]
forças armadas;
[...]
[...]
[...]
[...]
da União.
entretanto, este esforço tornou-se estéril, pois não houve como conciliar pensamento
com certo colorido social, traduzido no esforço, que acabou se mostrando infrutífero,
p. 158).
concluído, o Imperador dissolveu a Assembleia, mas a Carta que outorgou foi na sua
preparado.
Por isso, pode-se afirmar que a Constituição de 1937, foi a primeira que
privativa da União (art. 15, inciso IV), que poderá, privativamente, legislar sobre
segurança, forças policiais e Exército (art. 16, inciso V e XXVI); assegurou o direito a
segurança individual (art. 122) e dispôs que a garantia dos direitos terá limites na
[...]
fronteiras;.
[...]
seguintes matérias:
[...]
[...]
[...]
seguintes;
[...]
consignados na Constituição. O uso desses direitos e garantias terá por limite o bem
respeitou nem mesmo seu próprio texto, concentrando direitos numa única pessoa (o
Presidente). Ela foi o biombo de uma ditadura que sequer tinha preocupações com
[...]
Enfim, “a constituição de 1946 nos traz a certeza de que toda ditadura, por
Vargas, pode-se dizer que a luz que se seguiu às trevas foi de especial intensidade:
eficaz.
1967 surge, realmente, para transformar, entretanto, esta transformação não foi
institucional ficou tão demarcada neste período que toda e qualquer pessoa poderia
competia a União organizar e manter a Polícia Federal (art. 8º, inciso VII); legislar
sobre as polícias (art. 8º, inciso XVII); à polícia militar é atribuída a função de manter
[...]
entorpecentes;
[...]
[...]
[...]
[...]
residentes no
pública e polícias não foram alteradas. O que a caracteriza como peça meramente
ansiava pela liberação política e pela expansão e resguardo dos direitos e liberdades
afirmar que esta deve ser entendida como diretriz geral que origina e legitima as
(BULOS, 2007, p. 380), haja vista o entendimento de Peter Haberle (2001, p. 276)
constituinte originário.
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
seguintes.
Ademais, o artigo 6º, caput, elenca a segurança como direito social, daí
Esse bem jurídico, a segurança pública, é serviço tutelado pelo Estado sob a
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
Fonte: http://www.focadoemvoce.com/noticias/seguranca-publica-dever-do-estado-direito-e-
responsabilidade-de-todos/
Apesar de disposta no texto constitucional nos artigos 5º, caput; 6º, caput; e
144; a doutrina jurídica constitucional não discorre com veemência sobre a temática
bem jurídico, interesse difuso e finalidade política são alguns dos discriminantes que
neste panorama não pode ser cerceada a ingerência sobre a segurança, instituto de
contemporâneo para edificação de uma sociedade mais livre, justa e solidária, para
brasileira, verifica-se que em meio a tantas crises políticas vivenciadas, dentre elas a
pelas instituições responsáveis pela sua consecução e pela própria sociedade que
processo bastante complexo visto ser o Brasil ainda marcado por problemas sociais
– que corroboram para que a faixa de pobreza seja cada vez maior –; a inversão dos
que oferecer uma resposta imediata, pois apesar das causas sociais, a criminalidade
também tem caráter patológico, e deve ser combatida em qualquer situação social,
2005).
Fonte: http://polopoly10.suitasistemas.com/preview/www/2.
637/2.788/2.789/2.790/2.791/2.2403/2.2173/1.1903935
vez mais uma prioridade na gestão da segurança pública e da defesa social, tendo
por essa razão que neste artigo científico será construído com base em autores
como Zaluar (2000), Pinheiro (2003) e Foucault (2002), e também com o auxílio da
Saúde (OMS) fez uma definição ampla desse fenômeno social complexo, in verbis:
Polícia Comunitária.
de uma tendência, nesse sentido, surgida nos Estados Unidos da América (EUA) por
Sociedade Livre” - obra essa, inclusive, já traduzida para o português pela Editora
USP (EDUSP). Tais políticas têm como corolário a premissa de que a comunidade
comunidade passa a ser, assim, objeto e sujeito das ações de prevenção, o que
passam a aprender com a comunidade, bem como com pesquisadores sociais que
SEGURANÇA
indagações básicas:
relevantes?
responsáveis por sua s execuções. Limitar os escopos de cada um deles talvez seja
segurança pública vêm sendo alvo de constante crítica pelos mais diversos
assaltos, violência familiar e entre vizinhos, violência nas escolas, entre várias
outras. Esses fatos não estão restritos apenas aos grandes centros, mas à quase
todos os brasileiros.
para que qualquer ser humano – sem distinção de sexo, raça, religião, opiniões
condições são as mesmas para todos os membros da espécie humana, pois todos
toda a gente, cuidar para que assim seja, principalmente quem tem a função
um país.
delitivo, sobre os tipos penais, sobre a penalidade a ser imposta em relação ao fato
sobre os direitos humanos, a fim de que sua ação seja adequada ao conflito
encontrado.
diferente em uma sociedade democrática. Para eles, essa possibilidade passa por
garantir não mais uma ordem pública determinada, mas sim os direitos, como está
colocado na constituição de 88. Nesse novo contexto, a ordem pública passa a ser
definida também no cotidiano, exigindo uma atuação estatal mediadora dos conflitos
quando sai para a rua, não sabe o que vai encontrar diretamente; ele tem uma ação
determinada a fazer e entra num campo de conflitividade social. Isso exige não uma
ações repressivas, pelas quais o ato consiste em reprimir para resolver o problema.
O campo de garantia de direitos exige uma ação mais preventiva, porque não tem
conflitos de diversos tipos todos os dias, e que para a resolução destes os órgãos de
segurança pública devem utilizar ações diferenciadas. A polícia não pode utilizar um
procedimento padrão, único, para todas as formas de conflito, ela precisa ter a
para cada fato que enfrenta. Assim, a postura mediadora passa a ser uma função
problemas existentes para que deles não decorram novos conflitos e, ao mesmo
policial não seja apenas um ofício, e sim uma causa. Percebe-se que para a maioria
das pessoas a distância dos riscos e dos perigos é uma necessidade. Já para os
policiais isso é uma profissão. Com foco no que se entende por segurança pública,
por polícia e por atuação policial, busca-se demonstrar que a eficiência dos agentes
REFERÊNCIAS